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Capítulo 9 - EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Hipóteses 1. Pagamento
extintivas 2. Compensações
CTN Art. 156 3. Transação
4. Remissão
5. Decadência
6. Prescrição
7. Conversão do depósito em renda
8. Pagamento antecipado e homologação do
lançamento
9. Consignação em pagamento julgada pela
procedência
10. Decisão administrativa irreformável
11. Decisão judicial passada em julgado
12. Dação em pagamento de bens imóveis

Lista Assim como para os casos de suspensão, o CTN


exemplificativa parecia apontar para a taxatividade:
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente
se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou
excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem
ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na
forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.

No entanto, a CF só submete à reserva de LC duas


formas de extinção: prescrição e decadência. Além
disso, a competência da União para normas gerais
não exclui a competência suplementar dos Estados.
Em 2019, o STF decidiu que: “Não há reserva de LC
federal para tratar de novas hipóteses de suspensão
e extinção de créditos tributários. Possibilidade de
o Estado-membro estabelecer regras específicas de
quitação de seus próprios créditos.”
Exemplos de Poderiam ser previstas hipóteses de extinção de
possíveis formas
de extinção que a obrigações do Direito Civil, como:
lei do ente federado
poderia prever: y Confusão: credor e devedor são a mesma
pessoa. O STJ já declarou extinto o crédito de IPTU
de Município expropriante, mas é pacífico hoje
que, por se tratar de aquisição originária, a
propriedade é recebida livre de tributos anteriores.
CC Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa
se confundam as qualidades de credor e devedor.

y Novação objetiva: contração de nova dívida para


extinguir e substituir a anterior, mantendo os
mesmos sujeitos ativo e passivo.
Não se pode dizer que o parcelamento é uma forma
de novação pois ele apenas suspende a exigibilidade,
que é recuperada caso não haja pagamento
integral das parcelas.

PAGAMENTO

Multas Art. 157. A imposição de penalidade não ilide* o pagamento


integral do crédito tributário. (O correto seria elide = elimina)
cumulativas
Significa que a multa nunca substitui o tributo,
mesmo que a multa supere o valor do principal.

Presunções Código Civil Art. 322. Quando o pagamento for em quotas


periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em
civilistas contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
inaplicáveis
No Direito Tributário, o pagamento não implica
presunção de pagamento em relação ao mesmo
ou outros tributos.
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção
de pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se
decomponha; II - quando total, de outros créditos referentes ao
mesmo ou a outros tributos.
A consequência é a necessidade de manutenção dos
comprovantes de pagamento até a prescrição do
crédito.
Art. 195 Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração
comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles
efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos
tributários decorrentes das operações a que se refiram.

STJ: A expedição de certificado de registro e


licenciamento de veículo, embora condicionada à
quitação de tributos incidentes sobre a propriedade
de veículo automotor, não é dotada de qualquer
eficácia liberatória de obrigação fiscal.

Local e Regras supletivas.


prazo para y Local: Repartição competente do domicílio
pagamento tributário do sujeito passivo.
Art. 159 e 160 na prática a lei sempre prevê o
recolhimento na rede bancária.
y Vencimento: 30 dias depois da data que se
considera notificado o sujeito passivo.
nos tributos lançados por homologação
não há notificação, então o prazo precisa
estar necessariamente previsto em lei.

Desconto pela Apesar de o CTN afirmar que a legislação tributária


antecipação do pode conceder desconto pelo pagamento antecipado,
pagamento apenas a lei pode fazê-lo.

Efeitos da Automáticos (mora “ex re”). Dispensa providência


mora para constituir em mora o devedor.
Art. 161 y Correção monetária Na esfera federal,
y Juros de mora (com ou sem atraso) reunidos na SELIC.
Entes podem usar
y Multa de mora (havendo atraso)
SELIC (sozinha) ou
outro.
STJ Súmula 523: A taxa de juros de mora incidente na repetição
de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada na
cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência
da taxa Selic em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação
local, vedada sua cumulação com quaisquer outros índices.

Incidência dos O termo inicial é definido na legislação do tributo.


juros e multa As leis têm definido como termos iniciais:
de mora y 1º dia do mês seguinte para juros
y Dia seguinte para multa

Pendência de Se consulta formulada pelo sujeito passivo dentro


consulta do prazo de pagamento estiver pendente, não
Art. 161 §2º fluirão juros nem multa de mora.
Apesar da semelhança, não se pode afirmar que
a pendência de consulta seja hipótese de suspensão
da exigibilidade, pois não está listada no art. 151.

