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IRC
Características gerais:
Uma base de incidência ampla e líquida: teoria do rendimento-acréscimo - O IRC
tem muito que ver com a base de tributação muito ampla que o define e em que o
cálculo da respetiva matéria coletável passa pela identificação do acréscimo
patrimonial verificado num dado período tributário.
SALDANHA SANCHES considera que se trata de um imposto “sem zonas de não
tributação”, e onde a pretensão de completude e neutralidade se revelam.
Por contraste com o que sucede com o IRS (onde a tributação dos rendimentos é
indissociável dos diferentes tratamentos associados às várias categorias), o IRC
tem uma base muito alargada e tendencialmente neutra: toda e qualquer forma de
rendimentos possui, em regra, relevância fiscal e encontra-se sujeita a um
tratamento fiscal que é tendencialmente uniforme.
RENDIMENTOS E GASTOS
O conceito de rendimentos encontra-se no 20º/1 CIRC.
Os gastos estão no artigo 23º e 23º-A para sabermos que despesas têm que ser
dedutíveis. Requisitos:
Previa contabilização + 123º/2 CIRC;
Licitude do gasto;
Documentação do gasto
Ligação entre os gastos e os ganhos
IRS
Características:
Imposto sobre o rendimento 4º/1 LGT
Imposto pessoal 104º/1 CRP + 6º/1 LGT – pode haver casos em que se assemelha
a um imposto real (71º e 72º CIRS)
Imposto de base cedular – tributação com recurso a categorias
Imposto periódico 1º/1 CIRS
Imposto único, mas não unitário
INCIDÊNCIA PESSOAL
Sujeitos: 13º/1 CIRS:
É sujeito passivo a pessoa singular que resida em território português – 16º CIRS
É também sujeito passivo a pessoa singular que embora não resida em território
português, aí obtenha rendimentos – art.16º + 18º CIRS
INCIDÊNCIA REAL
(Quais são os rendimentos tributados em IRS? Como se determina o rendimento líquido
por Categorias e o que é que são as deduções específicas?)
Qualificação do rendimento e determinação do rendimento bruto de cada categoria.
Temos que identificar qual a categoria do rendimento presente no caso:
- Categoria A – rendimentos de trabalho dependente (2º, 25º a 27º CIRS);
- Categoria B – rendimentos empresariais e profissionais (3º, 28º a 39º CIRS);
- Categoria E – Rendimentos de capitais (5º, 40º a 40º-B CIRS);
- Categoria F – rendimentos prediais (8º e 41º CIRS);
- Categoria G – incrementos patrimoniais (9º, 10º, 42º a 52º CIRS);
- Categoria H – pensões (11º, 53º e 54º CIRS).
Determinação do rendimento líquido por categoria. Subtração ao rendimento bruto
de cada categoria, das deduções específicas previstas nos art.25º e ss CIRS,
verificando o rendimento líquido tributável.
Determinação dos rendimentos sujeitos a englobamento art.68º CIRS – o
englobamento representa a passagem da fase analítica para a fase sintética de
determinação do IRS e corresponde à determinação do rendimento global
líquido (ou rendimento coletável) do sujeito passivo, através da soma dos
rendimentos líquidos das diversas categorias, auferidos num determinado ano
(art.22º/1 CIRS). O englobamento dos rendimentos é obrigatório (22º/1 e 3 a
contrario CIRS)
Cálculo da coleta – materializa-se na aplicação das taxas gerais do IRS ao
rendimento coletável, o qual é constituído pelo conjunto dos rendimentos
líquidos auferidos num determinado ano pelo sujeito passivo. Art.68º CIRS
Retenção na fonte:
i. Retenção na fonte por conta do imposto devido a final (natureza de
pagamento por conta): mecanismo que opera pela dedução de uma
quantia aos rendimentos do trabalho dependente ou de pensões
aquando do respetivo pagamento (98º a 101º CIRS). Para o sujeito
passivo constitui um pagamento antecipado do imposto que é devido
no final de cada ano; para o substituto tributário constitui uma dívida
tributária.
Aqui temos as Categorias A e H, que operam mediante a aplicação das
taxas previstas nas tabelas de retenção na fonte 101º CIRS
ii. Natureza definitiva e liberatória: mecanismo de substituição integral que
opera, igualmente, pela dedução de uma quantia aos rendimentos
pagos e que, contrariamente à retenção na fonte com a natureza por
conta, satisfaz, só por si, a divida tributária.
Aqui decorre a substituição tributária 20º/2 LGT.
