Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito tributário
SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO:
conceito e hipóteses
Como vimos, o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta. Entretanto, o que caracteriza essencialmente o crédito tributário, tornando-o distinto da obrigação
que lhe deu origem, é a sua exigibilidade.
A suspensão do crédito tributário nada mais é do que a paralisação temporária da sua
exigibilidade, provocada pela concessão de moratória, pelo depósito do montante integral, pelas
reclamações ou recursos administrativos e pela concessão de liminar em mandado de segurança ou de
medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial e, ainda pelo parcelamento.
Durante o período em que perdurar a suspensão, o crédito tributário não pode ser cobrado
(exigido) do sujeito passivo, retomando-se a exigibilidade logo após o término da suspensão.
Como já foi dito1, somente o CTN pode estabelecer a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. Assim, cumpriu ao art. 151 deste diploma legal, estatuir:
Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
a moratória
depósito do seu montante integral
as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo
a concessão de medida liminar em mandado de segurança
a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial
o parcelamento
Por disposição do art. 155-A do CTN o parcelamento será concedido na forma e condição
estabelecidas em lei específica e, salvo disposição de lei em contrário, não exclui a incidência de juros e
multas, aplicando-se-lhe, subsidiariamente, as disposições relativas à moratória, que estudaremos no
tópico seguinte.
A MORATÓRIA
1 obra citada,
2 Obra citada,
1
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 2
Direito tributário
confissão de dívida vencida, pede o parcelamento dos débitos para vencimento no futuro. Em
caráter geral, por exemplo, a moratória mais comum é quando ocorre calamidade pública em determinado
lugar, sendo concedida prorrogação nos prazos de pagamento dos tributos dos contribuintes da região
afetada”.
Comentando o dispositivo legal, afirma Fábio Fanucchi3: “a moratória assim concedida, de
uma forma geral, abrangendo não só os compromissos de pagamento de natureza tributária, é a única que
justifica a intervenção da União para prorrogar prazos de pagamento de tributos dos demais entes
públicos. Não é só o fato de a União conceder moratória para os seus tributos que justificará a extensão da
medida aos demais tributos. Somar-se-á, necessariamente, a essa prorrogação em prejuízo de seus cofres,
a prorrogação que determine novo termo para todas as obrigações de direito privado”.
Tanto na moratória dada em caráter geral quanto na moratória individual é indispensável à
edição de lei que, no primeiro caso, será concessiva e no segundo, autorizativa. A lei concessiva de
moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da
pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
Pelo art. 153 do CTN, a lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão
em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
prazo de duração do favor;
as condições da concessão do favor em caráter individual;
sendo caso:
- os tributos a que se aplica;
- o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo de duração do favor,
podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em
caráter individual;
- as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter
individual;
Nos termos do art. 154 do CTN, se a lei não dispuser em sentido contrário, a moratória
somente abrange os créditos:
- já definitivamente constituídos na data da concessão
- cujo lançamento já tenha sido iniciado naquela data (por ato regularmente notificado ao sujeito passivo)
Art. 155 - A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será
revogada de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de
satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão
do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou
de terceiro em beneficio daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo Único - No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança
do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito
o referido direito.
3 Obra citada,
2
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 3
Direito tributário
Como se vê o crédito será acrescido de penalidade se ficar provada a ocorrência de dolo ou
simulação do favorecido (ou de terceiro em beneficio do mesmo favorecido). Neste caso, o tempo
decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da contagem do
prazo de prescrição. Dá-se o fenômeno jurídico da “suspensão da prescrição”, uma vez que durante o
período em que prevalecer a moratória fraudulenta não se contará o prazo para prescrição.
O sujeito passivo pode impetrar mandado de segurança sempre que se entender lesado pela
prática de ato ilegal ou abusivo por parte da autoridade administrativa que efetuar o lançamento. O MS
encontra amparo no art. 5º LXIX da Constituição Federal, que assim estabelece: “conceder-se-á mandado
de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.
Impetrado o MS, o juiz pode deferir ou não a medida liminar (in limine – antes de apreciar o mérito).
