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PROCEDIMENTOS

DE ENCERRAMENTO
DO EXERCÍCIO
ESTÁGIO EM AMBIENTE CONTROLADO
Encerramento do Exercício

Índice
1. Introdução: ................................................................................................................................................ 3
3. Bibliografia ..............................................................................................................................................49

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ESTÁGIO EM AMBIENTE CONTROLADO
Encerramento do Exercício

1. Introdução:

Este curso tem como objetivo geral dotar os formandos de competências na área da
contabilidade:
- Pretende-se que o aluno apreenda as noções básicas de contabilidade e entenda a lógica
subjacente aos seus princípios.
- Pretende-se que o aluno conheça os principais conceitos no âmbito da contabilidade e,
consequentemente saiba analisar documentos e efectuar operações contabilísticas.
Especificamente pretende-se dotar o aluno de ferramentas que lhe permitam:
 Conhecer as obrigações em matéria de contabilidade
 Apreender a linguagem contabilística
 Saber apresentar e analisar as principais rubricas do Balanço
 Sabes efectuar os principais lançamentos contabilísticos de operações correntes e
de lançamento do período da empresa.
 Saber ler uma Conta de Resultados e um Balanço em Contabilidade Geral da
Empresa
Não sendo um manual exaustivo do tema, pretende-se que a sua leitura complemente os
conceitos dados nas aulas.

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OPERAÇÕES DE FIM DE PERÍODO:


No final de cada período mensal, existe um conjunto de operações que as empresas devem
efectuar, para garantir o cumprimento dos princípios contabilísticos. São estas:
 Reconciliação Bancária
 Acréscimos e Diferimentos
 Amortizações
Ainda que as últimas duas, façam parte das chamadas “Operações de Fim de Exercício” e a sua
obrigatoriedade seja anual, o princípio da especialização do exercício aconselha a que sejam
efectuadas mensalmente.

Reconciliação Bancária:
Denomina-se Reconciliação Bancária à conferência da conta de Depósitos à Ordem. Esta
conferência é feita pela comparação entre o extracto da contabilidade da empresa e o extracto da
conta que o banco envia aos seus depositantes, através do saldo reconciliado.
Isto é feito simulando o registo da operação, onde ela ainda não foi registada e regista-se da
forma como deverá ser depois de tudo lançado.
Temos de seguida o exemplo:

No Banco Na Empresa
Descrição D C D C
Saldo em ___/___/___ 1.122.295 Akz 638.461 Akz
Operações em transito:
* N/Cheque
284.315 Akz 249.399 Akz 4.988 Akz
* Pag. Clientes
* Cobranças de Serviços
TOTAIS 284.315 Akz 1.122.295 Akz 887.860 Akz 4.988 Akz
Saldo Reconciliado 837.980 Akz 837.980 Akz
TOTAIS 1.122.295 Akz 1.122.295 Akz 887.860 Akz 887.860 Akz

O Saldo Reconciliado significa aquilo de que podemos dispor no banco.

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Acréscimos e Diferimentos:
Acréscimos e Diferimentos são operações de registo e contabilização com um único objectivo:
 Permitir o registo dos custos e dos proveitos nos exercícios a que respeitam,
independentemente dos respectivos recebimentos ou pagamentos.
Para melhor se compreender o funcionamento destas operações convém ter atenção aos
seguintes conceitos que, no nosso dia-a-dia se confundem, mas que são bastante úteis:
 Despesas: são obrigações de carácter financeiro, ou seja, aquisições de bens e serviços
independentemente do seu pagamento ou consumo;
 Gastos: são consumos e utilizações de bens e serviços, independentemente da sua
aquisição;
 Receitas: são direitos de carácter financeiro, ou seja, vendas de bens e prestação de
serviços independentemente do seu recebimento ou da sua formação;
 Rendimentos: correspondem à produção de bens ou serviços, independentemente da sua
venda.
Deste modo, as operações de acréscimos e diferimentos servir-nos-ão para atribuir a cada
exercício económico os respectivos consumos e utilizações de bens e serviços (gastos) e as
correspondentes produções de bens e serviços (rendimentos), independentemente da sua
aquisição / venda / e /ou do seu pagamento / recebimento, respectivamente.

Proveitos a Facturar (conta 37.3)


“Esta conta serve de contrapartida aos proveitos a registar no próximo exercício, ainda que não
tenham documentação vinculada, cuja receita só venha a obter-se em exercício ou exercícios
posteriores.” – PGCA
Esta conta regista os rendimentos imputáveis ao exercício, mas cuja receita apenas ocorrerá no
exercício ou exercícios económicos seguintes.
São exemplos de rendimentos a reconhecer:
 Juros de depósito a prazo que dizem respeito ao exercício, mas que o banco só ira creditar
no exercício seguinte porque só nessa data se dá o seu vencimento;
 Rendimentos de participações de capital relativos ao exercício, mas que serão apenas
atribuídos no exercício seguinte;
 Bónus, comissões, descontos especiais respeitantes ao exercício em curso, mas que serão
apenas creditados e recebidos no exercício económico seguinte;

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 Devoluções de compras efectuadas no exercício em curso, mas cuja nota de crédito do


fornecedor só foi emitida no exercício seguinte;
Encargos ou serviços prestados no exercício em curso, mas facturados apenas no exercício
económico seguinte;
Esta conta movimenta-se do seguinte modo:
 Debita-se no final de cada ano pelos rendimentos do exercício a receber no exercício
económico seguinte;
 Credita-se no exercício seguinte quando da efectivação da correspondente receita (ou
recebimento).
Deste modo, o seu saldo será sempre devedor ou nulo.
Seguidamente será apresentado um exemplo:

Exemplo:
Certa empresa detém obrigações de outra, que vencem juros semestrais em 31/01 e em 31/07 de
cada ano. Se considerarmos que em 31/01/n+1 a empresa ia receber juros semestrais de 60.000
akz.
Movimentação:
Aquando da contabilização dos juros vencidos e não recebidos em 31/12/n: (5 meses a 10.000akz
por mês):

Aquando da contabilização dos juros vencidos entre 01/01/n+1 e 31/01/n+1 e o montante


totalmente recebido:

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Gastos a reconhecer (conta 37.4)


“Compreende os custos que devem ser reconhecidos nos exercícios seguintes. A quota-parte dos
diferimentos incluídos nesta conta que foi atribuída a cada exercício irá afectar directamente a
respectiva conta de custos.” – PGCA.
Ou seja, os gastos a reconhecer são portanto despesas ocorridas no exercício, cujo consumo ou
utilização se verificará somente em exercícios seguintes. Deste modo, como os gastos
representam consumos, então deverão ser classificados como gastos de exercícios seguintes e
não do corrente exercício. Um dos casos que acontece com mais frequência é o facto de, no início
de Dezembro de determinado ano, é paga a renda de casa relativamente ao mês seguinte que por
conseguinte é Janeiro do ano seguinte. O exercício contabilístico é efectuado num exercício, mas
a utilização do bem só se dá no ano seguinte. São exemplos de gastos a reconhecer os que a
seguir se apresentam:
 Rendas adiantadas;
 Prémios de seguro antecipados;
 Juros antecipados;
 Desconto de letras e outros títulos;
 Prémios de reembolso na emissão de obrigações e títulos de participação;
 Publicidade adiantada, etc.
Esta conta movimenta-se do seguinte modo:
 Debita-se pelas despesas suportadas, cujo gasto se reporte a exercícios seguintes;
 Credita-se pela transferência para o respectivo gasto, no exercício a que respeite.
Deste modo, o seu saldo será sempre devedor ou nulo

Exemplo:
Em 2 de Janeiro de n foram pagas as rendas antecipadas para o primeiro semestre do ano n,
totalizando 600.000akz. NOTA: para simplificação foi excluído o imposto predial urbano
Movimentação:
Aquando do pagamento das rendas (e respectiva contabilização do custo do primeiro mês):