NORMAS ANTI-ABUSO
16º/6 CIRS – objetivo é o de evitar que uma pessoa transfira a sua residência para
um paraíso fiscal apenas com o intuito de obter vantagens fiscais, nomeadamente
ficar sujeito a uma tributação mais reduzida;
71º/16 CIRS – estabelece uma alíquota de tributação agravada, pois a ideia
subjacente é a de que o rendimento quando chegar ao país de residência não será
sujeito a tributação ou sujeito a uma tributação muito reduzida;
72º/17 CIRS – estabelece uma taxa de tributação agravada, pois a ideia subjacente
é a de que o rendimento quando for recebido em PT deve ficar sujeito a uma
alíquota de tributação mais elevada, porque não foi sujeito a tributação ou foi sujeito
a uma tributação muito reduzida;
73º/6 CIRS – sede de tributação autónoma que se estabelece uma alíquota de
tributação mais agravada e uma presunção ilidível.
ART.104º/1 CRP
O IRS é antes de mais um imposto pessoal, na medida em que, para efeitos de tributação,
considera a situação específica dos sujeitos passivos, nomeadamente a sua situação
pessoal e familiar – releva para a forma como se tributam residentes e não residentes para
efeitos fiscais em PT, no caso do rendimento da Categoria A e H.
Apesar de o IRS ser um imposto pessoal tem características de imposto real em que as
alíquotas de tributação são estabelecidas sem ter qualquer consideração pela situação
pessoal e familiar do sujeito passivo – exemplo da Categoria E.
Quanto à progressividade, o IRS é um imposto progressivo, estabelecendo a aplicação de
alíquotas variáveis, que aumentam à medida que os rendimentos do sujeito passivo
também aumentam. A progressividade resulta ainda de outras características inerentes do
IRS, como as deduções à coleta. Contudo o IRS também tem características de
proporcionalidade, na medida em que estabelece alíquotas fixas, como o 72º CIRS, 71º
CIRS.
Por ultimo, o IRS é um imposto único, na medida em que tributa o rendimento global de
uma pessoa singular na respetiva categoria.
CATEGORIA B:
i. Rendimentos tributáveis: 3º Vai levar a que se pressuponha que o imóvel
gerador das rendas é objeto de afetação aos ativos de uma atividade
empresarial ou profissional, tributada no âmbito desta categoria (29º/1
CIRS). Caso o imóvel provenha do património particular do sujeito passivo,
a afetação aos ativos empresariais/profissionais gera mais-valia suspensa
(10º/1/a e 10º/3/b); a transferência do imóvel do património empresarial para
o particular constitui mais-valia, tributável na categoria B (3º/2/c).
ii. Momento relevante para tributação: 3º/6 CIRS
iii. Especificidades de rendimentos: A. Contabilidade Organizada – 32º e 33º B.
Regime Simplificado de Tributação – 31º C. Atos isolados – 30º D. Opção
de tributação segundo as regras da categoria A – 28º/8 E. Imputação
especial – 20º
RESULTA NO 28º regra geral é o regime simplificado.
iv. Regime tributável: O rendimento tributável obtido por sujeitos passivos
residentes, quer seja apurado através da Contabilidade Organizada ou
Regime Simplificado, é objeto de englobamento obrigatório – 22º/1 e 22º/3/b
a contrario CIRS.
v. Taxa aplicável: Ao rendimento global líquido aplicam-se as taxas gerais de
IRS (68º CIRS) – taxas de imposto progressivas, por escalões.
Ao valor da coleta calculada mediante a aplicação das taxas gerais de IRS
são efetuadas deduções à coleta (78º e ss. CIRS). Apura-se, assim, o valor
do imposto final devido.
vi. Retenção na fonte: O valor destas retenções, que têm natureza de
adiantamento por conta do imposto devido em termos finais, é dedutível à
coleta (78º/2 e 3 CIRS).
CATEGORIA E:
i. Rendimentos tributáveis: Rendimentos que correspondem a frutos e demais
vantagens económicas procedentes, direta ou indiretamente, de elementos
patrimoniais, bens, direitos, ou situações jurídicas, de natureza mobiliária –
5º/1 CIRS.
ii. Momento relevante para a tributação: Os factos geradores de rendimentos
de capitais são, em regra, factos continuados, verificando-se a necessidade
de os periodizar para efeitos de tributação (7º CIRS).
Vencimento – em virtude do decurso do prazo, o credor adquire o direito de
exigir do devedor o cumprimento da obrigação.
Colocação à disposição devedor procede ao cumprimento da sua obrigação
sem necessitar da colaboração do credor.
