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IMPOSTO SOBRE O

RENDIMENTO DAS
PESSOAS COLETIVAS
Artigo 104.º n.º 2 da Constituição da República Portuguesa:

“A tributação das empresas incide


fundamentalmente sobre o seu rendimento real”

Princípio da
Princípio da igualdade
capacidade contributiva
PRINCÍPIO DO RENDIMENTO REAL
O princípio de tributação do rendimento real é uma concretização do
princípio da capacidade contributiva e do princípio da igualdade.

O princípio da capacidade Subjacente ao princípio da


contributiva encontra-se hoje capacidade contributiva está
expressamente previsto no artigo também o princípio do direito à
4.º da LGT: os impostos igualdade, numa dupla vertente:
assentam essencialmente na por um lado, todos devem pagar
capacidade contributiva impostos, mas, por outro, devem
revelada, nos termos da lei, pagar de acordo com um critério
através do rendimento ou da uniforme: a capacidade
sua utilização e do património. económica de cada um.
SALDANHA SANCHES refere que o princípio da capacidade contributiva é
o elemento estruturante para o Direito a criar e um critério para que se
possa julgar da validade das leis fiscais em vigor

A preocupação fundamental manifestada pelo legislador constitucional no


que respeita aos impostos sobre o rendimento foi a conformação da
tributação à capacidade do sujeito passivo de imposto. Esta preocupação
designa-se, normalmente, por princípio da capacidade contributiva.

A introdução de mecanismos de avaliação indireta da matéria tributável,


previstos nos artigos 87.º e seguintes da LGT, são exceções ao princípio
constitucional da tributação do lucro real.

LUCRO REAL OPÕE-SE A TRIBUTAÇÃO DO LUCRO “NORMAL”


(NORMALIZADO)
A tributação pelo rendimento normal significava tributar o
rendimento que podia ser obtido em condições normais de
exploração, independentemente dos condicionalismos económicos
que possam afetar a atividade.

Com efeito, neste regime, não se pretenderia tributar um


lucro aproximado ao lucro efetivo, mas apenas aquele que num plano
puramente económico e mecânico é determinável.
XAVIER DE BASTOS, O Princípio da Tributação..., cit., p. 10.

O QUE É O LUCRO
REAL?
O lucro real é o lucro empresarial ou contabilístico.
“Quase instintivamente ligamos este conceito ao lucro apurado num exercício,
o qual assentaria na diferença entre proveitos e custos verificados nesse
período. Este saldo, deduzido do imposto sobre os lucros é evidenciado na
contabilidade das empresas na conta 818 do Quadro de Contas do SNC.”
(BRÁS CARLOS, Impostos, Teoria Geral, p.78).

O Direito Fiscal considera que o resultado contabilístico revela o lucro real,


adotando-o como base para a definição do lucro tributável. Pretende-se
tributar o “ substrato económico ” , a realidade económica dos sujeitos
passivos de imposto.

Porquê?
Será o lucro real um mito?

“a própria contabilidade assenta em múltiplos pressupostos ficcionais pelo


que mais rigoroso seria falar de sistema misto. Um grande nome das
Finanças Públicas, Einaudi, falava a este propósito do mito da procura
contabilística da base tributável. O rendimento de um exercício é sempre um
valor subjetivo.
(CASALTA NABAIS, O Quadro Constitucional da Tributação das Empresas,
cit., p. 359)

A adopção das regras e princípios contabilísticos pelo Direito Fiscal funda-se


no reconhecimento da importância da Contabilidade na mensuração das
realidades económicas e, igualmente, da sua necessária imparcialidade face
aos vários utilizadores dessa informação: sócios, administração, Estado,
credores, clientes, etc..
SISTEMAS DE RELAÇÃO ENTRE O DIREITO FISCAL E A
CONTABILIDADE

DEPENDÊNCIA TOTAL: o lucro tributável assume plenamente o rendimento


que emerge do balanço

TOTAL AUTONOMIA: existe uma rigorosa separação entre as regras e


procedimentos contabilísticos para apuramento do lucro comercial e as regras
e procedimentos fiscais para apuramento do lucro fiscal

DEPENDÊNCIA PARCIAL: o resultado contabilístico é o ponto de partida do


lucro tributável que se submeterá a ajustamentos extra contabilísticos com
vista ao apuramento do resultado fiscal
Noutro sentido, o modelo de conexão entre o direito fiscal e o direito
contabilístico assume três variantes possíveis:

1. Sistema de conexão formal com recepção simples do lucro comercial: o


Direito Fiscal aceita e integra o lucro comercial sem qualquer correcção, ou
seja, o lucro tributável coincide com o lucro contabilístico

2.Sistema de conexão formal com regulação parcial da contabilidade comercial


pelo Direito Fiscal: apesar da remissão para o lucro comercial, o Direito
Fiscal influencia ou determina algumas das regras da Contabilidade;

3. Sistema de conexão formal com ajustamento extracontabilístico do lucro


comercial: estabelecida a remissão para o lucro comercial como base de
apuramento do lucro tributável, o Direito Fiscal procederá, a posteriori, a um
conjunto de correcções ou ajustamentos extracontabilísticos.
NINA AGUIAR, Modelos Normativos de Reflexão entre Lucro Tributário e Contabilidade Comercial, Fiscalidade, in
Revista de Direito e Gestão Fiscal, 13/14, ISG, Janeiro/Abril 2003, pág. 39.
MODELO CONTINENTAL DE CONEXÃO FORMAL COM AJUSTAMENTO
EXTRACONTABILÍSTICO DO LUCRO COMERCIAL

A determinação do lucro tributável é, neste modelo, alcançada através da


receção do lucro contabilístico, em primeiro lugar, e sofre, num segundo
momento, as correções positivas ou negativas que a lei fiscal determinar.

Diz o preâmbulo do Código do IRC:

“ … as relações entre contabilidade e fiscalidade são um domínio que tem


sido marcado por uma certa controvérsia e onde, por isso, são possíveis
diferentes modos de conceber essas relações...”

“afastadas uma separação absoluta ou uma identificação total, continua a


privilegiar-se uma solução marcada pelo realismo e que, no essencial, consiste
em fazer reportar, na origem, o lucro tributável ao resultado contabilístico ao
qual se introduzem, extracontabilisticamente, as correcções fiscais …”
Diz o preâmbulo do Decreto-Lei n.º 159/2009, de 13 de Julho:

“ … considerando que a estrutura actual do Código do IRC se mostra, em


geral, adequada ao acolhimento do novo referencial contabilístico,
manteve -se a estreita ligação entre contabilidade e fiscalidade…”

“… a manutenção do modelo de dependência parcial determina, desde logo,


que, sempre que não estejam estabelecidas regras fiscais próprias, se
verifica o acolhimento do tratamento contabilístico decorrente das novas
normas…”
O artigo 17.º do CIRC estabelece a ponte entre a
contabilidade e a fiscalidade

De acordo com o artigo 17.º do CIRC:

O lucro tributável é constituído pela soma algébrica do resultado líquido


do exercício e das variações patrimoniais positivas e negativas
verificadas no mesmo período e não reflectidas naquele resultado,
determinados com base na contabilidade e eventualmente corrigidos nos
termos do Código

A contabilidade do sujeito passivo deve estar organizada de acordo


com a normalização contabilística e outras disposições legais em vigor
para o respectivo sector de actividade
Qual a justa medida do princípio de tributação do lucro real?

Para lá das eventuais excepções justificadas por razões imperativas que


estejam relacionadas com a total impossibilidade de apuramento do lucro
real, é o próprio legislador que assume que o lucro tributável não é sinónimo
de lucro real.

Assim, a expressão “ fundamentalmente ” visa, em sentido positivo,


estabelecer uma obrigação de apuramento do lucro tributável tendo por
base essencialmente o lucro contabilístico; e, em sentido negativo, a
aceitação de correcções ou presunções que, não correspondendo a uma
alteração substancial do lucro contabilístico, o conformem aos objetivos e
princípios do Direito Fiscal.
FINS DA TRIBUTAÇÃO
O artigo 5.º da LGT diz-nos que a tributação visa a satisfação das
necessidades financeiras do Estado e de outras entidades públicas e
promover a justiça social, a igualdade de oportunidades e as necessidades
de correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e do
rendimento.

Como compatibilizar os fins da contabilidade e da fiscalidade?

Há um limite para as correcções extra-contabilísticas?


CONCEITO DE RENDIMENTO

RENDIMENTO-PRODUTO RENDIMENTO-ACRÉSCIMO

limita o rendimento aos Rendimento é a soma do


fluxos periódicos de consumo e do incremento
determinada atividade líquido do património. Ou seja,
produtiva (fruit of the tree incluem-se, por referência a
theory), excluindo os ganhos um determinado período, os
ou perdas de capital e os quantitativos derivados da
proveitos extraordinários ou participação do sujeito
mais-valias económico numa actividade
produtiva, transferências de
terceiros, autoconsumo e
incremento do valor do
património inicial.
CONCEITO DE RENDIMENTO-ACRÉSCIMO

“…o lucro consiste na diferença entre os valores do património


líquido no fim e no início do período de tributação, com as
correcções estabelecidas neste Código.”
N.º 2 do artigo 3. do CIRC
SUJEITOS PASSIVOS DE IMPOSTO
(ARTIGO 2.º)

São sujeitos passivos do IRC:

a)As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as


empresas públicas e as demais pessoas coletivas de direito público ou
privado, com sede ou direção efetiva em território português;

b)As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direção


efetiva em território português, cujos rendimentos não sejam tributáveis em
imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou em IRC
diretamente na titularidade de pessoas singulares ou coletivas;

c) As entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede


nem direção efetiva em território português e cujos rendimentos nele obtidos
não estejam sujeitos a IRS.
AL. A) PESSOAS COLETIVAS

Pessoa coletiva é uma organização constituída por um agrupamento de pessoas


ou por um complexo patrimonial tendo em vista a prossecução dum interesse
comum determinado e à qual a ordem jurídica atribui a suscetibilidade de ser
titular de direitos e obrigações – personalidade jurídica

TIPOS
Sociedades comerciais
Sociedades Civis
Cooperativas
Empresas públicas
Demais pessoas coletivas de direito público e privado: Estado, Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira, Autarquias Locais, partidos políticos,
sindicatos, associações patronais, fundações e associações sem fins
lucrativos, ACE’s, AEIE’s
AL. B) – OUTROS SUJEITOS PASSIVOS

- Serem entidades sem personalidade jurídica


- Terem sede ou direção efetiva em território português
- Os seus rendimentos não serem tributáveis nem em IRS nem em IRC na
titularidade de pessoas singulares ou coletivas

EXEMPLOS:

- Heranças jacentes (artigo 2046.º do Código Civil)


- Pessoas coletivas em relação às quais seja declarada a invalidade
- Associações e sociedades civis sem personalidade jurídica
- Sociedades comerciais e civis sob a forma comercial, antes do registo
definitivo do contrato constitutivo.
AL. C) – ENTIDADES NÃO RESIDENTES

São sujeitos passivos de IRC, as entidades:

- Com ou sem personalidade jurídica;


- Sem sede nem direção efetiva em território português;
- Cujos rendimentos obtidos em território português não estejam sujeitos a
IRS.
1. Pessoas coletivas e outras entidades residentes

Exercício, a título principal de ativ. comercial,


industrial ou agrícola?

SIM NÃO

Rendimento global das


Lucro categorias do IRS

Fonte: PINHEIRO PINTO, Fiscalidade, 2011


2. Pessoas coletivas e outras entidades não residentes

Estabelecimento estável em Portugal

SIM NÃO

Lucro imputável ao Rendimento obtido em


estabelecimento estável território português
(categorias do IRS)

Fonte: PINHEIRO PINTO, Fiscalidade, 2011


REGRAS DA TERRITORIALIDADE

REGRAS DE IRC
Pessoas com
sede ou direção
NÃO
Totalidade dos rendimentos,
efetiva em terr. incluindo os obtidos fora do
português território português

Com estabelecimento Rendimentos imputáveis ao


Pessoas sem estável estabelecimento estável
sede ou direção
efetiva em terr.
português Sem estabelecimento
estável Rendimentos considerados
obtidos em território português

Fonte: PINHEIRO PINTO, Fiscalidade, 2011


Tributação das Entidades Sem Fins
Lucrativos
INCIDÊNCIA DO IRC:

O rendimento global, correspondente à soma algébrica dos rendimentos


das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS e, bem assim, dos
incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito, de:

- pessoas coletivas;
com sede ou direção efetiva em território português, e
que não exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola.

Rendimento mundial, nº 1 do artigo 4º do CIRC.


Pessoas coletivas e outras entidades residentes

Exercício, a título principal de ativ. comercial,


industrial ou agrícola?

SIM NÃO

Rendimento global das


Lucro categorias do IRS
INCIDÊNCIA REAL

Rendimento Global (artigo 53.º)


- rendimentos líquidos das várias categorias do IRS, com
os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.

Categoria A — Rendimentos do trabalho dependente;


Categoria B — Rendimentos empresariais e profissionais;
Categoria E — Rendimentos de capitais;
Categoria F — Rendimentos prediais;
Categoria G — Incrementos patrimoniais;
Categoria H — Pensões
1. Rendimento Global

Artº 54º n.º 1 - custos comuns:


a) Se estiverem apenas ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não
isentos, são deduzidos na totalidade ao rendimento global;
b) Se estiverem ligados à obtenção de rendimentos sujeitos e não isentos,
bem como à de rendimentos não sujeitos ou isentos, serão deduzidos com
a seguinte proporção:
B x C / C+ D
Em que:
B = montante dos custos comuns ligados à obtenção de rendimentos
sujeitos e não isentos e dos não sujeitos ou isentos.
C = montante dos rendimentos brutos sujeitos e não isentos.
D = montante dos rendimentos brutos não sujeitos ou isentos.
Artº 54º, números 3 e 4:

3 - Consideram-se rendimentos não sujeitos a IRC as quotas pagas pelos


associados em conformidade com os estatutos, bem como os subsídios destinados
a financiar a realização dos fins estatutários.
4 - Consideram-se rendimentos isentos os incrementos patrimoniais obtidos a
título gratuito destinados à direta e imediata realização dos fins estatutários.

