Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 2021 1
ISCAL
Docente:
Fernando Parsotam1
Características do Imposto
2
Nota: Embora tratando-se de um imposto sobre o rendimento, o IRC integra, contudo, algumas medidas de tributação sobre a
despesa, tendo em vista controlar excessos dos sujeitos passivos relativamente a determinados encargos. ex: artº 88º - Taxas
de tributação autónoma. Ex. Despesas não documentadas, de representação, com ajudas de custo, com viaturas ligeiras de
passageiros, algumas de mercadorias, motos ou motociclos.
▪ O conceito de rendimento assenta na teoria do rendimento acréscimo ou incremento patrimonial - noção extensiva
do rendimento que procura tributar o rendimento real e efectivo das empresas, uma vez que todos os ganhos,
independentemente da sua origem ficam sujeitos a uma mesma tributação, o que se afigura justo na medida em que por
princípio concorrerão de forma idêntica para um aumento da capacidade contributiva do sujeito passivo.
A determinação do lucro tributável das pessoas colectivas e outras entidades sujeitas ao seu
apuramento, tem como ponto de partida a contabilidade, conforme se retira do exposto no n.º 1 do
artigo 17º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (CIRC):
«O lucro tributável das pessoas colectivas e outras entidades mencionadas na alínea a) do n°1 do
artigo 3º é constituído pela soma algébrica do resultado líquido do período e das variações
patrimoniais positivas e negativas verificadas no mesmo período e não reflectidas naquele resultado,
determinados com base na contabilidade e eventualmente corrigidos nos termos deste Código».
Por outro lado, o n.º 1 do artigo 123º do Código do IRC refere que
«As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais
entidades que exerçam, a título principal uma actividade comercial, industrial ou agrícola, com sede ou direcção
efectiva em território português, bem como as entidades que, embora não tendo sede nem direcção efectiva naquele
território, aí possuam estabelecimento estável, são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei
que, além dos requisitos indicados no n.º 3 do artigo 17º, permita o controlo do lucro tributável»
Contendo os restantes números do mesmo artigo 123º diversas regras relativas à execução da contabilidade e
respetivos suportes.
Por sua vez o n.º 3 do artigo 17º refere que, de modo a permitir o apuramento referido no n.º 1, a contabilidade deve:
«a) Estar organizada de acordo com a normalização contabilística e outras disposições legais em vigor para o
respetivo sector de atividade, sem prejuízo da observância das disposições previstas neste Código,
b) Refletir todas as operações realizadas pelo sujeito passivo e ser organizada de modo que os resultados das
operações e variações patrimoniais sujeitas ao regime geral do IRC possam claramente distinguir-se dos das
restantes.»
c) Estar organizada com recurso a meios informáticos. (Aditada pela Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro)
Paralelamente ao que é preconizado na contabilidade (Normalização Contabilística), vem o artigo 18º do Código do
IRC impor respeito pelo pressuposto da periodização económica (especialização dos exercícios/acréscimo), que
descreve pormenorizadamente.
O nº 1 refere que “Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou negativas do lucro
tributável, são imputáveis ao período de tributação em que sejam obtidos ou suportados, independentemente do seu
recebimento ou pagamento, de acordo com o regime de periodização económica.”
Segundo n.º 2 do referido 18º, «As componentes positivas ou negativas consideradas como respeitando a períodos
anteriores só são imputáveis ao período de tributação quando na data de encerramento das contas daquele a que
deviam ser imputadas eram imprevisíveis ou manifestamente desconhecidas.»
«…manutenção do modelo de dependência parcial determina, desde logo, que, sempre que não
estejam estabelecidas regras fiscais próprias, se verifique o acolhimento do tratamento
contabilístico decorrente das novas normas …»
Natureza
Por um sujeito
Objectiva passivo Temporal
A de obtenção de Subjectiva
rendimentos Por um período de
tributação
o que está sujeito; Rendimentos obtidos pelo sujeito passivo - incidência objetiva (artigo 3.º);
E o período de tributação:
quando está sujeito; Elemento temporal do facto tributário vem definido no artigo 8.º.
Incidência pessoal:
noção de sujeito passivo
Se entendermos o sujeito passivo da relação jurídica tributária como sendo a pessoa ou a entidade
titular de qualquer situação jurídica regulada pelo Direito Fiscal, então:
um sujeito passivo de IRC é a pessoa ou entidade sobre quem é suscetível de recair o dever de cumprir
uma obrigação de natureza tributária imposta pelo código do IRC, designadamente a obrigação
principal – a obrigação do imposto.
Personalidade jurídica
O objeto de uma sociedade, noção que interessa para a qualificação de sujeito passivo de IRC, constitui um dos
elementos determinantes da distinção entre sociedades comerciais e sociedades civis.
O âmbito da incidência pessoal do imposto estende-se a todas as pessoas coletivas de direito público ou
privado com sede ou direção efetiva (local a partir do qual se faz a gestão global da empresa) em território
português.
Entidades públicas:
• Estado e as demais entidades coletivas territoriais — municípios e freguesias —, que são pessoas coletivas públicas
originárias;
• entidades criadas pelo Estado (ou por outras pessoas coletivas públicas) que não sejam qualificadas como entidades
privadas e exerçam poderes de autoridade; e
• outras entidades qualificadas por lei, como é o caso de algumas fundações.
Entidades privadas:
• as qualificadas pela lei;
• as que sejam criadas livremente por particulares segundo os modelos típicos do direito privado (associação, fundação,
cooperativa, etc.); e
• as de criação pública mas sem nenhum traço relevante de um regime de direito público. É o caso, por exemplo de uma
associação recreativa ou de moradores.
Fernando Parsotam 2021
Incidência Pessoal
21
Art. º 2º CIRC
Assim, são sujeitos passivos de IRC:
Sociedades comerciais
São sociedades comerciais as que tenham por objeto a prática de atos de comércio e adotem o tipo de sociedade
:
• Por quotas;
• Anónimas;
• Em nome coletivo;
• Em comandita simples;
• Em comandita por ações.
Sociedades civis
Por exclusão de partes, as sociedades civis são aquelas que não têm por objeto a prática de atos comerciais ou
de qualquer dos tipos de atividade previstos no artigo 230.º do Código Comercial.
As sociedades civis podem adotar qualquer um dos tipos societários já referidos, previstos para as sociedades
comerciais. Neste caso designar-se-ão por sociedades civis sob forma comercial e estarão sujeitas ao regime do
Código das Sociedades Comerciais, adquirindo, por isso, personalidade jurídica própria a partir do registo
definitivo do contrato de sociedade Cf. Artigo 5.º do Código das Sociedades Comerciais
As restantes são sociedades civis sob forma civil ou sociedades civis puras e regular-se-ão pelo disposto nos
artigos 980º e seguintes do Código Civil, não sendo, em princípio, dotadas de personalidade jurídica e não
cabendo portanto no elenco da alínea a) do artigo 2.º. Estas sociedades estarão sujeitas ao regime de
transparência fiscal previsto no artigo 6.º.
Cooperativas
As cooperativas são pessoas coletivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição variáveis, que,
através da cooperação e entreajuda dos seus membros e na observância dos princípios cooperativos, visam, sem
fins lucrativos, a satisfação das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais daqueles, podendo
ainda, na prossecução dos seus objetivos, realizar operações com terceiros (artigo 2.º da Lei n.º 51/96, de 7 de
setembro - Código Cooperativo ).
As empresas públicas são, em regra, pessoas coletivas de direito privado a não ser que a lei expressamente as
qualifique de outra maneira (Bancos e Companhias de Seguros nacionalizados) ou tal resulte dos seus estatutos.
Trata-se de pessoas coletivas de tipo institucional, i.e., não são grupos organizados de pessoas mas sobretudo
massas organizadas de bens.
As pessoas coletivas dizem-se de direito público quando prosseguem primariamente fins de interesse público os quais se
refletem relevantemente na sua constituição ou no seu regime.
São pessoas coletivas de direito público, e como tal sujeitos passivos de IRC, entre outras:
• O Estado;
• As Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;
• As Autarquias Locais.
São pessoas coletivas de direito privado, sujeitas a IRC, sem prejuízo dos benefícios fiscais que lhe sejam atribuídos, as restantes
nomeadamente:
• Os Partidos Políticos;
• Sindicatos e Associações Sindicais;
• Associações Patronais. Fernando Parsotam 2021
Incidência Pessoal
27
Art. º 2º CIRC
Sujeitos Passivos
Residentes
Não Residentes
Assim, a sede da pessoa coletiva é aquela que os respetivos estatutos designem ou, na falta de
designação, o lugar em que funciona a administração principal (artigo 159.º do Código Civil).
Nas sociedades comerciais, a designação da sede em local concretamente definido é um dos elementos
obrigatórios do contrato de sociedade (cf. artigo 9.º n.º 1 alínea e) do Código das Sociedades
Comerciais).
Direção efetiva é um conceito pelo qual se pretende designar o local onde a empresa é de facto gerida,
i.e., o lugar onde são praticados os atos mais importantes de gestão global da empresa, tais como
reuniões, assembleias, etc. ou até mesmo o próprio lugar de residência dos seus administradores.
Nos termos do artigo 2.º do anexo ao Decreto-Lei n.° 372/2007, de 6 de novembro, a categoria das
micro, pequenas e médias empresas (PME) é constituída por empresas que empregam menos de 250
pessoas e cujo volume de negócios anual não excede 50 milhões de euros ou cujo balanço total
anual não excede 43 milhões de euros.
Tratando-se de uma empresa que tenha empresas parceiras e associadas, nos termos definidos no
anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, a determinação dos resultados da empresa
(cálculo dos efetivos e dos montantes financeiros) é efetuada de acordo com o disposto no artigo 6.º do
anexo ao referido decreto-lei.
Assim, ainda que os dados da empresa se encontrem dentro dos limites para poder ser qualificada como PME,
se os dados agregados (da empresa e das suas parceiras e associadas) ultrapassarem tais limites, as empresas
envolvidas não podem obter a qualificação de PME.
Devem observar-se, ainda, todos os conceitos e critérios a utilizar para aferir o respetivo estatuto de PME que
constam do anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 143/2009,
de 16 de junho.
Quadro de preenchimento obrigatório pelos sujeitos passivos residentes que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade
económica de natureza comercial, industrial ou agrícola e pelos não residentes com estabelecimento estável.
Os sujeitos passivos devem assinalar neste quadro o estatuto de micro, pequena ou média empresa, nos termos previstos no anexo ao
Decreto-Lei n.° 372/2007, de 6 de novembro.
Assim, se se qualifica como micro empresa deve assinalar o campo 3, se se qualifica como pequena empresa deve assinalar o campo 4, ou
se se qualifica como média empresa deve assinalar o campo 1.
Os restantes sujeitos passivos assinalam o campo 2.
Caso não tenham solicitado a certificação junto do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, I.P. (IAPMEI, I.P.), a qual
constitui prova bastante dessa qualificação, devem estar em condições de comprovar a mesma.
Incidência real
Base do Imposto
O artigo 3.º, ao definir a base tributável, procede a um recorte da incidência real do IRC
distinguindo os sujeitos passivos residentes de não residentes.
Os sujeitos passivos residentes são, por sua vez, divididos em duas categorias consoante exerçam
ou não, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola.
Fernando Parsotam 2021
35
Incidência Real (artº 3º)
36
Sem estabelecimento estável - Rendimento das diversas categorias para efeitos de IRS +
Incrementos patrimoniais a título gratuito
(alínea d) do nº 1)
NOTA: Sem prejuízo do previsto nas várias Convenções/Acordos Internacionais sobre dupla tributação, as entidades
não residentes estão sujeitas a IRC apenas quanto aos rendimentos obtidos em território português (ver artigo
4.º - Extensão da obrigação de imposto).
( nº 2, art. 3º )
41
Uma sucursal,
Um escritório,
Uma fábrica,
Uma oficina,
Uma mina, um poço de petróleo ou de gás, uma pedreira ou qualquer outro local
de extração de recursos naturais situado em território português.
42
Um local ou um estaleiro de construção, de instalação ou de montagem, bem como as atividades de coordenação, fiscalização
e supervisão com eles conexas, quando a duração desse local ou estaleiro ou a duração dessas atividades exceda seis meses
as instalações, plataformas ou barcos de perfuração utilizados para a prospeção ou exploração de recursos naturais – desde
que a duração da obra ou atividade exceder 90 dias
Em caso de subempreitada, considera-se que o subempreiteiro possui um estabelecimento estável no estaleiro se aí exercer a
sua atividade por um período superior a seis meses.