Apuramento do quantitativo: operações algébricas destinadas ao
apuramento de um montante de rendimento, ou a sua liquidação, que se
torna certo e exigível.
iii. Inexistência de deduções específicas e deduções de perdas: o rendimento
bruto corresponde ao rendimento tributável, visto não ser admissível para
efeitos fiscais a dedução de quaisquer gastos inerentes à obtenção dos
rendimentos. O titular não tem de incorrer em despesas para o efeito.
iv. Regime de tributação: aplicação de retenção na fonte a título liberatório – os
rendimentos de capitais obtidos em território português, tanto por ser
residentes como por não ser residentes, estão sujeitos a retenção na fonte a
titulo definitivo e a taxas liberatórias:
- taxa de 28% 71º/1 em caso de residente?
- taxa de 35% 72º/17 em caso de não residente?
Se não for possível fazer retenção na fonte por falta de uma entidade que
possa cumprir a função de substituto tributário em Portugal, a taxa é de 28%
72º/1 d).
Ao estarem sujeitos a taxas liberatórias do 71º estes rendimentos não são
englobados (22º/3 CIRS). Se forem residentes em Portugal podem optar
pelo englobamento, para efeitos de tributação (71º/8 – incluindo
rendimentos sujeitos a tributação autónoma a taxa especial).
Essa opção é do sujeito passivo (22º/5), sendo que a retenção na fonte
assume a natureza do pagamento/adiantamento por conta do imposto
devido a final (71º/9).
Se optarem pelo englobamento, há uma eliminação da dupla tributação
económica pelo art.40º-A: os lucros recebidos são apenas considerados
em 50% do seu valor, no caso de opção pelo englobamento; se noa
optar pelo englobamento são tributados pela taxa liberatória de 28% que
incide sobre os 100% do valor dos lucros.
Se não optarem pelo englobamento, ficam dispensados de apresentar a
declaração anual destes rendimentos (58º/1 a)), não abrangendo isto
aqueles que optem pela tributação conjunta (58º/3 a))
CATEGORIA F
i. Rendimentos tributáveis: a fonte produtora de rendimento são os imóveis –
justifica a plena autonomização da categoria, no âmbito da estrutura cedular
adotada pelo CIRS
Art.8º - nr 3 e 4 definem a noção de prédio
- Renda: prestação pecuniária, periódica, através da qual o arrendatário
cumpre a obrigação de pagar ao senhorio um preço pelo direito temporário
de uso e fruição do imóvel arrendado (8º/2).
Só se tributa as rendas pagas ou colocadas à disposição. A dedutibilidade,
em sede de IRS, do IMI pago, contribui para atenuar a “sobretributação”,
mitigando o efeito da sobreposição entre a tributação dos rendimentos
prediais e a tributação patrimonial estática dos prédios arrendados.
ii. Deduções específicas: admite-se a dedução dos encargos inerentes à
obtenção do rendimento (41º CIRS). O direito à dedução dos gastos
relacionados com o imóvel objeto de arrendamento não depende do exercício
pelo sujeito passivo da opção pelo englobamento (sujeitando às taxas gerais
progressivas do 68º CIRS).
- sublocação não admite qualquer dedução (8º/2 c) + 41º/6)
- dedução de perdas: O resultado líquido negativo, apurado em determinado
ano, só pode ser deduzido aos rendimentos líquidos positivos desta mesma
categoria, apurados nos 6 anos seguintes àquele a que respeita a perda
(55º/1/b CIRS).
Não existe comunicabilidade horizontal de perdas entre as categorias de
rendimento do IRS. Impossibilidade de compensação entre ganhos e perdas
apurados pelo sujeito passivo num mesmo ano, mas em diferentes categorias
de rendimento.
Limitações ao reporte das perdas da Categoria F (55º/8).
iii. Taxa a aplicar: 72º/1 e) – rendimentos prediais não são somados aos
rendimentos de outras categorias – são tributação autónoma e não um
regime de englobamento.
Ao valor dos rendimentos prediais, já liquido das deduções de gastos do 41º
é aplicada a taxa especial do 72º/1 e) (28%). Seguindo este regime de
tributação autónoma não há deduções à coleta (78º e ss).
Pode haver opção pelo englobamento (72º/8). Fica obrigado a englobar
a totalidade dos rendimentos dessa categoria (22º/5). Nesse caso fica
sujeito às taxas progressivas (68º) e todas as características do imposto
que se aplicam no contexto do regime de englobamento.
