Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
1 - Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou
negativas do lucro tributável, são imputáveis ao período de tributação em que
sejam obtidos ou suportados, independentemente do seu recebimento ou
pagamento, de acordo com o Regime de Periodização Económica*.
4
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Pode haver necessidade de efetuar estimativas na mensuração do gasto ou do
rendimento a reconhecer. Se foi feita uma aquisição (ou transmissão), mas à data
da elaboração das demonstrações financeiras ainda não é conhecido exatamente o
valor total do gasto (ou do rendimento), o registo será feito por um valor que seja
estimado, com base nos dados disponíveis. No período em que o montante final é
conhecido, será feita a respetiva correção à estimativa.
NÃO
SIM
GC ≠ GF ► ↑ Q07 (CF+)
7
RC ≠ RF ► ↓ Q07 (CF-) + substituição DR22 “n-1”: RF ≠ RC ► ↑ Q07 (CF+)
Periodização do lucro tributável
Correções efetuadas pela Inspeção Tributária (IT):
✓ Gastos de anos anteriores: Acréscimo no Q07 e não faz a imputação ao ano
respetivo… (caducidade do direito à liquidação: 4 anos) (dupla tributação);
✓ Rendimentos de anos anteriores: i) Inspeção ao ano da contabilização - Dedução
no Q07 e imputação ao ano respetivo (acréscimo no Q07); Inspeção ao ano a que
se refere o rendimento - acréscimo no Q07 e não faz a dedução no ano da
contabilização… (dupla tributação).
Deve a IT “(…) fazer as correcções adequadas ao RLE a que os custos ou proveitos digam
respeito, quando, nos termos do art.º 18.º do CIRC, não sejam consideradas componentes
negativas ou positivas do lucro tributável do exercício da sua contabilização. Excetuam-se
deste procedimento as provisões, reintegrações e amortizações quando não contabilizadas
como custos ou perdas do exercício a que respeitam.”
9
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
O princípio da especialização dos exercícios (acréscimo), incorporado para efeitos
fiscais, tem vindo a ser delimitado pela jurisprudência pelo próprio princípio da justiça
material (há dezenas de acórdãos sobre o tema…)
Sendo que, na verdade, ainda que respeitante à abolida Contribuição Industrial, onde
vigoravam princípios e normas semelhantes, a rigidez da aplicação do referido princípio
já havia sido flexibilizada pela AT, através do Ofício-Circular C-1/84, de 18 de junho.
❖ Nota: Poderá não ser necessário substituir a DR22 do ano “n” se, no momento da
deteção do erro, a mesma ainda não foi apresentada (antes de maio de n+1).
14
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
✓ Fatura de compra (gasto) emitida no ano “n” mas contabilizada em “n+1”
✓ Nada fazer? Possibilidade de correções posteriores…
✓ Como fazer?
✓ Se contabilizada na classe 6: Acrescer o gasto na DR22 do ano “n+1”; Substituir a
DR22 do ano “n” para deduzir o gasto (prazo 1 ano) ou apresentar reclamação
graciosa (prazo 2 anos).
✓ Se contabilizada na classe 5: Não deduzir a variação patrimonial negativa na
DR22 do ano “n+1”; Substituir a DR22 do ano “n” para deduzir a variação
patrimonial negativa (prazo 1 ano) ou apresentar reclam. graciosa (prazo 2 anos).
❖ Nota: Poderá não ser necessário substituir a DR22 do ano “n” se, no momento da
deteção do erro, a mesma ainda não foi apresentada (antes de maio de n+1).
15
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
✓ Constata-se alguma ambiguidade na atuação da AT…
✓ O princípio da prudência é seguido de forma escrupulosa no que se refere a
gastos, mas já não no que toca a rendimentos.
✓ Ou seja, de acordo com a AT os gastos devem ser reconhecidos o quanto antes
(logo que conhecidos ou previsíveis), sob pena de não serem aceites
posteriormente.
✓ Quanto aos rendimentos, de acordo com a AT, devem também ser reconhecidos
o quanto antes, mesmo que incertos quanto ao direito ao recebimento e/ou
quanto ao seu quantitativo…
✓ Consideração como rendimento de uma indemnização devida pela rescisão
unilateral de um contrato de arrendamento antes de ser proferida a decisão
judicial onde se discute o direito à mesma? (Ativo Contingente…).
