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TRIBUTÁRIO E CÓDIGO DE
PROCESSO TRIBUTÁRIO
AULA 6
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garantias constitucionais e destina-se a efetivar outros direitos fundamentais
como ao contraditório e à ampla defesa, pilares basilares do Estado democrático
de direito. Tais direitos atuam assegurando ao réu a ampla oportunidade de
defesa e estão previstos no art. 5º, inciso LV, da CF, in verbis: “Art. 5º [...] LV –
aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes” (Brasil, 1988).
Observa-se que, ao contemplar o contraditório e a ampla defesa, o texto
constitucional deixa clara a existência de duas esferas jurisdicionais – o processo
judicial e o administrativo. Quer dizer: os contribuintes terão o direito de se
defender tanto no âmbito administrativo quando no judicial. Nesse ponto, vale
destacar que, conforme o disposto no art. 5º, inciso XXXV, da CF, a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (Brasil,
1988). Consequentemente, por mais que exista uma decisão no âmbito
administrativo, ela sempre poderá ser levada para discussão no Poder Judiciário.
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constituição efetiva do crédito em dívida ativa ainda dependerá de ato do sujeito
ativo e não da instância julgadora, conforme explica Ricardo Lobo Torres (1999,
p. 79):
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Judicial é o conjunto de atos que se sucedem, coordenadamente, tendo por
finalidade a obtenção de uma decisão judicial que componha o litígio”.
Em síntese, no ordenamento jurídico brasileiro, são asseguradas ao
contribuinte as seguintes ações:
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3.1 Do procedimento: ações em geral
1. Fase postulatória: etapa inicial, em que o autor irá fazer o seu pedido ao
Poder Judiciário, por meio de petição inicial. Em seguida, o réu será citado
e ouvido, bem como será realizada a audiência de conciliação.
2. Fase ordinatória: tem início após a apresentação da defesa pelo réu
(contestação) e se consolida no momento em que o juiz realiza a primeira
análise do processo, verificando eventuais irregularidades, para
determinar o seguimento do processo.
3. Fase instrutória: é o momento em que as provas são produzidas. É
nessa fase que ocorre a audiência de instrução.
4. Fase decisória: nela ocorre a decisão sobre o mérito do processo, ou
seja, a prolação da sentença.
5. Fase liquidatória: uma vez já decidido o mérito, será na fase de
liquidação que irá se apurar o valor eventual devido, para execução.
Um ponto que vale a pena destacar, mesmo que de forma breve, diz
respeito à modulação dos efeitos do controle de constitucionalidade exercido
pelo STF. Como visto anteriormente, o STF é responsável por assegurar a
aplicação das determinações constitucionais; consequentemente, é sua
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competência definir se uma legislação infraconstitucional é constitucional ou não.
É digno de nota que o ordenamento jurídico pátrio concebe todo um mecanismo
de controle de constitucionalidade das leis, em prol da supremacia da CF (Brasil,
1988), o que é definido por Luís Roberto Barroso (2018, p. 166) da seguinte
forma:
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Partindo do julgado, concluímos que, como a citada lei complementar só
foi editada em 2022, qualquer cobrança fora do período de vigência seria
inconstitucional, por ausência de observância do procedimento formal (edição de
lei complementar).
Já a segunda forma de inconstitucionalidade é a material, em que a norma
está em desacordo com a CF. Isso quer dizer: a lei é elaborada com um conteúdo
que desvirtua o texto constitucional (Brasil, 1988). Um exemplo disso é a recente
decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 5.422, que
afastou a incidência do Imposto de Renda sobre pensão alimentícia:
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Portanto, é permitido ao STF equilibrar os efeitos da nulidade com a
estabilidade do sistema como um todo. Nesse sentido, destacamos o
entendimento de Pandolfo (2012, p. 10):
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determinado período ou assegurar o direito de restituição apenas para quem
ingressou com ações em juízo.
NA PRÁTICA
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Como se pode observar, o STF reconheceu a inconstitucionalidade, mas
suspendeu a eficácia da decisão para o exercício financeiro de 2024.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
5.422-DF. Relator: Min. Dias Toffoli. Data de julgamento: 12 de setembro de
2018. Diário da Justiça Eletrônico, Brasília, 17 set. 2018.
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