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Direito tributário
SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO:
conceito e hipóteses
Como vimos, o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta. Entretanto, o que caracteriza essencialmente o crédito tributário, tornando-o distinto da obrigação
que lhe deu origem, é a sua exigibilidade.
A suspensão do crédito tributário nada mais é do que a paralisação temporária da sua
exigibilidade, provocada pela concessão de moratória, pelo depósito do montante integral, pelas
reclamações ou recursos administrativos e pela concessão de liminar em mandado de segurança ou de
medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial e, ainda pelo parcelamento.
Durante o período em que perdurar a suspensão, o crédito tributário não pode ser cobrado
(exigido) do sujeito passivo, retomando-se a exigibilidade logo após o término da suspensão.
Como já foi dito1, somente o CTN pode estabelecer a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. Assim, cumpriu ao art. 151 deste diploma legal, estatuir:
Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

 a moratória
 depósito do seu montante integral
 as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo
 a concessão de medida liminar em mandado de segurança
 a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial
 o parcelamento

Por disposição do art. 155-A do CTN o parcelamento será concedido na forma e condição
estabelecidas em lei específica e, salvo disposição de lei em contrário, não exclui a incidência de juros e
multas, aplicando-se-lhe, subsidiariamente, as disposições relativas à moratória, que estudaremos no
tópico seguinte.

IMPORTANTE: A suspensão do crédito do tributário não dispensa o cumprimento das


obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.

A MORATÓRIA

A moratória pode ser concedida:


Em caráter geral:
- pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;
- pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às
obrigações de direito privado;
em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por
lei. Neste caso, observar-se-á as mesmas condições previstas na letras “a” e “b”.
Ensina-nos Yoshiaki Ichihara2 “em caráter individual, por exemplo, a moratória mais
conhecida é a do parcelamento dos débitos fiscais. No parcelamento, o sujeito passivo, por meio de

1 obra citada,
2 Obra citada,

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confissão de dívida vencida, pede o parcelamento dos débitos para vencimento no futuro. Em
caráter geral, por exemplo, a moratória mais comum é quando ocorre calamidade pública em determinado
lugar, sendo concedida prorrogação nos prazos de pagamento dos tributos dos contribuintes da região
afetada”.
Comentando o dispositivo legal, afirma Fábio Fanucchi3: “a moratória assim concedida, de
uma forma geral, abrangendo não só os compromissos de pagamento de natureza tributária, é a única que
justifica a intervenção da União para prorrogar prazos de pagamento de tributos dos demais entes
públicos. Não é só o fato de a União conceder moratória para os seus tributos que justificará a extensão da
medida aos demais tributos. Somar-se-á, necessariamente, a essa prorrogação em prejuízo de seus cofres,
a prorrogação que determine novo termo para todas as obrigações de direito privado”.
Tanto na moratória dada em caráter geral quanto na moratória individual é indispensável à
edição de lei que, no primeiro caso, será concessiva e no segundo, autorizativa. A lei concessiva de
moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da
pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
Pelo art. 153 do CTN, a lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão
em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
prazo de duração do favor;
as condições da concessão do favor em caráter individual;
sendo caso:
- os tributos a que se aplica;
- o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo de duração do favor,
podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em
caráter individual;
- as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter
individual;
Nos termos do art. 154 do CTN, se a lei não dispuser em sentido contrário, a moratória
somente abrange os créditos:
- já definitivamente constituídos na data da concessão
- cujo lançamento já tenha sido iniciado naquela data (por ato regularmente notificado ao sujeito passivo)

IMPORTANTE: A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do


sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.
Importante regra é a estabelecida no art. 155 do CTN, que cuida da possibilidade de
revogação da moratória, quando o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não
cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a sua concessão, cobrando-se o crédito acrescido de juros
de mora, com ou sem imposição de penalidade. Analisemos o dispositivo. Ei-lo, in verbis:

Art. 155 - A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será
revogada de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de
satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão
do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou
de terceiro em beneficio daquele;
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo Único - No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança
do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito
o referido direito.

3 Obra citada,

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Como se vê o crédito será acrescido de penalidade se ficar provada a ocorrência de dolo ou
simulação do favorecido (ou de terceiro em beneficio do mesmo favorecido). Neste caso, o tempo
decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da contagem do
prazo de prescrição. Dá-se o fenômeno jurídico da “suspensão da prescrição”, uma vez que durante o
período em que prevalecer a moratória fraudulenta não se contará o prazo para prescrição.