Porém, somente se a medida liminar for concedida é que ocorrerá a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. Nos termos do art. 7º, II, da Lei n.º 1.533/51(LEGISLAÇÃO ANTERIOR), legislação atual
(LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009) .o juiz concederá a liminar “quando for relevante o
3
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 4
Direito tributário
fundamento (fumus bonis iuris) e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
deferida (periculum in mora)”.
A liminar em mandado de segurança, enquanto não for cassada ou não se decidir o mérito,
suspende a exigibilidade do crédito tributário, independentemente de depósito, ficando a Fazenda Pública
impedida de ajuizar a ação de execução.
Como vimos a obrigação tributária, assim como todas as demais obrigações, é um relação
transitória de direito, destinada a encerrar-se num dado prazo de tempo. A extinção do crédito tributário é
que assinala o término da relação obrigacional tributária, pondo fim ao vínculo jurídico que prendia o
devedor (sujeito passivo) ao credor (sujeito ativo). O art. 156 do CTN, arrola as seguintes modalidades de
extinção do crédito tributário:
- pagamento
- a compensação
- a transação
- a remissão
- a prescrição e a decadência
- a conversão de depósito em renda
- pagamento antecipado e a homologação do lançamento
- a consignação em pagamento (quando julgada procedente)
- a decisão administrativa irreformável (definitiva - que não mais possa ser objeto de ação
anulatória)
- a decisão judicial passada em julgado
- a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei
O Pagamento
Pagamento é a entrega feita ao credor da soma de dinheiro que corresponde ao objeto da
obrigação
Reza o art. 157 que a imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito
tributário, isto é, o fato de o sujeito passivo ter pago multa (em razão de alguma infração praticada) não
exclui a sua obrigação de pagar também o tributo devido. Além disso, o pagamento de um crédito não
importa em presunção de pagamento de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos e, se o
pagamento for parcial, não implica a presunção de pagamento das demais prestações em que se
decomponha.
Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição
competente do domicílio5 do sujeito passivo e se ela não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do
crédito ocorre 30 (trinta) dias depois da data em que o sujeito passivo for considerado notificado do
lançamento.
É admissível a concessão de desconto pelas antecipações do pagamento, nas condições que
estabelecidas pela legislação tributária, como acontece com o pagamento do IPTU em diversos
municípios, inclusive, Goiânia.
Se o crédito tributário não for integralmente pago no vencimento, será acrescido de juros de
mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e
5 Para rever o que é o domicílio do sujeito passivo, consulte as regras para definição do domicílio tributário na pág. 91.
4
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 5
Direito tributário
da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas em lei, sendo que tais juros
moratórios serão calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês, sempre que a lei silenciar e não fixar
taxa diferente. Todavia, na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para
pagamento do crédito, não incidirão os juros de mora.
O art. 162 do CTN, estabelece os modos como o pagamento pode ser realizado. Vejamos:
O pagamento é efetuado:
Regra em moeda corrente
cheque
vale postal
Nos casos previstos em lei
Exceção em estampilha6
em papel selado7
por processo mecânico.
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
O art. 163 estipula as regras para a imputação do pagamento, a qual deve ser efetuada quando
existir simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma
pessoa jurídica de direito público. A pergunta é: supondo que alguém desejando pagar seus tributos já
vencidos, envie determinada quantia para uma repartição fiscal, porém não discrimine quais tributos
deseja quitar – neste caso, quais deverão ser considerados pagos em primeiro lugar? A resposta é a
seguinte:
6 Estampilha é o papel estampado pelo Tesouro (selo), por meio do qual se pagam alguns tributos. Ao adquirir a estampilha o sujeito passivo paga o
valor que lhe corresponde e, depois, deve fazer a sua aposição em um documento ou mercadoria, com o que aquela considera-se destruída. É
modalidade em desuso para cobrança de imposto, porém, é comum nos cartórios, utilizada na emissão de documentos oficiais, nos quais se paga uma
taxa – a estampilha é afixada no documento (Certidão, p. ex.) e destruída (inutilizada) com carimbo.
