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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

Curso de Ciências Contábeis Temática: Contabilidade Tributária – Tributos Diretos Prof. Brígido

Tópico 1 – Regimes de Tributação das Empresas: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional

I. ORIENTAÇÃO PARA PESQUISA PESSOAL


a) Palavras-chave:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Lucro Presumido. Regimes de Tributação.

b) Referências Bibliográficas:
➢ BRASIL, Decreto nº 9.580 de 22 de novembro de 2018 – Novo Regulamento do Imposto de Renda
➢ BRASIL, Lei Ordinária nº 12.973/2014 de 13 de maio de 2014 - Altera a legislação tributária federal
relativa ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS
➢ BRASIL, Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 1.700 de 16 de março de 2017.
➢ OLIVEIRA, Luís Martins de, e outros. Manual de Contabilidade Tributária. 14ª edição, São Paulo:
Editora Atlas, 2015.
➢ PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas,
2017.
➢ REIS FILHO, Alírio Lemes dos & FARIAS Kathia Lourenço. IRPJ e CSLL: Empresas Tributadas pelo
Lucro Presumido. 1ª edição, São Paulo: Editora CENOFISCO, 2006.

c) Links Interessantes:
➢ www.receita.fazenda.gov.br – site da Receita Federal do Brasil
➢ www.crcsp.org.br/portal_novo/webtv.asp - site do Conselho Regional de Contabilidade

d) Vídeo Recomendado:
➢ Lei nº 12.973/2014 – Palestra do Prof. Paulo Henrique Pêgas (Contador do BNDS e Prof. de
Contabilidade Tributária do IPEC-RJ, IBMEC e Fipecafi-SP). Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=qgB0vPtHRVo

II. TRIBUTOS DIRETOS


São aqueles que recaem definitivamente sobre o contribuinte que está direta e pessoalmente ligado
ao fato gerador. Assim, a mesma pessoa é o contribuinte de fato e de direito. Incidem sobre o patrimônio e a
renda. Exemplo: o IRPJ, o IRPF, a CSLL, o IPTU, etc.

O que vem a ser Regimes Tributários - são leis que regem e indicam como às empresas devem apurar e
recolher os tributos ao governo federal.
De acordo com Pêgas (p. 373, 2017), “toda empresa legalmente constituída no Brasil pode ser enquadrada
pela legislação tributária em cinco situações distintas, em relação à tributação sobre seu resultado”
• Simples Nacional
• Lucro Presumido
• Lucro Arbitrado
• Lucro Real
• Imune/Isenta

As cinco situações segundo com Pêgas (p. 373, 2017):


• Simples Nacional – é exclusivo para empresas enquadradas como Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte.
• Lucro Presumido – é calculado considerando apenas as receitas das empresas, devendo ser
utilizado principalmente nas empresas bastante lucrativas.
• Lucro Arbitrado – decorre principalmente, da não validade da escrituração contábil ou da
impossibilidade de se calcular os tributos pelas vias normais.
• Lucro Real – é a forma de tributação que tem como base o lucro contábil, sendo interessante para
empresas com resultados mais equilibrados.
• Imune/Isenta – as entidades imunes e isentas estão desobrigadas ao pagamento do IR e CSLL.

1. Imposto de Renda:
➢ Instituído em 1922 e revisto em 1923 – Artigo 31 da Lei de Orçamentos nº. 4.625 de 31/12/1922
➢ Fato Gerador do Imposto de Renda
– Definido pelo CTN: Art. 43 da Lei 5.172/66
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– Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:


• Renda: produto do capital, do trabalho ou de ambos;
• Proventos de qualquer natureza (acréscimo patrimonial)
➢ Base Legal do Imposto de Renda
– Regulamento do Imposto de Renda - Decreto nº 9.580 de 22/11/2018
➢ Alíquota:
• Geral: 15%
• Adicional: 10% - a parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00
ficará sujeita a incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de 10%.
➢ Periodicidade de apuração:
• Trimestral:
• Estimativa Mensal:
➢ Prazo de recolhimento: Até o último dia útil do mês subsequente ao encerramento do período de
apuração.

➢ Códigos de Recolhimento – DARF


Enquadramento IRPJ CSLL
Lucro Real – Trimestral 0220 6012
Lucro Real – Estimativa Mensal 2362 2484
Lucro Presumido 2089 2372

2. Regimes Tributários:
Enquadramentos Lucro Real Lucro Presumido Lucro Arbitrado Simples
Período de Apuração Trimestral Anual Trimestral Mensal
Lucro Real Anual – o IRPJ é pago por estimativa

Opção da Forma de Pagamento:


Conforme o art. 229 do RIR - Decreto nº 9.580/2018, a adoção da forma de pagamento do imposto, pelas
pessoas jurídicas, será irretratável para todo o ano-calendário.

III. LUCRO: CONCEITOS CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIOS

1. Lucro Bruto - É apurado, deduzindo-se das receitas líquidas de vendas o custo dos produtos vendidos
ou dos serviços.

2. Lucro Operacional - É o resultado das operações próprias da empresa, compatíveis com seu objetivo
social.

3. Lucro de Exploração:
➢ É o lucro que serve de base para o cálculo de benefícios fiscais de isenção ou redução do IRPJ;
➢ É o lucro contábil antes da provisão para pagamento do imposto de renda, ajustado pela exclusão
dos seguintes valores:
I - a parte das receitas financeiras que exceder das despesas financeiras
II - os rendimentos e prejuízos das participações societárias; e
III - os resultados não operacionais.
➢ Art. 626 do RIR – Decreto nº 9.580/2018

4. Lucro Arbitrado - Lucro arbitrado é uma prerrogativa do Fisco. Este poderá arbitrar o lucro, na forma da
lei, nas hipóteses em que a escrituração contábil e fiscal do contribuinte for desclassificada.

O lucro arbitrado é quando a empresa não tem como apurar a sua receita ou tenha omissão desta,
sendo que existem atualmente duas formas dessa apuração:

Quando a receita é conhecida pelo contribuinte, este poderá efetuar o seu arbitramento, considerando
uma contabilidade irregular e a outra é quando não se conhece a receita é o arbitramento será efetuado de
oficio pelo fisco. Artigos 602 do RIR - Decreto nº 9.580/2018.

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Determinado mediante aplicação sobre o valor da receita bruta, quando conhecido, dos percentuais
fixados para determinação do lucro presumido acrescidos de 20%.
➢ Art. 603 do Decreto nº 9.580 de 2018
➢ Art. 47 da Lei nº. 8.981 de 1995

5. Lucro Presumido - Art. 35 da IN 93/97 e Art. 14 da Lei 9.718/98


➢ É um conceito tributário, onde as empresas ao invés de recolher o IR e a CS pela apuração do lucro
real, ou seja, através da escrituração contábil podem presumir o lucro. Considera, como tal, o
resultado da aplicação de determinado percentual sobre a receita total;
➢ Forma simplificada para determinação da Base de Cálculo, desobrigando os contribuintes, perante o
fisco federal de manter escrituração contábil.
➢ Art. 45 da Lei nº. 8.981/95 dispõe que a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido que, no
decorrer do ano-calendário, mantiver livro Caixa, está dispensada de manter escrituração contábil;
➢ Vale lembrar que a dispensa da escrituração contábil, só serve para fins do imposto de renda. Para
fins da legislação comercial, Lei de falências e concordatas, a empresa é obrigada a manter
escrituração contábil (Livro Diário);
➢ Manifestação com o pagamento da primeira quota do imposto de renda e será definitiva em relação
a todo o ano calendário – Art. 13 § 1º da Lei 9.718/98
➢ Opção anual pelo Lucro Presumido - não pode ser alterada para o Lucro Real;
➢ Art. 591 do RIR – Decreto nº 9.580/2018
➢ Sobre a receita bruta será aplicado um dos seguintes percentuais, de acordo com a atividade da
empresa, para apuração da base de cálculo do imposto trimestral – Art. 3º e 36 da IN 93/97:

6. Lucro Real:
➢ Conforme determina o RIR, é o lucro líquido (contábil) do período-base ajustado pelas adições,
exclusões ou compensações prescritas ou autorizado pela legislação do IR.
➢ É o lucro que serve de base de cálculo para recolhimento do IR e CS. Esse lucro é um resultado
extracontábil e seu controle é feito através do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).
➢ Art. 258 do RIR – Decreto nº 9.580/2018

A Legislação do Imposto de Renda criou diversas formas de recolhimento do IRPJ e a CSLL, e o


Lucro Real é uma delas. O imposto é recolhido pela forma de tributação de Lucro Real Trimestral.

