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Acontecimentos marcantes dos principais impostos estabelecidos com a reforma fiscal no sistema fiscal português:
Décima Militar
Os princípios da igualdade e da generalidade surgem associados à exigência de nos impostos não se admitirem
isenções pessoais, sujeitando ao imposto a generalidade dos indivíduos, independentemente da sua qualidade ou
posição social.
A décima militar – primeiro imposto geral sobre o rendimento, votado em 1641, incidia sobre o rendimento das
pessoas do clero, da nobreza e do povo, abrangendo as classes sociais sem qualquer isenção ou privilégio. Segundo o
seu regimento, todas as pessoas tinham de contribuir com 10% dos seus rendimentos de prédios, capitais, comerciais,
industriais ou profissionais. Substituído em 1860 por diversos impostos parcelares sobre rendimentos.
Quanto à tributação do património, existem 2 impostos: - Imposto de SISA incide sobre o valor da transmissão
onerosa de bens imoveis; - Imposto sobre as Sucessões e Doações que incidia sobre a transmissão gratuita de bens
moveis e imoveis.
Quanto ao consumo – foi criado a 1966, o Imposto de Transações que era um imposto geral sobre o consumo. Para
além deste imposto geral existia ainda impostos especiais sobre o consumo, o imposto de turismo e o imposto sobre
especialidades farmacêuticas, abolidos em 1986 com a introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado – IVA.
Art.104 CRP – política de justa repartição, em que para ser justa a repartição da riqueza e dos rendimentos deve ser
menos desigual. Assim a CRP estabelece que o imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das
desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar n1,
as empresas são tributadas pelo seu rendimento do agregado real n2. A tributação do património deve contribuir para
a igualdade entre os cidadãos n3, enquanto a tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução
das necessidades do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo n4.
Todas as disposições constitucionais apontam para regimes jurídico-fiscais desiguais. Enquanto tarefa prioritária, ao
Estado cumpre prosseguir com vista a operar as necessárias correções das desigualdades na distribuição da riqueza e
do rendimento – art.81 b) CRP.
IVA (Imposto Geral sobre o Consumo) – tributa todo o consumo em bens materiais e serviços, incide sobre as
transmissões de bens, as prestações de serviços, as importações de bens e as operações intracomunitárias,
abrangendo na sua incidência objetiva todas as fases do circuito económico, sendo a base tributável limitada ao valor
acrescentado em cada fase. Tem:
Um regime geral –utilizado o método subtrativo indireto ou método do crédito de imposto, no qual o imposto devido
por cada agente económico corresponde à diferença positiva entre o imposto que ele próprio liquidou aos seus
clientes e o imposto que lhe foi liquidado pelos seus fornecedores no período considerado.
Três regimes especiais – regime especial de isenção que se aplica aos contribuintes que não possuindo nem sendo
obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, não tenham atingido um volume de negócios
superior a 10.000€; regime especial dos pequenos retalhistas aplica-se a pessoas singulares que não possuam nem
sejam obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos de IRS e não tenha atingindo volume de compra
superior a 50.000€. Para apurar o IVA, aplica-se um coeficiente de 25% ao valor do IVA suportado nas aquisições de
bens; transmissão de bens em segunda mão e objetos de arte, agências de viagens. O IVA é apurado através do
método de dedução base da base, em que se aplica a taxa de imposto à diferença entre o valor das compras e vendas.
Aos impostos especiais de consumo IEC, imposto sobre o tabaco IT, imposto sobre o álcool e bebidas alcoólicas IABA, e
imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos ISP, constam no código dos impostos especiais sobre o consumo
CIEC.
Eficiência – imposto contribua para a consecução de objetivos de promoção do desenvolvimento económico do país,
na perspetiva da internacional e da UE.