48
Uma sociedade residente no Canadá que tem por objecto a compra e venda de material electrónico, tem uma sucursal
em Portugal que se dedica à prospecção de mercado e à prestação de informações para a empresa. Esta sucursal:
Exemplo:
a) Configura desde logo um estabelecimento estável, visto a sucursal constituir um dos exemplos paradigmáticos de
estabelecimento estável;
b) Embora se trate de uma instalação fixa, não configura um estabelecimento estável, visto não se exercer, através dela,
uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;
c) Não configura um estabelecimento estável, porquanto a actividade exercida através da sucursal tem um carácter
meramente preparatório ou auxiliar;
d) É um estabelecimento estável, sendo o mesmo tributado pelo lucro que lhe é imputável.
48
49
Uma sociedade não residente vende mercadorias para o território português dispondo, para o efeito, de um agente neste território que procede à
angariação de clientes para a empresa não residente e lhe presta um serviço de entrega das mercadorias vendidas. Este agente:
Exemplo:
a) É um representante permanente da sociedade não residente, sendo, portanto, um estabelecimento estável desta
sociedade;
b) É um agente independente e, como tal, não configura um estabelecimento estável da sociedade não residente;
c) Não configura um estabelecimento estável, porquanto não dispõe de poderes de intermediação e de celebração de
contratos que vinculem a empresa;
d) É um estabelecimento estável da sociedade não residente, pois esta sociedade realiza as suas vendas em território
português.
49
O rendimento global (entidades residentes que não exerçam a título principal uma atividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola) - al. b)
Os rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS (não residentes sem
estabelecimento estável em território português ou, possuindo-o os rendimentos não lhe sejam
imputáveis) - al. d)
no caso dos residentes, e embora o rendimento global se refira igualmente aos rendimentos das
diversas categorias do IRS, ele corresponde à sua soma algébrica com referência a todo o período
de tributação;
no caso dos não residentes, o IRC incidirá sobre os rendimentos individualizados daquelas categorias
no momento e à medida em que eles forem sendo auferidos.
Concluindo:
Enquanto no artigo 2.º se distinguem os vários tipos de sujeitos passivos, no artigo 3.º determina-se que a base de
incidência do imposto não é a mesma para todos eles. Procede-se, desta forma, a uma discriminação qualitativa
dos diversos sujeitos passivos em função da sua natureza específica, fazendo-se incidir o imposto sobre realidades
distintas (o lucro, o rendimento global e os rendimentos das diversas categorias), consoante a especificidade do
respetivo sujeito passivo.
Esta diferenciação dos sujeitos passivos e da base do imposto assume especial relevância em toda a restante
estrutura do código. Discriminando, nos termos referidos, o universo de incidência do IRC, o legislador sentiu
necessidade de, ao nível da arrumação sistemática do código, dar seguimento a este recorte da sujeição tributária.
Assim, foram concebidas regras próprias para os diferentes tipos de sujeitos passivos, na determinação da matéria
coletável, nas taxas, na liquidação e no pagamento do IRC.
Não serão, no entanto, considerados como obtidos em território português os rendimentos enumerados
na alínea c) do nº 3 do artº 4º, ainda que sendo pagos por entidades residentes, quando os mesmos;
constituam encargo de estabelecimento estável situado fora do território português relativamente à
atividade exercida por seu intermédio,
e bem assim
quando não se verificarem essas condições, os rendimentos referido no n.º 7 da mesma alínea c) do nº 3,
quando os serviços de que derivam, sendo realizados integralmente fora do território português, não
respeitem a bens situados nesse território nem estejam relacionados com estudos, projetos, apoio técnico
ou à gestão, serviços de contabilidade ou auditoria e serviços de consultoria, organização, investigação
e desenvolvimento em qualquer domínio.
(n.º 4 do artigo 4.º).
Para efeitos de IRC, as sociedades de pessoas têm tratamento idêntico às sociedades de capitais
sendo-lhes, todavia, aplicado um regime especial de tributação designado de transparência fiscal,
consignado no artigo 6.º.
62
Nos termos do artigo 6.º, as sociedades transparentes devem imputar aos respetivos
sócios a matéria coletável ou o lucro tributável / prejuízo fiscal, que lhes
corresponder, determinado nos termos do Código do IRC.
63
Para além da determinação da matéria coletável, a natureza instrumental desta sujeição revela-se
ainda no cumprimento das restantes obrigações acessórias, por parte destas sociedades.
(Vide última parte do ponto 3 do relatório do preâmbulo do CIRC)
A sociedade considerada transparente não é assim, tributada em sede de IRC, exceto quanto às
tributações autónomas (artigo 12.º), integrando-se os valores imputados no rendimento tributável dos
sócios ou membros, para efeitos de IRC ou IRS, consoante se trate de pessoas coletivas ou singulares.
65
▪ Tais requisitos são : participações mínima de 10% e detida de modo ininterrupto durante 12
meses
67
NOS AGRUPAMENTOS
• No caso dos ACE e AEIE a imputação faz-se quer dos
lucros quer dos prejuízos
Q7 da
DM22
Acrescer Deduzir
L709 L755
68
Resolução:
Correções no Quadro 07:
Em 2018
Campo 709 – Acréscimo de € 750,00 (€ 15.000,00 / 20)
Campo 771 – Dedução de € 1.000,00 (como forma de evitar a dupla tributação dos lucros referentes a 2017 e
distribuídos em 2018).
A imputação aos sócios deve ser efetuada no período de tributação a que a matéria coletável ou o lucro tributável /
prejuízo fiscal respeite, pelo que estes devem solicitar, atempadamente, às respetivas entidades, os elementos considerados
indispensáveis para a concretização dessa imputação, quer a nível de matéria coletável ou lucro tributável / prejuízo fiscal,
quer relativamente às deduções à coleta que proporcionalmente lhes corresponder.
Retenções na fonte
Os rendimentos auferidos pelas sociedades sujeitas a este regime estão sujeitos a retenção na fonte nos
mesmos moldes que os dos restantes sujeitos passivos de IRC, retenções essas que são imputadas aos
sócios, independentemente da existência ou não da matéria coletável. Essa imputação é feita nos termos
que resultarem do ato constitutivo ou, na falta de elementos, em partes iguais.
Sempre que existam correções lucro tributável/prejuízo fiscal (no caso dos agrupamentos) ou à matéria
coletável (no caso das sociedades) sujeitas ao regime de transparência fiscal que implicam alteração
dos montantes imputados aos membros ou sócios, a Autoridade Tributária e Aduaneira promoverá as
correspondentes modificações na liquidação efetuada àqueles, cobrando-se ou anulando-se as
diferenças apuradas.
(artigo 100.º)
Derrama
. neutralidade fiscal
objectivos . combate à evasão fiscal
. Eliminação da dupla tributação
Determinação do Rendimento
Entidades residentes
O artigo 7.º afasta da incidência de IRC, os rendimentos que resultem diretamente da atividade sujeita
ao imposto de jogo cujo regime jurídico consta do Decreto-Lei n.º 10/95, de 19 de janeiro (que publica
integralmente em anexo o Decreto-Lei n.º 422/89, de 02 de dezembro).
A não sujeição a IRC atinge apenas os rendimentos resultantes do exercício da atividade do jogo e
de outras atividades a que as empresas concessionárias fiquem obrigadas.
Período de Tributação
Regra geral, o IRC é devido por cada exercício económico o qual coincidirá com o ano
civil (artigo 8.º, n.º 1).
residente
ou
não residente.
82
84
85
Ou
87
Regra geral:
considera-se verificado no último dia do período de tributação.
Excepções (nº 10)
Rendimentos obtidos por entidades não residentes, que não sejam imputados a estabelecimento
estável situado em território português
Ganhos resultantes da transmissão onerosa de imóveis, – data da transmissão (al. a)
Rendimentos objecto de retenção a título definitivo – na data em que ocorra a obrigação de efectuar
a retenção (al. b)
Incrementos patrimoniais adquiridos a título gratuito – na data da aquisição (al. c)
88
Considerações gerais
Nas normas de isenção estão previstas algumas situações cuja verificação impede a
produção dos efeitos os factos tributários constitutivos da obrigação de imposto,
constituindo, assim, uma exceção às regras de incidência.
Benefícios fiscais
As isenções são verdadeiros benefícios fiscais tal como o são as reduções de taxas, as
deduções à matéria coletável ou à coleta, as amortizações e reintegrações aceleradas e
outras medidas de caráter excecional instituídas para tutela de interesses públicos
extrafiscais que sejam superiores aos da própria tributação que impedem.
Outros, de caráter menos estrutural, mas ainda assim dotados de alguma estabilidade,
surgem inseridos no EBF.
As instituições de segurança social e previdência a que se referem os artigos 94.º e 106.º da Lei n.º
4/2007, de 16 de janeiro;
Os rendimentos de capitais tal como são definidos para efeitos de IRS, auferidos pelas entidades
indicadas, à exceção dos fundos de capitalização, e os rendimentos de capitais administrados
pelas instituições de segurança social.
O Estado, atuando através da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, está isento de
IRC no que respeita a rendimentos de capitais decorrentes de operações de swap, operações
cambiais a prazo e operações de reporte de valores mobiliários, tal como são definidos para efeitos de
IRS.
Quando na determinação da isenção, a qualidade do SP que aufere o rendimento isento, e não isento, é
igualmente relevante para esse efeito, dizemos que estamos perante uma isenção mista
Este artigo prevê uma isenção de IRC quanto aos lucros da exploração de
navios e aeronaves auferidos por entidades não residentes, desde que
se verifique a reciprocidade e a equivalência desta isenção quanto às
empresas da mesma natureza, residentes, e que essa reciprocidade seja
reconhecida por despacho do Ministro das Finanças publicado no Diário da
República.
Entidades a quem tenham sido concedidas isenções no âmbito de acordo celebrado com o Estado (nº
1);
Estão também isentos de IRC os lucros derivados de obras e trabalhos comuns NATO, realizados em
território português, auferidos por empreiteiros ou arrematantes nacionais ou estrangeiros (nº 1 e 2);
Lucros de uma entidade residente em território português, nas condições estabelecidas na Diretiva n.º
211/96/UE, que coloque à disposição de uma entidade residente noutro Estado Membro da EU, que
esteja nas mesmas condições e que detenha diretamente uma participação no capital da primeira não
inferior a 10% e desde que esta tenha permanecido na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante
1 ano. (nº 3)
Juros e royalties
Estão isentos de IRC os juros e royalties (tal como definidos no n.º 14), cujo beneficiário efetivo seja
uma sociedade de outro Estado-Membro da União Europeia ou um estabelecimento estável situado
noutro Estado-Membro de uma sociedade de um Estado-Membro, devidos ou pagos por sociedades
comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas e empresas públicas residentes em território
português ou por um estabelecimento estável aí situado de uma sociedade de outro Estado-Membro,
desde que verificados os termos, requisitos e condições estabelecidos na Diretiva n.º 2003/49/CE, do
Conselho, de 3 de junho.
(nº 12)
Juros e royalties
Esta isenção depende da verificação dos requisitos e condições seguintes:
b) A entidade residente em território português ou a sociedade de outro Estado-Membro com
estabelecimento estável aí situado seja uma sociedade associada à sociedade que é o beneficiário
efetivo ou cujo estabelecimento estável é considerado como beneficiário efetivo dos juros ou royalties, o
que se verifica quando:
i) uma sociedade detém uma participação direta de, pelo menos, 25% no capital de outra
sociedade; ou
ii) A outra sociedade detém uma participação direta de, pelo menos, 25 % no seu capital; ou
iii) Quando uma terceira sociedade detém uma participação direta de, pelo menos, 25 % tanto no
seu capital como no capital da outra sociedade e, em qualquer dos casos, a participação seja detida
de modo ininterrupto durante um período mínimo de dois anos;
(nº 13)
Juros e royalties
Esta isenção depende da verificação dos requisitos e condições seguintes:
c) Quando o pagamento seja efetuado por um estabelecimento estável, os juros ou os royalties
constituam encargos relativos à atividade exercida por seu intermédio e sejam dedutíveis para efeitos da
determinação do lucro tributável que lhe for imputável;
d) A sociedade a quem são efetuados os pagamentos dos juros ou royalties seja o beneficiário efetivo
desses rendimentos, considerando-se verificado esse requisito quando aufira os rendimentos por conta
própria e não na qualidade de intermediária, seja como representante, gestor fiduciário ou signatário
autorizado de terceiros e no caso de um estabelecimento estável ser considerado o beneficiário efetivo,
o crédito, o direito ou a utilização de informações de que resultam os rendimentos estejam efetivamente
relacionados com a atividade desenvolvida por seu intermédio e constituam rendimento tributável para
efeitos da determinação do lucro que lhe for imputável no Estado-Membro em que esteja situado.
