Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Planejamento Notarial
Prof. Alfredo Pieritz Netto
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Alfredo Pieritz Netto
N476o
ISBN 978-65-5663-445-6
ISBN Digital 978-65-5663-441-8
CDD 341.411
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico do curso de Gestão de Serviços Jurídicos, Notariais
e de Registro – GSJ, seja bem- vindo a esta nova disciplina em seu curso, a qual
desenvolveremos um conteúdo dinâmico e atualizado, buscando trabalhar o seu
aprendizado de forma prática, mas também lhe trazer a teoria e conceitos que
são importantes para a sua formação em gestão de serviços jurídicos, notariais
e de registro. A presente disciplina tem como objetivo trabalhar a organização
e planejamento notarial, aqui, discorreremos sobre direito notarial, organização
de cartórios e questões relacionadas a sua gestão e questões técnicos e legais
relacionadas, além de trazer cases práticos e ferramentas que você poderá aplicar
em seu dia a dia de trabalho.
Este livro didático foi desenvolvido para você dentro das mais
modernas tecnologias de ensino e aprendizado através do estudo EAD
(Ensino a Distância). Assim, futuro gestor de serviços notarial, não só o
estude, mas aplique na prática (quando possível), faça os exercícios e troque
experiências com seus colegas, pois, nessa área, o conhecimento e as técnicas
estão evoluindo constantemente.
Bons estudos!
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 69
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL....................................................................................... 73
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 129
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 221
UNIDADE 1 —
DIREITO NOTARIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, prezado acadêmico do curso de Gestão de Serviços Jurídicos,
Notariais e de Registro, também conhecido carinhosamente como GSJ. Estamos
iniciando mais uma disciplina e, neste livro didático, estudaremos pontos práticos
relacionados à gestão de um cartório notarial e de registro.
FONTE: <https://consultordedentistas.com.br/wp-content/uploads/legal-1.jpg>.
Acesso em: 23 set. 2020.
3
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
2 O DIREITO NOTARIAL
O Sistema Notarial e Registral brasileiro, popularmente conhecido como
cartórios de registro, estão presentes no dia a dia dos brasileiros, seja para uma
autenticação de assinatura, reconhecimento de firma (assinatura), registro de
documentos negociais, jurídicos, registro de uma compra ou venda, registro de um
imóvel ou de um inventário extrajudicial, entre outras atividades. Sempre temos o
envolvimento de um cartório para dar validade jurídica e de registro do processo.
4
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
São diversas as leis que precisam ser atentadas pelos notariados, mas
iniciaremos citando a Constituição Federal (CF) de 1988, Carta Magna do País.
Temos o Art. 236, que descreve:
5
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
NOTA
TÍTULO I
Dos Serviços Notariais e de Registros
CAPÍTULO I
Natureza e Fins
DICAS
• A atividade notarial e registral e sua natureza jurídica (2011), disponível em: https://
ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/a-atividade-notarial-e-registral-
e-sua-natureza-juridica/.
A Lei nᵒ 8.935/1994 trouxe, em seu artigo 5ᵒ, uma apresentação dos titulares
das funções exercidas no notariado e registros e são citados desta forma na lei:
CAPÍTULO II
Dos Notários e Registradores
SEÇÃO I
Dos Titulares
Art. 5ᵒ Os titulares de serviços notariais e de registro são os:
I- tabeliães de notas;
II- tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
III- tabeliães de protesto de títulos;
IV- oficiais de registro de imóveis;
V- oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas
jurídicas;
VI- oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;
VII- oficiais de registro de distribuição (BRASIL, 1994).
7
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
NOTA
FONTE: <https://www.guarantanews.com.br/imagens/news/Cartorios-passam-a-
monitorar-violencia-patrimonial-contra-idosos16-07-2020.png>. Acesso em: 25 set. 2020.
8
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
DICAS
Prezado acadêmico, queremos deixar uma dica bem legal para melhorar o
seu estudo, principalmente se está iniciando no estudo na área de direito, a qual é estudar
sempre com um dicionário de termos jurídicos para esclarecer sobre o significado de tantas
terminologias novas utilizadas pelos advogados.
TUROS
ESTUDOS FU
9
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Temos ainda na CF, em seu Art. 22, XXV, que compete privativamente à
União legislar sobre as questões relacionadas aos “registros públicos”.
FONTE: O autor
10
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
11
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Art. 3ᵒ No cumprimento das sanções de que trata o Art. 1ᵒ, as pessoas nele
referidas providenciarão, sem demora e sem aviso prévio aos sancionados, na
forma da Lei nᵒ 13.810, de 2019, a indisponibilidade de ativos de titularidade,
direta ou indireta, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas ou de entidades
submetidas àquelas sanções.
§1ᵒ Devem ser imediatamente comunicadas ao Coaf e ao Ministério da Justiça
e Segurança Pública:
I- a indisponibilidade de ativos de que trata o caput e eventuais tentativas de
transferência dos ativos; e
II- a existência de ativos sujeitos às sanções e as eventuais razões que constituam
impedimento para a não adoção da indisponibilidade de ativos, se for o caso.
§2ᵒ Também será objeto de comunicação imediata ao Coaf a decisão judicial que
determine a liberação total ou parcial dos ativos (que estavam) indisponíveis.
12
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
Art. 6ᵒ As pessoas de que trata o Art. 1ᵒ, bem como os seus administradores,
que deixarem de cumprir as obrigações desta Resolução, sujeitam-se às sanções
previstas no Art. 12 da Lei nᵒ 9.613, de 1998, na forma do disposto no Decreto
nᵒ 9.663, de 1ᵒ de janeiro de 2019.
Art. 7ᵒ O Coaf indicará em seu sítio na internet acesso à lista de pessoas sujeitas
às sanções de que trata a Lei nᵒ 13.810, de 2019 (BRASIL, 2019).
DICAS
LOUREIRO, L. G. Registros públicos: teoria e prática. 10. ed. Salvador: Editora JusPodivm. 2019.
13
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
14
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
15
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
16
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
17
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Art. 5ᵒ. Para os fins desta lei, considera-se: Controlador: pessoa natural
ou jurídica, de direito público ou privado, a quem compete as decisões do
tratamento de dados pessoais; Operador: quem realiza o tratamento; e
Encarregado: pessoa indicada para atuar como canal de comunicação com o
titular dos dados e com a autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
18
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
Quanto aos tratamentos dos dados sensíveis, de uso direto por parte
dos Notários e Registradores, é imprescindível que haja maior atenção, bem
como os dados pessoais de crianças e adolescentes. Sempre haverá de ser com
consentimento específico, bem como informando os tipos de dados coletados,
sua utilização e qual uso. O titular dos dados pessoais poderá exigir informações
sobre o tratamento, acesso, correção, bloqueio, eliminação, portabilidade etc.
19
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
20
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
21
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
CONCLUSÃO
Com a entrada do Brasil no rol dos países com normativas para gerir
melhor o uso indiscriminado dos dados pessoais, haverá mais controle
e transparência quanto a quem detêm dados e informações pessoais, bem
como responsabilizá-los.
22
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO NOTARIAL
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
24
• Os titulares de serviços notariais e de registro são os:
I- tabeliães de notas;
II- tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
III- tabeliães de protesto de títulos;
IV- oficiais de registro de imóveis;
V- oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas;
VI- oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;
VII- oficiais de registro de distribuição.
25
AUTOATIVIDADE
26
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, prezado acadêmico! Como já estudamos, o notário e o registrador são
profissionais do direito os quais são nomeados pelo Poder Público e fiscalizados
pelo Poder Judiciário, conforme definido pelo Art. 37 da Lei nᵒ 8.935/1994 e são
dotados de fé pública, conforme já aprendemos no tópico anterior.
27
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
28
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
FONTE: <https://gcdn.emol.cl/psicologia-y-tendencias/files/2017/07/Juri%CC%81dica-800x300.jpg>.
Acesso em: 2 out. 2020.
29
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
DICAS
Prezado acadêmico, gostaríamos de deixar uma dica de leitura bem legal sobre
o tema de Ética e Moral, um livro escrito pela professora Vera, coordenadora de nosso curso
de Direito da Uniasselvi, O código de ética médica. Temos certeza de que você vai gostar
da leitura.
30
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
FONTE: <https://omeioeosi.files.wordpress.com/2014/08/religiao-moral-etica.jpg>.
Acesso em: 5 out. 2020.
O Art. 31, Inciso II, da Lei nᵒ 8.935/1994, dispõe que configura um ato de
infração a conduta atentatória às instituições notariais e de registro.
CAPÍTULO VI
Das Infrações Disciplinares e das Penalidades
Art. 31. São infrações disciplinares que sujeitam os notários e os oficiais
de registro às penalidades previstas nesta lei:
[...]
II- a conduta atentatória às instituições notariais e de registro.
31
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
DICAS
32
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
33
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
DICAS
Prezado acadêmico, queremos deixar uma dica bem legal para você pesquisar
constantemente o tema notarial, registros e cartório, que é o site da Associação dos Notários
e Registradores do Brasil (Anoreg-BR): https://www.anoreg.org.br/site/.
Correio Braziliense
34
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
FONTE: <http://www.arpenrio.com.br/arquivos_ckfinder/images/7366b8a8-c398-4f43-
baac-c48480d86329.jpg>. Acesso em: 7 jan. 2020.
Souza (2009, s.p.) descreve que esse princípio norteia que “os agentes
públicos devem agir de forma eficiente em suas atividades, ou seja, o princípio
da eficiência tem a finalidade de aperfeiçoar os serviços e as atividades prestadas
pela Administração Pública, de modo a otimizar os resultados e atender o melhor
interesse público”, reforçando o que expusemos anteriormente.
35
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Deste modo, este princípio em seu âmago busca impor que a eficiência por
parte dos notários e registradores não seja apenas uma formalidade legal, mas que
também aja a subsidiar os administrados quando afirma em seu texto que sejam
“atendidas as peculiaridades locais, em local de fácil acesso ao público e que ofereça
segurança para o arquivamento de livros e documentos” (BRASIL, 1994).
36
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
TUROS
ESTUDOS FU
37
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
FONTE: <https://e-dou.com.br/wp-content/uploads/2019/06/o-que-e-publicidade-legal-e-
como-escolher-uma-boa-agencia-para-faze-la-678x381.jpg>. Acesso em: 7 out. 2020.
38
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
39
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Sander (2005, s.p.) afirma ainda que o notário “não é apenas, e tão somente,
um documentador que dá forma ao negócio jurídico, mas também um intérprete
que tem o dever de saber o que é que as partes desejam, adequando a vontade em
função da finalidade perseguida” e as ajustando para o ordenamento legal.