AS RECLAMAÇÕES E OS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Quando o lançamento é efetuado de ofício (direto ou por auto de infração) pode o


contribuinte discordar do montante do tributo que lhe está sendo cobrado o mesmo questionar a
legalidade da sua cobrança. Para isso, poderá apresentar uma reclamação (impugnação em primeira
instância) administrativa, a qual deverá ser apreciada por julgadores designados pela administração (não
são juízes togados) que decidirão a questão. Se a decisão for contrária ao sujeito passivo, este poderá
apresentar um recurso (em segunda instância) o qual, em regra, é decido por um colegiado composto de
vários julgadores (conselheiros), sendo que a última decisão em grau de recurso é sempre definitiva na
esfera administrativa. Enquanto as reclamações e os recursos administrativos estiverem pendentes de
decisão, o crédito tributário fica suspenso.

DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL Se o sujeito passivo não quiser ingressar


com uma impugnação administrativa, fazendo opção pela justiça comum, o crédito não ficará suspenso.
Assim, ao tempo em que prolonga a sua ação no judiciário, pode a Fazenda Pública também interpor a sua
ação de execução fiscal, cuja tramitação, pelo rito a que está sujeita, é certamente bem mais célere que à
proposta pelo sujeito passivo. Para suspender a exigibilidade do crédito tributário e assim impedir a
execução pela Fazenda Pública, pode o sujeito passivo efetuar o “depósito do seu montante integral”.
Feito o depósito, pára a incidência de juros de mora e correção monetária, como se o contribuinte ou
responsável tivesse adimplido a obrigação. Porém, como ensina Fábio Fanucchi4 “embora efetuado junto à
entidade tributante, o depósito não representa pagamento do crédito. Com sua realização, a importância
monetária se desvincula do patrimônio do devedor e ingressa no patrimônio do credor, sob condição: se o
litígio for vencido pelo devedor, retornará ao seu patrimônio (...) se vencido o litígio pelo credor,
desaparece a condição e a integração do depósito ao patrimônio deste é definitiva, sob forma de
pagamento”. Se a causa for ganha pelo sujeito passivo, este receberá a quantia depositada corrigida
monetariamente e com juros (geralmente o juiz manda que o depósito seja feito em conta de poupança).

A CONCESSÃO DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA

O sujeito passivo pode impetrar mandado de segurança sempre que se entender lesado pela
prática de ato ilegal ou abusivo por parte da autoridade administrativa que efetuar o lançamento. O MS
encontra amparo no art. 5º LXIX da Constituição Federal, que assim estabelece: “conceder-se-á mandado
de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.

Impetrado o MS, o juiz pode deferir ou não a medida liminar (in limine – antes de apreciar o mérito).
Porém, somente se a medida liminar for concedida é que ocorrerá a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. Nos termos do art. 7º, II, da Lei n.º 1.533/51(LEGISLAÇÃO ANTERIOR), legislação atual
(LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009) .o juiz concederá a liminar “quando for relevante o

4 Obra citada, p. 315

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fundamento (fumus bonis iuris) e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
deferida (periculum in mora)”.

A liminar em mandado de segurança, enquanto não for cassada ou não se decidir o mérito,
suspende a exigibilidade do crédito tributário, independentemente de depósito, ficando a Fazenda Pública
impedida de ajuizar a ação de execução.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Como vimos a obrigação tributária, assim como todas as demais obrigações, é um relação
transitória de direito, destinada a encerrar-se num dado prazo de tempo. A extinção do crédito tributário é
que assinala o término da relação obrigacional tributária, pondo fim ao vínculo jurídico que prendia o
devedor (sujeito passivo) ao credor (sujeito ativo). O art. 156 do CTN, arrola as seguintes modalidades de
extinção do crédito tributário:
- pagamento
- a compensação
- a transação
- a remissão
- a prescrição e a decadência
- a conversão de depósito em renda
- pagamento antecipado e a homologação do lançamento
- a consignação em pagamento (quando julgada procedente)
- a decisão administrativa irreformável (definitiva - que não mais possa ser objeto de ação
anulatória)
- a decisão judicial passada em julgado
- a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei

O Pagamento
Pagamento  é a entrega feita ao credor da soma de dinheiro que corresponde ao objeto da
obrigação
Reza o art. 157 que a imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito
tributário, isto é, o fato de o sujeito passivo ter pago multa (em razão de alguma infração praticada) não
exclui a sua obrigação de pagar também o tributo devido. Além disso, o pagamento de um crédito não
importa em presunção de pagamento de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos e, se o
pagamento for parcial, não implica a presunção de pagamento das demais prestações em que se
decomponha.
Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição
competente do domicílio5 do sujeito passivo e se ela não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do
crédito ocorre 30 (trinta) dias depois da data em que o sujeito passivo for considerado notificado do
lançamento.
É admissível a concessão de desconto pelas antecipações do pagamento, nas condições que
estabelecidas pela legislação tributária, como acontece com o pagamento do IPTU em diversos
municípios, inclusive, Goiânia.
Se o crédito tributário não for integralmente pago no vencimento, será acrescido de juros de
mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e

5 Para rever o que é o domicílio do sujeito passivo, consulte as regras para definição do domicílio tributário na pág. 91.

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da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas em lei, sendo que tais juros
moratórios serão calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês, sempre que a lei silenciar e não fixar
taxa diferente. Todavia, na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para
pagamento do crédito, não incidirão os juros de mora.
O art. 162 do CTN, estabelece os modos como o pagamento pode ser realizado. Vejamos:

O pagamento é efetuado:
Regra em moeda corrente
cheque
vale postal
Nos casos previstos em lei
Exceção em estampilha6
em papel selado7
por processo mecânico.

Em relação às mencionadas modalidades de pagamento, o Código Tributário Nacional


estipula o seguinte:
A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou
vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente.
crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado.
crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela,
porém, se o tributo estiver sujeito a lançamento por homologação, a extinção ficará sob condição
resolutória da ulterior homologação.
A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade não dá
direito à restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naqueles em que
o erro seja imputável à autoridade administrativa;
pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha.

IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

O art. 163 estipula as regras para a imputação do pagamento, a qual deve ser efetuada quando
existir simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma
pessoa jurídica de direito público. A pergunta é: supondo que alguém desejando pagar seus tributos já
vencidos, envie determinada quantia para uma repartição fiscal, porém não discrimine quais tributos
deseja quitar – neste caso, quais deverão ser considerados pagos em primeiro lugar? A resposta é a
seguinte:

6 Estampilha é o papel estampado pelo Tesouro (selo), por meio do qual se pagam alguns tributos. Ao adquirir a estampilha o sujeito passivo paga o
valor que lhe corresponde e, depois, deve fazer a sua aposição em um documento ou mercadoria, com o que aquela considera-se destruída. É
modalidade em desuso para cobrança de imposto, porém, é comum nos cartórios, utilizada na emissão de documentos oficiais, nos quais se paga uma
taxa – a estampilha é afixada no documento (Certidão, p. ex.) e destruída (inutilizada) com carimbo.
7 O papel selado tem uso semelhante ao da estampilha. Porém, ao invés de adquirir um “selo”, o sujeito passivo adquiri um formulário contendo o
emblema do Tesouro, com o que está pagando o tributo.

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Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com
a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes
de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o
pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que
enumeradas:

 em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos
decorrentes de responsabilidade tributária;
 primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos
impostos;
 na ordem crescente dos prazos de prescrição;
 na ordem decrescente dos montantes.

Exemplo de um caso de imputação do pagamento nos é dado por Walter Paldes Valério 8.
Vejamos.
“Exemplificando: uma pessoa devia R$ 1.500.000 de Imposto de Renda retido na fonte, tendo o crédito
respectivo se constituído em 12.12.79; R$ 200.000 e R$ 500.000, do mesmo tributo, apurado em Balanço,
sendo os créditos constituídos, respectivamente, em 3.01.81 e 31.3.81; R$ 100.000 e R$ 200.000 de
Imposto de Importação, cujos créditos se constituíram por lançamento de 3.01.72.
Em que ordem deverão ser feitos os pagamentos?
A ordem para o pagamento será a seguinte:
1º.) R$ 200.000 de IR, de obrigação própria, de mais próxima prescrição (3.01.81);
2º.) R$ 500.000 de IR, de obrigação própria, que prescreveria em 31.03.86;
3.º) R$ 200.000 e R$ 100.000, obrigações próprias, de Imposto de Importação, na ordem decrescente de
seus montantes, já que a prescrição de ambas se daria em 3.01.87.
4º.) R$ 500.000 em último lugar, por se tratar de responsabilidade tributária (substituição).”