(nº 13)
O n.ºs 15 e 17 preveem algumas exceções a esta isenção.
Para além das isenções previstas no código do IRC existe um vasto conjunto de isenções
dispersas pelo Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89,
de 1 de julho.
Na sequência da reforma do IRC e com o objetivo de intensificar o apoio ao investimento,
favorecendo o crescimento sustentável, a criação de emprego, e contribuindo para o reforço
da estrutura de capital das empresas, foi publicado o Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de
outubro, que aprovou um novo Código Fiscal do Investimento e procedeu à revisão dos
regimes de benefícios fiscais ao investimento produtivo, e respetiva regulamentação, tendo
em vista a promoção da competitividade da economia portuguesa e a manutenção de um
contexto fiscal favorável ao investimento, à criação de emprego e ao reforço dos capitais
próprios das empresas.
Esquematizando:
Esquematizando:
Esquematizando:
Rendimento
Incrementos
MATÉRIA das várias categorias
patrimoniais obtidos a
COLETÁVEL = consideradas para + título gratuito
efeitos de IRS determinado nos termos
artigo 15.º, n.º 1, alínea d) determinado nos termos do artigo 56.º
do artigo 56.º
Entidades
Não
Residentes
residentes
Com
Exerce a título
estabelecimento
principal a actividade
estável ?
comercial, industrial
ou agrícola ? Sim Não
Não Sim
=
MATÉRIA COLECTÁVEL
Fernando
(Artº 15º) Parsotam 2021
Métodos e competência para Determinação da Matéria Coletável
(artº 16º)
129
Declaração do
contribuinte
(Nº 1)
Pelos serviços
Na sua falta da ATA
(Nº s 2 e 3)
Ou, Métodos
excepcionalmente Indirectos
(Nº 4)
CONDIÇÕES A OBSERVAR
132
Resultado contabilístico
+ Variações patrimoniais positivas (art.º 21.º)
- Variações patrimoniais negativas (art.º 24.º)
+/ - Correções fiscais
LUCRO TRIBUTÁVEL
(art.º 17º n.º 1) Quadro 7
DM22
133
Fernando Parsotam 2021
Periodização do lucro tributável
134
artigo 18.º CIRC
Os rendimentos e os gastos, assim como as outras componentes positivas ou negativas do lucro tributável, são
imputáveis ao período de tributação em que sejam obtidos ou suportados, independentemente do seu recebimento
ou pagamento, de acordo com o regime de periodização económica. (nº 1)
As componentes positivas ou negativas consideradas como respeitando a períodos anteriores só são imputáveis
ao período de tributação quando na data de encerramento das contas daquele a que deviam ser imputadas eram
imprevisíveis ou manifestamente desconhecidas. (nº 2)
134
O n.º 2 do artº 18º do CIRC permite que as componentes positivas ou negativas consideradas como
respeitando a períodos anteriores sejam imputáveis ao período de tributação quando à data de
encerramento das contas daquele a que deviam ser imputadas eram imprevisíveis ou manifestamente
desconhecidas.
Assim, neste campo devem ser acrescidos os gastos relativos a períodos de tributação anteriores que não
se enquadrem no âmbito do n.º 2 do artº 18º CIRC.
No caso de existirem rendimentos contabilizados nas mesmas condições devem os mesmos ser deduzidos
no campo 756.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Periodização do lucro tributável
136
artigo 18.º CIRC
(artigo 18.º CIRC – IAS 18) NCRF 20:
Mantém-se o princípio da realização, ou seja, devem manter-se as regras actuais: os réditos relativos a vendas e a prestações de
serviços são considerados no período de tributação a que respeitam, pela quantia nominal da contraprestação (nº5)
Não é aceite, para efeitos fiscais, a aplicação contabilística da IAS 18 / NCRF 20 na parte em que permite, quando haja
diferimento do rédito, determinar um justo valor menor que a quantia nominal do dinheiro recebido ou a receber.
Neste caso, a diferença é reconhecida como rédito de juros
Por força do disposto no art.º 18.º, n.º 5, os réditos relativos a vendas e a prestações de serviços são
imputáveis ao período de tributação a que respeitam pela quantia nominal da contraprestação, não
aceitando assim o que dispõe a NCRF 20 e a Norma Internacional de Contabilidade (IAS) 18 .
Este campo 711 destina-se, portanto, a corrigir a diferença entre o justo valor e a
quantia nominal da retribuição a receber.
Nos períodos de tributação em que for considerado o rédito dos juros, a respetiva
quantia é deduzida no campo 757.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
138
Em 30 de junho de 2017, uma sociedade vendeu um bem dos seus inventários por €
10.000,00, permitindo ao adquirente que efetue o pagamento no prazo de 18 meses.
Admitindo que o justo valor da retribuição a receber é de € 9.400,00, a sociedade
reconheceu em 2017, como rédito de vendas, € 9.400,00 e como rédito de juros, por
exemplo, € 200,00. Em 2018 reconheceu como rédito de juros a quantia restante de €
400,00.
139
Em 2017
⇒ Campo 711 – Acréscimo de € 600,00 (€ 10.000,00 – € 9.400,00)
⇒ Campo 757 – Dedução de € 200,00 (rédito de juros reconhecido na
respetiva conta da classe 7- Rendimentos).
Em 2018
⇒ Campo 757 – Dedução de € 400,00 (rédito de juros reconhecido na
respetiva conta da classe 7- Rendimentos).
Fernando Parsotam 2021
Campos 782 – Gastos referentes a inventários e a fornecimentos e
serviços externos com pagamento diferido: gastos de juros
(art.º 18.º,n.º 5)
140
Como o n.º 5 do artigo 18.º obriga a que o gasto dos inventários e dos fornecimentos e serviços externos
com pagamento diferido seja considerado pela quantia nominal da contraprestação, (não aceita o
disposto no § 18 da NCRF 18), isso implica que:
i) No período de tributação em que é reconhecido o gasto dos inventários ou o gasto dos
fornecimentos e serviços externos, a diferença entre a quantia nominal da contraprestação e a
quantia contabilizada como gasto deve ser deduzida no campo 791;
ii) No(s) período(s) de tributação em que o gasto dos juros é reconhecido contabilisticamente, acresce-
se o respetivo montante no campo 782.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
141
Em 30 de junho de 2019, uma sociedade comprou um bem dos seus inventários por €
10.000,00, permitindo o vendedor o pagamento no prazo de 18 meses.
Admitindo que o justo valor da retribuição a pagar é de € 9.400,00, a sociedade
reconheceu em 2019, como despesa de compra, € 9.400,00 e como gasto de juros, por
exemplo, € 200,00. Em 2020 reconheceu como gasto de juros a quantia restante de €
400,00.
142
Em 2019
Campo 791 – dedução de € 600,00 (€ 10.000,00 – € 9.400,00)
Campo 782 – Acréscimo de € 200,00 (gasto de juros reconhecido na
respetiva conta da classe 6- Gastos).
Em 2020
Campo 782 – Acréscimo de € 400,00 (gasto de juros reconhecido na
respetiva conta da classe 6- Gastos).
Fernando Parsotam 2021
Periodização do lucro tributável
artigo 18.º, nº9, CIRC
143
respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de resultados, desde que,
tratando-se de instrumentos do capital próprio, tenham um preço formado num mercado regulamentado e o
sujeito passivo não detenha, directa ou indirectamente, uma participação no capital igual ou superior a 5 %
do respectivo capital social; ou
No que se refere aos activos biológicos consumíveis, está previsto que os ganhos e perdas resultantes da
aplicação do justo valor concorram para a formação do lucro tributável (artºs 20º nº1 al. g) e 23º nº 2 al.
k)
São, porém, excepcionadas as explorações silvícolas plurianuais, mantendo-se o tratamento fiscal
anterior (artigo 18.º n.º 7 do CIRC)
Em regra, os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do
lucro tributável, assim sendo:
i) Se esses ajustamentos forem reconhecidos em resultados implicam correções neste campo 713 ou no campo
759, consoante sejam, respetivamente, ajustamentos negativos ou positivos;
ii) Se os ajustamentos forem reconhecidos no capital próprio (como é o caso, por exemplo, dos ativos financeiros
disponíveis para venda referidos na IAS 39 – Instrumentos Financeiros), as respetivas variações patrimoniais não
concorrem para a formação do lucro tributável, pelo que, neste caso, não há lugar a correções no Quadro 07.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 713 – Ajustamentos não dedutíveis decorrentes da
aplicação do justo valor (art.º 18.º, n.º 9)
146
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
147
148
149
150
Correções no Quadro 07: não há, visto tratar-se de uma das exceções em que os
ajustamentos decorrentes do justo valor são aceites fiscalmente e concorrem para a
determinação do lucro tributável, nos termos do nº 9, do artº 18º do CIRC.
Investimentos em associadas:
NCRF 13
Tal como se encontra actualmente estabelecido no n.º 8 do artigo 18.º do Código do IRC, não concorrem para a formação do
lucro tributável os rendimentos e gastos e quaisquer variações patrimoniais relevados na contabilidade em consequência da
utilização do método da equivalência patrimonial, no caso de empreendimentos conjuntos que sejam s.p. de IRC, do método
de consolidação proporcional, devendo os rendimentos provenientes dos lucros distribuídos ser imputados ao período de
tributação em que se adquire o direito ao mesmo.
151
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campos 712 – Anulação dos efeitos do método da equivalência
patrimonial (art.º 18.º, n.º 8)
153
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
154
A sociedade Beta, Lda. detém, desde dezembro de 2013, uma parte de capital
correspondente a 20% da sociedade XPTO, Lda.
Em 31 de dezembro de 2016, o resultado líquido do período apurado pela sociedade
XPTO, Lda. foi de € 5.000,00.
Em março de 2017, foi decidida a distribuição dos lucros aos sócios, no montante de €
4.000,00.
Ambas as sociedades cumprem os requisitos exigidos pelo n.º 1 do art.º 51.º.
155
Concorrem para a formação do lucro tributável no período de tributação em que as opções ou direitos forem
exercidos, pelas quantias liquidadas ou, se aplicável pela diferença entre o valor dos instrumentos de capital
próprios atribuídos e o respectivo preço de exercício pago.
(Verifica-se assim, para efeitos fiscais, que deve ser coincidente o período em que se verifica o gasto para IRC e o
rendimento sujeito a IRS para o beneficiário)
O preenchimento do campo 714 resulta do facto de o momento do reconhecimento contabilístico do pagamento com
base em ações previsto na Norma Internacional de Relato Financeiro (IFRS) 2 – Pagamento com base em ações ser,
em regra, anterior ao momento do reconhecimento fiscal.
Com efeito, o reconhecimento fiscal só opera no período de tributação em que os respetivos direitos ou opções
sejam exercidos, pelas quantias liquidadas ou, se aplicável, pela diferença entre o valor dos instrumentos de capital
próprio atribuídos e o preço de exercício pago, pelo que estas importâncias devem ser deduzidas no campo 760,
no respetivo período de tributação.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Periodização do lucro tributável Benefícios dos Empregados
artigo 18.º nº12 CIRC (Campo +715)
158
Os gastos relativos a benefícios de cessação de emprego, benefícios de reforma e outros benefícios pós
emprego ou a longo prazo dos empregados, que não sejam considerados rendimentos de trabalho
dependente e não estejam abrangidos pelo disposto no artigo 43.º (realizações de utilidade social), não
são dedutíveis no período de tributação em que são reconhecidos contabilisticamente como gastos,
obrigando a correções neste campo 715.
Estes gastos só são aceites fiscalmente no período de tributação em que as importâncias sejam pagas
ou colocadas à disposição dos respetivos beneficiários, devendo, então, ser deduzidos no campo 761.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campos 715 e 761 – Gastos de benefícios de cessação de emprego,
benefícios de reforma, e outros benefícios pós emprego ou a longo
prazo dos empregados (art.º 18.º, n.º 12)
160
As indemnizações por despedimento desde que pagas por forma diferida em vários períodos de
tributação são benefícios pós-emprego (§ 51 da NCRF 28).
Esta disposição aplica-se também às remunerações acessórias (prémios e bónus) cujo pagamento seja
diferido por um período superior a um ano, relativamente àquele em que foram atribuídas, como
acontece na situação prevista na alínea b) do n.º13 do artigo 88.º.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Exemplo
161
162
Do ponto de vista fiscal, de acordo com o disposto no n.º 1 do art.º 19.º, a determinação dos resultados
de contratos de construção é efetuada segundo o critério da percentagem de acabamento.