Simplicidade – implica que os impostos sejam estruturados de forma a garantir maior comodidade e maior segurança
ao contribuinte no cumprimento das suas obrigações tributárias. É importante reduzir ao mínimo as obrigações
acessórias dos contribuintes perante a Administração Fiscal e facilitar o cumprimento dessas obrigações, com várias
formas de pagamento dos impostos.
Incidência pessoal:
Art.13 CIRS, existem três tipos de sujeitos passivos:
Pessoas singulares residentes em território português em que são tributados pela totalidade dos rendimentos,
incluindo os rendimentos obtidos no estrangeiro, por força art.15 CIRS princípio da universalidade ou rendimento
mundial. Incluem- se os empresários em nome individual e sócios das sociedades sujeitas ao regime de transparência
fiscal art.6 CIRC.
Pessoas singulares não residentes, são tributados somente pelos rendimentos obtidos em Portugal, por força do
critério da fonte.
Pessoas singulares residentes não habituais, os quais estão sujeitos a um regime especial de incidência limitada em
IRS.
A existência de domicílio fiscal em Portugal é o elemento decisivo para a delimitação da base de incidência e da
definição das obrigações tributarias, art.16 CIRS que determina os residentes em território português. Tratando-se:
Residentes, e integrando um agregado familiar, em regra o imposto é apurado individualmente em relação a cada
cônjuge ou união de facto, sem prejuízo dos dependentes. Caso seja feita a opção pela tributação conjunta, o IRS é
devido pela soma dos rendimentos das pessoas que constituem o agregado familiar art.13 n4 CIRS.
Não residentes, ficam sujeitos a IRS apenas pelos rendimentos obtidos em território português, rendimentos esses de
atividades empresariais e profissionais imputáveis a estabelecimento estável situado em Portugal – art.18 CIRS.
Incidência real:
À luz dos princípios constitucionais, o IRS, surge como um imposto único que sucede aos impostos cedulares na
tributação das pessoas singulares. A sua base de incidência é constituída pelo rendimento global anual das pessoas
singulares. O rendimento global corresponde à soma dos vários rendimentos até mesmo quando ilícitos.
Na estrutura do código, art.1 CIRS são 6 categorias de rendimentos que integram a base de incidência do imposto:
Categoria B – Rendimentos empresariais e profissionais que engloba o trabalho independente – art.3 CIRS
Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais os constantes no art.3.
Se as contribuições obrigatórias para regimes proteção social e subsistemas legais de saúde excederem o limite fixado
(4.104), a dedução é feita pelo montante total dessas contribuições. Esta dedução pode ainda ser elevada até 75% de
12 vezes o valor do IAS desde que a diferença resulte de quotizações para ordens profissionais suportadas pelo próprio
sujeito passivo e indispensáveis ao exercício da atividade desenvolvida exclusivamente por conta de outrem – art.25
CIRS.
Categoria H (Pensões)
Aos rendimentos brutos das pensões de valor anual igual ou inferior a 4.104 euros deduz-se, até a sua concorrência, a
totalidade do seu quantitativo. Se o rendimento anual, por titular, for superior ao valor, a dedução é igual ao referido
montante de 4.104€ – art.53 CIRS.
Taxas IRS
Taxas Gerais – artigo 104 CRP – o IRS é um imposto progressivo, o que implica a adoção de vários escalões de
rendimentos aos quais correspondem taxas diferentes que variam mais do que proporcionalmente, aumentando à
medida que aumenta o rendimento tributável. O IRS apresenta taxas progressivas e proporcionais. O rendimento
global líquido do contribuinte é sujeito às taxas gerais do IRS, tabela art.68 CIRS, tais taxas são progressivas e
distribuídas por vários escalões.
Taxa adicional de solidariedade – Art.68 A, criando uma taxa adicional em IRS que passa a ser exigido a todas as
pessoas com rendimentos superiores a 80.000€ líquidos. A taxa adicional está dividida em 2 escalões: 1º de 80.000€ a
250.000€ a que corresponde uma taxa adicional de 2,5%, 2º para rendimentos líquidos superiores a 250.000 que
corresponde uma taxa adicional de 5%.