Todo ato notarial deve estar revestido da legalidade para que ele não
perca a fé pública e por consequência traga resultados de dúvidas em seus atos.
40
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
41
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Art. 167. No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos: [...] 13)
“ex officio”, dos nomes dos logradouros, decretados pelo poder público.
Art. 213. O oficial retificará o registro ou a averbação:
I- de ofício ou a requerimento do interessado nos casos de:
a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento
do título;
b) indicação ou atualização de confrontação;
c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por
documento oficial;
d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão
ou inserção de coordenadas georreferenciadas, em que não haja
alteração das medidas perimetrais;
e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito
a partir das medidas perimetrais constantes do registro;
f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante
que já tenha sido objeto de retificação;
g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal
das partes, comprovada por documentos oficiais, ou mediante
despacho judicial quando houver necessidade de produção de
outras provas (BRASIL, 1973).
42
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
Desse modo, cada novo registro deve estar embasado no registro anterior
e assim sucessivamente, formando uma cadeia histórica de registro ininterrupta
das titularidades do imóvel.
Temos novamente a Lei n° 6.015/1973, em seu Art. 182, que descreve sobre
este princípio: “Art. 182 - Todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de
ordem que lhes competir em razão da sequência rigorosa de sua apresentação”.
43
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
44
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
45
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
46
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
DICAS
47
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
48
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE NOTARIAL / REGISTRAL
49
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A publicidade dos atos administrativos tem como foco divulgar seu conteúdo
para conhecimento público.
50
• O princípio da autenticidade entende-se como certeza de sua autoria, tem por
objetivo afirmar que o documento que tenha a intervenção notarial ou registral,
é verdadeiro, em decorrência da sua fé pública.
51
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Princípio da eficiência.
b) ( ) Princípio da legalidade.
c) ( ) Princípio da qualificação.
d) ( ) Princípio da especialidade.
I- Princípio da eficiência.
II- Princípio de autoria.
III- Princípio da imparcialidade e independência.
IV- Princípio da autenticidade.
( ) Entende-se como certeza de sua autoria, tem por objetivo afirmar que o
documento que tenha a intervenção notarial ou registral, é verdadeiro,
em decorrência da sua fé pública.
( ) Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez,
produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo
princípio.
( ) Este princípio trata do dever de assessorar ambas as partes e refletir a
vontade delas. Essa garantia vem assegurar os princípios de rogação e da
liberdade de eleição, sem dependência hierárquica na prestação de sua
função.
( ) O notário colaborará de forma técnico-jurídica para com os particulares em
sua demanda com a obrigação de assessorar e aconselhar juridicamente,
mostrando as formas mais adequadas para lograr de forma lícita a
demanda existente, pois é sua função é garantir a publicidade, conferir
autenticidade e gerar segurança e eficácia aos atos jurídicos realizados..
52
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) III – II – I – IV.
b) ( ) II – I – III – IV.
c) ( ) IV – II – III – I.
d) ( ) IV – I – III – II.
53
54
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
1 INTRODUÇÃO
Como já estudamos, a atividade notarial e registral é pública e exercida
de forma privada pelos notários e profissionais de registro, conhecidos também
como tabeliães, os quais são delegados pelo Poder Público, como institui o Art.
236 da Constituição Federal de 1988.
Você já deve ter percebido que citamos continuamente duas leis que são
fundamentais para descrição do trabalho notarial: a Lei nᵒ 8.935/1994, que normatiza o
direito Notarial e Registral e a Lei nᵒ 6.015/1973, que formaliza as funções.
55
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
Para que ocorra a delegação, é necessário que haja um concurso e ele seja
aprovado, conforme descrito na Lei nᵒ 8.935/1994:
56
TÓPICO 3 — A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
TÍTULO II
Das Normas Comuns
CAPÍTULO I
Do Ingresso na Atividade Notarial e de Registro
Art. 14. A delegação para o exercício da atividade notarial e de registro
depende dos seguintes requisitos:
I- habilitação em concurso público de provas e títulos;
II- nacionalidade brasileira;
III- capacidade civil;
IV- quitação com as obrigações eleitorais e militares;
V- diploma de bacharel em direito;
VI- verificação de conduta condigna para o exercício da profissão.
Art. 15. Os concursos serão realizados pelo Poder Judiciário, com a
participação, em todas as suas fases, da Ordem dos Advogados do
Brasil, do Ministério Público, de um notário e de um registrador.
§ 1ᵒ O concurso será aberto com a publicação de edital, dele constando
os critérios de desempate.
§ 2ᵒ Ao concurso público poderão concorrer candidatos não bacharéis
em direito que tenham completado, até a data da primeira publicação
do edital do concurso de provas e títulos, dez anos de exercício em
serviço notarial ou de registro.
§ 3ᵒ (Vetado).
Art. 16. As vagas serão preenchidas alternadamente, duas terças
partes por concurso público de provas e títulos e uma terça parte por
meio de remoção, mediante concurso de títulos, não se permitindo que
qualquer serventia notarial ou de registro fique vaga, sem abertura de
concurso de provimento inicial ou de remoção, por mais de seis meses.
(Redação dada pela Lei nᵒ 10.506, de 9.7.2002)
Parágrafo único. Para estabelecer o critério do preenchimento, tomar-
se-á por base a data de vacância da titularidade ou, quando vagas na
mesma data, aquela da criação do serviço.
Art. 17. Ao concurso de remoção somente serão admitidos titulares
que exerçam a atividade por mais de dois anos.
Art. 18. A legislação estadual disporá sobre as normas e os critérios
para o concurso de remoção.
Parágrafo único. Aos que ingressaram por concurso, nos termos do
Art. 236 da Constituição Federal, ficam preservadas todas as remoções
reguladas por lei estadual ou do Distrito Federal, homologadas pelo
respectivo Tribunal de Justiça, que ocorreram no período anterior à
publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nᵒ 13.489, de 2017)
Art. 19. Os candidatos serão declarados habilitados na rigorosa ordem
de classificação no concurso.
57
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
58
TÓPICO 3 — A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
TUROS
ESTUDOS FU
I- tabeliães de notas;
II- tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
III- tabeliães de protesto de títulos;
IV- oficiais de registro de imóveis;
V- oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas
jurídicas;
VI- oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e
tutelas;
VII- oficiais de registro de distribuição.
a) Tabelionatos de Notas
59
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
DICAS
a) reconhecimento de firma;
b) autenticação de cópias;
c) escrituras;
d) procurações;
e) testamentos;
f) inventários e outros documentos.
Como você pode ver, são procedimentos que todos nós precisamos e
utilizaremos em nossas vidas.
b) Tabelionato de Protesto
60
TÓPICO 3 — A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
NOTA
a) compra e venda;
b) loteamento;
c) permuta;
d) usucapião;
e) doação;
f) hipoteca;
g) penhora.
61
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
NOTA
62
TÓPICO 3 — A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
LEITURA COMPLEMENTAR
2. Tabelionatos de Notas:
63
UNIDADE 1 — DIREITO NOTARIAL
3. Registro de Imóveis:
4. Tabelionato de Protestos:
64
TÓPICO 3 — A INSTITUIÇÃO DO NOTARIADO
7. Registro de Distribuição:
65
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
66
AUTOATIVIDADE
67
c) ( ) Tabelionatos de Justiça; Tabelionato de Protesto; Tabelionatos e Ofícios
de Registro de Contrato Marítimos; Cartório de Registro de Imóveis;
Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas; Cartório de Registro
Penal e judicial de Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas; Cartório
de Registro de Atacado.
d) ( ) Tabelionatos de Notas; Tabelionato de Aquisição; Tabelionatos do Mar;
Cartório de Registro de Automóveis; Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas; Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais e de
Interdições e Tutelas; Cartório de Registro de Distribuição.
68
REFERÊNCIAS
ANGELIS NETO. P. de A.; RODRIGUES, R. F. Princípios do direito registral
imobiliário brasileiro: uma abordagem sistêmica do registro imobiliário no
Brasil. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/70548/princípios-do-
direito-registral-imobiliario-brasileiro. Acesso em: 8 out. 2020.
69
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 24 set. 2020.
CARVALHO, A. de. Registro de imóveis. 4. ed. São Paulo: Ed. Forense, 2001.
CENEVIVA, W. Lei dos registros públicos. 20. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
70
SANDER, T. Princípios norteadores da função notarial. Boletim Jurídico, 4 jul.
2005. Disponível em: https://www.boletimjuridico.com.br/artigos/direito-notarial-
e-registral/665/principios-norteadores-funcao-notarial. Acesso em: 7 out. 2020.
71
72
UNIDADE 2 —
ATIVIDADE NOTARIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
73
74
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
ESTRUTURA NOTARIAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Estamos iniciando os estudos sobre a estrutura notarial
e, aqui, discorreremos a respeito da administração, gestão, pessoas, estrutura
organizacional, relembrando alguns pontos de disciplinas que você já estudou
como Fundamentos de teoria organizacional, gerenciamento de serviços jurídicos,
entre outros temas ligados à administração de cartório.
Uma das coisas importantes que você precisa entender é que os princípios
de gestão são iguais para todo tipo de negócio, seja um negócio pessoal, um
privado, um público, um misto ou ainda por delegação, como são os cartórios.
75
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
FONTE: <https://www.rightattitudes.com/blogincludes/images/What_Your_Messy_Desk_Says_
About_You.jpg>. Acesso em: 18 out. 2020.
2 INFRAESTRUTURA FÍSICA
Falaremos sobre estrutura física de um cartório, que é um assunto
melindroso, pois são muitos fatores a serem considerados em sua organização,
além de que, hoje, no Brasil, temos escritórios de todos os tipos, desde escritórios
modernos, com todos os elementos pensados em produtividade e resultado,
a escritórios com ares antigos, em ambientes interioranos, ou seja, temos uma
variedade enorme de estruturas de atendimento e acondicionamento.
FONTE: O autor
76
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
TUROS
ESTUDOS FU
TÍTULO I
Dos Serviços Notariais e de Registros
CAPÍTULO I
Natureza e Fins
Art. 1ᵒ Serviços notariais e de registro são os de organização técnica
e administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade,
segurança e eficácia dos atos jurídicos.
Art. 2ᵒ (Vetado).
Art. 3ᵒ Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são
profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o
exercício da atividade notarial e de registro.
Art. 4ᵒ Os serviços notariais e de registro serão prestados, de modo
eficiente e adequado, em dias e horários estabelecidos pelo juízo
competente, atendidas as peculiaridades locais, em local de fácil
acesso ao público e que ofereça segurança para o arquivamento de
livros e documentos (BRASIL, 1994, s. p.).
