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SEMINÁRIO VI - IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA JURÍDICA

ALUNA: MARIANA LOPES MORAES FERREIRA

1. Quais as formas de apuração e de recolhimento do IRPJ determinados pelo legislador


ordinário? Diferencie-as. Há direito subjetivo do contribuinte ao arbitramento do
lucro, no caso de imprestabilidade de sua contabilidade?
Conforme ensina o professor Hugo de Brito Machado Segurado em seu Manual de
Direito Tributário temo 03 (três) tipos de apuração, quais sejam: lucro real, lucro presumido e
lucro arbitrado (artigo 44 CTN).
Seguindo a doutrina do autor ora citado temos que:
a) lucro real: é o lucro líquido experimentado no exercício, ajustado pelas
exclusões, compensações e adições prescritas ou autorizadas pela legislação
tributária. E esse lucro líquido é determinado “mediante escrituração contábil
detalhada, a fim de apurar o lucro líquido, o qual, depois de alguns ajustes
determinados pela legislação tributária, chama-se lucro real, servindo de base
para a incidência de Imposto de Renda;
b) lucro presumido: é uma opção que a lei confere às pessoas jurídicas que
tenham receita inferior a determinados valores, fixados em lei, e que não
sejam obrigadas, por lei, a apurar o lucro real. Caso opte por apurar o seu
lucro pela sistemática de lucro presumido, a pessoa jurídica deverá manter
controles contábeis muito mais simples, que possibilitem apenas o controle
de seu faturamento. Conhecido o faturamento, aplica-se um percentual,
fixado em lei, e a partir dele se encontra o valor que, presumivelmente,
corresponde ao lucro auferido.
c) lucro arbitrado: sempre que o contribuinte, sujeito à tributação pelo lucro real
ou ao lucro presumido não atende as exigências que a legislação impõe à
apuração do lucro por cada um dessas modalidades, ou não cumpre qualquer
outra formalidade indispensável a que o Fisco possa auferir o seu lucro (real
ou presumido). Em tais casos, não restando alternativa, o lucro pode então
ser arbitrado. Apura-se o lucro através da aplicação a mesmo percentual do
lucro presumido, acrescido de 20%, no caso, naturalmente ser conhecida a
receita do contribuinte. Caso nem mesmo a receita seja conhecia a
autoridade poderá arbitrar o lucro com base no valor do ativo, do capital
social, do patrimônio líquido, da folha de pagamento dos empregados, das
compras, do aluguel das instalações ou do lucro líquido auferido pelo
contribuinte em períodos anteriores.”
2. Qual o conceito jurídico de permuta? Ela pode ser equiparada ao instituto da compra
e venda? A permuta implica acréscimo patrimonial? Há incidência do imposto sobre
a renda nas operações de permuta? Quais os impactos tributários sobre a operação
de permuta trazidos pela Lei n. 12.973 de 2014? O regime de apuração (lucro real ou
lucro presumido) influencia no tratamento tributário a ser dispensado às permutas
imobiliárias para fins de incidência do IRPJ? (Vide Parecer COSIT/RFB n. 09/14 e
Parecer PGFN n. 454/92 e Anexos).

