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AS DEPRECIAÇÕES

 Depreciação –imputação sistemática a custos extintos (gastos) da quantia depreciável


de um ativo imobilizado corpóreo ao longo da sua vida útil.
 (ter em atenção a diferença de terminologia: legislação contabilística – depreciação;
legislação fiscal –depreciação e reintegração).
 A quantia depreciável corresponde à diferença entre o custo (ou o justo valor) do
ativo e o seu valor residual estimado. Na prática não se considera este valor.
 Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra
retribuição dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção;
ou
 Quando aplicável, a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento
inicial de acordo com os requisitos específicos de outras NCRF.

 Vida útil: é:

– O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível para uso; ou

– O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera obter do activo

 São contabilizadas numa conta de custos operacionais:

64 Gastos de depreciação e de amortização

642 Ativos fixos tangíveis

 Uma vez que têm directamente a ver com a actividade operacional da empresa.

 No caso de imóveis considerados como propriedades de investimento, as respetivas


depreciações devem ser considerados na conta:

64 Gastos de depreciação e de amortização

641 Propriedades de investimento

 A depreciação de um ativo começa quando este esteja disponível para uso,i.e. quando
estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na forma
pretendida.
 A depreciação de um ativo cessana data que ocorrer mais cedo entre a data em que o
ativo for classificado como detido para venda e a data em que o ativo for
desreconhecido.

Métodos de registo das Depreciações


 Método direto e Método indireto
 Método direto– as depreciações efetuadas em cada exercício (por débito de uma
conta de custos/gastos) são registadas diretamente a crédito da respetiva contado
ativo imobilizado corpóreo bruto. Por exemplo:
64 Gastos de depreciação e de amortização

a 433 Ativos Fixos tangíveis / Equipamento básico

 No Método indirecto –o registo das referidas depreciações do exercício faz-se


creditando a conta Depreciações acumuladas:

– 438 Depreciações acumuladas

Métodos de cálculo das depreciações


 O método de depreciação usado deve reflectir o modelo por que se espera que os
futuros benefícios económicos do activo sejam consumidos pela entidade (NCRF 7,
§60).
 Métodos de Depreciação (NCRF 7, §62). :
 Método da linha reta;
 Método do saldo decrescente;
 Método das unidades de produção.
 Métodos de cálculo das depreciações

 A depreciação pelo método da linha recta resulta num débito constante durante a
vida útil do activo se o seu valor residual não se alterar.

 O método do saldo decrescente resulta num débito decrescente durante a vida útil.

 O método das unidades de produção resulta num débito baseado no uso ou produção
esperados.

• A entidade selecciona o método que reflicta mais aproximadamente o modelo esperado de


consumo dos futuros benefícios económicos incorporados no activo.

• Esse método é aplicado consistentemente de período para período a menos que ocorra uma
alteração no modelo esperado de consumo desses futuros benefícios económicos.

Método das unidades de produção


 Ex.:
 Quantia depreciável 100.000 euros
 Nº de horas estimadas ao longo da vida útil 50.000 horas 
 depreciação / hora 2 euros 
 Horas de trabalho em determinado exercício 2.000 horas
 depreciação= € 2 * 2.000 = € 4.000

Método das unidades de produção


 A aplicação deste método não é aconselhável nos casos em que a depreciação do bem
seja em função do tempo e não da actividade produtiva desenvolvida.
Método das quotas constantes
 O método das quotas constantes considera que a depreciação é uma função do
tempo em vez de ser considerada uma função da actividade produtiva desenvolvida.
 Pressupõe o conhecimento do custo do bem, a sua vida útil estimada e o seu valor
residual estimado a quando da alienação no final da sua vida útil.

 Ex.:
 Quantia depreciável 48.000 euros
 Vida útil estimada 4 anos
 Taxa anual de depreciação 25%
 Depreciação anual = 12.000 euros
 Depreciação mensal = 1.000 euros

 Este método considera que a utilidade económica do bem é idêntica ao longo da sua
vida útil e que não há variações significativas com custos de conservação e reparação
em cada um dos anos.
 É um método de aceitação geral pois é de fácil aplicação.

Método do saldo decrescente


• O Método do saldo decrescente é aceite pela Administração fiscal mas apenas para
elementos que (CIRC, artº 30º):

– Não tenham sido adquiridos em estado de uso;

– Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, excepto quando afectas à
exploração de serviço público de transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da
actividade normal do sujeito passivo, mobiliário e equipamentos sociais.

– Podem, ainda, ser aplicados métodos de depreciação e amortização diferentes dos indicados
nos números anteriores, desde que, mediante requerimento, seja obtido o reconhecimento
prévio da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Acréscimos e Diferimentos- Regime de acréscimo (periodização


económica) -importância dos acréscimos e diferimentos

As empresas constituem-se para desenvolver, por tempo indeterminado, a atividade


em que consiste o seu objeto social.
Isto só é possível repartindo artificialmente a vida das empresas em segmentos
temporais, para determinação no final de cada um deles, do seu resultado e da sua
posição financeira.
Cada segmento designa-se por “período contabilístico”, “exercício contabilístico”,
“exercício económico” “exercício” e “período”
 O exercício contabilístico tem a duração de doze meses, coincidindo ou não
com o ano civil.
 A segmentação da vida das empresas em períodos contabilísticos suporta a
existência de alguns princípios contabilísticos geralmente aceites,
nomeadamente o princípio do acréscimo.
 As demonstrações financeiras tradicionais – Balanço e Demonstração de
Resultados – são elaboradas numa base de acréscimo (accrual basis), à qual se
opõe a base de caixa (cash basis).
A base de acréscimo assenta no pressuposto de que as transações e outros
acontecimentos são reconhecidos quando ocorrem, escriturados nos registos
contabilísticos dos períodos a que respeitam e relatados nas demonstrações
financeiras dos respetivos exercícios ou períodos.