A taxa adicional desrespeita por completo o sistema de tributação de rendimentos e acaba por corresponder a um
segundo imposto para os rendimentos mais elevados, que passa a incidir sobre os rendimentos pessoais englobados e
sujeitos a retenção na fonte, essencialmente os rendimentos de trabalho.
A taxa adicional deixa de fora os rendimentos sujeitos às taxas liberatórias, promove a discriminização negativa dos
rendimentos englobados, revela-se manifestamente inconstitucional, por violar o princípio da igualdade tributaria
assente na capacidade contributiva.
Taxas especiais de IRS – São todas as taxas proporcionais que se mantêm constantes, independentemente do
montante da matéria coletável, em manifesta negação da progressividade do imposto, constitucionalmente
consagrada. Em sentido amplo englobam:
Taxas liberatórias (art.71 CIRS) – São taxas especiais cuja aplicação com recurso ao mecanismo da retenção na fonte
torna possível uma tributação a título definitivo, desobrigando o contribuinte do englobamento dos rendimentos a elas
sujeitas. Ver n1, n4 e n12.
Taxas especiais propriamente ditas (art.72 CIRS) – Ver n1, n2, n3 e n11.
Por fim, são tributados autonomamente à taxa (taxa de tributação autónoma) de 35% os rendimentos de capitais e o
saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, respeitantes a valores mobiliários emitidos por entidades não
residentes sem estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região
sujeitos a um regime fiscal mais favorável – art.72 n12.
As tributações autónomas surgem com o propósito de compensar eventuais evasões fiscais, através de um caminho
mais fácil e mais eficaz de garantir receita fiscal. Incidem sobre situações de grande probabilidade de evasão fiscal
como nas despesas confidenciais e não documentadas.
1) Tributação separada e proporcional dos rendimentos produzidos em Portugal - os rendimentos líquidos das
categorias A e B, auferidos em território português são tributados à taxa especial de 20% (vantajosa ao permite
uma tributação menor do que aquela que resultaria das aplicações de taxas gerias de IRS), por retenção na fonte,
com dispensa de englobamento e a título definitivo.
2) Isenção dos rendimentos provenientes do estrangeiro – rendimentos das categorias A, B e H, provenientes do
estrangeiro, ficam isentos desde que sejam tributados no Estado de que são residentes, para eliminar a dupla
tributação celebrada em Portugal e esse Estado, ou na ausência de acordo de dupla tributação esses rendimentos
sejam tributados no Estado fonte e não possam ser considerados obtidos em território português.
Incidência real
O IRC incide sobre os rendimentos obtidos, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, no período de tributação,
pelos sujeitos passivos referidos no art.2 CIRC, no entanto, distinguimos entidades residentes de entidades não
residentes.
Entidades residentes – são divididas em duas categorias consoante se trate de empresas ou entidades não
empresarias, ou seja, que exerçam ou não a título principal uma atividade de índole industrial, agrícola ou comercial.
As empresas, são entidades que exercem a título principal uma atividade principal de natureza comercial, agrícola ou
industrial, sendo tributadas pelo lucro (art.3 n1 a) CIRC). O lucro para o IRC, consiste na diferença entre os valores do
património líquido no fim e no início do período de tributação.
As entidades não empresariais, não exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou
agrícola e são tributadas com base no rendimento global, isto é, o somatório dos rendimentos das diversas categorias
do IRS, que nas categorias B (rendimentos empresariais), E (rendimentos de capitais), F (rendimentos prediais) e G
(incrementos patrimoniais) trata de pessoas coletivas.
Entidades não residentes – a base do imposto assenta: no lucro imputável a estabelecimento estável de que disponha
situado em território português, art.3 n1 c) CIRC; nos rendimentos das várias categorias do IRS, concretamente, as
categorias B, E, F e G, e os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito quando não possuam estabelecimento
estável ou não lhe sejam imputáveis.