CONSIGNAÇÃO JUDICIAL EM PAGAMENTO

Quando o sujeito passivo se propuser a pagar um determinado tributo e a administração


opuser algum óbice para que o pagamento se concretize, poderá ser feita a consignação judicial em
pagamento. É o que diz o art. 164 do CTN. Veja abaixo:

A importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo


sujeito passivo, nos casos:
Quando pode
de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo
ser feita a consignação?
ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas
sem fundamento legal;
de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo
idêntico sobre um mesmo fato gerador.
A importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo
sujeito passivo, nos casos:
Quando pode
de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo
ser feita a consignação?
ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas
sem fundamento legal;

8 Obra citada, p. 119

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de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo
idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Se a consignação Julgada
for procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a
procedente? importância consignada é convertida em renda;
Se a consignação Julgada
for improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito
improcedente? acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

IMPORTANTE: A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe


pagar.

REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Sempre que pagamos algo que não é devido, temos o direito de reavermos a quantia paga
indevidamente. Em Direito Tributário a restituição de quantias pagas indevidamente (repetição do
indébito) é regulada pelo art. 165 do CTN.
O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou
parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes casos:
Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido
na identificação do sujeito passivo
Erro na determinação da alíquota aplicável
Restituição

no cálculo do montante do débito
na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento
Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

IMPORTANTE: a perda ou destruição de estampilha não da lugar à restituição.


Diz o art. 166 que a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do
respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no
caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. Essa disposição se
aplica a todos os impostos indiretos (em que ocorre a transferência do encargo financeiro do contribuinte
de direito para o contribuinte de fato). É o que ocorre com o IPI, o ICMS, o ISS, etc.
Tratando-se de pagamento efetuado com erro prejudicial ao contribuinte, a restituição total ou
parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades
pecuniárias que tiverem sido pagos, exceto as pecuniárias referentes a infrações de caráter formal não
prejudicadas pela causa da restituição. Além disso, a restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do
trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. Em geral, paga-se ao sujeito passivo à mesma
taxa dele cobrada em caso de mora – 1% ao mês.

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DO DIREITO À RESTITUIÇÃO

A regra é estabelecida pelo art. 168 do CTN. Veja o esquema:

O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco)


anos, contados:
da data do pagamento indevido – (data da extinção do crédito tributário) ou
Decadência da data em se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a
decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão
condenatória

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Prescreve em 2 (dois) anos a ação anulatória da decisão administrativa que
denegar a restituição
Prescrição O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o
seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao
representante judicial da Fazenda Pública interessada

Na restituição tributária, o prazo de decadência é o prazo para pleitear administrativamente a


restituição. Uma vez feito o pedido administrativo, se este for denegado (indeferido) cabe ao sujeito
passivo intentar ação judicial (anulatória) contra a decisão oferecida pela administração. O prazo para a
propositura da ação judicial é de 2 anos, a partir da data de ciência da referida decisão, porém, este prazo é
interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando pela metade (1 ano), a partir da data da intimação
validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública.

DEMAIS MODALIDADES DE EXTINÇÃO

Compensação9  A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos
tributários com crédito líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
Pública. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará a apuração do seu montante, não
podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo
tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.

IMPORTANTE: é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação


judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.
Transação  É o instituto pelo qual as partes podem prevenir ou terminar um litígio,
mediante concessões mútuas. Diz o art. 171 do CTN que a lei pode facultar, nas condições que
estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante
concessões mútuas, importe em terminação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Neste
caso, a lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso.
Remissão  A remissão é o perdão da dívida concedido pelo credor ao devedor. O art. 172 10
do CTN, estabelece hipóteses em que “a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por
despacho, remissão total ou parcial do crédito tributário”. Todavia, este dispositivo encontra-se sem
aplicação, por força de disposição superior em contrário contida no § 6º do art. 150 da Constituição
Federal, uma vez que o texto maior proibiu a delegação contida no caput do art. 172 mencionado.
Cuidemos de ler o § citado:
§ 6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução da base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão, relativos a imposto, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição... (grifamos)
Se resumirmos o texto constitucional, apenas na parte grifada, temos: “qualquer remissão,
relativa a imposto, taxas ou contribuições, só poderá ser concedida mediante lei específica que regule
exclusivamente a matéria ou o correspondente tributo ou contribuição”. Claro está que a remissão poderá

9 O Art. 1009 do Código Civil, assim define a compensação: “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”.
10 Art. 172 - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário,
atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo Único - O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no art. 155.