Artº 53º, nº 2:

- prejuízos fiscais de atividades comerciais, industriais ou agrícolas; e


- menos-valias;
só podem ser deduzidos aos rendimentos das respetivas categorias num ou mais
dos cinco exercícios posteriores

n.º 7
Ao rendimento global são dedutíveis os gastos comprovadamente relacionados
com a realização dos fins de natureza social, cultural, ambiental, desportiva ou
educacional prosseguidos, desde que não exista qualquer interesse direto ou
indireto dos membros dos órgãos estatutários.
ISENÇÕES EM IRC A REQUERIMENTO DOS INTERESSADOS
Nos termos do n.º 1 do artigo 10.º, estão isentas do IRC:
a) As pessoas coletivas de utilidade pública administrativa;

b) As instituições particulares de solidariedade social, bem como as pessoas coletivas


àquelas legalmente equiparadas;

c) As pessoas coletivas de mera utilidade pública que prossigam, exclusiva ou


predominantemente, fins científicos ou culturais, de caridade, assistência,
beneficência, solidariedade social ou defesa do meio ambiente e
interprofissionalismo agroalimentar.
Carece de reconhecimento pelo Ministro das Finanças, a
requerimento dos interessados, mediante despacho publicado
no Diário da República, que define a respetiva amplitude, de
harmonia com os fins prosseguidos e as atividades
desenvolvidas para a sua realização, pelas entidades em
causa e as informações dos serviços competentes da
Direcção-Geral dos Impostos e outras julgadas necessárias
A isenção não abrange os rendimentos empresariais derivados do exercício das
atividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins
estatutários, bem como os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem
depositados, nos termos da legislação em vigor, e é condicionada à observância
continuada dos seguintes requisitos:

a) Exercício efetivo, a título exclusivo ou predominante, de atividades dirigidas à


prossecução dos fins que justificaram o respetivo reconhecimento da qualidade de
utilidade pública ou dos fins que justificaram a isenção consoante se trate,
respetivamente, de entidades previstas nas alíneas a) e b) ou na alínea c) do n.º 1;

b) Afetação aos fins referidos na alínea anterior de, pelo menos, 50% do rendimento
global líquido que seria sujeito a tributação nos termos gerais, até ao fim do 4.º
período de tributação posterior àquele em que tenha sido obtido, salvo em caso de
justo impedimento no cumprimento do prazo de afetação, notificado ao diretor-
geral dos impostos, acompanhado da respetiva fundamentação escrita, até ao último
dia útil do 1.º mês subsequente ao termo do referido prazo;

c) Inexistência de qualquer interesse direto ou indireto dos membros dos órgãos


estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração
das atividades económicas por elas prosseguidas.
Exemplo de despacho nos termos do art.º 10.º, n.º 2:
ISENÇÕES REAIS OU OBJETIVAS
Artigo 11.º
Estão isentos de IRC os rendimentos diretamente derivados do exercício de
atividades culturais, recreativas e desportivas.

A isenção só pode beneficiar associações legalmente constituídas para o exercício dessas


atividades e desde que se verifiquem cumulativamente as seguintes condições:

a) Em caso algum distribuam resultados e os membros dos seus órgãos sociais não tenham, por
si ou interposta pessoa, algum interesse direto ou indireto nos resultados de exploração das
atividades prosseguidas;
b) Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja todas as suas atividades e a ponham
à disposição dos serviços fiscais, designadamente para comprovação do referido na alínea
anterior.

Não se consideram rendimentos diretamente derivados do exercício das atividades, os


provenientes de qualquer atividade comercial, industrial ou agrícola exercida, ainda que a
título acessório, em ligação com essas atividades e, nomeadamente, os provenientes de
publicidade, direitos respeitantes a qualquer forma de transmissão, bens imóveis,
aplicações financeiras e jogo do bingo.
ISENÇÕES REAIS OU OBJETIVAS

Rendimentos diretamente derivados do exercício de atividades


culturais, recreativas e desportivas

Ficam isentos de IRC os rendimentos das colectividades desportivas,


de cultura e recreio, abrangidas pelo artigo 11.º do Código do IRC, desde
que a totalidade dos seus rendimentos brutos sujeitos a tributação, e não
isentos nos termos do mesmo Código, não exceda o montante de € 7500.

As importâncias investidas pelos clubes


Artigo 54.º do desportivos em novas infra-estruturas,
não provenientes de subsídios, podem
EBF ser deduzidas à matéria colectável até
ao limite de 50% da mesma, sendo o
eventual excesso deduzido até ao final
do segundo exercício seguinte ao do
investimento.
OBRIGAÇÕES
DECLARATIVAS

INSCRIÇÃO/REGISTO 90 dias após RNPC

ALTERAÇÕES 15 dias

CESSAÇÃO 30 dias

Até último dia útil


NORMAL de Maio
PERIÓDICA DE
RENDIMENTOS
SUBSTITUIÇÃO Em qualquer altura

IES - DECL. ANUAL INF. Até 15 de Julho


CONTAB. E FISCAL

Até 15 de Julho
DOSSIER FISCAL

DM10 - Rendimentos Até último dia útil


e Retenções de Fevereiro
Dispensa de entrega da declaração modelo 22 - artigo 117.º n.º 6 do CIRC
A dispensa de entrega da declaração periódica de rendimentos passa a abranger
também as entidades que apenas aufiram rendimentos não sujeitos a IRC,
exceto quando estejam sujeitas a qualquer tributação autónoma.
exemplo
Uma Associação cultural apresenta em 2017, os seguintes rendimentos:
oQuotas de associados = 4.000 euros
oSubsídio da Câmara Municipal
O sujeito passivo está dispensado de apresentar a declaração modelo 22 em 2018
Os rendimentos referidos não estão sujeitos a IRC por força do n.º 3 do artigo 54.º
do Código
Tributações autónomas em sede de IRC
Sujeição: art. 88.º, n.º 1 do CIRC: 70%
Não sujeição: art.º 88.º, n.º 3 do CIRC
Sujeição: art.º 88.º n.ºs 8 e 9 do CIRC
Derrama

As ESNL não estão sujeitas: Lei das Finanças


Pagamento Especial por Conta

As ESNL não estão sujeitas - n.º 1 do art.º 106.º do CIRC, por remissão para o n.º 1 do
art.º 104.º
Taxa de tributação

Art.º 87.º, n.º 1: 21%


CASO PRÁTICO

Uma associação desportiva obteve os seguintes rendimentos::

Quotas pagas pelos associados − 12.650 euros;


Donativos obtidos para a manutenção das instalações desportivas − 13.870;
Subsídios concedidos pela autarquia para ampliação das instalações
desportivas: 65.800 euros;
Mensalidades relativas à frequência das aulas de ginástica e judo: 46.650
euros
Rendas auferidas pela cedência de espaço para a instalação de um bar:
32.000 euros;
Juros obtidos: 645 euros
Publicidade nos recintos desportivos: 34.000 euros
CASO PRÁTICO

E suportou os seguintes encargos:

Encargos administrativos e de gestão da associação: 12.350 euros;


Gastos com eletricidade e água dos recintos desportivos: 7.250
Gastos com a contratação de professores de ginástica e de judo: 16.000
Depreciações dos imóveis e equipamentos afetos às aulas ministradas
(recintos desportivos): 20.000
Gastos com eletricidade e água relativos ao espaço onde funciona o bar:
6.000

Determine o rendimento global, desta associação, a ser sujeito a


tributação em IRC.
Tributação de Não residentes
2. Pessoas coletivas e outras entidades não residentes

Estabelecimento estável em Portugal

SIM NÃO

Lucro imputável ao Rendimento obtido em


estabelecimento estável território português
(categorias do IRS)

Fonte: PINHEIRO PINTO, Fiscalidade, 2011


REGRAS DA TERRITORIALIDADE

REGRAS DE IRC
Pessoas com
sede ou direção
NÃO
Totalidade dos rendimentos,
efetiva em terr. incluindo os obtidos fora do
português território português

Com estabelecimento Rendimentos imputáveis ao


Pessoas sem estável estabelecimento estável
sede ou direção
efetiva em terr.
português Sem estabelecimento
estável Rendimentos considerados
obtidos em território português

Fonte: PINHEIRO PINTO, Fiscalidade, 2011


NÃO RESIDENTES

As pessoas colectivas e outras entidades com sede ou direcção efectiva


em território português, são tributadas em IRC pela totalidade dos seus
rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território.

As pessoas colectivas e outras entidades que não tenham sede nem


direcção efectiva em território português ficam sujeitas a IRC apenas
quanto aos rendimentos nele obtidos.
IRC - tributação de não residentes

Estabelecimento Regime geral


estável

Com obrigação
Sem declarativa
Estabelecimento
ou
estável

tributado por retenção na fonte


a título definitivo
NÃO RESIDENTES
Extensão da obrigação do imposto
(artigo 4º CIRC)
Consideram-se obtidos em território português os rendimentos que a seguir se
indicam:
a) Rendimentos relativos a imóveis situados no território português, incluindo os ganhos
resultantes da sua transmissão onerosa;
b) Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes representativas do capital de
entidades com sede ou direcção efectiva em território português;
c) Rendimentos a seguir mencionados cujo devedor tenha residência, sede ou direcção
efectiva em território português ou cujo pagamento seja imputável a um
estabelecimento estável nele situado:

1) Os provenientes da propriedade intelectual ou industrial e bem assim da prestação de


informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial,
comercial ou científico;
2) Os derivados do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola, industrial, comercial
ou científico;
3) Outros rendimentos de aplicação de capitais;
4) Remunerações auferidas na qualidade de membros de órgãos estatutários de
pessoas colectivas e outras entidades;
5) Prémios de jogo, lotarias, rifas, totoloto e apostas mútuas, bem como importâncias
ou prémios atribuídos em quaisquer sorteios ou concursos;
6) Os provenientes da intermediação na celebração de quaisquer contratos;
7) Os derivados de outras prestações de serviços realizados ou utilizados em território
português, com excepção dos relativos a transportes, comunicações e actividades
financeiras;
8) Os provenientes de operações relativas a instrumentos financeiros derivados;
d) Rendimentos derivados do exercício em território português da actividade de
profissionais de espectáculos ou desportistas.

e) Incrementos patrimoniais derivados de aquisições a título gratuito respeitantes


a:
1) Direitos reais sobre bens imóveis situados em território português;
2) Bens móveis registados ou sujeitos a registo em Portugal;
3) Partes representativas do capital e outros valores mobiliários cuja entidade emitente
tenha sede ou direcção efectiva em território português;
4) Direitos de propriedade industrial, direitos de autor e direitos conexos registados ou
sujeitos a registo em Portugal;
5) Direitos de crédito sobre entidades com residência, sede ou direcção efectiva em
território português;
6) Partes representativas do capital de sociedades que não tenham sede ou direcção
efetiva em território português e cujo activo seja predominantemente constituído por
direitos reais sobre imóveis situados no referido território.
f) Ganhos resultantes da transmissão onerosa de partes de capital ou de direitos similares em
sociedades ou outras entidades não abrangidas pela al. b), quando, em qualquer momento,
durante os 365 dias anteriores, o valor dessas partes de capital ou direitos resultem, direta ou
indiretamente, em mais de 50%, de bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis situados em
território português, com exceção dos imóveis afetos a uma atividade de natureza agrícola,
industrial ou comercial que não consistam na compra e venda de imóveis.
Localização das prestações de serviços
4 - Não se consideram obtidos em território português os rendimentos enumerados na alínea c) do
número anterior quando os mesmos constituam encargo de estabelecimento estável situado fora desse
território
Não se consideram obtidos em território português os rendimentos referidos no n.º 7 da mesma alínea,
quando os serviços de que derivam, sendo realizados integralmente fora do território português, não
respeitem a bens situados nesse território nem estejam relacionados com estudos, projectos, apoio
técnico ou à gestão, serviços de contabilidade ou auditoria e serviços de consultoria, organização,
investigação e desenvolvimento em qualquer domínio
OU SEJA,

Pagamento a entidades não residentes de “rendimentos de outras prestações


de serviços” é sujeito a tributação em Portugal sempre que o pagamento seja
imputável a uma entidade residente em Portugal e aqueles rendimentos sejam
realizados ou utilizados em Portugal

Os serviços realizados integralmente fora do território nacional apenas estão


sujeitos a tributação sempre que os serviços sejam utilizados em Portugal e
respeitem a bens situados nesse território ou estejam relacionados com
estudos, projectos, apoio técnico ou à gestão, serviços de contabilidade ou
auditoria e serviços de consultoria, organização, investigação e
desenvolvimento.
Extensão da obrigação de imposto

Tributação dos não residentes sem estabelecimento estável:

- Por retenção na fonte a título definitivo;


- Através da entrega da modelo 22, na qual é feita a autoliquidação do IRC e do Anexo
E da IES:

Entrega da modelo 22 e Anexo E da IES:


- Mais-valias/menos-valias decorrentes da venda de imóveis;
- Mais-valias/menos-valias decorrentes de operações sobre partes sociais ou de outros
valores mobiliários;
- Rendimentos prediais (estes também estão sujeitos a retenção não definitiva à taxa
de 25%);
- Incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito;
Extensão da obrigação de imposto (art.º 4.º)

Tributação dos não residentes sem estabelecimento estável:

Natureza do rendimento Taxa aplicável


Rendimentos de artistas ou desportistas 25%
Royalties 25%
Aluguer de equipamento agrícola, industrial, comercial ou científico 25%
Assistência técnica 25%
Dividendos 25%
Juros de suprimentos 25%
Juros de títulos de dívida 25%
Outros rendimentos de capitais 25%
Remunerações dos órgãos estatutários 25%
Comissões 25%
Rendimentos de outras prestações de serviços 25%
Prémios de rifas, totoloto, jogo de loto, ou de quaisquer sorteios ou concursos 35%
Extensão da obrigação de imposto (art.º 4.º)

Tributação dos não residentes sem estabelecimento estável.

Averiguar:
-Isenções do art.º 14º do CIRC;
-A existência de Convenção para Evitar a Dupla Tributação.
Noção de estabelecimento estável(art.º 5.º)

Qualquer instalação fixa através da qual seja exercida uma atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola. Ex: um local de direção, uma sucursal, um escritório...

-O caso dos estaleiros de construção de construção, de instalação ou montagem; as


instalações, plataformas ou barcos de perfuração ...com duração superior a 6 meses;
-Quando uma pessoa, que não seja agente independente, atue em território português
por conta de uma empresa e que tenha e exerça poderes de intermediação e conclusão
de contratos que vinculem a empresa;
Noção de estabelecimento estável (art.º 5.º)

Quando há instalação fixa mas não se considera estabelecimento estável porque se


tratam de actividades de caráter preparatório ou auxiliar:

a) Instalações utilizadas unicamente para armazenar, expor ou entregar mercadorias


pertencentes à empresa;
b) Um depósito de mercadorias pertencentes à empresa mantido unicamente para as
armazenar, expor ou entregar; ou para serem transformadas por outra empresa ;
c) Uma instalação fixa mantida unicamente para comprar mercadorias ou reunir
informações para a empresa; ou para exercer, para a empresa, qualquer outra atividade
de caráter preparatório ou auxiliar;
d) Uma instalação fixa mantida unicamente para o exercício de qualquer combinação
das atividades referidas desde que caráter preparatório ou auxiliar;
CASO PRÁTICO

Uma sociedade portuguesa pagou 16.000 euros de comissões a uma


empresa polaca relativamente à intermediação nas vendas que o seu
estabelecimento estável na Polónia está a realizar naquele país.