Formas de Tributo é prestação pecuniária: em moeda, ou


pagamento cujo valor nela se possa exprimir. Mas o CTN
Art. 162 afirma que o pagamento é efetuado em:
y moeda meios de
Apesar de ter eficácia plena,
a legislação tributária
y cheque transferência
pode exigir garantias para
de dinheiro
y vale postal cheque e vale postal.

y estampilha* meios de
*nos casos
comprovação
y papel selado* previstos
do pagamento
em lei
y processo mecânico* em dinheiro

Cheque O crédito pago por cheque somente se considera


§ 2º extinto com o resgate deste pelo sacado.
A exigência de compensação
bancária evita que o crédito tributário
se converta em cambiário.
Estampilha Ex: selo-pedágio (comprovava pagamento de taxa)
O crédito pago por estampilha considera-se extinto
com sua inutilização regular (quando é afixada
em local determinado), salvo se lançado por
homologação.
A perda, destruição ou erro no pagamento não dão
direito à restituição, salvo:
y casos expressos na legislação tributária
y erro imputável à autoridade administrativa

Papel selado
e processo Equiparam-se ao pagamento em estampilha.
mecânico

Imputação em Se o sujeito passivo tem mais de um débito vencido


pagamento com a mesma PJ, a autoridade administrativa
O dispositivo seguirá as regras estabelecidas no CTN para
tem aplicação
improvável, pois imputação do pagamento.
hoje os tributos
são pagos na rede 1) Débitos como contribuinte > como responsável
bancária mediante
documentos 2) Contr. de melhoria > Taxas > Impostos grau de
retribu-
que indicam 3) Menor prescrição > Maior prescrição tividade
precisamente o
crédito. 4) Maior montante > Menor montante

Pagamento O montante pago indevidamente não é tributo,


indevido e mas algo pago a título de tributo. Logo, a obrigação
repetição de de restituir é, a rigor, civil, com fundamento na
indébito vedação ao enriquecimento sem causa.
Art. 165
Embora seja civil, o direito à restituição (total ou
parcial) independe de prévio protesto. É irrelevante
se o sujeito passivo concordava ou quem calculou o
montante. Seja por erro do contribuinte, do Fisco,
ou por revisão de decisão condenatória, há direito
a restituição.
Restituição de Tributos indiretos são os que comportam, por sua
tributo indireto natureza, a transferência do encargo econômico a
uma pessoa diferente do sujeito passivo (repercussão
jurídica, prevista na lei, não só econômica).
Antes do CTN, o STJ chegou a editar súmula
(superada) afirmando que “embora pago
indevidamente, não [cabia] restituição de
tributo indireto”. O argumento era a vedação ao
enriquecimento sem causa, mas era o Estado
quem enriquecia sem causa.
O CTN deu solução mais justa, afirmando que a
restituição será feita a quem:
y prove haver assumido o encargo ou
y esteja expressamente autorizado por quem o
assumiu.
STJ Súmula 546: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente,
quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não
recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo.
Obs: na prática, o contribuinte de direito terá sido também o con-
tribuinte de fato.

Pleito pelo Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua
natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente
contribuinte será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou,
de fato no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente
autorizado a recebê-la.

O STJ não tem admitido que o contribuinte de


fato pleiteie restituição, pois ele não faz parte,
formalmente, da relação jurídico-tributária.
Porém, no caso peculiar dos usuários de serviços
públicos prestados por concessionárias, o STJ
tem entendido que o contribuinte de fato tem
legitimidade ativa para propor ação de repetição
de indébito relativa ao ICMS (ex: energia, água).
Correios e A ECT pleiteou repetição de indébito do ISS pago sobre
restituição serviços postais prestados antes da consolidação do
de ISS entendimento de que a empresa goza de imunidade
tributária recíproca.
O STJ inverteu o entendimento de que o encargo
presume-se repassado ao consumidor, alegando
que os Correios e a administração federal sempre
entenderam ser caso de imunidade e que, por isso,
presumia-se que o montante não era incluído no
preço do serviço. Reconheceu, portanto, que a ECT
tem “direito à repetição do indébito relativo ao ISS,
afastando a necessidade de prova de a empresa
ter assumido o encargo pelo tributo ou estar
expressamente autorizada pelos tomadores dos
serviços.”

Restituição de Como as convenções particulares relativas à


tributo pago responsabilidade pelo pagamento não modificam
em virtude a definição legal do sujeito passivo (SDC), aquele que
de obrigação assumiu contratualmente obrigação de pagar
contratual tributo, por ser alheio à relação jurídico tributária,
não pode pleitear restituição.
STJ Súmula 614: O locatário não possui legitimidade
ativa para discutir a relação jurídico-tributária
de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem
para repetir indébito desses tributos.