É esta a ideia expressa no regime do acréscimo constante do SNC.


Na base de caixa os efeitos das transações e outros acontecimentos só são
reconhecidos quando ocorrem os respetivos recebimentos e pagamentos.

A Demonstração dos fluxos de caixa assenta num conceito da base de caixa


precisamente para que os utentes da informação financeira tenham “conhecimento
do modo como a empresa gera e utiliza o dinheiro num determinado período”.

Para que seja possível cumprir o princípio da especialização ou do acréscimo existem


no SNC as seguintes contas:

 272 Devedores e credores por acréscimos (periodização económica): Estas


contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser
reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação
vinculativa, cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos
posteriores.
- 2721 Devedores por acréscimos de rendimentos
- 2722 Credores por acréscimos de gastos
 28 Diferimentos: Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser
reconhecidos nos períodos seguintes.
- 281 Gastos a reconhecer
- 282 Rendimentos a reconhecer

A especialização dos gastos e dos rendimentos é frequentemente efetuada apenas


com referência ao final de cada exercício ou período contabilístico, o que limita a
utilidade da informação financeira produzida durante o ano.

É desejável que a especialização dos gastos e rendimentos relevantes seja feita


mensalmente.

Os créditos e os gastos são componentes, respetivamente, positivos e negativos dos


resultados. São conceitos de tipo económico.

As receitas e as despesas acabam por dar origem a recebimentos e a pagamentos.

Se as vendas e as compras forem realizadas a pronto significa que há coincidência


entre a receita e o recebimento e entre a despesa e pagamento. São conceitos de tipo
financeiro.

GASTOS e operações com o pessoal

Gastos com os recursos humanos de uma empresa:


 remunerações fixas (certas) e/ou variáveis recebidas pelos trabalhadores
vinculados à empresa por contrato;
 remunerações fixas (certas) e/ou variáveis atribuídas aos órgãos sociais da
empresa;
 Contribuições para a Segurança Social;
 Seguros obrigatórios ou facultativos a favor do pessoal.
Gastos de carácter social, como sejam:
 Refeitórios;
 Assistência médica / medicamentosa;
 Bolsas de estudo;
 Subsídios de casamento, maternidade e outros análogos;
 Complemento de subsídio de doença;
 Formação profissional;
 Indemnizações por despedimento;
 Atribuição de benefícios de reforma;

Gastos e operações com o pessoal


Do ponto de vista contabilístico só são de considerar em Gastos com o Pessoal os
Gastos relativos aos órgãos estatutários e ao pessoal vinculado à empresa por contrato
individual de trabalho ou por outro sujeito ao mesmo regime jurídico.
Os honorários pagos a trabalhadores independentes e os gastos resultantes da
celebração de contratos de utilização de trabalho temporário são considerados
como serviços externos.
 Podem haver remunerações em dinheiro e remunerações em espécie;
 Existem também remunerações correntes e remunerações diferidas;
 Férias e Subsídios de Férias.

Os desfasamentos temporais entre o período em que o trabalho é prestado e o


momento em que o processamento pode ser efetuado ou o seu
pagamento coloca alguns problemas de natureza contabilística:
 Remunerações variáveis;
 Benefícios de reforma;
 Direito a férias.

Os gastos com o pessoal são contabilizados na conta ‘63 – Gastos com o pessoal’ do
SNC.
As dívidas relacionadas com o pessoal que não resultem de compras ou de vendas
inerentes à atividade da empresa, são integradas no SNC na conta 23.1-Remunerações
a Pagar.
As remunerações imputáveis ao exercício, mas apenas sujeitas a processamento e
pagamento posterior são contabilizadas através da conta 2722 — Credores por
acréscimos de gastos:
 SNC – Notas explicativas
 272 — Devedores e credores por acréscimos
 Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam
ser reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação
vinculativa, cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos
posteriores.
Processamento e pagamento de remunerações
 O processamento deve ser efetuado na Secção de Pessoal;
 A folha de processamento deve ser aprovada pelo responsável da Secção de
Pessoal e pelo Diretor Financeiro;
 As remunerações devem ser pagas preferencialmente por transferência
bancária;
No ato do pagamento da retribuição deve ser entregue ao trabalhador documento
(recibo de retribuição) onde constem os seguintes elementos:
 Nome completo do trabalhador;
 Número de beneficiário da segurança social;
 Período a que respeita a retribuição;
 Número de identificação fiscal do trabalhador;
 Categoria profissional;
 Discriminação das remunerações;
 Discriminação dos descontos e deduções efetuados;
 Quantia líquida a receber.
O recibo deve ser assinado pelo trabalhador sempre que as quantias sejam pagas em
dinheiro ou em cheque.
Remunerações a processar em período posterior ao da prestação efetiva do trabalho:
 Neste caso devem fazer-se estimativas de remunerações variáveis;
 Estimativas dos encargos com férias;
 Quaisquer outras consideradas pertinentes para o objetivo em vista.

Outros Abonos
 Ajudas de custo; Deslocações em viatura própria; Abonos para despesas de
deslocação e de representação; Honorários; Contribuições, Impostos e Outros
Encargos Sobre Remunerações; Contribuições para a Segurança Social.
Relatório Único
 Relatório anual referente à informação sobre a atividade social da empresa.
 A regulamentação do Código do Trabalho criou uma obrigação única, a cargo
dos empregadores, de prestação anual de informação sobre a atividade social
da empresa, com conteúdo e prazo de apresentação regulado pela Portaria nº
55/2010 de 21 de janeiro.
 O relatório único é entregue por meio informático, durante o período de 16 de
março a 15 de abril do ano seguinte àquele a que respeita.