Também suportou gastos de 14.000 euros relativos a um estudo de


mercado realizado por uma empresa brasileira para aferir da probabilidade
de se vir a expandir para o mercado sul-americano.
CASO PRÁTICO

A sociedade XPTO pagou 15.200 euros serviços de publicidade a uma


empresa espanhola para promoção de um empreendimento turístico de que
é proprietária em Barcelona.

Indique se os rendimentos pagos à empresa italiana devem ser considerado


como obtidos em território nacional?
CASO PRÁTICO

Uma empresa espanhola vendeu, em 2018, 20.000 ações da empresa


portuguesa XPTO, obtendo uma mais-valia de 40.000 euros.

Será tal rendimento de mais-valia considerado como obtido em território


português?
Periodização do lucro tributável
PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS)

PARÁGRAFO 22 DA ESTRUTURA CONCEPTUAL


A fim de satisfazerem os seus objetivos, as demonstrações financeiras são
preparadas de acordo com o regime contabilístico do acréscimo (ou da
periodização económica).
Através deste regime, os efeitos das transações e de outros acontecimentos são
reconhecidos quando eles ocorram (e não quando caixa ou equivalentes de caixa sejam
recebidos ou pagos) sendo registados contabilisticamente e relatados nas demonstrações
financeiras dos períodos com os quais se relacionem.
As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime de acréscimo
informam os utentes não somente das transações passadas envolvendo o pagamento e o
recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no futuro e de recursos
que representem caixa a ser recebida no futuro. Deste modo, proporciona-se informação
acerca das transações passadas e outros acontecimentos que seja mais útil aos utentes
na tomada de decisões económicas.
NCRF 4 – Correção de Erros

Erros: são “omissões, e declarações incorretas nas demonstrações financeiras


da entidade de um ou mais períodos anteriores, decorrentes da falta de uso, ou
uso incorreto, de informação fiável” existente à data da preparação dessas
demonstrações financeiras (NCRF 4, §. 5).

Exemplos de erros:
Efeitos de erros matemáticos;
Erros na aplicação de políticas contabilísticas;
Descuidos ou interpretações incorretas de factos;
Fraude.
ERROS MATERIAIS, ERROS IMATERIAIS,
se puderem, individualmente ou mas feitos intencionalmente.
coletivamente, influenciar as (NCRF 4, §. 36).
decisões económicas dos utentes,
tomadas com base nas
demonstrações financeiras.
(NCRF 4, §. 5)

TIPOS DE ERROS
NCRF 4 – CORREÇÃO DE ERROS
APLICAÇÃO RETROSPETIVA
No primeiro conjunto de demonstrações financeiras autorizadas para
emissão após a sua descoberta

Reexpressão das quantias Se ocorreu antes do período


comparativas para o(s) anterior mais antigo
período(s) anterior(es) apresentado, reexpressão dos
apresentado(s) em que saldos de abertura dos ativos,
tenha ocorrido o erro passivos e situação líquida
para o período anterior mais
antigo apresentado.

REEXPRESSÃO RETROSPETIVA corresponde à correção do reconhecimento, da


mensuração e divulgação das quantias dos elementos das demonstrações financeiras,
como se o erro de períodos anteriores nunca tivesse ocorrido.
PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS)

Artigo 18.º do Código do IRC


Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou
negativas do lucro tributável, são imputáveis ao período de tributação em que
sejam obtidos ou suportados, independentemente do seu recebimento ou
pagamento, de acordo com o regime de periodização económica.

Excepção
As componentes positivas ou negativas consideradas como respeitando a
períodos anteriores só são imputáveis ao período de tributação quando na data de
encerramento das contas daquele a que deviam ser imputadas eram imprevisíveis
ou manifestamente desconhecidas.
PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS)

a) Os réditos relativos a vendas consideram-se em geral realizados, e os


correspondentes gastos suportados, na data da entrega ou expedição dos bens
correspondentes ou, se anterior, na data em que se opera a transferência de
propriedade;

b) Os réditos relativos a prestações de serviços, bem como os gastos referentes a


inventários e a fornecimentos e serviços externos, consideram-se em geral realizados, e
os correspondentes gastos suportados, na data em que o serviço é concluído, exceto
tratando-se de serviços que consistam na prestação de mais de um ato ou numa
prestação continuada ou sucessiva, que são imputáveis proporcionalmente à sua
execução;

c) Os réditos e os gastos de contratos de construção devem ser periodizados tendo


em consideração o disposto no artigo 19.º
PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS)

Quais as consequências fiscais de um erro?


Princípio da especialização dos exercícios versus princípio da justiça

Acórdão 325/08, de 19/11

“ Constatando-se que o contribuinte incorreu em vários erros na aplicação do


princípio da especialização dos exercícios e constatando-se que, da globalidade
deles, resultou ele próprio prejudicado, por ter invocado tardiamente mais custos do
que os que antecipou, não há lugar a aplicação de juros compensatórios pela
invocação de custos antecipados, por imperativo do princípio da justiça. “
PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS)

CASOS PRÁTICOS
I
A empresa XPTO, SA, quando lhe é solicitado o pagamento de uma
fatura por parte de um fornecedor deteta a falta de registo dessa
fatura. O documento respeita a um trabalho especializado faturado no
ano N-1.

Quais as consequências desta operação?

Resposta: artigo 18.º n.º 1


PRINCÍPIO DA PERIODIZAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS)

CASOS PRÁTICOS

No ano N, a empresa emitiu uma nota de crédito relativa a uma


devolução de uma mercadoria faturada no período anterior.

Resposta: artigo 18.º n.º 2


PERIODO DE TRIBUTAÇÃO:
i. Coincidência entre o exercício económico e o ano civil, a menos que optem por
um período de tributação anual não coincidente com o ano civil (opção tem de
ser mantida por 5 anos)
ii. Período de tributação inferior a um ano:
- Início de atividade
- Cessação de atividade
- Quando as condições de sujeição a imposto ocorram e deixem de
verificar-se no mesmo exercício
- Quando seja adotado um período de tributação diferente
- Quando a sede ou direção efectiva de uma empresa passa a situar-se
em território português.
Resultado líquido

+
Variações patrimoniais

Deduzir:
Lucro tributável
-Prejuízos fiscais
-Benefícios fiscais

Matéria coletável

Taxas
Deduções à coleta:
Coleta -DTI
-Benefícios Fiscais
-Pagamentos Especiais por
Conta

Deduzir:
IRC Liquidado -Retenções na fonte
-Pagamentos por Conta

Imposto a pagar
ou a recuperar Acresce:
-Derrama
-Tributações Autónomas
Variações Patrimoniais
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS POSITIVAS
Concorrem ainda para a formação do lucro tributável as variações patrimoniais positivas não refletidas
no resultado líquido do período de tributação, exceto:

a) As entradas de capital, incluindo os prémios de emissão de ações, as coberturas de prejuízos, a


qualquer título, feitas pelos titulares do capital, bem como outras variações patrimoniais positivas
que decorram de operações sobre instrumentos de capital próprio da entidade emitente, incluindo
as que resultem da atribuição de instrumentos financeiros derivados que devam ser reconhecidos
como instrumentos de capital próprio;

b) As mais-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade, incluindo as reservas de


reavaliação ao abrigo de legislação de carácter fiscal;

c) As contribuições, incluindo a participação nas perdas do associado ao associante, no âmbito da


associação em participação e da associação à quota;

d) As relativas a impostos sobre o rendimento.

e) O aumento do capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações de fusão, cisão,


entrada de ativos ou permuta de partes sociais, com exclusão da componente que corresponder à
anulação das partes de capital detidas por esta nas sociedades fundidas ou cindidas.
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS NEGATIVAS

Nas mesmas condições referidas para os gastos, concorrem ainda para a formação do lucro tributável
as variações patrimoniais negativas não refletidas no resultado líquido do período de tributação,
exceto:

a) As que consistam em liberalidades ou não estejam relacionadas com a atividade do contribuinte


sujeita a IRC;

b) As menos-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade;

c) As saídas, em dinheiro ou em espécie, em favor dos titulares do capital, a título de remuneração ou


de redução do mesmo, ou de partilha do património, bem como outras variações patrimoniais
negativas que decorram de operações sobre ações, quotas e outros instrumentos de capital próprio
da entidade emitente ou da sua reclassificação;

d) As prestações do associante ao associado, no âmbito da associação em participação;

e) As relativas a impostos sobre o rendimento.

f) A diminuição do capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações de fusão, cisão ou


entrada de ativos, com exclusão da componente que corresponder à anulação das partes de capital
detidas nas sociedades fundidas ou cindidas.
VARIAÇÕES PATRIMONIAS POSITIVAS OU NEGATIVAS

CASOS PRÁTICOS

Na assembleia geral de aprovação de contas de 2011, a gerência


decidiu atribuir aos gerentes uma gratificação de resultados por terem
sido atingidos os objetivos de gestão.

Resposta: Artigo 24.º do Código do IRC


Parágrafo 18 da NCRF 28
VARIAÇÕES PATRIMONIAS POSITIVAS OU NEGATIVAS

CASOS PRÁTICOS

-Aquisição de quotas ou ações próprias?

Resposta: Artigo 24.º al. c) do Código do IRC


VARIAÇÕES PATRIMONIAS POSITIVAS OU NEGATIVAS

CASOS PRÁTICOS

-Realização de prestações suplementares ou prestações acessórias?

Resposta: Artigo 21.º n.º 1 al. a) do Código do IRC


VARIAÇÕES PATRIMONIAS POSITIVAS OU NEGATIVAS

CASOS PRÁTICOS

-Entradas de sócios para cobertura de prejuízos?

Resposta: Artigo 21.º n.º 1 al. a) do Código do IRC


VARIAÇÕES PATRIMONIAS POSITIVAS OU NEGATIVAS

CASOS PRÁTICOS

-Doação de um imóvel por um sócio?

Resposta: Artigo 21.º n.º 2 do Código do IRC


Subsídios relacionados com ativos
não correntes

Ativos depreciáveis ou Outros


amortizáveis (al. a))
(al. d))

Artigo 22.º n.º 1 al. a)


Inclusão em resultados na
proporção da depreciação ou S/ Inalienabilidade C/ Inalienabilidade
amortização

Inclusão em resultados em Inclusão em resultados em


partes iguais durante 10 partes iguais durante o
anos período de inalienabilidade
VARIAÇÕES PATRIMONIAS POSITIVAS OU NEGATIVAS

Regras especiais para a inclusão de subsídios em resultados

Descrição Inclusão em resultados


Activos intangíveis sem vida útil definida 20 anos
Propriedades de investimento Durante o período de vida útil que se
mensuradas ao justo valor deduz da quota mínima de depreciação
Activos biológicos não consumíveis, aceite se o activo permanecesse
subsequentemente mensurados ao justo reconhecido ao custo de aquisição
valor
Transparência Fiscal
Três objetivos:

•Neutralidade Fiscal
•Combate à evasão fiscal
•Eliminação da dupla tributação
Este regime é aplicável a:
• Sociedades civis não constituídas sob a forma comercial
• Sociedades de profissionais
• Sociedades de simples administração de bens, cuja maioria do
capital pertença direta ou indiretamente, durante mais de 183 dias
do exercício social, a um grupo familiar ou cujo capital social
pertença, em qualquer dia do exercício, a um número de sócios
não superior a cinco e nenhum deles seja pessoa coletiva de
direito público
Sociedades civis não constituídas sob a forma comercial
sociedades de pessoas que não visam a prática de atos de comércio e
que estão subordinadas à lei civil. Estas sociedades não têm
personalidade jurídica.

Sociedades de simples administração de bens


Sociedade que limita a sua actividade à administração de bens ou
valores mantidos como reserva ou para fruição ou à compra de
prédios para habitação dos seus sócios, bem como aquela que
conjuntamente exerça outras actividades e cujos rendimentos
relativos a esses bens, valores ou prédios atinjam, na média dos
últimos três anos, mais de 50% da média, durante o mesmo período,
da totalidade dos seus rendimentos.
Sociedades de simples administração de bens

ENCARGOS
Para este efeito, considera-se grupo familiar o grupo NÃO
constituído por
DEVIDAMENTE
pessoas unidas por vínculo conjugal ou de adopção e bem assim de
DOCUMENTADOS
parentesco ou afinidade na linha recta ou colateral até ao 4.º gru,
inclusive

Não se consideram sociedades de simples administração de bens as


que exerçam a actividade de gestão de participações sociais de
outras sociedades e que detenham participações sociais que
cumpram os requisitos previstos no n.º 1 do artigo 51.º.
Sociedade de profissionais
1) Sociedade constituída para o exercício de uma atividade profissional
especificamente prevista na lista de actividades a que se refere o artigo
151.º do Código do IRS, na qual todos os sócios pessoas singulares
sejam profissionais dessa actividade;
Ou
2) A sociedade cujos rendimentos prevenham, em mais de 75%, do
exercício conjunto ou isolado de actividades profissionais
especificamente previstas na lista constante do artigo 151.º do Código
do IRS, desde que, cumulativamente, em qualquer dia do período de
tributação, (i) o número de sócios não seja superior a cinco, (ii) não seja
pessoa colectiva de direito público e (iii) pelo menos 75% do capital
social seja detido por profissionais que exercem as referidas
actividades, total ou parcialmente, através da sociedade.
TRANSPARÊNCIA FISCAL

Imputação aos sócios ou membros da sociedade transparente da


matéria coletável, ainda que não tenha havido distribuição de
lucros

 Natureza obrigatória
 Não sujeição a PEC ou PC
 Não sujeição a derrama
 Dedução de prejuízos fiscais (n.º 7 do artigo 52.º)
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

 Imputação da matéria colectável no Anexo G da IES (artigo 117.º nº 1


al. c) e 121.º do CIRC)

 Declaração pelo sujeito passivo de IRS da matéria tributável que lhe


foi imputada no Anexo D da Declaração Modelo 3

 Regras do CIRS: artigo 20.º; artigo 33.º e Portaria 1041/2001, de 28


de agosto
CASO PRÁTICO

Em 2016, foi constituída uma sociedade por quotas, cujo objeto social
contempla o exercício das atividades de consultoria fiscal e de comércio de
software de gestão. Como a sociedade nunca exerceu a atividade de venda
de software, em março de 2017 os sócios deliberaram proceder ao
arrendamento de parte das instalações que tinham sido adquiridas para
instalar uma loja, ocupando o restante com um novo escritório. Sabendo que
os três sócios exercem a atividade de consultores fiscais através da
sociedade, qual o enquadramento desta em relação ao regime de
transparência fiscal?
CASO PRÁTICO

A sociedade Saúde, Lda., tem como objeto a prática de medicina, sendo


constituída por quatro sócios: um médico pediatra; um médico dentista; um
médico de clínica geral e um médico cardiologista.