Restituição Além do principal pago a maior, devem ser


de juros e restituídos os juros e multas de mora pagos, no
multas pagos mesmo percentual.
Art. 167
Não são restituídas as multas por infrações de
caráter formal cujo FG não tenha sido prejudicado
pela causa da restituição.
Juros sobre Sobre o valor que deve ser devolvido (tributo, juros
restituição e multa de mora pagos a maior), incidem juros
(pela demora de mora, simples, desde a decisão definitiva que
do Estado)
determinou a devolução. É o que dizem CTN e STJ.
Art. 167 §único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir
do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar
STJ Súmula 188: Os juros moratórios, na repetição do indébito
tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da
sentença.

O termo inicial pode ser injusto quando o


pagamento deveu-se a uma lei inconstitucional ou
a um equívoco do Fisco.

Período sem Os juros não correm durante período de graça


fluência compreendido entre a expedição do precatório e
de juros o limite para seu pagamento (2/4 até o fim do
(precatórios) exercício financeiro seguinte):
STF Súmula Vinculante 17: Durante o período previsto no § 1º do
artigo 100 da CF, não incidem juros de mora sobre os precatórios
que nele sejam pagos.

Após o trânsito em julgado, inicia-se a fase de


execução, que culmina com o credor requerendo
a expedição pelo juiz de ofício requisitando ao
presidente do tribunal a inscrição do precatório .
Se o juiz apresentar até dia 2/4, computam-se
juros e correção incidentes entre a decisão e 2/4 e
esse precatório fará parte da lista encaminhada
ao Executivo, a ser incluída na proposta de LOA do
ano seguinte.

Correção Como a desvalorização da moeda tem efeitos


monetária perenes, a correção tem como termo inicial o
pagamento indevido.
STJ Súmula 162: Na repetição de indébito tributário, a correção
monetária incide a partir do pagamento indevido.
Problema de Como a União e outros entes têm usado a Selic, os
ordem prática juros estão incidindo desde o recolhimento indevido
(e não desde o trânsito em julgado).

Correção (STJ Súmula 162)

Obs: STJ e a RFB aplicam a Selic desde Juros SV17 Juros


o pagamento indevido, ainda que (CTN e STJ Súmula 188) Juros
contrarie CTN e o próprio STJ.

Recolhimento Ação de Trânsito Apresentação


do precatório 2/4 31/12
indevido repetição de em ano seguinte
indébito julgado

Prazo para Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso
do prazo de 5 (cinco) anos, contados:
pleitear a
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção
restituição do crédito tributário; (Vide art. 3 da LCp nº 118, de 2005)
na via admi- II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar
nistrativa definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a
decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou
rescindido a decisão condenatória.

Restituição na Nas hipóteses referidas no inciso I, o sujeito passivo


extinção não pagou o tributo independente de litígio.
contenciosa No caso dos tributos lançados por homologação,
5 anos para pedir
a extinção só se dá com a homologação, quase
sempre tácita (5 anos após o lançamento), o que,
até 2005, resultava em prazo de 10 anos para o
pedido de restituição.
A LC 118/2005 resolveu a questão. Seu art. 3º,
afirma que, para efeito de interpretação do art.
168 do CTN, a extinção do tributo lançado por
homologação ocorre no momento do pagamento
antecipado. A Lei tentou conferir efeitos retroativos
ao art. 3º, alegando ser o dispositivo expressamente
interpretativo, pretensão bloqueada pelo STJ.
Restituição Na hipótese referida no inciso II, o sujeito foi
na extinção condenado a pagar mas a decisão foi reformada.
contenciosa É improvável que o sujeito passivo pague o tributo
(improvável) antes da decisão administrativa irreformável,
5 anos para pedir
pois o recurso administrativo tem efeito suspensivo.
Em ação judicial, também parece ser mais
provável que em vez de pagar, ele opte pelo depósito
do montante integral.
Obs: Uma decisão condenatória nunca é revogada. Pode ser refor-
mada (em caso de recurso), anulada (em caso de ilegalidade) ou
rescindida (em caso de ação rescisória após trânsito em julgado).

Restituição e Nos casos de declaração de inconstitucionalidade


declaração de em controle concentrado ou em controle difuso,
inconstitucio- entendia-se que o prazo contava do trânsito em
nalidade julgado da ADI ou da resolução do Senado que
suspendesse a execução.
Por não terem prazo, gerava-se insegurança
jurídica. Hoje, o STJ tem entendido ser “irrelevante
para o estabelecimento do termo inicial da
prescrição da ação de repetição e/ou compensação,
a eventual declaração de inconstitucionalidade.”
Constituição 5 anos+5 Ação de
definitiva
PRESCRIÇÃO cobrança
5 anos Lançar (art. 174)
DECADÊNCIA
Decisão
denegatória do
pedido adm.
FG

Extinção 5 anos Pedido de 2 anos+1 Ação


não contenciosa PRESCRIÇÃO *STJ
restituição PRESCRIÇÃO anulatória
do crédito SÚMULA 625 ou da decisão
Ação de admin.
Reforma, repetição de
anulação indébito
ou rescisão
de condenação
Ação de É possível pleitear restituição no Judiciário sem
repetição de anterior pleito administrativo, desde que haja
indébito litígio, ou seja, pretensão resistida. O prazo é o
5 anos para ajuizar mesmo para o pleito administrativo.
STJ Súmula 625: O pedido administrativo (de
compensação ou de restituição) não interrompe
o prazo prescricional para a ação de repetição de
indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN
nem o da execução de título judicial contra a
Fazenda Pública.