• organização técnica;
• organização administrativa;
• modo eficiente;
• serviços serão prestados;
• peculiaridades locais;
• local de fácil acesso;
• ofereça segurança para o arquivamento de livros e documentos entre outros.
77
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
• Local de atendimento
• Espaço para acomodar o público de forma adequada
• Espaço para atendimento individual com proteção acústica
• Balcão de atendimento x atendimento individualizado
• (analisar serviços básicos – autenticação, reconhecimento de
firmas / serviços especializados – escrituras etc.)
• Banheiros, água, tomadas etc.
AMBIENTE
LOCAL DE TRABALHO
• Habite-se
• Alvará dos bombeiros
SEGURANÇA • Segurança arquivamento livros notariais
• Equipamentos de segurança (maca, primeiros socorros)
• Extintor, elétrica, saídas de emergência, luz de segurança, gás etc.
FONTE: O autor
Apesar de se ver pouco material escrito sobre esse tema, as novas situações
do mercado de trabalho e de atendimento ao público têm exigido adaptações e
melhorias nos cartórios, principalmente em cartórios mais antigos, os quais não
têm se adaptado a essa nova realidade de mercado.
78
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
FONTE: <https://www.arpensp.org.br/__Documentos/Upload_Conteudo/slideshow/11295/
DSC08023.JPG?cache=1>. Acesso em: 18 out. 2020.
FONTE: <https://br.habcdn.com/photos/project/big/area-de-atendimento-e-espera-962957.jpg>.
Acesso em: 18 out. 2020.
DICAS
79
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
3 ESTRUTURA DE PESSOAS
Ao analisarmos uma estrutura de um cartório notarial e de registro, vemos
que ele tem uma estrutura bem característica, que era:
ESTRUTURA FÍSICA
+
PESSOAS
+
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (HARDWARE +SOFTWARE)
+
BIBLIOTECA (ARQUIVO DE LIVROS NOTARIAIS)
80
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
FONTE: <https://escolaprm.com.br/wp-content/uploads/2019/08/Comoaspessoas.jpg>.
Acesso em: 19 out. 2020.
DICAS
81
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
DICAS
Uma dica legal para se manter atualizado são as revistas de classe profissional e os sites de
leis dos estados e municípios. Seguem alguns materiais para exemplificar:
Revistas:
• Liderança.
• Empatia.
• Trabalho em equipe.
• Equipe motivada.
• Resiliência.
• Treinamento.
• Política de cargos e salários.
• Ambiente de trabalho.
• Ação da gerência etc.
82
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
NOTA
Prezado acadêmico, surgiram dois termos da área de recursos humanos que são
interessantes para se entender um pouco mais. São eles: empatia e resiliência. Vamos lá!
Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que outra pessoa sentiria
caso estivesse na mesma situação. Consiste em compreender sentimentos e emoções,
procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente o outro.
FONTE: <https://vantagemblog.com/2017/01/10/empatia-na-gestao-de-recursos-humanos/>;
<https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/as-9-caracteristicas-das-pessoas-altamente-
resilientes/>. Acesso em: 19 out. 2020.
A teoria é importante, mas ela só vai gerar resultado se você a aplicar, por
isso a experiência pessoal é fundamental.
83
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
NOTA
NTE
INTERESSA
Sociedade plugada
84
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
A sociedade está cada vez mais plugada e, para o seu conhecimento, atualmente,
no Brasil, no ano de 2020 (ABINC, 2020):
• O Brasil possui cinco computadores (desktop, notebook e tablet) para cada seis
habitantes.
• No total, são 174 milhões de computadores em uso.
• O Brasil tem 220 milhões de celulares inteligentes (smartphones), mais de 1 por
habitante.
• Somando aos notebooks e tablets, são 306 milhões de dispositivos portáteis em maio
de 2018, ou seja, 1,5 por habitante.
• O Brasil representa 3% da base mundial de computadores, telefones, TVs e smartphones.
• A título de comparação, os EUA têm 4% da população mundial e 10% da base desses
dispositivos.
• O tema IoT continua crescendo e é cada vez mais relevante. No Brasil, para 42% das
empresas analisadas, o tema é de alta importância e a previsão é de que, nos próximos
três a cinco anos, cresça para 76%. Nos demais países, a previsão de evolução é de 43%
para 73%.
• Hoje, times diversos conduzem a IoT nas empresas. No Brasil, em 26% das companhias,
as iniciativas ficam sob responsabilidade de times multidisciplinares.
• 35% das empresas brasileiras e 24% das latino-americanas contam com alguma iniciativa
de IoT.
• Dentre os principais benefícios da adoção da IoT estão: redução de custos, agilidade e
eficiência operacional (ABINC, 2020, p. 1).
85
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
FONTE: <https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/08/28/uso-da-internet-no-
brasil-cresce-e-70percent-da-populacao-esta-conectada.ghtml>. Acesso em: 7 abr. 2020.
* ABINC – Associação Brasileira de Internet das Coisas. IoT passará a ser relevante para
76% das empresas no Brasil nos próximos anos, aponta pesquisa da Logicalis de 2020.
Disponível em: https://bit.ly/2Ldl0Fc.
86
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
NOTA
Prezado acadêmico, temos mais dois termos novos, só que agora da área
de informática, ou melhor, da TI. São eles: hardware e software. Vamos entender os
seus significados:
Softwares: “das instruções que o computador recebe pelo usuário para que, então,
execute uma determinada tarefa desejada. Ele deve utilizar uma programação” (PIERITZ;
PIERITZ, 2020, p. 25).
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ha/rd/hardwareelementosfinal-cke.jpg>.
Acesso em: 19 out. 2020.
87
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
DICAS
• https://alkasoft.com.br/software-para-cartorios/.
• https://www.siscart.com.br/.
• https://escriba.com.br/.
• https://cartorium.com.br/.
• https://www.officersoft.com.br/.
88
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
[...]
Recursos humanos
89
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
90
TÓPICO 1 — ESTRUTURA NOTARIAL
91
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
ESTRUTURA FISICA
+
PESSOAS
+
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (HARDWARE +SOFTWARE)
+
BIBLIOTECA (ARQUIVO DE LIVROS NOTARIAIS)
92
• Os principais pontos a serem trabalhados em gestão de pessoas são:
◦ Liderança.
◦ Empatia.
◦ Trabalho em equipe.
◦ Equipe motivada.
◦ Resiliência.
◦ Treinamento.
◦ Política de cargos e salários.
◦ Ambiente de trabalho.
◦ Ação da gerência etc.
93
AUTOATIVIDADE
94
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, quando falamos da responsabilidade do serviço notarial,
surgem diversos quesitos legais que precisamos levar em consideração, que vão
desde as questões da delegação para o exercício, assim como questões ligadas a
incompatibilidades e impedimentos legais ou a questionamentos mais recentes
relacionadas à LGPD (Lei Geral de Proteção dos Dados), até a atuação dos cartórios
de uma forma em geral na prevenção à corrupção e à lavagem de dinheiro.
FONTE: <http://s2.glbimg.com/PnVRW2HiGbrQkhM-BAScs5A2tcs=/e.glbimg.com/og/ed/f/
original/2015/12/01/sp_1.png>. Acesso em: 20 out. 2020.
95
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
NOTA
FONTE: <https://parceirolegal.fcmlaw.com.br/wp-content/uploads/sites/2/2017/03/
elementos-contrato-social.png>. Acesso em: 10 dez. 2020.
96
TÓPICO 2 — A RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO NOTARIAL
CAPÍTULO IV
Das Incompatibilidades e dos Impedimentos
Art. 25. O exercício da atividade notarial e de registro é incompatível
com o da advocacia, o da intermediação de seus serviços ou o de
qualquer cargo, emprego ou função pública, ainda que em comissão.
§ 1ᵒ (Vetado).
§ 2ᵒ A diplomação, na hipótese de mandato eletivo, e a posse, nos demais
casos, implicará no afastamento da atividade. (Vide ADIN 1531)
Art. 26. Não são acumuláveis os serviços enumerados no Art. 5ᵒ.
Parágrafo único. Poderão, contudo, ser acumulados nos Municípios
que não comportarem, em razão do volume dos serviços ou da receita,
a instalação de mais de um dos serviços.
Art. 27. No serviço de que é titular, o notário e o registrador não
poderão praticar, pessoalmente, qualquer ato de seu interesse, ou de
interesse de seu cônjuge ou de parentes, na linha reta, ou na colateral,
consanguíneos ou afins, até o terceiro grau.
97
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
DICAS
98
TÓPICO 2 — A RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO NOTARIAL
NTE
INTERESSA
2- [...] a responsabilidade civil dos notários e registradores é subjetiva, nos termos da lei
especial que regulamenta o Art. 236 da Constituição Federal (Art. 22 da Lei nᵒ 8.935/94).
3- A falha na prestação do serviço decorreu da negligência na conduta de realizar o
reconhecimento de firma com fundamento em substabelecimento cuja revogação
foi lavrada naquele próprio cartório. Os serviços notariais são dotados de fé pública
e requerem que a atividade seja prestada com o devido zelo, atentando-se para a
regularidade das formalidades necessárias.
4- Há nexo de causalidade entre a conduta negligente do réu e a ocorrência de alguns dos
danos materiais alegados pela autora [...]”.
Trecho de acórdão
Os serviços notariais e de registro são serviços públicos, exercidos em caráter privado, por
delegação do Poder Público (Art. 236 da CF).
Essa responsabilidade possui assento tanto legal (Art. 22 da Lei nᵒ 8.935/1994) quanto
constitucional (Arts. 37, § 6ᵒ e 236).
99
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação
do Poder Público.
§ 1ᵒ Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos
oficiais de registro e de seus prepostos e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
Art. 22. Os notários e oficiais de registro responderão pelos danos que eles e seus prepostos
causem a terceiros, na prática de atos próprios da serventia, assegurado aos primeiros o
direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos prepostos
Somente com o advento da Lei nᵒ 13.286/2016, que alterou a redação do Art. 22 da Lei nᵒ
8.935/1994, é que a responsabilidade civil dos notários e registradores passou a ser subjetiva:
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos
que causarem a terceiros, por culpa ou dolo pessoalmente, pelos substitutos que designarem
ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Tema 777/STF – tese firmada: “O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães
e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem danos a terceiros,
assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena
de improbidade administrativa”. RE 842846/SC
NOTA: Trouxemos essa leitura para você ver que, apesar de termos uma legislação
consistente, temos muitos casos que são judicializados e seguem as instâncias superiores
para serem dirimidas dúvidas sobre a sua aplicação, e aqui neste texto temos algumas
consolidações legais para o seu conhecimento.
