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PROCESSO TRIBUTÁRIO JUDICIAL

Aluna: Rayssa Pereira do Nascimento


Prova de Tributário AV2

Ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária com pedido de tutela


provisória de urgência
A ação declaratória é importante instrumento que servirá ao contribuinte que
sentir-se ameaçado sobre uma possível lesão utilizar-se da presente demanda a fim de
declarar a inexistência ou até mesmo a existência de sua relação com a norma tributária.
Poderá o contribuinte buscar mediante a presente demanda a declaração de que
lhe assiste direito a gozar de uma isenção, imunidade, compensação, entre outros.
De outro lado buscará o contribuinte a declaração da inexistência de sua relação
com a norma tributária toda vez que o mesmo, sentindo-se ameaçado de sofrer uma
tributação indevida, por exemplo, utilizar-se-á da presente demanda como forma de evitar
que tal lesão possa ocorrer. Assim buscará neste caso, aliás, regra geral da ação
declaratória, o contribuinte a declaração que o mesmo não poderá ser cobrado e/ou
exigido diante de uma possibilidade iminente de ser tributado.
A ação declaratória será utilizada antes do lançamento, ou seja, será uma forma
de prevenção que poderá utilizar-se o contribuinte a fim de que não sofra em um futuro
próximo uma lesão por parte do ente público.
Para não haver dúvidas entre mandado de segurança e ação declaratória, faz-se
necessário que a explicação (conteúdo) do enunciado não contrarie quaisquer umas das
informações básicas do rito especial do Mandado de Segurança, como, por exemplo,
acaso a situação lecione sobre a necessidade e/ou vontade da parte em produzir provas ou
receber honorários sucumbenciais em caso de vitória no presente remédio constitucional
jamais poderemos utilizar-se do Mandado de Segurança.
Lembrando que bastará uma informação no enunciado contrária as informações
gerais do Mandado de Segurança para que não seja possível a sua utilização.
O fundamento base para utilização da presente demanda será o art. 19, I, do CPC,
ação esta que será do rito comum e que nela será possível a ampla produção probatória,
prova pericial, bem como oitiva de testemunhas, além de outras provas lícitas admitidas
em direito. Além disso, diferente do Mandado de Segurança, a presente demanda de
natureza declaratória permitirá a condenação da parte contrária em honorários
sucumbenciais.
Assim diante do exposto, mesmo que inexista lançamento, é possível a realização
de depósito integral e em dinheiro em ação declaratória com base na lei que ameaça o
contribuinte para suspender a exigibilidade na forma da Súmula no 112 do STJ e art. 151,
II, do CTN. Outrossim, vale ressaltar que na forma da Súmula Vinculante no 28 do STF
o presente depósito jamais poderá ser condição de ação e, portanto, será faculdade da
parte (faz se quiser).
Além do depósito, o instituto regra que será utilizado pelo contribuinte para
suspender a exigibilidade bem como antecipar provisoriamente os efeitos de uma decisão
que somente ocorrerá no final do processo será a tutela provisória de urgência, uma vez
preenchidos os requisitos da probabilidade do direito e do perigo de dano na forma dos
arts. 294 e 300 do CPC.
Também é importante ressaltar que a ação declaratória não tem prazo para
ajuizamento, bem como seu pedido poderá ser cumulado, ou seja, na mesma demanda
poderá existir o pedido de restituição de tributos pagos indevidamente.

