Você está na página 1de 2

Documentário Ruy Mauro Marini e a Dialética da Dependência

Antonio Ronivaldo Vieira Rocha

O documentário “Ruy Mauro Marini e a Dialética da dependência” introduz


(principalmente) a América Latina uma nova página a já extensa história de estudo da
exploração de seus residentes em favor do capital internacional. Já é de conhecimento coletivo
que desde o processo colonialista as terras latino-americanas foram palco de intenso processo
exploratório europeu, mas não é tão disseminado o fato de que sua perpetuação ainda é
latente nos dias atuais, ou melhor, transfigurou-se sob uma nova máscara e adotou novas
ferramentas, para não só se legitimar como ser defendida por seus próprios escravos (cuja dita
escravidão moderna). Entendendo a Biografia de Mauro é possível ver de forma bem clara a
verdadeira face do capitalismo selvagem, seu recorte temporal é uma peça-chave para
entendimento do sistema de produção capitalista e seu modo operante na região.

Tendo vivenciado a mais turbulenta época política latino-americana, tem-se todo um


material de estudo para se analisar: o fardo de dependência as grandes potências e seu
impacto sobre a sua estrutura político/econômica. É interessante falar que o levante marxista
foi fortemente barrado no Brasil por conta da ditadura e semelhante ocorreu nas demais
nações do Cone-Sul, com ênfase no Chile, onde apesar da vitória política foi subjugada pela
doutrina de choque imposta pelos militares que instauraram uma ditadura sob a prerrogativa
de “Ameaça comunista” e passaram a seguir medidas econômicas orquestradas pelos ditos
“Chicago boys”. A américa latina foi palco de mudanças liberais

Primeiramente, para mostrar a verdadeira face do capitalismo é necessário entender


seu modo operante, nesse momento fica evidenciado como o Marxismo desempenha papel-
chave no estudo do mesmo, sob a proposta de sua superação. O capitalismo que conhecemos
é um sistema que sempre favorecerá a classe de maior poder, que diferente do discurso
ortodoxo não produz para os consumidores, mas sim visando unicamente o lucro (como dito
por Keynes, riqueza na forma de moeda, ilustrando a dita economia monetária de produção.
Nesse caso o processo de produção evidencia como tudo ocorre. Inicialmente vemos a
diferença entre o dispêndio de capital e o dispêndio de capital, onde a ilusão da primeira deixa
a escapar da classe trabalhadora o seu real valor, ou seja, o preço de custo é ditado como valor
da mercadoria, sem denotar a mais-valia. Temos, então, o prelúdio da exploração do trabalho,
que cada vez mais aumenta-se a contradição entre capital e trabalho.
A dialética da dependência vem a constituir uma considerável contribuição a teoria
marxista na era moderna. Sob o prisma de capitalismo periférico, entendemos que,
continuamente, as economias latino-americanas são subordinadas ao eixo central mundial, e o
processo de superexploração (remuneração abaixo da força de trabalho) atinge níveis ainda
maiores. Um exemplo de disparidade vista são as multinacionais: Porque aqui o salário de um
metalúrgico não chega a um terço do mesmo em Frankfurt, se ambos desemprenham a
mesma função para a mesma empresa? Nossa região está fadada a ser destino de escoamento
produtivo dos países desenvolvidos e/ou meros exportadores de commodities se não forem
tomadas as devidas providências para abandonar esse status de subserviência.

Você também pode gostar