Enquadramento Obrigatório pelo Lucro Real conforme Art.14 Lei 9.718/98 e Art. 258 do RIR – Decreto
nº 9.580/2018:
• Receita Bruta total superior a R$ 78.000.000,00 no ano-calendário anterior;
• Bancos Comerciais, Bancos de Investimentos, Bancos de Desenvolvimento, Caixas Econômicas
Sociedades de Crédito Imobiliário, Corretoras e Distribuidoras de Valores, Arrendamento Mercantil,
Cooperativas de Crédito e Empresas de Seguros Privados e de Capitalização;
• Queiram usufruir, de Benefícios e/ou Incentivos Fiscais;
• Que tenham auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital no exterior;
• Factoring.

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Tópico 2 – Simples Nacional

I. ORIENTAÇÃO PARA PESQUISA PESSOAL


a) Palavras Chaves
Simples Nacional. Supersimples. Tributos.

b) Referências
➢ BRASIL. Lei Complementar nº 123, de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte
➢ BRASIL. Lei Complementar nº 139 de 10 de novembro de 2011
➢ BRASIL. Lei Complementar nº 147 de 7 de agosto de 2014
➢ BRASIL. Lei Complementar nº 155 de 27 de outubro de 2016
➢ OLIVEIRA, Luís Martins de, e outros. Manual de Contabilidade Tributária. 13ª edição, São Paulo:
Editora Atlas, 2014.
➢ PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas,
2017.
➢ Simples Nacional. Legislação disponível em https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/
➢ Tax Contabilidade. Crédito do ICMS sobre aquisições de empresas optantes do Simples Nacional.
Disponível em http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=442

c) Vídeos
➢ Retenção de ISS dos optantes do Simples Nacional a partir de 2018. Autoria: Foco Tributário.
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=mBSur8K8Hng

I. SIMPLES NACIONAL

O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Lei


Complementar nº 123, de 2006, aplicável às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de
01.07.2007.

O art. 12 da referida Lei Complementar define o Simples Nacional como um Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte.

Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições:


• enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;
• cumprir os requisitos previstos na legislação; e
• formalizar a opção pelo Simples Nacional.
Características principais do Regime do Simples Nacional:
• ser facultativo;
• ser irretratável para todo o ano-calendário;
• abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para
a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP);
• recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS;
• disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal
devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário;
• apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais;
• prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido
auferida a receita bruta;
• possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no
PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo
sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município.

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O Simples Nacional, também conhecido como “Supersimples”, é o novo regime unificado de


arrecadação instituído pela Receita Federal especialmente para as micros e pequenas empresas. Abrange
seis impostos federais, além de um estadual (ICMS) e um municipal (ISS). Para aderir ao regime, a empresa
não pode ter quaisquer pendências nos três âmbitos da atividade fiscal, seja com a União, estados ou
municípios.

II. CONCEITOS BÁSICOS:


• Microempreendedor Individual – MEI: a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário,
receita bruta igual ou inferior a R$ 81.000,00);
Recolhimento mensal do DAS ano de 2019
– Comércio e Indústria R$50,90 (R$49,90 de INSS e R$1,00 de ICMS)
– Serviços R$54,90 (R$49,90 de INSS e R$5,00 de ISS
• Microempresa - ME: a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou
inferior a R$ 360.000,00
• Empresa de pequeno porte - EPP: a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita
bruta superior a R$ 360.000,00 e inferior ou igual a R$ 4.800.000,00.

Receita Bruta: o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos
serviços prestados e o resultado nas operações de conta em conta alheia, excluídas as vendas
canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

III. VÍDEOS SOBRE O SIMPLES NACIONAL – RECEITA FEDERAL

A Receita Federal disponibilizou videoaula abordando as Noções Básicas sobre o Simples Nacional e as
alterações trazidas pela Lei Complementar nº 155/2016, como os novos limites de faturamento, a instituição
da tributação progressiva, o fator “r” para as empresas prestadoras de serviços e a entrada, no Simples
Nacional, das atividades de indústrias de bebidas alcoólicas. A videoaula está dividida em sete partes, que
podem ser acessadas clicando nos links abaixo:

Parte 1: Noções básicas do Simples Nacional


link https://www.youtube.com/watch?v=2e_Kl0_TLp4&t=13s
Parte 2: Parcelamentos e Investidores-Anjo – link https://www.youtube.com/watch?v=WcGyjIwltf0
Parte 3: Novos Limites do Simples Nacional em 2018
link https://www.youtube.com/watch?v=8yV1oUfHfsU
Parte 4: Novas Tabelas e Novas Atividades – link https://www.youtube.com/watch?v=grRQEE5T9Ng
Parte 5: Tributação de Serviços no Simples Nacional, Fator “r” e Salões de Beleza –
link https://www.youtube.com/watch?v=hBMnY8ADREc
Parte 6: Novos limites e Ocupações para o Microempreendedor Individual (MEI)
link https://www.youtube.com/watch?v=eJ0ziQ1Dy4Y
Parte 7: Autorregularização, Malhas Fiscais, Combates a Fraudes e Cessão de Mão de Obra
link https://www.youtube.com/watch?v=tjntzxFzqK8

IV. TRANSFERÊNCIAS DE CRÉDITO PARA AS DEMAIS EMPRESAS

• Pis e Cofins
o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 15, de 26 de setembro de 2007

• ICMS de acordo com a tabela / enquadramento


o LC 123/06, com a redação da LC 128/08, passou a admitir dois tipos de crédito: a partir de 1º de
janeiro de 2009
o § 1º do artigo 2º-A da Resolução CGSN 10/2007
o Observação: Na nota fiscal deve conter no campo de informações complementares à seguinte
expressão: “Permite o aproveitamento de crédito do ICMS no valor de R$ ..., correspondente a
alíquota de ...%, nos termos do art. 23 da LC 123”

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Quanto ao IPI
• As aquisições de produtos de estabelecimentos fornecedores optantes pelo Simples Nacional não
ensejam aos adquirentes o direito ao crédito do IPI nas entradas de matérias-primas, produtos
intermediários e materiais de embalagem.
• Base legal: Art. 23 da LC 123/06 e arts. 177, 178, I, e 228 do RIPI/2010

Deverão ser indicadas nas Informações Adicionais do documento fiscal eletrônico as expressões:
“Documento emitido por ME ou EPP optante pelo Simples Nacional; não gera crédito do IPI”

V. CÁLCULO DO FATOR “R” – ANEXO III ou V

Algumas atividades passaram a ser tributadas pelo Anexo III ou V, conforme o resultado do cálculo do
Fator "r". Exemplos: fisioterapia; medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; medicina veterinária.