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continuar sendo utilizada, porém exigirá lei específica que trate somente de remissão ou do tributo cujo
crédito esteja sendo remido. Conceder remissão por meio de lei específica não é nada semelhante a
autorizar a alguém a conceder remissão por despacho.
Conversão de depósito em renda  Como vimos, o depósito do montante integral11 do
crédito tributário é causa de suspensão de sua exigibilidade. Se o sujeito passivo (depositante) vier a
perder a causa que está discutindo em juízo e que motivou o depósito, este será convertido em renda a
favor da Fazenda Pública, extinguindo o crédito tributário.
Pagamento antecipado e homologação do lançamento  como vimos no lançamento por
homologação, a antecipação do pagamento feita pelo sujeito passivo extingue o crédito, sob condição
resolutória da ulterior homologação do lançamento. Assim, quando efetivada a homologação (tácita ou
expressa) do lançamento opera-se a extinção do crédito tributário.
Decisão administrativa irreformável  quando o sujeito passivo apresentar impugnação
ou recurso na esfera administrativa e obtiver ganho de causa, ou seja, a decisão administrativa definitiva
lhe for favorável, reconhecendo ser indevida a exigência fiscal, ocorrerá a extinção do crédito tributário.
Entende-se por decisão administrativa irreformável aquela de que não caiba mais recurso na esfera
administrativa. Obviamente, a decisão administrativa que for contrária ao sujeito passivo não extingue o
crédito, impondo-lhe o recolhimento.
Decisão judicial passada em julgado  Decisão judicial passada em julgado é aquela
contra a qual não cabe mais nenhum recurso. Naturalmente, a decisão que extingue o crédito tributário é a
que for favorável ao sujeito passivo, reconhecendo ser indevida a pretensão da Fazenda Pública.

DECADÊNCIA

Decadência (ou caducidade) é a perda do direito de formalização do crédito tributário, em


razão do decurso de um período de tempo fixado. Este período é de cinco anos. Se a Fazenda Pública
deixar de efetivar a constituição do crédito, por meio do lançamento, dentro deste prazo, então, não poderá
mais fazê-lo, ocorrendo da decadência do direito.
Dispõe o art. 173 do CTN que:
O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos
contados:
 do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
 da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal,
o lançamento anteriormente efetuado.
Como já visto, são dois os marcos para o início da contagem do prazo decadencial.
O primeiro constitui a regra: “o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário
extingue-se após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado”. O lançamento poderá ser efetuado sempre que o fato gerador estiver pronto
(completo ou completado)12. Assim no caso do ICMS, que tem fato gerador instantâneo, com a sua
simples ocorrência já poderia ser efetuado o lançamento. Neste caso, o prazo decadencial iniciar-se-á no
primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador.
Porém, como afirma o parágrafo único do mesmo artigo, o início da contagem do prazo
decadencial pode ser antecipado, se for iniciada qualquer medida preparatória indispensável ao
lançamento antes do início do exercício seguinte, contando-se o prazo já a partir da data do início do
procedimento administrativo13. Veja:

11 Ver pág. 107


12 Quanto à classificação dos fatos geradores segundo a sua duração no tempo, veja pág. 79
13 A antecipação do início da contagem do prazo decadencial, porém, não é possível quanto aos impostos que têm fato gerador periódico ou
continuado, isto porque neles o fato gerador demora todo o exercício financeiro para ficar pronto. Assim a contagem do prazo decadencial para tais
impostos tem regra única: “o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos contados do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. Exemplificando: Se um contribuinte do IR apresenta lucro real tributável no

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Direito tributário
O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele
previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação,
ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
O segundo marco para o início da contagem do prazo decadencial está contido no inciso II do
art. 173, e estabelece que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após
cinco anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado. É aplicado quando houver anulação do lançamento anterior, por vício
formal, cabendo à Fazenda Pública efetuar novo lançamento, dentro deste prazo.

