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VOTO
A exigência de observância de
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária
abrange apenas critérios de apuração do crédito
tributário. Ter natureza procedimental significa que o
dispositivo legal dispõe sobre o procedimento
administrativo que objetiva verificar a ocorrência do
fato gerador tributário, calcular o montante devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, aplicar a
multa de ofício (CTN, art. 142), ou seja, promover o
lançamento tributário. Logo, a ressalva de lei
ordinária não afeta a vigência imediata do conteúdo
material da norma geral antiabuso.
Ademais, por já existir, no âmbito
federal, uma extensa regulamentação do processo
administrativo fiscal por meio do Decreto nº
70.235/72 e, subsidiariamente, pela Lei nº 9.784/99, a
desconsideração dos atos e negócios dissimulados
prevista no § único do art. 116 do CTN independe de
novo regramento procedimental.
Como já mencionado, a
desconsideração de atos ou negócios jurídicos
pressupõe a finalidade de dissimular a ocorrência do
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária.
No entanto, examinando-se o
abrangente Relatório Final de Reorganização
Societária (evento 13, PROCADM4, pp. 92/131), no
qual são aobrdados os desafios estratégicos e
operacionais do Grupo Gerdau, seus objetivos, visão,
mercados e modelo de gestão, e apresentado o plano
de reorganização societária, não é feita qualquer
menção à empresa Gerdau Participações S/A (e
tampouco à Siderúrgica Riograndense S.A., sua
antiga denominação).
Como efeito, sobressai dos autos que a
Gerdau Participações (GPAR), na esteira das
operações de reorganização societária descritas nas
etapas 02 a 07 no voto do Relator, originou-se de
reativação da Siderúrgica Riograndense, a qual
encontrava-se praticamente inoperante, com o fito de
servir como 'empresa veículo' para a redução do lucro
tributável da Gerdau Açominas S.A. mediante a
amortização de despesa do ágio supostamente pago
pela Gerdau S.A. quando do aumento de capital
daquela primeira sociedade. Não se verifica, na
reativação da Siderúrgica Riograndense e posterior
mudança de denominação para GPAR, propósito
outro que não fosse obstaculizar o recolhimento de
tributos, mediante a amortização do ágio pago
quando do aumento de capital realizado pela Gerdau
S.A. na Gerdau Participações S.A., utilizando-se de
sua participação na Gerdau Açominas S.A.
1 – Siderúrgica Riograndense,
empresa praticamente inativa, com capital social
de R$ 422.360,00 passa a
se chamar Gerdau Participações e a deter um
capital de R$ 15.227.078.630,00.
2- A
Gerdau S.A subscreveu ações que Siderúrgica Riogra
ndense emitiu.
E como subscreveu?