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Mensalmente, contabilização proporcional do valor inicialmente pago como custo – 1/6 do valor,
ou seja 100.000akz por cada mês:

Encargos a pagar (conta 37.5)


“Esta conta serve de contrapartida aos custos a reconhecer no próprio exercício, ainda que não
tenham documentação vinculativa, cuja despesa só venha a incorrer-se em exercício ou exercícios
posteriores.” – PGCA.
Tal como os proveitos, também existem imputáveis ao exercício económico, cujo suporte
documental (factura, recibo, etc) só é emitido no exercício seguinte. Deste modo, como os
consumos devem ser atribuídos ao exercício em que ocorrem, deve-se então proceder à sua
contabilização, mesmo que o documento que lhe deu origem seja datado do exercício económico
seguinte. São exemplos destas despesas as seguintes:
 Consumo de água, energia, telefone, referentes aos últimos meses de cada exercício;
 Juros relativos ao exercício e que serão processados no exercício seguinte;
 Remunerações respeitantes ao exercício, cujo processamento terá lugar ao exercício
seguinte (por exemplo os encargos com férias).
 Seguros e outros encargos a liquidar.
Esta conta deve ser movimentada do seguinte modo:
 Credita-se pelo montante dos encargos, uma vez que é conta do passivo;
 Debita-se pelo pagamento do encargo.
O gasto reflecte-se pois nos resultados do exercício em que ocorre o consumo e não o
pagamento.

Exemplo:
Em Fevereiro/ n+1, foi paga a despesa do telefone no valor de 26.179 akz, relativa ao mês de
Dezembro/n.

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Movimentação:
Aquando do registo do gasto relativo ao exercício, em 31/12/n:

Aquando do pagamento em Fevereiro/n+1:

Proveitos a repartir por períodos futuros (conta 37.6)


“Compreende os proveitos que devem ser reconhecidos nos exercícios seguintes.” – PGCA.
Esta conta destina-se a registar a crédito, as receitas ou rendimentos obtidos no exercício, mas
imputáveis a exercício (s) seguinte (s).
São exemplos de Proveitos diferidos:
 Rendas recebidas adiantadamente;
 Facturas emitidas sobre produtos a fornecer ou serviços a prestar no ano seguinte;
 Prémios de emissão de obrigações e títulos de participação;
 Subsídios para cobertura de investimentos;
 Encargos debitados a clientes, na parte correspondente ao exercício seguinte, etc..
Esta conta deve ser movimentada do seguinte modo:
 Credita-se pelo valor já recebido, que deverá ser reconhecido no futuro;
 Debita-se no mês a que respeita o rendimento.

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Exemplo:
Em Dezembro de n, foi recebido o montante de 500.000akz, respeitante à renda de um imóvel
que a empresa tem arrendado a um cliente. O valor corresponde aos primeiros 5 meses do ano
n+1 (Janeiro a Maio). NOTA: para simplificação foi excluído o imposto predial urbano.
Movimentação:
Aquando do recebimento da renda, em Dezembro do ano n:

Aquando do registo mensal do proveito correspondente ao mês (Janeiro a Maio de n+1):

Amortizações
Como se sabe, os imobilizados corpóreos e incorpóreos estão sujeitos a perder valor devido a
vários factores. A esta perda sofrida por estes Activos dá-se o nome de depreciação, depreciação
essa que pode ter como causa os seguintes factores:
 Ordem Física: são devidos quer ao desgaste funcional do bem, quer à sua depreciação
espontânea, provocada por corrosão ou inundações.
 Ordem Económica: são devidos quer ao processo tecnológico que fazem com que esses
bens se tornem obsoletos, quer às modificações das preferências dos consumidores.
Para nos referirmos um activo mais correcto a nível contabilístico iremos usar a designação de
Depreciação/Amortização ou Reintegração quando nos referirmos à depreciação sofrida pelos
nossos imobilizados corpóreos e incorpóreos.

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Ao adquirirmos um activo, ele vai ser utilizado pela empresa durante vários exercícios. Deste
modo o seu valor de aquisição não será considerado como custo de um só exercício, o que
acontece, é que à medida que este imobilizado se vai depreciando, essa perda do seu valor
deverá ser tida como um custo de exploração desse exercício e ser por isso registado
contabilisticamente.
A depreciação/amortização deve pois mostrar de exercício para exercício qual foi a verdadeira
depreciação sofrida pelos activos tangíveis e intangíveis.
Para se proceder ao cálculo correcto dessas depreciações/amortizações, as administrações fiscais
estabeleceram regras para facilitar o seu apuramento, evitando assim que certas empresas
optassem por proceder a depreciações/amortizações muito elevadas nos primeiros anos, com o
intuito de assim obterem resultados baixos nesses anos e por conseguinte pagarem menos
impostos.

Cálculo da Quota de Depreciação/Amortização:


Por Quota de Depreciação/Amortização entende-se a redução do valor que a imobilização sofreu
durante determinado período (exercício económico).
Para podermos proceder ao cálculo da quota de depreciação/amortização é necessário
conhecermos dois elementos importantes:

1º) Valor a Amortizar


Valor a amortizar (Va): este valor resulta da diferença entre o valor inicial ou de origem do bem e
do seu valor residual.
 Valor Inicial ou de origem (Vo): entende-se por valor inicial ou de origem, o custo do bem
no momento em que este é adquirido. Este valor pode variar de acordo com as
circunstâncias em que a empresa o adquiriu, ou seja, se o adquiriu a terceiros o seu valor
será o valor da factura; mas se o bem foi construído ou fabricado na empresa, o seu valor
será o resultado do custo de fabricação.
 Valor Residual (Vr): este é o valor pelo qual que se espera vir a vender o bem quando a
empresa deixar de o querer utilizar. Este valor é pois um valor fictício, uma vez que é uma
estimativa, podendo por isso estar sujeito a erros.

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2º) Período de duração do bem


Já se viu anteriormente que o encargo que representa a depreciação/amortização do bem deve
ser repartido pelo período de duração desse bem. Porém, a determinação deste período de
duração desse bem. Porém, a determinação deste período é uma estimativa e depende de
empresa para empresa, dependendo por exemplo do uso dado ao bem, da qualidade do bem e
dos cuidados na sua conservação.

Critérios de Cálculo das Quotas de Depreciação/Amortização


Depois de se conhecerem estes elementos, pode-se então proceder ao cálculo do valor a
amortizar, sendo que para tal dois vários critérios:

a) Critério das Quotas Constantes ou Linear


É o critério mais simples, consistindo na repartição equitativa do valor a amortizar pelos vários
períodos de reintegração. Por este facto, a parcela a amortizar anualmente é sempre a mesma.
Sendo (Qi) a quota de depreciação/amortização, e (n) a vida útil do bem, este valor obtém-se da
seguinte forma:

Deste modo, é possível construir um quadro de depreciações/amortizações, onde se consegue


fazer a previsão da depreciação/amortização sofrida pelo bem durante a sua vida útil:

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Quota de Depreciações/ Taxa


Base de Cálculo Valor
Anos Depreciação/ Amortizações Depreciação/
(Vo-Vr) Contabilístico
Amortização Acumuladas Amortização

a) Critério das Quotas Degressivas


É um método de depreciação acelerada, pois a quota de amortização é maior durante os
primeiros anos de vida útil do bem do que nos últimos anos.
A justificação apresentada deve-se ao facto de no início o consumo do bem é geralmente maior,
pois é durante esta fase que o bem se deteriora menos e logo por isso os custos com a sua
manutenção são também menores.
Neste método considera-se a “soma dos anos”, ou seja se um bem tiver uma vida útil de 5 anos, a
soma dos anos será 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15.
Sendo (n-i+1) o ano útil e (∑p) a soma dos anos, este valor obtém-se da seguinte forma:

O respectivo quadro de amortizações:

Quota de Depreciações/ Taxa


Base de Cálculo Valor
Anos Depreciação/ Amortizações Depreciação/
(Vo-Vr) Contabilístico
Amortização Acumuladas Amortização

Em Angola, o problema das amortizações e reintegrações encontra-se regulamentado em dois


documentos oficiais:
 Lei Nº19/14 de 22 de Outubro (Código do Imposto Industrial)
 Decreto Presidencial Nº207/15 de 5 de Novembro

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Exemplo:
Suponha que uma empresa comprou um computador por 150.000akz em Janeiro de 2015. Prevê-
se que a sua vida útil seja de 4 anos, e que o valor residual do bem seja de 15.000akz
A sua resolução será:
1) Pelo critério das quotas constantes:
Preço de aquisição: 150.000akz
Valor Residual: 15.000akz
Vida útil: 4 anos
Quota = (150.000akz-15.000)/4 = 33.750akz
O respectivo quadro de amortizações:

Quota de Depreciações/ Taxa


Base de Cálculo Valor
Anos Depreciação/ Amortizações Depreciação/
(Vo-Vr) Contabilístico
Amortização Acumuladas Amortização

2015 33.750 33 750,00 116 250,00


2016 33.750 67 500,00 82 500,00
135.000 25%
2017 33.750 101 250,00 48 750,00
2018 33.750 135 000,00 15 000,00

1) Pelo critério das quotas degressivas:


Preço de aquisição: 150.000akz
Valor Residual: 15.000akz
Vida útil: 4 anos
Soma dos anos: 4+3+2+1 = 10
Quota = [(150.000akz-15.000) x (n-i-1) ]/10
O respectivo quadro de amortizações:

Depreciações/ Taxa
Base de Cálculo Quota de Valor
Anos Amortizações Depreciação/
(Vo-Vr) Depreciação/Amortização Contabilístico
Acumuladas Amortização
2015 135.000 x 4/10 = 54.000 54 000,00 96 000,00 40%
2016 135.000 x 3/10 = 40.500 94 500,00 55 500,00 30%
135.000
2017 135.000 x 2/10 = 27.000 121 500,00 28 500,00 20%
2018 135.000 x 1/10 = 13.500 135 000,00 15 000,00 10%

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Contabilização:
As depreciações/amortizações contabilizam-se sempre da mesma forma:

Aquisição do bem:

Pela amortização/depreciação:

OPERAÇÕES DE FIM DE EXERCÍCIO:


De acordo com o Código do Imposto Industrial, todas as empresas devem apurar o
Resultado líquido do exercício nos três primeiros meses do ano seguinte àquele a que o resultado
respeita.
Para proceder ao apuramento do Resultado líquido do exercício, é necessário antes de mais
fazer o inventário anual, calcular provisões e amortizações, regularizar contas e finalmente
elaborar os documentos contabilísticos fundamentais, tudo isto de acordo com os princípios
contabilísticos.
O processo de fecho de contas é composto por uma série de fases, representadas no
esquema seguinte:

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Algumas destas tarefas, de acordo com os princípios contabilísticos, são realizadas mensalmente.
São elas:
 Amortizações
 Acréscimos e diferimentos

Outras operações fazem-se apenas uma vez por ano, na altura de encerrar o exercício económico:
 Inventário físico
 Créditos Incobráveis
 Provisões

Inventário anual
Para que o valor contabilístico das contas coincida com o valor real dos bens, direitos e
obrigações, é necessário proceder a inventário geral. Na prática, o inventário geral é formado por
vários inventários parciais – inventário das Disponibilidades, dos Débitos, dos Créditos, das
Existências, das Imobilizações, entre outros.

Inventário das Disponibilidades


Serve para verificar se o saldo contabilístico da conta de Caixa é coincidente ou não com o valor
resultante das contagens físicas de Caixa.
Se houver em Caixa moeda estrangeira, deve fazer-se a sua correcção ao câmbio à data do
balanço. A diferença de câmbio verificada deve registar-se em Custos e perdas financeiros
(Diferenças de câmbio desfavoráveis) ou em Proveitos e ganhos financeiros (Diferenças de câmbio
favoráveis), consoante se trate de um custo ou de um proveito.
Os registos a fazer são:

Diferenças desfavoráveis

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Diferenças Favoráveis

Contas Correntes Bancárias


No final do exercício devem conferir-se os saldos dos extractos bancários com os das contas
bancárias, não devemos esquecer que é natural que a empresa tenha cheques lançados a crédito
na sua Contabilidade que ainda não deram entrada no banco e, por conseguinte, os saldos
poderão não ser concordantes. A esta operação dá-se o nome de reconciliação bancária.

Triagem dos Débitos e Créditos


Deve fazer-se uma verificação das contas correntes de devedores e credores, de modo a serem
conhecidos os:
 Créditos incobráveis;
 Créditos de cobrança duvidosa;
 Débitos potenciais;
 Débitos e créditos ainda não registados

Provisões:
As provisões têm por objecto reconhecer as responsabilidades cuja natureza esteja claramente
definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao
seu valor ou data de ocorrência.
O montante das provisões não pode ultrapassar as necessidades. As provisões não podem ter por
objecto corrigir os valores dos elementos activos. Representam estimativas de perda em activos.
Esses eventos, embora já tenham seu fato gerador contábil ocorrido, não podem ser medidos
com exactidão e têm portanto carácter estimativo.

Exemplo:

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A 31 de Dezembro de 2014, o saldo em dívida do cliente Ingombotas, Lda era de 50.000akz. Sabe-
se que nesta data, esta entidade encontra-se em processo de falência apesar do tribunal ainda
não a ter declarado. Como proceder?
Dado haver processo de falência, ainda que não terminado, é de avaliar a necessidade de
constituir uma provisão pois há probabilidade da dívida se tornar incobrável. Por esta
possibilidade o plano geral de contabilidade permite que a divida seja reconhecida como de
Cobrança duvidosa e que respectiva provisão seja constituída.

Movimentação:
1) Transformação da dívida em cobrança duvidosa:

2) Reconhecimento da provisão de cobrança duvidosa:

Custo das Mercadorias Vendidas:


A conta de Mercadorias pode movimentar-se segundo dois sistemas:
 Sistema de Inventário Permanente: Se a empresa utiliza este sistema na movimentação
das Mercadorias, deve proceder a inventário físico em 31 de Dezembro para verificar se a
existência em armazém coincide com o saldo da conta de Mercadorias. No caso de não se
verificar a coincidência, é necessário proceder à respectiva regularização.
 Sistema de inventário intermitente (ou periódico): Neste caso, o inventário físico é
imprescindível para determinar a existência final e, consequentemente, o custo das
mercadorias vendidas. Como se sabe, utilizando este sistema, o saldo da conta de

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Mercadorias permanece inalterável durante todo o exercício económico, portanto, no


final do ano, é necessário proceder à transferência da existência inicial e registar a
existência final. De acordo com o Sistema de inventário intermitente, determina-se o
custo das mercadorias vendidas na conta 71 – Custos das mercadorias vendidas.

Amortizações /Depreciações
Como vimos anteriormente, é necessário em cada exercício económico determinar o valor do
desgaste dos activos.
Para determinarem o valor das amortizações do exercício, as empresas utilizam o mapa que faz
parte do processo fiscal.
Nota: As empresas não são obrigadas a fazer depreciações/amortizações; no entanto, devem
fazê-las para seu próprio benefício, pois as depreciações/amortizações aumentam os custos e,
consequentemente, diminuem os lucros tributáveis.

Apuramento de resultados:
Consiste em confrontar toda a actividade gerada durante o ano contabilístico: receitas geradas
com os encargos suportados para gerar essas mesmas receitas e tirar um resultado que poderá
ser favorável ou desfavorável.
Contabilisticamente consiste em saldar todas as contas da classes 6 e 7 e transferir esses valores
para contas da classe 8.
O processo de contabilização consiste em ir saldando as contas para contas de transporte que
funcionam de aglomerantes de outras contas, esses valores vão sendo transferidos até o saldo
final ficar na conta 88 – Resultados Líquidos.