FONTE: <https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/
jurisprudencia-em-detalhes/responsabilidade-civil/responsabilidade-civil-de-tabelioes-e-
registradores-oficiais>. Acesso em: 21 out 2020.
100
TÓPICO 2 — A RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO NOTARIAL
DICAS
101
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
DICAS
Prezado acadêmico, sugerimos a leitura dos Arts. 312 a 327 do Código Penal
brasileiro, para que você conheça mais sobre:
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
EM GERAL
102
TÓPICO 2 — A RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO NOTARIAL
DICAS
FONTE: <https://thumbs.jusbr.com/filters:format(webp)/imgs.jusbr.com/publications/
artigos/images/cdc1477351208.jpg>. Acesso em: 10 dez. 2020.
103
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
Aquele que sofre dano pela prática de ato ilícito realizada pelo
Delegatário ou seus serventuários deverá comunicar o ato à Corregedoria do
Estado competente, que irá formar uma Comissão de Julgadores, responsável
por apreciar os fatos e impor as sanções respectivas.
104
TÓPICO 2 — A RESPONSABILIDADE DO SERVIÇO NOTARIAL
105
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Carta Magna do País, em seu Art. 236, descreve que os serviços notariais e de
registro são, inicialmente, exercidos em caráter privado, por meio de delegação da
Administração Pública, e de responsabilidade pública (do governo/administração
pública) pelos atos cometidos pelos cartórios, inclusive os atos ilícitos.
107
AUTOATIVIDADE
108
3 A incompatibilidade de atividade notarial e registral pode ser entendida
como sendo a impossibilidade do exercício da atividade notarial e de
registro com o exercício em paralelo de outra atividade, ante a contrariedade
existente entre elas. Assinale a alternativa INCORRETA que apresenta um
fundamento legal com relação aos cartórios e seus profissionais relacionados
à incompatibilidade ou impedimento:
109
110
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Vimos diversas transformações ocorrendo na sociedade, nas organizações
e no Estado. Estamos vivenciando transformações culturais muito grandes,
principalmente devido ao advento da internet e dos smartphones, gerando um
salto enorme em todas as áreas causado pela Tecnologia de Informação (TI), como
já descrevemos anteriormente.
Não falaremos de operação por operação, mas uma visão macro dos
principais pontos que influenciam os resultados esperados para o cartório.
Como esse tema é muito abrangente e com vasta literatura, deixaremos
também a indicação de bons livros para o seu aprimoramento sobre o tema
administração e gestão.
FONTE: <http://www.singularway.com/courses/criacao-de-empresas-e-financas-angolanas/>.
Acesso em: 10 dez. 2020.
111
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
FONTE: <http://maferengenharia.com.br/wp-content/uploads/2018/07/iso-45001.png>.
Acesso em: 23 out. 2020.
112
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL
Tudo é resultado por algo que fizemos ou por algo que não fizemos.
DICAS
Para você aprender mais sobre os KPIs, trouxemos um pequeno texto, extraído de
Endeavor para a sua leitura:
[...]
Também conhecidos como KSI, Key Success Indicator, KPIs são nada mais
nada menos que as métricas que você eleger como essenciais para avaliar um processo
de sua gestão.
São os indicadores que você, como gestor, definirá para acompanhar a evolução
das operações, evitando se perder em meio a uma quantidade absurda de relatórios e
dados que não levam a lugar algum. É por meio dela que você manterá o foco para ir atrás
das metas.
113
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
Trata-se também de uma técnica de gestão que facilita a transmissão da visão e da missão
de uma empresa aos funcionários que não estão em cargos elevados. Afinal, ao estabelecer
e compartilhar os que vão medir o sucesso de um processo, você deixa claro para toda
a equipe o que realmente importa na administração. Por exemplo: presuma que o seu
negócio seja um cursinho para vestibular. Então, um KPI poderia ser a porcentagem de
alunos aprovados em universidades de renome, certo? Ou, se você tem um e-commerce
de cosméticos: poderia ser o número de acessos ao site que de fato se convertem em
vendas, correto?
Todas essas categorias são igualmente relevantes. O que é preciso ter em mente
é que um KPI fornece a visão necessária para que você conheça os processos, e para que
consiga alinhá-los aos objetivos estabelecidos.
FONTE: Adaptado de ENDEAVOR Brasil. KPI: como medir o que importa no seu negócio.2019.
Disponível em: https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/kpi/. Acesso em: 23 out. 2020.
Temos em uma visão realista que o planejamento não diz respeito a como
será o futuro, mas às decisões presentes que tomamos para escrever o futuro.
114
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL
Planejar não quer dizer acertar, mas sim planejar os caminhos aonde
queremos chegar, assim como a bússola não mostra o caminho para as
cidades, mas dá as orientações para decidirmos o caminho a seguir. Assim é o
planejamento estratégico (PE).
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/bu/ss/bussola-0-cke.jpg>.
Acesso em: 10 dez. 2020.
NOTA
115
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
NTE
INTERESSA
A decisão dos gestores foi utilizar a opção de compra do equipamento novo, pois
além de ter um custo de aquisição 10% maior, ele tem uma expectativa de uso de quatro
anos em vez de três da versão anterior, e por ser atual, permite que os softwares trabalhem
melhor na versão mais nova.
116
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL
DICAS
Comunicação com clareza: estabeleça seu objetivo (sua missão); comunique e reforce em todas as
reuniões com os funcionários. Trabalhe esse mesmo objetivo em diferentes áreas da serventia.
Outro fator que orienta a ação é a Norma de Conduta, já praticada em alguns cartórios. Ao
ter um “norte”, as pessoas tendem a focar no que precisa ser feito e sabem como se portar.
Planejamento com clareza: aproxime as pessoas dos planos e metas do titular. Nunca comece
uma reunião sem revisar a pauta da última reunião e verificar o que já foi feito ou o que está
ainda em andamento. Conhecer os passos da empresa ajuda na integração do desenvolvimento
do funcionário com o desenvolvimento do cartório. Os líderes da serventia (com atitude
positiva e inspiradora) ajudarão a manter a equipe unida, pois auxiliam a orientar e aproveitar
as potencialidades de cada um.
Tenha o histórico da organização no sistema: a gestão do tempo é tão importante quanto a
gestão das tarefas, das pessoas e seu registro. Ao manter o histórico do desenvolvimento da
organização é possível justificar ações com precisão, sem desmotivar um (ou alguns) por falta
de explicação. Por exemplo, quando um funcionário solicita um aumento, pelo sistema você
poderia saber:
Tudo isso para orientar a decisão e justificar a recusa ou aceitação do reajuste salarial com base em
um controle financeiro efetivo e controlado;
117
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
Observação contínua: o líder observador atua para manter a coesão e a motivação dos
funcionários. Ainda: é seu objetivo evitar potenciais conflitos que afetem a performance do
cartório. Bons resultados devem ser comemorados. O líder deve estar sempre vigilante e
observador para identificar funcionários vaidosos, desagregadores e que podem comprometer
a equipe, o ambiente e a produtividade. Ervas daninhas devem ser extirpadas no nascedouro.
Aqui, o timing e a atitude do líder fazem a diferença!
Investir na melhoria contínua: investir em treinamento e cobrar pelo investimento feito. O
caminho é identificar a necessidade, refletir nas possibilidades de aprimorar o treinamento
interno ou externo e então monitorar a evolução com frequência. O que vale para os funcionários
vale para os titulares: “não espere resultados diferentes se você faz diariamente tudo igual”.
NOTA
118
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL
1) Liderança
• Estratégia.
• Comunicação com as partes interessadas.
• Responsabilidades e autoridades.
3) Foco nas partes interessadas
4) Foco na equipe de profissionais
• Desenvolvimento dos profissionais.
• Capacitação e treinamento.
• Incentivos ao conhecimento.
• Avaliação.
5) Gestão dos processos de prestação de serviços
• Instalações e ambiente de trabalho.
• Informatização e controle de dados.
• Informações aos usuários.
6) Gestão socioambiental
• Integração social.
• Integração ambiental.
• Saúde e segurança ocupacional.
• Avaliação.
Como vocês podem ver pelos pontos apresentados, estes seis pontos estão
concatenados ao que já estudamos, porém, agora, institucionalizados por uma norma.
119
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
DICAS
120
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL
DICAS
121
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
DICAS
Prezado acadêmico, seguem mais duas dicas de material técnico sobre o tema:
122
TÓPICO 3 — GESTÃO DE UMA ESTRUTURA NOTARIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
123
UNIDADE 2 — ATIVIDADE NOTARIAL
Por ser específica, a NBR 15.906 quando integrada à ISO 9.001 ganha
corpo em implementação e avaliação de requisitos. Gerir um sistema integrado
não significa apenas aplicar paralelamente diversos sistemas de gestão ISO, mas
sim executar de forma sinérgica estes sistemas para otimizar ganhos e minimizar
gastos e esforços desnecessários.
124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O planejamento não é sobre como será o futuro, mas às decisões presentes que
tomamos para escrever o futuro.
125
• Em um Sistema de Qualidade são definidas as diretrizes que devem ser seguidas
para uma perfeita implantação dessa política, as quais são relacionadas com o
ciclo de melhoria contínua e com a execução de um plano de ações, que são as
ferramentas essenciais para o atingimento desses objetivos.
CHAMADA
126
AUTOATIVIDADE
I- Gestão.
II- Resultado.
III- Planejamento Estratégico.
IV- Administração.
127
3 A norma ISO/ABNT 15.906:2010, que trata a gestão de cartório, foi um
grande marco aos cartórios, instituindo um padrão de gestão e qualidade
baseados na excelência de resultados e atendimentos ao público. Uma
nova realidade se instituiu desde a sua implantação, fazendo com que
os cartórios começassem a se focar mais em qualidade e gestão. Sobre os
principais pontos trabalhados na norma ISO/ABNT 15.906:2010, assinale a
alternativa CORRETA:
128
REFERÊNCIAS
ABNT. Serviços notariais e de registro. 2020. Disponível em: http://www.abnt.
org.br/noticias/3945-servicos-notariais-e-de-registro. Acesso em: 24 out. 2020.
129
PIERITZ A. N.; PIERITZ, V. L. H. Crimes cibernéticos. Indaial: Uniasselvi, 2020.