PRESCRIÇÃO

Prescrição é a perda do direito de ação judicial para a cobrança, em decorrência da expiração


do prazo legal, no qual a ação deveria ser proposta.
Uma vez constituído definitivamente o crédito tributário pelo lançamento, é dever do sujeito
passivo efetuar o seu pagamento conforme o estipulado na legislação tributária. Caso o crédito tributário
não seja pago, cabe a Fazenda Publica fazer a cobrança judicial, mediante a propositura da ação de
execução fiscal. Porém o CTN estabelece um período (cinco anos) dentro do qual o direito de propor a
referida ação deve ser exercido – passado este tempo sem que a ação seja protocolada, ocorre a prescrição
(perda da ação) e o crédito tributário considera-se extinto.
O art. 174, assim enuncia o instituto:
A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data
da sua constituição definitiva.
A constituição definitiva do crédito tributário somente acontece, caso o sujeito passivo tenha
interposto alguma defesa administrativa, quando for dada decisão administrativa irrecorrível (definitiva).
Se não houver apresentação de defesa administrativa, após esgotado o prazo para a sua apresentação,
também ocorre a constituição definitiva do crédito tributário.
Ora, como se sabe, o direito de iniciar a constituição do crédito tributário deve ser exercido
em cinco anos contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ser efetuado (decadência). Porém, se o lançamento tiver sido iniciado, mas não estiver concluído porque o
sujeito passivo apresentou defesa administrativa, que se encontre em apreciação, então, não se tem ainda a
constituição definitiva do crédito tributário. No intervalo de tempo que medeia entre o início do
lançamento e sua constituição definitiva não se conta prazo algum. A partir da constituição definitiva do
crédito tributário começa fluir o prazo prescricional.
Este é entendimento pacificado por decisão plenária unânime do Supremo Tribunal Federal
na apreciação de embargos de divergência interpostos pela União Federal 14:
“PRAZOS DE PRESCRIÇÃO E DE DECADÊNCIA EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Com a
lavratura do auto de infração, consuma-se o lançamento do crédito tributário (art. 142 do CTN). Por outro
lado, a decadência só é admissível no período anterior a essa lavratura; depois, entre a ocorrência dela e
até que flua o prazo para a interposição do recurso administrativo, ou enquanto não for decidido o recurso
dessa natureza de que se tenha valido o contribuinte, não mais corre prazo para decadência; e ainda não se
iniciou a fluência de prazo para prescrição; decorrido o prazo para interposição do recurso administrativo,
sem que ela tenha ocorrido, ou decidido o recurso administrativo interposto pelo contribuinte, há a
constituição definitiva do crédito tributário, a que alude o artigo 174, começando a fluir, daí, o prazo de
prescrição da pretensão do Fisco. É esse o entendimento atual de ambas as Turmas do STF.”
O prazo da prescrição pode ser interrompido ou suspenso15. O parágrafo único do art. 174 do
CTN, estabelece que:

ano-base de 1995 (o fato gerador considera-se ocorrido com o fechamento do exercício financeiro de 1995), logo o lançamento poderia ser efetuado já
em 1996. O exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, então, é 1997. Dia do início da contagem do prazo decadencial:
01.01.1997. Encerramento do prazo decadencial (última dia para se fazer o lançamento): 31.12.2001.
14 RTJ 106/236-270
15 A respeito da suspensão da prescrição, ver pág. 107.

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A prescrição se interrompe:

 pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;(LC 118/2005)


 pelo protesto judicial;
 por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
 por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.

A respeito da interrupção da prescrição vejamos o que ensina Hugo de Brito Machado 16:
“Diversamente do que ocorre com a decadência, a prescrição pode ter interrompido ou suspenso o curso
de seus prazos. (...) Interromper a prescrição significa apagar o prazo já decorrido, o qual recomeçará seu
curso. Assim, constituído definitivamente um crédito tributário, daí começa o curso da prescrição. Se
depois de algum tempo, antes de completar-se o quinquênio, ocorre uma das hipóteses de interrupção
acima indicadas, o prazo já decorrido fica sem efeito e a contagem dos cinco anos volta a ser iniciada”.

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Excluir o crédito tributário significa evitar que ele se constitua 17. A exclusão do crédito
acontece, portanto, quando embora ocorrido o fato gerador, a lei tributária não autoriza o ato
administrativo do lançamento.
Em seu art. 175, o CTN estipula que:
Excluem o crédito tributário:

 a isenção;
 a anistia.

