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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

FACULDADE DE DIREITO – FAD


DEPARTAMENTO DE DIREITO CURSO DE DIREITO.

MATHEUS NUNES DA SILVA.

RELATÓRIO DE SEMINARIOS: Embargos a execução; Ação Anulatória


fiscal; Ação declaratória; Ação de repetição de indébito fiscal.

MOSSORÓ
2023
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL.

Os embargos à execução fiscal são uma medida judicial prevista no Código


de Processo Civil brasileiro (CPC) para o devedor que deseja se defender da cobrança
de uma dívida tributária, quando essa dívida é cobrada judicialmente pelo Fisco.

A base legal dos embargos à execução fiscal está no artigo 914 e seguintes do
CPC. Esses artigos estabelecem que o devedor pode opor-se à execução fiscal por meio
de embargos, alegando qualquer matéria que lhe seja favorável, como, por exemplo, a
inexistência do débito, a prescrição da dívida ou a ilegalidade da cobrança.

Os embargos à execução fiscal são uma garantia constitucional do devido


processo legal, que assegura ao devedor o direito de se defender em juízo e garantir que
a cobrança tributária está sendo realizada de forma correta e justa. Vale ressaltar que,
durante a tramitação dos embargos, a execução fiscal fica suspensa, garantindo ao
devedor a oportunidade de apresentar sua defesa.

Modalidades

Existem duas modalidades de embargos à execução fiscal no ordenamento


jurídico brasileiro: os embargos à penhora e os embargos de declaração.

Os embargos à penhora são uma modalidade de embargos à execução fiscal


que visam impugnar a penhora de bens ou valores feita pelo Fisco como forma de
garantir o pagamento da dívida tributária. Essa modalidade de embargos é utilizada
quando o devedor entende que a penhora realizada foi ilegal ou excessiva, ou quando
deseja apresentar uma outra forma de garantia para o pagamento da dívida.

Já os embargos de declaração são uma modalidade de embargos à execução


fiscal que têm como objetivo corrigir erros ou omissões na decisão que julgou os
embargos à penhora ou a própria execução fiscal. Essa modalidade de embargos pode
ser utilizada quando a decisão do juiz não está clara, ou quando houver alguma dúvida
ou contradição na decisão.

Em ambos os casos, os embargos à execução fiscal são uma importante


ferramenta para o devedor que busca se defender da cobrança de uma dívida tributária,
garantindo o direito ao devido processo legal e à ampla defesa. Vale lembrar que é
importante contar com o auxílio de um advogado especializado em direito tributário
para a elaboração e apresentação dos embargos, a fim de garantir uma defesa adequada
e eficaz.

Competência.

A competência para processar e julgar os embargos à execução fiscal é do


juízo da execução fiscal, ou seja, do mesmo juiz que determinou a cobrança da dívida
tributária e a penhora de bens ou valores.

Essa competência está prevista no artigo 914, parágrafo 1º, do Código de


Processo Civil brasileiro, que estabelece que os embargos à execução fiscal serão
distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a execução.

Assim, caso o devedor deseje apresentar embargos à execução fiscal, ele


deverá protocolar o pedido no mesmo juízo que determinou a cobrança da dívida,
apresentando seus argumentos e provas para tentar afastar a cobrança ou reduzir o valor
da dívida.

Vale lembrar que a apresentação dos embargos à execução fiscal é um direito


constitucional do devedor, garantindo-lhe o direito ao devido processo legal e à ampla
defesa. É importante contar com o auxílio de um advogado especializado em direito
tributário para a elaboração e apresentação dos embargos, a fim de garantir uma defesa
adequada e eficaz.

Efeitos.
O ajuizamento dos embargos à execução fiscal tem o efeito de suspender a
execução fiscal em curso, garantindo ao devedor o direito ao contraditório e à ampla
defesa. Se os embargos forem julgados procedentes, a execução fiscal será extinta. Caso
sejam julgados improcedentes, a execução fiscal seguirá normalmente.

Prazo.

O prazo para apresentação dos embargos à execução fiscal é de 30 (trinta)


dias contados da data da intimação da penhora, conforme previsto no artigo 915 do
Código de Processo Civil.

Polos.

Os polos dos embargos à execução fiscal são o embargante, que é o devedor


que apresenta os embargos, e o embargado, que é o credor, representado pelo Fisco. É
importante lembrar que é possível a inclusão de terceiros interessados no polo passivo
da demanda, desde que haja comprovação de sua relação com o objeto da execução
fiscal.

Provas.

O embargante tem o ônus de apresentar provas que demonstrem a existência


de erro na cobrança da dívida tributária ou na penhora de bens ou valores. É possível
utilizar documentos, testemunhas, perícias, entre outras formas de prova admitidas em
lei.

Sucumbência.
Na hipótese de os embargos à execução fiscal serem julgados improcedentes,
o embargante será considerado sucumbente e arcará com as despesas e honorários
advocatícios fixados pelo juízo. Já na hipótese de os embargos serem julgados
procedentes, o embargado será considerado sucumbente e arcará com as despesas e
honorários advocatícios fixados pelo juízo.

AÇÃO ANULATÓRIA FISCAL:

Base legal.

A ação anulatória fiscal é prevista pelo artigo 38 da Lei nº 6.830/80 (Lei de


Execuções Fiscais) e pelo artigo 4º, inciso V, da Lei nº 4.717/65 (Lei da Ação Popular).

Cabimento.