130
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
131
132
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
AS ATIVIDADES NOTARIAIS
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, como já estudamos, a atividade notarial e registral é
exercida por particulares, geralmente por advogados, os quais exercem a função
mediante a delegação do Poder Público, após os titulares serem aprovados em
concurso público de provas e títulos, de acordo com a Constituição Federal (1988),
em seu Art. 236, o qual já estudamos neste livro.
Temos ainda a lei do Cartório, que como você já sabe, é a Lei Federal nᵒ
8.935, de 1994, que traz as diretrizes básicas e rege a delegação, atribuindo ao
notário e ao oficial de registro autonomia e prerrogativa para a prática de atos,
dando sentido legal aos mesmos eivados de elementos jurídicos que os tornam
adequados para o registro.
SEÇÃO II
Das Atribuições e Competências dos Notários
Art. 6ᵒ Aos notários compete:
I- formalizar juridicamente a vontade das partes;
II- intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou
queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação
ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais
e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo;
III- autenticar fatos.
Este artigo precisa estar bem claro a todos, ou seja, o notário tem função
de formalizar, intervir e autenticar fatos de atos jurídicos.
133
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
134
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
NOTA
Esse registro não é uma transcrição nominal do ato apresentado, mas sim
uma transcrição real desses fatos de forma jurídica, que faça com que tenha validade legal.
DICAS
Prezado acadêmico, você pode estar se perguntando: mas por que fazer uma
ata notarial? A ata notarial pode ser utilizada para registrar qualquer fato importante com
validade jurídica, contanto que o fato seja real. Assim, trouxemos para você os dez motivos
para fazer uma ata notarial, conforme apresentado no Portal do RI (Registro de Imóveis):
135
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Como você leu, temos pontos muito importantes para o feitio de uma ata
notarial, principalmente quando buscamos segurança jurídica e de continuidade
em fatos importantes para nós, inclusive com questões econômicas envolvidas.
136
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
DICAS
137
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
DICAS
Atas Notariais
Autor: Alexandre Costa
Ano: c2020
Link: http://www.cartoriocaceres.com.br/index.php/servicos/tabelionato-de-notas/atas-notariais.
Como você pode ver, o tema Ata Notarial tem muitos meandros técnicos
em sua execução para que ela realmente exerça a sua função legal, ou seja, tenha
fé pública e relate um ato ou objeto. Assim, para complementarmos o tema,
vamos apresentar os elementos que devem estar descritos em uma ata notarial
(quase que de forma obrigatória, dependendo o tipo de ata).
138
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
E
IMPORTANT
Na Ata Notarial, o notário não deve emitir juízo de valor, opinar, sugerir, declarar
e concluir. Ele deve ser imparcial e objetivo em sua lavratura.
O notário deve saber extrair o âmago do fato em suas atas e saber expressá-
las adequadamente. Para entender melhor esta questão da escrita, veja o que
apresentamos no exemplo a seguir, observe atentamente o linguajar rebuscado
que sai do nosso falar cotidiano, além das terminologias técnicas e jurídicas como
lavratura; reipersecutórias, usucapião, anotação de responsabilidade técnica –
ART – CREA/ES, imóvel usucapiendo, entre outros que você vai identificar.
139
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Pelos solicitantes me foi dito sob pena de responsabilidade civil e criminal, que
todos os documentos foram apresentados nos originais para a lavratura deste
ato e que esses são autênticos e verdadeiros. Os presentes identificados e
reconhecidos por mim, pela documentação pessoal que me foi apresentada, de
cujas identidades e capacidades jurídicas dou fé. E, perante o mesmo Tabelião,
pela presente ATA NOTARIAL DE USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL (INDICAR
A MODALIDADE), a fim de constituir prova material com presunção de
verdade, nos termos dos Arts. 215 e 217, do Código Civil, que estabelecem:
“Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento
dotado de fé pública, fazendo prova plena e Art. 217. Terão a mesma força
probante os traslados e as certidões, extraídos por tabelião ou oficial de registro,
de instrumentos ou documentos lançados em suas notas”; foi solicitado o
comparecimento deste Tabelião de Notas ao endereço residencial do
SOLICITANTE, sendo ali constatado os seguintes fatos: 1) desde a data de
_______________, o SOLICITANTE possui o imóvel urbano, (se houver
eventual contrato, recibo de compra e venda ou outro tipo de documento
particular que tenha procedido à transmissão dessa posse ao solicitante dessa
ata notarial é interessante citar: “conforme contrato particular de compra e
venda, firmado entre FULANO DE TAL em data de”); constituído por um
Lote nᵒ _______________, da quadra nᵒ _______________, situado no
LOTEAMENTO BAIRRO _______________, nesta Cidade de _______________,
medindo a área de 360,00 m2, com as seguintes confrontações e dimensões:
frente, Avenida _______________, numa linha de 12,00 m; fundos, lote nᵒ
_______________, numa linha de 12,00 m; lado direito, Lote nᵒ _______________,
numa linha de 30,00 m; e lado esquerdo, lote nᵒ _______________, numa linha
de 30,00 m; com inscrição imobiliária municipal sob o nᵒ _______________,
conforme fotos do local inseridas a seguir: (LANÇAR FOTOS); 2) que segundo
informações prestadas pelos confrontantes do imóvel descrito anteriormente,
identificados e reconhecidos por mim, pela documentação pessoal que me foi
apresentada, de cujas identidades e capacidades jurídicas dou fé: a) dos fundos,
Sr. FULANO DE TAL, (qualificação completa); b) do lado direito, Sr. FULANO
DE TAL, (qualificação completa); c) do lado esquerdo, Sr. FULANO DE TAL,
(qualificação completa), sendo todos respectivamente proprietários dos
imóveis objetos das matrículas nᵒs _______________, do Cartório de Registro
Geral de Imóveis desta Comarca de _______________; eles conhecem a pessoa
do SOLICITANTE e informam que têm conhecimento de que ele tem a posse
do imóvel anteriormente descrito há mais de _______________ anos, sem
qualquer interrupção ou oposição de terceiros e que desconhecem a existência
de quaisquer ações cíveis reais, pessoais ou reipersecutórias ajuizadas em face
do SOLICITANTE ou de qualquer membro de sua família; 3) que o imóvel
anterior está localizado em área urbana na Avenida _______________, com
área total de 360,00 m2, medindo 12,00 m de frente com a dita Avenida
_______________; ao lado direito medindo 30,00 m; ao lado esquerdo medindo
30,00 m; dividindo-se com a propriedade de FULANO DE TAL, medindo
12,00 m nos fundos; ao lado direito divide-se com a propriedade de FULANO
DE TAL; e pelo lado esquerdo divide-se com a propriedade de FULANO DE
140
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
141
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
partes mencionadas, conforme itens “e”, “f” e “g”: “e. A presente certidão
abrange todos os processos dos juizados especiais cíveis, exceto os processos
eletrônicos registrados no E-Procees, em funcionamento nas comarcas de
Vitória e Vila Velha; f. Com relação às comarcas da entrância especial (Vitória/
Vila Velha/Cariacica/Serra/Viana), as ações de: execução fiscal estadual,
falência e recuperação judicial, e auditoria militar, tramitam, apenas, no juízo
de Vitória; g. As ações de natureza cível abrangem inclusive aquelas que
tramitam nas varas de Órfãos e Sucessões (Tutela, Curatela, Interdição,…),
Execução Fiscal e Execução Patrimonial (observado o item f)”; 6- CERTIDÃO
NEGATIVA MUNICIPAL expedida por meio eletrônico -Prefeitura Municipal
de _______________ – Secretaria Municipal de Finanças – Certidão sob nᵒ
_______________, referente ao imóvel devidamente inscrito nesta
municipalidade sob nᵒ _______________, datada de 21 de maio de 2015; 7-
CERTIDÕES DE CITAÇÃO DE AÇÕES REAIS, PESSOAIS E
REIPERSECUTÓRIAS E DE ÔNUS REAIS EM NOME DOS CONFRONTANTES:
expedida pelo Cartório de Registro Geral de Imóveis do 1ᵒ Ofício da Comarca
de _______________ – ES, em data de _______________; 8) CERTIDÕES
NEGATIVAS DE INCAPACIDADE CIVIL em nome do proprietário anterior e
dos confrontantes _______________, expedidas pelo Cartório de Registro Civil
da Comarca de _______________-ES, datadas de _______________, não
havendo qualquer óbice ou interrupção ao cômputo do prazo prescricional do
usucapião extrajudicial nos termos do Art. 198, inciso I, do Código Civil. Pelo
ADVOGADO do SOLICITANTE me foi dito e declara por este ato notarial que
prestou assistência jurídica ao mesmo e que acompanhou integralmente a
lavratura da presente ATA NOTARIAL. Finalmente, o SOLICITANTE e seu
ADVOGADO neste ato declaram, sob as penas da lei: 1) foram cientificados
por estas notas que o procedimento do usucapião extrajudicial deverá
preencher outros requisitos para a concretização do registro imobiliário, tais
como a realização de planta e memorial descritivo assinado por profissional
legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no
respectivo conselho de fiscalização profissional e pelos titulares de direitos
reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes, além de outros
requisitos e procedimentos do registro imobiliário, sem os quais não se
efetivará o registro imobiliário, caso em que deverão ingressar com a
competente ação judicial de usucapião, podendo utilizar o presente ato notarial
como meio de prova junto ao Poder Judiciário de acordo com a competência,
sendo, cientificadas que a presente ata notarial não tem valor como confirmação
ou estabelecimento de propriedade, servindo apenas para a instrução de
requerimento extrajudicial de usucapião para processamento perante o
registrador de imóveis; 2) que todas as declarações prestadas nesta ATA
NOTARIAL são verdadeiras, sendo informado sobre as sanções cíveis e
criminais em caso de falsa declaração; 3) que requer e autoriza o Senhor Oficial
do Cartório de Registro Geral de Imóveis competente, a prática de todos os
atos registrais em sentido amplo, nos termos do Art. 1.071, do Código de
Processo Civil; 4) que o SOLICITANTE foi instruído por seu advogado de
142
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
todos os termos do Art. 1.071, do Código de Processo Civil, que prevê este
procedimento, nos seguintes termos: “Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da
Lei nᵒ 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a
vigorar acrescida do seguinte Art. 216-A: (Vigência) – “Art. 216-A. Sem prejuízo
da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de
usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de
imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a
requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: I –
ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e
seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias; II – planta e memorial
descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de
anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização
profissional, e pelos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados
ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis
confinantes; III – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação
do imóvel e do domicílio do requerente; IV – justo título ou quaisquer outros
documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo
da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre
o imóvel.”; e 5) que se declaram cientes do artigos 10 a 15 e seus parágrafos, do
Provimento nᵒ 65/2017, do CNJ que estabelecem: “Art. 10. Se a planta
mencionada no inciso II do caput do Art. 4ᵒ deste provimento não estiver
assinada pelos titulares dos direitos registrados ou averbados na matrícula do
imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes ou ocupantes a
qualquer título e não for apresentado documento autônomo de anuência
expressa, eles serão notificados pelo oficial de registro de imóveis ou por
intermédio do oficial de registro de títulos e documentos para que manifestem
consentimento no prazo de quinze dias, considerando-se sua inércia como
concordância.; § 1ᵒ A notificação poderá ser feita pessoalmente pelo oficial de
registro de imóveis ou por escrevente habilitado se a parte notificanda
comparecer em cartório; § 2ᵒ Se o notificando residir em outra comarca ou
circunscrição, a notificação deverá ser realizada pelo oficial de registro de
títulos e documentos da outra comarca ou circunscrição, adiantando o
requerente as despesas; § 3ᵒ A notificação poderá ser realizada por carta com
aviso de recebimento, devendo vir acompanhada de cópia do requerimento
inicial e da ata notarial, bem como de cópia da planta e do memorial descritivo
e dos demais documentos que a instruíram; § 4ᵒ Se os notificandos forem
casados ou conviverem em união estável, também serão notificados, em ato
separado, os respectivos cônjuges ou companheiros; § 5ᵒ Deverá constar
expressamente na notificação a informação de que o transcurso do prazo
previsto no caput sem manifestação do titular do direito sobre o imóvel
consistirá em anuência ao pedido de reconhecimento extrajudicial da usucapião
do bem imóvel; § 6ᵒ Se a planta não estiver assinada por algum confrontante,
este será notificado pelo oficial de registro de imóveis mediante carta com
aviso de recebimento, para manifestar-se no prazo de quinze dias, aplicando-
se ao que couber o disposto nos §§ 2ᵒ e seguintes do Art. 213 e seguintes da
LRP; § 7ᵒ O consentimento expresso poderá ser manifestado pelos confrontantes
143
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
144
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
145
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
________________________________________
FULANO DE TAL – Tabelião
______________________________________
FULANO DE TAL
SOLICITANTE
______________________________________
FULANO DE TAL
ADVOGADO – OAB/ES Nᵒ _______________
______________________________________
FULANO DE TAL
CONFRONTANTE 1
______________________________________
FULANO DE TAL
CONFRONTANTE 2
______________________________________
FULANO DE TAL
CONFRONTANTE 3
São muitos detalhes a serem descritos em uma Ata Notarial pelo tabelião,
mas se faz necessário, pois tem fé pública e validade legal.
