Você está na página 1de 6

DISCIPLINA: CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Ano Académico: 2018 Carga Horária: 3 Horas Semanais Docente: António Dovelo

ESTUDO MINUCIOSO DAS CONTAS SEGUNDO O PGC-NIRF

A CONTA 1.2 BANCOS


NOÇÃO

A conta 1.2 BANCOS compreende os meios líquidos de pagamento existentes nas instituições de
crédito.

Representa os meios monetários qua a empresa pode dispor através da movimentação de contas
bancárias e, também, aplicações de tesouraria de curto prazo e de disponibilidade imediata.

Os depósitos de fundos ou dinheiro podem ser:


Depósitos à Ordem – constituem meios líquidos de pagamento em contas á vista nas instituições
bancárias, onde o depositante tem o direito de fazer o levantamento quando o desejar.
Normalmente não rende juros.

Depósitos com Aviso Prévio – Representativos de aplicações financeiras, compreende os


depósitos que são mobilizáveis mediante uma pré-comunicação ao banco.

Depósitos à prazo – Quando o seu levantamento só é possível determinando o prazo.

MOVIMENTAÇÃO
A movimetação é efectuada através de cheque, cartões, débito directo ou transferências. Assim a
conta 1.2.1 (depósitos à ordem) é debitada pelo seu saldo inicial, pelos depósitos efectuados,
pelos recebimentos efectuados (incluindo os recebimentos através de cartão bancário) e pelas
diferenças de câmbio favoráveis, transferências interbancárias, juros creditados pelo banco,
desconto e cobranças de letras, venda de títulos, transferências e depósitos efectuados por
terceiros, empréstimos obtidos.

1
Será creditada pelos cheques emitidos, pelas transferências para outras contas, pelos pagamentos
efectuados e pelas diferenças de câmbio desfavoráveis, transferências interbancárias, pagamentos
por cartões, aplicações financeiras, juros devedores, recâmbio de letras descontadas, despesas
com serviços bancários, pagamento de ordenados, pagamento a fornecedores.

Regra geral, as contas de depósitos têm o saldo devedor ou nulo, corresponde ao valor dos meios
líquidos de pagamento existentes nas instituições de crédito. Nos casos em que as contas
apresentam saldo credor (descoberto bancário ou equivalente), a sua relevação contabilística
deverá ser feita na conta 4.3 Empréstimos Obtidos – descoberto bancário.

Contas Divisionárias
Os comerciantes raramente trabalham apenas com um banco, pelo que a conta “1.2 BANCOS” é
uma conta colectiva podendo ser desdobrada em subcontas (conta divisionária) para cada banco,
quando for necessário.
Poder-se-ão ser criadas subcontas do 2º, 3º grau, etc. Consoante o tipo de banco o tipo de
depósito ou, vice-versa.

EXEMPLO: 1.2 Bancos

1.2.1 Depósitos à ordem


1.2.1.1 BCI
1.2.1.2 BIM
1.2.1.3 BCM

1.2.2 Depósitos com pré-aviso


1..2.2.1 BIM
1.2.2.2 BCI
1.2.2.4 Standard Bank

1.2.3 Depósitos a Prazo


1.2.3.1 BA
1.2.3.2 MOZA
1.2.3.3 BANCO ÚNICO

2
Conferência Periódica de Saldo, Conciliação Bancária

Mensalmente, devem ser reconciliadas todas as contas de depósitos à ordem. A elaboração de


uma conciliação pressupõe a comparação do saldo de conta de depósito à ordem apresentado
pela entidade com o extracto bancário fornecido pela entidade bancária. Este procedimento de
controlo interno deve especificar os débitos/créditos não considerados em cada uma das
entidades, tendo em conta que os nossos débitos e créditos correspondem, respectivamente, aos
créditos e débitos do banco.

EXEMPLO: CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

1. Da empresa S&L, Lda., apresentam-se o extracto do banco e o extracto da contabilidade


de uma conta de depósitos à ordem, relativa ao período findo em 31 de Dezembro do ano
N:
Extracto do Banco Barclays Bank
Data Descrição Débito Crédito Saldo
30/11 Saldo 1 200 000,00
02/12 Cheque nº. 2791212 224 000,00 976.000,00
03/12 Levantamento Multibanco 30 000,00 946 000,00
10/12 Cheque nº 2791213 25 000,00 921 000,00
11/12 Depósito em valor 154 000,00 1 075 000,00
16/12 Depósito em valor 1 000 000,00 2 075 000,00
29/12 Juro líquido de depósito à ordem 4 000,00 2 079 000,00

Extracto da empresa
Data Descrição Débito Crédito Saldo
30/11 Saldo 1 200 000,00
01/12 Cheque nº. 2791212 224 000,00 976 000,00
03/12 Cheque nº. 3791315 330 000,00 646 000,00
10/13 Cheque nº. 2791213 25 000,00 621 000,00
11/12 Depósito em valor 456 000,00 1 077 000,00
12/12 Depósitos em valor 1 000 000,00 2 077 000,00

2. O levantamento por multibanco foi efetuado pelo sócio-gerente para pagamento de


despesas do próprio.
3. Os juros de depósitos à ordem estão sujeitos a retenção na fonte de Imposto sobre o
Rendimento de pessoas Colectivas (IRPC) à taxa de 20 por cento.

