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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE- UNICENTRO CAMPUS-IRATI

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO- DEADM/I

IMPOSTO DE RENDA NO BRASIL: UMA JORNADA DESDE 1922"


Cintia Stodolny (Unicentro- Irati) – cintiastodolny97@hotmail.com
RESUMO: O texto aborda aspectos sobre a evolução do Imposto de Renda no Brasil desde sua
instituição em 1922 até os dias de hoje. Apresenta aspectos históricos, o texto destaca a
complexidade desse tributo, aplicado anualmente tanto a pessoas físicas quanto jurídicas. A criação
da Declaração de Ajuste Anual é enfatizada como uma ferramenta fundamental para a comunicação
de detalhes financeiros à Receita Federal. A progressividade, alinhada à capacidade econômica, é
destacada como princípio central do sistema tributário. O texto explora ainda a vinculação de receitas
a setores específicos e os desafios enfrentados pelo sistema. Oferece uma visão abrangente sobre a
importância e a complexidade do Imposto de Renda no contexto brasileiro.
PALAVRAS-CHAVE: Imposto de renda; Declaração; Brasil.

INTRODUÇÃO
O princípio da capacidade econômica, é um dos regulamentos que inscrito
na Constituição Federal de 1988, ele surge como alicerce fundamental na
estruturação do sistema tributário brasileiro, principalmente no contexto dos
impostos sobre a renda, neste resumo em específico sobre o imposto de renda da
pessoa física.
O Imposto de Renda é um tributo federal aplicado anualmente sobre a
renda, ou seja, sobre o que cada brasileiro ganha. Por isso, acompanha a evolução
patrimonial das pessoas ano após ano. Dentro do aspecto do Imposto de Renda de
Pessoa Física (IRPF) É determinado pelo inciso I do § 2º do ar. 153 da Constituição
Federal/1988 que o Imposto sobre a Renda e os comprovativos rendimentos é
denominada Declaração de Ajuste Anual (DIRPF). Todos trabalhadores que
possuem rendimento acima do teto que será abordado ao longo do resumo deve
obrigatoriamente apresentá-lo.
Essa regra está de acordo com a ideia de que todos são iguais perante a lei,
como está escrito no artigo 5º da Constituição Federal. Além disso, o imposto deve
ser cobrado de todo tipo de renda, sem fazer diferença entre os diferentes modos
com que se ganha dinheiro. Assim, qualquer tipo de dinheiro que receba pode ser
tributado, sem distinções entre os diferentes tipos de ganhos. Esses princípios são
importantes para garantir que o Imposto sobre a Renda seja aplicado de maneira
justa para todos.
Ao longo deste resumo, serão explorados o contexto normativo e os
princípios que orientam o IRPF, proporcionando uma compreensão mais profunda
desse item crucial do sistema tributário brasileiro. A metodologia adotada baseia-se
em uma abordagem bibliográfica, a partir de pesquisas nas leis, normas e artigos

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científicos, visando enriquecer a análise e promover uma compreensão mais


abrangente do tema abordado.
DESENVOLVIMENTO
O imposto de renda IR no Brasil foi sancionado pela LEI No 4.625, DE 31 DE
DEZEMBRO DE 1922 onde no .Art. 31. “Fica instituido o imposto geral sobre a
renda, que será, devido, annualmente, por toda a pessoa physica ou juridica,
residente no territorio do paiz, e incidirá, em cada caso, sobre o conjunto liquido dos
rendimentos de qualquer origem.”. Por ser complexo, o imposto foi estudado pelo
governo o qual criou um regulamento e organizou a forma de arrecadação sendo
integrada na Constituição Federal em 1934 de acordo com (BRASIL, 1934, on-line)
Art. 6º – Compete privativamente a União: I – decretar impostos: c) Sobre
de renda e proventos de qualquer natureza, excetuada a renda cedular de
imóveis.
O imposto de renda é um tributo federal aplicado anualmente sobre a renda,
ou seja, sobre o que cada brasileiro ganha, sendo IRPF para pessoa física e IRPJ
para a pessoa jurídica, (SANTANA P.106) menciona:
O imposto de renda é um imposto exigido e administrado pela Receita
Federal do Brasil (RFB), achando-se condigno tanto pelas pessoas jurídicas
quanto físicas. Trata-se do valor anualmente descontado do rendimento do
colaborador ou da organização e confiado ao governo federal, sendo que a
alíquota de dedução é fixada pelo governo de cada país onde é empregado
tal imposto
Desta forma o governo solicita aos trabalhadores e as organizações que informem à
Receita Federal seus ganhos anuais por meio da declaração do imposto de renda.
No ano seguinte, a receita avalia se o que cobrou dos contribuintes é realmente o
que era necessário pagar conforme os seus rendimentos isso por meio da
declaração anual comprovativa dos rendimentos a qual é nomeada Declaração de
Ajuste Anual denominada pela sigla DIRPF. No DECRETO Nº 9.580, DE 22 DE
NOVEMBRO DE 2018 ANEXO regulamento do imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza LIVRO I da tributação das pessoas físicas TÍTULO I dos
contribuintes e responsáveis CAPÍTULO I dos contribuintes Artigo 1º cita-se “As
pessoas físicas que perceberem a renda ou proventos de qualquer natureza,
inclusive rendimentos e ganhos de capital, são contribuintes do imposto sobre a
renda, sem distinção de nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão.”
A declaração é utilizada para que os contribuintes informem à Receita
Federal detalhes sobre sua situação financeira, incluindo ganhos, despesas,
patrimônio e outros aspectos relevantes de acordo com o autor supracitado “Tal
declaração é exigida da totalidade dos que possuem rendimento eminente ao valor

