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LISTA DE FIGURAS
2
LISTA DE GRÁFICOS
3
LISTA DE TABELAS
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 8
1.1. PROBLEMA DE PESQUISA 8
1.2. OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS 9
1.3. RELEVÂNCIA DO ESTUDO 10
2. REFERENCIAL TEÓRICO 12
2.1. PANORAMA GERAL DO SETOR AEROPORTUÁRIO BRASILEIRO – EVOLUÇÃO DA DEMANDA 13
2.2. MERCADO DE LINHAS TRONCO E MERCADO DE LINHAS REGIONAIS 16
2.2.1 AEROPORTOS REGIONAIS: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS 16
2.2.2. IMPORTÂNCIA DO SETOR AEROPORTUÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 17
2.3. PRIVATIZAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS AEROPORTUÁRIOS PELO MUNDO 18
2.3.1. AEROPORTO INTERNACIONAL RAINHA ALIA (JORDÂNIA) 20
2.3.2. AEROPORTO INTERNACIONAL DE SANGSTER (JAMAICA) 21
2.4. AS CONCESSÕES NO SETOR AEROPORTUÁRIO BRASILEIRO 22
2.5. A PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA COMO ALTERNATIVA PARA A GESTÃO DE
EMPREENDIMENTOS AEROPORTUÁRIOS NO BRASIL 25
3. METODOLOGIA 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 30
4.1. O CASO DO AEROPORTO REGIONAL DA ZONA DA MATA 30
4.2. O CONTRATO DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA: INICIATIVA INÉDITA NO PAÍS 30
4.3. ANÁLISE DE VALUE FOR MONEY DA PPP AEROPORTO REGIONAL DA ZONA DA MATA 32
4.3.1. DISPÊNDIO PÚBLICO NO MODELO PPP 32
4.3.2. DISPÊNDIO PÚBLICO NO MODELO CSP 33
4.3.3. ANÁLISE VFM 34
4.4. OS RESULTADOS DO CONTRATO DE PPP ATÉ O PRESENTE MOMENTO 35
4.4.1. EVOLUÇÃO DO TRÁFEGO AÉREO 36
4.4.2. EVOLUÇÃO DOS PROJETOS E INVESTIMENTOS 38
4.4.3. EVOLUÇÃO DAS CONTRAPARTIDAS FINANCEIRAS DO GOVERNO DO ESTADO 40
4.5. DADOS DA ECONOMIA LOCAL 43
4.5.1 A REPLICAÇÃO DO MODELO DE PPP PARA A GESTÃO AEROPORTUÁRIA EM MINAS
GERAIS: O CASO AEROPORTO REGIONAL DO VALO DO AÇO EM IPATINGA 46
4.5.2. OUTROS AEROPORTOS ELEGÍVEIS 47
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 49
REFERÊNCIAS 51
RESUMO
5
De 2006 a 2015, o número de passageiros que pagaram por transporte aéreo no
Brasil aumentou 118%. Nesse mesmo período, o resultado primário do setor público
saiu de um superávit para um déficit de R$ 111,2 bilhões, (1,88% do PIB). O
resultado dessa combinação de fatores foi a necessidade de contingenciar diversos
investimentos públicos, inclusive os necessários para a modernização da
infraestrutura aeroportuária. Como alternativa para manter o nível de qualidade do
serviço aeroportuário e expandir a infraestrutura, iniciou-se, com sucesso, o
processo de concessão de alguns aeroportos. No entanto, apenas poucos e grandes
aeroportos foram alvo de tal iniciativa, sendo que eles representaram um baixo
número dos que necessitam de investimento e modernizações. O fomento ao
investimento na infraestrutura aeroportuária, por meio de concessões, revela-se
especialmente desafiador aos pequenos e médios aeroportos regionais, dada a
histórica baixa rentabilidade destes equipamentos de infraestrutura. Apesar destes
equipamentos serem pouco rentáveis, são também de importância fundamental, vez
que são capazes de integrar municípios distantes ao eixo de desenvolvimento social
e econômico do país. Nesse contexto, a presente monografia objetivou analisar
como as concessões patrocinadas (parceria público-privada - PPP) podem
representar uma alternativa eficiente para a modernização de pequenos e médios
aeroportos regionais. Analisou-se, por meio da utilização do conceito de Value for
Money, a primeira PPP aeroportuária do país, a PPP do Aeroporto Regional da Zona
da Mata (ARZM), localizado nos municípios de Goianá e Rio Novo (MG). Entende-se
que o uso de PPP se justifica na medida que é capaz de gerar valor para o setor
público, seja reduzindo os gatos, seja aumentando a eficiência do serviço prestado.