Prova de Tributário AV2 -


Ação Anulatória
A ação anulatória trata-se de demanda que será ajuizada pelo contribuinte quando
o mesmo tiver por objetivo a desconstituição do lançamento e/ou ato administrativo de
infração lavrado pela autoridade fazendária.
Tal demanda é um procedimento do rito comum processual e não está prevista em
legislação própria o seu rito ou forma de atuação. Portanto, para efeitos da presente
demanda utiliza-se do CPC (rito comum) e da Lei no 6.830/1980 como fundamento da
presente demanda.
A finalidade precípua e básica é reparar a lesão que ocorreu contra o contribuinte
em razão de um ato e/ou lançamento realizado pela autoridade fazendária cujos mesmos
justificam-se por meio de norma ilegal ou inconstitucional.
A ação anulatória, por ser um procedimento de rito comum, proporciona ao
contribuinte maior dilação probatória vez que nela torna-se possível a produção de prova
pericial, oitiva de testemunhas e todos os meios probatórios necessários e admitidos em
direito a fim de desconstituir o ato ou lançamento tributário. Nela também será possível
o pedido para que a parte contrária seja condenada em honorários sucumbenciais.
Uma diferença clara entre o Mandado de Segurança Repressivo com esta ação, é
que a explicação do enunciado não contrarie quaisquer umas das informações básicas do
rito especial do Mandado de Segurança.
Logo, acaso o enunciado lecione sobre a necessidade e/ou vontade da parte em
produzir provas ou receber honorários sucumbenciais em caso de vitória no presente
remédio constitucional, jamais poderá utilizar-se do Mandado de Segurança.
O mesmo valerá, se já houver ultrapassado prazo superior a 120 dias da
notificação do lançamento.
Outra questão importante é que a ação anulatória, na forma do Decreto
no 20.910/1932 no seu art. 1o , estipula prazo para ajuizamento da mesma demanda em
até 5 (cinco) anos.
A ação anulatória, diante do que já exposto, será ajuizada pelo contribuinte quando
o mesmo foi notificado do lançamento ou recebeu em seu domicílio fiscal um auto de
infração.
O fundamento da ação anulatória será o art. 38 da Lei no 6.830/1980. Ademais,
nunca é demais salientar que a ação anulatória poderá ser utilizada para
desconstituir/reparar a lesão produzida por toda e qualquer espécie de tributo.
Por fim, no tocante à presente ação anulatória, ela poderá ser utilizada,
subsidiariamente, como meio de defesa do contribuinte que sofre execução fiscal, desde
que impossível a utilização de Embargos à Execução Fiscal e Exceção de Pré-
Executividade.

Prova de Tributário AV2 -


Ação de Repetição Indébito

A ação de repetição de indébito tributário ou simplesmente ação de restituição,


será utilizada pelo contribuinte que compreender que realizou pagamento a maior ou que
jamais deveria ter pagado o tributo que lhe fora exigido ou até pelo mesmo declarado.
Assim ocorrendo o pagamento indevido nascerá ao contribuinte o direito de restituir.
Logo, para efeitos de ajuizamento da presente demanda, precisará o contribuinte
comprovar que efetuou o pagamento, e acima de tudo demonstrar a justificativa do porquê
compreende que o pagamento foi realizado de forma equivocada.
Vale dizer que tal demanda apresenta como fundamento o art. 165 do CTN e
restará possível a sua utilização independentemente de prévio pedido, protesto ou
reclamação administrativa.
Serão exemplos de ajuizamento da presente demanda: o pagamento de tributo que
já estava extinto pela prescrição ou decadência. Também teremos a possibilidade de
restituição quando for satisfeito tributo erroneamente em razão de erro de cálculo ou que
sua criação/majoração tenha origem norma considerada ilegal/inconstitucional. Por fim
também poderá ser ajuizada ação de restituição quando quem efetuou o pagamento tem
garantia de imunidade ou de não pagamento em razão de isenção tributária.
Assim diante do exposto, nascerá ao contribuinte o direito de restituir todo o
tributo pago indevidamente, independentemente de quem tenha se equivocado e das
motivações do equívoco. O direito de repetição é corolário do enriquecimento sem causa,
ou seja, evitará assim que os entes públicos competentes tenham possibilidade de
enriquecer sem possibilidade legal.
Uma observação muito pertinente é que, quando ocorrer pagamento indevido,
poderá no prazo legal o contribuinte buscar a restituição ou até mesmo a compensação do
tributo pago indevidamente, seja na esfera administrativa (pedido de restituição) ou na
esfera judicial.
O prazo para ajuizamento da ação de restituição será de 5 (cinco) anos contados
do pagamento indevido (data da extinção do crédito) na forma do art. 168 do CTN. Assim,
assistirá ao contribuinte o direito de restituir o tributo pago erroneamente seja na esfera
administrativa ou judicial dentro do prazo de cinco anos contados do pagamento indevido.
Já no tocante à legitimidade para solicitar a restituição do indébito tributário será
do sujeito passivo tributário, ou seja, na forma do art. 121 do CTN caberá, portanto, o
direito de restituir tanto pelo contribuinte, quanto pelo responsável. Assim podemos
concluir que somente aquele que participa efetivamente da relação jurídica tributária é
que poderá solicitar a restituição dos tributos pagos indevidamente.
Assim, se o contribuinte X paga determinado tributo indevidamente caberá a ele
o direito de restituição.
Lembrando que contribuinte de direito é aquele que participa da relação jurídica
tributária, paga normalmente o tributo, mas a lei lhe autoriza o repasse para o próximo da
cadeia tributária. Já o contribuinte de fato será aquele que apenas suporta o ônus
tributário, ou seja, recebe o encargo fiscal mesmo sem participar diretamente da relação
jurídica tributária.
Assim para estes casos em que envolverá tributação indireta será apenas do
contribuinte de direito o direito de restituir eventual tributo pago indevidamente, desde
que comprove que não repassou ao próximo da cadeia ou tenha autorização do
contribuinte de fato para que exerça seu direito de restituição.
Já no que tange a parte requerida na ação de restituição, é importante salientar,
que será parte o ente competente que recebeu indevidamente o tributo pago pelo
contribuinte. Mas nem sempre a parte requerida será respectivamente o ente competente
titular da competência tributária.
Excepcionalmente há casos em que acaso houver recolhimento indevido, por
exemplo, Imposto de Renda Retido Indevidamente na Fonte de Servidor Público
Estadual, será parte legítima o Estado que reteve erroneamente visto que na forma da
Súmula no 447 do STJ a legitimidade processual será do ente que reteve e não do ente
competente tributário.
A ação de restituição de indébito tributário sem qualquer dúvida terá natureza
condenatória, ou seja, condenará o ente público que cobrou ou reteve indevidamente
tributo do contribuinte a restituir o mesmo.
Por fim, a presente demanda mesma poderá ser cumulada com ação declaratória
e anulatória, mas jamais com Mandado de Segurança.