146
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
DICAS
"Qual o procedimento para arquivar imagens, sons e vídeos que compõem a ata notarial?
É obrigatório que a ata contenha as imagens verificadas pelo notário?"
Autor: Rafael Depieri
Ano: 2018
Link: https://www.anoregsp.org.br/noticias/28681/qual-o-procedimento-para-arquivar-imagens-
sons-e-videos-que-compoem-a-ata-notarial-e-obrigatorio-que-a-ata-contenha-as-imagens-
verificadas-pelo-notario.
DICAS
Acadêmico, por mais que se escreva, sempre existe algum detalhe a mais a ser
apresentado sobre o tema, o qual é bastante envolvente. Por isso, recomendamos alguns livros
para a sua biblioteca, os quais tratam de diversos outros assuntos ligados ao tema.
Se você acessar o site apresentado a seguir, a editora disponibiliza o Capítulo 9 em PDF para a sua
leitura. Disponível em:
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/7ada055ce54911bd2e2cb27034dc8c24.pdf.
3- BRANDELLI, L. Ata notarial. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris Editor, 2004.
147
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Como exemplo, podemos citar o Art. 108 do Código Civil Brasileiro: “Art.
108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário-mínimo vigente no País” (BRASIL, 2002).
148
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
NOTA
O Art. 215 do Código Civil nos traz ainda o reforço da questão da fé pública
da escritura pública, inclusive indicando requisitos mínimos em sua execução,
conforme podemos ler na sequência:
149
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
NOTA
DICAS
1- KERN, M. D. A “Unitas Actus” nas escrituras públicas e a moderna praxe notarial. Revista de
Direito Imobiliário, v. 81, jul./dez. 2016. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/
page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/
bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDImob_n.81.02.PDF.
3- https://www.notariado.org.br/imobiliario/escrituras-publicas/
4- https://www.casamineira.com.br/blog/escritura/
5- https://20cartorio.com.br/2019/05/06/abr-19-saiba-como-funciona-a-escritura-publica/
6- https://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/para-que-serve-a-escritura-publica
150
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
DICAS
Inúmeros dispositivos tratam dos requisitos dos atos notariais ou da obrigatoriedade da forma
pública. O Código Civil contém normas de direito objetivo e direito adjetivo. A totalidade das
normas são fontes da atividade notarial. Destacamos algumas: Art. 5ᵒ, I, Art. 62, Art. 107, Art.
108, Art. 109, IV, Art. 215, Art. 217, Art. 223, Art. 226, Parágrafo único, Art. 288, Art. 292, Art. 490,
Art. 541, Art. 655, Art. 657, Art. 807, Art. 842, Art. 911, Parágrafo único, Art. 923, § 1ᵒ, § 2ᵒ, Art. 998,
§ 1ᵒ, Art. 1.128, Parágrafo único, Art. 1.334, § 1 ᵒ, Art. 1.361, § 1ᵒ, Art. 1.369, Art. 1.417, Art. 1.418, Art.
1.438, Art. 1.448, Art. 1.452, Art. 1.453, Art. 1.458, Art. 1.494, Art. 1.536, VII, Art. 1.537, Art. 1.542, §
4ᵒ, Art. 1.609, II, III, Art. 1.640, Parágrafo único, Art. 1.649, Parágrafo único, Art. 1.653, Art. 1.711,
Art. 1.729, Parágrafo único, Art. 1.793, Art. 1.801, IV, Art. 1.806, Art. 1.818, Art. 1.848, Art. 1.864, Art.
1.867, Art. 1.868, Art. 1.869, Parágrafo único, Art. 1.870, Art. 1.871, Art. 1.872, Art. 1.873, Art. 1.874,
Art. 1.875, Art. 1.893, Art. 2.015, Art. 2.042, fora as leis esparsas.
Uma escritura pública pode ser lavrada sob as mais diversas finalidades,
sendo um exemplo de sua aplicação para comprovar os atos da vida civil, como
os que seguem:
151
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Livro ________________
Folha ________________
152
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
153
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
_________________________________
1ᵒ outorgante
___________________________________
2ᵒ outorgante
___________________________________
Assistente (Advogado)
_________________________________
Tabelião
154
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
CAPÍTULO II
Da Escrituração
Art. 3ᵒ A escrituração será feita em livros encadernados, que
obedecerão aos modelos anexos a esta Lei, sujeitos à correição da
autoridade judiciária competente.
§ 1ᵒ Os livros podem ter 0,22 m até 0,40 m de largura e de 0,33 m até
0,55 m de altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas dimensões,
de acordo com a conveniência do serviço.
§ 2° Para facilidade do serviço podem os livros ser escriturados
mecanicamente, em folhas soltas, obedecidos os modelos aprovados
pela autoridade judiciária competente.
Art. 4ᵒ Os livros de escrituração serão abertos, numerados, autenticados
e encerrados pelo oficial do registro, podendo ser utilizado, para tal
fim, processo mecânico de autenticação previamente aprovado pela
autoridade judiciária competente.
Art. 5ᵒ Considerando a quantidade dos registros o Juiz poderá
autorizar a diminuição do número de páginas dos livros respectivos,
até a terça parte do consignado nesta Lei.
Art. 6ᵒ Findando-se um livro, o imediato tomará o número seguinte,
acrescido à respectiva letra, salvo no registro de imóveis, em que o
número será conservado, com a adição sucessiva de letras, na ordem
alfabética simples, e, depois, repetidas em combinação com a primeira,
com a segunda, e assim indefinidamente. Exemplos: 2-A a 2-Z; 2-AA a
2-AZ; 2-BA a 2-BZ etc.
Art. 7ᵒ Os números de ordem dos registros não serão interrompidos no
fim de cada livro, mas continuarão, indefinidamente, nos seguintes da
mesma espécie (BRASIL, 1973).
155
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
156
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
157
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
158
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
159
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Como você pôde ver nesses oito exemplos de páginas de livros de registro
de imóveis, eles são padronizados, devendo seguir o instituído, e isso vale para
todas as áreas de trabalho da serventia, evidentemente que cada um com os seus
modelos específicos.
DICAS
Prezado acadêmico, para você que deseja seguir a careira na área notarial,
recomendamos pesquisar na internet mais modelos de documentos notariais, como as
atas notariais e escrituras públicas, pois são fundamentais na profissão. Um outro ponto
importante é que todo cartório já utiliza um modelo próprio ou de uso comum para tais
procedimentos, então procure seguir os padrões de trabalho já estabelecidos do cartório.
Um outro ponto importante sobre os modelos de atas e escrituras é que quando temos um
software específico para este fim, ele geralmente traz modelos atualizados e otimizados, os
quais geralmente são melhores que os modelos gratuitos da internet.
FONTE: <https://www.campoformosonoticias.com/v5/wp-content/uploads/2020/05/
Pessoa-usando-computador.jpg>. Acesso em: 11 nov. 2020.
Como as situações são tão diversas e, não raro, com assuntos que
refogem ao conhecimento ordinário do tabelião, alguns procedimentos devem
ser adotados para operar com eficiência. Indicamos, a seguir, algumas cautelas
importantes:
160
TÓPICO 1 — AS ATIVIDADES NOTARIAIS
161
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Aos notários compete intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes
devam ou queiram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou
redigindo os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo
cópias fidedignas de seu conteúdo.
• Ata notarial tem validade jurídica decorrente, conforme previsto no Art. 6ᵒ,
Inciso III da Lei nᵒ 8.935/1994.
162
• São tipos de ata notarial: atas de notoriedade, atas de presença e declaração,
atas de constatação em diligência, atas de inspeção, atas de verificação de
mensagem via celular, e-mail ou de página de internet, ata de subsanação etc.
• Os livros podem ter 0,22 m até 0,40 m de largura e de 0,33 m até 0,55 m de
altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas dimensões, de acordo com a
conveniência do serviço.