Nesse sentido, construiu-se dois fluxos de caixa para o projeto. O primeiro foi
desenhando a partir da hipótese do aeroporto ser gerido por meio de PPP e o
segundo foi desenhando a partir da hipótese de ele ser gerido diretamente pelo
Estado. Todos os fluxos monetários foram corrigidos para valores de dezembro de
2014 e com esses dados comparou-se financeiramente os modelos de gestão. O
resultado obtido mostrou que o modelo de PPP é 69,2% mais econômico que o
modelo de administração direta. Além da vantagem financeira, observou-se diversos
benefícios a partir da PPP realizada. O aeroporto, que antes era atendido
unicamente por uma companhia aérea regular, passou a contar com duas, diversos
projetos de engenharia foram desenvolvidos pela empresa concessionária e o
tráfego de passageiros aumentou 38% no primeiro ano de concessão e 9% no
segundo (mesmo em um momento de crise econômica). No entanto, algumas
promessas de transbordamento do desenvolvimento econômico para a região não
foram verificadas. Em meio à turbulência gerada pela crise econômica de 2015, o
6
número de empregos na região reduziu 2,31%, a exportação (via aérea) reduziu
34,90% e a importação (via aérea) reduziu 26,77%. Todavia, o esperado
fortalecimento da região como um HUB logístico faz sentido no médio e longo prazo,
uma vez que ela está localizada em um entroncamento rodoviário e ferroviário.
7
1. INTRODUÇÃO
10
2. REFERENCIAL TEÓRICO
12
Gráfico 1 - Evolução do transporte de passageiros e carga por meio do modal
aéreo no período de 2006 a 2015 – voos domésticos e internacionais
13
Administration (FAA) observou que, enquanto nos Estados Unidos, foram
realizados 161,39 milhões de embarques domésticos em 2007, no Brasil, esse
número foi três vezes menor, alcançando 45,96 milhões de embarques no mesmo
período. O autor também analisou os dados da aviação regional nos dois países.
Assim, observou que, em 2008, apenas 3% do seu faturamento da aviação regular
no Brasil correspondia a aviação regional, comprovando como esse nicho de
mercado é pouco explorado no Brasil.
20
embarques e 2.200 desembarques, um pátio para 32 aeronaves, além de acessos
viários, nivelamentos, retirada de obstáculos, áreas de segurança de fim de pista e
pontes de embarque (ANAC, 2017).
No processo de concessão do aeroporto Internacional de Viracopos, por 30
anos, venceu o consórcio Aeroportos Brasil, formado pela Triunfo Participações e
Investimentos, UTC Participações e Egis Airport Operation. Ele apresentou
proposta de R$ 3,821 bilhões, o que representou um ágio de 159,75% em relação
ao valor mínimo esperado. Destaca-se que o contrato foi assinado em 14/06/2012 e
previu a obrigatoriedade de o concessionário investir em um novo terminal de
passageiros com capacidade para processar, ao mesmo tempo, 1.800 embarques
e 2.200 desembarques, um pátio para 32 aeronaves, além de acessos viários,
nivelamentos, retirada de obstáculos, áreas de segurança de fim de pista, pontes
de embarque e alargamento de pistas para comportar aeronaves código F (super
jatos) (ANAC, 2017).
O terceiro lote ocorreu em 2014, contemplando a concessão do Aeroporto
Internacional do Rio de Janeiro Galeão Antônio Carlos Jobim e do Aeroporto
Internacional Tancredo Neves Confins, em Minas Gerais.
No processo de concessão do aeroporto Internacional do Rio Janeiro e de
Minas Gerais, por 25 e 30 anos, venceram os consórcios Aeroportos do Futuro
(composto pela Odebrecht TransPort Aeroportos S.A., a Excelente B.V. - Changi) e
AeroBrasil (composto pela CCR, Zurich Airport International AG e Munich Airport
International Beteiligungs GMBH), respectivamente. Eles apresentaram propostas
de R$ 19 bilhões (293,91% de ágio em relação ao preço mínimo) pelo aeroporto do
Rio e 1,82 bilhão (66% de ágio em relação ao preço mínimo) pelo aeroporto
Internacional Tancredo Neves Confins. Ambas as concessões tiveram início em
07/05/2014 e previram a ampliação do terminal de passageiros, aumento do
número de vagas de estacionamento, construção de novas pistas de pouso, dentre
outras melhorias como nivelamentos e implementação de áreas de segurança no
fim das pistas (ANAC, 2017).