Em novembro de 2015, o médico cardiologista reformou-se deixando de


exercer medicina, pelo que passou apenas a exercer funções de gerente na
referida sociedade.

Qual o enquadramento da sociedade Saúde, Lda., em relação ao regime de


transparência fiscal, no período de 2016, sabendo que, neste ano, apenas 3
dos sócios exerceram a sua atividade na sociedade?
Rendimentos e Gastos
RENDIMENTOS (artigo 20.º)

Consideram-se rendimentos os resultantes de operações de qualquer


natureza, em consequência de uma ação normal ou ocasional, básica
ou meramente acessória
Os relativos a vendas ou prestações de serviços, descontos, bónus e abatimentos, comissões e
corretagens;
Rendimentos de imóveis;
De natureza financeira, tais como juros, dividendos, descontos, ágios, transferências, diferenças
de câmbio, prémios de emissão de obrigações e os resultantes da aplicação do método do juro
efetivo aos instrumentos financeiros valorizados pelo custo amortizado;
Rendimentos da propriedade industrial ou outros análogos;
Prestações de serviços de carácter científico ou técnico;
Rendimentos resultantes da aplicação do justo valor em instrumentos financeiros;
Rendimentos resultantes da aplicação do justo valor em ativos biológicos consumíveis que não
sejam explorações silvícolas plurianuais;
Mais-valias realizadas;
Indemnizações auferidas, seja a que título for;
Subsídios à exploração.
RENDIMENTO

Réditos Ganhos
-Vendas -Mais-valias
-Prestações de serviços -Subsídios à exploração
-juros, -Donativos
-Dividendos -Justo valor dos ativos
-royalties
Gastos (artigo 23.º)

Para a determinação do lucro tributável, são dedutíveis todos os gastos e perdas


incorridos ou suportados pelo sujeito passivo para obter ou garantir os
rendimentos sujeitos a IRC

“É hoje bastante consensual que a indispensabilidade dos gastos deve, num plano
geral, ser entendida como considerando dedutíveis aqueles que sejam incorridos no
interesse da empresa, na prossecução das respectivas actividades. Tem-se afastado,
pois, a interpretação do conceito de indispensabilidade como significando uma
necessária ligação causal entre gastos e rendimentos.”
Comissão da Reforma do IRC
DOCUMENTOS COMPROVATIVOS
Estabelece-se que o documento comprovativo da aquisição de bens ou serviços terá
de conter pelo menos os seguintes elementos:

(i)nome ou denominação social do vendedor e do adquirente,

(ii)NIF de ambas as entidades, se residentes em território nacional;

(iii)quantidade e denominação dos bens adquiridos/dos serviços prestados;

(iv)preço e

(v)data de aquisição.

Sempre que nos termos do Código do IVA haja obrigação de emissão de fatura, esta
será o documento comprovativo exigível.
GASTOS ACEITES FISCALMENTE

Os relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços, tais como matérias
utilizadas, mão-de-obra, energia e outros gastos gerais de produção, conservação e
reparação;
Os relativos à distribuição e venda, abrangendo os de transportes, publicidade e
colocação de mercadorias e produtos;
De natureza financeira, tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração,
descontos, ágios, transferências, diferenças de câmbio, gastos com operações de crédito,
cobrança de dívidas e emissão de obrigações e outros títulos, prémios de reembolso e os
resultantes da aplicação do método do juro efectivo aos instrumentos financeiros
valorizados pelo custo amortizado;
De natureza administrativa, tais como remunerações, incluindo as atribuídas a título de
participação nos lucros, ajudas de custo, material de consumo corrente, transportes e
comunicações, rendas, contencioso, seguros, incluindo os de vida, doença ou saúde, e
operações do ramo «Vida», contribuições para fundos de poupança-reforma, contribuições
para fundos de pensões e para quaisquer regimes complementares da segurança social,
bem como gastos com benefícios de cessação de emprego e outros benefícios pós-
emprego ou a longo prazo dos empregados;
GASTOS ACEITES FISCALMENTE

 Os relativos a análises, racionalização, investigação, consulta e projectos de


desenvolvimento;
De natureza fiscal e parafiscal;
Depreciações e amortizações;
Ajustamentos em inventários, perdas por imparidade e provisões;
Perdas resultantes da aplicação do justo valor em instrumentos financeiros;
Perdas resultantes da aplicação do justo valor em activos biológicos consumíveis que não
sejam explorações silvícolas plurianuais;
Menos-valias realizadas;
Indemnizações resultantes de eventos cujo risco não seja segurável.
ENCARGOS NÃO DEDUTÍVEIS
Não são dedutíveis para efeitos de determinação do lucro
tributável os seguintes encargos, mesmo quando
contabilizados como gastos do período de tributação:
a) O IRC, incluindo as tributações autónomas, e outros impostos que
directa ou indirectamente incidam sobre os lucros;
b) Despesas não documentadas;
c) Encargos cuja documentação não cumpra o disposto nos n.ºs 3 e 4
do artigo 23, bem como os encargos evidenciados em documentos
emitidos por sujeitos passivos com número de identificação fiscal
inexistente ou inválido ou por sujeitos passivos cuja cessação de
atividade tenha sido declarada oficiosamente;
d) As despesas ilícitas;
e) As multas, coimas e demais encargos pela prática de infracções, de
qualquer natureza, que não tenham origem contratual, bem como por
comportamentos contrários a qualquer regulamentação sobre o
exercício da atividade, incluindo os juros compensatórios;

f) Os impostos, taxas e outros tributos que incidam sobre terceiros que o


sujeito passivo não esteja legalmente obrigado a suportar;

g) As indemnizações pela verificação de eventos cujo risco seja


segurável;

h) As ajudas de custo e os encargos com compensação pela


deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade
patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer título,
SEMPRE QUE…
A entidade patronal não possua, por cada pagamento efectuado, um
mapa através do qual seja possível efectuar o controlo das
deslocações a que se referem aqueles encargos, designadamente:
-os respectivos locais
- tempo de permanência
- objectivo
-no caso de deslocação em viatura própria do trabalhador, identificação
da viatura e do respectivo proprietário, bem como o número de
quilómetros percorridos
EXCEPTO NA PARTE EM QUE HAJA LUGAR A TRIBUTAÇÃO EM
SEDE DE IRS NA ESFERA DO RESPECTIVO BENEFICIÁRIO
i) Os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de
passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor das
depreciações dessas viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do
n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos;

j) Os encargos com combustíveis na parte em que o sujeito passivo


não faça prova de que os mesmos respeitam a bens pertencentes ao
seu activo ou por ele utilizados em regime de locação e de que não
são ultrapassados os consumos normais;
m) Os juros e outras formas de remuneração de suprimentos e
empréstimos feitos pelos sócios à sociedade, na parte em que
excedam o valor correspondente à taxa definida por portaria do
membro do governo, salvo no caso de se aplicar o regime estabelecido
no artigo 63.º

PORTARIA 279/2014, de 30 de Dezembro


-Taxa máxima aceite para efeitos fiscais, em relação a juros de suprimentos, a correspondente
à taxa Euribor a 12 meses do dia da constituição da dívida, acrescida de um spread de 2%

-Sempre que se trate de juros e outras formas de remuneração de suprimentos e empréstimos


feitos pelos sócios a PME, tal como definidas no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de
Novembro, é fixado em 6% o spread a acrescer à taxa EURIBOR a 12 meses
Participação nos lucros por membros dos órgãos sociais da
empresa (alíneas n) e o))
N.º 5 DO
Não são considerados como gastos: ARTIGO
23.º-A

- se não pagos ou colocados à disposição até ao fim do período de


tributação seguinte
-Na parte em que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no
período de tributação a que respeita o resultado em que participam
N.º 6 DO
ARTIGO
23.º-A
LIMITE = Total das remunerações auferidas no respectivo período pelo
beneficiário x 2
12
p) A contribuição sobre o setor bancário;

q) Contribuição extraordinária sobre o setor energético;

r) Importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a pessoas singulares


ou colectivas residentes fora do território português e aí submetidas a
um regime fiscal claramente mais favorável (Portaria 150/2004, de
13/02), ou cujo pagamento seja efetuado em contas abertas em
instituições financeiras aí residentes ou domiciliadas salvo se provar, no
prazo de 30 dias após notificação, que se trata de encargos
efetivamente realizados e não têm caráter anormal ou montante
exagerado;
DESPESAS NÃO DOCUMENTADAS VS DESPESAS INDEVIDAMENTE
DOCUMENTADAS
Uma, possível, fixação, de alguns conceitos nesta matéria:

Despesas não documentadas — são aquelas que não apresentam ou têm por base qualquer
documento de suporte que as justifique. De regra são designadas por “despesas confidenciais” e
será o caso da saída de numerário de caixa ou de “saco azul” sem qualquer documento
justificativo ou de suporte para efectuar pagamentos sem emissão do correspondente recibo

Despesa ou encargos não devidamente documentados — são aquelas que têm suporte
documental; no entanto, este documento não se encontra na sua forma devida e exigida pela lei,
sendo exemplo a emissão de factura sem discriminação do material a que se refere não
cumprindo assim os requisitos formais dos documentos exigidos pelo código do CIRC e do IVA ou
o movimento financeiro existente no extracto bancário em que é possível identificar o seu
destinatário mas não é possível entender em termos quantitativos e qualitativos quais os bens ou
serviços que determinaram certo pagamento a determinada entidade.

Qualquer destas despesas acarretam para o contribuinte a não dedutibilidade para efeitos fiscais
(custos para determinação do lucro tributável).

Ac. do STA, de 22/02/2017, Proc. 0837/15


INVENTÁRIOS
INVENTÁRIOS
Aproximação das normas fiscais às normas contabilísticas

NCRF 18 Artigos 26.º e


28.º do CIRC

Inventários (existências) são ativos:

(a) Detidos para venda no decurso ordinário da atividade empresarial;


(b) No processo de produção para tal venda; ou
(c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de
produção ou na prestação de serviços
Segundo a norma contabilística, os inventários são mensurados pelo custo ou
pelo valor realizável líquido (VRL), dos dois o mais baixo (VRL = preço de
venda estimado – gastos previsíveis de acabamento e venda)
Se no final do período o custo exceder o VRL, procede-se a um ajustamento.

Mensuração:

No momento do reconhecimento inicial: custo de aquisição ou produção

Nos momentos subsequentes: custo ou VRL, dos dois o mais baixo


ARTIGO 28.º

São dedutíveis no apuramento do lucro tributável as perdas por


imparidade em inventários, reconhecidas no mesmo período de
tributação ou em períodos de tributação anteriores, até ao limite da
diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos inventários e o
respectivo valor realizável líquido (VRL) referido à data do balanço, quando
este for inferior àquele

Acórdão do TCA, de 29 de janeiro de 2002 (recurso n.º 5930.01):

“cabe à administração fiscal o ónus da prova material dos


pressupostos de facto da liquidação tributária.” (?)
ARTIGO 26.º n.º 2 do CIRC

Podem ser incluídos no custo de aquisição ou de produção os custos de


empréstimos obtidos, bem como outros gastos que lhes sejam directamente
atribuíveis de acordo com a normalização contabilística especificamente
aplicável
DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
Depreciações e amortizações ( al. g) do artigo 23.º)

FONTES
1. NCRF 6, 7 e 11
2. Artigos 29.º a 33.º do Código do IRC
3. Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de setembro
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS

Os ativos fixos tangíveis são recursos que uma empresa detém, com carácter
de permanência ou continuidade, não se destinando a ser vendidos ou
transformados no decurso das suas atividades normais. Não aceite
fiscalmente
MENSURAÇÃO INICIAL
CUSTO
=
Preço de compra
+
Custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo na sua localização e
condições necessárias para que o mesmo funcione da forma pretendida
+
Estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do ativo Não aceite
+ fiscalmente
Restauração do local onde o mesmo está localizado
DEPRECIAÇÃO DE UM ATIVO FIXO TANGÍVEL

INÍCIO CESSAÇÃO
Quando o bem for classificado como
Quando o bem está disponível para uso detido para venda; ou
Na data em que seja desreconhecido
REGRA FISCAL
A que ocorrer mais cedo
A partir da entrada em
funcionamento ou utilização

O gasto de depreciação é reconhecidos nos resultados


A quantia depreciável deve ser imputada a resultados numa base sistemática
durante a sua vida útil.

A estimativa da vida útil de um ativo fixo tangível é sujeita a juízos de valor,


pois depende:

Uso esperado do ativo;


Desgaste normal esperado;
Obsolescência técnica ou comercial;
Limites legais ou semelhantes no uso do ativo.

Não são aceites como gastos para efeitos fiscais as depreciações ou


amortizações praticadas para além do período máximo de vida útil,
ressalvando-se os casos devidamente justificados e aceites pela Autoridade
Tributária e Aduaneira
ATIVOS INTANGÍVEIS

Ativo intangível: é um ativo não monetário identificável sem substância física

Um item é reconhecido como ativo intangível se satisfizer, cumulativamente


(NCRF 6, §§. 18, 21):

A definição de ativo intangível;

A reunião dos critérios de reconhecimento, nomeadamente:

- Ser provável que os benefícios económicos futuros esperados que


sejam atribuíveis ao ativo fluam para a entidade;

- O custo do ativo possa ser mensurado com fiabilidade.


A vida útil de um ativo intangível pode ser:
Finita; ou
Indefinida.