Isenção  é a dispensa do pagamento do tributo devido. Ora, um tributo só é devido com o


acontecimento do seu fato gerador, por isso, na isenção surge a obrigação tributária, mas esta não será
exigida (o lançamento não será efetuado) por força da dispensa legal.
Anistia  é a dispensa ou perdão da penalidade pecuniária; quando o sujeito passivo comete
uma infração às disposições da legislação tributária, fica sujeito à aplicação de penalidade pecuniária, cuja
exigência será formalizada por meio de lançamento de ofício, constituindo-se o respectivo crédito
tributário. Com a anistia (amnestia – esquecimento), porém, o legislador dispensa a cobrança da
penalidade pecuniária, impedindo a constituição do crédito tributário.
Diferenciando a anistia (perdão da multa) da remissão (perdão do crédito) afirma Walter
Paldes Valério18 que “aquela, é causa excludente do crédito tributário e se refere apenas às infrações pelo
descumprimento da legislação fiscal; ao passo que esta última é causa extintiva de crédito tributário já
constituído, abrangendo a obrigação principal com todos os seus componentes, tributo, multas, juros de
mora, correção, etc.”.
Assim, como excludente do crédito tributário, a anistia (perdão da multa) deve verificar-se
antes que o crédito esteja constituído pelo lançamento, ao passo que a remissão (perdão do tributo + multa
+ acessórios), por ser extintiva do crédito tributário, ocorrerá sempre depois do lançamento.

IMPORTANTE: A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das


obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
O § 6º do art. 150 da CF, veio estatuir que qualquer subsídio ou isenção, redução da base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a imposto, taxas ou contribuições,

16 Obra citada, p. 149


17 Hugo de Brito Machado, in obra citada, p. 152
18 Obra citada, p. 131

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só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo
das isenções do ICMS concedidas por Convênios regulados pela Lei Complementar nº 24/75.
Assim, com exceção do ICMS, todos os demais impostos terão suas isenções concedidas por
lei específica, assim entendida aquela que regule exclusivamente este benefício fiscal ou trate apenas do
respectivo tributo ou contribuição. No que toca à anistia, a regra não tem exceção, ou seja, todos os
tributos sujeitam-se à lei específica.
As regras a respeito da isenção e da anistia são estabelecidas pelos artigos 176 a 182 do CTN.
Vejamos:

REGRAS RELATIVAS À ISENÇÃO


A isenção é sempre decorrente de lei (específica) que deverá:
- especificar as condições e requisitos exigidos para a sua concessão
- relacionar os tributos a que se aplica
- informar o prazo de sua duração (se for concedida por prazo certo)

IMPORTANTE: A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade


tributante, em função de condições a ela peculiares.

Exceto se a dispuser de modo contrário, a isenção não é extensiva:


- às taxas e às contribuições de melhoria;
- aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
A isenção:
- em regra, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo
- se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, não poderá ser revogada,
permanecendo até o fim do prazo ou enquanto perdurarem as condições

IMPORTANTE: A lei que revogar ou reduzir isenção de imposto sobre o patrimônio e a


renda, somente entra em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação.

A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho
da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão (isenção
pessoal), observando-se o seguinte:
- se se tratar de tributo lançado por período certo de tempo, (fato gerador periódico) o
despacho será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a
partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do
reconhecimento da isenção
- o despacho não gera direito adquirido, e a isenção será revogada de ofício, sempre que se
apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de
cumprir os requisitos para a sua concessão, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora com ou sem
penalidade, na forma prevista no art. 15519.

REGRAS RELATIVAS À ANISTIA


A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que
a concede, não se aplicando:

19 O art. 155 está transcrito na pág. 107.

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Direito tributário
- aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele
- salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas
A anistia pode ser concedida:
- em caráter geral
- limitadamente:
- às infrações da legislação relativa a determinado tributo
- às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugada ou
não com penalidades de outra natureza
- a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares
- sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação - seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa
A anistia: quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão (anistia pessoal)
observando-se o seguinte:
- o despacho não gera direito adquirido, e a anistia será revogada de ofício, sempre que se
apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de
cumprir os requisitos para a sua concessão, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora com ou sem
nova penalidade, na forma prevista no art. 15520.

20 Ver nota anterior.

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