O quarto lote foi o primeiro a não ter a participação da Infraero como sócia
de 49% das concessões. Este lote está previsto para ser concluído ainda em 2017
e envolveu os aeroportos internacionais de Fortaleza (Aeroporto Internacional Pinto
Martins), Salvador (Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães),
Florianópolis (Aeroporto Internacional Hércílio Luz) e Porto Alegre (Aeroporto
Internacional Salgado Filho). Na etapa de lances venceram os consórcios Fraport
(aeroporto de Fortaleza e Porto Alegre), Vinci (aeroporto de Salvador) e Zurich
(aeroporto de Florianópolis) com propostas que somaram R$ 3,7 bilhões, o que
21
representou um ágio de 23% ao mínimo esperado. Ressalta-se que além das
propostas de pagamento as concessionárias deverão investir R$ 6,61 bilhões na
melhoria da infraestrutura (ANAC, 2017).
Conforme Anuário do Transporte Aéreo – 2015 da ANAC (2016a), esses 10
aeroportos delegados, pelo Governo Federal, à iniciativa privada por meio de
concessão, foram responsáveis pelo embarque de 51.715.179 de passageiros, isto é
53,77% de todos os embarques domésticos ocorridos no Brasil no ano de 2015,
96.180.793. Destaca-se que dos 10 maiores aeroportos do Brasil, 7 já foram ou
estão em processo de concessão. Desses maiores, apenas os aeroportos de Recife
(PE), Santos Dummont (RJ) e Congonhas (SP) permanecem sob a administração da
Infraero.
O governo do Estado de Minas Gerais também aderiu ao movimento de
concessão de aeroportos. Em dezembro de 2014, ele assinou a concessão do
Aeroporto Regional da Zona da Mata – ARZM, localizado nas cidades vizinha de
Juiz de Fora, Goianá (MG) e Rio Novo (MG) e. Tal caso será detalhado de forma
aprofundada nos próximos capítulos, mas é importante ressaltar que esta concessão
pode ser considerada inovadora e especial. Ao contrário das demais concessões
aeroportuárias, o ARZM está localizado predominantemente em um município
pequeno, com apenas 3.659 habitantes, conforme o censo de 2010 do IBGE (2016),
ao lado do município de Juiz de Fora, que possui 559.636 habitantes, IBGE (2016).
Tratou-se, portanto, da concessão de um aeroporto que embarcou e desembarcou
menos de 100 mil passageiros em 2014, enquanto os todos os aeroportos
concessionados pelo governo federal possuíam mais de 1 milhão de passageiros por
ano. Além do baixo número de passageiros, existiam poucas rotas disponíveis e
apenas 1 companhia atendendo a aviação regular, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras
S/A.
Dada essa baixa pujança econômica do aeroporto, tratou-se, portanto, de
uma Parceria Público-Privada, na modalidade de concessão patrocinada, isto é, uma
concessão de serviço público, que envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários, contraprestação pecuniária do poder público ao parceiro privado,
regulamentada pela Lei nº 11.079 de dezembro de 2004.
22
Tal alternativa foi desenvolvida pelo fato de o aeroporto não se sustentar
economicamente nos primeiros anos da concessão, sendo fundamental existir uma
contrapartida financeira do poder público em prol do parceiro privado.
24
3. METODOLOGIA
26
A matriz de riscos, por exemplo, também deve analisada, visando comparar a
quantidade de riscos assumidos e riscos transferidos pelo setor público em cada
uma das alternativas.
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
28
com o objetivo de receber do mercado estudos, levantamentos e contribuições para
a modelagem do projeto.
A partir das contribuições recebidas e de outros dados e informações
captados pelo próprio Governo do Estado, o escopo do projeto foi definido e as
minutas de edital e contrato do projeto foram submetidas à consulta pública, para
críticas e sugestões.