Atendendo ao pressuposto de balanceamento dos réditos e dos gastos, sendo o início e a conclusão da
execução de um contrato de construção, por força da natureza da atividade subjacente, geralmente em
períodos fiscais diferentes, o apuramento dos resultados deverá efetuar-se à medida que o trabalho de
construção seja executado, independentemente de estar em causa um período de execução superior
a um ano.
Nos termos do n.º 4 do art.º 19.º, atendendo ao princípio da realização, não são
relevantes as provisões constituídas para a cobertura de perdas esperadas
relativas a contratos de construção, correspondendo a gastos ainda não suportados.
Em geral
Para configurar o que é rendimento ou ganho, o legislador optou por uma enumeração exemplificativa
das realidades subsumíveis àquele conceito.
De acordo com o art.º 20.º, são considerados rendimentos ou ganhos, num sentido lato, os derivados de
operações de qualquer natureza, e não apenas os provenientes da atividade normal do sujeito passivo,
nomeadamente:
Estabelece o n.º 2 deste artigo que também se considera rendimento o valor correspondente aos produtos
entregues a título de pagamento do imposto sobre a produção de petróleo.
Por sua vez, o n.º 3 vem excluir dos rendimentos do associante, na associação à quota, o rendimento auferido da
sua participação social correspondente ao valor da prestação por si devida ao associado.
É ainda considerada como rendimento a diferença positiva entre o montante entregue aos sócios em resultado da
redução do capital social e o valor de aquisição das respetivas partes de capital (n.º 4 ).
Concorrem para a formação do lucro tributável, as variações patrimoniais positivas não refletida no resultado
líquido do período, exceto:
As entradas de capital, incluindo os prémios de emissão de ações ou quotas, bem como as coberturas de
prejuízos, a qualquer título, feitas pelos titulares do capital;
Outras variações patrimoniais positivas que decorram de operações sobre ações, quotas e outros instrumentos de
capital próprio da entidade emitente, incluindo as que resultem da atribuição de instrumentos financeiros
derivados que devam ser reconhecidos como instrumentos de capital próprio;
As mais-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade, incluindo as reservas de reavaliação
legalmente autorizadas;
As contribuições, incluindo as participações nas perdas do associado ao associante, no âmbito da associação em
participação e da associação à quota;
As relativas a impostos sobre o rendimento;
Concorrem para a formação do lucro tributável, as variações patrimoniais positivas não refletida no resultado
líquido do período, exceto:
O aumento de capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações de fusão, cisão, entrada de
ativos ou permuta de partes sociais, com exclusão da componente que corresponder à anulação das partes de
capital detidas nas sociedades incorporadas ou cindidas (redação introduzida com a reforma do IRC, contudo,
consubstancia uma mera clarificação).
Contrato de associação em participação: contrato através do qual uma pessoa se associa à atividade económica
exercida por outra pessoa, ficando a primeira a participar nos lucros ou nos lucros e perdas que desse exercício
resultarem para a segunda (cfr. o artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 231/81, de 28.07).
Associação à quota: contrato celebrado entre um sócio de uma sociedade (associante) e uma outra pessoa
(associado) pelo qual o primeiro se obriga a prestar ao segundo uma parte convencionada ou a totalidade dos
frutos futuros da quota de que é titular na sociedade, em contrapartida de uma determinada prestação do
associado.
Neste campo devem figurar as variações patrimoniais positivas que não se encontrem refletidas nas várias rubricas que compõem
o resultado líquido do período e que não se encontrem excecionadas no artigo 21.º.
Atendendo ao conteúdo deste artigo, dir-se-á que a generalidade das variações patrimoniais não serão de considerar para
efeitos do apuramento do lucro tributável.
Concretizando um pouco, não serão relevantes para efeitos fiscais as seguintes realidades:
- Prestações acessórias/suplementares recebidas; - Aumentos de capital; - Revalorizações de ativos fixos tangíveis e ativos
intangíveis, incluindo o respetivo imposto diferido; - Variações patrimoniais decorrentes da aplicação do método da
equivalência patrimonial.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
173
Por força do disposto no n.º 2 do art.º 21.º, a quantia a inscrever neste campo 702 é o
valor de aquisição fiscalmente considerado, o qual corresponde ao valor de mercado,
não podendo ser inferior ao que resultar da aplicação das regras de determinação do
valor tributável previstas no Código do Imposto do Selo.
A empresa Sorte, Lda, no ano 2017, obteve a título gratuito um molde que reconheceu
contabilisticamente como AFT e no capital próprio pelo valor de €190.000, sendo o
seu valor de mercado na data da aquisição de €200.000;
Para efeitos de IRC, relativamente aos subsídios ou subvenções destinados à exploração (alínea j) do
n.º 1 do art.º 20.º), os mesmos devem ser considerados como rendimentos a incluir no resultado líquido
do período em que são atribuídos (se tornam recebíveis).
Para efeitos de IRC, relativamente aos subsídios ou subvenções destinados à exploração (alínea j) do
n.º 1 do art.º 20.º), os mesmos devem ser considerados como rendimentos a incluir no resultado líquido
do período em que são atribuídos (se tornam recebíveis).
No que se refere aos subsídios das Entidades Públicas não reembolsáveis relacionados com ativos fixos
tangíveis e ativos intangíveis e em conformidade com a IAS 20 e a NCRF 22 – Contabilização dos
Subsídios e Outros Apoios das Entidades Públicas, eles são inicialmente reconhecidos nos capitais próprios,
gerando uma variação patrimonial positiva não excecionada no art.º 21.º.
Porém, esta variação patrimonial positiva não requer, só por si, qualquer correção no Quadro 07, uma
vez que a tributação é efetuada de forma faseada, em conformidade com o disposto no art.º 22.º do
CIRC.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 702 – Variações patrimoniais positivas não refletidas no resultado líquido do
período (art.º 21.º) e quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíves não
depreciáveis e ativos intangíveis com vida útil indefenida [art.º 22.º, n.º 1, alínea b)]
181
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
182
Este campo destina-se, pois, à inscrição da quota-parte dos subsídios atribuídos aos
seguintes ativos não correntes, determinada de acordo com as alíneas b) a d) do n.º
1 do artigo 22.º do CIRC:
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 702 – Variações patrimoniais positivas não refletidas no resultado líquido do
período (art.º 21.º) e quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíves não
depreciáveis e ativos intangíveis com vida útil indefenida [art.º 22.º, n.º 1, alínea b)]
185
No caso de ativos intangíveis sem vida útil definida, como, em termos contabilísticos, o subsídio era
mantido nos capitais próprios, exceto se a respetiva quantia fosse necessária para compensar qualquer
perda por imparidade, agora é imputável em 10 anos acompanhando a amotização, o artigo 22.º, n.º 1,
alínea b) vem estabelecer que o mesmo deve ser incluído no lucro tributável, independentemente do
recebimento, em partes iguais, na proporção prevista no n.º 1 do artigo 45.º-A, ou seja, durante os
primeiros 20 períodos de tributação após o reconhecimento inicial [artigo 22.º, n.º 1, alínea b)].
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 702 – Variações patrimoniais positivas não refletidas no resultado líquido do
período (art.º 21.º) e quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíves não
depreciáveis e ativos intangíveis com vida útil indefenida [art.º 22.º, n.º 1, alínea b)]
186
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 702 – Variações patrimoniais positivas não refletidas no resultado líquido do
período (art.º 21.º) e quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíves não
depreciáveis e ativos intangíveis com vida útil indefenida [art.º 22.º, n.º 1, alínea b)]
187
Para os restantes ativos não correntes, os subsídios devem ser incluídos no lucro tributável, em frações iguais,
durante os períodos de tributação em que os elementos a que respeitem sejam inalienáveis nos termos da lei ou
do contrato ao abrigo dos quais os mesmos foram concedidos, ou, nos restantes casos, durante 10 anos, sendo o
primeiro o do recebimento do subsídio (artigo 22.º, n.º 1, alínea d).
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Exemplo
188
campo 719 → acréscimo de 16.000 (160,000/10) (art.º 34.º, n.º 1/a) e artº 16º nº 1 do DR 25/90),
Campo 792 → dedução de 8.000 (160.000/20 anos) por aplicação do artigo 45º-A nº 1 al. a) do CIRC
a) Os relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços, tais como matérias utilizadas, mão de obra, energia e outros
gastos gerais de produção, conservação e reparação;
b) Os relativos à distribuição e venda, abrangendo os de transportes, publicidade e colocação de mercadorias e produtos;
c) De natureza financeira, tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração, descontos, ágios, transferências, diferenças de
câmbio, gastos com operações de crédito, cobrança de dívidas e emissão de obrigações e outros títulos, prémios de reembolso e
os resultantes da aplicação do método do juro efetivo aos instrumentos financeiros valorizados pelo custo amortizado;
d) De natureza administrativa, tais como remunerações, incluindo as atribuídas a título de participação nos lucros, ajudas de custo,
material de consumo corrente, transportes e comunicações, rendas, contencioso, seguros, incluindo os de vida, doença ou saúde, e
operações do ramo 'Vida', contribuições para fundos de poupança-reforma, contribuições para fundos de pensões e para
quaisquer regimes complementares da segurança social, bem como gastos com benefícios de cessação de emprego e outros
benefícios pós-emprego ou a longo prazo dos empregados;
e) Os relativos a análises, racionalização, investigação, consulta e projetos de desenvolvimento;
f) De natureza fiscal e parafiscal;
a) Depreciações e amortizações;
b) Perdas por imparidade;
c) Provisões;
d) Perdas por reduções de justo valor em instrumentos financeiros;
e) Perdas por reduções de justo valor em ativos biológicos consumíveis que não sejam explorações silvícolas plurianuais;
f) Menos-valias realizadas;
g) Indemnizações resultantes de eventos cujo risco não seja segurável.
Contudo, para que os gastos enumerados sejam considerados dedutíveis para efeitos
fiscais, são necessários dois requisitos fundamentais:
Que sejam comprovados documentalmente (nos termos dos n.ºs 4 e 6);
Que sejam incorridos ou suportados pelo sujeito passivo para obter ou garantir os
O n.º4 deste art.º 23.º estabelece os elementos mínimos que o documento comprovativo do gasto deve conter,
quando se refira à aquisição de bens ou serviços:
Nome ou denominação social do fornecedor dos bens ou prestador dos serviços e do adquirente ou destinatário;
Números de identificação fiscal do fornecedor dos bens ou prestador dos serviços e do adquirente ou
destinatário, sempre que se tratem de entidades com residência ou estabelecimento estável no território nacional;
Quantidade e denominação usual dos bens adquiridos ou dos serviços prestados;
Valor da contraprestação, designadamente o preço;
Data em que os bens foram adquiridos ou em que os serviços foram realizados.
Conforme disposto no n.º 6 do art.º 23.º, se o fornecedor dos bens ou o prestador do serviço estiver obrigado à emissão de
fatura ou documento legalmente equiparado nos termos do Código do IVA, o documento comprovativo acima referido deve
então assumir essa forma.
O n.º 7 do art.º 23.º estabelecer ainda que os gastos respeitantes a ações preferenciais sem voto classificadas
como passivo financeiro de acordo com a normalização contabilística em vigor, incluindo os gastos com a emissão
destes títulos, são dedutíveis para efeitos da determinação do lucro tributável da entidade emitente.
Concorrem para a formação do lucro tributável, as variações patrimoniais negativas não refletida no resultado
líquido do período, exceto:
a) As que consistam em liberalidades ou não estejam relacionadas com a atividade do contribuinte sujeita a IRC;
b) As menos-valias potenciais ou latentes, ainda que expressas na contabilidade;
c) As saídas em dinheiro ou em espécie, a favor dos titulares do capital, a título de remuneração ou de redução
do mesmo, ou de partilha do património;
d) Outras variações patrimoniais negativas que decorram de operações sobre ações, quotas e outros instrumentos
de capital próprio da entidade emitente ou da sua reclassificação;
e) As prestações do associante ao associado, no âmbito da associação em participação;
f) As relativas a impostos sobre o rendimento;
g) A diminuição de capital próprio da sociedade beneficiária decorrente de operações de fusão, cisão ou entrada
de ativos, com exclusão da componente que corresponder à anulação das partes de capital detidas nas
sociedades incorporadas ou cindidas.
Não obstante o disposto na alínea c) do número anterior, concorrem, ainda, para a determinação do
lucro tributável, nas mesmas condições referidas para os gastos e perdas, as variações patrimoniais
negativas não refletidas no resultado líquido do período de tributação relativas à distribuição de
rendimentos de obrigações subordinadas ou outros títulos subordinados, desde que não atribuam
ao respetivo titular o direito a receber dividendos nem direito de voto em assembleia geral de
acionistas e não sejam convertíveis em partes sociais.