Trata-se de um negócio jurídico em que as partes se obrigam a entregar


reciprocamente coisas, que não sejam dinheiro. Aplicam-se à troca as disposições do Código
Civil referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: salvo disposição em
contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da
troca; é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. O instrumento é previsto
no artigo 533 do Código Civil.
O Código Civil em seu artigo 481, traz a seguinte previsão:
Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. (GRIFEI)
Assim diante de tal previsão entendo que não pode ser equiparada a permuta ao
instituto de compra e venda.
A permuta entendo que nem sempre implicará em acréscimo patrimonial posto
que só gerará acréscimo se o itens permutados tiverem diferenças de valores.
Tendo em vista o REsp nº 1.733.560/SC temos que o STJ reconheceu a não
incidência de tributos sobre as transações de permutas imobiliárias sem torna, em caso
envolvendo pessoa jurídica que apura o IRPJ e a CSLL sob a sistemática do lucro presumido,
restando evidente que existe influência do regime de apuração no tratamento tributário.
Outrossim para corroborar segue ementa do AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº
1.749.494 – RS:
TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. MANDADO DE SEGURANÇA. PERMUTA DE
IMÓVEIS. IRPJ. CSLL. PIS. COFINS. INCIDÊNCIA INVIÁVEL. AUSENTE AUFERIMENTO
DE RECEITA, FATURAMENTO OU LUCRO NA TROCA. SÚMULA 83/STJ. 1. Apesar do
que foi dito na decisão monocrática da Presidência, a agravante claramente
impugnou o óbice da Súmula 83/STJ imposto na inadmissibilidade, razão pela qual
o Agravo Interno procede. 2. Nas razões do Recurso Especial, a parte sustenta
violação dos arts. 15 da Lei 9.249/95; 57 da Lei 8.981/95; 12, I, II, III, IV, do Decreto-
Lei 1.598/77; 30 da Lei 8.981/95; 1º e 2º da Lei 9.718/98. Aduz, em suma, que
incide "IRPJ, CSLL, PIS e COFINS sobre a receita bruta obtida pela recorrida na
permuta de unidades a construir pelo terreno no qual veio a erguer o
empreendimento", bem como que permuta imobiliária não pode ser equiparada,
no regime do lucro presumido, à compra e venda de imóveis (fls. 1.232-1.245, e-
STJ). 3. "Por outro lado, ainda que afastado o óbice, o entendimento deste
sodalício se encontra no sentido de que o contrato de troca ou permuta não
deverá ser equiparado na esfera tributária ao contrato de compra e venda, pois
não haverá auferimento de receita, faturamento ou lucro na troca." Sobre o
assunto, destaca-se o seguinte precedente, in verbis: REsp n. 1.733.560/SC, Rel.
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 17/5/2018, DJe
21/11/2018. (STJ, AgInt no REsp 1.796.877/SC, Rel. Ministro Francisco Falcão,
Segunda Turma, DJe de 11/12/2019). Incidência da Súmula 83/STJ. 4. Agravo
Interno provido para conhecer do Agravo em Recurso Especial e negar provimento
ao Recurso Especial.