3
4. O cheque nº 3791315 foi emitido sobre outra conta (sócio-gerente) para liquidação de
passivos com os fornecedores de mercadorias.

5. Elabore o Mapa da conciliação do banco.


6. Registo no diário geral das transacções efectuadas.

Quadro de Reconciliação Bancária


Data Operações Escrita da Empresa Escrita do banco
Débito Crédito Débito Crédito
31/12 Saldo 2 077 000,00 2 079 000,00
Depósitos de valores 456 000,00
Depósitos de valores 154 000,00
Anulação do cheque nº. 3791315 330 000,00
Juros líquidos 4 000,00
Levantamento no Multibanco 30 000,00

Sub-total
2 565 000,00 30 000,00 2 535 000,00
Disponível
2 535 000,00 2 535 000,00
Total
2 565 000,00 2 565 000,00 2 535 000,00 2 535 000,00

4
A CONTA 1.3 OUTROS INSTRUMENTOS FINANCEIROS

NOÇÃO

A conta 1.3 Outros Instrumentos Financeiros – visa a reconhecer todos so instrumentos


financeiros que não sejam caixa (conta 1.1) ou depósitos bancários que não incluam derivados
(conta 1.2) que sejam mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na
Demontração de Resultados.

1.3 Outros Instrumentos Financeiros

Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam relevados nas contas
anteriores e que sejam mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na
demonstra dos resultados (contas 6.7.1 Perdas por Redução do Justo Valor em Instrumentos
Financeiros ou 7.9.1 Ganhos por aumento de Justo Valor em Instrumentos Financeiros). Assim,
também não deverão relevados nesta conta os instrumentos financeiros relacionados com dívidas
a receber, empréstimo concedidos e participações de capital cuja relevação deverá ser feita nas
classes 4 ou 3.
A conta 1.3 Outros Instrumentos Financeiros inclui, entre outros instrumentos financeiros os
Derivados. Trata-se, por isso, de uma conta que releva a aplicação da liquidez gerada pelo
negócio nomeadamente no mercado à vista (compra e venda de instrumentos de capital próprio
de outras empresas, compra e vendas de obrigações, entre outras) bem como as operações
realizadas no mercado a prazo (operações com opções, swaps, futuros, entre outras) em
mercados regulamentados.
Apresenta a seguinte desagregação, em função das características dos instrumentos financeiros
nela relevados:
1.3.1 Derivados
1.3.2 Detidos para negociação
1.3.3 Outros instrumentos financeiros ao justo vcalor através dos resultados

A conta 1.3 outros instrumentos financeiros regista os derivados que se destinam a operações de
cobertura. É por isso um instrimento em coberura de justo valor. A subconta 1.3.1 Derivados é

5
debitada pelo seu valor inicial, pelas importâncias desembolsadas no momento da contratação do
produto financeiro e pelos ganhos ocorridos nas flutuações de justo valor (791 Ganhos por
aumento do justo valor – Instrumentos financeiros). Será creditada pelas perdas ocorridas em
flutuação de justo valor (671 Perdas por redução de justo valor – Instrumentos financeiros).

A conta 1.3.2 Detidos para negociação activos financeiros será movimentada pela aquisição de
derivados potencialmente favoráveis detidos para negociação, pelos instrumentos em empresas
do grupo que não sejam filiais, associadas ou empreendimentos conjuntos e que sejam
classificados no 1reconhecimento incial como instrumentos financeiros mensurados ao justo
valor através de resultados. Os activos financeiros adquiridos e concedidos a terceiros, mas sobre
os quais o mutuante mantém o controle.
Reconhecimento, mensuração e divulgação
No que se refere ao reconhecimento, “Quando um activo financeiro ou um passivo financeiro é
inicialmente reconhecido, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor”. Os custos de
transação que sejam directamente atribuíveis à aquisição do activo financeiro ou emissão de um
passivo financeiro devem ser incluídos no justo valor, no caso dos activos e passivos financeiros
cuja mensuração subsequente não seja ao justo valor” (NCRF 25). Desta forma, os dispêndios
de transação, normalmente comissões e imposto, deverão ser reconhecidos como gastos nas
contas 6.3226 FST – Comissões a intermediários ou 6823 OGPO – Imposto de selo,
respectivamente.

Você também pode gostar