Devem ser mencionadas neste campo todas as variações patrimoniais negativas não
excecionadas no art.º 24.º, que não se encontrem refletidas nas várias rubricas que
compõem o resultado líquido do período e concorram para a formação do lucro
tributável.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 704 – Variações patrimoniais negativas não refletidas no
resultado líquido do período (art.º 24.º
203
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
Campo 704 – Variações patrimoniais negativas não refletidas no
resultado líquido do período (art.º 24.º)
204
No entanto, podem existir situações em que não estejam reunidas as condições previstas em (a) e (b)
do § 18 da NCRF, inviabilizando a empresa de reconhecer o gasto no período de tributação a que
respeitam os lucros.
Nestes casos, a variação patrimonial negativa gerada no período seguinte, em consequência da
deliberação (por exemplo, em Assembleia Geral) de atribuição, por distribuição do lucro líquido, de
remunerações a título de participação nos lucros, constitui uma componente negativa do lucro
tributável referente ao período de tributação em que a deliberação ocorre e em que é reconhecido o
facto contabilístico.
Quadro 7
DM22
Fernando Parsotam 2021
exemplo
205
Não obstante serem referenciados genericamente os gastos e perdas dedutíveis ao lucro tributável,
pelo artº 23º, existem alguns que, embora classificados e contabilizados como gastos ou perdas,
não assumem essa natureza para efeitos fiscais e, como tal, não são considerados, no todo ou em
parte, para efeitos da determinação do lucro fiscal.
nº 1
a) O IRC, incluindo as tributações autónomas, e quaisquer outros impostos que direta ou indiretamente incidam sobre os lucros;
c) Os encargos cuja documentação não cumpra o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 23.º, bem como os encargos evidenciados em
documentos emitidos por sujeitos passivos com número de identificação fiscal inexistente ou inválido ou por sujeitos passivos cuja
cessação de atividade tenha sido declarada oficiosamente nos termos do n.º 6 do artigo 8.º;
4 - A Autoridade Tributária e Aduaneira deve disponibilizar a informação relativa à situação cadastral dos sujeitos
passivos, que seja considerada relevante para efeitos do disposto na segunda parte da alínea c) do n.º 1.
d) As despesas ilícitas, designadamente as que decorram de comportamentos que fundadamente indiciem a violação da legislação
penal portuguesa, mesmo que ocorridos fora do alcance territorial da sua aplicação;
e) As multas, coimas e demais encargos, incluindo os juros compensatórios e moratórios, pela prática de
infrações de qualquer natureza que não tenham origem contratual, bem como por comportamentos
contrários a qualquer regulamentação sobre o exercício da atividade;
f) Os impostos, taxas e outros tributos que incidam sobre terceiros que o sujeito passivo não esteja legalmente
obrigado a suportar;
h) As ajudas de custo e os encargos com compensação pela deslocação em viatura própria do trabalhador, ao serviço da entidade
patronal, não faturados a clientes, escriturados a qualquer título, sempre que a entidade patronal não possua, por cada pagamento
efetuado, um mapa através do qual seja possível efetuar o controlo das deslocações a que se referem aqueles encargos,
designadamente os respetivos locais, tempo de permanência, objetivo e, no caso de deslocação em viatura própria do
trabalhador, identificação da viatura e do respetivo proprietário, bem como o número de quilómetros percorridos, exceto na
parte em que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo beneficiário;
Para que se verifique a aceitação como gasto destas despesas é necessário que, sendo efetivamente suportadas pela empresa, exista
um mapa de controlo das referidas deslocações. Caso contrário, aquelas despesas não serão dedutíveis, exceto na parte em que
haja tributação em sede de IRS, na esfera do trabalhador.
As ajudas de custo, embora passem a ser dedutíveis na totalidade, sob certas condições, passam a ser objeto de tributação
autónoma nos termos do n.º 9 do art.º 88.º.
Tributação autónoma
Ajudas de custo / KM Gasto
S/ prejuízo C/prejuízo
Tributação em sede de IRS SIM NÃO NÃO
Não tributação em sede de IRS:
i) Os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, na parte correspondente ao valor das
depreciações dessas viaturas que, nos termos das alíneas c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos;
j) Os encargos com combustíveis na parte em que o sujeito passivo não faça prova de que os mesmos respeitam a bens
pertencentes ao seu ativo ou por ele utilizados em regime de locação e de que não são ultrapassados os consumos normais;
k) Os encargos relativos a barcos de recreio e aeronaves de passageiros que não estejam afetos à exploração do serviço
público de transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade normal do sujeito passivo;
l) As menos-valias realizadas relativas a barcos de recreio, aviões de turismo e viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, que não
estejam afetos à exploração de serviço público de transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade
normal do sujeito passivo, exceto na parte em que correspondam ao valor fiscalmente depreciável nos termos da alínea e)
do n.º 1 do artigo 34.º ainda não aceite como gasto;
m) Os juros e outras formas de remuneração de suprimentos e empréstimos feitos pelos sócios à sociedade, na parte em que excedam a
taxa definida por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, salvo no caso de se aplicar o regime estabelecido
no artigo 63.º;
Este artigo afasta do seu âmbito as situações a que seja aplicável o regime estabelecido no artigo 63.º do CIRC (preços de
transferência) e na Portaria n.º 1446-C/2001, de 21 de dezembro.
n) Os gastos relativos à participação nos lucros por membros de órgãos sociais e trabalhadores da empresa, quando as
respetivas importâncias não sejam pagas ou colocadas à disposição dos beneficiários até ao fim do período de tributação
seguinte;
5 - No caso de não se verificar o requisito enunciado na alínea n) do n.º 1, ao valor do IRC liquidado relativamente ao
período de tributação seguinte adiciona-se o IRC que deixou de ser liquidado em resultado da dedução das importâncias que
não tenham sido pagas ou colocadas à disposição dos interessados no prazo indicado, acrescido dos juros compensatórios
correspondentes.
o) Sem prejuízo do disposto na alínea anterior, os gastos relativos à participação nos lucros por membros de órgãos sociais,
quando os beneficiários sejam titulares, direta ou indiretamente, de partes representativas de, pelo menos, 1 % do capital
social, na parte em que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no período de tributação a que respeita o resultado
em que participam;
6 - Para efeitos da verificação da percentagem fixada na alínea o) do n.º 1, considera-se que o beneficiário detém
indiretamente as partes do capital da sociedade quando as mesmas sejam da titularidade do cônjuge, respetivos ascendentes
ou descendentes até ao 2.º grau, sendo igualmente aplicáveis, com as necessárias adaptações, as regras sobre a equiparação
da titularidade estabelecidas no Código das Sociedades Comerciais.
r) As importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a pessoas singulares ou coletivas residentes fora do território português e
aí submetidas a um regime fiscal a que se referem os n.os 1 ou 5 do artigo 63.º-D da Lei Geral Tributária, ou cujo pagamento
seja efetuado em contas abertas em instituições financeiras aí residentes ou domiciliadas, salvo se o sujeito passivo provar que
tais encargos correspondem a operações efetivamente realizadas e não têm um caráter anormal ou um montante exagerado.
7 - O disposto na alínea r) do n.º 1 aplica-se igualmente às importâncias indiretamente pagas ou devidas, a qualquer título, às
pessoas singulares ou coletivas residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais
favorável a que se referem os n.os 1 ou 5 do artigo 63.º-D da Lei Geral Tributária, quando o sujeito passivo tenha ou devesse
ter conhecimento do seu destino, presumindo-se esse conhecimento quando existam relações especiais, nos termos do n.º 4 do
artigo 63.º, entre o sujeito passivo e as referidas pessoas singulares ou coletivas, ou entre o sujeito passivo e o mandatário,
fiduciário ou interposta pessoa que procede ao pagamento às pessoas singulares ou coletivas.
8 - A Autoridade Tributária e Aduaneira notifica o sujeito passivo para produção da prova referida na alínea r) do n.º 1,
devendo, para o efeito, ser fixado um prazo não inferior a 30 dias.
2 - Não concorrem para a formação do lucro tributável as menos-valias e outras perdas relativas a instrumentos de capital
próprio, na parte do valor que corresponda aos lucros ou reservas distribuídos ou às mais-valias realizadas com a transmissão
onerosa de partes sociais da mesma entidade que tenham beneficiado, no próprio período de tributação ou nos quatro
períodos anteriores, da dedução prevista no artigo 51.º, do crédito por dupla tributação económica internacional prevista
no artigo 91.º-A ou da dedução prevista no artigo 51.º-C.
3 - Não são aceites como gastos do período de tributação os suportados com a transmissão onerosa de instrumentos de capital
próprio, qualquer que seja o título por que se opere, de entidades com residência ou domicílio em país, território ou região
sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças.
9 - Tratando-se de sociedades de profissionais sujeitas ao regime de transparência fiscal, pode ser fixado por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças o número máximo de veículos e o respetivo valor para efeitos de
dedução dos correspondentes encargos.
Deve ser acrescido neste campo o valor da estimativa do IRC, das tributações autónomas e das
respetivas derramas (derrama municipal e estadual).
Quando a estimativa para impostos sobre lucros efetuada no ano anterior se mostrar insuficiente para
fazer face aos impostos efetivamente pagos no período de tributação, a diferença para mais
reconhecida em resultados deve também ser acrescida neste campo.
Caso o sujeito passivo contabilize o imposto sobre o rendimento do período de acordo com a NCRF 25 –
Impostos sobre o rendimento, deve também corrigir o montante do imposto diferido (subconta 8122 -
Imposto diferido) no campo 725 ou no campo 766, consoante o caso.
Tal liquidação resultou de um procedimento de inspecção, cujo relatório final, com os fundamentos das correcções
efectuadas ao resultado fiscal, foi notificado à empresa em 23-05-2017, não tendo registado na conta 291 – Provisão
para impostos qualquer importância relativa a esta contingência.
219
220
A empresa ABC, SA durante os trabalhos de fim de exercício de 2020 estimou um IRC a pagar no montante de 25.000, tendo
efectuado o seguinte lançamento contabilístico:
No entanto, em maio de 2021, apurou-se que o IRC relativo a 2020 era afinal de 20.000, isto porque no cálculo da estimativa
não se teve em conta um benefício fiscal que a empresa tinha direito.
221
222
A empresa ABC, SA durante os trabalhos de fim de exercício de 2020 estimou um IRC a pagar no montante de 20.000, tendo
efectuado o seguinte lançamento contabilístico:
No entanto, em maio de 2021, apurou-se que o IRC relativo a 2020 era afinal de 25.000, isto porque no cálculo da estimativa
não se teve em conta uma perda por imparidade não aceite fiscalmente.
223
Tal como o IRC estimado para o período (subconta 8121), também não concorre para
a formação do lucro tributável o imposto diferido que figure (com saldo devedor) na
subconta 8122, pelo que tem que ser acrescido neste campo 725. , ou seja:
- Se o saldo da conta 8122 – Imposto diferido for devedor (o que significa um gasto de impostos), o
mesmo será acrescido para efeitos de apuramento do resultado fiscal (Campo 725).
- Se o saldo da conta 8122 – Imposto diferido for credor (o que significa um rendimento de
impostos), o mesmo será deduzido para efeitos de apuramento do resultado fiscal (Campo 766);
Devem ser acrescidas neste campo as despesas não documentadas que estejam a afetar o resultado líquido do período.
Para além disso, qualquer despesa não documentada, por se desconhecer a origem e o destinatário, está sujeita a tributação
autónoma, à taxa de 50% (art.º 88.º, n.º 1), a incluir no campo 365 do Quadro 10 da declaração de rendimentos modelo 22.
A taxa referida é elevada para 70% nos casos em que a despesa seja efetuada por sujeitos passivos de IRC, total ou
parcialmente isentos, ou que não exerçam, a título principal, atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola e ainda por
sujeitos passivos que aufiram rendimentos não sujeitos a IRC, diretamente resultantes do exercício de atividade sujeita ao imposto
especial do jogo (art.º 88.º, n.º 2).
Ver também as referências feitas quanto ao preenchimento do campo 731 – Encargos não devidamente documentados.
Tais encargos, embora tenham que ser acrescidos para efeitos de determinação do
lucro tributável, não estão sujeitos à tributação autónoma prevista no artigo 88.º.
Os encargos evidenciados em documentos emitidos por sujeitos passivos com NIF inexistente ou inválido
ou por sujeitos passivos que, por força do disposto no artigo 8.º, n.º 6, tenham sido cessados
oficiosamente são inscritos no campo 726 e também não estão sujeitos a tributação autónoma.