(*) Atenção: o resultado do cálculo do fator "r' é que determina o Anexo a ser aplicado:
a) Quando o fator "r", que representa o resultado da divisão da massa salarial (salários, pró-labore, FGTS
e contribuição patronal previdenciária) pelo faturamento nos últimos 12 meses, for igual ou superior a
28%, a tributação será na forma do Anexo III da LC 123/06.
b) Quando o fator “r” for inferior a 28%, a tributação será na forma do Anexo V da LC 123/2006

Fator “r” é uma fórmula do Simples Nacional para medir o nível de uso de mão de obra (contratação de
funcionários CLT) de uma empresa.

A fórmula é: Fator “R” = FS12 / RB12,


onde:
FS12 = folha de salários, incluídos encargos, dos 12 meses anteriores ao período de apuração.
RB12 = Receita bruta acumulada dos 12 meses anteriores ao período de apuração

Ou seja, o fator “R” é a porcentagem do faturamento que se destina a gastos com folha de pagamento.
Fator ‘r” > 28% - Anexo III
Fator “r” < 28% - Anexo V

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Tópico 3 – IRPJ e CSLL: Lucro Presumido

I. ORIENTAÇÃO PARA PESQUISA PESSOAL


a) Palavras-chave:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Lucro Presumido. Regimes de Tributação.

b) Referências Bibliográficas:
➢ BRASIL, Decreto nº 9.580 de 22 de novembro de 2018 – Novo Regulamento do Imposto de Renda.
➢ BRASIL. Lei Ordinária nº 12.973/2014 de 13 de maio de 2014 - Altera a legislação tributária federal
relativa ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS.
➢ BRASIL, Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 1.700 de 16 de março de 2017.
➢ DOMINGUES PINTO, João Roberto. Imposto de Renda: Contribuições Administradas pela
Secretaria da Receita Federal e Sistema Simples. 20ª edição, Brasília: Conselho Federal de
Contabilidade, 2012.
➢ OLIVEIRA, Luís Martins de, e outros. Manual de Contabilidade Tributária. 13ª edição, São Paulo:
Editora Atlas, 2014.
➢ PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas,
2017.

c) Links Interessantes:
➢ www.receita.fazenda.gov.br – site da Receita Federal do Brasil
➢ www.crcsp.org.br/portal_novo/webtv.asp - site do Conselho Regional de Contabilidade
➢ Canal IFRS 07 - Tributos sobre lucro - TVCRCSãoPaulo -
http://www.youtube.com/watch?v=_mKp8gm_YwQ

II. LUCRO PRESUMIDO


Forma simplificada para determinação da Base de Cálculo, desobrigando os contribuintes, perante o
fisco federal de manter escrituração contábil.

Atenção!!! - De acordo com o art. 1179 do CC todas as empresas, inclusive as Micro e Pequenas
Empresas optantes no Simples Nacional são obrigadas a manter a escrituração contábil.

O Lucro Presumido de um modo geral é determinado mediante a aplicação do percentual de 8%


sobre o valor da receita bruta mensal. Existem outros percentuais para atividades específicas (Lei nº.
9.249/95).
Percentuais de presunção do Lucro Presumido
Atividades BC - IRPJ BC - CSLL
Revenda de combustíveis 1,6% 12%
Operações mercantis 8% 12%
Serviços hospitalares 8% 12%
Transportes de cargas 8% 12%
Transportes em geral 16% 12%
Prestação de Serviços até R$ 120 mil/ano – menos as profissões
regulamentadas 16% 32%
Intermediação de negócios, administração e locação de bens móveis e
imóveis. 32% 32%
Prestação de serviços em geral 32% 32%
Construção por empreitada quando houver emprego unicamente de mão-de-
obra (sem emprego de materiais) 32% 32%

A base de cálculo do imposto de renda será determinada mediante a aplicação de percentuais


fixados no art. 15 da Lei 9.249/95, de acordo com a atividade da empresa, sobre a receita bruta auferida,
sendo o resultado acrescido de outras receitas, rendimentos e ganhos de capital de que trata o art. 32 da Lei
nº. 8.981/95, entre eles o ganho de capital na alienação de bens do ativo imobilizado.

Regra geral a alíquota do Imposto de Renda é de 15% e a Contribuição Social é de 9%. Entretanto,
o § 1º do art. 3º da Lei nº. 9.249/95 com nova redação dada pelo art. 4º da Lei nº. 9.430/96, dispõe que a

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parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00
pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional do imposto de
renda à alíquota de 10%.

De acordo com o art. 587 do RIR – Decreto nº 9.580/2018, poderá optar pelo regime de tributação
com base no lucro presumido a pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido
igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses
de atividade no ano-calendário anterior quando inferior a 12 meses.

A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido deverá manter (Art. 600 do RIR/2018):
➢ escrituração contábil nos termos da legislação comercial;
➢ Livro Registro de Inventário, do qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do
ano-calendário; e
➢ em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações
que lhes sejam pertinentes, os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica e os
documentos e os demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.
Parágrafo único. O disposto no inciso I do caput não se aplica à pessoa jurídica que, no decorrer do ano-
calendário, mantiver livro-caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive
bancária

Outras Receitas e Ganhos de Capital serão acrescidos à base de cálculo, e tributados direto em 15%
Art. 595. Os ganhos de capital, os rendimentos e os ganhos líquidos auferidos em aplicações
financeiras, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo disposto
nos art. 591 e art. 592, os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput
do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, e os demais valores determinados neste Regulamento serão acrescidos
à base de cálculo de que trata este Título, para fins de incidência do imposto sobre a renda e do adicional,
observado o disposto nos art. 238, art. 239 e no § 3º do art. 249, quando for o caso

Exemplos:
➢ juros recebidos;
➢ descontos obtidos;
➢ variações monetárias ativas;
➢ ganhos de capital na alienação de bens e direitos;
➢ rendimentos de aplicações financeiras – renda fixa e variável;
➢ juros recebidos sobre o patrimônio líquido (JCP);
➢ receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exercer esta atividade;
➢ qualquer outra receita não relacionada com a atividade principal da empresa

Deduções do Imposto a Pagar – Art. 38 § 2º da IN 93/97


➢ Imposto de renda retido na fonte;
➢ Imposto pago no exterior sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital;
➢ Imposto de renda retido na fonte por órgão público;
➢ Imposto sobre renda variável.

Exemplo:
Lucro Tributável (trimestral) no valor de R$150.000,00
Cálculo do IRPJ:
IR alíquota de 15% x R$150.000,00 = R$ 22.500,00
Adicional de 10% sobre (150.000 – 60.000) R$ 9.000,00
Total do IRPJ a Recolher pela empresa R$ 31.500,00
Cálculo da CSLL:
CSLL alíquota de 9% x R$150.000,00 = R$ 13.500,00
Total de tributos a recolher R$ 45.000,00

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III. ATIVIDADES
1. EXERCÍCIO
Observe os dados abaixo:
Admita-se que, no trimestre de jan/fev/mar de 2019, uma empresa, com atividades diversificadas de
comercialização e serviços de intermediação de negócios, optante pela tributação com base no lucro
presumido, sejam apurados os seguintes valores:
Em Reais
Receita de venda de mercadorias 555.000,00
Receita de serviços de comissões 160.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do Ativo não Circulante 7.400,00
Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa 2.600,00

Com base nos dados acima calcule: o valor do Imposto de Renda, da Contribuição Social, do PIS e da
COFINS a Recolher.