Em setembro de 2014 foi dado início ao processo licitatório, com a
publicação do edital de licitação. Em dezembro de 2014 o Governo do Estado de
Minas Gerais assinou contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com o consórcio
integrado pela Socicam e pela Universal Armazéns Gerais e Alfandegados, nesta
que foi a primeira PPP do país para a gestão de empreendimentos aeroportuários.
A concessão da gestão do Aeroporto à iniciativa privada tem prazo de
duração previsto em trinta anos, a contar da data de assinatura do contrato,
prorrogáveis por mais cinco, nos termos da legislação vigente.
Quanto à remuneração, o contrato, na modalidade de concessão
patrocinada, prevê que a concessionária tem três fontes de remuneração:
pagamentos públicos, denominados contraprestações pecuniárias; receitas tarifárias
e receitas comerciais.
Conforme dados da SETOP (2014b), a contraprestação pecuniária paga
pelo Governo teve seu valor definido no momento da licitação e corresponde a R$
R$4.470.451,60 anuais, a preços de dezembro de 2014. Contudo, valor da
contraprestação pecuniária a ser pago a cada mês à concessionária pode ser inferior
ao valor indicado, em razão do não cumprimento integral dos indicadores constantes
do Quadro de Indicadores de Desempenho, definidos em contrato. Tais indicadores
foram criados com o objetivo de permitir ao Governo acompanhar, objetivamente, a
execução do contrato e incentivar, através da vinculação do nível de desempenho à
remuneração mensal, a qualidade da prestação dos serviços pela concessionária.
Os indicadores estabelecidos no contrato são divididos em quatro categorias, cada
qual com um peso sobre a composição da nota final: Indicadores Operacionais
(55%); Indicadores de Satisfação (30%); Indicadores Ambientais (10%) e
Indicadores de Gestão (5%).
Para a arrecadação de receitas tarifárias, por sua vez, a concessionária
deve observar as regulamentações e normas vigentes para a cobrança tarifária pelo
uso dos serviços prestados e pela infraestrutura aeroportuária, sobretudo no que diz
respeitos aos valores máximos (teto) definidos pelos órgãos reguladores para essas
tarifas.
Por fim, as receitas comerciais que podem ser exploradas no âmbito dessa
29
concessão são aquelas decorrentes de atividades acessórias, tais como
estacionamento e lanchonete, desde que tais atividades não comprometam a
operação, manutenção e conservação do aeroporto.
4.3. Análise de Value for Money da PPP Aeroporto Regional da Zona da Mata
30
Gráfico 3 - Fluxo de Caixa do Projeto no Modelo de PPP
31
Gráfico 4 - Fluxo de Caixa do Projeto no Modelo CSP
32
(CSP).
33
O início das operações em voos comerciais ocorreu em 2011, havendo, logo
em seguida, oscilações do número de passageiros. Isso ocorreu pelo fato de o outro
Aeroporto instalado na região, o Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha),
mesmo com algumas restrições para voos e decolagens, ter continuado recebendo
voos regularmente.
Com o intuito de continuar a desenvolver alternativas para a gestão
aeroportuária, o governo do estado visualizou a oportunidade de realizar uma PPP
neste aeroporto. Em 2013 foi realizada audiência pública e, em 2014, foi lançado o
edital.
Conforme dados da SETOP (2014b), o governo estadual assinou o contrato
de concessão com o consórcio vencedor da licitação em dezembro de 2014. No ano
seguinte à assinatura desse contrato já era possível observar alguns avanços no
aeroporto.
34
Fonte: ANAC, 2016a.
35
Tabela 2 - Evolução do transporte de carga em Kg (pagos e não pagos)
transportados a partir ou com destinação ao ARZM
Fonte: ANAC, 2016a.
Por mais que dois anos de execução do contrato sejam insuficientes para se
tirar conclusões assertivas acerca do potencial do aeroporto e da PPP, o fato dele
conseguir crescer e atender mais usuários no meio de uma das maiores crises
econômicas brasileira, sinaliza a possibilidade dele se desenvolver ainda mais em
um cenário favorável.