Se um ativo intangível tiver vida útil finita:


Deve ser amortizado:
- Método da linha reta;
-Método da unidade de produção.
REGRA FISCAL
Numa base sistemática ao longo da sua vida útil.
Começo: quando disponível para uso; A partir da aquisição ou início de
atividade se posterior
Cessa: quando classificado como detido para venda ou quando desreconhecido.
Imparidades – NCRF 12.
PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO (NCRF 11)

Propriedade de investimento: é a propriedade (terreno ou um edifício - ou


parte de um edifício - ou ambos) detida (pelo dono ou pelo locatário numa
locação financeira) para obter rendas ou para valorização do capital ou para
ambas as finalidades, e não para:

(a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para


finalidades administrativas; ou
(b) Venda no curso ordinário do negócio.
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

CONTABILIDADE FISCALIDADE
-Método da linha reta - Método da linha reta

-Método do saldo crescente - Método das quotas


decrescentes (não aplicável a
-Método das unidades de ativos intangíveis, propriedades de
produção investimento, bens adquiridos em
estado de uso, edifícios, viaturas
ligeiras de passageiros ou mistas,
mobiliário e equipamentos sociais)
REGRAS FISCAIS

As depreciações e amortizações só são aceites para efeitos


fiscais desde que contabilizadas como gastos no mesmo período
de tributação ou em períodos de tributação anteriores (n.º 3 do
artigo 1.º do DR)
Despesas com projetos de desenvolvimento podem ser como gasto
fiscal no período de tributação que sejam suportadas (artigo 32.º)
Elementos do ativo sujeitos a deperecimento, cujos custos unitários de
aquisição ou de produção não ultrapassem € 1000 podem ser
totalmente depreciados ou amortizados num só período de tributação
(artigo 33.º)
CASO ESPECIAL DAS VIATURAS LIGEIRAS DE PASSAGEIROS OU
MISTAS

Artigo 34.º n.º 1 al. e) do Código do IRC


As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo
os veículos elétricos, na parte correspondente ao custo de aquisição ou
ao valor de reavaliação excedente ao montante a definir por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças, bem como dos
barcos de recreio e aviões de turismo e todos os gastos com estes
relacionados, desde que tais bens não estejam afetos à exploração do
serviço público de transportes ou não se destinem a ser alugados no
exercício da atividade normal do sujeito passivo.
Limites aplicáveis a viaturas ligeiras de passageiros ou mistas
Período de Período de Período de
Período de
tributação tributação tributação
Aquisição tributação
iniciado em ou a iniciado em ou iniciado em ou a
anterior a
partir de a partir de partir de
Classificação 2010/01/01
2010/01/01 2011/01/01 2012/01/01
Viaturas
ligeiras de
passageiros 29 927,87 40 000,00 45 000,00 50 000,00
ou mistas
elétricas
Viaturas
ligeiras de
passageiros
29 927,87 40 000,00 30 000,00 25 000,00
ou mistas
convenciona
is
ARTIGO 34.º - GASTOS NÃO DEDUTÍVEIS PARA EFEITOS FISCAIS
1. Não são aceites como gastos:
a) As depreciações e amortizações de elementos do ativo não sujeitos a deperecimento;
b) As depreciações de imóveis na parte correspondente ao valor dos terrenos ou na não sujeita a
deperecimento;
c) As depreciações e amortizações que excedam os limites estabelecidos nos artigos anteriores;
d) As depreciações e amortizações que excedam os limites do artigos 29.º a 34.º.
e) As depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, incluindo os veículos
elétricos, na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente ao
montante a definir por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, bem
como dos barcos de recreio e aviões de turismo e todos os gastos com estes relacionados, desde
que tais bens não estejam afectos à exploração do serviço público de transportes ou não se
destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo.

2 - Para efeitos do disposto na alínea d) do número anterior, o período máximo de vida útil é o
que se deduz das quotas mínimas de depreciação ou amortização, nos termos do n.º 4
do artigo 31.º-A, contado a partir do ano de entrada em funcionamento ou utilização dos elementos
a que respeitem.
PROVISÕES
Provisões ( al. h) do artigo 23.º)
NCRF 21

Passivo “ é uma obrigação presente da entidade proveniente de


acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte um
exfluxo de recursos da entidade incorporando benefícios económicos”
(EC §. 49).

Provisão “é um passivo de tempestividade ou quantia incerta” (NCRF 21,


§. 8).
Uma provisão só deve ser reconhecida, quando cumulativamente:

Uma entidade tenha uma obrigação presente, como resultado de um


acontecimento passado;

Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios


económicos, será necessário para liquidar a obrigação; e

Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.

Se estas condições não forem satisfeitas cumulativamente,


nenhuma provisão deve se reconhecida.
Condições de reconhecimento de provisões

A probabilidade de existir uma obrigação presente à data do balanço é…

Maior do que a Menor do que a


probabilidade de probabilidade de Remota?
ela não existir? ela não existir?

Reconhecer uma É um Passivo


provisão, Contingente que
Nada a fazer.
se os critérios deverá ser divulgado
forem satisfeitos no Anexo
As provisões devem ser revistas anualmente à data do balanço de forma
a averiguar a necessidade do seu reforço ou reversão (NCRF 21, §. 58).

-Reforço das provisões


-Reversão das provisões
Artigo 39.º do 1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes provisões:
CIRC
a) As que se destinem a fazer face a obrigações e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os gastos
do período de tributação;

b) As que se destinem a fazer face a encargos com garantias a clientes previstas em


contratos de venda e de prestação de serviços;

c) As provisões técnicas constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas


pelo Instituto de Seguros de Portugal, de carácter genérico e abstrato, pelas
empresas de seguros sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de
empresas seguradoras com sede em outro Estado membro da União Europeia;

d) As constituídas com o objetivo de fazer face aos encargos com a reparação de danos
de caráter ambiental dos locais afetos à exploração, sempre que tal seja obrigatório
nos termos da legislação aplicável e após a cessação desta.

2 - A determinação das provisões referidas no número anterior deve ter por base as
condições existentes no final do período de tributação.
Artigo 39.º do 3 - Quando a provisão for reconhecida pelo valor presente, os gastos resultantes do
CIRC respetivo desconto ficam igualmente sujeitos a este regime.

4 - As provisões a que se referem as alíneas a) a c) do n.º 1 que não devam subsistir por
não se terem verificado os eventos a que se reportam e as que forem utilizadas para
fins diversos dos expressamente previstos neste artigo consideram-se rendimentos do
respetivo período de tributação.

5 - O montante anual da provisão para garantias a clientes a que refere a alínea b)


do n.º 1 é determinado pela aplicação às vendas e prestações de serviços
sujeitas a garantia efetuadas no período de tributação de uma percentagem que
não pode ser superior à que resulta da proporção entre a soma dos encargos
derivados de garantias a clientes efetivamente suportados nos últimos três
períodos de tributação e a soma das vendas e prestações de serviços sujeitas a
garantia efetuadas nos mesmos períodos.

6 - O montante anual acumulado das provisões técnicas, referidas na alínea c) do n.º 1,


não devem ultrapassar os valores mínimos que resultem da aplicação das normas
emanadas da entidade de supervisão.
CASO PRÁTICO
A sociedade Úrano, SA comercializa o produto Xis20, oferecendo uma garantia de 3 anos contra
defeitos de fabrico. Nos três últimos períodos de tributação, as vendas realizadas desse produto
Xis20 e os encargos suportados com as garantias concedidas, foram os seguintes:

Exercícios 2014 2015 2016 Totais

Vendas 180.000,00 190.000,00 240.000,00 610.000,00

Encargos com garantias 7.000,00 8.500,00 12.000,00 27.500,00

No exercício de 2016, a Úrano, SA reconheceu contabilisticamente uma provisão para garantias a


clientes de € 12.000.
Quais as correções fiscais que a sociedade Úrano deve efetuar no quadro 07 da declaração modelo
22?
Resolução:
Limite da provisão aceite fiscalmente = 240.000 (vendas 2016) x 27.500 (encargos 2014/2015 e
2015) ƒ610.000 (Vendas 2014/2015 e 2016)
Limite da provisão aceite fiscalmente = 240.000 (vendas 2016) x 4,5082% Limite da provisão aceite
fiscalmente = 10.819,70
Correção fiscal (a acrescer na linha 721 do quadro 07)= 12.000 − 10.819,70 = 1.180,30
PERDAS POR IMPARIDADE
Perdas por imparidade ( al. h) do artigo 23.º)
NCRF 12 – Perdas por Imparidades

Deparamo-nos com uma imparidade de um ativo fixo tangível quando


a quantia recuperável de um ativo é inferior à quantia inscrita no
balanço da entidade.

Perda por imparidade = Quantia escriturada - Quantia recuperável

As empresas devem verificar anualmente se existe indicação de que


alguns dos seus ativos se encontram sobreavaliados.
A quantia recuperável de um ativo é o maior dos seguintes valores:

Justo valor menos custos de vender (valor realizável líquido); e

Valor de uso.

 Acordo de venda vinculativo ajustado para custos incrementais


que sejam diretamente atribuíveis à venda

Justo Valor  Existência de mercado ativo: preço de mercado do ativo

 Melhor informação disponível para refletir a quantia que uma


entidade poderia obter, à data do balanço, com a venda do ativo

Exemplos:
 Custos legais
 Imposto do selo
Custos de
 Impostos sobre transações semelhantes
vender  Custos de remoção do ativo
 Custos incrementais diretos para colocar o ativo em condições de
venda
O valor de uso “é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere surjam do

uso continuado de um ativo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no fim da sua vida útil”

(NCRF 12, §. 4).


Artigo 23.º, al. 1 - Consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a realização
h), do CIRC dos rendimentos sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora,
nomeadamente:

(…)

h) Perdas por imparidade;


Artigo 28.º-A 1 – Podem
ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes perdas por
do CIRC imparidade,
quando contabilizadas no mesmo período de tributação ou
PERDAS POR em períodos de tributação anteriores:
IMPARIDADE
EM DÍVIDAS a)As relacionadas com créditos resultantes da actividade normal,
A RECEBER
incluindo os juros pelo atraso no cumprimento de obrigação, que, no fim
do período de tributação, possam ser considerados de cobrança
duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;

b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de


seguros.
PERDAS POR IMPARIDADE EM ATIVOS NÃO CORRENTES
Artigo 31.º-B do 1 – Podem ser aceites como gastos fiscais as perdas por imparidade em activos não
CIRC correntes provenientes de causas anormais comprovadas, designadamente desastres,
fenómenos naturais, inovações técnicas excepcionalmente rápidas ou alterações
significativas, com efeito adverso, no contexto legal.

2 – Para efeitos do disposto no número anterior, o sujeito passivo deve obter a aceitação da
Autoridade Tributária e Aduaneira, mediante exposição devidamente fundamentada, a
apresentar até ao fim do 1.º mês do período de tributação seguinte ao da ocorrência dos
factos que determinaram as desvalorizações excepcionais, acompanhada de documentação
comprovativa dos mesmos, designadamente da decisão do competente órgão de gestão
que confirme aqueles factos, de justificação do respectivo montante, bem como da
indicação do destino a dar aos activos, quando o abate físico, o desmantelamento, o
abandono ou a inutilização destes não ocorram no mesmo período de tributação.

3- Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate


físico, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de
tributação, o valor líquido fiscal dos ativos, corrigido de eventuais valores recuperáveis
pode ser aceite como gasto do período, desde que:
Artigo 31.º-B do CIRC a) Seja comprovado o abate físico, desmantelamento, abandono ou
inutilização dos bens, através do respetivo auto, assinado por duas
testemunhas, e identificados e comprovados os factos que originaram as
desvalorizações excecionais;

b) O auto seja acompanhado de relação discriminativa dos elementos em


causa, contendo, relativamente a cada ativo, a descrição, o ano e o custo
de aquisição, bem como o valor líquido contabilístico e o valor líquido fiscal;

c) Seja comunicado ao serviço de finanças da área do local onde aqueles


bens se encontrem, com a antecedência mínima de 15 dias, o local, a data
e a hora do abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização
e o total do valor líquido fiscal dos mesmos.
Artigo 31.º-B do CIRC 4 - O disposto nas alíneas a) a c) do número anterior deve igualmente observar-
se nas situações previstas no n.º 2, no período de tributação em que venha a
efetuar-se o abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização
dos ativos.

5 - A aceitação referida no n.º 2 é da competência do director de finanças da área


da sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável do sujeito passivo ou do
director da Unidade dos Grandes Contribuintes, tratando-se de empresas
incluídas no âmbito das suas atribuições.

6 - A documentação a que se refere o n.º 3 deve integrar o processo de


documentação fiscal, nos termos do artigo 130.º.
Perdas por imparidade em créditos (artigo 28.º-B.º)
Consideram-se créditos de cobrança duvidosa aqueles em que o risco de incobrabilidade esteja
devidamente justificado (incluindo juros de mora), o que se verifica nos seguintes casos:

a) O devedor tenha pendente processo de execução, processo de insolvência, processo especial


de revitalização ou procedimento de recuperação de empresas por via extrajudicial ao abrigo do
Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 178/2012, de 3 de Agosto;
b) Os créditos tenham sido reclamados judicialmente ou em tribunal arbitral;
c) Os créditos estejam em mora há mais de seis meses desde a data do respetivo vencimento e
existam provas objetivas de imparidade e de terem sido efetuadas diligências para o seu
recebimento.