operação de permuta
trazidos pela Lei n.
12.973 de 2014, incidirá
IRPJ quando
houver ganho de capital.
3. Com relação à base de cálculo do IRPJ pergunta-se:
a) “Entradas” e “ingressos” são sinônimos de “receita”? As despesas reembolsadas por
clientes integram a receita bruta dos escritórios e empresas que trabalham com bens e
direitos de terceiros (como escritórios de advocacia, contabilidade, empresas de
cobrança, etc.) que adotam o lucro presumido? Esses reembolsos podem ser tributados
pelo IRPJ? (Vide anexo I).
No primeiro momento vamos conceituar receita como sendo qualquer ingresso
ou entrada de direito que se incorpore de forma positiva ao patrimônio, e que represente
remuneração ou contraprestação de atos, atividades ou operações da pessoa titular do
mesmo, ou remuneração ou contraprestação do emprego de recursos materiais, imateriais ou
humanos existentes no seu patrimônio ou por ele custeados. (Conceito retirado do artigo do
Autor Ricardo Mariz de Oliveira:
https://www.marizadvogados.com.br/wp-content/uploads/2018/03/NArt.06-2013.pdf)
Diante do conceito acima entendo que entradas e ingressos são sinônimos de
receita, uma vez que receita é um tipo de entrada ou ingresso no patrimônio da pessoa jurídica
Conforme expõe o ANEXO I, temos que: “Os reembolsos de despesas ou de custos
integram a receita bruta, ou seja, a receita bruta é representada pelo valor total contratado
(honorários e reembolsos).”, entendo que dessa forma tais itens entram no faturamento,
assim observando o conceito já trazido de lucro presumido, entendo que podem sim ser
tributados pelo IRPJ.
b) O ICMS pode compor a base de cálculo do IRPJ no caso de empresas sujeitas ao regime de
tributação pelo lucro presumido? Justifique. (vide REsp 1.760.429/RS, TRF 4 - Apelação
Cível nº 5018422-58.2016.4.04.7200/SC anexo II)
Sim, segue justificativa:
É legítima a inclusão do ICMS na base de cálculo do IRPJ e da CSLL calculados sobre
o lucro presumido, porquanto a tributação é feita mediante a aplicação de um
percentual sobre a receita bruta auferida em determinado período de apuração, e
o valor do ICMS está embutido no valor final da mercadoria ou da prestação do
serviço.’ (AC 200872000134850, JORGE ANTONIO MAURIQUE, TRF4 – PRIMEIRA
TURMA, D.E. 17/11/2009)
Para corroborar a ementa do RECURSO ESPECIAL Nº 1.767.631 - SC
(2018/0241398-5):
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. IRPJ. CSLL. APURAÇÃO PELO LUCRO
PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. RECEITA. ICMS. INCLUSÃO. 1. A questão
submetida ao Superior Tribunal de Justiça, sob a sistemática dos repetitivos, diz
respeito à possibilidade de inclusão de valores de Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) nas bases de cálculo do Imposto sobre a Renda de
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) quando
apurados pela sistemática do lucro presumido. 2. No regime de tributação pelo
lucro real, a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é o lucro contábil, ajustado pelas
adições e deduções permitidas em lei. Na tributação pelo lucro presumido, deve-se
multiplicar um dado percentual – que varia a depender da atividade desenvolvida
pelo contribuinte – pela receita bruta da pessoa jurídica, que constitui apenas
ponto de partida, um parâmetro, na referida sistemática de tributação. Sobre essa
base de cálculo, por sua vez, incidem as alíquotas pertinentes. 3. A adoção da
receita bruta como eixo da tributação pelo lucro presumido demonstra a intenção
do legislador de impedir quaisquer deduções, tais como impostos, custos das
mercadorias ou serviços, despesas administrativas ou financeiras, tornando bem
mais simplificado o cálculo do IRPJ e da CSLL. 4. A redação conferida aos arts. 15 e
20 da Lei n. 9.249/1995 adveio com a especial finalidade de fazer expressa
referência à definição de receita bruta contida no art. 12 do Decreto-Lei n.
1.598/1977, o qual, com a alteração promovida pela Lei n. 12.793/2014, contempla
a adoção da classificação contábil de receita bruta, que alberga todos os ingressos
financeiros decorrentes da atividade exercida pela pessoa jurídica. 5. Caso o
contribuinte pretenda considerar determinados custos ou despesas, deve optar
pelo regime de apuração pelo lucro real, que prevê essa possibilidade, na forma da
lei. O que não se pode permitir, à luz dos dispositivos de regência, é que haja uma
combinação dos dois regimes, a fim de reduzir indevidamente a base de cálculo dos
tributos. 6. A tese fixada no Tema 69 da repercussão geral deve ser aplicada tão
somente à Contribuição ao PIS e à COFINS, porquanto extraída exclusivamente à
luz do art. 195, I, "b", da Lei Fundamental, sendo indevida a extensão
indiscriminada. Basta ver que a própria Suprema Corte, ao julgar o Tema 1.048,
concluiu pela constitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da
Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) – a qual inclusive é uma
contribuição social, mas de caráter substitutivo, que também utiliza a receita como
base de cálculo. 7. Tese fixada: O ICMS compõe a base de cálculo do IRPJ e da CSLL
quando apurados na sistemática do lucro presumido. 8. Recurso especial
desprovido.
c) O art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.316/96 prevê a impossibilidade de dedução do
valor correspondente a CSLL para efeito da determinação do lucro real, compondo,
portanto, a base de cálculo do IRPJ. A inclusão desse valor coaduna com o conceito
constitucional de renda? A exigência legal de adição da CSLL, registrada como custo ou
despesa ao lucro líquido, se afigura como hipótese de ficção jurídica apta a alterar o
critério quantitativo da regra-matriz de incidência do IRPJ? Esta disposição legal viola
algum princípio constitucional consentâneo ao imposto incidente sobre a renda? (Vide
art. 71 da IN/RFB n. 1.585 de 2015, Acórdão n. 1401.001.369 do CARF, anexo III).
Conforme previsão do CTN, a CSLL é necessária à produção de renda, a CSLL é um
provisionamento, porém, após seu pagamento, torna-se um "mero" encargo, logo a inclusão
desta rubrica não coaduna conceito constitucional de renda.