7 O papel selado tem uso semelhante ao da estampilha. Porém, ao invés de adquirir um “selo”, o sujeito passivo adquiri um formulário contendo o
emblema do Tesouro, com o que está pagando o tributo.
5
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 6
Direito tributário
Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com
a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes
de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o
pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que
enumeradas:
em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos
decorrentes de responsabilidade tributária;
primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos
impostos;
na ordem crescente dos prazos de prescrição;
na ordem decrescente dos montantes.
Exemplo de um caso de imputação do pagamento nos é dado por Walter Paldes Valério 8.
Vejamos.
“Exemplificando: uma pessoa devia R$ 1.500.000 de Imposto de Renda retido na fonte, tendo o crédito
respectivo se constituído em 12.12.79; R$ 200.000 e R$ 500.000, do mesmo tributo, apurado em Balanço,
sendo os créditos constituídos, respectivamente, em 3.01.81 e 31.3.81; R$ 100.000 e R$ 200.000 de
Imposto de Importação, cujos créditos se constituíram por lançamento de 3.01.72.
Em que ordem deverão ser feitos os pagamentos?
A ordem para o pagamento será a seguinte:
1º.) R$ 200.000 de IR, de obrigação própria, de mais próxima prescrição (3.01.81);
2º.) R$ 500.000 de IR, de obrigação própria, que prescreveria em 31.03.86;
3.º) R$ 200.000 e R$ 100.000, obrigações próprias, de Imposto de Importação, na ordem decrescente de
seus montantes, já que a prescrição de ambas se daria em 3.01.87.
4º.) R$ 500.000 em último lugar, por se tratar de responsabilidade tributária (substituição).”
6
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 7
Direito tributário
de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo
idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Se a consignação Julgada
for procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a
procedente? importância consignada é convertida em renda;
Se a consignação Julgada
for improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito
improcedente? acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO
Sempre que pagamos algo que não é devido, temos o direito de reavermos a quantia paga
indevidamente. Em Direito Tributário a restituição de quantias pagas indevidamente (repetição do
indébito) é regulada pelo art. 165 do CTN.
O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou
parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes casos:
Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido
na identificação do sujeito passivo
Erro na determinação da alíquota aplicável
Restituição
no cálculo do montante do débito
na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento
Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
7
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 8
Direito tributário
Prescreve em 2 (dois) anos a ação anulatória da decisão administrativa que
denegar a restituição
Prescrição O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o
seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao
representante judicial da Fazenda Pública interessada
Compensação9 A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos
tributários com crédito líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
Pública. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará a apuração do seu montante, não
podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo
tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.
9 O Art. 1009 do Código Civil, assim define a compensação: “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”.
10 Art. 172 - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário,
atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo Único - O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no art. 155.
8
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 9
Direito tributário
continuar sendo utilizada, porém exigirá lei específica que trate somente de remissão ou do tributo cujo
crédito esteja sendo remido. Conceder remissão por meio de lei específica não é nada semelhante a
autorizar a alguém a conceder remissão por despacho.
Conversão de depósito em renda Como vimos, o depósito do montante integral11 do
crédito tributário é causa de suspensão de sua exigibilidade. Se o sujeito passivo (depositante) vier a
perder a causa que está discutindo em juízo e que motivou o depósito, este será convertido em renda a
favor da Fazenda Pública, extinguindo o crédito tributário.
Pagamento antecipado e homologação do lançamento como vimos no lançamento por
homologação, a antecipação do pagamento feita pelo sujeito passivo extingue o crédito, sob condição
resolutória da ulterior homologação do lançamento. Assim, quando efetivada a homologação (tácita ou
expressa) do lançamento opera-se a extinção do crédito tributário.
Decisão administrativa irreformável quando o sujeito passivo apresentar impugnação
ou recurso na esfera administrativa e obtiver ganho de causa, ou seja, a decisão administrativa definitiva
lhe for favorável, reconhecendo ser indevida a exigência fiscal, ocorrerá a extinção do crédito tributário.