Ação Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão


administrativa que denegar a restituição.
anulatória
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início
2 anos para ajuizar da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir
da data da intimação validamente feita ao representante
judicial da Fazenda Pública interessada.

Prescrição O prazo de 2 anos é interrompido pelo início da ação,


intercorrente ou seja, pela sua distribuição, mas só volta a fluir
(pela metade) a partir da citação ao representante
da Fazenda (Procurador da Fazenda, Procurador
do Estado ou equivalente).
Obs: O prazo só recomeça pela metade se a ação
iniciar na segunda metade da prescrição de 2
anos. A prescrição intercorrente não pode diminuir
o prazo daquele que agiu rápido.
A ação deverá ser concluída nesse prazo para que
não ocorra a prescrição intercorrente, o que, na
prática, é muito difícil. Por isso, o Judiciário tem
entendido que a prescrição intercorrente só pode ser
decretada se a demora excessiva for imputável ao
autor da ação.
Obs: É flagrante a diferença de tratamento dada ao particular (2 anos e interrupção pela
metade) e à Fazenda (5 anos e interrupção por inteiro).
COMPENSAÇÃO

No Direito Civil Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor
uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se
compensarem.

No Direito Não basta a reciprocidade.


Tributário É preciso lei que autorize a compensação de créditos
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos
ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda e
estipule condições e garantias, ou delegue à atribua
à autoridade tributária essa definição.
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular,
ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade
administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários
com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito
passivo contra a Fazenda pública.
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a
lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu
montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a
decorrer entre a data da compensação e a do vencimento

Ex: Na União, a autoridade administrativa (IN


SRF 900/2008) estabeleceu quanto à ordem da
imputação, regra diferente do Código Civil:
Cód. Civil Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-
se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo
estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por
conta do capital.

A dívida da União é amortizada do principal e


dos juros proporcionalmente, embora fosse mais
vantajoso pro contribuinte compensar seu crédito
relativo a juros antes, mantendo o principal
intacto.
STJ Súmula 464: A regra de imputação de pagamentos
estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica às hipóteses
de compensação tributária.
O crédito contra y Certo: não há dúvida de que existe.
a Fazenda y Líquido: não há dúvida sobre o valor.
deve ser: y Fungível: em dinheiro, assim como o tributo.
O Código Civil só permite a compensação de créditos
vencidos. O CTN permite que a dívida da Fazenda
(nunca a tributária) seja:
y Vencida ou
y Vincenda: Reduzida ao valor presente, a no
máximo, 1% ao mês, pelo tempo entre a
compensação e o vencimento.

Opção pela Para evitar o sistema de precatórios, o contribuinte


compensação pode preferir não ser restituído do valor pago
em vez de indevidamente, mas usá-lo para compensar suas
restituição dívidas tributárias.
STJ Súmula 461: O contribuinte pode optar por receber, por meio de
precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado
por sentença declaratória transitada em julgado.

Inaplicável se o pagamento indevido foi de tributo


lançado por homologação, pois a administração
teria 5 anos para concordar com o valor pago.

Liminar Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento


de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes
deferindo do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.
compensação
Até 2021, o STJ entendeu que:
STJ Súmula 212: A compensação de créditos tributários não pode
ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar
ou antecipatória.

É pacífico que o MS é cabível para declarar direito


a compensação:
STJ Súmula 213: O mandado de segurança constitui ação
adequada para a declaração do direito à compensação
tributária.
Porém, em 2021, o STF declarou inconstitucionais
normas que vedam a concessão de liminar em
MS, por violarem o pleno acesso à jurisdição. Ex:
Declarado Lei 12.016 Art 7º § 2º Não será concedida medida liminar que
inconstitucional tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega
(Vide ADIN 4296) de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação
ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento
ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

É possível que o STF venha a afirmar que o art. 170-


A do CTN não impede a concessão de liminar para
compensação, sob condição resolutória.
O efeito seria semelhante ao da suspensão de
exigibilidade. Lembre-se que a concessão de liminar
é uma das hipóteses de suspensão.