Art.6 n1 CIRC – é imputada aos sócios a matéria coletável das sociedades indicadas, com sede em Portugal, ainda que
não tenha havido distribuição de lucros.
Art.12 CIRC – estas sociedades submetidas ao regime de transparência fiscal não são tributadas em IRC, salvo quanto
às tributações autónomas. O lucro tributável destas sociedades transparentes é calculado com as regras do IRC, mas
não é tributado neste imposto, vai ser imputado aos sócios na proporção da respetiva quota para ser tributado em IRS,
integrando-se no rendimento líquido na categoria B das pessoas singulares – art.20 CIRS.
Apesar de não serem sujeitos passivos de IRC, estão obrigados aos deveres de cooperação, no cumprimento das
obrigações declarativas – art.117 n9 CIRC.
Prejuízos fiscais art.52 consagra a regra que os prejuízos fiscais apurados em determinado período de tributação, são
deduzidos aos lucros tributáveis, no caso das sociedades sujeitas ao regime de transparência fiscal, os prejuízos fiscais
são deduzidos unicamente aos lucros tributáveis das mesmas sociedades, sem qualquer repercussão na tributação dos
rendimentos dos sócios art.52 n7 CIRC.
1) As entidades residentes que são empresas que exerçam a título principal, uma atividade de natureza industrial,
comercial ou agrícola ou são estabelecimento estáveis de entidades não residentes. A matéria coletável
corresponde ao lucro contabilístico corrigido nos termos do CIRC se o regime for de contabilidade organizada, ou
ao lucro normal apurado com base em determinados indicadores no regime simplificado art.86 -A e B CIRC. Com
destaque art.86-A n1, o regime simplificado os sujeitos passivos residentes.
2) As entidades residentes não empresariais, que não exerçam a título principal uma atividade de natureza
industrial, comercial ou agrícola e as entidades não residentes sem estabelecimento estável em território
português. A matéria coletável é apurada através da soma dos rendimentos líquidos das várias categorias do IRS,
incluindo os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.
Liquidação do IRC
Art.89 a liquidação pode ser efetuada:
Autoliquidação – feita pelo próprio contribuinte, na declaração periódica de rendimentos que deve ser enviada,
anualmente, por transmissão eletrónica de dados, até ao dia 31 maio do ano seguinte;
Liquidação administrativa – feita pela Autoridade Tributária, nos restantes casos, nomeadamente, quando o
contribuinte não apresente a declaração periódica, ou quando haja lugar a liquidação adicional.
Ao montante apurado são efetuadas deduções, pela ordem seguinte do art.90 n2.
Pelo art.99, a Autoridade Tributária procede à liquidação adicional quando, depois de liquidado o imposto, seja de
exigir, em virtude de correção efetuada ou de fixação do lucro tributável por métodos indiretos, imposto superior ao
liquidado. A Autoridade Tributária procede à liquidação adicional em casos do n2 art.99.
Cobrança do IRC
Existem vários tipos de pagamentos que importa distinguir:
Pagamento especial por conta – art.106, as entidades residentes que exerçam, a titulo principal, atividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola e as entidades não residentes com estabelecimento estável em território português,
ficam sujeitos a um pagamento especial por conta, a efetuar durante o mês de março ou em duas prestações, durante
os meses de março e outubro do ano a que respeita ou, no caso de adotarem um período de tributação não
coincidente com o ano civil, nos 3º e 10º meses do período de tributação respetiva.
Retenção na fonte – Nos termos do art.94 n1, estão sujeitos a retenção na fonte os indicados rendimentos obtidos em
território português. As retenções na fonte têm, regra geral, a natureza de pagamentos por conta do IRC e são
efetuadas à taxa de 25%, aplicando-se às renumerações auferidas na qualidade de membro de órgãos estatutários de
pessoas coletivas e outras entidades a taxa de 21,5% (art.94 n3 e 4).