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Esquema de contabilização:

Tendo todas as contas 6X e 7X com saldos nulos, as contas 82X, 83X, 84X e x6X com saldos nulos e
estando os saldos nas contas 881, 882, 883, 884 e 886, procede-se ao apuramento do Imposto
Industrial para efeitos de apuramento de resultados. Note-se que este não será o imposto
industrial real a pagar pois, ao preencher a declaração Modelo 1 serão efectuadas algumas
correcções. Trata-se, portanto de uma estimativa do imposto industrial que será o ponto de
partida para o cálculo do imposto real a pagar.
Esta estimativa é calculada em duas tranches: Imposto sobre os resultados correntes e imposto
sobre os resultados extraordinários. Em qualquer uma das tranches o montante de imposto
calcula-se aplicando-se a taxa de imposto industrial (30%) à soma dos saldos das contas
mencionadas. Assim tem-se que:

Resultados Correntes = Resultado Operacional [conta 88.1] + Resultado


Financeiro [conta 88.2] + Resultado em Filiais e Associadas [conta 88.3]
+ Resultado Não Operacional [conta 88.4]

Imposto sobre os Resultados Correntes = Resultados Correntes x 30%

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A contabilização deste imposto será registada segundo os seguintes passos:

a) Contabilização do Imposto Industrial sobre os resultados correntes


b) Transferência do Imposto Industrial sobre os resultados correntes para a conta transitória de
transferência.
c) Transferência para a subconta de resultados líquidos referente ao Imposto Industrial sobre os
resultados correntes

Resultados Extraordinários = Resultado Extraordinário [88.6]

Imposto sobre os Resultados Extraordinários =


= Resultados Extraordinários x 30%

A contabilização deste imposto será registada segundo os seguintes passos:

a) Contabilização do Imposto Industrial sobre os resultados extraordinários.


b) Transferência do Imposto Industrial sobre os resultados extraordinários para a conta transitória
de transferência.
c) Transferência para a subconta de resultados líquidos referente ao Imposto Industrial sobre os
resultados extraordinários.

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NOTA: Quando o Resultado extraordinário apresentar um saldo devedor (ou seja, um prejuízo),
não se calcula o respectivo imposto e o valor negativo deverá ser subtraído ao resultado corrente
para efeitos de cálculo do imposto industrial sobre resultados correntes.

Tendo o imposto industrial estimado e correctamente contabilizado nas contas 88.5 e 887, o
movimento final de apuramento de resultados será a transferência para a conta 88.9 - Resultado
Líquido – Transferência para Resultados Transitados

a) Transferência Resultados Operacionais


b) Transferência Resultados Financeiros
c) Transferência Resultados em Filiais e Associadas
d) Transferência Resultados Não Operacionais
e) Transferência Imposto sobre Resultados Correntes
f) Transferência Resultados Extraordinários
g) Transferência Imposto sobre Resultados Extraordinários
h) Resultado Líquido do Exercício

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RELATO FINANCEIRO
Nasce da necessidade de divulgação da informação financeira ao exterior. Os registos
contabilísticos são internos e pouca aplicação prática teriam ao ser apresentados sob forma de
lista aos interessados. Nesse sentido é necessário elaborar relatórios que contenham a
informação organizada de forma a ser útil e facilmente interpretada por todos.
Código Comercial – obrigação de registos contabilísticos e prestação de contas
Decreto Nº82/2001 de 16 de Novembro – aprova PGC e obriga as sociedades comerciais e
empresas públicas que exerçam actividade em Angola ou no estrangeiro, estando sediadas em
Angola a aplica-lo.
O PGC tem regras específicas de relato financeiro.
Quando por algum motivo não se consegue aplicar o PGC a algum evento, deve-se recorrer
às normas internacionais:
 IFRS
 IAS

Demonstrações Financeiras:
Relatórios resultantes da contabilidade da empresa, que possibilitam a sua análise
económico-financeira. Possuem obrigatoriedade legal. As Demonstrações Financeiras obrigatórias
segundo o PGC são:
 Balanço
 Demonstração de Resultados por natureza (em alternativa pode ser elaborada a
Demonstração de Resultados por funções)
 Demonstração dos Fluxos de caixa pelo método directo (actualmente suspensa esta
obrigatoriedade)
 Notas às Contas

Objectivos de informação segundo o PGC


 Balanço – Posição Financeira
 Demonstração de Resultados - Desempenho
 Demonstração dos Fluxos de caixa – Alterações na situação financeira – obrigação
suspensa
 Notas às Contas – complemento

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Encerramento do Exercício

Divergências entre PGC e Código Fiscal:


Segundo o PGC ““ Algumas bases de valorimetria específicas (…) diferem das disposições
fiscais (…). Tais situações não devem afectar a preparação das Demonstrações Financeiras de
acordo com as bases definidas neste plano e apenas devem ser levadas em consideração para
efeitos de apuramento do lucro tributável”

O Balanço:
 Requisitos necessários do Balanço:
 Indicação da empresa a que se refere
 Data a que se refere
 Moeda e grau de grandeza
 Apresentação dos activos pelo valor líquido das amortizações e provisões
 Apresentar as rubricas que o compõem pela ordem exigida pelas Normas
Contabilísticas
 Activo: as rúbricas do activo ordenam-se por ordem crescente de
disponibilidade
 Passivo: as rúbricas do passivo ordenam-se por ordem crescente de
exigibilidade

Elaborar o Balanço a partir do balancete final:

RÚBRICA CONTAS (saldos) NOTA


Imobilizações Corpóreas Contas 11 – Contas 18.1 4
Imobilizações incorpóreas Contas 12 – Contas 18.2 5
Investimentos em subsidiárias e Contas 13.1 + 13.2 – 19.1 – 19.2 6
associadas
Outros activos financeiros Contas 13.3 + 13.4 + 13.5 + … + 13.9 - 7
19.3 - 19.4 - … - 19.9
Outros activos não correntes Soma dos saldos das seguintes contas: 9
Todas as 31, excepto 31.9
32.9
34 (contas com saldo devedor)
35 (contas com saldo devedor)
36 (contas com saldo devedor)
37.2

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Encerramento do Exercício

RÚBRICA CONTAS (saldos) NOTA


37.7 + 37.8 + 37.9 (saldos devedores)
Subtrair o saldo das contas 38
SÓ AS RUBRICAS DE PRAZO SUPERIOR
A 1 ANO
Existências Soma dos saldos de todas as contas da 8
classe 2
Contas a Receber Soma dos saldos das seguintes contas: 9
Todas as 31, excepto 31.9.1
32.9
34 (contas com saldo devedor)
35 (contas com saldo devedor)
36 (contas com saldo devedor)
37.2
37.7 + 37.8 + 37.9 (saldos devedores)
Subtrair o saldo das contas 38
Subtrair o saldo das contas 31.9.2 e
31.9.3
SÓ AS RUBRICAS DE PRAZO INFERIOR A
1 ANO
Disponibilidades Contas 41+42+43+44+45+46+47+48 – 10
Contas 49
Outros activos correntes Contas 37.3 + 37.4 11
Capital Contas 51, 52, 53 e 54 12
Somar saldos credores
Subtrair saldos devedores
Reservas Contas 55, 56, 57 e 58 13
Somar saldos credores
Subtrair saldos devedores
Resultados Transitados Contas 81 14
Somar saldos credores
Subtrair saldos devedores
Resultados do Exercício Saldo da Conta 88.9
Empréstimos de Médio e Longo Saldo Contas 33 15
prazo Rúbricas cujos prazos originais são
iguais ou superiores a 1 ano
Provisões para pensões Saldo Contas 39.1 17
Provisões para outros riscos e Saldo Restantes Contas 39 18
encargos
Outros Passivos não correntes Soma dos saldos das seguintes contas: 19
31.9