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 7


ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Objectivo, Âmbito e Definições

 Prescrever o tratamento contabilístico dos activos fixos tangíveis de forma a que os


utentes das DF’s possam compreender a informação sobre os investimentos da
entidade em activos fixos tangíveis e sobre as alterações nesses investimentos.
 A NCRF 7 aplica-se na contabilização de activos fixos tangíveis, excepto quando outra
norma requerer ou permitir diferente tratamento.

 A NCRF 7 não se aplica a:

I. Activos fixos tangíveis classificados como detidos para vendam (NCRF 8);

II. Activos biológicos relativos à actividade agrícola (NCRF 17); ou

III. Activos relacionados com a exploração e avaliação de recursos minerais (NCRF 16);

IV. Direitos minerais e reservas de minério, tais como petróleo, gás natural e recursos similares
não regenerativos.
 Contudo, a NCRF 7 aplica-se aos ativos fixos tangíveis usados para desenvolver ou
manter os ativos descritos nos pontos ii) e iv) anteriores.

 Vida útil:
 Período no qual se espera que o activo esteja disponível para uso por uma entidade;
ou,
 Número de unidades de produção ou unidades similares que se espera obter do
activo por uma entidade.

 Valor residual:
 É a quantia estimada que uma entidade obteria correntemente para alienação de um
activo, após dedução dos custos estimados de alienação, se o activo já tivesse a idade
e as condições esperadas no final da sua vida útil.

 Política contabilística –NCRF


 As imobilizações devem estar registadas de acordo com o custo de aquisição ou a
valores revalorizados (justo valor), deduzidas de depreciações acumuladas e perdas
de imparidade.
 Quando um elemento do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe a que
pertence deve ser revalorizada.

Normativo
 Para o reconhecimento é preciso:
 Benefícios económicos param a empresa
 Custo do activo possa ser mensurado com fiabilidade
 Mensuração Inicial = Custo (Preço de Compra + Custos Suportados + custos futuros de
desmantelamento, remoção ou restauro)

 Trocas de activos
 Reconhecer o activo ao justo valor
 Custos suportados – custos incorridos para colocar o imobilizado no local e nas
condições necessárias para poder operar conforme exigido.

 Exemplos de custos que não podem ser imobilizado:


 Custos com o lançamento de novos produtos ou serviços (incluindo publicidade e
promoções);
 Custos com transferência de localização;
 Custos administrativos e outros custos indiretos gerais;

 Custos de reorganização;
 Custos operacionais no arranque da actividade;
 Custos de abertura de novas instalações; e,
 Custos com realização de negócios em novos locais ou com novos clientes (incluindo
formação do pessoal).

 Envolve:
 Mensuração inicial;
 Gastos subsequentes;
 Mensuração subsequente à mensuração inicial.

 Mensuração inicial ao custo


 Elementos do custo:
 Preço de compra, incluindo direitos aduaneiros e impostos não recuperáveis,
qualquer custo directo para colocar o activo em condição de uso e estimativa de
custos de desmantelamento, remoção do activo e restauração do local.
 Exemplos de custos directamente atribuíveis: custo de preparação do local, custos de
instalação e montagem, custos de testes de funcionamento do activo, honorários de
profissionais envolvidos.

 Mensuração subsequente ao reconhecimento inicial


 Uma entidade deve optar entre:
 Modelo do Custo ou o
 Modelo de Revalorização (JV)
 Como sua política contabilística e aplicá-la a uma classe inteira de activos fixos
tangíveis.

 Dois Tratamentos previstos


 Registo do Activo = Custo –Depreciação Acumulada
 Registo do Activo = Quantia Reavaliada
 Ter em consideração que: Quantia Reavaliada = Justo Valor à data da revalorização –
Depreciação acumulada subsequente – Perdas de Imparidade acumuladas
subsequentes.

 Revalorização de Ativos:
 Com regularidade → Valor Balanço = Justo valor
 Acvo Fixo revalorizado → Classe do Ativo Fixo revalorizado
 Aumento do Valor de Balanço por revalorização → Crédito no Capital Próprio i)
 Diminuição do Valor de Balanço por revalorização → Gastos ii)
 I)Creditado em rendimentos até ao montante reconhecido como gasto em anteriores
diminuições do valor de balanço, sendo o remanescente reconhecido em Capital
Próprio
 II) Debitado no Capital Próprio até ao montante creditado anteriormente por aumento
do valor de balanço sendo o remanescente debitado em gastos.

 É possível a existência de Benefícios Económicos futuros em excesso relativamente ao


padrão original de desempenho previsto?
 SIM → Capitaliza
 (Extensão da vida útil, aumento da capacidade, melhoria substancial da qualidade do
‘output’, redução substancial de gastos operacionais)
 NÃO → Gasto do período
 (Manutenção e reparações)

 Grandes componentes que requerem substituição em intervalos regulares (fornos,


interiores de aeronaves, por exemplo) contabilizados separadamente e depreciados
ao longo da sua vida útil.
 Substituição e renovação são capitalizadas.
 Cada componente do activo fixo tangível com um custo significativo em relação ao
custo total deve ser depreciado separadamente.

 Quantia depreciável
 Imputação numa base sistemática, excluindo o valor residual do activo
 Método de depreciação
 Modelo que reflecte o consumo dos benefícios económicos gerados pela empresa
 Revisto periodicamente
 Vida Útil e Valor Residual
 Revistos periodicamente
 Cada revisão deve ocorrer no mínimo no final de cada exercício.

 Métodos de depreciação:
 Podem ser usados vários métodos:
 Linha reta
 Método do saldo decrescente
 Unidades de produção
 O método a selecionar deve ser o que melhor reflete o padrão esperado de consumo
dos benefícios económicos do ativo.
 Esse método é aplicado consistentemente a menos que ocorra uma alteração no
padrão esperado de consumo dos benefícios económicos do ativo
 O valor residual e a vida útil devem ser revistos pelo menos no final de cada exercício.
Em caso de alterações, tratar como alteração de estimativa contabilística cf. NCRF 4
(aplicação prospetiva)
 A depreciação cessa quando o ativo é classificado como detido para venda (NCRF 8)
ou quando é desreconhecido.
 Contudo, a depreciação não cessa quando o ativo está ocioso ou é retirado do uso
ativo.
 O encargo de depreciação pode ser zero se o método de depreciação seguido for em
função do uso e não existir produção.