Entende-se por decisão administrativa irreformável aquela de que não caiba mais recurso na esfera
administrativa. Obviamente, a decisão administrativa que for contrária ao sujeito passivo não extingue o
crédito, impondo-lhe o recolhimento.
Decisão judicial passada em julgado Decisão judicial passada em julgado é aquela
contra a qual não cabe mais nenhum recurso. Naturalmente, a decisão que extingue o crédito tributário é a
que for favorável ao sujeito passivo, reconhecendo ser indevida a pretensão da Fazenda Pública.
DECADÊNCIA
9
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 10
Direito tributário
O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele
previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação,
ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
O segundo marco para o início da contagem do prazo decadencial está contido no inciso II do
art. 173, e estabelece que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após
cinco anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado. É aplicado quando houver anulação do lançamento anterior, por vício
formal, cabendo à Fazenda Pública efetuar novo lançamento, dentro deste prazo.
PRESCRIÇÃO
ano-base de 1995 (o fato gerador considera-se ocorrido com o fechamento do exercício financeiro de 1995), logo o lançamento poderia ser efetuado já
em 1996. O exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, então, é 1997. Dia do início da contagem do prazo decadencial:
01.01.1997. Encerramento do prazo decadencial (última dia para se fazer o lançamento): 31.12.2001.
14 RTJ 106/236-270
15 A respeito da suspensão da prescrição, ver pág. 107.
10
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 11
Direito tributário
A prescrição se interrompe:
A respeito da interrupção da prescrição vejamos o que ensina Hugo de Brito Machado 16:
“Diversamente do que ocorre com a decadência, a prescrição pode ter interrompido ou suspenso o curso
de seus prazos. (...) Interromper a prescrição significa apagar o prazo já decorrido, o qual recomeçará seu
curso. Assim, constituído definitivamente um crédito tributário, daí começa o curso da prescrição. Se
depois de algum tempo, antes de completar-se o quinquênio, ocorre uma das hipóteses de interrupção
acima indicadas, o prazo já decorrido fica sem efeito e a contagem dos cinco anos volta a ser iniciada”.
Excluir o crédito tributário significa evitar que ele se constitua 17. A exclusão do crédito
acontece, portanto, quando embora ocorrido o fato gerador, a lei tributária não autoriza o ato
administrativo do lançamento.
Em seu art. 175, o CTN estipula que:
Excluem o crédito tributário:
a isenção;
a anistia.
11
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 12
Direito tributário
só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo
das isenções do ICMS concedidas por Convênios regulados pela Lei Complementar nº 24/75.
Assim, com exceção do ICMS, todos os demais impostos terão suas isenções concedidas por
lei específica, assim entendida aquela que regule exclusivamente este benefício fiscal ou trate apenas do
respectivo tributo ou contribuição. No que toca à anistia, a regra não tem exceção, ou seja, todos os
tributos sujeitam-se à lei específica.
As regras a respeito da isenção e da anistia são estabelecidas pelos artigos 176 a 182 do CTN.
Vejamos:
A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho
da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão (isenção
pessoal), observando-se o seguinte:
- se se tratar de tributo lançado por período certo de tempo, (fato gerador periódico) o
despacho será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a
partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do
reconhecimento da isenção
- o despacho não gera direito adquirido, e a isenção será revogada de ofício, sempre que se
apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de
cumprir os requisitos para a sua concessão, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora com ou sem
penalidade, na forma prevista no art. 15519.
12
MENTORIA OAB Adicione um título ao seu documento 13
Direito tributário
- aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele
- salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas
A anistia pode ser concedida:
- em caráter geral
- limitadamente:
- às infrações da legislação relativa a determinado tributo
- às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugada ou
não com penalidades de outra natureza
- a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares
- sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação - seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa
A anistia: quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão (anistia pessoal)
observando-se o seguinte:
- o despacho não gera direito adquirido, e a anistia será revogada de ofício, sempre que se
apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de
cumprir os requisitos para a sua concessão, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora com ou sem
nova penalidade, na forma prevista no art. 15520.
13