A ação anulatória fiscal é cabível quando o devedor alega a existência de


vícios ou ilegalidades na constituição do crédito tributário ou na cobrança da dívida
fiscal, tais como a ausência de notificação prévia, a falta de fundamentação do ato de
constituição do crédito ou a cobrança de tributo já pago.

Prazos prescricionais

O prazo prescricional para ajuizamento da ação anulatória fiscal é de 5


(cinco) anos contados da data do ato ou fato impugnado.

Polos (sujeito ativo e passivo):

O sujeito ativo da ação anulatória fiscal é o devedor, que busca anular o


crédito tributário ou a cobrança fiscal que considera ilegal ou ilegítima. O sujeito
passivo é o ente público que constituiu o crédito tributário ou que está realizando a
cobrança fiscal.
Competência.

A competência para julgar a ação anulatória fiscal é do juízo da vara


competente da Justiça Federal ou da Justiça Estadual, a depender da origem da dívida
fiscal.

Efeitos.

A ação anulatória fiscal tem como efeito principal a anulação do crédito


tributário ou da cobrança fiscal impugnada, caso a sentença seja favorável ao devedor.
Em caso de decisão desfavorável, a dívida fiscal será mantida.

Provas.

O devedor tem o ônus de apresentar provas que demonstrem a existência de


vícios ou ilegalidades na constituição do crédito tributário ou na cobrança fiscal
impugnada. É possível utilizar documentos, testemunhas, perícias, entre outras formas
de prova admitidas em lei.

Sucumbência.

Na hipótese de o devedor ser considerado sucumbente na ação anulatória


fiscal, ele arcará com as despesas e honorários advocatícios fixados pelo juízo.

Estrutura da peça.

A ação anulatória fiscal segue a estrutura geral de uma ação judicial, contendo
petição inicial, citação do ente público, contestação, réplica, produção de provas e
sentença. A petição inicial deve conter as informações e documentos necessários para
comprovar a existência dos vícios ou ilegalidades na cobrança fiscal impugnada.

REPETIÇÃO DE INDEBITO FISCAL.

base legal:

a ação de repetição de indébito fiscal encontra base legal no artigo 165 do código
tributário nacional e no artigo 876 do código civil.

Cabimento:

a ação de repetição de indébito fiscal é cabível quando o contribuinte pagou tributo


indevidamente, seja por erro na sua cobrança ou por interpretação errônea da lei
tributária, e pretende obter a restituição do valor pago.

Polos:

os polos da ação de repetição de indébito fiscal são o contribuinte, como autor, e o ente
público, como réu.

Competência:

a competência para julgar a ação de repetição de indébito fiscal é do juízo da vara


competente da justiça federal ou da justiça estadual, a depender da origem da dívida
fiscal.

Efeitos:

a ação de repetição de indébito fiscal tem como efeito principal a restituição do valor
pago indevidamente pelo contribuinte, acrescido de juros e correção monetária.
Provas:

as provas admitidas na ação de repetição de indébito fiscal são as mesmas previstas no


código de processo civil, tais como documentos, testemunhas, perícias e inspeção
judicial.

Sucumbência:

na hipótese de o ente público ser considerado sucumbente na ação de repetição de


indébito fiscal, ele arcará com as despesas e honorários advocatícios fixados pelo juízo.

Estrutura da peça:

a ação de repetição de indébito fiscal segue a estrutura geral de uma ação judicial,
contendo petição inicial, citação do ente público, contestação, réplica, produção de
provas e sentença. a petição inicial deve conter as informações e documentos
necessários para comprovar o pagamento indevido do tributo e o direito do contribuinte
à restituição.

AÇÃO DECLARATORIA FISCAL.

Base legal:

A ação declaratória fiscal encontra base legal no artigo 4º, inciso VI, da Lei nº 4.717/65
(Lei da Ação Popular) e no artigo 38 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais).

Cabimento:
A ação declaratória fiscal é cabível quando o contribuinte pretende obter uma
declaração judicial acerca da existência, inexistência ou natureza de relação jurídica
tributária entre ele e o ente público, a fim de esclarecer dúvidas sobre a obrigatoriedade
de pagamento de tributos.

Polos:

Os polos da ação declaratória fiscal são o contribuinte e o ente público.

Competência:

A competência para julgar a ação declaratória fiscal é do juízo da vara competente da


Justiça Federal ou da Justiça Estadual, a depender da origem da dívida fiscal.

Efeitos:

A ação declaratória fiscal tem como efeito principal a declaração judicial sobre a
existência, inexistência ou natureza da relação jurídica tributária entre o contribuinte e o
ente público. A sentença proferida na ação declaratória fiscal não possui caráter
executivo, ou seja, não determina o pagamento da dívida fiscal, mas pode ser utilizada
como prova em outras ações.

Provas:

As provas admitidas na ação declaratória fiscal são as mesmas previstas no Código de


Processo Civil, tais como documentos, testemunhas, perícias e inspeção judicial.

Sucumbência:

Na hipótese de o contribuinte ser considerado sucumbente na ação declaratória fiscal,


ele arcará com as despesas e honorários advocatícios fixados pelo juízo.
Estrutura da peça:

A ação declaratória fiscal segue a estrutura geral de uma ação judicial, contendo petição
inicial, citação do ente público, contestação, réplica, produção de provas e sentença. A
petição inicial deve conter as informações e documentos necessários para comprovar a
existência de dúvidas sobre a relação jurídica tributária entre o contribuinte e o ente
público.

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