2 - O montante anual acumulado da perda por imparidade de créditos referidos na alínea c) do número
anterior não pode ser superior às seguintes percentagens dos créditos em mora:
a) 25% para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;
b) 50% para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;
c) 75% para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;
d) 100% para créditos em mora há mais de 24 meses.
Perdas por imparidade em créditos (artigo 28.º-B.º)

NORMA ANTI-ABUSO

3 -Não são considerados de cobrança duvidosa:

a) Os créditos sobre o Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais ou aqueles em


que estas entidades tenham prestado aval;
b) Os créditos cobertos por seguro, com exceção da importância correspondente à
percentagem de descoberto obrigatório, ou por qualquer espécie de garantia real;
c) Os créditos sobre pessoas singulares ou colectivas que detenham, directa ou
indirectamente, nos termos do n.º 6 do artigo 69.º, mais de 10% do capital da empresa ou
sobre membros dos seus órgãos sociais, salvo nos casos previstos nas alíneas a) e b) do
n.º 1;
d) Os créditos sobre empresas participadas, directa ou indirectamente, nos termos do n.º
6 do artigo 69.º, em mais de 10% do capital, salvo nos casos previstos nas alíneas a) e
b) do n.º 1;
e) Os créditos entre empresa detidas, direta ou indiretamente, nos termos do n.º 6 do
artigo 69.º, em mais de 10% do capital pela mesma pessoa singular ou coletiva, salvo
nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1.
Créditos incobráveis (artigo 41.º)
Os créditos incobráveis podem ser diretamente considerados gastos ou perdas do período de
tributação, ainda que o respetivo reconhecimento contabilístico já tenha ocorrido em períodos
anteriores, em qualquer das seguintes situações, desde que não tenha sido admitida perda por
imparidade ou esta se mostre insuficiente:

a) Em processo de execução, após o registo a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 717.º do
Código de Processo Civil;
b) Em processo de insolvência, quando a mesma for decretada de carácter limitado ou quando for
determinado o encerramento do processo por insuficiência de bens, ao abrigo da al. d) do n.º 1 do
artigo 230.º e do artigo 232.º, ambos do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, ou
após a realização do rateio final, do qual resulte o não pagamento definitivo do crédito;
c) Em processo de insolvência ou em processo especial de revitalização, quando seja proferida
sentença de homologação do plano de insolvência ou do plano de recuperação que preveja o não
pagamento definitivo do crédito;
d) Nos termos previstos no SIREVE, após celebração do acordo previsto no artigo 12.º desse
regime;
e) No âmbito de litígios emergentes da prestação de serviços públicos essenciais, após decisão
arbitral;
f) Nos termos do regime jurídico da prestação de serviços públicos essenciais, os créditos se
encontrem prescritos e o seu valor não ultrapasse o montante de € 750,00.
ACTIVOS INTANGÍVEIS

“Introdução de um regime inovador ao abrigo do qual é atribuída relevância fiscal,


durante vinte períodos de tributação, aos elementos do activo intangível adquiridos
autonomamente pelo sujeito passivo, com vista a adequar o seu tratamento tributário à
importância que os referidos elementos têm vindo a assumir enquanto potenciadores de
crescimento económico.”

Relatório da Comissão de Reforma do IRC


ACTIVOS INTANGÍVEIS
São dedutíveis, em partes iguais, ao longo de 20 períodos de tributação os seguintes activos intangíveis
sem período de vida útil definida e, por isso, não depreciáveis:
-Elementos da propriedade industrial adquiridos a título oneroso; IRC 2014
-Goodwill adquirido numa concentração de actividades empresariais.

Excluem-se:
-Intangíveis adquiridos no âmbito de operações de fusão, cisão ou entrada de activos, quando seja
aplicado o regime especial previsto no artigo 74.º;
-Goodwill respeitante a participações sociais;
-Intangíveis adquiridos a entidades residentes em país, território ou região sujeito a um regime fiscal
claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável
pela área das finanças.
MAIS E MENOS VALIAS
De acordo com o artigo 46.º do Código do IRC, consideram-se
mais-valias ou menos-valias realizadas os ganhos obtidos ou as
perdas sofridas mediante transmissão onerosa, qualquer que
seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes de
sinistros ou os resultantes da afectação permanente a fins
alheios à actividade exercida
Respeitantes a…
…. Ativos fixos tangíveis, ativos intangíveis, ativos
biológicos que não sejam consumíveis e propriedades
de investimento, ainda que qualquer destes ativos tenha
sido reclassificado como ativo não corrente detido para
venda;
e

…. Instrumentos financeiros, com excepção dos


reconhecidos pelo justo valor nos termos do n.º 9 do
artigo 18.º do CIRC
Cálculo das mais e menos valias fiscais:
As mais-valias e as menos-valias são dadas pela diferença entre o
valor de realização, líquido dos encargos que lhe sejam inerentes, e
o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade, bem
como das depreciações ou amortizações aceites fiscalmente, das
perdas por imparidade e outras correções de valor previstas nos
artigos 28.º-A e 31.º-B e ainda dos valores reconhecidos como gasto
fiscal nos termos do artigo 45.º-A, sem prejuízo do disposto na parte
final do n.º 3 do artigo 31.º-A.

CÁLCULO DAS MAIS E MENOS VALIAS CONTABILÍSTICAS:

+- VALIA = VR - VC
Considera-se valor de realização (art. 46º):

a) No caso de troca, o valor de mercado dos bens ou


direitos recebidos, acrescido ou diminuído, consoante o
caso, da importância em dinheiro conjuntamente recebida
ou paga;
b) No caso de expropriações ou de bens sinistrados, o
valor da correspondente indemnização;
c) No caso de bens afectos permanentemente a fins
alheios à actividade exercida, o seu valor de mercado;
Considera-se valor de realização (art. 46º):

d) Nos casos de fusão ou cisão, o valor de mercado dos


elementos transmitidos em consequência daqueles actos;
e) No caso de alienação de títulos de dívida, o valor da
transacção, líquido dos juros contáveis desde a data do último
vencimento ou da emissão, até à data da transmissão, bem
como da diferença atribuível àqueles períodos, entre o valor de
reembolso e o preço da emissão, nos casos de títulos cuja
remuneração seja constituída por aquela diferença;
f) Nos demais casos, o valor da respectiva
contraprestação.
São assimiladas a transmissões onerosas (presunção fiscal):

a) A promessa de compra e venda ou de troca, logo que


verificada a tradição dos bens;
b)As mudanças no modelo de valorização relevantes para
efeitos fiscais, que decorram de reclassificação
contabilística.

Não se consideram mais-valias ou menos-valias os


resultados obtidos em consequência da entrega pelo
locatário ao locador dos bens objecto de locação
financeira;
CORRECÇÃO MONETÁRIA

Aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda,


sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo
menos dois anos desde a data da aquisição
Os coeficientes são publicados anualmente em portaria do
Ministro das Finanças (Para o ano de 2017  Portaria n.º
326/2017, de 30 de outubro
A correção monetária a que se refere o número anterior não
é aplicável aos instrumentos financeiros, exceto quando se
trate de partes de capital
REINVESTIMENTO

Mediante o reinvestimento do valor de realização de ativos


fixos tangíveis, activos intangíveis activos biológicos não
consumíveis, detidos por um período não inferior a um ano

A diferença positiva entre as mais e menos valias é


tributada apenas em 50%, desde que…
REINVESTIMENTO

O valor da realização correspondente à totalidade dos referidos ativos seja


reinvestido na aquisição, produção ou construção de ativos fixos tangíveis,
ativos intangíveis ou de ativos biológicos não consumíveis, no período de
tributação anterior ao da realização, no próprio período de tributação ou até ao
fim do 2.º período de tributação seguinte;
Os bens em que seja reinvestido o valor de realização:
1. Não sejam adquiridos em estado de uso a sujeitos passivos de IRS
ou IRC com o qual existam relações especiais;
2. Sejam detidos por um período não inferior a um ano contado do
final do período em que ocorra o reinvestimento ou, se posterior, a
realização.
REINVESTIMENTO

No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do


valor de realização, o regime do reinvestimento é aplicado
à parte proporcional da diferença entre as mais-valias e as
menos-valias.
CONSEQUÊNCIAS DO NÃO
REINVESTIMENTO

Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o


reinvestimento até ao fim do segundo período de tributação
seguinte ao da realização, será de integrar no rendimento
desse período, a mais-valia fiscal não tributada (ou a parte
proporcional da parte não reinvestida) majorada em 15%
DECLARAÇÃO DE REINVESTIMENTO

A intenção de reinvestimento deve ser declarada pelo contribuinte na


declaração anual de informação contabilística e fiscal do período de
tributação (IES – Informação Empresarial Simplificada) em que a
realização ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois
períodos de tributação seguintes os reinvestimentos efectuados
CASOS ESPECIAIS
VENDA SEGUIDA DE LOCAÇÃO
(SALE AND LEASE BACK)
- No caso de venda de um bem seguida de locação
financeira desse mesmo bem, não há lugar ao
apuramento de qualquer resultado para efeitos fiscais…
- …Continuando o bem a ser depreciado ou
amortizado para efeitos fiscais pelo locatário de
acordo com o regime que vinha sendo seguido
EMBARCAÇÕES DE RECREIO, AERONAVES E
VEÍCULOS LIGEIROS DE PASSAGEIROS
- Não relevam para efeitos fiscais, as menos-valias realizadas
relativas a
- Embarcações de recreio
- Aviões de turismo e
- Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas
- que não estejam afectos à exploração de serviço público de
transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da
actividade normal do sujeito passivo, excepto na parte em
que correspondam ao valor fiscalmente depreciável ainda
não aceite como gasto.
VIATURAS LIGEIRAS DE PASSAGEIROS OU MISTAS

Fórmula de mais-valias fiscais destes elementos


MVF = VR – (CA – DAC – Imp) ×CDM

Em que:
VR – Valor de realização
CA – Custo de aquisição
DAC – Depreciações acumuladas contabilísticas
Imp – Imparidades fiscalmente dedutíveis
CDM – Coeficiente de desvalorização monetária
VIATURAS LIGEIRAS DE PASSAGEIROS OU MISTAS

No cálculo das menos-valias destes elementos do


activo, sempre que o custo de aquisição ultrapasse o
limite fiscal, a menos-valia fiscal deverá ser
ponderada pelo quociente:

limite fiscal ÷ custo aquisição

Al. l) do nº 1 do artigo 23.º-A


Não são aceites as menos-valias mas permite-se a dedução das
depreciações fiscalmente aceites ainda não deduzidas
PARTES DE CAPITAL IRC 2014

Eliminado o regime de reinvestimento das partes de capital

Regime previsto no artigo 46.º - cálculo das mais-valias e


menos-valias - só é aplicável se não estiverem preenchidos os
requisitos do artigo 51.º C
PARTES DE CAPITAL
Operações que dão lugar ao apuramento de mais-valias e menos-
valias:
Extinção ou entrega pelos sócios de partes representativas do
capital social das sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas no
âmbito de operações de fusão, cisão ou permuta de partes
sociais;
Anulação das partes de capital detidas pela sociedade
beneficiária nas sociedades fundidas ou cindidas em
consequência de operações de fusão;
Anulação das partes de capital detidas pela sociedade
beneficiária nas sociedades fundidas ou cindidas em
consequência de operações de fusão ou cisão;
PARTES DE CAPITAL
 A remissão e amortização de participações sociais com
redução de capital;
 A anulação de partes de capital por redução de capital
social destinadas à cobertura de prejuízos de uma
sociedade quando o respectivo sócio, em consequência
da anulação, deixe de deter nela qualquer participação.
PARTES DE CAPITAL

Valor de aquisição
Devem considerar-se no valor de aquisição das partes de
capital, positivamente ou negativamente:
As entregas de sócios para cobertura de prejuízos, as
quais são imputados proporcionalmente a cada uma as
partes de capital detidas; e
O montante entregue aos sócios por redução do capital
social até ao montante do valor de aquisição, o qual é
imputado proporcionalmente a cada uma das partes de
capital detidas.
PARTES DE CAPITAL

 FIFO como critério de valorimetria na determinação do custo de


aquisição para partes de capital (opção pelo custo ponderado mas
sem aplicação do coeficiente de desvalorização monetária e a opção
deve ser mantida para todas as partes de capital que pertençam à
mesma carteira durante 3 anos).
DATA DE AQUISIÇÃO DAS PARTES DE CAPITAL

Nestas situações considera-se a data de aquisição:


Partes de capital adquiridas por incorporação de reservas ou substituição,
nomeadamente por alteração do respetivo valor nominal ou transformação
da sociedade emitente – data de aquisição das partes de capital que lhe
deram origem;

Partes de capital no âmbito de operações de fusão, cisão ou permuta de


partes sociais quando se aplique o regime especial de neutralidade e sejam
valorizadas para efeitos fiscais pelo valor que tinham as partes de capital
entregues pelos sócios – data de aquisição destas últimas;

Aquisição de partes de capital pela sociedade beneficiária no âmbito de


operações de fusão, cisão ou entrada de activos quando se aplique o regime
de neutralidade e sejam valorizadas para efeitos fiscais pelo valor que
tinham na sociedade fundida ou cindida ou contribuidora: data de aquisição
das partes de capital nestas últimas sociedades
LIMITAÇÕES

N.º 2 do artigo 23.º-A


Não concorrem para a formação do lucro tributável as menos-
valias e outras perdas relativas a instrumentos de capital próprio,
na parte do valor que corresponda aos lucros ou reservas
distribuídos ou às mais-valias realizadas com a transmissão
onerosa de partes sociais da mesma entidade que tenham
beneficiado, no próprio período de tributação ou nos 4 períodos
anteriores, da eliminação da dupla tributação dos lucros (artigo
51.º), do crédito por dupla tributação económica internacional
(artigo 91.º-A) ou da dedução prevista no artigo 51.º-C.
LIMITAÇÕES

N.º 3 do artigo 23.º-A


Não são aceites como gastos do período de tributação os
suportados com a transmissão onerosa de instrumentos de
capital próprio, qualquer que seja o título por que opere, de
entidades com residência ou domicílio em país, território ou
região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável
constante da lista aprovada por portaria do governo.
MAIS VALIAS DE IMÓVEIS

• Em caso de alienação de um bem imóvel, sempre que o VPT


exceda o valor do contrato, deverá ser acrescida a diferença
positiva entre estes valores (cf. artigo 64.º do CIRC)
REALIZAÇÕES DE UTILIDADE SOCIAL (artigo 43.º)

Nos termos do n.º 1 do artigo 43.º são dedutíveis os gastos do período de


tributação, incluindo depreciações ou amortizações e rendas de imóveis,
relativos à manutenção facultativa de creches, lactários, jardins-de-infância,
cantinas, bibliotecas e escolas, bem como outras realizações de utilidade social,
reconhecidas pela AT, feitas em benefício do pessoal ou dos reformados da
empresa e seus familiares, desde que :

- Sejam feitas em benefício dos trabalhadores ou dos reformados da empresa e


seus familiares
- Tenham carácter geral e não revistam a natureza de trabalho dependente
- Revestindo a natureza de rendimento de trabalho, sejam de difícil ou complexa
individualização relativamente a cada um dos beneficiários.
REALIZAÇÕES DE UTILIDADE SOCIAL
Nos termos do n.º 2 são também considerados custos ou perdas do exercício até ao limite
de 15% das despesas com o pessoal escrituradas a título de remunerações, ordenados ou
salários, respeitantes ao exercício, os suportados com contratos de seguro de doença ou
saúde (incluindo reformados e familiares) e de acidentes pessoais, bem como seguros de
vida, contribuições para fundos de pensões e equiparáveis ou para quaisquer regimes
complementares de segurança social, que garantam, exclusivamente, o benefício de
reforma, complemento de reforma, invalidez ou sobrevivência, a favor dos trabalhadores da
empresa.
A aceitação destes custos depende da verificação das condições enunciadas no n.º 4 do
mesmo artigo.
É de realçar a majoração fiscal de 40% do gasto, prevista no n.º 9 deste
artigo 43.º, que prevê:
«9 - Os gastos referidos no n.º 1, quando respeitem a creches, lactários e
jardins-de-infância em benefício do pessoal da empresa, seus familiares ou
outros, são considerados, para efeitos da determinação do lucro tributável,
em valor correspondente a 140%.»
“PARTICIPATION EXEMPTION”