163
AUTOATIVIDADE
164
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, as atividades notariais são bastante extensivas
e especializadas, principalmente quando analisamos os diversos tipos de
cartórios que existem no Brasil. Já falamos sobre as atas notariais e as escrituras
públicas, mas existem muitas outras atividades exercidas nos cartórios pelos
tabeliães e escriturários.
NOTA
165
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
FONTE: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/estados-brasil.htm>.
Acesso em: 11 nov. 2020.
166
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
NOTA
167
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
168
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
169
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
170
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
171
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Como você pôde ver, o tema é bastante extenso e a lei nos traz diversos
orientativos na práxis do dia a dia, mas sempre é importante lembrar que a prática
é fundamental para se reconhecer todos os detalhes em seu trabalho diário.
172
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
173
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
174
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
175
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
ASSINATURAS:
176
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
• registros de nascimentos;
• casamentos;
• óbitos;
• emancipações por outorga dos pais ou por sentença judicial;
• interdições por incapacidade civil absoluta;
• sentenças declaratórias de ausência (morte presumida);
• as opções de nacionalidade
• sentenças relacionadas à adoção etc.
177
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
NOTA
DICAS
FONTE: <http://www.arpensp.org.br/?pG=X19wYWdpbmFz&idPagina=244>.
Acesso em: 17 nov. 2020.
Como você pode ver, o registro civil é um dos primeiros contatos que
temos como indivíduos junto aos cartórios, os quais se estendem por toda a nossa
vida e até na morte.
178
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
NOTA
1. FULANO DE TAL, nacionalidade, naturalidade, estado civil (se casado indicar o regime de
bens), categoria profissional, nᵒ de registro de identidade de fiscalização profissional, órgão
expedidor e Unidade Federativa onde foi emitida, nᵒ do CPF, residente e domiciliado na
(endereço completo: tipo e nome do logradouro, número, complemento bairro/distrito,
município, Unidade Federativa e CEP) e
2. BELTRANO DE TAL_____________________________ (Art. 997, l, CC/2002)
resolvem constituir uma sociedade _______________ (simples pura, se sua constituição
for regida pelos Art. 997 a 1.038 do código Civil), (Simples LTDA ou empresária LTDA, se
sua constituição for regida pelos Art. 1.052 a 1.087 do código Civil), mediante as seguintes
cláusulas e condições:
1ᵃ. A sociedade girará com a denominação de _______________ (vide Art. 1.158 da Lei
nᵒ10.406 a seguir) _______________ e terá sede e domicilio na (endereço completo: tipo, e
nome do logradouro, número, complemento, bairro/distrito, município, unidade federativa
e CEP). (Art. 997, II, CC/2002)
179
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
(Obs.: Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela
palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1ᵒ A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas,
de modo indicativo da relação social.
§ 2ᵒ A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o
nome de um ou mais sócios.)
Obs. 1: Quando o endereço da sociedade for ponto de referência (endereço residencial de
um dos sócios) deverá ser incluído o parágrafo a seguir:
Parágrafo único: Os sócios autorizam o ingresso da fiscalização do CRC RJ nas
dependências da sociedade
2ᵃ. O capital social será de R$ _______________ (_______________ reais) dividido em
_______________ quotas no valor nominal R$ _______________ (_______________ reais),
totalmente integralizadas neste ato em moeda corrente do País, pelos sócios:
Parágrafo único. A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social de conformidade
com o Art. 1.052 da Lei nᵒ 10.406/2002.
Obs. 2: Para as sociedades constituídas como SIMPLES PURA o parágrafo único da cláusula
2ª terá que ser suprimido, haja vista que as sociedades simples pura são ilimitadas, devendo
para tanto declarar se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente pelas obrigações
sociais, de acordo com o inciso VIII do Art. 997 do Código Civil 2002.
3ª. O objeto será ________________________________
Parágrafo único: a responsabilidade técnica pelos serviços de _______________ será do
sócio(s) _______________
Obs. 4: Para os casos de sociedades que contenha no objeto social Auditoria Contábil, cuja
constituição societária seja composta por outros profissionais, terá que atribuir a responsabilidade
técnica pelos serviços de Auditoria ao sócio _______________ (sócio contador), o sócio
_______________ responderá pelos serviços de contabilidade em geral (sócio técnico em
contabilidade), o sócio _______________ responderá pelos serviços de consultoria financeira
(sócio economista), o sócio _______________ pelos serviços de assessoria fiscal e tributária (sócio
advogado) ou simplesmente declarar que será apenas cotista.
180
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
realizada a cessão delas, a alteração contratual pertinente. (Art. 1.056, Art. 1.057, CC/2002)
Parágrafo único: de acordo com a Resolução CFC 1.390/2012, no caso de ingresso de
profissionais de outras profissões regulamentadas, eles deverão fazer prova de registro ativo
no respectivo conselho, mediante certidão ou outro documento hábil, e o profissional da
contabilidade deverá ser detentor de no mínimo 51% das quotas de capital
8ª. Nos quatro meses seguintes ao término do exercício social, os sócios deliberarão sobre
as contas e designarão administrador(es) quando for o caso. (Arts. 1.071 e 1.072, § 2ᵒ e Art.
1.078, CC/2002)
9ª. A sociedade poderá a qualquer tempo, abrir ou fechar filial ou outra dependência,
mediante alteração contratual assinada por todos os sócios.
10ª. Os sócios poderão, de comum acordo, fixar uma retirada mensal, a título de “prolabore”,
observadas as disposições regulamentares pertinentes.
12ª. Este Instrumento Contratual, será regido pela Lei nᵒ 10.406/2002, tendo como regência
supletiva as Normas Regimentais da Sociedade Anônima Lei nᵒ 6.404/1976.
13ª. (Os) Administrador(es) declara(m), sob as penas da lei, de que não está(ão) impedidos
de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação
criminal, ou por se encontrar(em) sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação,
peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema
financeiro nacional, contra normas de defesa da concorrência, contra as relações
de consumo, fé pública ou a propriedade, conforme o Art. 1.011 parágrafo 1ᵒ da Lei
nᵒ10.406/2002. (Art. 1.011, § 1ᵒ, CC/2002)
181
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
14ª. Fica eleito o foro da Cidade de _______________ para o exercício e o cumprimento dos
direitos e obrigações resultantes deste contrato.
Testemunhas:
______________________________
Nome, Identidade, Org. Exp. e UF
_______________________________
Nome, Identidade, Org. Exp. e UF
Obs. 5: As referências aos artigos do Código Civil são ilustrativas, tendo por finalidade
orientar o profissional na elaboração do contrato, assim como as observações, que não
podem constar do instrumento contratual.
Obs. 6: Esta minuta serve como referência, podendo acrescentar-se cláusulas de interesse
dos sócios, desde que não haja conflito com as normas vigentes.
A seguir a íntegra de alguns artigos do Código Civil citados, que tratam da constituição de
sociedades.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que,
além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I- nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais,
e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II- denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III- capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer
espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV- a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na
proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços,
somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os
negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados
segundo o valor das quotas de cada um.
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de
metade do capital.
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se
este persistir, decidirá o juiz.
§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse
contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado
e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus
próprios negócios.
§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os
condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou
por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra
a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto
perdurarem os efeitos da condenação.
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete
separadamente a cada um dos sócios.
182
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no Art. 1.010, serão tomadas em
reunião ou em assembleia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas
pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato.
§ 1ᵒ A deliberação em assembleia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez.
§ 2ᵒ Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3ᵒ do Art. 1.152, quando
todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora
e ordem do dia.
Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro
meses seguintes à ao término do exercício social, com o objetivo de:
I- tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de
resultado econômico;
II- designar administradores, quando for o caso;
183
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
FONTE: <http://www.crc.org.br/modelos/Modelo_Basico_de_Contrato.pdf>.
Acesso em: 12 nov. 2020.
184
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
Na Lei nᵒ 6.015/1973 (Lei dos Registros Públicos), temos o Título IV, que
trata Do Registro de Títulos e Documentos, o qual nos traz os seguintes capítulos:
Vamos, aqui, apresentar o Capítulo I que trata das atribuições, para você
conhecer melhor os serviços prestados:
TÍTULO IV
Do Registro de Títulos e Documentos
CAPÍTULO I
Das Atribuições
Art. 127. No Registro de Títulos e Documentos será feita a transcrição:
(Renumerado do Art. 128 pela Lei nᵒ 6.216, de 1975).
I- dos instrumentos particulares, para a prova das obrigações
convencionais de qualquer valor;
II- do penhor comum sobre coisas móveis;
III- da caução de títulos de crédito pessoal e da dívida pública federal,
estadual ou municipal, ou de Bolsa ao portador;
IV- do contrato de penhor de animais, não compreendido nas
disposições do Art. 10 da Lei nᵒ 492, de 30-8-1934;
V- do contrato de parceria agrícola ou pecuária;
VI- do mandado judicial de renovação do contrato de arrendamento
para sua vigência, quer entre as partes contratantes, quer em face
de terceiros (Art. 19, § 2ᵒ do Decreto nᵒ 24.150, de 20-4-1934);
VII- facultativo, de quaisquer documentos, para sua conservação.
Parágrafo único. Caberá ao Registro de Títulos e Documentos a
realização de quaisquer registros não atribuídos expressamente a
outro ofício.
185
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Art. 130. Dentro do prazo de vinte dias da data da sua assinatura pelas
partes, todos os atos enumerados nos Arts. 127 e 129, serão registrados
no domicílio das partes contratantes e, quando residam estas em
circunscrições territoriais diversas, far-se-á o registro em todas elas.
(Renumerado do Art. 131 pela Lei nᵒ 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Os registros de documentos apresentados, depois de
findo o prazo, produzirão efeitos a partir da data da apresentação.
DICAS
186
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
NOTA
Veja o vídeo a seguir, que explica sobre a frase “O referido é verdade e dou fé”. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=KHpkmXWFPJM.
187
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
NOTA
• Em caso de rasuras no documento original e que não permitam a sua leitura, ele não
poderá ser utilizado para o ato da autenticação.
• Um selo é utilizado pelo cartório para o documento que venha a ser autentificado,
mesmo havendo frente e verso reproduzido em uma mesma página.
• Cédulas de identidade, carteira de motoristas e carteiras de órgão profissionais podem
ser reproduzidas em uma única página, mesmo nelas havendo frente e verso.
FONTE: <http://www.institutodeidentificacao.pr.gov.br/arquivos/Image/capaBI01__2.jpg>.
Acesso em: 14 nov. 2020.
188
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
DICAS
Este artigo traz mais alguns pontos interessantes sobre o tema, dos quais não tratamos
neste livro.