 Abates ou Alienação -Eliminação no Balanço


 Ganho/Perda = Preço de Venda –Valor Líquido

PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ACTIVOS CONTINGENTES –NCRF


21
Âmbito

 Provisões (obrigação presente resultado de um evento passado);


 Passivos e activos contingentes;
 Subordinação a outras NCRF específicas;
 Inclui a contabilização de todas as provisões e contingências
 E exclui:
 Impostos diferidos;
 Contractos de locação;
 Passivos financeiros;
 Pensões;
 Contractos de construção.

Definições

 Provisão: passivo de tempestividade ou quantia incerta.


 Passivo: obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados,
cuja liquidação se espera que resulte num exfluxode recursos da entidade que
incorporem benefícios económicos.
 Obrigação legal ou contratual: obrigação que deriva de uma lei ou de um contrato.
 Obrigação construtiva: obrigação que decorre das acções de uma entidade em que
por via de um modelo de práticas passadas ou de uma declaração corrente
suficientemente específica, a entidade tenha indicado a outras partes que aceitará
certas responsabilidades e em consequência, a entidade tenha criado uma expectativa
válida de que cumprirá com essas responsabilidades.
 Passivo contingente: obrigação possível de eventos passados, cuja ocorrência (ou não)
só se confirmará no futuro ou obrigação provável mas não quantificável com
fiabilidade.
 Activo contingente: activo possível/provável fluirá como resultado de eventos
passados, e cuja ocorrência (ou não) só se confirmará no futuro.
 Provisões vs Outros Passivos
 As provisões encerram incerteza na sua definição ao contrário das contas a pagar,
acréscimos, etc.
 Provisões vs Passivos Contingentes
 Os passivos contingentes não qualificam os critérios de reconhecimento das provisões
(probabilidade da existência de um fluxo financeiro e mensuração fiável da
responsabilidade)

Reconhecimento
 Provisão
 Obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passados;
 Probabilidade de exfluxode recursos que incorporem benefícios económicos, para
liquidar a obrigação;
 Possibilidade de obtenção de uma estimativa fiável da quantia da obrigação.
 Reconhecimento

 Passivo contingente
 ‘Possível’ obrigação resultante de acontecimentos passados que dependem de eventos
futuros incertos;
 Ou
 Obrigação presente de eventos passados das quais ou, não será provável haver uma
transferência de benefícios económicos para liquidar a obrigação, ou ainda que se
verifique o valor necessário para liquidar a obrigação não pode ser mensurado com
fiabilidade.
 Passivos contingentes não são registados
Activo contingente

 Activo “possível” resultante de acontecimentos passados que dependem de eventos


futuros incertos mas prováveis = divulgar
 Ou
 Quando a entidade deve receber um reembolso de um terceiro na liquidação de uma
obrigação e que este reembolso é virtualmente assegurado, então é reconhecido
como um activo.
 Se a probabilidade de obter benefícios económicos resultantes da situação é remota
deve-se ignorar.
 Activos contingentes não são registados.

Mensuração
 Critérios/pressupostos
 A melhor estimativa à data de balanço
 Riscos e incertezas
 Valor actual
 Eventos futuros
 Abate de activos esperado
 Reembolsos
 Alterações das provisões
 Uso das provisões

 A melhor estimativa à data de balanço


 Corresponde ao valor que racionalmente se irá despender para liquidar a obrigação, à
data do balanço, baseada em experiências passadas ou em avaliações de especialistas
independentes.

 Riscos e incertezas
 Devem ser tidos em linha de conta na obtenção da melhor estimativa com o objectivo
de limitar ajustamentos futuros.

 Valor actual
 Se materialmente relevante, deve-se descontar o valor da Provisão
 Eventos Futuros
 A ocorrência de eventos futuros pode afectar o valor a provisionar pelo que esses
eventos devem ser tidos em conta na determinação da provisão (existência de
suficiente objectividade da sua ocorrência).

 Abate de activos esperados


 Ganhos no abate de activos não devem ser tidos em conta na determinação do valor
de uma provisão. Os ganhos devem ser registados no exacto momento em que
ocorrem.
 Reembolsos
 Quando for esperado um reembolso de parte ou de todo o evento provisionado, por
parte de um terceiro, este só deve ser registado quando houver certeza absoluta do
seu recebimento.
 O reembolso deve ser tratado como um activo e separadamente.
 Na demonstração de resultados o gasto (provisão) e o reembolso (rendimento) podem
ser apresentados em termos líquidos.

 Alterações das provisões


 As provisões devem ser revistas periodicamente. Se se verificar que não mais se
verificarem obrigações futuras, as provisões devem ser revertidas.
 O valor registado da dívida aumenta com o valor de juros imputados (valores
descontados); reconhecer como um gasto financeiro os juros na demonstração dos
resultados.

 Uso das provisões


 As provisões só podem ser utilizadas para o fim inicial a que se destinaram e para o
qual foram reconhecidas.

Aplicação das regras de reconhecimento e mensuração


 Perdas operacionais futuras
 Não devem ser reconhecidas (não atingem os critérios de reconhecimento de uma
provisão).