Prova de Tributário AV2 -


Ação de Consignação em Pagamento

A ação de consignação em pagamento é o meio judicial cabível para que o


contribuinte exerça o seu direito de pagar o crédito tributário quando impossibilitado (ou
criada qualquer dificuldade) pela autoridade fazendária o seu recebimento. Assim o
grande objetivo da presente demanda é que o contribuinte possa exercer o seu direito de
extinguir o crédito tributário mediante pagamento.
O art. 164 do CTN e seus respectivos incisos, apresentam-se várias possibilidades
de cabimento da ação de consignação em pagamento. Por exemplo, o que é lecionado no
art. 164, I, do CTN, quando há a possibilidade de utilização da presente demanda quando
houver recusa no recebimento (pagamento) de um tributo em razão da autoridade
fazendária estar exigindo o pagamento de uma penalidade indevida ou até de outro tributo
na mesma guia.
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos casos:
I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo
ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências
administrativas sem fundamento legal;
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo
idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1o A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe
pagar.
§ 2o Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a
importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no
todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das
penalidades cabíveis.
Outra hipótese de cabimento estará prevista no art. 164, III, do CTN, visto que
desta feita poderá existir dúvida para quem deve ser pago o crédito tributário ou existirá
a exigência de mais de um tributo, por entes diversos referentes ao mesmo fato gerador.
Logo, não se identificando ou existindo dúvida por parte do contribuinte para quem deva
satisfazer o crédito tributário, deverá o mesmo ingressar com a ação de consignação em
pagamento.
Secundariamente, também se pode afirmar que a ação de consignação em
pagamento serve para que o contribuinte evite a mora, ou seja, evite a exigência posterior
de multa e juros sobre eventual crédito não satisfeito em razão da dúvida/impossibilidade
de pagamento. Mas atenção: o propósito cabal da ação de consignação é o pagamento do
crédito tributário e não a discussão sobre sua validade/legalidade.
Logo, podemos concluir que as hipóteses de cabimento da ação de consignação e
o respectivo fundamento para qualquer possibilidade de ação encontram-se dispostas no
art. 164 e seus incisos do CTN.
Além dos fundamentos previstos no art. 164 do CTN, também teremos como
fundamento da ação de consignação em pagamento o art. 539 e seguintes do CPC
Logo, conforme acima demonstrado, o CPC traz importantes lições para a
utilização da presente demanda.
De primeiro momento, ensina que o foro competente para o recebimento da
presente demanda não será o domicílio do autor (regra geral), mas sim do local onde
deverá ser satisfeito (pago) o tributo.
Em segundo momento, também leciona que, diferentemente das ações em que se
deseja discutir o crédito tributário, o depósito aqui será condição de ação justamente pelo
fato de tratar-se de demanda em que o contribuinte deseja extinguir o crédito tributário.
Uma observação, sempre deverá ser depositado o maior valor exigido, mesmo que
tenha-se clareza que o pagamento ao final da demanda será feito para o ente que cobra o
menor valor. Isto deverá ocorrer a fim de suspender a exigibilidade na forma da Súmula
no 112 do STJ e art. 151, II, do CTN.
A suspensão da exigibilidade do crédito, além de evitar a possibilidade de
execução fiscal, evitará a mora (retroatividade de juros, correção e multa) em caso de
improcedência da consignação, bem como dará ao contribuinte direito a emissão de
certidão positiva com efeito negativa na forma do art. 206 do CTN.
Mas outras dúvidas também poderão existir no tocante à ação de consignação do
art. 164, III, do CTN. A primeira delas será quando o foro competente visto que, conforme
acima exposto, será do local do pagamento na forma do art. 540 do CPC. O foro
competente será de qualquer um dos réus da demanda, ou seja, tratar-se-á de opção
(escolha) do requerente a eleição do foro na forma do art. 46, § 4º, do CPC.
Existindo a presença de tributo estadual e federal respectivamente, o juízo que
deverá ser ajuizada a demanda será da Justiça Federal, visto que existe interesse da União
na presente demanda.
Igualmente, é importante salientar que, se a demanda for julgada procedente,
obviamente, após o trânsito em julgado da decisão, a importância depositada (consignada)
será convertida em renda, ocorrendo, assim, a extinção do crédito tributário, na forma do
art. 156, VIII, do CTN.
Agora, se a consignação for julgada improcedente, o ente competente poderá
cobrar o crédito tributário, acrescido de juros, assim como eventuais penalidades cabíveis.
Ademais sempre é importante salientar que jamais teremos, por exemplo, a ação
consignatária para discutir possibilidade de exigência tributária, para obter concessão de
parcelamento, anistia ou moratória e para reconhecimento de pagamento (via
compensação de tributo).