No caso de haverem incentivos fiscais À reabilitação urbana há uma
previsão de taxa de tributação autónoma mais reduzida para casos de
reabilitação urbana 71º/7
iv. Regime de tributação: rendimentos prediais encontram-se sujeitos a retenção
na fonte apenas quando as rendas forem pagas por pessoa singular ou
coletiva que disponha ou deva dispor de contabilidade organizada (101º/1
CIRS). Aqui a retenção é de 25% (101º/1 e)), com natureza de adiantamento
por conta do imposto devido em termos finais.
Obrigações acessórias (115º/5 CIRS) os titulares de rendimentos da
categoria F são obrigados a passar recibos de quitação, em modelo
oficial, de todas as importâncias recebidas dos seus inquilinos, pelo
pagamento de rendas (8º/2 a) a e))
Afetação do imóvel ao património empresarial: Configura um facto
tributário (10º/1/a) mas o ganho só se considera obtido no momento da
posterior alienação onerosa dos bens em causa ou da ocorrência de
outro facto que determine o apuramento de resultados em condições
análogas – 10º/3/b CIRS.
Aquando da afetação do imóvel gerador de rendas aos ativos de uma
atividade empresarial por si exercida em nome individual (tributando-se
na Categoria B), o sujeito passivo é suscetível de apurar uma mais-
valia. Contudo, esta fica suspensa até que o imóvel em causa seja
alienado a terceiro ou reafectado ao património particular do seu titular
(sem ser para arrendamento de bem imóvel habitacional, onde nesse
caso a suspensão se manteria).
Desafetação do imóvel ao património empresarial: Transferência do
património empresarial para o património particular do empresário
constitui uma mais-valia, tributável pela Categoria B – 3º/2/c CIRS.
Se for um imóvel habitacional, não se considera que haja uma
transferência para o património particular do empresário e não se
preenche a norma do 3º/2/c (3º/9 CIRS).
ASSIM: Enquadra-se o sujeito passivo pelo 28º CIRS. Há dedução de
perdas (55º CIRS). Integrado na Categoria B, a venda do imóvel vai
gerar uma mais-valia profissional que se apura pelo 46º CIRS. Não se
aplica o 43º/2 (só para a Categoria G) e são tributados em 100% do seu
valor.
Retenção na fonte: 101º/9 CIRS 101º/1 CIRS – os rendimentos
prediais auferidos no âmbito do exercício de uma atividade empresarial e
profissional sujeitos à taxa de 25% (alínea e)) desde que sejam pagos
por uma pessoa singular ou coletiva que disponha de contabilidade
organizada.
Alojamento Local: enquadra-se no 4º/1/h, pois inclui serviços
complementares como limpeza e receção.
CATEGORIA G
i. Rendimentos tributáveis: 9º CIRS.
9º/1 a) + 10º - Mais valias: corresponde a uma autorização em bens ou
direitos – ganho de carater ocasional ou fortuito que se gera na esfera do
proprietário alienante, sem que tal se verifique no contexto do
desenvolvimento de uma atividade empresarial. Este ganho revela uma
capacidade contributiva, o que justifica a respetiva sujeição a imposto.
Factos geradores de Mais-valias: podem corresponder a ganhos obtidos
que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissionais,
capitais ou prediais, resultem dos seguintes factos geradores
(imobiliárias 10º/1 a) e d); mobiliárias 10º/1 b), e), f), g), h); referentes a
propriedade intelectual/industrial 10º/1 c))
ii. Momento da obtenção do ganho – 10º/3 as mais-valias consideram-se
obtidas no momento da prática dos atos que dao origem aos ganhos.
iii. Especificidades das mais valias:
Mais-valias imobiliárias: Os ganhos derivados da alienação a título
oneroso de prédios, mesmo que constituam mais-valias tributáveis pelo
10º CIRS, só ficam sujeitos a IRS se a aquisição dos bens ou direitos a
que dizem respeito tiver ocorrido já depois da entrada em vigor do CIRS
(1989). Constitui uma exclusão de incidência.
- Determinação do valor da mais-valia tributável: 43º CIRS – o ganho
sujeito a IRS a título de mais-valias corresponde ao saldo apurado entre
as mais-valias e as menos-valias realizadas no mesmo ano. A mais-valia
imobiliária resulta da diferença positiva entre o valor obtido com a
transmissão do imóvel (valor de realização) e o valor pago aquando da
aquisição do mesmo (valor de aquisição). Se a diferença for negativa,
temos menos-valia. Se for positiva, temos mais-valia.