 Provisão para contractos onerosos


 Custos inevitáveis para satisfazer as obrigações do contrato excedem os benefícios
económicos que se esperam serem recebidos do mesmo;
 Devem-se ter em consideração todos os benefícios indirectos potencialmente ligados
ao negócio ou à entidade que detém o contrato;
 Benefícios incluem o uso de produtos/serviços recebidos de acordo com o contrato
para produzir outros produtos/serviços

 Provisão para reestruturação


 Condição para o seu reconhecimento:
 Plano detalhado de reestruturação (identificando: negócio ou parte do negócio,
localizações afectadas, número de empregados afectados, investimentos a efectuar, e
a data de implementação);
 Deve haver uma expectativa válida em todos aqueles que irão ser afectados pela
reestruturação (resultantes da implementação imediata ou anunciando as maiores
componentes da reestruturação);
 Só se podem incluir despesas directas associadas ao programa de reestruturação; não
se pode relacionar às operações correntes do negócio.
 Condições para o seu reconhecimento
 A decisão do C.A. não é suficiente para o reconhecimento de uma provisão para
reestruturação, a não ser que à data do balanço:
 Já esteja em curso;
 Tenha sido tornada pública, e tenha criado uma expectativa válida perante todos
aqueles que venham a ser afectados

Exercícios
 Uma entidade possui um processo judicial cuja perda no montante de 750.000 € é
considerada provável. Os advogados estimam que o desfecho do processo e
consequente pagamento ocorrerá ainda este ano.
 Pretende-se: o reconhecimento da provisão.

67 –Provdo período –processos judem curso 750.000

a 293 –Processos judiciais em curso 750.000

Reconhecimento da provisão para processos judiciais

Exercícios
 Uma empresa é ré num processo judicial. O montante reclamado é significativo e o
processo está numa fase inicial e, embora os gestores estejam a defender
energicamente a sua posição, não é possível determinar o desfecho do processo.
 Qual deve ser o tratamento a dispensar a esta situação nas demonstrações
financeiras?
 Solução:
 Trata-se de um passivo contingente. Nas notas às contas terá de ser divulgada a
existência do processo judicial, as datas dos eventos significativos, incluindo as datas
das audições, um resumo da reclamação, incluindo os valores envolvidos, a
expectativa dos gestores e dos seus consultores legais sobre o desfecho do processo
e, caso não seja possível indicar os valores envolvidos ou avaliar o desfecho, referir
esse facto

Inventários
NCRF 18
 Principais aspectos a ter em conta em relação aos inventários:
 Reconhecimento
 Mensuração
 Valor realizável líquido
 CMVMC –Custo das mercadorias
 Divulgação
 Aspectos fiscais (CIRC)
Objectivo, Âmbito, Definições
 O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever o
tratamento contabilístico para os inventários.
 Esta Norma aplica-se a todos os inventários que não sejam:
 Produção em curso proveniente de contractos de construção, incluindo contractos de
serviços directamente relacionados (ver a NCRF 19 — Contractos de Construção);
 Instrumentos financeiros; e
 Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola e produto agrícola no ponto
da colheita (ver a NCRF 17 — Agricultura).

 Esta Norma não se aplica à mensuração dos inventários detidos por:


 Produtores de produtos agrícolas e florestais, do produto agrícola após a colheita, até
ao ponto em que sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com
práticas já bem estabelecidas nesse sector.
 Correctores/negociantes de mercadorias que mensurem os seus inventários pelo justo
valor menos os custos de vender.

 Inventários
 Inventários são activos:
 Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;
 No processo de produção para tal venda; ou
 Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou
na prestação de serviços.

 Valor realizável líquido


 É o preço de venda estimado no decurso ordinário da actividade empresarial menos
os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efectuar
a venda.

 Justo Valor
 É a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado, entre
partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista
relacionamento entre elas.
Apresentação no Balanço
 Apresentação no Balanço
 Os inventários são apresentados no balanço nos activos correntes, pelo custo ou pelo
valor realizável líquido entre os dois o mais baixo.

Objetivo, Âmbito e Definições


 Três questões sobre inventários:
1. Quando os reconhecemos inicialmente?
2. Como os valorizamos no momento inicial de reconhecimento?
3. Como os valorizamos nos momentos seguintes?

Quando os reconhecemos inicialmente?

 R: Estrutura Concetual (2 condições)


1. Probabilidade de gerar benefícios económicos futuros (BEF) para a empresa
2. O seu custo possa ser estimado com fiabilidade

Normativo
 Como os valorizamos no momento inicial de reconhecimento?
 R:. Ao custo

Mensuração de inventários
 A NCRF 18 prescreve o tratamento a dar aos inventários/existências. Os inventários
são reconhecidos nos activos se aí permanecem até ao desconhecimento aquando da
venda, consumo ou abate.
 No que respeita à mensuração, os inventários devem ser mensurados pelo custo ou
pelo valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.
 O que significa, na prática, que os inventários não podem ser ajustados para valores
superiores ao do custo, apenas podem ser ajustados para valores inferiores.

Normativo
 Custo do Inventário
 O inventário é valorizado ao custo de aquisição (e/ou produção) ou ao valor realizável
líquido (VRL), dos dois o mais baixo.
 O custo de aquisição deve incluir:
 Soma do respectivo preço de compra, com os gastos suportados directa ou
indirectamente, para o colocar no seu estado actual e no local de armazenagem.

 São abatidos eventuais descontos comerciais.

 O custo de produção/transformação deve incluir:


 Custos directos da unidade de produção.

Imputação sistemática de gastos industriais fixos (baseada na produção normal) e variáveis


que sejam incorridos ao converter matérias-primas em produtos acabados.

 Os outros custos podem incluir:


 Custos de empréstimos obtidos

 São excluídos os seguintes custos:


 Perdas anormais de materiais / matérias-primas
 Custos de armazenagem
 Custos administrativos
 Custos associados à venda/ comerciais
 Juros em compras a crédito

 Como o valorizamos nos momentos seguintes?