Já as despesas ou os gastos não documentados, em que não é conhecida a sua origem nem o
destinatário das quantias em causa, são acrescidos no campo 716 e são passíveis de tributação
autónoma (ver preenchimento do campo 716).
Inscrevem-se neste campo os encargos suportados pela empresa cujos documentos de suporte tenham
sido emitidos por sujeitos passivos com NIF inexistente ou inválido ou por sujeitos passivos que, por força
do disposto no artigo 8.º, n.º 6, tenham sido cessados oficiosamente.
Para se certificar da existência / validade do NIF ou do exercício da atividade dos clientes /
fornecedores, o sujeito passivo deve socorrer-se do Portal das Finanças optando por Consultar,
Identificação, Clientes / Fornecedores.
Neste campo devem ser inscritas as despesas ilícitas, designadamente as que decorram de
comportamentos que fundadamente indiciem a violação da legislação penal portuguesa, mesmo que
ocorridos fora do alcance territorial da sua aplicação.
Inscrevem-se neste campo os impostos, taxas e outros tributos que incidam sobre terceiros mas que o
sujeito passivo decida, por vontade própria, suportar, como, por exemplo, o IVA que tenha de ser
legalmente repercutido nos clientes ou o IRS ou IRC que tenha de ser obrigatoriamente retido na fonte.
A empresa ABC, SA, emitiu uma letra (sacador) sobre o seu cliente Z, lda, que aceitou (aceitante ou
sacado), em 12-09-2020, no valor de 100.000, com vencimento em 10-12-2020.
Sendo o sujeito passivo do imposto, a empresa ABC, SA liquidou e entregou nos cofres do Estado, nos
prazos legais, o montante de 5.000 (0,5% sobre o valor da letra, nos termos da verba 23.1 da Tabela
Geral, anexa ao Código do Imposto do Selo, aprovado pela Lei n.º 150/99, de 11 de Setembro,
dorovante CIS).
Aqueles 5.000 afetaram os gastos do período, pelo registo na conta 6812 – Impostos indirectos.
Nos termos do artigo 3.º, alínea j), do CIS, o encargo do imposto é do sacado, pelo que a empresa ABC, SA deveria
debitar aqueles 5.000, o que não fez, ao seu cliente, registando tal montante numa apropriada conta de
rendimentos ou na conta 6812 a crédito, neutralizando assim o gasto registado, como não o fez:
campo 727 - acréscimo de € 5.000 nos termos do artigo 23º-A.º, n.º1, alínea f)
Devem ser acrescidas neste campo as indemnizações pagas a terceiros pela verificação
de eventos cujo risco seja segurável, não incluindo as indemnizações de natureza
contratual pagas a terceiros que são consideradas gasto fiscal.
São acrescidos neste campo os encargos com o aluguer sem condutor de viaturas ligeiras de passageiros
ou mistas, na parte correspondente ao valor das depreciações dessas viaturas que, nos termos das
alíneas c) e e) do n.º 1 do artigo 34.º, não sejam aceites como gastos.
Limite das depreciações que seriam aceites em 2017, se fosse aquisição direta:
€ 25.000,00 x 25% = € 6.250,00
Em 2017:
Correções no Quadro 07:
⇒ Campo 732 – Acréscimo de € 5.750,00 (12.000,00 – 6.250,00)
NOTA: Para as viaturas adquiridas em 2016, o montante fixado na al. d) n.º 4 do art.º 1.º da Portaria 467/2010, de 7 de julho, é de
€ 25.000,00.
Quanto à tributação autónoma, aplicou-se o disposto na alínea c) do n.º 3 do art.º 88.º do CIRC, uma vez que o custo de aquisição foi
superior a € 35.000,00.
São inscritos neste campo os encargos com combustíveis na parte em que o sujeito
passivo não faça prova de que os mesmos respeitam a bens pertencentes ao seu ativo
ou são por ele utilizados em regime de locação e de que não são ultrapassados os
consumos normais.
Neste campo são inscritos os encargos suportados com este tipo de ativos, com exceção
dos relativos a depreciações, desde que não estejam afetos à exploração do serviço
público de transportes nem se destinem a ser alugados no exercício da atividade
normal do sujeito passivo.
Em 2020:
Este artigo afasta do seu âmbito as situações a que seja aplicável o regime
estabelecido no artigo 63.º do CIRC (preços de transferência) e na Portaria n.º 1446-
C/2001, de 21 de dezembro.
Uma vez que se trata de empresas relacionadas (nos termos do artigo 63º
do CIRC), não será aplicável a limitação prevista na alínea m) do nº 1 do
artigo 23º A do CIRC.
Por outro lado, nos termos da Portaria n.º 1 446‐C/01, 21-12-01, por se
tratar de entidades residentes em Portugal, não deverá ser efectuado
qualquer ajustamento, ficando o contribuinte a aguardar que as
autoridades fiscais procedam oficiosamente a uma eventual correcção,
caso aplicável.
O Código do IRC acolhe o regime contabilístico dos gastos relativos à participação nos
lucros de membros de órgãos sociais e trabalhadores da empresa previsto na IAS 19 e
no § 18 da NCRF 28 – Benefícios dos empregados.
b) Possuam, direta ou indiretamente, uma participação no capital social igual ou superior a 1% (para o efeito, consideram-se
participações indiretas as detidas pelo cônjuge, respetivos ascendentes ou descendentes até ao 2.º grau, aplicando-se,
igualmente, com as necessárias adaptações, as regras sobre a equiparação da titularidade estabelecidas no Código das
Sociedades Comerciais);
Caso não se verifique esta condição, ao valor do IRC liquidado relativamente ao período de tributação
seguinte adiciona-se o IRC que deixou de ser liquidado no período de tributação respetivo, acrescido
dos juros compensatórios correspondentes (art.º 23.º-A, n.º 5).
Esta correção é efetuada no campo 363 do Quadro 10 e os respetivos juros compensatórios são indicados
no campo 366 do mesmo Quadro.
Nota: Para efeitos de dedutibilidade fiscal, o prazo para pagamento ou colocação à disposição das quantias atribuídas a título de participação nos lucros é o
mesmo, quer os sujeitos passivos reconheçam o gasto no período de tributação em que os colaboradores prestaram o serviço, quer reconheçam a variação patrimonial
negativa no período de tributação em que se delibera a respetiva atribuição.
O regime que criou a contribuição extraordinária sobre o setor energético foi aprovado pelo artigo
228.º da Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro (OE 2014).
Esta contribuição é liquidada pelo sujeito passivo, através da declaração modelo 27, aprovada pela
Portaria n.º 208/2014, de 10 de outubro, alterada pela Portaria n.º 119 –B/2015, de 30 de abril.
Por força do disposto no artigo 23.º-A, n.º 1, alínea q), esta contribuição não é dedutível para efeitos
de determinação do lucro tributável, pelo que o seu montante deve ser inscrito neste campo 785.
Este regime aplica-se também às importâncias indiretamente pagas ou devidas, a qualquer título, às
pessoas singulares ou coletivas residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal
claramente mais favorável, quando o sujeito passivo tenha ou devesse ter conhecimento do seu
destino.
Presume-se esse conhecimento quando existam relações especiais nos termos do n.º 4 do artigo
63.º, entre o sujeito passivo e as referidas pessoas singulares ou coletivas, ou entre o sujeito passivo e
o mandatário, fiduciário ou interposta pessoa que procede ao pagamento às pessoas singulares ou
coletivas.
Neste campo são inscritas outras perdas (que não as menos-valias) relativas a instrumentos de capital
próprio, na parte do valor que corresponda aos lucros ou reservas distribuídos ou às mais-valias
realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais da mesma entidade que tenha beneficiado, no
próprio período de tributação ou nos quatro períodos anteriores, da dedução prevista no artigo 51.º,
do crédito por dupla tributação económica internacional previsto no artigo 91.º-A ou da dedução
prevista no artigo 51.º-C (art.º 23.º-A, n.º 2).
São ainda inscritos neste campo os gastos suportados com a transmissão onerosa de
instrumentos de capital próprio, qualquer que seja o título por que se opere, de
entidades com residência ou domicílio em país, território ou região sujeito a um regime
fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada pela Portaria n.º
150/2004, de 13 de fevereiro, republicada pela Portaria n.º 292/2011, de 8 de
novembro (art.º 23.º-A, n.º 3).
Quanto às menos-valias não dedutíveis nos termos do n.º 2 do artigo 23.º-A é-lhes
aplicável o regime específico das mais-valias e das menos-valias, devendo as menos-
valias contabilísticas ser acrescidas no Campo 736, não sendo as menos-valias fiscais
inscritas no Campo 769.
Relocação
Locador Locatário
Entrega
Venda
Uma vez que o código do IRC não define o conceito de custos de aquisição ou produção, e na medida
em que o próprio artigo 26º do CIRC remete para a normalização contabilística em vigor, deveremos
recorrer aos critérios de mensuração estabelecidos na NCRF 18 – Inventários.
Inventários
274
Preços de Venda deduzidos da margem normal de lucro (al. c) n.º 1 art.º 26º do CIRC)
Este critério consiste na valorização dos inventários por um valor que resulte do seu preço normal de
venda deduzido de uma margem comercial normal.
O nº 5 determina, que a margem de lucro a deduzir, nos casos em que a mesma não possa ser
facilmente determinável, não poderá ser superior a 20% do preço de venda.
Inventários
276
Preços de venda dos produtos colhidos de ativos biológicos no momento da colheita, deduzidos
dos custos estimados no ponto de venda, excluindo os de transporte e outros necessários para
colocar os produtos no mercado. (al. d) n.º 1 art.º 26º do CIRC)
A mensuração dos produtos agrícolas preconizada pelo IRC segue de perto o previsto para o mesmo
tipo de ativos na NCRF 17 – Agricultura.
De acordo com o §2 da NCRF 17 - Agricultura, esta norma deve ser aplicada na contabilização do
produto agrícola no ponto da colheita, referindo-se deste modo à sua aplicação aos produtos agrícolas
colhidos dos ativos biológicos da entidade, no momento em que é realizada a colheita. Após este
momento, é aplicada a NCRF 18 - Inventários, ou uma outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro
aplicável, conforme referido no §4 da NCRF 17.
Inventários
277
Preços de venda dos produtos colhidos de ativos biológicos no momento da colheita, deduzidos
dos custos estimados no ponto de venda, excluindo os de transporte e outros necessários para
colocar os produtos no mercado. (al. d) n.º 1 art.º 26º do CIRC)
Recorde-se que, relativamente aos ativos biológicos, o disposto no art.º 18 do CIRC, impede a aceitação
do impacto nos resultados tributáveis da adoção do justo valor na mensuração dos ativos biológicos, tal
como se encontra previsto na NCRF 17.
Inventários
278
É aceite no que sejam imputados ao custo de aquisição ou produção, os custos de empréstimos obtidos,
bem como outros custos que lhe sejam diretamente atribuíveis de acordo com a normalização
contabilística especificamente aplicável.
Inventários
279
A utilização de critérios de mensuração distintos dos que foram referidos carece de autorização da
Autoridade Tributária e Aduaneira, autorização essa que deverá ser solicitada até ao termo do
período de tributação, através de requerimento em que se indiquem os critérios a adotar e as razões
que os justifiquem.
Perdas imparidade fiscalmente dedutíveis
280
1— São dedutíveis no apuramento do lucro tributável as perdas por imparidade em inventários, reconhecidas no mesmo período de tributação
ou em períodos de tributação anteriores, até ao limite da diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos inventários e o respetivo
valor realizável líquido referido à data do balanço, quando este for inferior àquele.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se por valor realizável líquido o preço de venda estimado no decurso normal da
actividade do sujeito passivo nos termos do n.º 4 do artigo 26.º, deduzido dos custos necessários de acabamento e venda.
3— A reversão, parcial ou total, das perdas por imparidade previstas no n.º 1 concorre para a formação do lucro tributável.
4— Para os sujeitos passivos que exerçam a atividade editorial, o montante anual acumulado das perdas por imparidade corresponde à perda
de valor dos fundos editoriais constituídos por obras e elementos complementares, desde que tenham decorrido dois anos após a data da
respetiva publicação, que para este efeito se considera coincidente com a data do depósito legal de cada edição.
5 — A desvalorização dos fundos editoriais deve ser avaliada com base nos elementos constantes dos registos que evidenciem o movimento
das obras incluídas nos fundos.
Caso exemplo
282
A sociedade Beta, S.A., apresentava no seu inventário os seguintes itens, quantidades e valores:
1 - Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as seguintes perdas por imparidade, quando contabilizadas no mesmo período de tributação ou em
períodos de tributação anteriores:
a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal, incluindo os juros pelo atraso no cumprimento de obrigação, que, no fim do
período de tributação, possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade;
b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros.