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Encerramento do Exercício

RÚBRICA CONTAS (saldos) NOTA


Todas as 32, excepto 32.9
34 (contas com saldo credor)
35 (contas com saldo credor)
36 (contas com saldo credor)
37.1
37.7 + 37.8 + 37.9 (saldos credores)
SÓ AS RUBRICAS DE PRAZO SUPERIOR A
1 ANO
Contas a Pagar Soma dos saldos das seguintes contas: 19
31.9.1
Todas as 32, excepto 32.9
34 (contas com saldo credor)
35 (contas com saldo credor)
36 (contas com saldo credor)
37.1
37.7 + 37.8 + 37.9 (saldos credores)
SÓ AS RUBRICAS DE PRAZO INFERIOR A
1 ANO
Empréstimos de curto prazo Saldo Contas 33 20
Rúbricas cujos prazos originais são
inferiores a 1 ano
Parte correspondente dos Saldo Contas 33 15
empréstimos a médio e longo Rúbricas cujos prazos originais são
prazo superiores a 1 ano, na parte que é para
ser cumprida a menos de 1 ano
Outros Passivos Correntes Saldo Contas 37.5 + 37.6 21

A Demonstração de Resultados:
 Requisitos necessários da Demonstração de Resultados por Natureza:
 Indicação da empresa a que se refere
 Data a que se refere
 Moeda e grau de grandeza

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Elaborar a Demonstração de Resultados por Natureza a partir dos balancetes de


apuramento:

RÚBRICA CONTAS (saldos) NOTA


Vendas Saldo Conta 82.1 22
Prestações de Serviços Saldo Conta 82.2 23
Outros Proveitos Operacionais Saldo Conta 82.3 24
Variações nos produtos acabados e Saldo Conta 82.4 25
produtos em vias de fabrico Saldo credor soma
Saldo devedor subtrai
Trabalhos para a própria empresa Saldo Conta 82.5 26
Saldo credor soma
Saldo devedor subtrai
CMVMC Saldo Conta 82.6 27
Custos com pessoal Saldo Conta 82.7 28
Amortizações Saldo Conta 82.8 29
Outros Custos e Perdas Operacionais Saldo Conta 82.9 30
RESULTADOS OPERACIONAIS Saldo Conta 82.19 ou 88.1
Pode-se também obter somando todos
os saldos credores e subtraindo os saldos
devedores das contas 82.1 à 82.9
Resultados Financeiros Saldo Conta 83.9 ou 88.2 31
Resultados em Filiais e Associadas Saldo Conta 84.9 ou 88.3 32
Resultados Não Operacionais Saldo Conta 85.9 ou 88.4 33
RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS Contas 881 + 88.2 + 88.3 + 88.4
Somar saldos credores, subtrair saldos
devedores
Imposto sobre o rendimento Saldo Conta 87.1 ou 88.5 35
RESULTADOS LÍQUIDOS DAS Resultado antes de Impostos – Imposto
ACTIVIDADES CORRENTES sobre o rendimento
Resultados Extraordinários Saldo Conta 86.9 ou 88.6 34
Imposto sobre o rendimento Saldo Conta 87.2 ou 88.7 35
RESULTADOS LÍQUIDOS DO Saldo Conta 88.9 ou
EXERCÍCIO Resultados líquidos das actividades
correntes + Resultados Extraordinários -
Imposto sobre o rendimento

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Demonstração de Fluxos de Caixa


 Requisitos necessários do Mapa de Fluxos de Caixa:
 Indicação da empresa a que se refere
 Ano a que se refere
 Moeda e grau de grandeza
 Indicação do método: Directo ou Indirecto

Elaboração da Demonstração de Fluxos de Caixa


Elaborar a Demonstração de Fluxos de Caixa pelo método directo a partir dos balancetes de
apuramento e do Balancete retificado:

RÚBRICA CONTAS (saldos) NOTA


1.1 Recebimentos de Clientes + 61 - Vendas
+ 62 - Prestações de Serviços
+ 31 - Clientes (ano anterior)
- 31 - Clientes (próprio ano)
+ 31.9 – Clientes - saldos credores (próprio ano)
- 31.9 – Clientes - saldos credores (ano
anterior)
+ 37.3 – Proveitos a facturar (ano anterior)
- 37.3 – Proveitos a facturar (próprio ano)
+ 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)
- 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
- 78.5 Dívidas Incobráveis
+ 68.5 Recuperação de dívidas
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a vendas e prestações de serviços]
1.2 Pagamentos a + 21 – Compras
Fornecedores - 21.7 – Devoluções

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Encerramento do Exercício

- 21.8 – Descontos e abatimentos


+ 75.2 FST’s
+ 28 – Adiantamentos por conta de compras
(próprio ano)
- 28 – Adiantamentos por conta de compras
(ano anterior)
+ 32 - Fornecedores (ano anterior)
- 32 - Fornecedores (próprio ano)
+ 32.9 – Fornecedores - saldos devedores (próprio
ano)
- 32.9 – Fornecedores - saldos devedores
(ano anterior)
+ 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)
- 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
+ 37.5 – Encargos a Pagar (ano anterior)
- 37.5 – Encargos a Pagar (próprio ano)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a FST’s]
NOTA: Quando as contas 21* estiverem
saldadas, calcular as COMPRAS da seguinte
forma:
+ 71 (próprio ano)
+ 26 (próprio ano)
- 26 (ano anterior)
1.3 Pagamentos ao Pessoal + 72 – Gastos com o Pessoal
+ 36 Pessoal (ano anterior)
- 36 Pessoal (próprio ano)
- 36.3 Pessoal - Adiantamentos (próprio ano)
+ 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)

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- 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (ano


anterior)
+ 36.3 Pessoal - Adiantamentos (ano
anterior)
+ 37.5 – Encargos a Pagar (ano anterior)
- 37.5 – Encargos a Pagar (próprio ano)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a despesas com colaboradores]
Caixa gerada pelas operações 1.1 – 1.2 – 1.3
1.4 Impostos sobre os lucros + 88.5 (próprio ano)
pagos + 88.7 (próprio ano)
+ 78.10.1 (próprio ano)
- 68.10.1 e 68.10.2 (próprio ano)
+ 34.1 – Imposto sobre o rendimento (ano
anterior)
- 34.1 – Imposto sobre o rendimento
(próprio ano)
1.5 Outros + 63 Outros Proveitos Operacionais (excepto
pagamentos/Recebimentos 63.3 e 63.4)
Operacionais - Todas 75 (excepto 75.2 e 75.6)
+ 68.6 (se os benefícios tiverem sido
recebimentos)
- 78.6 (se as multas tiverem resultado em
pagamentos)
+ Todas as 34 (ano anterior -> adicionar
saldos devedores e subtrair saldos credores)
+ Todas as 34 (próprio ano -> subtrair saldos
devedores e adicionar saldos credores)
[Nas contas 34 considerar todas excepto as
contas 34.1]
+ 37.3 – Proveitos a facturar (ano anterior)
- 37.3 – Proveitos a facturar (próprio ano)

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Encerramento do Exercício

+ 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (próprio


ano)
- 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
+ 37.5 – Encargos a Pagar (ano anterior)
- 37.5 – Encargos a Pagar (próprio ano)
+ 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)
- 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
+ Outras 37 (ano anterior)
- Outras 37 (próprio ano)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a outros custos e proveitos
OPERACIONAIS]
1 Fluxos antes da rúbrica 1.1 – 1.2 – 1.3 – 1.4 +/- 1.5
extraordinária (operacional)
2.1 Recebimentos de + 68.3.1 – Venda de Imobilizações corpóreas
Imobilizações Corpóreas + 37.2.1 Corpóreo (ano anterior)
- 37.2.1 Corpóreo (próprio ano)
2.2 Recebimentos de + 68.3.2 – Venda de Imobilizações
Imobilizações incorpóreas incorpóreas
+ 37.2.2 Incorpóreo (ano anterior)
- 37.2.2 Incorpóreo (próprio ano)
2.3 Recebimentos de + 66.4 – Recebimentos de Investimentos em
Investimentos Financeiros Imóveis
+ 66.6 – Alienação de Aplicações Financeiras 45
+ 37.2.3 Financeiro (ano anterior)
- 37.2.3 Financeiro (próprio ano)
2.4 Subsídios a Investimento + 63.4 – Subsídios ao Investimento
+ 37.3 – Proveitos a facturar (ano anterior)
- 37.3 – Proveitos a facturar (próprio ano)