2. EXERCÍCIO
Observe os dados abaixo:
Admita-se que, no trimestre de jan/fev/mar de 2019, uma empresa, optante pela tributação com base no lucro
presumido, sejam apurados os seguintes valores:
Em Reais
Receita de venda de mercadorias 700.000,00
Receita de Prestação de Serviços 50.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do Ativo não Circulante 16.000,00
Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa 4.000,00

Com base nos dados acima calcule: o valor do Imposto de Renda, da Contribuição Social, do PIS e da
COFINS a Recolher.

3. EXERCÍCIO
A Empresa IOTA Comercial e Serviços em Assessoria Mercadológica Ltda. recolhe seus tributos com base
no lucro presumido. Abaixo os dados acumulados do trimestre de janeiro, fevereiro e março de 2019 para
efeito de base de cálculo:
Em Reais
Receita de Venda Mercado Interno 100.000,00
Receita de Venda Mercado Externo 20.000,00
Receita de Serviços 30.000,00
Rendimento de Aplicação Financeira 5.000,00
Juros recebidos 10.000,00
Variação Cambial Ativa 5.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do Ativo não Circulante 15.000,00

Com base nos dados acima calcule: o valor do Imposto de Renda, da Contribuição Social, do PIS e da
COFINS a Recolher.

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Tópico 4 – IRPJ e CSLL: Lucro Real

I. ORIENTAÇÃO PARA PESQUISA PESSOAL


a) Palavras-chave:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Lucro Real. Regimes de Tributação.

b) Referências Bibliográficas:
➢ BRASIL, Decreto nº 9.580 de 22 de novembro de 2018 – Novo Regulamento do Imposto de Renda
➢ BRASIL. Lei Ordinária nº 12.973/2014 de 13 de maio de 2014 - Altera a legislação tributária federal
relativa ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS.
➢ BRASIL, Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 1.700 de 16 de março de 2017.
➢ CREPALDI, Silvio Aparecido. Planejamento Tributário Teoria e Prática. 1ª edição, São Paulo :
Editora Saraiva, 2012
➢ DOMINGUES PINTO, João Roberto. Imposto de Renda: Contribuições Administradas pela
Secretaria da Receita Federal e Sistema Simples. 20ª edição, Brasília: Conselho Federal de
Contabilidade, 2012.
➢ OLIVEIRA, Gustavo Pedro. Contabilidade Tributária. 1ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
➢ OLIVEIRA, Luís Martins de, e outros. Manual de Contabilidade Tributária. 13ª edição, São Paulo:
Editora Atlas, 2014.
➢ PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas,
2017.

c) Link Interessante:
➢ www.crcsp.org.br/portal_novo/webtv.asp - site do Conselho Regional de Contabilidade
d) Vídeo Recomendado:
➢ Palestra sobre a Lei nº 12.973 - Prof. Paulo Henrique Pêgas. Disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=qgB0vPtHRVo (1h09m26s)
➢ Como executar o controle de saldos do LaLur na ECF? - Mauro Negruni. Disponível em
http://www.mauronegruni.com.br/2015/01/19/como-executar-o-controle-de-saldos-lalur-na-ecf/

II. IRPJ - LUCRO REAL


Conceito - Lucro Líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou
autorizadas pela legislação.

Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:


➢ Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito
milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses;
➢ Sejam instituições financeiras;
➢ Com lucro, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior;
➢ Que tenham benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto;
➢ Que tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa no decorrer do ano-calendário;
➢ factoring.

1. Alíquota:
Geral: 15%;
Adicional: 10%;
A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 ficará sujeita a
incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de 10% (dez por cento).

2. Periodicidade de apuração:
• Trimestral: As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, deverão
efetuar apuração trimestral com períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro
e 31 de dezembro de cada ano calendário.
• Estimativa mensal: A pessoa jurídica, tributada com base no lucro real, poderá optar por efetuar o
pagamento e apuração do imposto com base em estimativa mensal, mediante a aplicação, sobre a
receita bruta auferida mensalmente, dos mesmos percentuais utilizados para o lucro presumido.
➢ Manifestação com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro, ou início da
atividade.

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3. Prazo de recolhimento:
3.1. Apuração trimestral: será pago em cota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do
encerramento do período de apuração.

O contribuinte poderá optar pelo pagamento parcelado em até (03) três cotas mensais, iguais e
sucessivas de acordo com a seguinte tabela:

Encerramento do período Pagamentos


de apuração em: (último dia útil de:)
31 de março abril, maio e junho
30 de junho Julho, agosto e setembro
30 de setembro outubro, novembro e dezembro
31 de dezembro Janeiro, fevereiro e março
• Nenhuma cota poderá ter valor inferior à de R$ 1.000,00 (mil reais).
• As cotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada
mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do
encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e
de 1% no mês do pagamento.

Entre as vantagens e desvantagens do sistema do lucro real trimestral, podemos destacar as seguintes:
• Vantagens
Paga os tributos e contribuições trimestralmente;
• Desvantagens
a. Apurando valor maior que o estimado terá que recolher o apurado através do balanço trimestral, pois
esta foi à opção da empresa;
b. É obrigatória a transcrição do balanço ou balancete trimestral no livro Diário e a apuração do Lucro
Real no livro LALUR, trimestralmente;
c. Escrituração do livro Registro de Inventário, trimestralmente;
d. Limitação de 30% do lucro no período, referente ao prejuízo do trimestre anterior, recolhendo os
tributos e contribuições sobre o restante dos 70% do lucro remanescente.
Opção
Somente é vantagem à opção pelo regime do balanço trimestral, no caso em que a margem de lucro for
sempre menor que os percentuais da estimativa e não haja previsão de prejuízo.
3.2. Apuração mensal: até o último dia útil do mês subsequente àquele a que se referir:

Saldo do imposto apurado ao balanço anual receberá o seguinte tratamento (art. 21 IN 93/97):
• Se positivo, deverá ser pago em cota única até o último dia útil do mês de março do ano-calendário
subsequente. O saldo do IRPJ e/ou CSLL a pagar será acrescido de juros calculados à taxa SELIC
a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do
pagamento;
• Se negativo, poderá ser compensado a partir de janeiro, ressalvada a alternativa de pedido de
restituição, podendo ser acrescido os juros de acordo com a taxa SELIC acumulada de janeiro até
o mês anterior ao da compensação ou restituição, e de 1% (AD SRF nº 3 de 2000).

4. Prejuízo Fiscal
Prejuízo fiscal é simplesmente o "lucro real negativo" de um determinado período, trimestral ou anual e
que a PJ poderá compensar com até 30% do "lucro real positivo" de períodos subsequentes.
 A compensação de Prejuízos Fiscais está limitada a 30% do Lucro Real apurado;
 Não é possível compensar prejuízos fiscais no cálculo mensal da estimativa;
 A empresa, que alterar sua sistemática de tributação para o Lucro Presumido, poderá futuramente ao
retornar para o Lucro Real, compensar prejuízos fiscais apurados em períodos-base anteriores;
 Ocorrendo cumulativamente mudança de controle societário e alteração do ramo de atividade, perde-
se o direito de compensar prejuízos fiscais acumulados.

5. Livro de Apuração do Lucro Real – eLALUR


• Objetivos do LALUR
– Apurar a base de cálculo para fins de tributação do IRPJ;
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– Distinguir a escrituração comercial (lucro contábil) da escrituração fiscal (lucro real) para fins
tributários
• Base Legal:
– Instituído pelo Art. 8º do Decreto Lei nº. 1.598 de 26/12/1977 e alterada pela Lei nº 12.973/14;
– LALUR eletrônico ou e-Lalur na Escrituração Contábil Fiscal (ECF) – IN RFB nº 1.422/13
• Composição do LALUR
– Dividido em duas partes: A e B

➢ Estão obrigadas à escrituração do e-LALUR todas as Pessoas Jurídicas contribuintes do Imposto de


Renda com base no lucro real.
➢ A falta de escrituração do eLALUR é considerada como não apoiada em leis comerciais e fiscais,
podendo ser motivo de arbitramento do lucro pela Receita Federal.
➢ Deverá ser escriturada na parte “A” do LALUR a apuração do lucro real, demonstrando o lucro contábil
as adições, exclusões e compensações.
➢ A apuração do Lucro Real será feita através da escrituração dos ajustes no Lucro Contábil,
escriturando a parte “A” e “B” do livro LALUR.