 R: Ao mais baixo entre o custo e o valor realizável líquido.
 Necessidade de reconhecer ajustamentos.
 Os inventários que compreendam o produto agrícola que uma entidade tenha colhido
proveniente dos seus activos biológicos são mensurados, no reconhecimento inicial,
pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto de venda na altura da
colheita (NCRF 17).

 Fórmulas de Custeio:
 Custo específico
 Custo Médio Ponderado
 FIFO

 Outras medidas de custo permitidas pela NCRF 18


 Método do Custo Padrão (deve ser revisto periodicamente)
 Método de Retalho (grandes volumes de stocks, de elevada rotação e com margens
semelhantes)
 Podem ser usados por conveniência se os resultados se aproximarem do custo

Valor Realizável Líquido =

 Ou seja,
 O valor realizável líquido é o preço de venda estimado no decurso ordinário da
actividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos
estimados necessários para efectuar a venda.
 As estimativas do valor realizável líquido são baseadas nas provas mais fiáveis
disponíveis no momento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se
espera que os inventários venham a realizar.
 Estas estimativas tomam em consideração as variações nos preços ou custos
directamente relacionados com acontecimentos que ocorram após o fim do período,
na medida em que tais acontecimentos confirmem condições existentes no fim do
período (§6 da NCRF 24 – Acontecimentos após a data do balanço)

 Reconhecimento na Demonstração dos Resultados


 O custo deve ser reconhecido em simultâneo com o rédito
 Reconhecer o custo associado à perda de existências
 Quando o valor realizável líquido for inferior ao custo, deve ser reconhecido um
ajustamento
 Reconhecimento das respectivas reversões de ajustamentos
Reconhecimento/mensuração de inventários

Custeio racional – imputação da totalidade dos custos industriais variáveis, e os custos


industriais fixos são imputados aos inventários com base na capacidade normal de produção
estimada para cada período económico.

Mensuração de inventários
 Assim, teremos que ter em conta em termos de mensuração o seguinte:
 Se o Custo > VRL = Ajustamento para o VRL (perda por imparidade em inventários)
 Se o Custo < VRL = Mantém-se o Custo

 Para a determinação da estimativa do valor realizável líquido dever-se-ão criar


condições para a existência de provas o mais fiáveis possíveis que demonstrem que
as quantias a recuperar com a venda dos inventários são inferior ao custo dos
inventários (produtos, mercadorias etc.).
Inventários
 Pela compra de uma mercadoria/matérias primas subsidiárias e de consumo:

Os descontos comerciais fora da factura:


Entrada e saída de armazém

 Sistema de inventário permanente


 Em sistema de inventário permanente, no que respeita à mensuração, vão-se
registando as entradas e saídas das mercadorias ao longo do exercício, operação a
operação.
 Entradas por aquisição

Entrada e saída de armazém


 Entradas em armazém de produtos em curso no final do período:

Entrada e saída de armazém


 Entradas por produção – Produtos acabados
Entrada e saída de armazém
 Saídas de mercadorias (venda) ou matérias-primas (consumo):

Entrada e saída de armazém


 Sistema de inventário intermitente
 Em sistema de inventário intermitente, no que respeita a mensuração, as existências
finais são apuradas no final do exercício com base na contagem física dos bens,
utilizando-se a fórmula de apuramento do Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias
Consumidas.

CMVMC = Existências inicias + Compras +/-Regularização de existências – Existências Finais

 As existências Finais resultam da contagem física no final do ano mensuradas de


acordo com as fórmulas de custeio.
Entrada e saída de armazém
 Pela entradas das compras em armazém no final do exercício:

Entrada e saída de armazém


 Entradas em armazém de produtos em curso no final do período:

Entrada e saída de armazém


 Entradas por produção –Total da produção de produtos acabados no final do
exercício:

Entrada e saída de armazém


 Saídas de mercadorias (vendas) ou matérias-primas (consumo) no final do período:
Mensuração subsequente
 Ajustamento em inventários
 Os inventários são mensurados pelo custo (custo de aquisição ou custo de produção)
ou pelo valor realizável líquido (VRL), dos dois o mais baixo.
 Ter em consideração no que diz respeito à mensuração, o seguinte:
 Se o Custo > VRL = Ajustamento para o VRL

Mensuração subsequente

 Se posteriormente se verificar a reversão do ajustamento dever-se-á repor o valor do


ativo até ao montante da reversão com o limite do valor inicialmente escriturado.

Se o Custo < VRL = Mantém-se o Custo escriturado Não se faz qualquer registo contabilístico

Inventários – apontamentos fiscais


 Apontamentos fiscais (artºs26º a 28º do CIRC)
 Do ponto de vista fiscal, o tratamento dos inventários é muito semelhante ao
previsto para efeitos contabilísticos.
 Os ajustamentos são aceites fiscalmente desde que devidamente comprovados.

Caso particular da construção civil


 Caso particular da construção civil:
 Obras próprias vendidas fracionadamente
 (NCRF 18 conjugada com a NCRF 20)
 Contratos de construção (NCRF 19)
 A NCRF 19 trata das matérias relacionadas com contratos de construção, entendendo-
se como tal apenas as prestações de serviço de construção civil em que o prestador
de serviços não é o dono da obra.
 No caso do dono da obra ser o prestador de serviço aplica-se a NCRF 20 –Rédito
conjugada com a NCRF 18 – Inventários.
 Exemplo frações construídas para venda.

As obras próprias vendidas fracionadamente


 As obras próprias construídas para vender são tratadas em conjunto pela NCRF 18 –
Inventários e pela NCRF 20 – Rédito, pelo que não se aplica a NCRF 19 –Contratos de
Construção.
 Para efeitos de mensuração de obras próprias construídas para vender é essencial
existir um controlo efectivo sobre os custos incorridos.