16
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
3 - Para efeitos de aplicação do disposto no n.º 1:
a) Os réditos relativos a vendas consideram-se em geral realizados, e os
correspondentes gastos suportados, na data da entrega ou expedição dos bens
correspondentes ou, se anterior, na data em que se opera a transferência de
propriedade; (venda de frações urbanas – n.º 6)
b) Os réditos relativos a prestações de serviços consideram-se em geral realizados,
e os correspondentes gastos suportados, na data em que o serviço é concluído,
exceto tratando-se de serviços que consistam na prestação de mais de um ato ou
numa prestação continuada ou sucessiva, que são imputáveis proporcionalmente à
sua execução;
c) Os réditos e os gastos de contratos de construção devem ser periodizados tendo
em consideração o disposto no artigo 19.º. 17
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
5 - Os réditos relativos a vendas e a prestações de serviços, bem como os gastos
referentes a inventários e a fornecimentos e serviços externos, são imputáveis ao
período de tributação a que respeitam pela quantia nominal da contraprestação.
18
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Caso prático
O valor das vendas a crédito ascenderam no período de tributação de 2023 a
650.000, tendo a empresa reconhecido como rédito apenas o valor de 600.000
correspondente ao valor atual da importância a receber em 31.12.2023.
✓ Quais os ajustamentos fiscais a efetuar em 2023?
19
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Caso prático
Em dezembro de 2023, uma empresa vendeu um determinado bem dos seus
inventários, cujo recebimento irá ocorrer no prazo de dois anos, sem juros, por
500.000.
Sabe-se que o justo valor da contraprestação é de 450.000 e que nos anos 2024 e
2025 a empresa vai reconhecer, em partes iguais, o rédito de juros,
✓ Quais os ajustamentos fiscais a efetuar em 2023, 2024 e 2025?
20
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
6 - A determinação de resultados nas obras efetuadas por conta própria vendidas
fracionadamente é efetuada à medida que forem sendo concluídas e entregues aos
adquirentes, ainda que não sejam conhecidos exatamente os custos totais das
mesmas.
❖ Regra fiscal coincide com a normalização contabilística (NCRF 18)
✓ Exemplo: Promoção imobiliária / construção para venda – Construção de um
prédio com 20 frações (15 apartamentos e 5 lojas).
▪ Período da construção: de janeiro de 2021 a dezembro de 2022.
▪ Período das vendas: de janeiro de 2023 a dezembro de 2023. 21
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
✓ Materiais de construção: São gasto à medida que forem sendo consumidos
(incorporação em obra) – conta 61.
✓ Outros gastos relacionados direta ou indiretamente com a produção/construção:
São gasto à medida que forem sendo incorridos (contas 62, 63, 64…)
✓ No final do ano é necessário apurar o custo de produção, logo, deverá estar
implementado um sistema de contabilidade analítica.
✓ Custo de produção é contabilizado a débito na conta 36 (produtos e trabalhos em
curso) e a crédito na conta 73 (variação nos inventários da produção), logo,
resultado nulo (custos de construção foram gasto).
✓ Variação da produção: Ef - Ei (é positiva durante a construção…)
22
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
✓ Terminada a construção transita o saldo da conta 36 para a conta 34.
Quando se iniciar a venda das frações:
✓ Reconhecimento do rédito/vendas (conta 71), por contrapartida de clientes.
✓ Débito da conta 73 (variação da produção negativa: Ef - Ei), por contrapartida a
crédito da conta 34 (desreconhecimento do ativo).
❖ Logo, o rendimento é tributado à medida das vendas, tal como estipula o n.º 6 do
artigo 18.º do CIRC.
Nota: Possibilidade de existir a correção do art.º 64.º do CIRC, se VPT > Valor da
Escritura: RF ≠ RC (acréscimo no Q07). 23
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Exemplo: Promoção imobiliária / construção para venda – Construção de um prédio
com 20 frações (15 apartamentos e 5 lojas).
▪ Período da construção: de janeiro de 2021 a dezembro de 2022.
▪ Período das vendas: de janeiro de 2023 a dezembro de 2023.
28
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Método do custo
29
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Caso prático
A sociedade ABC SA adquiriu uma participação de 30% da sociedade XYZ SA, em
janeiro de 2022, por 500.000.
No exercício de 2022, o resultado líquido apurado pela XYZ SA, foi de 100.000.
Em março de 2023, foi deliberado em assembleia geral de acionistas da XYZ SA a
distribuição de lucros à sociedade ABC SA no valor de 20.000 respeitante ao
exercício de 2022.
❖ Refira quais as consequências da situação descrita no lucro tributável da
sociedade ABC SA relativo a 2022 e 2023, sabendo-se que a empresa adota o
MEP.
30
Luís Filipe Esteves
Caso prático
31
Luís Filipe Esteves
Caso prático
Ano 2023
A sociedade ABC regista os lucros atribuídos, bem como a parte restante:
3. Pelos lucros atribuídos:
• 26 a 41 → 20.000
4. Pelos lucros não atribuídos (30.000 - 20.000):
• 56 a 5712 → 10.000
✓ Correções fiscais: A empresa ABC não corrige no Q07/DR22 a VP- (porque é apenas
qualitativa ou permutativa) de 10.000. Deve acrescer o valor de 20.000 (correção
MEP, C712), podendo simultaneamente deduzi-lo (eliminação da DTE, C771).