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Encerramento do Exercício

+ 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (próprio


ano)
- 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
+ Outras 37 (ano anterior)
- Outras 37 (próprio ano)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem subsídios ao investimento]
2.5 Juros e Proveitos Similares + 66.1 Juros
+ 37.3 – Proveitos a facturar (ano anterior)
- 37.3 – Proveitos a facturar (próprio ano)
+ 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)
- 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a juros recebidos]
2.6 Dividendos ou Lucros + 66.5 Rendimentos de Participações
recebidos + 67 Prov. E Ganhos Filias e associadas
+ 35.2.N.2 (próprio ano)
- 35.2.N.2 (ano anterior)
+ 35.2.N.3 (ano anterior)
- 35.2.N.3 (próprio ano)
+ 37.3 – Proveitos a facturar (ano anterior)
- 37.3 – Proveitos a facturar (próprio ano)
+ 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)
- 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a dividendos e lucros]
2.7 Pagamentos de + 11 Imobilizações Corpórias (próprio ano)

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Encerramento do Exercício

Imobilizações Corpóreas - 11 Imobilizações Corpórias (ano anterior)


+ 14.1 a 14.7 Imob. Em curso (próprio ano)
- 14.1 a 14.7 Imob. Em curso (ano anterior)
+ 14.7 Adiantamentos (próprio ano)
- 14.7 Adiantamentos (ano anterior)
+ 37.1.1 Compras Imob. (ano anterior)
- 37.1.1 Compras Imob. (próprio ano)
+ 78.11.3 Reembolso de subsídios ao
investimento
[nas contas 14 considerar apenas as que se
referem imobilizados corpóreos]
2.8 Pagamentos de + 12 Imobilizações Incorpórias (próprio ano)
Imobilizações incorpóreas - 12 Imobilizações incorpórias (ano anterior)
+ 14.1 a 14.7 Imob. Em curso (próprio ano)
- 14.1 a 14.7 Imob. Em curso (ano anterior)
+ 14.8 Adiantamentos (próprio ano)
- 14.8 Adiantamentos (ano anterior)
+ 37.1.2 Compras Imob. (ano anterior)
- 37.1.2 Compras Imob. (próprio ano)
[nas contas 14 considerar apenas as que se
referem imobilizados incorpóreos]
2.9 Pagamentos de + 13 Investimentos Financeiros (próprio ano)
Investimentos Financeiros - 13 Investimentos Financeiros (ano anterior)
+ 14.1 a 14.7 Imob. Em curso (próprio ano)
- 14.1 a 14.7 Imob. Em curso (ano anterior)
+ 14.9 Adiantamentos (próprio ano)
46
- 14.9 Adiantamentos (ano anterior)
+ 37.1.3 Compras Imob. (ano anterior)
- 37.1.3 Compras Imob. (próprio ano)
[nas contas 14 considerar apenas as que se
referem Investimentos financeiros]
2 Fluxos antes da rúbrica 2.1 + 2.2 + 2.3 + 2.4 + 2.5 + 2.6 – 2.7 – 2.8 –

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Encerramento do Exercício

extraordinária (Investimento) 2.9


3.1 Aumentos de Capital, + 51 Capital (próprio ano)
Prest. Supl., e venda de - 51 Capital (ano anterior)
acções e quotas próprias + 52 Acções/Quotas Próprias (ano anterior)
- 52 Acções/Quotas Próprias (próprio ano)
+ 54 Prestações suplementares (próprio ano)
- 54 Prestações suplementares (ano anterior)
+ 35.N.N.1 c/subscrição (ano anterior)
- 35.N.N.1 c/subscrição (próprio ano)
[Considerar as contas 51 e 54 apenas
quando a diferença entre o ano e o ano
anterior for positiva e a conta 52 quando a
diferença for negativa]
3.2 Cobertura de Prejuízos + 81 Resultado Transitado (ano anterior)
- 88.9 Resultado Líquido (ano anterior)
3.3 Empréstimos obtidos + 33 Empréstimos (próprio ano)
- 33 Empréstimos (ano anterior)
[Considerar as contas 33 apenas quando a
diferença entre o ano e o ano anterior for
positiva]
3.4 Subsídios à Exploração e + 63.3 Subsídios à exploração
doações - 78.11.2 - Reembolso de Subsídios à
exploração
+ 68.11.1 - Donativos
+ 37.3 – Proveitos a facturar (ano anterior)
- 37.3 – Proveitos a facturar (próprio ano)
+ 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (próprio
ano)
- 37.6 – Prov. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
+ Outras 37 (ano anterior)
- Outras 37 (próprio ano)

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Encerramento do Exercício

[nas contas 37 considerar apenas as que se


referem subsídios à exploração e doações]
3.5 Reduções de Capital e + 51 Capital (ano anterior)
prest. suplementares - 51 Capital (próprio ano)
+ 54 Prestações suplementares (ano
anterior)
- 54 Prestações suplementares (próprio ano)
[Considerar as contas 51 e 54 apenas
quando a diferença entre o ano e o ano
anterior for negativa]
3.6 Compras de acções ou + 52 Acções/Quotas Próprias (próprio ano)
quotas próprias - 52 Acções/Quotas Próprias (ano anterior)
[Considerar a conta 52 apenas quando a
diferença entre o ano e o ano anterior for
positiva]
3.7 Dividendos ou Lucros + 89 Dividendos antecipados
Pagos + 35.1.N.2 (próprio ano)
- 35.1.N.2 (ano anterior)
+ 35.1.N.3 (ano anterior)
- 35.1.N.3 (próprio ano)
3.8 Empréstimos obtidos + 33 Empréstimos (ano anterior)
- 33 Empréstimos (próprio ano)
[Considerar as contas 33 apenas quando a
diferença entre o ano e o ano anterior for
negativa]
3.9 Amortização contratos + 33 Empréstimos (ano anterior)
locação financeira - 33 Empréstimos (próprio ano)
[Considerar as contas 33 que se referem a
locações e apenas quando a diferença entre
o ano e o ano anterior for negativa]
3.10 Juros e custos similares + 76.1 Juros
pagos + 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (próprio

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ESTÁGIO EM AMBIENTE CONTROLADO
Encerramento do Exercício

ano)
- 37.4 – Enc. Rep. Períod. Futur. (ano
anterior)
+ 37.5 – Encargos a Pagar (ano anterior)
- 37.5 – Encargos a Pagar (próprio ano)
[nas contas 37 considerar apenas as que se
referem a juros pagos]
3 Fluxos antes da rúbrica 3.1 + 3.2 + 3.3 + 3.4 – 3.5 – 3.6 – 3.7 – 3.8 –
extraordinária 3.9 – 3.10
(Financiamento)
Aumento Líquido de Caixa e 1+2+3
seus equivalentes
Caixa e seus equivalentes no Somar todas as contas 4 com saldo devedor
43,
início do período Subtrais todas as contas 4 com saldo credor
47
Contas do ano anterior
Caixa e seus equivalentes no Somar todas as contas 4 com saldo devedor
43,
fim do período Subtrais todas as contas 4 com saldo credor
47
Contas do próprio ano