Parte A
• Destinado aos lançamentos de ajustes ao lucro líquido do período base de apuração para apuração
do lucro real
• Registram as demonstrações do Lucro Real mediante as adições, exclusões e compensações de
prejuízos fiscais.

Adições
➢ São despesas contabilizadas, mas não aceitas pelo fisco e receitas não contabilizadas, mas exigidas
imediatamente pelo Fisco.

Exclusões
➢ São receitas contabilizadas, mas não exigidas pelo Fisco e despesas não contabilizadas, mas aceitas
pelo Fisco.

Principais Adições
 Multas por infrações fiscais
 Provisões indedutíveis
 Contribuições e doações não dedutíveis
 Gratificações à diretoria
 Resultado negativo da equivalência patrimonial

Principais Exclusões
 Resultado positivo da equivalência patrimonial
 Reversões de provisões não dedutíveis
 Incentivos fiscais
 Depreciação acelerada incentivada

Parte B
• Destinado a controlar os valores que influenciarão na determinação do lucro real de períodos-base
futuros e não constem da escrituração comercial.

6. Despesas Dedutíveis
As despesas serão dedutíveis na apuração do Lucro Real no momento em que forem incorridas ou pagas
(Princípio da Competência) e quando:
➢ Necessárias para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da pessoa
jurídica;
➢ Usuais ou Normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa;
➢ Comprovadas por meio de documentação idônea

7. Provisões Dedutíveis e não Dedutíveis


Provisões são expectativas de obrigações ou de perdas de ativos resultantes da aplicação do princípio
contábil da Prudência. São efetuadas com o objetivo de apropriar no resultado de um período de
apuração, segundo o regime de competência, custos ou despesas que provável ou certamente ocorrerão
no futuro.

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Exemplos:
➢ Perdas estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa;
➢ Provisão para Ajuste a Valor de Mercado e para perdas por Impairment;
➢ Provisão para Gratificações de Empregados;
➢ Provisão para Gratificações de Administradores;
➢ Provisão para Contingências;
➢ Provisão para Licença-Prêmio;

Até o advento do Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos


Contingentes, as provisões de férias, e respectivos encargos sociais, eram tratadas como simples
provisões, sendo, portanto, contabilizadas no Passivo Circulante (PC), como exigibilidades, mais
especificamente nas contas "Provisão p/ Férias", "INSS s/ Provisão de Férias" e "FGTS s/ Provisão de
Férias".
Com a publicação desse Pronunciamento, as férias dos empregados passaram a se enquadrar no
conceito de passivos derivados de apropriações por competência (accruals) e, como tais,
começaram a ser contabilizados. Assim, não há mais que se falar em "provisionar férias", mas sim em
"pagar férias". Exemplo: Utilizar a conta "Férias a Pagar" ao invés de "Provisão para Férias".
http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=30

Provisões Indedutíveis
➢ São constituídas para atender aos Princípios de Contabilidade, Resolução CFC 1282/2010 - Princípio
da Prudência;
➢ Serão adicionadas na Parte “A” do LALUR, para fins de determinação do Lucro Real;
➢ Valor adicionado deverá ser controlado na Parte “B” do LALUR;
➢ Período seguinte ao da constituição será feita a reversão, baixando na Parte “B” e lançando como
exclusão na parte “A”.

Observação:
Além daquelas expressamente previstas na legislação do imposto de renda (Lei n o 9.249, de 1995, art.
13, I, e Lei n o 9.430, de 1996, art. 14), a pessoa jurídica poderá continuar a constituir contabilmente as
provisões que entenda serem necessárias à sua atividade ou aos seus interesses sociais. Todavia, na
hipótese de a provisão constituída na contabilidade ser considerada indedutível para fins da legislação do
imposto de renda, a pessoa jurídica deverá efetuar no Lalur - “parte A” a adição do respectivo valor ao
lucro líquido do período, para a apuração do lucro real. No período em que a provisão for revertida
contabilmente, ela poderá ser excluída do lucro líquido para fins de determinação do lucro real.

8. Perdas no Recebimento de Créditos – Art. 71 a IN 1700/17


Critério Condição Exigida
Declaração de Insolvência do Devedor Sentença emanada pelo Poder Judiciário
Créditos sem Garantia:
Até R$ 5.000,00 por operação Vencidos há mais de 6 meses
Vencidos há mais de 1 ano e mantida a cobrança
Entre R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00 por operação administrativa por 5 anos
Vencidos há mais de 1 ano e mantida a cobrança judicial
Acima de R$ 30.000,00 por operação por 5 anos
Vencidos há mais de 2 anos e mantida a cobrança judicial
Créditos com garantia por 5 anos
Abrange, no caso de concordata, somente a parcela
Falência ou Concordata que exceder ao compromisso assumido pelo devedor

Os registros contábeis das perdas dedutíveis serão efetuados a Débito da conta de resultado e a Crédito:
➢ Da conta que registra o crédito em se tratando de crédito sem garantia e de valor até R$ 5.000,00;
➢ Da conta redutora do crédito, nas demais hipóteses.
Exemplo de Contabilização:
DÉBITO Perdas no Recebimento de Créditos (Despesas Operacionais com Vendas)
CRÉDITO Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

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Contabilização da Constituição da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa:


Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa (Despesas
DÉBITO
Operacionais com Vendas)
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (redutora do Ativo
CRÉDITO
Circulante)
Aspectos Tributários Adição na parte “A” do LALUR e controle na parte “B”

Reversão da Provisão:
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (redutora do Ativo
DÉBITO
Circulante)
CRÉDITO Outras Receitas Operacionais
Exclusão na parte “A” do LALUR e conseqüentemente sua baixa na parte
Aspectos Tributários
“B”

III. BALANCETE DE SUSPENSÃO OU REDUÇÃO DO IMPOSTO

A empresa que estiver recolhendo no regime da estimativa poderá suspender ou reduzir o pagamento do
imposto de renda e da contribuição social, devidos em cada mês, desde que demonstre através de balanços
ou balancetes que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional (art. 2º da Lei
9430/96) da seguinte forma:

• Redução do Imposto - A redução ocorre quando a empresa, em um determinado mês, demonstra que
o valor apurado do imposto menos o valor já pago durante o período acumulado é inferior ao cálculo pela
estimativa como base na receita;
• Suspensão do Imposto – A suspensão do recolhimento do imposto ocorre quando a empresa demonstra
através de balancete que em um determinado mês, o resultado acumulado de janeiro até esse mês,
resultou em prejuízo fiscal, inexistindo imposto a pagar

Base Legal: Instrução Normativa RFB nº 1515 de 24/11/2014 (artigos 10 a 12)


Observações:
• § 4º do art. 12 - O balanço ou balancete, para efeito de determinação do resultado do período em curso,
será:
a) levantado com observância das disposições contidas nas leis comerciais e fiscais;
b) transcrito no livro Diário ou no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) de que trata o inciso I do caput
do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, até a data fixada para pagamento do
imposto do respectivo mês.
• § 5º do art. 12 - A transcrição de que trata a alínea “b” do § 4º será dispensada no caso em que o
contribuinte tiver apresentado a Escrituração Contábil Digital (ECD), nos termos da Instrução Normativa
RFB nº 1.420, de 19 de dezembro de 2013.