4. A legislação do imposto de renda prescreve que a compensação dos prejuízos fiscais


apurados é limitada à denominada trava de 30% (conforme artigo 250 do RIR). Por outro
lado, regula ainda a forma com que o direito à compensação subsiste, especialmente em
face de eventos de cisão, incorporação ou fusão de sociedades (conforme artigos 513 e 514
do RIR). Indaga-se: é cabível a denominada “incorporação reversa” ou “incorporação às
avessas”, isto é, a operação em que figura como incorporadora a sociedade detentora de
prejuízos fiscais, realizada justamente para que estes não se percam? Trata-se de
planejamento tributário lícito, ou seria, esse caso, hipótese de fraude ou simulação? Estaria
essa operação proibida pelo parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional?
Explique. (Vide anexos IV, V, VI).

Conforme se extrai do anexo V a “incorporação às avessas” não é proibida pelo


ordenamento jurídico brasileiro, desde que obviamente o instituto não tenha como objetivo
fraude. Assim entende o STJ:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. REFIS II. INCLUSÃO DE DÉBITOS DE
EMPRESA INCORPORADA. INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO, SOB O
ARGUMENTO DE QUE A "INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS", NO CASO
CONCRETO, CONSTITUIU ARTIFÍCIO QUE VISAVA FRAUDAR (ART. 116,
PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN) A POSSIBILIDADE DE RECUPERAÇÃO DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INCORPORAÇÃO REALIZADA POR DETERMINAÇÃO
JUDICIAL POSTERIORMENTE REVOGADA. FUNDAMENTO INATACADO.
SÚMULA 283/STF.
1. A recorrente impetrou Mandado de Segurança visando fazer cessar
suposta ilegalidade do INSS, que indeferiu o pedido de inclusão de débitos
de empresa por ela incorporada no parcelamento denominado Refis II.
2. O ato administrativo teve por fundamento a aplicação do art. 116,
parágrafo único, do CTN, com base na compreensão de que a denominada
"incorporação às avessas" constituiu meio fraudulento tendente a
inviabilizar a recuperação do crédito tributário.
3. A Administração Tributária concluiu que é inviável uma empresa de
pequeno porte, com capital social de R$ 3.805.000,00 (três milhões e
oitocentos e cinco mil reais) e receita bruta de pequena monta (R$
50.000,00 em 2002) - que faz jus ao pagamento de seus débitos em até
cento e oitenta prestações mensais - , incorporar estabelecimento
empresarial de estrutura muito superior, com receita bruta média de R$
16.000.000,00 e débitos estimados em R$ 10.000.000,00, que somente
podem ser pagos no regime do parcelamento ordinário (60 prestações
mensais), em razão da perda do prazo de adesão ao mencionado Refis II.
4. O Tribunal de origem consignou que a operação societária controvertida
(incorporação) somente havia sido efetivada em cumprimento a decisão
liminar em outro writ, a qual foi posteriormente revogada diante da
denegação da Segurança.
5. Considerando que a higidez da incorporação é pressuposto lógico para
julgar este feito, a ausência de impugnação ao aludido fundamento no
Recurso Especial atrai a incidência da Súmula 283/STF.
6. Ainda que fosse possível contornar o óbice sumular, a falta de prova pré-
constituída quanto à própria validade e eficácia da incorporação fulmina a
existência de direito líquido e certo à pretendida inclusão dos débitos no
parcelamento, tendo em vista que o desfazimento da operação societária
fez retornar a existência de duas pessoas jurídicas distintas, uma das quais
(justamente a maior devedora) não efetuou a opção pelo parcelamento
especial (Refis II).
7. Recurso Especial não conhecido.
(REsp n. 1.295.887/MG, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, julgado em 4/9/2012, DJe de 24/9/2012.)