Elaborar a Demonstração de Fluxos de Caixa pelo método indirecto a partir dos balancetes
de apuramento e do Balancete retificado:
A Demonstração de Fluxos de Caixa pelo Método Indirecto varia, em relação ao Método
Directo apenas na rúbrica Fluxos de Caixa das Actividades Operacionais. Os restantes fluxos
(Actividades de Investimento e Financiamento) mantém-se iguais. Seguidamente segue-se a
elaboração dos Fluxos de Caixa Operacionais pelo Método Indirecto:

RÚBRICA CONTAS (saldos) NOTA


1.1 Resultado Líquido antes + 88.9
de Impostos e da Rúbrica Somar saldos devedores e subtrair saldos
Extraordinária credores
1.2 Depreciações + 78.1 Provisões do exercício
1.3 Amortizações + 73 Amortizações do Exercício

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Encerramento do Exercício

1.4 Ganhos na Alienação de - 68.3


Imobilizações
1.5 Perdas nas Alienação de +78.3
Imobilizações
1.6 Resultados Financeiros - 88.2
- 88.3
Subtrair saldo credor e somar saldo devedor
1.7 Resultados Extraordinários - 88.6
Subtrair saldo credor e somar saldo devedor
1.8 Aumento de Existências + Contas 2 (próprio ano)
- Contas 2 (ano anterior)
Quando a diferença é positiva
1.9 Diminuição de Existências + Contas 2 (próprio ano)
- Contas 2 (ano anterior)
Quando a diferença é negativa
1.10 Aumento dividas de 3ºs + contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
Operacionais saldos devedores (próprio ano)
- contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
saldos devedores (ano anterior)
Quando a diferença é positiva
1.11 Diminuição dividas de + contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
3ºs Operacionais saldos devedores (próprio ano)
- contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
saldos devedores (ano anterior)
Quando a diferença é negativa
1.12 Aumentos outros activos + Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
operacionais devedores (próprio ano)
- Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
devedores (ano anterior)
Só rúbricas que respeitam à actividade
operacional e quando a diferença é positiva
1.13 Diminuição outros + Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos

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ESTÁGIO EM AMBIENTE CONTROLADO
Encerramento do Exercício

activos operacionais devedores (próprio ano)


- Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
devedores (ano anterior)
Só rúbricas que respeitam à actividade
operacional e quando a diferença é negativa
1.14 Aumento dividas a 3ºs + contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
Operacionais saldos credores (próprio ano)
+ contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
saldos credores (ano anterior)
Quando a diferença é positiva
1.15 Diminuição dividas a 3ºs + contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
Operacionais saldos credores (próprio ano)
+ contas 31, 32, 34 (excepto 34.1), 36 –
saldos credores (ano anterior)
Quando a diferença é negativa
1.16 Aumentos outros + Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
Passivos operacionais credores (próprio ano)
- Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
credores (ano anterior)
Só rúbricas que respeitam à actividade
operacional e quando a diferença é positiva
1.17 Diminuição outros + Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
Passivos operacionais credores (próprio ano)
- Contas 37 (excepto 37.1 e 37.2) – Saldos
credores (ano anterior)
Só rúbricas que respeitam à actividade
operacional e quando a diferença é negativa
Caixa Proveniente das + 1.1 + 1.2 + 1.3 – 1.4 + 1.5 – 1.6 – 1.7 – 1.8 +
Operações 1.9 – 1.10 + 1.11 – 1.12 + 1.13 + 1.14 – 1.15 +
1.16 – 1.17
Os restantes componentes do Mapa de Fluxos de Caixa pelo Método Indirecto são iguais ao
Método Directo.

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Notas às contas:
Conjunto de divulgações, descrições narrativas, detalhes de quantias destinadas a fornecer
informação adicional, que seja relevante às necessidades dos utentes.
Assuntos:
 Rúbricas das Demonstrações Financeiras
 Riscos e incertezas que afectam a entidade
 Recursos e obrigações não reconhecidos no Balanço
Podem ser omitidas as notas que se considerem não ser relevantes para a tomada de
decisões por parte dos utentes. O PGC convencionou que não é obrigatório a elaboração de notas
para rúbricas com valores inferiores a:
 10% do total do ativo (Balanço)
 5% do total dos proveitos operacionais (demonstração de resultados)

Elaboração das Notas às Contas


As notas às contas devem obedecer a uma estrutura própria definida no PGC que se
apresenta seguidamente:

INTRODUÇÃO
1 - Actividade:
Fazer uma breve descrição das actividades da empresa
2 - Políticas contabilísticas adoptadas na preparação das Demonstrações Financeiras
 Bases de apresentação das demonstrações financeiras
 Bases de valorimetria na sua preparação
 Imobilizações corpóreas
 Imobilizações incorpóreas
 Investimentos em subsidiárias e associadas
 Outros activos financeiros
 Existências
 Contas a receber
 Disponibilidades
 Outros activos correntes

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 Provisões para outros riscos e encargos


 Outros passivos correntes
 Vendas
 Prestações de Serviços
 Royalties
 Subsídios
 Juros
 Erros fundamentais
 Impostos sobre lucros
3 - Alterações nas políticas contabilísticas
 Razões que determinaram a alteração
 Critério utilizado para reconhecimento dos efeitos das alterações
4 a 21 – Notas ao Balanço
22 a 35 – Notas à Demonstração de Resultados por natureza
Quando substituída pela Demonstração de Resultados por funções as notas 22 a 31
deverão ser ajustadas a essa realidade de forma que:
 A composição de uma quantia numa linha possa ser verificada numa nota ou
conjunto de notas
 Haja coerência
 Não haja diminuição no conteúdo das divulgações previstas para quando a DR
preparada é a por natureza
Outras notas relacionadas com a posição financeira e os resultados das operações
36 - Responsabilidades assumidas e não reflectidas no Balanço
37 – Contingências
 Natureza das contingências
 Factores incertos que possam afectar o desfecho futuro
 Estimativa do efeito financeiro, ou uma declaração de que tal estimativa não pode
ser feita.
38 - Acontecimentos ocorridos após a data do Balanço:
 Natureza dos eventos
 Estimativa do efeito financeiro, ou uma declaração de que tal estimativa não pode
ser feita.

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39 - Auxílio do governo e outras entidades


 Natureza dos eventos
 Estimativa do efeito financeiro, ou uma declaração de que tal estimativa não pode
ser feita.
40 - Transacções com entidades relacionadas
 Relacionamento em que exista controlo, independentemente de ter havido ou não
transacções.
 Se tiver havido transacções:
 Natureza do relacionamento existente
 Tipos de transacções realizadas
 Políticas de determinação dos preços
 Quantia das transacções realizadas
41 - Informações exigidas por diplomas legais
 Indicar informações exigidas por diplomas legais
42 - Outras Informações
 Consideradas necessárias para cumprir as características de relevância e fiabilidade
que a informação financeira deve ter.

O relatório de gestão
Lei das Sociedades Comerciais – Lei Nº1/04 de 13 de Fevereiro – capítulo VI.
 Artigo 70º - obrigatoriedade de relatar a gestão e apresentar contas
 Artigo 71º - composição do relatório de gestão
Segundo do Código das Sociedades Comerciais, “o relatório de gestão deve conter, pelo
menos, uma exposição fiel e clara sobre a evolução dos negócios e sobre a situação da
sociedade.”
Deve em especial, indicar:
 A evolução da gestão nos diferentes sectores em que a sociedade exerceu
actividade, nomeadamente quanto a investimentos, custos, proveitos e actividades
de I&D.
 Os factos relevantes ocorridos após o termo do exercício anterior
 A evolução previsível da sociedade
 As aquisições e alienações de bens, motivos e condições

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 Autorizações concedidas para a celebração de negócios entre a sociedade e os seus


administradores.
 Uma proposta devidamente fundamentada da aplicação dos resultados.
 A existência e evolução de quaisquer representações da sociedade

Estrutura mínima obrigatória do Relatório de gestão segundo o Código das Sociedades


Comerciais:
 Evolução da economia em que se insere
 Apresentação da empresa e seu enquadramento nos sectores de actividade em que
opera
 Acontecimentos relevantes
 Compras e vendas de património
 Análise económico-financeira
 Proposta de aplicação de resultados
 Considerações finais

Evolução da economia em que se insere:


 Apresentação da economia em que a empresa opera e breve análise:
 Se possível usar dados estatísticos

Apresentação da empresa e seu enquadramento nos sectores de actividade em que opera:


 Apresentação da empresa: actividade, dimensão, mercado em que opera (nacional ou
internacional, tipo de clientes que fornece…), produtos vendidos e serviços prestados,
localização da sede e das filiais/lojas que tenha
 Pode ser interessante indicar principais clientes, fornecedores e sócios (por exemplo se
tiver um cliente importante pode ser pertinente indicá-lo).
 Acima de tudo, importa que quem ler o relatório fique com uma noção bem clara do tipo
de empresa que se trata.