2 - Podem também ser deduzidas para efeitos fiscais as perdas por imparidade, e outras correções de valor, contabilizadas no mesmo período
de tributação ou em períodos de tributação anteriores, quando constituídas obrigatoriamente, por força de normas emanadas pelo Banco de
Portugal, de caráter genérico e abstrato, pelas entidades sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de instituições de crédito e
outras instituições financeiras com sede em outro Estado membro da União Europeia, destinadas à cobertura de risco específico de crédito e de
risco-país e para menos-valias de títulos e de outras aplicações.
3 - As perdas por imparidade e outras correções de valor referidas nos números anteriores que não devam subsistir, por deixarem de se
verificar as condições objetivas que as determinaram, consideram-se componentes positivas do lucro tributável do respetivo período de
tributação.
Para efeitos da determinação das perdas por imparidade previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 28º,
consideram-se créditos de cobrança duvidosa aqueles em que o risco de incobrabilidade esteja devidamente
justificado, o que se verifica nos seguintes casos:
O devedor tenha pendente processo de execução, processo de insolvência, processo especial de revitalização ou
procedimento de recuperação de empresas por via extrajudicial ao abrigo do Sistema de Recuperação de
Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 178/2012, de 3 de agosto;
Os créditos tenham sido reclamados judicialmente ou em tribunal arbitral;
Os créditos estejam em mora há mais de 6 meses e existam provas objectivas de imparidade e de diligências
efectuadas para a sua cobrança (O facto de um crédito se encontrar em mora há mais de 6 meses não é por si só,
um fator determinante para o considerar de cobrança duvidosa).
(artº 28º-B, nº 1)
Perdas por imparidade em créditos
Artigo 28.º - B do CIRC
287
O montante anual acumulado da perda por imparidade de créditos referidos na alínea c) do número anterior
não pode ser superior às seguintes percentagens dos créditos em mora:
25% dos créditos que estejam em mora há mais de 6 meses e até 12 meses
50% dos créditos que estejam em mora há mais 12 meses e até 18 meses
75% dos créditos que estejam em mora há mais 18 meses e até 24 meses
Estas percentagens aplicam-se, igualmente, aos juros pelo atraso no cumprimento das obrigações, em função da
mora dos créditos a que correspondam. (nº 4)
(nº2 do artº 28º-B)
Perdas por imparidade em Créditos de Cobrança Duvidosa – artº 28º B
289
289
Perdas por imparidade em créditos
Artigo 28.º - B do CIRC
290
Uma empresa pretende constituir em 31 de Abri de 2013 perdas por imparidade para créditos de
cobrança duvidosa apresentando em contas a receber o seguinte:
Clientes em contencioso 200
Clientes em mora 1.200
Há mais de 6 meses 800
Há mais de 12 meses 200
Relativamente aos clientes em mora foram efectuadas diligências para o recebimento do crédito.
Qual o valor da perda por imparidade aceite fiscalmente?
Resolução Caso
perdas por imparidade em créditos –artº 28º-B
293
Na ótica do devedor, o perdão de dívida é uma variação patrimonial positiva sujeita a IRC, nos termos
do artigo 21.º do CIRC, devendo por isso ser acrescida ao lucro tributável do respetivo período
Para o credor, ainda que o perdão seja reconhecido contabilisticamente como gasto do período, não é
aceite como gasto fiscal, por inexistência de base legal, amenos que o mesmo resulte de um dos
processos referidos nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 28.º - B do CIRC
Perdas por imparidade em créditos
Situações especiais – cedência de créditos
295
Numa dada operação comercial, uma sociedade cede um crédito por 70% do seu valor
A diferença entre o valor nominal do crédito e o valor recebido tem enquadramento no artigo 23.º do
CIRC, sendo por isso aceite para efeitos fiscais como encargo financeiro.
A cedência do crédito, para além de anular o risco inerente a uma concessão de créditos,
disponibiliza de imediato o valor cuja aplicação conduzirá à obtenção de rendimentos sujeitos a
imposto.
Perdas por imparidade em
Activos Não Correntes (Artº 31º-B)
296
Quando o abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização destes não ocorram no mesmo
período de tributação
Podem ser aceites como gastos fiscais as PERDAS POR IMPARIDADE em ativos não correntes provenientes de causas anormais
comprovadas, designadamente desastres, fenómenos naturais, inovações técnicas excecionalmente rápidas ou alterações
significativas, com efeito adverso, no contexto legal. (nº 1)
Para efeitos desta disposição do nº 1, o sujeito passivo deve obter :
• a aceitação da Autoridade Tributária e Aduaneira, mediante exposição devidamente fundamentada, a apresentar até ao
fim do 1.º mês do período de tributação seguinte ao da ocorrência dos factos que determinaram as desvalorizações
excecionais, acompanhada de documentação comprovativa dos mesmos, designadamente da decisão do competente órgão de
gestão que confirme aqueles factos, de justificação do respetivo montante, bem como da indicação do destino a dar aos ativos,
quando o abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização destes não ocorram no mesmo período de
tributação. (nº 2)
- Nas situações previstas no n.º 2, no período de tributação em que venha a efetuar-se o abate físico, o desmantelamento, o
abandono ou a inutilização dos ativos, deve observar-se o disposto nas alíneas a) a c) do número 3. (nº 4)
Perdas por imparidade em Activos Não Correntes
(Artº 31º-B, nº 3)
297
Quando os factos que determinaram as desvalorizações excecionais dos ativos e o abate físico, o desmantelamento, o
abandono ou a inutilização ocorram no mesmo período de tributação, o valor líquido fiscal dos ativos, corrigido de eventuais
valores recuperáveis, pode ser aceite como gasto do período, desde que:
a) Seja comprovado o abate físico, desmantelamento, abandono ou inutilização dos bens, através do respetivo auto, assinado
por duas testemunhas, e identificados e comprovados os factos que originaram as desvalorizações excecionais;
b) O auto seja acompanhado de relação discriminativa dos elementos em causa, contendo, relativamente a cada ativo, a
descrição, o ano e o custo de aquisição, bem como o valor líquido contabilístico e o valor líquido fiscal;
c) Seja comunicado ao serviço de finanças da área do local onde aqueles ativos se encontrem, com a antecedência mínima de
15 dias, o local, a data e a hora do abate físico, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização e o total do valor líquido
fiscal dos mesmos;
Ajustamentos no Q.07
(nº 7 do artº 31º-B CIRC)
298
As perdas por imparidade de ativos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente
nos termos dos números anteriores são consideradas como gastos, em partes iguais, durante o
período de vida útil restante desse ativo ou, sem prejuízo do disposto no artigo 46.º, até ao período
anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inutilização ou a
transmissão do mesmo.
Caso
299
A sociedade Compradora Lda adquiriu, no ano 2017 um activo fixo tangível (AFT) por €100.000 que
mensurou ao custo. O período de vida útil estimado foi de 4 anos, por acaso coincidente com o regime
fiscal, Decreto Regulamentar 25/2009.
No final de 2018 foi reconhecida uma perda por imparidade de €15.000, não considerada fiscalmente
como desvalorização excepcional (artº 31º-B do CIRC).
Depreciação contabilística €25 000 €25 000 €17 500 €17 500
Depreciação fiscal €25 000 €25 000 €17 500 €17 500
301
O Código do IRC contém uma subsecção própria (art.ºs 29º a 34º), denominada “Depreciações, amortizações e perdas
por imparidades em ativos não correntes”.
Para além do referido no Código do IRC, o Decreto Regulamentar (DR) n.º 25/2009, de 14 de setembro, define
mais pormenorizadamente o tratamento fiscal que deve ser adotado.
O regime fiscal aplicável a cada tipo de ativo sujeito a deperecimento, não pode ser desligado do tratamento dado
em termos contabilísticos, tratamento esse preconizado na Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCFR)
aplicável a cada tipo de ativo.
Sempre que o Código do IRC ou o Decreto Regulamentar nada determinarem sobre a quantia amortizável ou
depreciável em cada período de tributação, prevalece em princípio o previsto na normalização contabilística
aplicável, desde que devidamente observado.
302
303
O próprio Código do IRC, no seu artº 29º, n.º 2, considera sujeitos a deperecimento os ativos que, com
caráter sistemático, sofram perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo,
referindo ainda no n.º 3 que as meras flutuações que afetem os valores patrimoniais não relevam para a
qualificação dos respetivos elementos como sujeitos a deperecimento.
304
305
Na determinação daquela taxa, deverá recorrer-se preferencialmente às taxas específicas previstas nas tabelas
anexas, em função da atividade desenvolvida (Tabela I) e só subsidiariamente, às taxas genéricas (Tabela II).
Relativamente aos elementos para os quais não se encontrem fixadas taxas, serão aceites as praticadas com base
nos critérios contabilísticos, a não ser que, fundamentadamente, possam ser postas em causa pela AT por não serem
consideradas razoáveis, designadamente tendo em conta o período de utilidade esperada.
Dependendo das taxas utilizadas, a quota anual de depreciação ou amortização vai variar, assim como o período
de vida útil do bem, sendo que, fiscalmente, não devem ser praticadas quotas abaixo da mínima.
306
• Valor de mercado, à data da abertura de escrita, para os bens objeto de avaliação para este efeito,
quando não seja conhecido o custo de aquisição ou de produção, podendo esse valor ser objeto de
correção, para efeitos fiscais, quando se considere excedido.
307
Em ambos os casos (custo de aquisição e custo de produção), havendo IVA não dedutível, designadamente em
consequência de exclusão do direito à dedução, o seu valor acrescerá ao custo do ativo.
308
O artº 31º do Código do IRC, no seu n.º 2, refere expressamente que, para efeitos da determinação do valor
depreciável ou amortizável:
• Não são consideradas as despesas de desmantelamento (previstas na alínea c) do §17 da NCRF 7); e
• Deduz-se o valor residual.
309
• O período mínimo de vida útil de um elemento do ativo é o que se deduz das taxas de
depreciação ou amortização que podem ser aceites fiscalmente segundo o método das
quotas constantes – taxas constantes das referidas Tabelas I e II (n.º 2 al. a) do art.º 3.º do DR
25/2009);
• O período máximo de vida útil será o que se deduz das quotas mínimas de depreciação e
amortização, ou seja, o correspondente a uma taxa igual a metade das taxas utilizadas no
método das quotas constantes. Será este o período fiscal máximo que o contribuinte terá
para amortizar o bem (n.º 2 al. b) do art.º 3.º do DR 25/2009).
Fernando Parsotam 2021
Artigos 29º a 34º do CIRC e
Regime das depreciações e amortizações Dec.Reg. n.º 25/2009
310
Refere o n.º 3 do artº 31º-A do Código do IRC que, sempre que um sujeito passivo
pratique quotas abaixo da mínima, estas não podem ser deduzidas para efeitos de
determinação do lucro tributável de outros períodos, isto é, são consideradas
“perdidas” para todos os efeitos fiscais.
311
Um bem (AFT) adquirido em 2019 por € 30.000, foi depreciado na contabilidade pelo método das quotas constantes, linha reta, à taxa de
10%.
Sabendo que a taxa máxima fiscalmente aceite nos termos do Dec. Reg. 25/2009 é de 25%, quais as consequências fiscais deste tratamento
contabilístico?
2019 2018 2019 2020
312
Estas taxas perdidas acumuladas (que irão perfazer o total de 20%) não serão
recuperadas nos períodos de tributação seguintes, devendo no caso concreto ser
acrescidas ao apuramento do lucro tributável, no 9º e 10º período de depreciação.
Acresce que, estas taxas também não serão recuperadas aquando do cálculo de
qualquer mais ou menos valia fiscal.
313
Assim, no ano de início de utilização dos elementos patrimoniais poderá ser praticada a quota anual de
depreciação ou, uma quota de amortização deduzida da taxa anual, correspondente ao número de
meses contados desde o mês da entrada em funcionamento desses elementos, possibilidade esta que vem
prevista nos n.ºs 7 e 8 do art.º 31.º do Código do IRC e no art.º 7.º do DR 25/2009 (depreciação e
amortizações por duodécimos).
314
O cálculo das depreciações e amortizações faz-se, em regra, pelo método da linha reta (quotas
constantes), atendendo ao seu período de vida útil.
Os sujeitos passivos podem, no entanto, optar pelo método das quotas decrescentes relativamente aos
ativos fixos tangíveis que:
a) Não tenham sido adquiridos em estado de uso;
b) Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, exceto quando afetas à exploração
de serviço público de transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da atividade normal do
sujeito passivo, mobiliário e equipamentos sociais.