IV. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL


1. Base de Cálculo - Lucro líquido do exercício, ajustado, antes da provisão para o Imposto de Renda.
 No caso das pessoas jurídicas que houverem optado pelo pagamento do imposto de renda por
estimativa, a base de cálculo da contribuição, é o valor correspondente a 12% da receita bruta mensal,
acrescido dos demais resultados e ganhos de capital.
 Os mencionados ajustes ao resultado contábil não devem ser confundidos com aqueles procedidos
no LALUR para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ. Desse modo, pode ocorrer de a
base de cálculo da CSLL resultar positiva e a empresa verificar prejuízo fiscal no LALUR, ou, ao
contrário, ser apurada base de cálculo negativa da CSLL e lucro real no LALUR.
 Serão feitos ajustes na base de cálculo de acordo com a IN nº. 390 de 30.01.2004.

2. Alíquota – IN nº. 810 da RFB do dia 22/01/08:


 15% Pessoas Jurídicas de Seguros Privados, as de Capitalização e as demais Instituições
Financeiras.
 9% no caso das demais Pessoas Jurídicas

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3. Periodicidade de apuração da CSLL: Mensal ou Trimestral.

4. Prazo de recolhimento: Prazo e sistemática de recolhimento idêntico ao do Imposto de Renda das


Pessoas Jurídicas.
Acréscimo na Base de Cálculo na apuração da CSLL (art. 30 e 56 da Lei 9.430/96):
 Ganho de Capital;
 Rendimento de Aplicação Financeira (Renda Fixa e Variável);
 Demais receitas não operacionais.

5. Contribuintes Obrigados
 Todas as pessoas jurídicas domiciliadas no País;
 Aquelas que lhes são equiparadas pela legislação tributária;
 Exceção das entidades isenta.

6. Indedutibilidade da CSLL
O valor da CSLL não pode ser deduzido para efeito de determinação do lucro real e de sua própria base
de cálculo. Portanto, a CSLL deve ser calculada sobre o resultado contábil ajustado, antes de computado
o valor da própria contribuição, ANTES da Provisão para o Imposto de Renda e DEPOIS DE deduzidas,
quando for o caso, as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias
e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.

7. Base Negativa
 Não caberá compensação de base negativa no decorrer do ano calendário.
 A base negativa de períodos anteriores poderá ser compensada com Balanço ou Balancetes de
Suspensão ou Redução, limitado a 30% da base real;
 Não caberá compensação de base negativa na apuração da Contribuição Social, apurada pelo Lucro
Presumido.

Códigos do DARF
Enquadramento IRPJ C. Social
Lucro Real – Trimestral 0220 6012
Lucro Real - Estimativa Mensal 2362 2484
Lucro Presumido 2089 2372

V. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL – ECF (parte do projeto do Sistema Público de Escrituração Digital –
SPED).

A ECF, foi criada pela Instrução Normativa RFB n° 1.422/2013, em substituição a EFD-IRPJ, com
obrigatoriedade para todas as empresas tributadas pelo lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado, a partir de
ano-calendário 2014 e data limite para entrega em julho de 2015.

A entrega do ECF dispensará as pessoas jurídicas da elaboração do Lalur e da DIPJ, segundo previsto na
Instrução Normativa RFB n° 1.422/2013, Art. 5° As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos
ocorridos a partir de 1° de janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) e da
entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ).

Obrigatoriedade
A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar
a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz.

No caso de pessoas jurídicas que foram sócias ostensivas de Sociedades em Conta de Participação (SCP), a
ECF deverá ser transmitida separadamente, para cada SCP, além da transmissão da ECF da sócia ostensiva.

A obrigatoriedade a que se refere este artigo não se aplica:


I - às pessoas jurídicas optantes Simples Nacional, de que trata a Lei Complementar n° 123, de 14 de
dezembro de 2006;
II - aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas; e
III - às pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Normativa RFB n° 1.306/2012.

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VI. ATIVIDADES
1. EXERCÍCIO
A empresa Tuani Indústria de Peças S.A. recolhe normalmente seus tributos com base no regime de
tributação do lucro presumido. Abaixo os dados referentes ao período de outubro a dezembro/2018 extraídos
da contabilidade para efeito de planejamento tributário.
Dados Valores
Venda Mercado Interno 100.000
Venda Mercado Externo 20.000
Venda de Serviços 30.000
Renda com Aplicação Financeira 5.000
Juros Ativos 1.000
Ganho de Capital na alienação de imobilizado 1.500
As compras foram no valor total de R$ 84.192,00. Calcular o Custo das mercadorias vendidas de
acordo com o regime de tributação da empresa.
Despesas operacionais 35.000
Gratificações à diretoria 3.500

Pede-se:
1. Calcule os seguintes tributos com base no Lucro Presumido e elabore uma Demonstração de Resultado
a) ICMS sobre vendas – alíquota 18%
b) ISS sobre serviços – alíquota de 3%
c) PIS – alíquota de 0,65%
d) COFINS – alíquota de 3,0%
e) IRPJ – alíquota 15% - presunção de 8% para vendas e de 32% para serviços
f) CSLL – alíquota de 9% - presunção de 12% para vendas e de 32% para serviços.

2. Calcule os seguintes tributos com base no Lucro Real e elabore uma Demonstração de Resultado
a) ICMS, PIS e COFINS sobre as compras brutas.
b) ICMS sobre vendas – alíquota 18%
c) ISS sobre serviços – alíquota de 3%
d) PIS sobre a receita– alíquota de 1,65%
e) COFINS sobre a receita– alíquota de 7,6%
f) O IRPJ e a CSLL com base no Lucro Real

3. Visando uma diminuição da carga tributária, em sua opinião, qual a forma de tributação que a empresa
deve optar se permanecer a mesma estrutura de receitas e despesas? Justifique demonstrando sua
resposta com uma planilha comparando todos os tributos apurados.

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2. EXERCÍCIO
A empresa PSI Comercial e Prestadora de Serviços em Assessoria Mercadológica Ltda. recolhe os seus
tributos por estimativa. Abaixo dados acumulados do mês de março de 2019:
Dados Em Reais
Venda de mercadorias - mercado interno 400.000,00
Venda de mercadorias - mercado externo 150.000,00
Venda de Serviços - (IRRF de 1,5% conforme Art. 647 do RIR) 100.000,00
Rendimento com aplicação financeira de renda fixa - (IRRF 22,5% = R$ 2.250) 10.000,00
Juros ativos recebidos 3.000,00
Descontos obtidos 4.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens e direitos do Ativo não Circulante 8.000,00
Variação cambial sobre créditos no exterior 9.000,00

Pede-se:
a) O valor do Imposto de Renda, da Contribuição Social, do PIS e da COFINS a Recolher;
b) Considere que a empresa teve retenção de tributos conforme a Lei 13.137 de 19 de junho de 2015;
c) Lançamentos contábeis referentes a todos os tributos.