 Obras próprias construídas para vender


 Exemplo: Um construtor que está a construir um prédio do qual é proprietário para
vender fracionadamente

 Uma moradia isolada para vender ou


 Um terreno com vários lotes de moradias para vender, etc
 O controlo efetivo sobre os custos incorridos decorre da necessidade de
balanceamento dos réditos com os gastos, isto é, se uma obra decorre em mais do
que um período, no final de cada período, a entidade tem gastos para os quais ainda
não tem os respetivos réditos associados.
 Em termos de mensuração, deve-se apurar a variação da produção com o respetivo
reconhecimento do ativo para que a mensuração da obra que se encontra a decorrer
seja apurada por forma a que as demonstrações financeiras reflitam esse
balanceamento.
 Obras próprias vendidas fracionadamente
 ou seja, Os vários custos incorridos e imputados às obras, ao longo de cada exercício,
são registados nas várias contas da contabilidade financeira à medida que vão
incorrendo.
 No final de cada período em que a obra se encontra a decorrer a variação da
produção (custo incorridos acumulados até à data) devem ser reconhecidos como
ativo em produtos e trabalhos em curso, procedendo-se em termos de registo da
operação da seguinte forma:
 Produtos em curso no final do período

 No final da obra -Produtos acabados no final do período:

Data de eficácia
 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1 de
janeiro de 2016.
 No período que se inicie em ou após 1 de janeiro de 2016, aquando da utilização desta
Norma, as entidades deverão proceder à aplicação prospetiva a que se referem os
parágrafos 22 e 24 da NCRF 4 —Políticas Contabilísticas —Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros, e divulgar no Anexo as quantias que não sejam comparáveis.
Exemplo

 A empresa Brilhante, Lda. dedica-se à fabricação de holofotes LED de 70W, tendo


apresentado, no mês de Março de 2015, os seguintes elementos:
 Produção do mês: 1.200 unidades
 Produção média prevista para os próximos 5 anos: 18.000 unid./ano
 Matérias-primas incorporadas: 19,25 € /unidade
 Custos de conversão (variáveis): 6,5 € /unidade
 Custos de conversão (fixos): 24.000 €
 Qual o custo a imputar ao produto?
 Qual o custo a reconhecer como gasto do período?

Resolução

 Resolução:
 O custo a imputar ao produto e o custo a reconhecer como gasto do período serão os
seguintes:
 Produção normal mensal = 1.500 unidades (18.000/12)
 Unidade de Imputação dos custos fixos = 24.000 / 1.500 = 16€
 Custo a imputar ao produto:
 = 19,25 x 1200 + 6,5 x 1200 +(1200 x 16)= 50.100 €
 Custo unitário: = 50.100 / 1.200 = 41,75 €
 Custo Período: = 24.000 – 19.200 (1200 x 16) = 4.800 €
 Exemplo

Exemplo
 Exemplo: A empresa Camionetas, SA, fabrica carroçarias de ferro. No ano de 2012
comprou, 100 ton. de ferro por 200 euros cada para utilizar na fabricação das
carroçarias tipo A, sendo normal obter uma margem de lucro de 20% sobre o custo
total de produção.  No final do ano, encontravam-se em armazém 20 ton. de ferro.
Os custos previstos com a sua conversão, durante o 1º semestre de 2013, eram de
8.000 euros. O consumo unitário da matéria-prima é de 1 ton.
 Com o agravar da crise no sector, o custo de reposição estimado das suas matérias-
primas sofreu uma redução para 190 euros.
 A empresa esperava vender o produto por 500 euros cada quando terminasse a
produção. Qual o procedimento contabilístico a adotar em 31.12.2012?

Resolução

A empresa espera vender as carroçarias por 500 euros cada Custoestimado do produto: 20 *
200 + 8.000 = 12.000 Réditoestimado: 20 * 500 = 10.000 Há que reconhecer um ajustamento
de 2.000 euros.

652 –Perdas p/ imparidade –Em inventários 2.000 €


a 339 –Perdas por imp. acumuladas 2.000

Em Maio de 2013: A empresa conseguiu vender todas as carroçarias por 650 euros cada Os
custos com a conversão corresponderam aos estimados.

Rédito real: 20 * 650 = 13.000 Custo do produto: 20 * 200 + 8.000 = 12.000 Qual o
procedimento contabilístico a adotar em 31.05.2013?

2111 –Clientes gerais 13.000 € a 712 –Vendas produtos acabados 13.000 €

Reconhecimento do rédito 339 –Perdas por imparidade acumuladas 2.000 € a 7622 –reversões
-Perdas p/ imparidade –Em inventários 2.000 € Reversão da perda por imparidade

731 –Variação produtos acabados 12.000 € a 34 –Produtos acabados 12.000 €

Desreconhecimento do inventário

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 20


RÉDITO
Disciplina de Contabilidade Financeira

Ano Letivo 2017/2018

Objectivo, Âmbito e Definições

 Âmbito da NCRF 20
 Réditos provenientes de:
 Venda de bens
 Prestações de serviços
 Juros, royalties e dividendos
 Definição:
 Rédito é o influxo bruto de benefícios económicos durante um período proveniente
de actividades ordinárias de uma empresa quando esses influxos resultarem em
aumentos de capital próprio, desde que não sejam aumentos relacionados com
contribuições de participantes no capital próprio.
 Rédito ≠ Rendimento
 O conceito de rédito é menos vasto que o de rendimento, na medida em que o rédito
deve ser gerado internamente, enquanto que o rendimento pode não o ser (ex.
subsídios, donativos, etc.).

Objectivo
 Uma questão essencial na contabilização do rédito é a de determinar quando o
mesmo deve ser reconhecido.
 O rédito é reconhecido quando for provável que benefícios económicos futuros
fluirão para a entidade e esses benefícios possam ser mensurados fiavelmente.
Normativo

 Existe venda de bens quando:


 Os riscos e retornos significativos são transferidos
 Não há envolvimento contínuo gestão
 A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada
 Benefícios económicos prováveis que fluam para a entidade
 Os custos podem ser fiavelmente mensurados.
 A venda já ocorreu → Reconhecer a venda.