Suspensão O STJ, antes da ADI, rejeitava os pedidos de suspensão


de tributos de tributos até o montante que entendiam ter
a serem recolhido indevidamente do mesmo ou outro
compensados tributo. Alegava-se que o contribuinte tentava
disfarçar como suspensão uma compensação,
driblando a regra do CTN.
Mais recentemente, o STJ tem entendido cabível
a concessão de liminar suspendendo créditos a
serem, posteriormente, compensados.

Requisito para STJ: É necessária a comprovação do recolhimento


a declaração feito a maior ou indevidamente.
do direito à A apresentação de todos os comprovantes de
compensação recolhimento só é necessária se o autor pretende obter
em MS juízo específico sobre parcelas a serem compensadas.
Se o MS pretende reconhecer ilegalidade ou
inconstitucionalidade da exigência, basta provar
que ocupa a posição de sujeito passivo.
Não cabe STJ Súmula 460: É incabível o MS para convalidar a compensação
tributária realizada pelo contribuinte.
MS para
convalidar No caso de o contribuinte ter feito a compensação por
compensação sua conta e risco, não poderá obter convalidação
via MS pois isso implicaria na substituição, pelo
Judiciário, da homologação da autoridade
administrativa com eficácia extintiva do crédito.

Compensação Se há débito líquido, certo e exigível de quem pede


de ofício restituição, é dever da administração efetuar a
compensação.
Resta ao sujeito passivo manifestar-se sobre quais
débitos deseja liquidar, não podendo se opor
genericamente à compensação.
A compensação de ofício não pode recair sobre crédito
com exigibilidade suspensa, segundo o STJ. Nesses
casos, a compensação depende de requerimento do
sujeito passivo.

TRANSAÇÃO

No Direito Civil Concessões mútuas entre as partes para extinguir


obrigações, prevenindo ou terminando litígio.
CC Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o
litígio mediante concessões mútuas.

No Direito Não já transação preventiva (sem lide instaurada),


Tributário apenas transação terminativa. E requer lei do ente.
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos
sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação
que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de
litígio e consequente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para
autorizar a transação em cada caso.
Natureza Não há consenso e o CTN não faz distinção sobre o
do litígio tipo de litígio que poderia ser terminado mediante
transação.

Facultativa O sujeito passivo pode optar pela transação ou não.

Na prática, Ex: Lei estadual é publicada, autorizando Fazenda


é sempre a dar desconto de 80% das multas de mora para
combinada contribuintes que desistam das ações contestatórias
com outra de certo tributo e paguem o crédito restante em 30
forma de dias. Nesse caso, a transação extingue apenas os
extinção. 80% das multas de mora.

REMISSÃO

A CF exige lei Remissão é a dispensa gratuita (perdão) da dívida.


específica § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
CF Art. 150 §6º concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos
a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto
no art. 155, § 2.º, XII, g.

Total ou Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a


conceder, por despacho fundamentado, remissão total ou parcial
parcial do crédito tributário, atendendo: (5 incisos)

De tributo e/ Crédito tributário abrange tributo e multa.


ou multa Remissão de multa não se confunde com anistia
Anistia (sempre de multa) é hipótese de exclusão,
impede o lançamento da multa. Se a multa já
foi lançada, só poderá ser perdoada por remissão.
Não importa se a lei chama de remissão ou anistia.
A natureza é determinada pelas características.
Obs: O mesmo raciocínio serve para diferenciar a
isenção da remissão de tributo.
5 Hipóteses Fixadas na lei que autoriza a concessão, conforme:
CTN Art. 172 y Situação econômica do sujeito passivo
y Erro escusável sobre matéria de fato
y Diminuta importância
y Equidade (características pessoais ou materiais)
y Peculiaridades de determinada região

Não conflita A vedação é destinada ao aplicador da lei, na


com a vedação atividade de integração, diante de lacuna legal.
do art. 108 §2º Não impede o legislador, que pode dispensar
pagamento com base em equidade.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do
pagamento de tributo devido.

Não gera Aplica-se o art. 155 (sobre moratória individual):


direito y Anulada (“revogada”) de ofício quando se apure
adquirido que o beneficiário não cumpria ou deixou de
cumprir condições e requisitos.
Sempre cobrados tributo + juros de mora
Sem dolo/simulação, só pode anular antes
de prescrito o direito à cobrança.
Com dolo/simulação, adiciona-se multa
e não corre prescrição entre a concessão do
benefício e sua anulação.

DECADÊNCIA

Extinção de O CTN colocou a decadência como causa extintiva


um crédito que de um crédito que ela própria impediu que
nem nasceu nascesse.
Faria mais sentido ter colocado a decadência
como hipótese de exclusão do crédito tributário.
Decadência e A decadência extingue direito potestativo, ou seja,
Prescrição inviolável. Ex: direito de lançar.
A prescrição extingue direito a uma prestação
(violável). Ex: direito de receber o valor do tributo.