36
ITVO 8 - Estudos e Projeto Executivo para implantação do Pátio de
Aviação Geral
ITVO 9 - Estudos e Projeto Executivo para implantação de sistema
viário para as áreas de Apoio às Companhias Aéreas
ITVO 10 - Estudos e Projeto Executivo para implantação de sistema
viário para o Parque de Abastecimento de Aeronaves – PAA
ITVO 11 - Estudo e Projeto Executivos para pavimentação em
concreto de parte do pátio de aeronaves
37
4.4.3. Evolução das contrapartidas financeiras do Governo do Estado
38
Gráfico 7 – Faixas de compartilhamento das receitas tarifárias entre a
concessionária e o Governo do Estado Minas Gerais
39
Tabela 3 - Contraprestações pecuniárias pagas pelo Governo do Estado de
Minas Gerais à concessionária do Aeroporto Regional da Zona da Mata - 2015
40
Conforme os dados apresentados a cima, observa-se a correção monetária
do valor da contrapartida em todos os meses de janeiro, o que aumentou a
tendência de elevação da contrapartida paga pelo Estado de Minas Gerais. No
entanto, observa-se a queda acentuada da contrapartida paga pelo Estado a partir
de junho de 2016, o que indica um aumento significativo na utilização e na
arrecadação de receitas tarifárias e comerciais neste aeroporto.
Outra observação é que os pagamentos de 2015 só se iniciaram em abril, o
que ajudou a puxar para baixo a contrapartida anual que o Estado teve de pagar
nesse ano. No entanto, se houvessem os pagamentos de janeiro, fevereiro e abril na
mesma quantidade que houveram nos outros meses, R$ 368 mil reais, a evolução
da contrapartida do ano de 2015 para 2016 teria sido relativamente baixa. Ressalta-
se que essa correção baixa se daria em um ano em que a inflação registrada pelo
IPCA (índice fixado pelo contrato para reajuste) foi de 10,67%, o que demonstraria a
diminuição do valor real da contrapartida paga pelo Estado.
Se todas essas evoluções foram perceptíveis em anos de recessão
econômica, é plausível visualizar a queda significativa da contraprestação pecuniária
estatal em médio prazo.
41
Tabela 7 - Empregos gerados na Mesorregião da Zona da Mata em 2014 e 2015,
a partir da base de dados da RAIS e classificados a partir do CNAE 2.0
42
Exportação pelo ar - Quantidade de pedidos 5.371.528 6.932.473 29,06%
43
Sem recursos próprios para fazê-lo, como alternativa para a gestão desse
equipamento de infraestrutura a SETOP vislumbrou a possibilidade de delega-lo à
iniciativa privada por meio de contrato de PPP, na modalidade de concessão
patrocinada. Assim, lançou em 2016, um edital para a concessão patrocinada do
aeroporto. Foi estipulado como valor máximo de contraprestação pecuniária anual
do Estado a favor da Concessionária de R$ 7 milhões, totalizando dispêndio público
de aproximadamente R$ 200 milhões durante os 30 anos de concessão. O Governo
do Estado busca com esse projeto manter o aeroporto em operação com o menor
dispêndio financeiro possível. Assim, o critério para escolha do vencedor do certame
é o de menor preço oferecido.
Para não interromper as atividades do aeroporto durante o processo
licitatório, a SETOP assinou um contato emergencial de gestão com a Socicam,
amparada no inciso IV, art. 24 da Lei Federal 8.666/93 e Decreto Estadual
4381/2004, que autorizam a realização de contratos com dispensa de licitação em
casos de emergência.
O projeto de PPP idealizado para o Aeroporto Regional do Vale do Aço
baseia-se nos mesmos termos do projeto do Aeroporto Regional da Zona da Mata –
ARZM, o que evidencia o potencial deste modelo como alternativa viável para a
gestão de aeroportos regionais.
Figura 3 - Mapa ilustrativo dos aeroportos que passaram/passam por processo
de concessão, via PPP, em Minas Gerais
Além desses dois aeroportos mineiro que foram ou estão sob em processo
44
de concessão patrocinada, existem diversos estudos que defendem a concessão de
mais aeroportos à iniciativa privada. Defende-se, por meio deste processo, um
aumento de eficiência na gestão, um maior investimento na infraestrutura
aeroportuária, uma redução de custos e uma maior transparência.