Normativo

 Juros → Base de proporção temporal para ter em conta a rendibilidade efectiva do


activo
 Royales → Base do acréscimo
 Dividendos → Quando os accionistas têm direito a receber o pagamento estabelecido

 Consideração de justo valor


 Pagamento diferido (diferimento, descontar, risco de cobrança)~

 Trocas directas em mercados organizados:


 Itens similares –não há vendas
 De outra forma –Justos valores

 Relação entre um agente / empresa ‘principal’


 Montantes cobrados pelo agente não são considerados vendas para o agente
 Rédito = comissão
 Identificação da Transacção
 A contabilidade deve reflectir a substânciada transacção

 O critério de reconhecimento deve ser aplicado:


 Em cada transacção separada; ou
 Em cada componente identificável de uma transacção; ou
 Em duas ou mais transacções em conjunto.

 Se a entidade retiver significativos riscos de propriedade a transacção não é uma


venda e o rédito não é reconhecido. Exemplos.
 Bens expedidos sujeitos a condições
 Vendas reservadas pelas quais os bens sejam entregues somente quando o comprador
faça o pagamento final numa série de prestações
 Encomendas quando o pagamento (ou pagamento parcial) seja recebido
adiantadamente à entrega dos bens não presentemente detidos em inventário
 Acordos de venda e recompra
 Vendas a intermediários
 Assinaturas de publicações e similares
 Vendas a prestações
 Vendas de propriedades imobiliárias

 Honorários de instalação
 Honorários de serviços incluídos no preço do produto
 Comissões de publicidade
 Comissões por agência de seguros
 Honorários de serviços financeiros
 Bilhetes de admissão
 Etc..

IMPARIDADE DE ATIVOS CONTABILIDADE FINANCEIRA ANO


LETIVO 2017/2018
NCRF 12
 Perda por imparidade é a quantia pela qual o valor contabilístico de um activo ou
unidade geradora de caixa excede o seu valor recuperável.
 Valor recuperável será o maior entre:
o Justo valor (valorde mercado) deduzido dos custos associados à venda; e
o Valor de uso (é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados que se
espera que surjam do uso continuado de um activo e da sua alienação no fim
da sua vida útil).
 SNC -Imparidade
 219 Perdas por imparidade acumuladas
 229 Perdas por imparidade acumuladas
 239 Perdas por imparidade acumuladas
 269 Perdas por imparidade acumuladas
 279 Perdas por imparidade acumuladas
 329 Perdas por imparidade acumuladas
 339 Perdas por imparidade acumuladas
 349 Perdas por imparidade acumuladas
 359 Perdas por imparidade acumuladas
 419 Perdas por imparidade acumuladas
 429 Perdas por imparidade acumuladas
 439 Perdas por imparidade acumuladas
 449 Perdas por imparidade acumuladas
 459 Perdas por imparidade acumuladas
 469 Perdas por imparidade acumuladas
 65 Perdas por imparidade
 651 Em dívidas a receber
 6511 Clientes
 6512 Outros devedores
 652 Em inventários
 653 Em investimentos financeiros
 654 Em propriedades de investimento
 655 Em activos fixos tangíveis
 656 Em activos intangíveis
 657 Em investimentos em curso
 658 Em activos não correntes detidos para venda
 76 Reversões
 762 De perdas por imparidade
 7621 Em dívidas a receber
 76211 Clientes
 76212 Outros devedores
 219, 229, 239, 269 e 279 —Perdas por imparidade acumuladas Estas contas registam
as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que resultem da aplicação
dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na classe 2,
podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em
balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas
contas 651 — Perdas por imparidade —Em dívidas a receber, e as suas reversões
(quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas
contas 7621 — Reversões de perdas por imparidade —Em dívidas a receber.
 Quando se verificar o desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades,
as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas
da classe 2.
 419, 429, 439, 449, 459 e 469 —Perdas por imparidade acumuladas
 Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos
incluídos na classe 4, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e
possibilitar a apresentação em balanço das quantias líquidas.

As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas da conta 65, e as suas
reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são
registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o desreconhecimento dos
activos a que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por
contrapartida das correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão ser
subdivididas em
função das contas respectivas.
Exercícios
 A empresa LPT, de Ovar, apresentava em 31.12.2008, a seguinte situação
relativamente a dívidas a receber de clientes:
 Sd Sc
 Clientes de cobrança duvidosa 4.800 0
 Sabendo que se prevê que a taxa de incobrabilidade desta dívida seja de 100 %,
efectue o lançamento correspondente.
 65 Perdas por imparidade
6511 Clientes 4.800
a 219 Perdas por imparidade acumuladas 4.800
Pelo registo da perda por imparidade
------------“ ----------------
 217 –Clientes –Cobrança Duvidosa 4.800
 a 211 - clientes c/c 4.800
Pela transferência
 A empresa DLS, Lda. tem em de 31 de Dezembro de 2008, dívidas de clientes no
montante de € 146.000. Deste valor, assume que pode não vir a receber € 4.600
dessas dívidas.
 Em 31 de Dezembro de 2009, a referida empresa constatou que as dívidas que espera
não receber são de € 3.200.
 Pretende-se que efectue os lançamentos necessários.

65 Perdas por imparidade


6511 Clientes 4.600
a 219 Perdas por imparidade acumuladas 4.600
Pelo registo da perda por imparidade
217 –Clientes –Cobrança Duvidosa 4.600
a 211 - clientes c/c 4.600
Pela transferência

------------------------// -----------------------------------------------

219 Perdas por imparidade acumuladas 1. 400

a 7621 Em dívidas a receber 1.400

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