Acontecimentos relevantes:
 Acontecimentos que tenham ocorrido durante o exercício económico e que tenham tido
impacto material relevante nos resultados da empresa.

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 Acontecimentos que tenham ocorrido durante o exercício económico e que possam ter
impacto no futuro.
 Exemplo: sinistro, assinatura de contrato importante, alterações na legislação que
possam ter impacto, etc

Compras e Vendas de Património (Investimentos):


 Compras e vendas de imóveis, outras empresas, etc
 Se possível indicar os motivos.

Análise Económico-Financeira:
 Indicadores primários (devem constar no início de cada relatório de análise económico-
financeira:
 Investimento – Montante total de Activos da Empresa
 Financiamento – Montante de Capital Próprio e montante de Passivo (em análise
financeira refere-se ao Passivo como Capital Alheio)
 Volume de Negócios – Total de Proveitos Operacionais (Vendas + Prestações de
Serviços + Outros Proveitos Operacionais)
 Resultado Líquido
 Geralmente basta um parágrafo a apresentar esses números. Seguidamente
deve-se falar da evolução destes indicadores primários (variação em relação ao
ano anterior/anos anteriores)
 Outros indicadores que poderão interessar:

 Rácio de Endividamento:
Mede a percentagem de dívida dentro da estrutura de financiamento da empresa. Em termos de
risco para a empresa, quanto menor for o endividamento, melhor. No entanto, se a empresa (ou
os seus proprietários) tiverem a possibilidade de realizar investimentos a taxas superiores àquelas
que pagam pelo endividamento é preferível contrair dívida pois maximizará o lucro da empresa.
Ou seja, o grau óptimo de endividamento de uma empresa está directamente relacionado com o
custo de oportunidade dos capitais investidos.

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 Composição do Endividamento:
Indica a relação entre as dívidas de curto prazo e as dívidas totais.
Quanto menor, melhor, pois significa que o pagamento da dívida ocorre em prazos mais longos.
Os financiamentos de longo prazo tendem a ter um custo menor do que os de curto prazo.

 Liquidez Geral:
Indica a situação financeira de uma empresa, ou seja, a sua capacidade pagar as dívidas.
Indica quanto a empresa possui no activo circulante para cada u.m. de dívida no passivo
circulante.
Quanto maior, melhor. O circulante também é chamado de corrente.

 Liquidez Reduzida:
Quanto a empresa possui em seus activos mais líquidos – disponibilidades, aplicações financeiras
e valores a receber de clientes - para cada u.m. de dívida no passivo circulante
Indica a capacidade da empresa pagar as suas dívidas de curto prazo, recorrendo à caixa, bancos e
dívidas de clientes.
Quanto maior, melhor.

 Liquidez Imediata:

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Quanto a empresa possui nas suas disponibilidades – caixa e bancos - para cada u.m. de dívida no
passivo circulante
Indica a capacidade da empresa pagar as suas obrigações de curto prazo, recorrendo apenas ao
dinheiro disponível.
Quanto maior, melhor.

 Solvabilidade:
Quantas vezes o valor do capital de uma empresa cobre o valor que a empresa deve a terceiros
Indica o grau de solvência da empresa.
Quanto maior, melhor.

 Rendibilidade dos capitais próprios [ROE]:


Quantas vezes o valor do capital de uma empresa cobre o valor que a empresa deve a terceiros
Indica o grau de solvência da empresa.
Quanto maior, melhor.

 Payout Ratio:
Corresponde á taxa de distribuição de dividendos
Importante pois dá-nos a expectativa de crescimento da empresa.

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 Rendibilidade do investimento total [ou Rendibilidade do Activo]:


Rendibilidade gerada pelo total do capital investido
Rendibilidade gerada pelos activos totais da empresa.
A RIT deve considerar não apenas o resultado líquido mas também o efeito dos encargos
financeiros pois é diferente analisar o contributo do activo no resultado de uma empresa
endividada face a uma outra empresa não endividada.

 Decomposição da rendibilidade dos capitais próprios:


Que factores contribuem para gerar valor para os donos da empresa?

 Custo do capital alheio:


Impacto da dívida nos resultados da empresa.
Até um certo grau de endividamento, os encargos financeiros são inferiores à poupança fiscal.
Nesse sentido poupamos com o endividamento.

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A este efeito chama-se alavancagem financeira.

 Ponto Crítico Operacional:


Nível de actividade da empresa a que correspondem resultados operacionais nulos.
Indica o volume mínimo de vendas necessário para não ter prejuízo operacional.
Em valor:

 Margem de Segurança Operacional:


Indica em termos percentuais quanto o nível de actividade da empresa está acima do ponto
crítico. Em percentagem.
Vendas*: ponto crítico das vendas em valor
Quanto maior a Margem de segurança, mais tranquila a empresa se encontra pois opera acima do
ponto crítico?

 Ponto Crítico Total:


Nível de actividade da empresa a que correspondem resultados antes de impostos (RAI) nulos.
Indica volume mínimo de vendas necessário para não ter prejuízo. Em valor.

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 Margem de Segurança Total:


Indica em termos percentuais quanto o nível de actividade da empresa está acima do ponto
crítico. Em percentagem.
Vendas*: ponto crítico das vendas em valor
Quanto maior a Margem de segurança, mais tranquila a empresa se encontra pois opera acima do
ponto crítico?

 Indicadores de Tesouraria:
Obs: o prazo está em meses, para obter o prazo em dias, substituir 12 por 365:

 Indicadores de Fundo de Maneio:


FM: Fundo de Maneio
NFM: Necessidades em Fundo de Maneio
Em valor:

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O ideal será que o fundo de maneio (FM) existente seja igual ao valor da necessidade (NFM).
Assim existe a garantia de cobrimento das dívidas quando necessário e não se cria um excedente
necessário.
Em caso de haver excedente de tesouraria a empresa deverá procurar efectuar aplicações com
esse valor
Em caso de tesouraria deficitária (TL negativa), a empresa necessita de arranjar fundos,
recorrendo por exemplo à banca, empréstimos de sócios, etc… Caberá à equipa financeira decidir
a forma com melhor relação custo-risco

Proposta de Aplicação dos Resultados:


 É apenas uma proposta, deverá depois ser aceite ou não em assembleia de sócios.
 Opções quando o resultado líquido é positivo:
 Distribuir em forma de dividendos
 Reter transferindo-os para a rúbrica resultados transitados
 Basta um parágrafo
 Quando os resultados líquidos são negativos, a única opção de proposta será sempre
“transferir para resultados transitados”.

Considerações Finais:
 Fazer uma breve conclusão ao relatório
 Perspectivas futuras
 Agradecimentos

3. Bibliografia

 Plano Geral de Contabilidade de Angola

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 “Plano geral de contabilidade angolano – casos prácticos e exercícios resolvidos”, Rui


M.P. Almeida, Sabino José Miranda e outros, ATF Edições Técnicas, 2014

 “Plano geral de contabilidade angolano explicado”, Rui M.P. Almeida, Sabino José
Miranda e outros, ATF Edições Técnicas, 2014

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