- universal – aplicável ao
investimento horizontal – aplicável
independentemente do
às distribuições de
país ou região em que - horizontal –
este se materialize, salvo lucros e àsaplicável
mais-valias.
às
as indispensáveis distribuições de
normas antiabuso lucros e às mais-
valias
LUCROS PAGOS AO EXTERIOR (artigo 14.º)

• Sociedade residente em:


SOCIEDADE i. Estado Membro da UE ou do EEE
ii. Estado com CDT celebrado com Portugal, que preveja cooperação
INTERNACIONAL no domínio da fiscalidade

• Sociedade sujeita e não isenta de IRC, Imposto sobre o


Dividendos rendimento previsto na Diretiva Mãe-Filhas ou Imposto similar ao
IRC, cuja taxa legal não seja inferior a 60% da taxa de IRC (13,8%
em 2014)

SOCIEDADE
PORTUGUESA

• Participação mínima de 10% (capital social ou direitos de voto)


• Detida ininterruptamente durante o anto anterior à colocação à
disposição
• Direta ou indiretamente
DIVIDENDOS E MAIS-VALIAS DE PARTICIPAÇÕES RECEBIDOS

REQUISITOS:
a) O sujeito passivo detenha, directa ou indirectamente, uma
SOCIEDADE
participação no capital ou nos direitos de voto da entidade que
A distribui os lucros ou reservas não inferior a 10%;
b) A titularidade das partes sociais ser detida ininterruptamente por um
período não inferior a um ano;
Dividendos c) O sujeito passivo não esteja abrangido pelo regime da
e Mais-valias transparência fiscal;
d) A entidade que distribui os lucros ou reservas esteja sujeita e não
isenta de IRC, do imposto do jogo, de um imposto referido no artigo
SOCIEDADE 2.º da Diretiva n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de Novembro,
ou de um imposto de natureza idêntica ou similar ao IRC e a taxa
B legal aplicável à entidade não seja inferior a 60% da taxa “normal”
do IRC (como esta passou a ser de 21%, a taxa mínima desse
imposto terá de ser de 12,6%);
e) A entidade que distribui os lucros ou reservas não seja “off-shore”.
CRÉDITO DE IMPOSTO POR DUPLA TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL

É criado um crédito de imposto para eliminação da dupla tributação


económica internacional, de aplicação subsidiária sempre que o sujeito
passivo detentor de uma participação de 10% ou mais no capital social ou
nos direitos de voto de uma participada não consiga demonstrar a
verificação dos demais requisitos previstos nos artigos 51.º e seguintes.

Neste caso, os lucros e reservas distribuídos e as mais-valias passam a


estar sujeitos a tributação, sendo deduzido à coleta o imposto pago no
estrangeiro.
ESTABELECIMENTOS ESTÁVEIS NO ESTRANGEIRO

Por opção do sujeito passivo, os lucros e


SOCIEDADE prejuízos de estabelecimentos estáveis
PT localizados no estrangeiro não concorram
para a formação do seu lucro tributável,
desde que não localizados em paraísos
LUCROS
fiscais ou em zonas de tributação reduzida
(inferior a 60% da taxa “normal” do IRC).
ESTABELECIMENTO
ESTÁVEL
ESTRANGEIRO
RENDIMENTOS DE PATENTES E OUTROS DIREITOS DE
PROPRIEDADE INTELECTUAL
São tributados em apenas metade do seu valor os rendimentos provenientes
de contratos que tenham por objecto a cessão ou utilização temporária de
patentes e desenhos ou modelos industriais
Requisitos:
a) O cessionário utilize os direitos de propriedade industrial na prossecução de uma actividade de
natureza comercial, industria ou agrícola;
b) Os resultados da utilização da propriedade industrial pelo cessionário não se podem materializar
na entrega de bens ou prestações de serviços que originem gastos fiscalmente dedutíveis na
entidade cedente ou em sociedade que com esta esteja integrado num grupo de sociedades,
sempre que existam relações especiais;
c) Em caso algum se admite que o cessionário seja residente em paraíso fiscal.
LIQUIDAÇÃO DO IMPOSTO
Resultado líquido

+
Variações patrimoniais

Deduzir:
Lucro tributável
-Prejuízos fiscais
-Benefícios fiscais

Matéria coletável

Taxas
Deduções à coleta:
Coleta -DTI
-Benefícios Fiscais
-Pagamentos Especiais por
Conta

Deduzir:
IRC Liquidado -Retenções na fonte
-Pagamentos por Conta

Imposto a pagar
ou a recuperar Acresce:
-Derrama
-Tributações Autónomas
DEDUÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS (artigo 52.º)

Os prejuízos fiscais apurados em determinado período de tributação, nos termos das disposições
anteriores, são deduzidos aos lucros tributáveis, havendo-os, de um ou mais dos 5 períodos de
tributação posteriores,

….à exceção dos sujeitos passivos que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade
económica de natureza agrícola, comercial ou industrial e que estejam abrangidos pelo Decreto-
Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, os quais podem fazê-lo em um ou mais dos doze períodos
de tributação posteriores.
Período de N.º de períodos de Período limite de
apuramento dedução dedução
2013 5 2018
2014 12 2026
2015 12 2028
2017 5 ou 12 2022 ou 2029
2018 5 ou 12 2023 ou 2030
LIMITES AO REPORTE DE PREJUÍZOS FISCAIS

1. A dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação não pode exceder o


montante correspondente a 70% do respetivo lucro tributável

2. Implica a perda do reporte de prejuízos a alteração de, mais de 50% do capital social ou
da maioria dos direitos de voto, com exceção dos seguintes casos:
- Alterações de detenção direta para indireta e vice-versa;
- Alterações decorrentes de operações efetuadas ao abrigo do regime de neutralidade fiscal;
- Alterações decorrentes de sucessões por morte;

- Quando o adquirente detém ininterruptamente, direta ou indiretamente, mais de 20% do capital


social ou da maioria dos direitos de voto da sociedade, desde o início do período de tributação a
que respeitam os prejuízos; ou

- Quando o adquirente seja trabalhador ou membro dos órgãos sociais da sociedade, pelo menos,
desde o início do período de tributação a que respeitam os prejuízos.
RESULTADO DA LIQUIDAÇÃO (ARTIGO 92.º)

As entidades que exerçam, a título principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola, bem como as não residentes com estabelecimento estável em território português, o
imposto liquidado nos termos do n.º 1 do artigo 90.º, líquido das deduções previstas nas alíneas a)
e b) do n.º 2 do mesmo artigo, não pode ser inferior a 90% do montante que seria apurado se o
sujeito passivo NÃO USUFRUÍSSE de benefícios fiscais e dos regimes previstos no n.º 13 do artigo
43.º.

EXCLUEM-SE:

- Benefícios de carácter contratual


- SIFIDE II
- Benefícios fiscais aplicáveis às Zonas Francas
- Benefícios fiscais que operem por redução de taxa
- Benefícios fiscais relativos à criação de emprego;
- Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI);
- Regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR);
- Regime de remuneração convencional do capital social previsto no artigo 41.º-A do EBF
DERRAMA ESTADUAL
Sobre a parte do lucro tributável superior a € 1 500 000 sujeito e não isento de imposto sobre o
rendimento das pessoas colectivas apurado por sujeitos passivos residentes em território
português que exerçam, a título principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola e por não residentes com estabelecimento estável em território português, incidem as
taxas adicionais constantes da tabela seguinte:

Lucro tributável
Taxas (em percentagens)
(em euros)
De mais de 1 500 000 até 7 500 000 3
De mais de 7 500 000 até 35 000 000 5
Superior a 35 000 000 9

2 – O quantitativo da parte do lucro tributável que exceda € 1 500 000:


a) Quando superior a € 7 500 000 e até € 35 000 000, é dividido em duas partes: uma, igual a € 6 000
000, à qual se aplica a taxa de 3%; outra, igual ao lucro tributável que exceda € 7 500 000, à qual se
aplica a taxa de 5%;
b) Quando superior a € 35 000 000, é dividido em três partes: uma, igual a € 6 000 000, à qual se aplica a
taxa de 3%; outra, igual a € 27 500 000, à qual se aplica a taxa de 5%, e outra igual ao lucro tributável
que exceda € 35 000 000, à qual se aplica a taxa de 9%.
PAGAMENTO ESPECIAL POR CONTA
(artigo 106.º)
Independentemente da obrigação de efectuarem pagamentos por conta, as entidades
residentes e as entidades não residentes com estabelecimento estável em território
português, que exerçam a título principal, uma actividade comercial, industrial ou agrícola, e
que não estejam abrangidas pelo regime simplificado de determinação do lucro tributável,
são ainda obrigadas, a efectuar um pagamento especial por conta, durante o mês de Março
ou, em duas prestações, durante os meses de Março e Outubro do exercício a que o
pagamento respeita ou, no caso de adoptarem um período de tributação não coincidente
com o ano civil, no 3.º mês ou no 3.º e 10.º mês do período de tributação respectivo (artigo
106.º, n.º 1).

O montante deste pagamento será igual à diferença entre:

(I) Valor correspondente a 1% do volume de negócios (vendas e serviços prestados)


relativo ao exercício anterior, com o limite mínimo de 850 € e quando superior será igual a
este limite, acrescido de 20% da parte excedente, com o limite máximo de 70.000 € (n.º 2
do artigo 106.º);

(II) e o montante dos pagamentos por conta efectuados no exercício anterior.


Pagamentos especiais por conta

O pagamento especial por conta (PEC) passa a ser dedutível à colecta até ao sexto período de
tributação, deixando o reembolso, no final desse período, de depender de inspecção fiscal.

De acordo com as disposições transitórias, a redacção dada ao artigo 93.º do Código do IRC
aplica-se aos pagamentos especiais por conta relativos aos períodos de tributação que se
iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2014.

Os sujeitos passivos podem ainda ser reembolsados da parte que não foi deduzida ao abrigo do
mesmo preceito no final do período aí estabelecido, mediante requerimento do sujeito passivo,
dirigido ao chefe do serviço de finanças da área da sede, direcção efectiva ou estabelecimento
estável em que estiver centralizada a contabilidade, apresentado no prazo de 90 dias a contar do
termo daquele período (dispensada a inspecção).
EXCLUSÕES

Não haverá pagamento especial por conta no ano de início de actividade e no seguinte

As sociedades sujeitas ao regime de transparência fiscal não estão sujeitas a PEC

Ficam dispensados de efectuar pagamento especial por conta:


• Os sujeitos passivos totalmente isentos de IRC, ainda que a isenção não inclua
rendimentos que sejam sujeitos a tributação por retenção na fonte com carácter definitivo;

• Os sujeitos passivos que se encontrem com processos no âmbito do Código da


Insolvência e da Recuperação de Empresas;

• Os sujeitos passivos que tenham deixado de efetuar vendas ou prestações de serviços e


tenham entregue a respetiva declaração de cessação de atividade para efeitos de IVA.

• Os sujeitos passivos que não efetuem o pagamento até ao final do terceiro mês do
respetivo período de tributação, desde que as obrigações declarativas previstas
nos artigo 120.º e 121.º, relativas aos dois períodos de tributação anteriores, tenham
sido cumpridas nos termos neles previstos.
Volume de Valor de cada prestação do pagamento especial por conta
negócios de n-1
Até € 850 – Pagamento por Conta de n-1
€85 000 2
Mais de €85 000
até € 850 + (Vol. Neg. n-1 x 1% - € 850) x 20% - Pag. Conta n-1
€ 34 660 000 2
Superior a
€ 34 660 000 € 70 000 – Pagamento por Conta de n-1
2
PAGAMENTO POR CONTA
(artigo 104.º)

1 - As entidades que exerçam, a título principal, actividade de natureza comercial, industrial ou


agrícola, bem como as não residentes com estabelecimento estável em território português, devem
proceder ao pagamento do imposto nos termos seguintes:

a)Em três pagamentos por conta, com vencimento nos meses de Julho, Setembro e Dezembro do
próprio ano a que respeita o lucro tributável ou, nos casos dos n.ºs 2 e 3 do artigo 8.º, no 7.º, 9.º e
12.º meses do respectivo período de tributação.

Os pagamentos por conta serão abatidos ao IRC global, liquido das deduções a que se refere o n.º
2 do artigo 90.º do CIRC e, se dessa dedução resultar valor negativo, a empresa terá direito a
reembolso, igual ao valor absoluto correspondente a esse valor negativo adicionado dos
pagamentos por conta.
CÁLCULO DOS PAGAMENTOS POR CONTA RELATIVOS AO PERÍODO DE 2013 E
SEGUINTES:

Os pagamentos por conta dos sujeitos passivos cujo volume de negócios do período de
tributação imediatamente anterior àquele em que se devam efectuar esses pagamentos seja
igual ou inferior a € 500.000 correspondem a 80% do montante do imposto referido no número
anterior, repartido por três montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros.

Colecta de n-1 – Retenção na fonte de n-1 x 80%


3

Os pagamentos por conta dos sujeitos passivos cujo volume de negócios do período de
tributação imediatamente anterior àquele em que se devam efectuar esses pagamentos seja
superior a € 500.000 correspondem a 95% do montante do imposto referido no n.º 1, repartido
por três montantes iguais, arredondados, por excesso, para euros

Colecta de n-1 – Retenção na fonte de n-1 x 95%


3
DERRAMA
Com a publicação da nova Lei das finanças locais - Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro, a derrama é
calculada com base no lucro tributável declarado pelo sujeito passivo, pela aplicação de uma taxa
máxima de 1,5%.

Há lugar à liquidação de derrama no caso de IRC devido por:


- Sujeitos passivos residentes que exerçam a título principal actividades de natureza comercial,
industrial ou agrícola ou
- Não residentes com estabelecimento estável.

Os sujeitos passivos que cumulativamente:


-Possuam estabelecimentos estáveis ou representações locais em mais que um município e
-Tenham matéria colectável superior a € 50.000,00,

Devem apresentar o Anexo A da declaração modelo 22, sendo o cálculo da derrama aí efectuado, de
acordo com n.º 2 do artigo 14.º da referida Lei.
Nestes casos, o lucro tributável imputável à circunscrição de cada município é determinado pela
proporção entre a massa salarial correspondente aos estabelecimentos que o sujeito passivo nele
possua e a correspondente à totalidade dos seus estabelecimentos situados em território nacional.
DERRAMA – TAXA REDUZIDA

De acordo com o previsto no n.º 10 do artigo 18.º da referida lei, os municípios podem
deliberar o lançamento de uma taxa reduzida de derrama para os sujeitos passivos cujo
volume de negócios no ano anterior não ultrapasse os € 150.000,00.