✓ NOTA: Não há lugar a retenção na fonte [art.º 97.º, n.º 1, alínea c)]
32
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
9 - Os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a
formação do lucro tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos no
período de tributação em que os elementos ou direitos que lhes deram origem
sejam alienados, exercidos, extintos ou liquidados, exceto quando:
a) Respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de
resultados, desde que, quando se trate de instrumentos de capital próprio,
tenham um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não
detenha, direta ou indiretamente, uma participação no capital igual ou superior
a 5% do respetivo capital social; ou
b) Tal se encontre expressamente previsto neste Código.
33
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Método do justo valor
▪ Rendimentos e gastos reconhecidos na contabilidade por aplicação deste
método devem ser, respetivamente, deduzidos e acrescidos no Q07.
▪ Método do justo valor não é, em geral, reconhecido pela fiscalidade (CIRC), salvo
as exceções previstas nas alíneas a) e b) do n.º 9:
✓ Ações de empresas cotadas em bolsa, se a participação for inferior a 5%
(ajustamentos em função da cotação das ações: RC = RF; GC = GF);
❖ Caso não se verifiquem estas condições → Ajustamentos fiscais…
RC ≠ RF ► ↓ Q07 (CF-) (C759)
GC ≠ GF ► ↑ Q07 (CF+) (C713)
34
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Método do justo valor
▪ (…) exceções previstas nas alíneas a) e b) do n.º 9:
✓ Quando tal se encontre previsto no CIRC…
Artigo 20.º, n.º 1
f) Ganhos por aumentos de justo valor em instrumentos financeiros (1);
g) Ganhos por aumentos de justo valor em ativos biológicos consumíveis (…);
Artigo 23.º, n.º 2
j) Perdas por reduções de justo valor em instrumentos financeiros (1);
k) Perdas por reduções de justo valor em ativos biológicos consumíveis (…);
(1) Com as limitações impostas pela alínea a), n.º 9, art.º 18.º, CIRC.
35
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
✓ Como referido, em regra, o CIRC não aceita os ajustamentos decorrentes da
aplicação do justo valor, pelo que os mesmos não concorrem para a formação do
lucro tributável.
✓ Ajustamentos reconhecidos em resultados do período são:
▪ Acrescidos no Q07 (C713) (redução de JV - conta 66) ou
▪ Deduzidos no Q07 (C759) (aumento de JV - conta 77)
✓ Ajustamentos reconhecidos em capital próprio (classe 5) - são variações
patrimoniais (+ ou -) não relevantes (não vão ao Q07).
36
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
✓ Caso prático: A empresa XPTO adquiriu em 2023 um conjunto de ações:
38
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
✓ Caso prático: A sociedade XPTO adquiriu em bolsa de valores, em novembro de
2023, um lote de 10.000 ações da empresa B SA, detidas para negociação,
representativas de 0,2% do capital social desta, ao preço unitário de 1 euro.
Em 31/12/2023 a cotação das ações ascendia a 2 euros.
❖ Para efeitos fiscais, que ajustamento deve a sociedade XPTO efetuar?
39
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 18.º do Código do IRC
12 - Exceto quando estejam abrangidos pelo disposto no artigo 43.º, os gastos
relativos a benefícios de cessação de emprego, benefícios de reforma e outros
benefícios pós emprego ou a longo prazo dos empregados que não sejam
considerados rendimentos de trabalho dependente, nos termos da primeira parte
do n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do Código do IRS, são imputáveis ao
período de tributação em que as importâncias sejam pagas ou colocadas à
disposição dos respetivos beneficiários.
✓ Por regra o gasto só é considerado para efeitos de IRC, no período em que as
importâncias são pagas ou colocadas à disposição dos respetivos beneficiários
(tributação em IRS…), exceto situações abrangidas pelo art.º 43º (Realizações de
utilidade social) ou se consideradas rendimentos de trabalho dependente.
40
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Benefícios de cessação de emprego, benefícios de reforma e outros benefícios pós
emprego ou a longo prazo dos empregados
✓ Caso prático: Em 2023, foi determinada a atribuição de uma indemnização a um
trabalhador, no montante de 4.000 em virtude da cessação do contrato de
trabalho. Só em 2024 é que tal quantia foi paga ao trabalhador.
❖ Quais as correções para apuramento do lucro tributável em 2023 e 2024?
41
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
1 - A determinação dos resultados de contratos de construção é efetuada segundo
o critério da percentagem de acabamento.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a percentagem de acabamento no
final de cada período de tributação corresponde à proporção entre os gastos
suportados até essa data e a soma desses gastos com os estimados para a
conclusão do contrato.