Prova de Tributário AV2 -


Mandado de Segurança
O fundamento legal básico da presente demanda encontra-se esculpido no art. 5o ,
LXIX, da CF, combinado com o art. 1o da Lei no 12.016/2009. Importante dizer que tal
demanda desfruta de status de remédio constitucional no qual para aqueles que o utilizam
fundamenta-se sempre na seguinte premissa: “lesão ou ameaça de lesão a um direito
líquido e certo”.
O direito líquido e certo seria do contribuinte, que venha sofrer uma
ilegalidade/abuso de poder ou esteja ameaçado a sofrer constrangimento ilegal. Esses atos
são realizados pela autoridade pública ou agente de pessoa jurídica. Mas sempre no
exercício de poder dado pelo Poder Público.
Ademais, conforme o art. 3o do CTN, o ato de cobrar tributo está vinculado à lei.
Logo, se houver cobrança sem respaldo legal, poderemos estar diante da utilização da
presente demanda.
O Mandado de Segurança poderá ser repressivo ou preventivo. Assim utilizar-se-
á o repressivo para fatos que sejam posteriores ao lançamento. Já o preventivo, quando
houver uma lei que esteja a ameaçar o contribuinte e que de fato ainda não produziu
efeitos sobre determinado contribuinte (sem lançamento).
Outrossim, sobre a lesão ou ameaça de lesão a um direito líquido e certo significa
afirmar que trata-se de norma que está devidamente criada e/ou publicada e que uma vez
confrontada com as normas bases do direito tributário estará capaz o julgador de declará-
la ilegal ou inconstitucional.
Outro fato importante é que uma das grandes diferenças no Mandado de
Segurança é que não existirá neste remédio constitucional dilação probatória, logo, as
provas deverão ser anexadas e provadas de pleno (pré-constituída), não cabendo,
portanto, a oitiva de testemunhas, realização de prova pericial e depoimento de parte.
Ademais o Mandado de Segurança será um procedimento menos custoso visto que
acaso a parte impetrante não consiga o julgamento de procedência (concessão de
segurança) não poderá ser condenada nos ônus sucumbenciais na forma do art. 25 da Lei
no 12.016/2009 e da Súmula no 512 do STF.
Este procedimento especial será mais célere, visto que além de não ser possível a
dilação probatória (o que poderá acarretar morosidade), terá preferência de tramitação.
E, além das características acima diagnosticadas, o Mandado de Segurança
Repressivo, e apenas este, terá prazo para ajuizamento de 120 dias contados da ciência
do ato que tornou a lesar o contribuinte na forma do art. 23 da Lei n o 12.016/2009.
Ressalta-se que este prazo somente deverá ser observado para o repressivo, visto que no
preventivo a lesão ainda não ocorreu, sendo apenas mera expectativa.
Assim diante do que exposto nos parágrafos acima, podemos afirmar que o
Mandado de Segurança tem características específicas e se acaso o enunciado trouxer
qualquer informação contrária a estas características, tornar-se-á impossível a utilização
do presente remédio constitucional.
São características essenciais do Mandado de Segurança: Preventivo/Repressivo:
ação mais célere; Preventivo/Repressivo: menos custoso (sem condenação honorários);
Preventivo/Repressivo: sem dilação probatória (provas pré-constituídas); Repressivo:
prazo de 120 dias para ajuizamento;
Também é importante referir que existirão casos que será impossível a utilização
do Mandado de Segurança. Além da forma já exposta acima, (informação contrária no
enunciado as características essenciais) a própria Lei no 12.016/2009 informa no seu art.
5o que para determinados casos será impossível a utilização do Mandado de Segurança.
Ainda cai ao lanço informar que o STF também cravou posição sobre algumas
possibilidades no qual se torna impossível a utilização do Mandado de Segurança por
meio das Súmulas nos 266 e 269 do STF.
Art. 5 o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.