Repetição de Assim como no Direito Civil, a decadência extingue o


indébito direito e, portanto, dá direito à restituição do valor
pago a título de tributo.
A prescrição, no Direito Civil inibe a ação sem
prejudicar o direito. No Direito Tributário também
extingue o direito da Fazenda, dando direito à
repetição do indébito relativo a crédito prescrito.

Termo inicial 5 anos contados do dia:


da decadência 1) 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o
do direito lançamento poderia ter sido efetuado (regra geral)
de lançar O prazo pode chegar a quase 6 anos.
Art. 173
Justifica-se que o Fisco ganha tempo para ter
conhecimento do FG
2) Antecipação da contagem: Do início da
constituição do crédito pela notificação de medida
preparatória ao lançamento. Ex: Termo de fiscalização
Em Direito, iniciada É pacífico que a regra não tem efeitos sobre o
a decadência, ne-
nhum fato posterior prazo decadencial que já fluía.
altera seu curso
(exceção no item 3) 3) Da decisão definitiva que anule lançamento
anterior, por vício formal (“interrupção” da
decadência).
Cerceamento de defesa, incompetência, etc.
4) No lançamento por homologação:
y Dia do FG (para lançar diferenças de ofício)
y 1º de janeiro seguinte (dolo/simulação ou não
pagamento)
Caso da O mais justo seria que a administração só pudesse
anulação por efetuar o novo lançamento antes de terminados
vício formal os 5 anos contados conforme a regra geral, mas o
CTN resolveu premiar lançamentos ilegais com a
devolução total do prazo.
A redação do CTN parece conceder novo prazo pois, se
fosse caso de interrupção da decadência, ela só se
aplicaria quando a anulação acontecesse dentro
dos 5 anos.
Apesar disso, CESPE e FCC adotam corrente que
entende o dispositivo como suspensão e interrupção
da decadência (pois a decadência não flui na
pendência do processo que discute a nulidade e
depois recomeça a fluir do início).

5 anos + 5 anos

Lança Anula

Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano


00 01 02 03 04 05 06 07 08
FG Impug

Tributo Normalmente, a decadência não atinge tributos


lançado por lançados por homologação, pois o lançamento
homologação tem-se por perfeito com a homologação expressa ou
Tese atual do STJ tácita do Fisco, no prazo de 5 anos (art. 150 §4º).
e da doutrina
majoritária Mas decai o direito de lançar de ofício a diferença.
É o único caso em que a decadência pode contar do
FG, pois com a antecipação do pagamento, ainda
que ínfimo, a administração tem ciência do fato.
Portanto, a decadência só ocorre em 3 situações:
y Relativamente ao lançamento das diferenças
y Se não houve declaração nem pagamento
y Se houve dolo, fraude ou simulação

Tese do cinco O STJ adotava uma tese que ampliava o prazo da


mais cinco administração para lançar de ofício, conjugando o
art. 150 §4º (5 anos para homologar o pagamento)
com a regra geral do art. 173 (início da decadência
a partir do exercício seguinte).

Tese atual

1) Tributo
Decadência de 5 anos contados do FG para lançar
declarado
de ofício qualquer diferença apurada.
e pago

2) Tributo não Decadência de 5 anos contados do 1º dia do exercício


declarado seguinte (regra geral, pois não há o que homologar)
nem pago Ver STJ Súm. 555

3) Tributo Sem decadência. O valor declarado está constituído


declarado e e, a partir do vencimento já pode ser inscrito em
não pago dívida ativa e passa a correr a prescrição.
STJ Súmula 436: A entrega de declaração pelo contribuinte
reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.

y Impede benefícios da denúncia espontânea


STJ Súmula 360: O benefício da denúncia espontânea não se
aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação
regularmente declarados, mas pagos a destempo.

y Legitima recusa de certidões.


STJ Súmula 446: Declarado e não pago o débito tributário pelo
contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa
ou positiva com efeito de negativa.
PRESCRIÇÃO

Termo inicial: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve
em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Definitividade
do crédito A partir da notificação do lançamento, o crédito
tributário, está constituído, não correndo mais a decadência.
pretensão Porém, o crédito ainda não está definitivamente
constituído antes de vencido o prazo para
pagamento (tendo havido ou não impugnação do
lançamento). Nesse intervalo não corre decadência
nem prescrição.
Vencido o prazo, surge a pretensão da Fazenda
(possibilidade de exigir coativamente mediante
ação de execução fiscal).
Apesar de STJ Súmula 622: A notificação do auto de infração faz cessar a
mencionar o auto contagem da decadência para a constituição do crédito tributário;
de infração, aplica- exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo
se a qualquer para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento
modalidade de definitivo e esgotado o prazo concedido pela administração para
lançamento
o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a
cobrança judicial.