Método de cálculo
(artº 30º do CIRC e artºs 4, 5º e 6º do Dec.Reg.25/09)
316
No caso de aplicação do método das quotas constantes, a quota anual de depreciação ou amortização
que pode ser aceite como gasto do período, determina-se aplicando as taxas constantes no DR 25/2009
aos valores dos bens atrás referidos.
As taxas genéricas mencionadas na tabela II daquele diploma são de aplicação supletiva, apenas
quando se trate de elementos do ativo dos ramos de atividade não previstos na tabela I (taxas
específicas).
Método de cálculo
(artº 30º do CIRC e artºs 4, 5º e 6º do Dec.Reg.25/09)
317
Método das quotas constantes - desgaste rápido / laboração em mais do que um turno
Quando os elementos do ativo estiverem sujeitos a um desgaste mais rápido que o normal, em
consequência de laboração em mais do que um turno, a quota de depreciação pode ser acrescida
em:
• 25% se a laboração for em 2 turnos;
• 50% se a laboração for superior a 2 turnos.
Apesar do n.º 2 do art.º 30º do Código do IRC permitir a opção pelo método das quotas decrescentes,
nem todos os elementos do ativo poderão ser depreciados por este método. Assim, os sujeitos passivos de
IRC poderão optar pelo método das quotas decrescentes, apenas relativamente aos elementos do
ativo fixo tangível que:
• Não tenham sido adquiridos em estado de uso;
• Não sejam edifícios;
• Não sejam viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, exceto quando afetas à exploração de
serviço público de transportes ou destinadas a ser alugadas no exercício da atividade normal
do sujeito passivo;
• Não seja mobiliário e equipamentos sociais.
318
Quotas degressivas
(Artº 31º nº 4 do CIRC e artº 6º do Dec.Reg.25/09 de 14/09)
319
Quando se aplique o método das quotas decrescentes, a quota anual de depreciação que pode ser
aceite como gasto do período de tributação determina-se multiplicando os valores de aquisição, que
ainda não tenham sido depreciados, pelas taxas de depreciação do método da linha reta, corrigidas
pelos seguintes coeficientes máximos:
A taxa corrigida pelos coeficientes será aplicada no 1º ano ao valor dos bens e nos anos seguintes
sobre o valor residual.
Quando a quota assim determinada for inferior ao valor que se obtém dividindo o valor residual pelos
anos que faltam para amortizar, poderá ser aceite como gasto até ao termo da vida útil do bem um
valor igual ao quociente daquela divisão.
320
Exemplo
321
Uma empresa de construção civil e obras públicas adquiriu em 2016 uma máquina
específica para sondagens e fundações (taxa de 20%), pelo valor correspondente a
10.000 €. Calcule, as depreciações da referida máquina utilizando o método de
quotas degressivas, e refira os condicionalismos para a utilização do referido método
(indique o normativo legal em que se baseou).
322
(*) A quota de reintegração será determinada pelo maior dos seguintes valores:
323
Para este efeito, consideram-se despesas com projetos de desenvolvimento as realizadas pelo sujeito
passivo através da exploração de resultados de trabalhos da investigação ou de outros conhecimentos
científicos ou técnicos com vista à descoberta ou à melhoria substancial de matérias-primas, produtos,
serviços ou processos de produção (artº 32º do CIRC e 17º do DR 25/2009).
Mesmo que nos termos da normalização contabilística aplicável, tais despesas sejam reconhecidas como
ativo, o seu gasto fiscal pode ser considerado no período de tributação em que sejam suportadas.
324
Bens adquiridos em estado de uso
(n.º 2 do art.º 5.º do DR 25/2009)
325
No que respeita a obras em edifícios alheios, são consideradas como tais, as que, tendo sido realizadas
em edifícios de propriedade alheia e não sendo de manutenção, reparação ou conservação, ainda que
de caráter plurianual, não deem origem a elementos removíveis ou, dando-o, estes percam então a sua
função instrumental (al. b) do n.º 5 do art.º 5.º do DR 25/2009).
326
Locação Financeira
( artº 13º do Dec.Reg. 25/09)
327
As reintegrações dos bens objeto de locação financeira são gastos ou perdas dos
respetivos locatários
327
Bens de reduzido valor
(artº 33 do CIRC e artº 19º do Dec.Reg. 25/09, de 14/09)
328
328
Gastos não dedutíveis para efeitos fiscais
(artº 34º do CIRC)
329
Limites a aplicar para o cálculo das depreciações das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas (alínea
e) do n.º 1 do artigo 34.º do CIRC) conforme Portaria n.º 467/2010, de 7 de Julho:
Exemplo:
A empresa “Só Chapa, SA” adquiriu em 2010, uma viatura ligeira de passageiros por € 50.000, tendo
praticado uma depreciação contabilística no período de 2017, à taxa de 20% (não foi contabilizado
valor residual).
Exemplo:
A empresa “Imobem, SA” adquiriu em 2013 imóvel por € 400.000,00. O VPT do imóvel à data da
aquisição é € 460.000,00.
Neste caso, as depreciações fiscais são praticadas apenas sobre € 300.000,00.
Note-se que o VPT não releva para efeitos do cálculo das depreciações, mas apenas para
efeitos do artigo 64.º do Código do IRC.
Depreciações e amortizações tributadas
333
334
A sociedade “XYZ, Lda.” adquiriu em 2009, um determinado bem que se encontra registado na sua contabilidade
como ativo fixo tangível, pelo valor de 10.000.
A taxa máxima de depreciação do bem, prevista no Decreto Regulamentar, é 20%.
A sociedade depreciou contabilisticamente o bem à taxa de 50%, durante os períodos de 2009 e 2010.
Enquadramento fiscal da situação e efeitos no Quadro 07 da declaração modelo 22:
Ano Dep. Cont. Dep. Fiscal Correção
Q07
2009 5000 2000 + 3000
2010 5000 2000 + 3000
2011 2000 - 2000
2012 2000 - 2000
2013 2000 - 2000
As deduções efetuadas nos períodos de tributação de 2011, 2012 e 2013, resultam da aplicação direta do artigo
20.º do Decreto Regulamentar n.º 25/2009 e vêm diretamente do dossier fiscal para o Quadro 07 dado que em
cada um desses períodos não há registo contabilístico de depreciações.
Provisões
(artigos 39.º e 40º, CIRC)
335
As provisões para garantias a clientes são aceites para efeitos fiscais com os limites constantes do nº
5 do artº 39º do CIRC.
Soma dos encargos com garantias a clientes efetivamente suportados nos três últimos períodos de tributação (2012 a 2014):
3.300,00 + 2.500,00 + 3.200,00 = 9.000,00 .
Soma das vendas efetuadas nos três últimos períodos de tributação (2012 a 2014): 300.000,00 + 280.000,00 + 320.000,00
= 900.000,00
339
CRÉDITO INCOBRÁVEL
(art.º 41.º)
Foi
Sim constituída Não
imparidade ?
Não é aceite
gasto do exercício para como gasto
efeitos fiscais Existe prova de do exercício
incobrabilidade? Não
Sim para efeitos
fiscais
gasto do exercício
para efeitos fiscais
Gastos do período de tributação, incluindo depreciações ou amortizações e renda dos imóveis com a
manutenção facultativa de creches, lactários, jardins de infância, cantinas, bibliotecas e escolas, bem
como outras realizações de utilidade social, como tal reconhecidas pela ATA em beneficio do pessoal
ou dos reformados da empresa e respectivos familiares, desde que:
tenham carácter geral
Não revistam a natureza de rendimentos do trabalho dependente, ou revestindo-o é de difícil
individualização
340
Realizações de Utilidade social
(artº 43º, nºs 1 e 9º)
341
Nos termos do n.º 1 são considerados gastos do período de tributação os suportados com a
manutenção facultativa de creches, lactários, jardins de infância, cantinas, bibliotecas e escolas,
incluindo depreciações ou amortizações e rendas de imóveis, bem como outras realizações de
utilidade social, reconhecidas pela AT, feitas em benefício do pessoal ou dos reformados da empresa
e seus familiares, desde que tenham:
caráter geral e
não revistam a natureza de rendimentos do trabalho dependente ou, revestindo-o, sejam de
difícil ou complexa individualização relativamente a cada um dos beneficiários.
Quando estes gastos, se reportam à manutenção de creches, lactários e jardins de infância em
benefício do pessoal da empresa, seus familiares ou outros – são majorados em 40% (a inscrever no
campo 774 do Q.07 da M.22)
341
Realizações de Utilidade social
(artº 43º, nº 1 e 9 )
342
Ainda, enquadrado no n.º1 do artigo 43º do CIRC, encontramos o que se estabelece no Decreto-Lei n.º
26/99, de 28 de janeiro, alterado pela Lei n.º 82 –E/2014 de 31 de dezembro, no que respeita à
atribuição de “vales sociais”, que se agrupam em duas categorias:
Vales infância, destinados ao pagamento de creches, jardins-de-infância e lactários, atribuídos a
trabalhadores que tenham a seu cargo filhos ou equiparados com idade inferior a 7 anos; e
342
Realizações de Utilidade social
(artº 43ºnºs 2, 3 e 4)
343
Nos termos do n.º 2, são também considerados gastos do período de tributação, até ao limite de 15% ou
25% das despesas com o pessoal contabilizadas a título de remunerações, ordenados ou salários
respeitantes ao período de tributação, os suportados com:
contratos de seguros de acidentes pessoais, bem como contratos de seguros de vida, de doença ou
saúde, contribuições para fundos de pensões e equiparáveis ou para quaisquer regimes
complementares de segurança social, que garantam, exclusivamente, o benefício de reforma, pré-
reforma, complemento de reforma, benefícios de saúde pós-emprego, invalidez ou sobrevivência
a favor dos trabalhadores da empresa;
contratos de seguros de doença ou saúde em benefício dos trabalhadores, reformados ou
respetivos familiares.
(Quando observados os condicionalismos do nº 4 do artº 43º)
Não concorrem para os limites estabelecidos nos nºs 2º e 3º (15% e 25%), as contribuições
suplementares para fundos de pensões e equiparáveis destinados à cobertura de
responsabilidades com benefícios de reforma que resultem da aplicação:
Das NIC´s por determinação do Banco de Portugal às entidades sujeitas á sua supervisão,
sendo considerados como gastos no período transitório fixado por essa instituição
Do Plano de Contas para as Empresas de Seguros em vigor, aprovado pelo Instituto de
Portugal, sendo considerado como gastos, de acordo com um plano de amortização de
prestações uniformes anuais, por um período transitório de cinco anos, contados a partir do
exercício de 2008.
Das NIC´s adoptadas pela EU ou do SNC, consoante os casos, sendo consideradas como
gastos, em partes iguais, no período de tributação em que se aplique pela 1ª vez um destes
referenciais contabilísticos e nos quatro períodos de tributação subsequentes
344
Campo 723 – Realizações de utilidade social não dedutíveis (art.º 43.º CIRC)
345
São acrescidos neste campo os encargos com realizações de utilidade social não previstos ou fora dos
limites previstos no artigo 43.º.
A majoração prevista no n.º 9 deste preceito é inscrita no campo 774 – Benefícios fiscais do Quadro 07.
Realizações de utilidade social – artº 43º nº 15
346
347
Dedução Majoração
100% +
30%
Realizações de utilidade social não dedutíveis (art.º 43.º CIRC)
348
348
Realizações de utilidade social não dedutíveis (art.º 43.º CIRC)
349
Realizações de utilidade social
(com limite)
Sim Não
350
A empresa “ Utilidades Sociais, Lda” celebrou em 2018 um contrato de seguro de doença a favor da
generalidade dos seus trabalhadores, no montante de € 4.000,00.
As despesas com o pessoal no período (remunerações) foram de € 20.000,00.
Os trabalhadores têm direito a pensões da segurança social.
Pretende-se saber qual o valor do gasto fiscalmente aceite e se no caso haverá lugar a alguma
correção quando do preenchimento da DR Mod. 22.
CASO - resolução
351
É considerado gasto
O que se pretende com o nº 2 do art. 44º do CIRC não é limitar o montante das quotizações
pagas a associações empresarias, uma vez que se trata de gastos indispensáveis para a
realização dos rendimentos ( art.º 23º do CIRC)
Mas, apenas, limitar o acréscimo de gastos fiscais resultante da majoração de 50% permitida
pelo nº 1, quando os gastos, por si só, ou acrescidos da majoração, ultrapassem o limite de
2%o do volume de negócios
Majoração de quotizações empresariais - art.º 44º
Exemplo
354
Exemplo:
Volume de negócios - € 750 000
Limite = 2%o x 750 000 = € 1 500