3. EXERCÍCIO
A Cia. ABC Indústria de Produtos de Higiene Pessoal Ltda. apresentou os seguintes dados referentes à
apuração do seu lucro real anual referente ao exercício findo em 31.12.2018: Demonstre todos os cálculos
elaborando o LALUR.
Valores em R$
Prejuízo do Exercício (420.000)
Resultado Negativo em Investimentos avaliados pela Equivalência 180.000
Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa 400.000
Brindes e doações indedutíveis 60.000
Multas por auto de infração 50.000
Receita de dividendos de investimentos avaliados pelo método de Custo 38.000
Despesas sem comprovação 97.000
Reversão de provisões não dedutíveis 72.000
Pede-se:
1. Com base nos dados apresentados na DRE, elabore o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR.
2. De acordo com o LALUR, qual o resultado apresentado pela empresa antes de calculado as compensações
de prejuízos dos períodos anteriores?
3. Considerando um prejuízo fiscal a compensar lançado na parte B do LALUR no valor de R$ 80.000 de
períodos anteriores, a sua base tributável passa a ser sobre:
4. O valor do Imposto de Renda total calculado sobre a base tributável após a compensação de prejuízos fiscais
é de:
5. O valor de redução do imposto como incentivo fiscal de 1% do imposto devido, a título de doação ao fundo
dos direitos da criança e do adolescente é de:
6. Apure o valor a pagar da CSLL, considerando que a empresa tenha “Base de Cálculo Negativa” a compensar
no valor de R$ 80.000 de períodos anteriores:

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4. EXERCÍCIO
A Companhia Industrial e Serviços FAAB Ltda., iniciou suas atividades no dia 1º de março de 2019. As contas
contábeis até o dia 20 do mesmo mês apresentaram os seguintes saldos:
Contas devedoras Contas credoras
Bancos Conta Movimento 6.540 Fornecedores 16.528
Clientes 27.548 Empréstimos Bancários 2.500
Estoque de Mercadorias 2.952 Contas a pagar 650
IPI a recuperar 1.223 IPI a recolher 1.500
ICMS a recuperar 4.401 ICMS a recolher 5.400
COFINS a recuperar 1.858 COFINS a recolher 2.280
PIS a recuperar 403 PIS a Recolher 495
Ações de Outras Empresas 900 Financiamentos a pagar em 2018 2.000
Equipamentos 6.200 Capital Social 20.462
Custo das Mercadorias Vendidas 14.835 Receita com Vendas 30.000
ICMS sobre Vendas 5.400
COFINS sobre Faturamento 2.280
PIS sobre Faturamento 495
Despesa com Salários 4.370
Despesa com Manutenção 1.540
Despesa com Comissões s/Vendas 870
81.815 81.815

Dados:
 O saldo da conta estoque estava constituído com 120 unidades ao custo médio de $ 24,60
 A empresa é contribuinte do ICMS, do IPI e do ISS.
 A alíquota do IPI na compra e na venda é de 5%
 A alíquota do ISS sobre prestação de serviços é de 2%
 O regime de tributação do IRPJ e da CSLL é o Lucro Real Trimestral
 No Lucro Real a alíquota do PIS é 1,65% e da COFINS - 7,6%

A empresa realizou outras operações durante o mês conforme segue:


25. Comprou 500 unidades de mercadorias a prazo no valor de $ 15.000 mais IPI de $ 750. O ICMS de
18% está incluso na nota fiscal;
26. Vendeu 400 unidades de mercadorias a prazo no valor de $ 27.000 mais IPI de $ 1.350. O ICMS de
12% (RJ) está destacado na nota fiscal;
27. Prestou serviços no mês no total de $ 12.000 e recebidos à vista. O tomador de serviços fez a retenção
do ISS.
28. Pagou uma guia de auto de infração da Secretaria da Fazenda do Estado no valor de $ 1.480

Pede-se:
a) Fazer os lançamentos das operações nos razonetes;
b) Apurar o custo dos produtos vendidos pelo custo médio;
c) Calcular e contabilizar todos os tributos;
d) Escriturar o Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR
e) Apurar o resultado, elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial de
forma completa.
f) Visando uma diminuição da carga tributária, em sua opinião, qual a forma de tributação que a empresa
deve optar se permanecer a mesma estrutura de receitas e despesas? Justifique demonstrando sua
resposta.

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5. EXERCÍCIO
A empresa Thainan Indústria de Plásticos S.A. apresentou a sua Demonstração do Resultado referente ao
exercício findo em 31.12.2018:
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita Bruta com Vendas 3.610.000
(-) Deduções da Receita Bruta -983.725
Receita Operacional Líquida 2.626.275
(-) Custo dos Produtos Vendidos -1.181.824
Lucro Bruto 1.444.451
(-) Despesas Operacionais
Comerciais
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa -186.000
Administrativas
Salários e Encargos Sociais -180.500
Manutenção -361.000
Gratificações à diretoria -68.000
Brindes e doações -17.000
Multas por auto de infração -25.000
Restaurante - PAT -7.960
Despesas Financeiras -7.291
Receitas Financeiras 42.300
Perdas por redução de estoques ao valor de mercado -34.000
Reversão de provisões não dedutíveis 138.000
Resultado da Equivalência Patrimonial 21.300
Lucro Líquido antes do IR e da CS 759.300

Observações referentes à apuração do seu lucro real anual:


a) A empresa tem um prejuízo fiscal a compensar lançado na parte B do LALUR de R$ 260.000,00 de
períodos anteriores.
b) A empresa tem benefício de redução do imposto com o incentivo fiscal de 1% do imposto devido, a
título de doação ao fundo dos direitos da criança e do adolescente.
c) A empresa tem um registro junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para benefício do PAT
- Programa de Alimentação ao Trabalhador. Portanto, possui o benefício de redução do IRPJ na
alíquota base como incentivo fiscal. Neste período foi contabilizado o valor de R$ 7.960,00 em
despesas operacionais correspondentes a 4.000 refeições no valor de R$ 1,99 cada.
d) A empresa tem registrado em seus controles uma “base de cálculo negativa da contribuição social a
compensar” no valor de R$ 222.000,00 correspondentes a períodos anteriores.

Pede-se:
1. Com base nos dados apresentados na DRE, elabore o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR.
2. De acordo com o LALUR, qual o resultado apresentado pela empresa antes de calculado as
compensações de prejuízos dos períodos anteriores?
3. Considerando um prejuízo fiscal a compensar lançado na parte B do LALUR de períodos anteriores
conforme os dados acima, a sua base tributável passa a ser sobre?
4. O valor do Imposto de Renda total calculado sobre a base tributável após a compensação de prejuízos
fiscais é de?
5. Qual o valor a pagar da CSLL, depois de deduzidas as compensações da “Base de cálculo negativa”
de períodos anteriores?
6. Demonstre através de um quadro, o valor dos incentivos fiscais para o Fundo dos Direitos da Criança
e do Adolescente e do PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador, que reduzirá o imposto de
renda a pagar.
7. Visando uma diminuição da carga tributária, em sua opinião, qual a forma de tributação que a empresa
deve optar para o próximo ano se permanecer a mesma estrutura de receitas e despesas? Demonstre
sua resposta, calculando e comparando o valor do IRPJ e da CSLL de acordo com outras formas
admitidas pela Legislação vigente.