Pagamento em resultado de liquidação administrativa – O sujeito passivo é notificado para pagar o imposto e juros
que se mostrem devidos, no prazo de 30 dias a contar da notificação (art.110 n1).
O imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
O IVA é um imposto geral sobre o consumo, estadual, indireto, plurifásico e não cumulativo.
Estadual – sujeito passivo é o Estado.
Consumo – na medida em que tributa todo o consumo abrangendo na sua incidência objetiva todas as fases do
circuito económico
Indireto e repercutível sobre o consumidor final – uma vez que pressupõe a repercussão total do imposto para a
frente, o que acaba por corresponder a uma tributação efetuada de uma só vez, na fase retalhista, aquando da venda
final ao consumidor.
Plurifásico – uma vez que a sua incidência se situa em cada fase do circuito económico, desde o produtor ou
importador dos bens até à sua transmissão para o consumidor final, sendo liquidado e pago por cada um dos agentes
intervenientes no circuito económico.
Não cumulativo – em cada fase da incidência se tributa apenas o valor acrescentado nessa fase, isto é, o IVA incide
sobre o valor acrescido que o bem passou a ter em cada fase do circuito económico.
O imposto arrecadado corresponde à soma das diversas parcelas apuradas em cada fase do circuito económico, é igual
ao montante que acabaria por ser pago se todo o imposto fosse exigido no momento da transmissão do bem para o
consumidor final. Este fracionamento do imposto permite o alargamento da incidência da tributação das transações ao
setor da prestação de serviços e contribui para aumentar as potencialidades de obtenção de receitas.
O IVA é um imposto de prestação variável, em que o montante a pagar varia em razão das taxas aplicáveis:
1) Uma taxa reduzida de 6% respeitante a uma lista de bens que não beneficiam de isenção com crédito de imposto a
montante;
2) Uma taxa intermédia de 13% relativa a uma segunda lista de produtos e serviços;
3) Uma taxa normal de 23% aplicável a todas as transações em geral, com exclusão das relativas aos bens constantes
das listas referidas.
O IVA é unanimemente reconhecido como instrumento de harmonização fiscal, que muito tem contribuído para a
concretização das liberdades de circulação de pessoas, bens e serviços e para a efetiva concorrência entre as empresas
no espaço da União Europeia.
A incidência real
Artigo 1 CIVA – estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado:
As transmissões de bens (art.3) e as prestações de serviços (art.4) efetuadas no território nacional, a título
oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal;
As importações de bens (art.5);
As operações intracomunitárias efetuadas no território nacional, tal como são definidas e reguladas no Regime
do IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI).
A incidência pessoal
Artigo 2 CIVA; n2 – não obstante, o Estado e as demais pessoas coletivas de direito público são sujeitos passivos de IVA
quando exerçam algumas das atividades económicas mencionadas no n3.
As isenções do IVA
Artigo 9 CIVA – as isenções dizem-se simples ou incompletas, quando o sujeito passivo não líquida imposto nas suas
vendas ou prestações de serviço, mas também não pode deduzir o IVA que suportou nas suas aquisições.
Artigo 14 CIVA – as isenções completas ou de taxa zero são aquelas em que o sujeito passivo não líquida imposto aos
seus clientes, mas pode deduzir o IVA que, na aquisição de bens e serviços, lhe foi liquidado pelos seus fornecedores.
Determinação da matéria coletável
É constituída pelo valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços efetuadas, pelas importações
de bens e pelas operações intracomunitárias.
Artigo 16 CIVA – nas operações internas, o valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços
sujeitas a imposto é o valor constante da fatura a pagar pelo adquirente e inclui:
1) Os impostos, direitos, taxas e outras imposições, com exceção do próprio IVA;
2) As despesas acessórias debitadas, como sejam as respeitantes a comissões, embalagem, transporte, seguros e
publicidade efetuadas por conta do cliente;
3) As subvenções diretamente conexas com o preço de cada operação.
