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AÇÕES TRIBUTÁRIAS

AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO:

a) Execução fiscal:

É a ação que dispõe a fazenda pública para a cobrança de seus créditos,


sejam tributários ou não, desde que inscritos como dívida ativa. A matéria é
regulada pela lei n. 6830/80.
O objeto da execução fiscal, não é a constituição nem a declaração do direito,
mas a efetivação deste, que se presume, por força de lei, líquido e certo.
Tal presunção é relativa e pode, portanto, ser afastada por prova a cargo do
executado. A prova, porém, há de ser produzida no processo de embargos.
Obs.: Até a decisão de primeira instância a certidão de dívida ativa poderá ser
emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo de
embargos.

b) Cautelar fiscal:

Tem por fim tornar indisponíveis os bens do contribuinte. É cabível nas


hipóteses indicadas na lei, antes da propositura da execução fiscal ou no curso
desta.
A cautelar fiscal somente pode ser impetrada contra sujeito passivo de crédito
tributário ou não tributário, regularmente constituído em procedimento
administrativo. Hugo de Brito entende que o pedido de cautelar é inútil, pois
nada acrescenta como garantia do tesouro público.
AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

a) Ação anulatória de lançamento tributário:

Tem como objeto a anulação do procedimento administrativo de lançamento.


Esta ação refere-se ao processo de conhecimento, seguindo o rito ordinário,
daí ser chamada de ação ordinária.
Pode-se ainda impetrar tal ação contra a Fazenda Pública para anular ato
praticado no procedimento administrativo.

b) Ação declaratória:

Diz respeito ao processo de conhecimento e segue o procedimento ordinário.


Distingue-se da ação anulatória em razão do pedido. A ação declaratória pede-
se a declaração da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma
ralação jurídica.
Enquanto que na ação anulatória de lançamento o juiz afirma ou nega a
relação jurídica tributária como fundamento da decisão, na ação declaratória a
afirmação da existência ou da inexistência da relação jurídica constitui a própria
decisão.

c) Ação de consignação em pagamento:

Pagar não é apenas um dever, é também um direito, e seu exercício há de


estar garantido por uma ação, e esta é a de consignação em pagamento. Pode
ser ajuizada quando a Fazenda Pública recusa o recebimento ou subordina o
este ao pagamento de outro tributo, subordina o recebimento ao cumprimento
de exigências administrativas sem fundamento legal, ou quando é exigido por
mais de uma pessoa jurídica de direito público, tributo idêntico sobre mesmo
fato gerador.

d) Ação de repetição de indébito:

É aquela ação de procedimento ordinário em que o autor pede que seja


condenada a Fazenda Pública a restituir tributo pago indevidamente.
Questão importante é a do ART.166, que diz que a restituição de tributo que
comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro
somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo. Este
dispositivo é de flagrante inconstitucionalidade, como afirma Hugo de Brito,
pois viola de forma indireta o princípio da legalidade.

e) Mandado de segurança:

É a garantia constitucional do cidadão contra o poder público. O mandado de


segurança pode ser impetrado pelo contribuinte desde que tenha um direito
líquido e certo e que seja lesado ou ameaçado por ato de autoridade.
Direito líquido e certo é aquele que sua demonstração independe de prova. Ao
mandado de segurança impetrado contra ameaça de prática de ato lesivo dá-
se o nome de preventivo A doutrina tem afirmado que a impetração preventiva
só é admissível com a prova de ameaça. Tal entendimento é inadmissível, pois
mandado de segurança preventivo não se confunde com impetração contra a
lei em tese.

AÇÕES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

No Brasil existem duas formas de controle de constitucionalidade: o controle


por via de exceção e o controle por via de ação. O primeiro é exercido por
qualquer órgão do judiciário por via incidental, ou seja, no decorrer do
processo, enquanto que por via de ação, só o STF pode declarar
inconstitucional uma lei.
Questão de vital importância é que a ação de controle de constitucionalidade
das leis tem como objeto a própria lei, e não diz respeito à esta ou àquela
situação concreta em que esta esteja sendo aplicada. Diz respeito ao direito-
norma, ou direito objetivo, e não ao direito efeito da norma, o direito subjetivo.

a) Ação direta de inconstitucionalidade:

O ART.103 da nossa carta magna enumera quem tem legitimidade para propor
a ação direta de inconstitucionalidade. Com respeito aos efeitos das leis
declaradas inconstitucionais, quando a declaração acontece por via indireta as
autoridades da administração tributária seguem exigindo o tributo, já se for por
via direta, a autoridade administrativa tributária não pode mais exigir o tributo.

b) Ação declaratória de constitucionalidade:

Só quem tem legitimidade para propor esta ação é o Presidente da República,


a Mesa do Senado, a Mesa da Câmara dos Deputados e o Procurador-Geral
da República.
Podemos destacar algumas diferenças entre ação direta de
Inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade. Nesta, seu
efeito obriga a todos como se todos fossem parte do processo, e sua
inobservância é reclamada diretamente ao STF. Já aquela tem efeito contra
todos como o tem uma lei, e sua inobservância não autoriza reclamação ao
STF.

AÇÃO POPULAR

É um instrumento que a nossa constituição oferece ao cidadão para a defesa


do patrimônio público. Prestando-se para o anulamento de qualquer ato lesivo
ao patrimônio, pode ser utilizada para anular atos ilegais concessivos de
favores, como isenção tributária, anistia, etc.

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