Prova de Tributário AV2 -


Petição de exceção de pré-executividade
A Exceção de Pré-Executividade, mais conhecida como EPE, será também uma
das formas em que o contribuinte que sofre Execução Fiscal poderá utilizar-se como meio
de defesa. Entretanto, recomenda-se a utilização desta peça processual apenas quando
impossível de ser realizado os Embargos à Execução Fiscal.
Outrossim, a Exceção de Pré-Executividade foi criada por Pontes de Miranda, não
tem previsão legal e/ou fundamento próprio. Trata-se de criação doutrinária e
jurisprudencial em que possibilitou um meio menos custoso para aqueles contribuintes
que sofrem Execução Fiscal realizarem sua defesa.
O fundamento base da EPE será a Súmula no 393 do STJ, que possibilitará a
utilização desta petição como forma de defesa daquele que sofre Execução Fiscal desde
que os atos/fatos a serem alegados não necessitem de dilação probatória bem como
possam ser conhecidos de ofício pelo juízo.
Assim, será comum a utilização da presente petição quando houver qualquer
nulidade que possa desconstituir a CDA através de simples alegação e sem necessidade
de dilação probatória, por exemplo: reconhecimento de isenção, imunidade, prescrição,
decadência, entre outros.
Também outro fato comum que sinaliza a necessidade de utilização da EPE é que
o enunciado irá narrar que o mesmo não tem possibilidade ou bens para ofertar em
garantia (penhora) ou o prazo de 30 dias já se esgotou.
Outro fundamento subsidiário que justifica a utilização da Exceção de Pré-
Executividade é o art. 5o , XXXV, da Constituição Federal, que determina que a lei não
excluirá de apreciação lesão ou ameaça de lesão a um direito, assim como o art. 5o , LV,
da Carta Magna, cujo referido inciso leciona sobre o direito ao contraditório e ampla
defesa.
Por fim, cai ao lanço salientar que para a utilização da presente peça processual
inexiste necessidade do pagamento de custas processuais iniciais, não tem valor da causa
(porque é simples petição) e tem maior celeridade. Ademais da decisão que indeferir ou
não acolher a EPE caberá o recurso de Agravo de Instrumento na forma do art. 1.015,
parágrafo único, do CPC.
Prova de Tributário AV2 -
Ação de embargos à execução fiscal
A regra geral será que o contribuinte se utilizará dos Embargos à Execução Fiscal
para que exerça seu direito de defesa. Eis que através da presente ação, tornar-se-á
possível a ampla produção e dilação probatória.
Para que exista a possibilidade de utilização desta demanda faz-se necessário a
presença de dois requisitos cumulativos: garantia do juízo e prazo de 30 dias.
Logo, somente será possível a utilização dos Embargos à Execução Fiscal quando
o enunciado da prova trouxer a presença, de forma expressa, dos dois requisitos para
ajuizamento deste importante instrumento de defesa.
Não sendo possível utilizar-se dos Embargos à Execução Fiscal, eis que ausentes
quaisquer um dos requisitos acima dispostos, recomenda-se ao interessado verificar a
possibilidade de utilizar-se da Exceção de Pré-Executividade como forma de defesa.
Mas para que seja possível a utilização da petição de defesa, que será patrocinada
nos autos da Execução Fiscal, faz-se necessário a presença de dois requisitos:
desnecessidade de dilação probatória e que a matéria possa ser conhecida de ofício pelo
magistrado.