[...]
189
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Silva Filho (1986) tem entendimento diverso: […] não considero doação
pura aquela que for gravada com a cláusula de inalienabilidade temporária
ou vitalícia. A doação de imóvel em que o doador imponha essa cláusula,
em meu entender, quando efetuada por pais a filhos menores impúberes
necessita da nomeação de curador especial para que haja aceitação expressa.
Não a considero doação pura porque quem doa impondo a cláusula de
inalienabilidade no final de contas acaba nada doando, principalmente se o
doador, realizando a doação, reserva também o usufruto vitalício do imóvel
doado. A meu ver, não existe liberalidade, o animus donandi é insignificante
– o objeto da doação é apenas a nua propriedade, e ainda mais gravada com
a cláusula de inalienabilidade vitalícia (o donatário não recebe e não tem o
poder de disposição), e a reserva do usufruto subtrai-lhe o poder de percepção
dos frutos. Consequência: não recebe praticamente nada, não há direito, nem
vantagem qualquer transmitida.
Na mesma linha é o conceito apresentado por Simão (2006, p. 129), para quem,
doação modal: É aquela que vem acompanhada de um ônus ou gravame.
É a mais comum espécie de doação onerosa. O gravame é determinada
incumbência que adere à liberalidade e pode ser realizado em favor do
próprio doador, de um terceiro ou no interesse geral (CC, Art. 553). Trata-se
de limitação trazida a uma liberalidade […]. Assim, aceita a doação, o encargo
deve ser necessariamente cumprido. Não se trata de doação condicional (se o
donatário erigir uma estátua em favor do doador, ganha a casa), pois a doação
com encargo ou onerosa é perfeita e acabada desde a aceitação.
O gravame imposto pelo doador, segundo o Art. 553 do Código Civil (BRASIL,
2002), pode ser em benefício do próprio doador, de terceiro ou do interesse
geral. No último caso poderá exigir o cumprimento do encargo o próprio
doador enquanto viver ou, após a sua morte, o Ministério Público. Em
qualquer caso, porém, não havendo prazo estipulado para o cumprimento da
190
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
191
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Washington de Barros Monteiro citado por Silva Filho (1986) entende: […]
Nosso direito processual não regulou a forma de tornar-se efetiva a cláusula
de reversibilidade. Verificada a condição resolutiva, o doador entra de novo
na posse do bem que lhe reverte, apresentando certidão de óbito ao oficial do
Registro (se for bem imóvel), para a devida averbação. Surgindo dificuldades,
por parte de terceiros, ou do próprio serventuário, cabe-lhe recorrer ao juiz
com pedido de providências. Não é devido imposto inter vivos pela reversão
dos bens ao patrimônio do doador. […]
192
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
Importante distinção é feita pelo mesmo autor (2006, p. 456): […] Daí não se
confundir com a dação em pagamento, que é a substituição da coisa devida
por outra, em atendimento a uma obrigação existente; e muito menos com o
pagamento, que pressupõe um crédito; ou com a contraprestação, por faltar a
equivalência de valores. A transferência de bens ou vantagens está alicerçada
numa causação, sem perder o caráter de liberalidade, por não constituir dívida
exigível e conter um gravame inferior ao valor do bem doado.
193
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Diniz (2002, p. 60) fala sobre a condição resolutiva na doação: […] Se a condição
for resolutiva, a doação estará perfeita desde o momento em que as partes
dêem seu assentimento à condição de que, se ocorrer determinado evento,
futuro e incerto, o contrato será desfeito, retornando as partes à situação em
que estavam antes de contratar [...]”.
194
TÓPICO 2 — DOS REGISTROS E OUTRAS ATIVIDADES NOTARIAIS
195
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A lei nos traz diversos orientativos na práxis do dia a dia, mas sempre é
importante lembrar que a prática e a atualização constante são fundamentais
para se reconhecer os detalhes do trabalho diário.
196
• Os cartórios de registro de títulos e documentos têm adquirido uma atenção
especial nestes tempos modernos em que temos muitos fatos e negócios
ocorrendo em nosso dia a dia. Temos as mais diversas negociações entre
particulares, entre empresas, lançamento de produtos, softwares, Apps,
negociações on-line etc. e, por consequência, temos visto surgir muitos
documentos que precisam ser registrados para terem a sua validade legal.
• Na Lei nᵒ 6.015/1973 (Lei dos Registros Públicos), temos o Título IV, que trata
Do Registro de Títulos e Documentos, o qual nos traz os seguintes capítulos:
◦ CAPÍTULO I – Das Atribuições.
◦ CAPÍTULO II – Da Escrituração.
◦ CAPÍTULO III – Da Transcrição e da Averbação.
◦ CAPÍTULO IV – Da Ordem do Serviço.
◦ CAPÍTULO V – Do Cancelamento.
197
AUTOATIVIDADE
198
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, estamos iniciando o nosso último tópico do livro de
Organização e Planejamento Notarial do curso de GSJ, sobraram alguns detalhes
que precisamos apresentar a você.
199
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
DICAS
DICAS
Minas Gerais
https://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/processos/custas-emolumentos/tabela-de-
emolumentos-2019.htm.
São Paulo
http://www.cartoriosp.com.br/#titulo=tabela_de_custas_e_emolumentos.
Bahia
https://www.tjba.jus.br/tabeladecustas/tabela_custa.pdf.
200
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
Das leis específicas sobre o tema, temos o Art. 236, §1ᵒ, Constituição
Federal do Brasil que nos traz: Art. 236. Os serviços notariais e de
registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder
Público. (Regulamento)
§ 1ᵒ Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e
criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e
definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário (BRASIL, 1988).
CAPÍTULO VII
Da Fiscalização pelo Poder Judiciário
Art. 37. A fiscalização judiciária dos atos notariais e de registro,
mencionados nos artes. 6ᵒ a 13, será exercida pelo juízo competente,
assim definido na órbita estadual e do Distrito Federal, sempre que
necessário, ou mediante representação de qualquer interessado,
quando da inobservância de obrigação legal por parte de notário ou
de oficial de registro, ou de seus prepostos.
201
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
202
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
NOTA
DICAS
203
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
3 CARTÓRIO DIGITAL
O nosso último tema deste livro não podia ser outro senão o futuro das
serventias, dos serviços notariais (dos cartórios). São muitos os artigos escritos,
filmes de ficção científica e outros que vemos estampando bordões sobre o
futuro das profissões e o impacto gerado pela tecnologia de informação (TI),
principalmente na prestação de serviços, nas formas de trabalhar e nas relações
trabalhistas, o que na verdade já está mudando e irá mudar muito mais no futuro
próximo, e não é diferente com relação aos serviços notariais.
A verdade é que você pode até não aceitar estas mudanças, mas o fato é
que ela já está aí. Essa disrupção em nossa forma de vida já está presente. Olhe para
você, estudando e se formando em um curso EAD (Educação a Distância) ou talvez
trabalhando em Home Office, a telemedicina, os bancos digitais (Nubank, Banco
Neon, Banco Original, Next, entre outros) e sim, também os cartórios digitais.
DICAS
204
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
FONTE: <https://www.aarb.org.br/primeiro-cartorio-digital-do-brasil/>.
Acesso em: 18 nov. 2020.
• Agilidade.
• Praticidade.
• Comodidade ao usuário.
• Economia, redução de custos.
• Segurança no trânsito de documentos.
• Eliminação de espaços físicos para guarda de documentos.
• Serviço remoto.
• Elimina a necessidade de cópias autenticadas e reconhecimento de firmas.
• Não utiliza papel.
• Segurança em operações financeiras.
• Otimiza o tempo dos envolvidos etc.
205
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
RESOLVE:
206
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
207
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
Art. 4ᵒ Todas as solicitações feitas por meio das centrais de serviços eletrônicos
compartilhados serão enviadas ao ofício de registro de títulos e documentos
e civil de pessoas jurídicas competente, que será o único responsável pelo
processamento e atendimento.
Parágrafo único. Os oficiais de registro de títulos e documentos e civil de
pessoas jurídicas deverão manter, em segurança e sob seu exclusivo controle,
indefinida e permanentemente, os livros, classificadores, documentos e dados
eletrônicos, e responderão por sua guarda e conservação.
208
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
Art. 11 Este provimento entra em vigor na data de sua publicação (CNJ, 2016).
209
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
210
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
211
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
212
TÓPICO 3 — EMOLUMENTOS, FISCALIZAÇÃO, COMPETÊNCIA E PROVIMENTOS DO CNJ, CARTÓRIO DIGITAL
DICAS
213
UNIDADE 3 — QUESTÕES TÉCNICAS E LEGAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
FONTE: Adaptado de ANDERÁOS, C. Cartórios digitais: o que são e como funcionam? 2020.
Disponível em: https://www.sindiconet.com.br/informese/cartorios-digitais-o-que-sao-e-como-
funcionam-administracao-documentacao. Acesso em: 18 nov. 2020.
215
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
217
• O Provimento CNJ nᵒ 100/2020 traz, em seu Art. 11, que o sistema e-Notariado
contará com módulo de fiscalização e geração de relatórios (correição on-line),
para efeito de contínuo acompanhamento, controle e fiscalização pelos juízes
responsáveis pela atividade extrajudicial, pelas Corregedorias de Justiça dos
Estados e do Distrito Federal e pela Corregedoria Nacional de Justiça.
CHAMADA
218
AUTOATIVIDADE
219
3 A Corregedoria Nacional de Justiça poderá realizar inspeções para apuração
de fatos relacionados ao conhecimento e à verificação do funcionamento
dos serviços das serventias e dos órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro, havendo ou não evidências de irregularidades. As inspeções
poderão ser realizadas rotineiramente ou a qualquer tempo por iniciativa
da Corregedoria Nacional de Justiça, por proposição de qualquer
Conselheiro ou a requerimento de autoridade pública, sem prejuízo da
atuação disciplinar e correicional dos Tribunais. Com relação à definição
de correição, assinale a alternativa CORRETA:
220
REFERÊNCIAS
AARB. Associação das Autoridades de Registro do Brasil. Primeiro cartório
digital do Brasil. 2016. Disponível em: <https://www.aarb.org.br/primeiro-
cartorio-digital-do-brasil/>. Acesso em: 12 jan. 2021.
BRANDELLI, L. Teoria geral do direito notarial. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011
BRANDELLI, L. Ata notarial. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris Editor, 2004.
CENEVIVA, W. Lei dos registros públicos. 20. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
221
CENEVIVA, W. Lei dos notários e dos registradores comentada. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2002.
222