Neste caso, coexistirão duas taxas no respectivo município: a taxa normal, aplicável à
generalidade dos sujeitos passivos e uma reduzida, sendo esta aplicável apenas àquele
universo, pelo que o campo 364 do Quadro 10 deve ser preenchido em conformidade com
a taxa aplicável.
Situações especiais:

-Regime de transparência fiscal: não há lugar à liquidação de derrama


ainda que exista lucro tributável

-RETGS: para as sociedades tributadas segundo o regime especial de


tributação de grupos de sociedades, a derrama deverá ser calculada
individualmente por cada uma sociedades na sua declaração
IRC - Tributações Autónomas -despesas não documentadas

n.º 1 do artigo 88.º do Código do IRC:


as despesas não documentadas são tributadas autonomamente, à taxa de 50%, sem prejuízo da
sua não consideração como gastos nos termos do artigo 23.º do mesmo Código
esta taxa é elevada para 70% nos casos em que tais despesas sejam efectuadas por sujeitos
passivos total ou parcialmente isentos, ou que não exerçam, a título principal, actividades
de natureza comercial, industrial ou agrícola.

IRC - Tributações Autónomas - despesas de representação

n.º 7 do artigo 88.º do Código do IRC:


São tributados autonomamente à taxa de 10 % os encargos efetuados ou suportados relativos a
despesas de representação.
Para este efeito, consideram-se despesas de representação, nomeadamente, as despesas
suportadas com recepções, refeições, viagens, passeios e espectáculos oferecidos no País ou no
estrangeiro a clientes ou fornecedores ou ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades.
Ajudas de custo n.º 9 do artigo 88.º do Código do IRC:
são tributados autonomamente, à taxa de 5%, os encargos efetuados ou suportados relativos a
despesas com ajudas de custo e com compensação pela deslocação em viatura própria do
trabalhador, ao serviço da entidade patronal, não faturadas a clientes, escrituradas a qualquer
título, exceto na parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo
beneficiário, bem como os encargos não dedutíveis nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo 45º
suportados pelos sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal no exercício a que os mesmos
respeitem.

O conceito de ajudas de custo encontra-se definido no Decreto-Lei n.º 106/98, de 24 de Abril.


É imprescindível que a sociedade possa comprovar os encargos efectivamente suportados
respeitantes a ajudas de custo através do mapa itinerário, sendo necessário dar a
conhecer:
o nome do beneficiário,
o local e a data da deslocação,
tempo e objectivo de permanência,
bem como o montante diário que lhe foi atribuído, de modo a aferir se o mesmo excede os
limites legais de sujeição a IRS, bem como o valor facturado.
IRC - Tributações Autónomas - pagamentos a off-shores

São sujeitas ao regime dos n.os 1 ou 2, consoante os casos, sendo as taxas aplicáveis,
respetivamente, 35 % ou 55 %, as despesas correspondentes a importâncias pagas ou devidas, a
qualquer título, a pessoas singulares ou coletivas residentes fora do território português e aí
submetidas a um regime fiscal claramente mais favorável a que se refere o n.º 1 do artigo 63.º-D da Lei
Geral Tributária, ou cujo pagamento seja efetuado em contas abertas em instituições financeiras aí
residentes ou domiciliadas, salvo se o sujeito passivo puder provar que correspondem a operações
efetivamente realizadas e não têm um caráter anormal ou um montante exagerado.
IRC - Tributações Autónomas - lucros distribuídos a s.p. isentos

• São tributados autonomamente, à taxa de 23 %, os lucros distribuídos por


entidades sujeitas a IRC a sujeitos passivos que beneficiam de isenção
total ou parcial, abrangendo, neste caso, os rendimentos de capitais,
quando as partes sociais a que respeitam os lucros não tenham
permanecido na titularidade do mesmo sujeito passivo, de modo
ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à disposição e
não venham a ser mantidas durante o tempo necessário para completar
esse período.
• É de realçar a majoração fiscal de 40% do gasto, prevista no n.º 9 deste artigo 43.º, que
Ao
prevê:
montante do imposto é deduzido o imposto que eventualmente tenha
«9sido
- Osretido
gastos na fonte,
referidos nonão
n.º 1,podendo nesse acaso
quando respeitem o imposto
creches, lactários retido ser deduzido
e jardins-de-infância em
ao abrigo
benefício do n.º da
do pessoal 2 do artigoseus
empresa, 90.ºfamiliares ou outros, são considerados, para efeitos da
determinação do lucro tributável, em valor correspondente a 140%.»
IRC - Tributações Autónomas - indemnizações
A Lei n.º 100/2009, de 7 de Setembro veio alterar o n.º 4 do artigo 2.º do Código do IRS no que
respeita à tributação das quantias pagas a título de indemnização ou compensação a
gestores, gerentes e administradores pela cessação dos respectivos mandatos.
Estas quantias passaram a ser tributadas pela sua totalidade, deixando de beneficiar da isenção
parcial anteriormente prevista.
Até à entrada em vigor deste diploma, o Código do IRS conferia o mesmo tratamento fiscal às
quantias auferidas, por um lado, por trabalhadores e, por outro lado, por gestores, gerentes e
administradores, pela cessação dos respectivos vínculos com a sociedade.

Alínea a) n.º 13 do artigo 88.º do Código do IRC:


São tributados à taxa de 35% os gastos ou encargos relativos a indemnizações ou quaisquer
compensações devidas não relacionadas com a concretização de objectivos de produtividade
previamente definidos na relação contratual, quando se verifique a cessação de funções de
gestor, administrador ou gerente, bem como os gastos relativos à parte que exceda o valor das
remunerações que seriam auferidas pelo exercício daqueles cargos até ao final do contrato,
quando se trate de rescisão de um contrato antes do termo
IRC - Tributações Autónomas - bónus e outras
remunerações variáveis
Com a aprovação da Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril (Orçamento do
Estado para 2010) passaram também a estar sujeitos a tributação
autónoma, à taxa de 35%:
os gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações
variáveis pagas a gestores, administradores ou gerentes quando estas
representem uma parcela superior a 25 % da remuneração anual e
possuam valor superior a € 27.500.00, salvo se o seu pagamento estiver
É de realçar a majoração
subordinado fiscal dede
ao diferimento 40%uma
do gasto,
parteprevista no n.º 9 a
não inferior deste
50 artigo
% por 43.º,um
que
prevê:
período mínimo
«9 - Os gastos de no
referidos três
n.º anos e condicionado
1, quando ao desempenho
respeitem a creches, positivo da
lactários e jardins-de-infância em
benefício do pessoal
sociedade ao longo da desse
empresa,período.
seus familiares ou outros, são considerados, para efeitos da
determinação do lucro tributável, em valor correspondente a 140%.»
IRC - Tributações Autónomas - encargos com viaturas
São tributados autonomamente os encargos efetuados ou suportados por sujeitos passivos que não
beneficiem de isenções subjetivas e que exerçam, a título principal, atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, viaturas ligeiras de
mercadorias referidas na al. b) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto sobre Veículos, motos ou
motociclos, excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica, às seguintes taxas:

Taxas de tributação
Custo de aquisição autónoma
c/ lucro c/ prejuízo
Inferior a € 25 000 10% 20%
Superior ou igual a € 25 000 e inferior a € 35
27,5% 37,5%
000
Superior ou igual a € 35 000 35% 45%
Excluem-se os encargos relacionados com:

a)Viaturas ligeiras de passageiros, motos e motociclos, afetos à exploração de serviço público de


transportes, destinados a serem alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo; e

a)Viaturas automóveis relativamente às quais tenha sido celebrado o acordo previsto no n.º 9) da
alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS.
Conceito de encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros, motos e
motociclos:
depreciações,
rendas ou alugueres,
seguros,
manutenção e conservação,
combustíveis e
impostos incidentes sobre a sua posse ou utilização.
Taxas reduzidas
• No caso de viaturas ligeiras de passageiros híbridas plug-in, as taxas referidas nas
alíneas a), b) e c) do n.º 3 são, respetivamente, de 5 %, 10 % e 17,5 %.
• No caso de viaturas ligeiras de passageiros movidas a GPL ou GNV, as taxas
referidas nas alíneas ), b) e c) do n.º 3 são, respetivamente, de 7,5 %, 15 % e 27,5
%.
Regras gerais:
todas as taxas de tributação autónoma são agravadas em 10 pontos
percentuais para sujeitos passivos que apresentem prejuízo fiscal no
período de tributação a que respeitem quaisquer dos factos tributários
que lhes dão origem relacionados com o exercício de uma actividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola não isenta de IRC.

• O disposto no presente artigo não é aplicável relativamente às despesas ou


encargos de estabelecimento estável situado fora do território português e
relativos à atividade exercida por seu intermédio.

• A liquidação das tributações autónomas em IRC é efetuada nos termos


previstos no artigo 89.º e tem por base os valores e as taxas que resultem
do disposto nos números anteriores, não sendo efetuadas quaisquer
deduções ao montante global apurado.
TAXAS

A taxa do IRC é reduzida para 21%.


Aplica-se uma taxa reduzida de IRC de 17% aplicável aos primeiros
€ 15 000 de matéria colectável, para os sujeitos passivos que exerçam,
directamente e a título principal, uma actividade económica de natureza
agrícola, comercial ou industrial, que sejam qualificados como pequena ou
média empresa, nos termos previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º
372/2007, de 6 de Novembro.
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

Os sujeitos passivos de IRC, ou os seus representantes, são obrigados a


apresentar:
a)Declaração de inscrição, de alterações ou de cessação, nos termos dos
artigos 118.º e 119.º;
b)Declaração periódica de rendimentos, nos termos do artigo 120.º;
c) Declaração anual de informação contabilística e fiscal, nos termos do
artigo 121.º

A declaração periódica de deve ser enviada, anualmente, por transmissão


electrónica de dados, até ao último dia do mês de Maio,
independentemente de esse dia ser útil ou não útil
REGIME SIMPLIFICADO
REQUISITOS (artigo 86.º-A):

Podem optar pelo regime simplificado de determinação da matéria colectável, os sujeitos passivos
residentes, não isentos nem sujeitos a um regime especial de tributação, que exerçam a título
principal uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e que verifiquem,
cumulativamente, as seguintes condições:

a)Tenham obtido, no período de tributação imediatamente anterior, um montante anual ilíquido de


rendimentos não superior a € 200 000;
b)O total do seu balanço relativo ao período de tributação imediatamente anterior não exceda € 500
000;
c)Não estejam legalmente obrigados à revisão legal de contas;
d)O respectivo capital social não seja detido em mais de 20%, directa ou indirectamente, nos
termos do n.º 6 do artigo 69.º, por entidades que não preencham alguma das condições previstas
nas alíneas anteriores, excepto quando sejam sociedades de capital de risco ou investidores de
capital de risco;
e)Adoptem o regime de normalização contabilística para microentidades aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 36-A/2011, de 9 de Março;
f)Não tenham renunciado à aplicação do regime nos três anos anteriores, com referência à data em
que se inicia a aplicação do regime.
OPÇÃO PELO REGIME SIMPLIFICADO

No exercício do INÍCIO DE ACTIVIDADE, o enquadramento faz-se em função do valor anualizado


dos rendimentos estimado, constante da declaração de início de actividade.

Se, entretanto, o valor dos rendimentos vier a ultrapassar o limite de € 200 000 estabelecido para
o enquadramento no regime simplificado, este já não será aplicável, uma vez que os efeitos da
alteração se produzem a partir do início do próprio período de tributação em que o limite é
excedido.

APÓS O INÍCIO DA ACTIVIDADE, a opção pelo regime simplificado formaliza-se em declaração


de alterações, até ao fim do 2.º mês do período de tributação em que se pretenda iniciar a
aplicação do regime (ou seja, no caso mais frequente de período de tributação coincidente com o
ano civil, até ao fim do mês de Fevereiro).
A matéria coletável obtém-se através da aplicação dos seguintes coeficientes:

a) 0,04 das vendas de mercadorias e produtos, bem como das prestações de serviços
efetuadas no âmbito de atividades de restauração e bebidas e de atividades
hoteleiras e similares, com exceção daquelas que se desenvolvam no âmbito da
atividade de exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de
moradia ou apartamento;

b) 0,75 dos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na


tabela a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS;

c) 0,10 dos restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados à


exploração;

d) 0,30 dos subsídios não destinados à exploração;


A matéria coletável obtém-se através da aplicação dos seguintes coeficientes:

e) 0,95 dos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou
utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de
informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou
científico, dos outros rendimentos de capitais, do resultado positivo de rendimentos
prediais, do saldo positivo das mais e menos-valias e dos restantes incrementos
patrimoniais;

f) 1,00 do valor de aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito


determinado nos termos do n.º 2 do artigo 21.º

g) 0,35 dos rendimentos da exploração de estabelecimentos de alojamento local na


modalidade de moradia ou apartamento.
A matéria colectável a estabelecer no regime simplificado tem como mínimo o valor correspondente a
60% do valor anual da retribuição mensal mínima garantida, ou seja:

60% x 14 x € 580 = € 4 872.

No período de tributação do início de actividade, este limite tem uma redução de 50%, ou seja, é de € 2
436.

Mais e menos-valias

Não são consideradas directamente as apuradas na contabilidade, como acontecia no regime


simplificado que entre nós vigorou na primeira década deste século, mas as correspondentes à
diferença entre o valor de realização líquido de encargos e o valor de aquisição (histórico) deduzido de
perdas por imparidade e outras correcções de valor e depreciações fiscalmente aceites (no âmbito do
regime geral de tributação) e, quanto a activos depreciáveis, das quotas mínimas de depreciação
relativamente aos períodos de aplicação do regime simplificado.
Regime simplificado

 O enquadramento de uma empresa no regime simplificado implica que fique


dispensada do pagamento especial por conta;

 Não são aplicáveis aos sujeitos passivos a que se aplique o regime simplificado as
seguintes tributações autónomas:

N.º do artigo
Base de aplicação de taxas de tributação autónoma
88.º
7 Despesas de representação
9 Ajudas de custo e deslocações em viatura própria do trabalhador
11 Lucros distribuídos a sujeitos passivos total ou parcialmente isentos
13 Indemnizações e gratificações a gestores, administradores ou gerentes
FIM

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