5. Empresa CTX que atua no ramo de importação e exportação, situada no Estado de Santa
Catarina se utilizou do Programa Pró-Emprego e Regime Especial (do art. 148-
A do Regulamento do ICMS/SC). De acordo com esse regime os valores das importações
ficam com tributação efetiva de 3,45% no caso do programa Pró-Emprego e de 0,92% no
caso do Regime Especial. Em fiscalização realizada a autoridade autuante afirma que os
benefícios configuram subvenção corrente para custeio ou operação, circunstância em
que incide o IRPJ. (arts. 392, 519 e 521 do RIR/99 e art. 36 da IN SRF nº 93/97.) Contudo o
contribuinte considerou em sua escritura como subvenção de investimento, portanto,
fora do âmbito de incidência do IRPJ. Em razão disso foi lavrado Auto de Infração com
cobrança de IRPJ. Nesse contexto questiona-se (Vide anexo VII):
a) No que consistem as subvenções para investimento e para custeio?
Seguem abaixo os conceitos dos termos acimas, todos retirado do artigo do
Mestre Gustavo da Silva Amaral
(https://www.ibet.com.br/hotsites/hotsiteXV/wp-content/uploads/2018/01/4-Gustavo-da-
Silva-Amaral.pdf)
As subvenções para investimentos distinguem-se das subvenções para custeio, na
medida em que as primeiras, não tributáveis, prestam-se à expansão de atividades econômicas
relevantes para o Estado, enquanto as subvenções correntes (para custeio e operações) fazem
face às despesas correntes da empresa beneficiária, sendo alcançadas pela tributação.

b) Os créditos presumidos de ICMS, outorgados pelos Estados a seus contribuintes, podem


ser considerados subvenções?
Não, posto que as subsunções não podem ser enquadradas como renda.

c) É possível identificar o intuito subvencionador do Estado de Santa Catarina se para custeio


ou investimento (Decreto 105 de 14 de março de 2007 e na Lei 13.992 de 15 de fevereiro
de 2007 - Regime Especial Pró Emprego - e do Artigo 148 A do Anexo II do RICMS)
Sim, entendo que gerador de renda, conforme artigo 1º do citado decreto:
(..) com o objetivo de promover o incremento da geração de emprego e
renda mediante tratamento tributário diferenciado do Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -
ICMS, destina-se a incentivar empreendimentos situados em território
catarinense ou que aqui venham instalar-se considerados de relevante
interesse sócio-econômico. (GRIFEI)

d) A prática do Estado de Santa Catarina pode ser compreendida como doação? Em caso
positivo quais o efeito para o IRPJ do contribuinte?

Incentivo fiscal é diferente de doação, entendo que o decreto acima citado


trata de incentivo fiscal.

6. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu decisão favorável aos


contribuintes (Recurso Extraordinário 574.706/PR, com repercussão geral), no sentido de
reconhecer a não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Tal decisão
gerou ou irá gerar impactos para fins de IRPJ? Explicar.
Sim, como o entendimento foi que o ICMS representa uma receita transitória nos
cofres das empresas que, ao final, repassam estes valores para o estado arrecadador. Logo, a
parcela do ICMS não poderia ser compreendida como faturamento ou receita bruta e,
portanto, não poderia se sujeitar à incidência do PIS e da Cofins. Assim, segundo o
entendimento adotado pelo STF, o ICMS é receita do estado, e não dos contribuintes. Dessa
forma observando as formas de apuração de imposto de renda, observando ainda os conceitos
da questão nº 01, a alteração no sentido de reconhecer a não inclusão do ICMS na base de
cálculo do PIS e da COFINS gera grandes impactos para fins de IRPJ.
7. A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN,
dispondo “que na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de
incidência do imposto...”.
Indaga-se: o regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas e
coligadas no exterior nos moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014 está de acordo
com o ordenamento jurídico? Considerar em sua resposta a manifestação do STF a
respeito do tema.
Entendo que sim uma vez que a disponibilidade de renda, quando da realização
do balanço, opera-se em igual medida, quer no que se refere às controladas, quer
no que se refere às coligadas.

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