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Direito Tributário I

Aula VII – Extinção do Crédito Tributário


A extinção do crédito
Nesta aula tributário e suas
iremos abordar modalidades previstas no
CTN.
Extinção do  O artigo 156 do CTN traz um rol

crédito exemplificativo de causas de extinção do


crédito tributário, que se aplica
tributário exclusivamente às obrigações principais.
   Extinguem o crédito tributário:
I. o pagamento;
II. a compensação;
III. a transação;
IV. remissão;
V. a prescrição e a decadência;
Modalidades de VI. a conversão de depósito em renda;
VII. o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do
extinção do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII. a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo
crédito tributário 164;

(art. 156, CTN) IX. a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X. a decisão judicial passada em julgado.
XI. a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições
estabelecidas em lei.
 O pagamento do tributo deve ser feito em pecúnia, mas o CTN
prevê o pagamento por meios sucedâneos, como títulos de crédito.
O pagamento por estampilhas, contudo, está obsoleto.
 Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral

Pagamento do crédito tributário.


 Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de
(arts. 157-164, pagamento:
CTN) I. quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II. quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros
tributos.
 Art. 160. Quando a legislação tributária não
fixar o tempo do pagamento, o vencimento do
crédito ocorre trinta dias depois da data em que
se considera o sujeito passivo notificado do
Prazo do lançamento.
pagamento   Parágrafo único. A legislação tributária pode
conceder desconto pela antecipação do
pagamento, nas condições que estabeleça.
 Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do
mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito
público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de
penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa
competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação,
obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:

Imputação do I. em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo


lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;
pagamento II.  primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim
aos impostos;
III.   na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV.   na ordem decrescente dos montantes.
      Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que
estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade
administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito
passivo contra a Fazenda pública.       
(Vide Decreto nº 7.212, de 2010)

Compensação          Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo,


a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu
(arts. 170 e 170- montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a

A, CTN) correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a


decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.

         Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o


aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo
sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão
judicial.
 Lei autorizativa
 Autorização administrativa com respaldo na
referida lei;
Compensação  Consenso do sujeito passivo
(Requisitos)  Tributos do mesmo sujeito ativo
 Que os tributos não sejam objeto de ação
judicial ainda em trânsito
 Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que
estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária celebrar transação que,
mediante concessões mútuas, importe em

Transação determinação de litígio e consequente extinção


de crédito tributário.
(art. 171, CTN)
 Parágrafo único. A lei indicará a autoridade
competente para autorizar a transação em cada
caso.
 Lei autorizativa indicando a autoridade
competente para realizar a transação e suas

Transação condições;

(Requisitos)  Transação apenas terminativa;


 Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a
conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do
crédito tributário, atendendo:
I. à situação econômica do sujeito passivo;
II. ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a
matéria de fato;

Remissão III. à diminuta importância do crédito tributário;

(art. 172, CTN) IV. a considerações de equidade, em relação com as características


pessoais ou materiais do caso;
V. a condições peculiares a determinada região do território da
entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
 Após decisão administrativa ou judicial
favorável ao sujeito ativo, o depósito
Conversão do integral (que tem o condão de suspender
depósito em a exigibilidade do crédito tributário) é
renda convertido em renda em favor daquele,
extinguindo-se o crédito tributário.
 Na verdade, não se trata de antecipação de pagamento, mas do
pagamento de tributo lançado por homologação, em que o
levantamento de dados, o cálculo e o recolhimento ficam
inteiramente na responsabilidade do contribuinte. O pagamento
Pagamento se antecipa, então, à atuação do Fisco, mas não é feito antes do

antecipado e a prazo, como a expressão pagamento antecipado sugere.


 O que extingue o crédito não é o pagamento, mas o pagamento
homologação do com a homologação.
lançamento IMPORTANTE: a homologação pode se dar tanto expressa,
quando o Fisco apresenta certidão quitando a obrigação, quanto
tacitamente, quando o Fisco deixa passar in albis o prazo
decadencial, de cinco anos, para realizar o lançamento.
 A importância de crédito tributário pode ser consignada
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I. de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao

Consignação em pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao


cumprimento de obrigação acessória;
pagamento julgada
II. de subordinação do recebimento ao cumprimento de
procedente exigências administrativas sem fundamento legal;
(art. 164, CTN) III. de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito
público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito
que o consignante se propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o
Consignação em pagamento se reputa efetuado e a importância
pagamento julgada consignada é convertida em renda; julgada
procedente improcedente a consignação no todo ou em parte,
(art. 164, CTN) cobra-se o crédito acrescido de juros de mora,
sem prejuízo das penalidades cabíveis.
 Refere-se às decisões administrativas favoráveis ao
contribuinte;
IMPORTANTE: Decisão administrativa irreformável é aquela
Decisão que não pode mais ser objeto de ação anulatória. É importante
lembrar que, no Brasil, impera a unicidade de jurisdição, de
Administrativa forma que definitividade é atributo específico das decisões

Irreformável judiciais, que fazem coisa julgada e são, indiscutivelmente,


irreformáveis. A decisão administrativa não faz, propriamente,
coisa julgada, porque é atacável judicialmente enquanto
persistir a querela que motivou o processo.
 A decisão com trânsito em julgado
Decisão judicial extingue o crédito tributário. A coisa
passada em julgada tem efeito absoluto, sendo
julgado inatacável até mesmo por lei, como reza
o inciso XXXVI, do art. 5º, da CF.
 Modalidade válida apenas para bens imóveis.
Regulamentada pela LC 104/2001, exige lei

Dação em ordinária que estabeleça as formas e condições


para a dação.
pagamento
IMPORTANTE: A dação de pagamento para
extinção de crédito de IPTU;
   Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído
somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade
suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos
quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade
Notas sobre a funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas

taxatividade do garantias.

rol extintivo do IMPORTANTE: A redação do artigo 141, do CTN, dá a


entender que, assim como o rol de causas suspensivas, o rol
CTN extintivo (art. 156, CTN) também é taxativo. Contudo, há
causas extintivas não compreendidas no artigo e que podem
ocorrer, ainda que seja muito difícil, como a confusão e a
extinção do sujeito ativo

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