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mínimo determinado pelo governo, assim, sobre o conjunto líquido dos rendimentos
de qualquer origem, bem como que a arrecadação se daria por meio de lançamento”
(SANTANA P. 106).
O fato gerador do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) ocorre quando
a pessoa física obtém ganhos de natureza financeira que estão sujeitos à tributação.
Esse evento desencadeia a obrigação de apresentar a declaração de imposto de
renda, permitindo que a Receita Federal avalie a situação fiscal do contribuinte e
determine se há valores devidos ou se há direito à restituição. O autor (SANTANA
P.106) ainda menciona que “Toda quantia recebida proveniente da arrecadação de
imposto é empregue para financiar a administração e atividades públicas.” Os
valores arrecadados não tem um detalhamento especifico para onde são
direcionados ou repassadas, mas devem ser direcionados a setores como saúde
educação e infraestrutura do país. No Art. 167 que fala sobre a vedação diz no
inciso IV:
a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas
a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização
de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.
Esse trecho destaca a regra geral de que as receitas de impostos não estão
vinculadas a órgãos, fundos ou despesas específicas, salvo exceções previstas na
própria Constituição. As exceções mencionadas se referem às situações em que a
Constituição Federal permite a vinculação de receitas de impostos a órgãos, fundos
ou despesas específicas.
Se enquadra no grupo de declaração de renda os cidadãos residentes no
Brasil que receberam no ano-base rendimentos tributáveis que totalizaram mais de
R$ 28.559,70, esses valores se alteram de tempo em tempo. Levando em
consideração o valor mencionado se enquadra trabalhadores, aposentados ou
pensionistas com renda mensal com valor de mais de R$ 2.259,20 mensal, levando
em consideração o ano de 2023. No Art. 145 diz (BRASIL, 1988, on-line):
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos: § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

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Dessa forma, os impostos devem ser ajustados de acordo com a capacidade


econômica do contribuinte.
Assim, nem todo mundo que recebe dinheiro ou tem coisas precisa pagar o
imposto, as regras do imposto de renda definem um valor máximo de renda anual
isenta, usam tabelas para descontar dinheiro diretamente do salário de quem
trabalha com carteira assinada, e estabelecem valores mínimos para quem tem
bens, como casa e carro, obrigando essas pessoas a dizer quanto possuem bens.
Não existe um valor mínimo para ser considerado pagador de imposto, mas existem
regras sobre quando pagar o imposto em si ou apenas declarar o que tem. No Art.
12 fala-se que “Para fins do disposto no art. 11, o imposto sobre a renda devido será
calculado mediante a utilização dos valores correspondentes à soma das tabelas
progressivas mensais relativas aos meses do período abrangido pela tributação no
ano-calendário”. Entende-se que o cálculo é baseado na utilização dos valores
correspondentes à soma das tabelas progressivas mensais.
No CAPITULO I DA APURAÇÃO ANUAL DO IMPOSTO SOBRE A RENDA
em seu Art. 79. “O imposto sobre a renda devido na declaração de ajuste anual
incidente sobre os rendimentos de pessoas físicas será calculado de acordo com a
tabela progressiva anual correspondente à soma das tabelas progressivas mensais
vigentes nos meses de cada ano-calendário”. Depois do cálculo do imposto anual
com base nas tabelas progressivas mensais ao longo do ano-calendário, ocorre a
dedução do valor correspondente aos pagamentos mensais antecipados feitos pelos
contribuintes. Esse procedimento tem como objetivo ajustar o total devido,
considerando os valores já pagos ao longo do ano.
Em um segundo momento é verificado se existe uma diferença entre o valor
total devido e o montante já pago mensalmente. Se o valor total pago durante o ano
for inferior ao imposto apurado, pode ser necessário efetuar um pagamento
adicional. No caso de o valor pago exceder o imposto devido, o contribuinte terá
direito à restituição, recebendo de volta a quantia paga a mais.
CONSLUSÃO
O texto aborda a trajetória do Imposto de Renda no Brasil, desde sua
instituição em 1922 até sua integração à Constituição de 1934. Destaca-se a
complexidade do tributo, destacando sua aplicação tanto para pessoas físicas
quanto para jurídicas para com a Receita Federal, sendo que os mesmos
desempenham um papel central na arrecadação.

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A progressividade, ajustando os impostos à capacidade econômica, é


reiterada como um pilar do sistema tributário. Em síntese, o Imposto de Renda no
Brasil é apresentado como uma ferramenta crucial para financiar as atividades
governamentais, buscando equidade e justiça fiscal.

REFERENCIAS

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 fev.
2024.
Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 16 de julho de 1934. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 12
fev. 2024.
D9580. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm>.
Acesso em: 13 fev. 2024.
Declarar meu imposto de renda. Disponível em:
<https://www.gov.br/pt-br/servicos/declarar-meu-imposto-de-renda>. Acesso em: 13
fev. 2024.
L4625. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1901-1929/l4625.htm>. Acesso em: 12
fev. 2024.
O que é Imposto de Renda e para que serve? - Serasa Ensina. Disponível em:
<https://www.serasa.com.br/blog/o-que-e-imposto-de-renda/>. Acesso em: 13 fev.
2024.
SANTANA, A. D. S.; CRUZ, W. C. DA; SILVA, A. D. IMPOSTO DE RENDA PESSOA
FÍSICA: CONCEITO E PRINCÍPIOS. Organizações e Sociedade, v. 7, n. 8, p. 103,
2018.

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