Para a determinação do valor tributável em IVA, o legislador adotou o método subtrativo indireto ou método do
crédito de imposto, na base do qual o IVA devido por cada agente económico corresponde à diferença positiva entre o
IVA que ele próprio líquida aos seus clientes e o IVA que lhe foi liquidado pelos seus fornecedores no período
considerado (art.19 CIVA).
Taxas do IVA
Três tipos distintos de taxas de imposto: taxa reduzida, taxa intermédia e taxa normal. As taxas são diferentes conforme
se trate de operações realizadas no território do continente, no território da Região Autónoma dos Açores ou no
território da Madeira.
Artigo 18 CIVA – taxas do IVA do território do continente
18 n3 – Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira podem fixas taxas diminuídas do IVA. Assim:
4, 9, 16% - operações efetuadas Açores
5, 12, 22% - operações efetuadas na Madeira
Liquidação e cobrança
São em regra efetuadas pelo sujeito passivo. Para apuramento do IVA a pagar, os sujeitos passivos deduzem, nos
termos do artigo 19 CIVA. A dívida do IVA é dada pela diferença por força do método do crédito de imposto.
Artigo 23 CIVA.
Quanto ao pagamento do IVA – artigo 27 – os sujeitos passivos são obrigados a entregar o montante do imposto
exigível, nos locais de cobrança legalmente autorizados, nos seguintes prazos.
Sempre que a dedução de imposto supere o montante devido pelas operações tributáveis, no período correspondente,
o excesso é deduzido nos períodos de imposto seguintes. Se, passados 12 meses relativos ao período em que se iniciou
o excesso, persistir crédito a favor do sujeito passivo superior a 250 euros, este pode solicitar o seu reembolso (art.22
n4 e 5 CIVA).
Procedimento de inspeção tributária
Tem como objetivo principal a verificação das concretas realidades tributárias, a verificação do cumprimento das
obrigações tributárias por parte dos contribuintes e a prevenção das infrações tributárias. Constitui o campo onde se
verifica com maior intensidade do exercício de faculdades discricionárias da administração tributária.
Inicia-se, caso se confirme o não cumprimento das obrigações tributárias por parte dos contribuintes ou de infrações
tributárias. A execução fiscal é praticada por órgãos administrativos onde tem como objetivo a cobrança coerciva de
dívidas ao Estado, através do processo de execução fiscal podem ser cobrados impostos taxas, coimas entre outras
sanções. Quando o devedor não efetuou o pagamento da dívida tributária dentro do prazo legal a administração
tributária está obrigada a promover coercivamente a cobrança através do processo de execução fiscal, poderá ocorrer
penhoras (art.215, 217, 219 LGT).
Fases:
1. Instauração da execução – dá-se início ao processo através do despacho do dirigente máximo do serviço periférico
regional da área do domicílio ou sede do devedor.
2. Citação do executado – mandado de citação através do qual o contribuinte fica a saber que, contra ele, foi
instaurado um processo de execução fiscal.
3. Oposição à execução fiscal – fase facultativa em que o executado pode contestar a obrigação fiscal. O prazo de
oposição é de 20 dias a contar da citação.
4. Penhora e apreensão dos bens – a penhora concretiza-se na apreensão dos bens do devedor. Se estiver em causa
o património enquanto garantia geral, a administração tributaria pode apreender quaisquer bens do devedor. A
apreensão de bens imoveis é meramente jurídica, isto é, o devedor deixa de ter disponibilidade sobre o bem.
5. Convocação de credores, verificação e graduação de créditos – o devedor tributário pode ter vários credores, por
isso, chamam-se todos os credores que tenham um direito real de garantia. A graduação serve para ver se quem
tem o direito mais forte e é essa pessoa que irá receber em primeiro lugar.
6. Venda dos bens penhorados – é feita através de proposta por meio eletrónico ou carta fechada. Com a venda dos
bens, adquire-se o dinheiro necessário para satisfazer o crédito do exequente e a execução extingue-se.