3 - Quando, de acordo com a normalização contabilística, o desfecho de um
contrato de construção não possa ser estimado de forma fiável, considera-se que o
rédito do contrato corresponde aos gastos totais do contrato.
4 - Não são dedutíveis as perdas esperadas relativas a contratos de construção
correspondentes a gastos ainda não suportados. (§36, NCRF19 → Provisão não
aceite – GC ≠ GF: C721/Q07; Reversão da provisão → RC ≠ RF: C764/Q07)
42
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
✓ NCRF 19: Tratamento contabilístico de réditos e custos associados a contratos de
construção (empreitadas: ponte, edifício, barragem, estrada, navio…).
✓ Por força da natureza da atividade subjacente aos contratos de construção, a
data em que a atividade do contrato é iniciada e a data em que a atividade é
concluída caem geralmente em períodos contabilísticos diferentes.
❖ Aspeto essencial na contabilização dos contratos de construção → imputação do
rédito do contrato e dos custos do contrato aos períodos em que o trabalho de
construção seja executado.
❖ O que comanda é a % acabamento (Grau Acabamento – GA) e não a % faturação
(Grau Faturação – GF), logo, antecipação ou diferimento do rédito, consoante
esta (% faturação) seja inferior ou superior à % de acabamento, respetivamente.
43
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
✓ O que releva não é a duração da obra ser inferior ou superior a um ano, mas sim
a obra transitar de um período de tributação para outro.
✓ Apuramento de resultados à medida que a obra avança…
✓ Mas, quando, de acordo com a normalização contabilística, o desfecho de um
contrato de construção não possa ser estimado de forma fiável (situação, em
princípio, pouco frequente), considera-se que o rédito do contrato corresponde
aos gastos totais do contrato (critério/método do lucro nulo – prudência…).
✓ Não abarca as obras efetuadas por conta própria vendidas em frações,
abrangidas pelo n.º 6, art.º 18.º (apuramento de resultados apenas no momento
da venda… Variação da produção…).
44
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
✓ Em 2023, a sociedade X, Lda celebra um contrato com uma Câmara Municipal
para a construção de uma escola. A construção vai ser efetuada durante o
período de 2 anos. O preço de venda estabelecido com o cliente foi de 1.000.000
e os custos estimados são de 800.000
Hipótese 1: Em 2023 os gastos incorridos ascenderam a 400.000 e o montante
faturado foi de 400.000.
Hipótese 2: Em 2023 os gastos incorridos ascenderam a 200.000 e o montante
faturado foi de 300.000.
❖ Qual o rédito e os gastos fiscalmente imputáveis ao período de tributação
iniciado em 2023?
❖ E no caso do método do lucro nulo (estimativa não fiável)?
45
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
❖ Qual o rédito e os gastos fiscalmente imputáveis ao período de tributação
iniciado em 2023?
Hipótese 1
✓ GA = 400.000 / 800.000 = 50%
✓ GF = 400.000 / 1.000.000 = 40%
✓ GA ˃ GF, logo, acréscimo de rendimentos no valor de 100.000 (1.000.000 x 10%)
(Débito da conta 28 e crédito da conta 72)
✓ Gastos – OK!
✓ Não há correções fiscais (contabilidade = fiscalidade).
46
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
❖ Qual o rédito e os gastos fiscalmente imputáveis ao período de tributação
iniciado em 2023?
Hipótese 2
✓ GA = 200.000 / 800.000 = 25%
✓ GF = 300.000 / 1.000.000 = 30%
✓ GA ˂ GF, logo, diferimento de rendimentos no valor de 50.000 (1.000.000 x 5%)
(Débito da conta 72 e crédito da conta 28)
✓ Gastos – OK!
✓ Não há correções fiscais (contabilidade = fiscalidade).
47
Luís Filipe Esteves
Periodização do lucro tributável
Artigo 19.º do Código do IRC – Contratos de construção
❖ E no caso do método do lucro nulo (estimativa não fiável)?
Hipótese 1
✓ Gastos = 400.000; Rendimentos = 400.000.
✓ Rendimentos = Gastos, logo, não há ajustamentos, nem na contabilidade, nem
para efeitos fiscais (caso se verifiquem os pressupostos de aplicação deste
método).
Hipótese 2
✓ Gastos = 200.000; Rendimentos = 300.000.
✓ Rendimentos ˃ Gastos, logo, diferimento de rendimentos no valor de 100.000 (na
contabilidade: débito da conta 72 e crédito da conta 28).
✓ Não há correções fiscais (contabilidade = fiscalidade; caso se verifiquem os
pressupostos de aplicação deste método).
48
Luís Filipe Esteves