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6. EXERCÍCIO

A seguir dados extraídos da contabilidade com data de 31/03/2019 da empresa FAAB S.A. Comercial e
Serviços em Assessoria Mercadológica (resultado trimestral):
Dados para apurar o resultado
Receita de Vendas no Mercado Interno 800.000,00
Receita de Prestação de Serviços 100.000,00
Ganho de Capital na Alienação do Imobilizado 2.000,00
Juros Ativos 1.000,00
Variação Cambial Passiva 1.800,00
Variação Cambial Ativa 1.200,00
Rendimento de Aplicação de Renda Fixa 10.000,00
Juros sobre Capital Próprio auferido 2.000,00
Despesas Administrativas 78.450,00
Despesas de Restaurante – PAT – a empresa forneceu 6.850 refeições ao custo total de
8.200,00 e descontou dos funcionários 1.000,00 – gasto assumido 7.200,00
Multas de Autos de Infração 1.200,00
Doações para o fundo dos direitos da criança e do adolescente 1.850,00
Despesas Comerciais 55.920,00
Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa 8.320,00
Resultado positivo da Equivalência Patrimonial 20.270,00
Gratificações a Dirigentes 24.500,00
Reversão das provisões do período anterior de PCLD 7.230,00

Outras informações
• As compras de mercadorias dentro do estado e revendidas no período totalizaram o valor de
R$510.000,00.
IRPJ - Prejuízo Fiscal de períodos anteriores 79.200,00
CSLL - Base de Cálculo Negativa de períodos anteriores 79.200,00

Pede-se:
1. Calcular o ICMS sobre o faturamento do período - alíquota de 18%;
2. Calcular o ISS sobre o faturamento do período - alíquota de 3%;
3. Calcular o PIS do período no Lucro Real com às seguintes alíquotas:
• 1,65% sobre faturamento e os Juros sobre Capital Próprio auferido;
• 0,65% sobre as Receitas Financeiras
4. Calcular a COFINS do período no Lucro Real:
• 7,6% sobre faturamento e os Juros sobre Capital Próprio auferido;
• 4,0% sobre as Receitas Financeiras
5. Calcular o Custo das Mercadorias Vendidas no período;
6. Apurar o resultado e elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício;
7. Escriturar o LALUR e calcular o Imposto de Renda pelo Lucro Real;
8. Escriturar um Livro de Apuração da Contribuição Social, adotando a mesma metodologia do LALUR e
calcular a Contribuição Social – veja a IN da SRF nº. 390 de 30.01.2004;
9. Calcular o valor de 1% do imposto devido a título de doação ao fundo dos direitos da criança e do
adolescente;
10. Faça os lançamentos contábeis referentes à apuração dos tributos;
11. Com base no exposto, calcule o valor do Imposto de Renda e da Contribuição Social de acordo com
outras formas admitidas pela Legislação vigente;
12. Visando uma diminuição da carga tributária, em sua opinião, qual a forma de tributação que a empresa
deve optar?

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Tópico 6 – Ativo Fiscal Diferido

I. ORIENTAÇÃO PARA PESQUISA PESSOAL


a) Palavras Chaves:
Ativo Fiscal Diferido. Imposto de Renda Diferido. Créditos Tributários de diferença temporárias

b) Referências Bibliográficas:
➢ BRASIL, Comissão de Valores Mobiliários. Deliberação CVM nº 599 de 15 de setembro de 2009.
➢ BRASIL, Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico nº 32 – Tributos sobre o
Lucro.
➢ BRASIL, Decreto nº 9.580 de 22 de novembro de 2018 – Novo Regulamento do Imposto de Renda
➢ BRASIL, Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 1.700 de 16 de março de 2017.
➢ OLIVEIRA, Luís Martins de, e outros. Manual de Contabilidade Tributária. 13ª edição, São Paulo:
Editora Atlas, 2014.
➢ PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas,
2017.

II. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DIFERIDOS

A palavra “Diferir” significa “postergar / adiar”.

De acordo com a NBC T 19.2, item 19.2.2.6, ativos fiscais diferidos são assim definidos: "... valores
dos tributos a recuperar em exercícios futuros sobre os lucros com relação a:
• diferenças temporárias dedutíveis;
• compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados, observada a base de cálculo de cada
tributo".

Adições Definitivas
➢ Despesa que não é aceita agora e nem será num período futuro.
Exemplo: Brindes, Multas por Infrações Fiscais, etc.

Adições Temporárias
➢ Despesa que não é aceita pelo Fisco num determinado período, por não preencher determinado
requisito, mas que será preenchido em períodos seguintes.
Exemplos:
• Provisão para Contingências Trabalhistas;
• Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa;
• Perdas por redução de estoque a valor de mercado

Portanto, as adições temporárias não devem afetar o cálculo da despesa com os tributos sobre o
lucro contábil.

Adições temporárias são despesas que afetam o resultado contábil, mas que são adicionadas
temporariamente ao lucro real.

As adições temporárias são oriundas da diferença entre a apuração feita pela Contabilidade e a
apuração feita para fins Fiscais. Essa diferença apurada pode se referir tanto a valores tributáveis, quanto a
valores dedutíveis.

Com as adições temporárias, o impacto fiscal é maior no exercício de apuração, sendo que haverá,
no entanto, direito de se recuperar dos valores adicionados nos períodos subsequentes.

Diferença temporária é a diferença entre o valor contábil de ativo ou passivo no balanço e sua base
fiscal. Pode ser:
• Diferença temporária tributável ou
• Diferença temporária dedutível.

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Algumas definições de acordo com o CPC 32:

• Diferenças temporárias: diferenças entre o valor contábil de um ativo ou passivo e sua base fiscal.
• Diferenças temporárias tributáveis: diferenças temporárias que resultarão em valores tributáveis no
futuro quando o valor contábil de um ativo ou passivo é recuperado ou liquidado.
• Diferenças temporárias dedutíveis: diferenças temporárias que resultarão em valores dedutíveis para
determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou
passivo é recuperado ou liquidado.

Exemplos de ativos fiscais diferidos:


• Prejuízos fiscais.
• Créditos fiscais de tributos a recuperar.
• Provisões contabilizadas consideradas indedutíveis temporariamente até a sua realização.

Exemplos de passivos fiscais diferidos:


• Receitas contabilizadas e tributáveis somente quando de seu respectivo recebimento (regime de caixa).
• Lucros oriundos de investimentos em controladas, filial e coligadas e de empreendimentos sob controle
conjunto (joint ventures)

Crédito Fiscal de adições temporárias é o montante do IRPJ e da CSLL a recuperar em períodos


futuros.

A CMV por meio da Deliberação nº 599, de 15/09/09, aprovou e tornou obrigatório para as
companhias abertas, o Pronunciamento Técnico CPC 32.

Esta “Norma Técnica” aplica-se às Companhias Abertas, porém, pela prática do mercado, a
utilização dos critérios ora estabelecidos, costuma-se estender às demais sociedades. Deste modo,
estabelecidas às condições de aplicabilidade da referida “Norma Técnica”, desde que não haja impedimento
de órgãos reguladores (BACEN, SUSEP, ANS, etc.), é cabível a todas as empresas. O “Ativo Fiscal
Diferido” decorrente de prejuízos fiscais de imposto de renda e bases negativas de contribuição social deve
ser reconhecido, total ou parcialmente, desde que a entidade tenha histórico de rentabilidade,
acompanhado da expectativa fundamentada dessa rentabilidade por prazo que considere o limite máximo
de compensação permitido pela legislação.

Deve-se reconhecer o ativo fiscal diferido com relação a prejuízos fiscais à medida que for provável
que no futuro haverá lucro tributável suficiente para compensar esses prejuízos.

A entidade, ao avaliar a probabilidade de lucro tributável futuro contra o qual possa utilizar os
prejuízos fiscais, deve considerar os seguintes critérios:

a) Se existem diferenças temporárias tributáveis suficientes, relativas à mesma autoridade fiscal, que
resultem em valores tributáveis contra os quais esses prejuízos fiscais possam ser utilizados antes que
prescrevam;
b) Se for provável que terá lucros tributáveis antes de prescrever o direito à compensação dos prejuízos
fiscais;
c) Se os prejuízos fiscais resultam de causa identificada que provavelmente não ocorrerá novamente;
d) Se há oportunidade identificada de planejamento tributário, respeitados os princípios fundamentais de
contabilidade, que possa gerar lucro tributável no período em que os prejuízos possam ser
compensados. Se não for provável que haverá lucro tributável para compensar os prejuízos fiscais, o
ativo fiscal diferido não deve ser reconhecido.

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