Por fim, acaso não seja possível a utilização dos Embargos à Execução Fiscal e
da Exceção de Pré-Executividade, poderá ainda o contribuinte utilizar-se como medidas
excepcionais de defesa: Ação Anulatória e/ou Mandado de Segurança.
Uma vez verificadas as hipóteses de defesa daquele que sofre Execução Fiscal
vamos trabalhar sobre a ação que, sem dúvida alguma, é a principal e mais importante
forma de defesa do contribuinte que está sofrendo execução.
A ação de Embargos à Execução Fiscal trata-se de procedimento que tem rito
próprio, previsto na Lei de Execução Fiscal (Lei no 6.830/1980) e proporciona ao
contribuinte ampla dilação probatória. Trata-se de demanda (ação) e não de contestação,
que deverá ser distribuída por dependência aos autos da execução fiscal na forma do art.
914, § 1o , do CPC.
Por falar no Código de Processo Civil é importante salientar que ele se utiliza das
normas gerais dos embargos de qualquer execução (extrajudicial) na forma do art. 914 e
seguintes do CPC quando elas não forem contrárias à lei específica (Lei de Execução
Fiscal).
Assim, uma vez ajuizada execução fiscal contra o contribuinte devedor de tributo,
ação esta respaldada pela Certidão de Dívida Ativa, poderá o contribuinte na forma do
art. 16 da Lei no 6.830/1980 e do art. 914 do CPC promover os Embargos à Execução
Fiscal como forma de defesa, alegando todas as matérias de direito e de fato necessários
para a desconstituição da CDA em razão de ilegalidade ou inconstitucionalidade.
Tal ação de Embargos à Execução Fiscal, contrariando o que lecionado no art. 914
do CPC, somente poderá ser utilizada quando presentes os requisitos da garantia do juízo
(art. 16, § 1o , da Lei no 6.830/1980) e do prazo de 30 dias. Assim jamais existirá a
possibilidade de Embargos à Execução Fiscal, pelo menos para efeitos de Exame da
Ordem, sem garantia do juízo.
Estabelecidos os requisitos para que sejam admitidos os Embargos à Execução
Fiscal, torna-se importante vislumbrar que o simples ajuizamento e respectiva
distribuição por dependência da ação, não suspenderá o andamento de forma automática
da Execução Fiscal.
O embargante, a fim de suspender o andamento da Execução Fiscal, na forma do
art. 919, § 1o , do CPC, deverá solicitar a concessão, uma vez presentes os requisitos da
tutela provisória e da garantia do juízo. Logo, na forma do artigo supraindicado poderá o
contribuinte/embargante sustar o andamento e os efeitos expropriatórios da Execução
Fiscal por intermédio do presente pedido. Recomenda-se inclusive a abertura de tópico
próprio nos Embargos à Execução Fiscal para que seja solicitada tal suspensão.
Sobre o efeito suspensivo também é importante reiterar: jamais será e/ou poderá
ser solicitado a suspensão da exigibilidade do crédito visto que a Execução Fiscal neste
momento já existe.
A petição inicial dos Embargos à Execução Fiscal terá como fundamento base de
cabimento o art. 16 da Lei no 6.830/1980 e o art. 914 do CPC. A inicial adotará igualmente
os passos/estrutura do art. 319 do CPC.
Por tratar-se de ação que será distribuída por dependência aos autos da Execução
Fiscal, a presente demanda deverá ser dirigida para o juízo/vara onde tramita a ação
principal, obedecendo assim os requisitos do art. 46, § 5o , do CPC e o valor da causa será
aquele, comumente, atribuído à execução expropriatória.

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