Um desses estudos foi realizado pela Urban System em 2014 que elegeu os
10 melhores aeroportos regionais do país que seriam bons candidatos a um
processo de concessão. Para tanto, analisou-se 17 critérios: comprimento/largura de
pista, resistência da pista, importância da cidade onde se localiza o aeroporto,
economia local, existência de voos regulares, atratividade turística, atratividade para
a realização de negócios, atratividade como centro médico, atratividade como centro
educacional, existência de linhas de ônibus interestaduais, importações realizadas,
exportações realizadas, produção industrial, hospedagens disponíveis, força do
varejo, nível de educação e nível de saúde.
A partir desses critérios, destacaram-se os 5 com maior potencial que,
segundo o estudo foram os: 1º Aeroporto de São José dos Campos (SP), 2º
Aeroporto de Ribeirão Preto (SP), 3º Aeroporto de Joinville (SC), 4º Aeroporto de
Campos dos Goytacazes (RJ) e 5º Aeroporto de Uberlândia (MG).
Destaca-se que a modalidade concessão patrocinada talvez não seja
necessária para estes aeroportos regionais um pouco maiores, mas sem dúvida ela
seria importante para aeroportos regionais um pouco menores mas que, ainda sim,
seriam capazes de levar benefícios à região atendida, principalmente em localidade
mais remotas.
45
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
47
REFERÊNCIAS
BROADBENT, J.; GILL, J.; LAUGHLIN, R. Evaluating the Private Finance Initiative in
the National Health Service in the UK. Accounting, Auditing & Accountability
Journal, v. 16, n. 3, p. 422–445, 2003.
48
recentes, perspectivas e preocupações. Nota técnica n.5 IPEA. Brasília: 2011.
FLORES, J. L. The Value of the “Value for Money” Approach When There’s no
Money. Smart Lessons: IFC Advisory services in Public-Private Parnerships. IFC
Publications, 2010.
GRIMSEY, D.; LEWIS, M. K. Are Public Private Partnerships value for money?:
Evaluating alternative approaches and comparing academic and practitioner views.
In: Accounting forum. Elsevier, 2005. p. 345-378.
49
Territorial Brasileira. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/default_territ_area.shtm.
Acesso em março de 2017.
50
SHAOUL, J. A critical financial analysis of the Private Finance Initiative: selecting a
financing method or allocating economic wealth?. Critical Perspectives on
Accounting, v. 16, n. 4, p. 441-471, 2005.
THE WORLD FACTBOOK. Area compares the sum of all land and water areas
delimited by international boundaries and/or coastlines. Disponível em:
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2147rank.html .
Consultado em 02 de janeiro de 2016.
YIN, R.K. Case study research: Design and methods. Beverly Hills: 1994.
51
ANEXO 1 – Consolidado das contrapartidas à concessão do Aeroporto
Regional da Zona da Mata fruto do contrato de concessão assinado em
dezembro de 2014, disponibilizado pela Secretaria de Estado de Transportes e
Obras Públicas de Minas Gerais
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas.
52
ANEXO 2 – Análise de Value for Money da Parceria Público-Privada do
Aeroporto Regional da Zona da Mata
Desembolso Total via PPP 29.304.549 - 2.390.144 3.420.723 2.975.141 2.975.141 2.267.307 (1.493.052)
VPL - Desembolso Total via PPP 20.150.259 - 2.104.309 2.624.456 2.221.355 2.166.686 1.602.469 (225.729)
Contrato Terceirização para Gestão Aeroporto 8.152.649 8.152.649 8.152.649 8.152.649 8.152.649 8.152.649
( -) Receitas Tarifárias Auferidas pelo Estado 949.294 1.016.316 1.440.635 1.440.635 2.148.469 5.908.829
( -) Receitas Comerciais Auferidas pelo Estado 67.000 167.063 273.375 273.375 273.375 273.375
(=) Desembolso Total Estado 7.136.354 6.969.270 6.438.638 6.438.638 5.730.804 1.970.445
Desembolso Total via CSP 134.577.224 - 7.136.354 6.969.270 6.438.638 6.438.638 5.730.804 1.970.445
VPL - Desembolso Total via CSP 65.443.121 - 6.282.924 5.346.981 4.807.336 4.689.023 4.050.372 297.904
53
ANEXO 3 – PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS DE LONGO PRAZO DO BANCO
ITAÚ PARA O PERÍODO DE 2017 A 2020
Fonte: BANCO ITAÚ. Projeções de Longo Prazo do Banco Itaú, 2017. Disponível em:
<https://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/projecoes/longo-prazo-maio-2017>. Acesso
em maio 2017.
54