Exceção 1: Apesar da súmula, o STJ fixou, sem qualquer


IPTU e IPVA menção à necessidade expressa de oferecimento
e exaurimento prévio da via administrativa, o
entendimento de que o termo inicial da prescrição
de IPVA e IPTU é o “dia seguinte à data estipulada
para o vencimento da exação”.
Princípio da “actio nata”: Caso haja mais de uma
data de vencimento, será considerada a última.

Exceção 2: A Lei 12.514/2011 determina que “os Conselhos


Contribuições não executarão judicialmente dívidas referentes
corporativas a anuidades inferiores a 4 vezes o valor cobrado
anualmente da PF ou PJ inadimplente.”
Nesse caso, o prazo começa a contar quando o
crédito se torna exequível, ou seja, quando o total
da dívida inscrita com acréscimos atinja o valor
mínimo.

Exceção 3: Quando o sujeito passivo consegue infirmar


Créditos (enfraquecer) a certeza do crédito inscrito em dívida
controvertidos ativa mediante decisão judicial, a Fazenda não
poderá ajuizar a ação de execução até o trânsito
em julgado de decisão que reverta o decidido. A
partir da nova decisão fluirá a prescrição.

Interrupção da prescrição (fenômeno instantâneo: reinicia imediatamente)

Hipóteses y Despacho do juiz ordenando citação em execução;


Devolução integral y Protesto judicial;
do prazo
y Ato judicial que constitua o devedor em mora;
y Ato inequívoco reconhecendo o débito

1) Despacho Até a nova redação, dada pela LC 118, a interrupção


ordenando se dava pela “citação pessoal feita ao devedor”, o que
citação permitia que ele fugisse para manter a fluência.
O que deve ser feito no prazo é o ajuizamento da
ação de execução. A interrupção operada pelo
despacho retroage à data de propositura da ação.
STJ Súmula 106: Proposta a ação no prazo fixado para o
seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao
mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição
de prescrição ou decadência.

2) Ato que Protestos judiciais, interpelações e notificações


constitua judiciais, arrestos e outras medidas cautelares
o devedor são medidas judiciais que constituem em mora o
em mora devedor, restituindo o prazo ao credor.
3) Confissão “Qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial,
de dívida que importe em reconhecimento do débito pelo
devedor.”
Única hipótese que pode ocorrer extrajudicialmente.
Única hipótese que pode ter iniciativa do devedor.
Ex: Pedido de parcelamento (ainda que indeferido).
STJ Súmula 653: O pedido de parcelamento fiscal, ainda que
indeferido, interrompe o prazo prescricional, pois caracteriza
confissão extrajudicial do débito.

Com o deferimento do parcelamento, a prescrição


tem sua fluência impedida pois, além de
interrupção, ela sofre suspensão (por suspender a
exigibilidade).
O prazo se reinicia no dia em que o devedor:
y deixar de adimplir o acordo ou
y for excluído de programa de parcelamento,
ainda que continue pagando as parcelas
deliberadamente. Se o fisco se acomodar com
os recebimentos das parcelas, pode resultar na
prescrição de valores ainda não pagos.

Parcelamento Os efeitos de suspensão e prescrição do prazo da


“de ofício” não Fazenda só se verificam se houver anuência prévia
suspende nem ao parcelamento. A liberalidade do Fisco em
interrompe a conceder opções de pagamento à vista ou parcelado
prescrição não configura hipótese de suspensão do crédito
(moratória ou parcelamento) nem de interrupção
da prescrição, que exige reconhecimento da dívida.

Pedido de Nada impede que, após confessada a dívida, o


restituição sujeito passivo peça restituição, pois independe de
prévio protesto.
Suspensão da prescrição (CTN não prevê expressamente)

1) Benefícios Moratória, parcelamento, isenção, remissão e


individuais anistia individuais são “revogados” (anulados)
obtidos de quando o beneficiário não cumpria ou deixa
forma de cumprir requisitos/condições. Se houve dolo
fraudulenta ou simulação na concessão, além de multa,
a prescrição não flui no entre a concessão e a
anulação.

2) Suspensão É pacífico que todas as hipóteses de suspensão do


da exigibilidade crédito suspendem também a prescrição pois não
do crédito poderia correr o prazo para que a Fazenda tome
providência que está impedida de tomar (executar).

