Você está na página 1de 5

CASO 3 - GRUPO 6 - 9°S

TRIBUTAÇÃO
DO ILÍCITO
CASO CONCRETO
A discussão do presente caso, gira em torno de um
processo criminal contra os administradores da
empresa ABC (contribuintes). Tendo em vista a
condenação da corrupção, o fisco exigiu o pagamento
de imposto de renda (IRPJ) sobre a suposta dedução
indevida de R$ 30 milhões de reais da base de cálculo
do referido imposto, isso se deu através do
recebimento de um auto de infração. Contudo,
ressalta-se que se não fosse o pagamento de R$ 30
milhões, a empresa nunca teria conseguido a
licitação, assim, não teria oportunidade de lucro. A
principal abordagem da discussão, se dá na dedução
da despesa necessária à atividade da empresa,
estabelecida pelo artigo 47, da Lei n°. 4.506/1964.
Por fim, destaca-se que a impugnação pelos
contribuintes foi julgada improcedente, de forma que
foi mantido os termos do auto de infração.
DESPESA NECESSÁRIA
A despesa necessária são aquelas operacionais não
computadas nos custos, necessárias à atividade da
empresa e à manutenção da respectiva fonte
produtora, o que remete ao presente caso, pois se não
fosse o pagamento de propina, a empresa nunca teria
ganho a licitação, consequentemente, não teria
possibilidade de lucro. Tal conceito está presente no
artigo 47, da Lei n°. 4.506/1964. Inclusive, é válido
ressaltar seu parágrafo primeiro, no qual aduz que
“São necessárias as despesas pagas ou incorridas para
a realização das transações ou operações exigidas
pela atividade da empresa”.
Conclui-se, dessa forma, que o pagamento realizado
foi em função de um ganho/lucro, o qual era
necessário devido a atividade da empresa.
DEDUÇÃO DE PROPINA
Objeto de Tributação Auto de Infração

Abrange o imposto sobre os Se o próprio fisco instaurou um auto


rendimentos que o contribuinte, de infração para
como fonte pagadora, tiver o dever pagamento/cobrança de imposto, é
legal de reter e recolher, ainda que porque ele considera aquele valor
assuma o ônus do imposto. como tributo, sendo tributo, houve o
Partindo dessa ideia, afirma-se que fato gerador. Desta forma, não há
os frutos de atos ilícitos podem ser necessidade de adentrar no mérito
objetos de tributação, pois no Direito de sua ilicitude, pois o imposto foi
Tributário o que é importa é que cobrado, entretanto, o mérito está na
tenha ocorrido o fato gerador, dessa dedução aqui imposta.
forma, o fato gerador será
interpretado abstraindo-se da Princípio da renda
validade do negócio jurídico.
líquida
Além de reconstruído a partir da
conjugação de diversas regras e
Princípio pecunia non princípios constitucionais, o princípio
da renda líquida está implícito no
olet próprio fato gerador do imposto de
renda definido no art. 43 do CTN,
No Direito Tributário, o princípio da
tendo em vista que a noção de
pecunia non olet, o qual afirma que
acréscimo patrimonial, que constitui
o "o dinheiro não tem cheiro"
o substrato econômico do fato
apresenta-se, no caso concreto,
gerador do imposto de renda,
como incoerente, uma vez que ao
pressupõe a verificação da existência
ser reconhecia a necessidade de
de novos ingressos no patrimônio do
tributação, a dedutibilidade deverá
contribuinte, bem como a exclusão
ser reconhecida da mesma forma.
dos custos e das despesas
necessárias à produção da renda
CONCLUSÃO
Em conclusão, a atividade ilícita deve ser equivalente
INTEGRANTES: para ambos os cenários. A posição adotada pelo fisco
André Carneiro Fuzinato - 41710975 em querer tributar a atividade ilícita, mas não
André de Santana Nascimento -
42072980
reconhecer sua utilização como despesa ilícita da
Danielle Sanchez Carnevali - 31968503 empresa é um absurdo, e desconexo de qualquer
Kaue Rodgerio de Oliveira - 31968503 entendimento jurídico.
Letícia Eid Silva - 31979483
Lucas Eduardo Ghilardi de Oliveira - É evidente que a posição adotada pelo Fisco
41814088 corresponde a uma intenção de que o dinheiro sujo e
Marylia Roberta de Carvalho Orciolli -
ilícito só existe quando lhe convém, visto que não aceita
31985998
Stephanie Costa Narcizo - 41814746 a dedução do valor gasto.

Você também pode gostar