O saldo entre mais-valias e menos-valias realizadas no mesmo ano, por
residentes, quer seja positivo ou negativo, é apenas considerado em
50% do seu valor (43º/2 CIRS)
- Dedução de perdas nas mais valias imobiliárias: as perdas apuradas
numa categoria devem ser reportadas para o futuro, pelo sujeito passivo
que as obteve (55º).
- Regime de tributação: residentes – englobamento obrigatório e fica
sujeito às taxas progressivas do 68º, sendo esse montante a englobar
apenas 50% do valor do saldo positivo (43º/2). Não residentes – art.18º
para apurar os rendimentos em Portugal sendo tributados pelo valor total
da mais-valia pelo 72º/1 a). Não residentes com estabelecimento estável
– tributa-se o valor total das mais valias pelo 72º/2 a).
- obrigações acessórias: sujeitos passivos residentes encontram-se
obrigados à apresentação da declaração anual de rendimentos modelo 3
do IRS (57º).
Mais-valias mobiliárias: 43º valor tributável – resulta da diferença positiva
entre o valor obtido com a transmissão (valor da realização) e o valor
pago aquando da aquisição do mesmo (valor de aquisição). Se a
diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição for negativa,
temos menos-valia. Se for positiva, temos mais-valia.
O valor de realização é definido no 44º/1 e o de aquisição nos art. 45º e
48º + 43º/6.
- Regime de tributação: tributação a uma taxa especial de tributação
autónoma, tanto para residentes como para não residentes (72º/1 c)). É
pelo valor total, pois o 43º/2 não se aplica a estas mais-valias.
Os residentes podem optar pelo englobamento (72º/8), ficando obrigados
a englobar a totalidade dos rendimentos da mesma categoria (22º/5).
Mais-valias referentes a propriedade intelectual/industrial: 10º/4 a) e
51º/b), sendo sujeita a uma taxa de tributação autónoma especial (72º/1
c)), sendo possível que os residentes englobem (72º/8). Apenas se
consideram 50% do valor 43º/2.
A menos valia: não há rendimento a tributar (artigos 9.º, n.º 1, alínea a),
10.º, n.º 1, alínea b) e 43.º, n.º 1, todos do CIRS).
CATEGORIA H
i. Rendimentos tributáveis: pensões 11º/1 (APD considera que à partida não há
nenhuma diferença entre as pensões e os rendimentos de trabalho
dependente (Categoria A)).
ii. Coleta: 53º/1
iii. Regime de tributação: rendimento de englobamento obrigatório 22º/1 e 22º/3
b) a contrario. Exceto: 83º-A.
Ao englobamento aplicam-se as taxas gerais progressivas do IRS – 68º. Há
deduções à coleta 78º e ss.
Retenção na fonte – incide sobre o valor das pensões liquidas da dedução
prevista no 53º + 99º/1 b)
Pagamento por conta opcionais – 102º/8 regime opcional de pagamentos pro
conta, a efetuar pelos titulares de pensões, no caso de entidades devedoras
não se encontrarem abrangidas pela obrigação de efetuar as retenções previstas
no 99º.
LIQUIDAÇÃO:
i. A liquidação corresponde à aplicação da taxa ou taxas de imposto à matéria
coletável, assim tornando certa e líquida a obrigação de imposto. A liquidação do
IRS é realizada pela AT, dado tratar-se de um imposto heteroliquidável.
ii. Os art.75º a 77º CIRS determinam esta competência apara a liquidação, bem como
os procedimentos, as formas, os prazos e a fundamentação da liquidação.
iii. O direito da AT a liquidar os tributos caduca, nos termos do prazo geral de
caducidade, se a liquidação não for efetuada (e validamente notificada ao
contribuinte) no prazo de quatro anos (art. 45º/1 LGT). Em situações específicas, a
lei fixa outros prazos de caducidade do direito à liquidação, como sucede com o
prazo de doze anos previsto no art. 45º/7 LGT.
iv. A par da liquidação do IRS relativa ao rendimento coletável decorrente do
englobamento, mediante a aplicação das taxas gerais de imposto previstas no art.
68º CIRS, este imposto compreende um outro tipo de liquidação – a liquidação do
IRS devido às taxas especiais de tributação autónoma previstas no art. 72º CIRS,
para os rendimentos que se encontram sujeitos a este regime. Também esta
liquidação é feita pela AT.
Cabe, por fim, referir a liquidação relativa à aplicação das taxas de tributação
autónoma previstas no art. 73º CIRS: trata-se de uma tributação autónoma de
encargos (e não de rendimento), que apenas por razões de comodidade na
administração e liquidação de imposto se encontra integrada no IRS.