3) Suspensão Não sendo possível achar o devedor ou bens para


da execução penhora, o juiz suspende o curso da execução,
LEF Art. 40 suspendendo também a prescrição (máx 1 ano).
Após 1 ano, ele ordena o arquivamento. Encontrados
“a qualquer tempo”, os autos são desarquivados.
Apesar da falta de coerência ao admitir que lei
ordinária trate de suspensão, o STJ já afastava a
imprescritibilidade pretendida pela Fazenda. Um
novo parágrafo na LEF sepultou a pretensão:
Se, depois da decisão pelo arquivamento tiver
decorrido o prazo prescricional, o juiz poderá
decretar a prescrição intercorrente de ofício, depois
de ouvir a Fazenda. A oitiva da Fazenda permite-
lhe arguir eventuais causas suspensivas ou
interruptivas mas é dispensada para valores abaixo
do mínimo fixado pelo ministro da Fazenda.
STJ Súmula 314: Em execução fiscal, não localizados bens
penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se
inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
4) Atos e A prescrição só pode prejudicar os inertes. Por isso
fatos não ela será sempre suspensa quando a paralisação
imputáveis do processo é determinada pela autoridade judicial
ao exequente (em caso de ação anulatória, por exemplo) ou
causada pelo executado (por exemplo, interpondo
embargos).

Cuidado: A LEF afirma que a inscrição do crédito (tributário


Inscrição em ou não) em dívida ativa suspende a prescrição por
dívida ativa 180 dias ou até a distribuição da execução fiscal
Lei 6.830/1980 (LEF) (se antes).
Art 2º §3º
O STJ tem entendido que a LEF não poderia criar
causa de suspensão do crédito tributário (reserva
de LC), de forma que não se aplicaria a créditos
tributários.

5, 4, 3, 2... +5, 4... Máx +5, 4, 3, 2, 1!


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CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA

Quando o Na via judicial, o depósito serve para suspender a


sujeito passivo exigibilidade, evitando a ação de execução.
não obtém É possível que a extinção seja apenas
sucesso em sua parcial no caso de depósito em sede de ação de
impugnação consignação em pagamento, pois deposita só o
(judicial ou que entende devido.
administrativa)
Na via administrativa, pode ser útil para evitar a
fluência de juros.
PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO

CTN Art 150 §1º O pagamento antecipado extingue o crédito, sob


condição resolutória da ulterior homologação ao
lançamento.

LC 118 Para efeito de contagem do prazo para pedir


restituição, considera-se extinto na data do
pagamento.

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JULGADA PELA PROCEDÊNCIA

Ação judicial Objetivo: exercer o direito de pagar o tributo, quando


obstado pelo credor.
Não suspende a exigibilidade, pois refere-se ao valor
Atenção! Está que o consignante entende devido.
errada a assertiva
que disser que a Se procedente, extingue o crédito. Se improcedente,
consignação em
pagamento é causa extingue parcialmente, cobrando-se a diferença,
extintiva do crédito.
Só se pode afirmar além de juros e multa sobre essa diferença.
isso da consignação Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada
julgada procedente!
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

1. Recusa de O particular tem direito de quitar o crédito que


recebimento ou quiser.
subordinação É ilegal a exigência de quitação de outros créditos
a outro ou multas e, segundo o STJ, de juros e correção
pagamento monetária como condição, justificando a
ou obrigação utilização da ação de consignação.
acessória

2. Subordina- As formalidades burocráticas definidas em lei


ção a exigên- para pagamento do tributo devem ser cumpridas.
cias sem fun- Mas quando as exigências não têm base legal, cabe
damento legal ação de consignação em pagamento.
3. Exigência Diante da tentativa de bitributação, por exemplo,
por mais de quando 2 municípios limítrofes cobram IPTU do
uma PJ de mesmo imóvel, o particular pode ajuizar a ação
tributo idêntico de consignação requerendo a citação de ambos
para que defendam suas competências.

4. Valor exigido Essa hipótese não está no CTN, mas a jurisprudência


maior do que o admite.
sujeito passivo
entende dever

DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL

Sucesso na im- IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida


a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser
pugnação ad- objeto de ação anulatória;
ministrativa
A decisão do litígio pela improcedência do
lançamento pode decorrer de vício formal ou
material.
Sendo formal, a Fazenda tem seu prazo decadencial
restituído, podendo repetir o lançamento.
Somente diante de graves vícios na decisão do órgão
julgador pode se imaginar que a Fazenda busque
o Judiciário para anular decisão que ela mesma
proferiu.

DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO

Sucesso na Imutabilidade constitucionalmente protegida.


impugnação A decisão pela improcedência do lançamento tem
judicial os mesmos efeitos na via judicial. A decadência será
interrompida e o lançamento poderá ser repetido se
o vício for formal.
DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS

Jurisprudência “Não há reserva de LC para tratar de novas hipóteses


atual do STF de suspensão e extinção de créditos tributários”.
“Estado-membro pode estabelecer regras específicas
de quitação de seus próprios créditos”.

Regulação Art. 156 XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma


e condições estabelecidas em lei.
em lei local
Autonomia do ente para regular, tendo que dispor,
no mínimo, sobre competência e procedimentos
para aferir a conveniência e para determinar
o valor do imóvel; o que fazer quando o imóvel
for insuficiente para quitar o débito e quando
extrapolar o valor do débito.

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