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ESTUDO DIRIGIDO DIREITO TRIBUTÁRIO – UNIDADE 7

Bárbara de Moura Rezende28


Cairo Gabriel Sousa Andrade29
Jéssica Cristina Coutinho Dias30
Raianny Oliveira Rosa31

UNIDADE 7 – Análise da fenomenologia da Incidência Tributária

1. Descreva, com suas palavras, como você entende a fenomenologia da incidência das
obrigações tributárias.

Consoante o que Carvalho (2019) explica, a norma tributária cuida de apresentar uma
hipótese - antecedente - a qual está adstrita um efeito jurídico - consequente.

Nesse sentido, é possível afirmar que a fenomenologia da incidência tributária fica


compreendida enquanto os efeitos jurídicos que recaem sobre um fato o qual estava descrito
na norma tributária.

Importante mencionar que a decorrência de uma obrigação tributária está adstrita ao


preenchimento dos critérios inseridos na regra matriz: critério material, temporal, espacial e
pessoal configurando o fato gerador. Em outras palavras, o fato gerador - descrito
previamente na norma - é a condição suficiente que faz a obrigação surgir.

2. Qual o caminho para a existência e cobrança do crédito tributário? Existe obrigação


sem lei em abstrato? Para que ocorra a obrigação basta a lei em abstrato? E quanto ao
crédito tributário ele surge com a ocorrência do fato gerador?

O caminho para a existência e cobrança do crédito tributário encarta as seguintes


etapas, visando ao efetivo recebimento do referido crédito: I. a cobrança administrativa, que
ocorrerá mediante a lavratura do auto de infração e aplicação de multa:
exigibilidade-autuação; II. a inscrição em dívida ativa: exigibilidade-inscrição; III. a cobrança
judicial, via execução fiscal: exigibilidade-execução.

28
Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Matrícula: 11821DIR030 - E-mail:
barbara.remoura@gmail.com
29
Graduando em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Matrícula: 11821DIR003 - E-mail:
cairog.andrade@gmail.com
30
Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Matrícula: 12011DIR045 - Email:
jessica.coutinhobsb@gmail.com
31
Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Matrícula: 11821DIR035 - Email:
raiannyrosa6@gmail.com
O princípio da legalidade tributária é o responsável por controlar a imposição de
tributos e encontra respaldo no art. 5º, inciso II, da Constituição Federal. Por consequência,
ele é aplicável a todas as áreas do direito.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;

No que diz respeito respeito à Legalidade Tributária, a Constituição Federal prevê


que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Nesse sentido, é possível entender que sua aplicação alcança qualquer tributo. Sendo
assim, esses tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais e
empréstimos compulsórios).

De acordo com o art. 153, § 1º, da Constituição Federal, as alíquotas dos seguintes
impostos pode ser realizada por meio de Decreto do Executivo (Imposto de Importação,
Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Operações
de Crédito, Câmbio, Seguro ou Relativas a Títulos, ou Valores Mobiliários). Eles figuram
como exceções ao princípio da legalidade e, consequentemente, demonstram que pode existir
obrigação sem lei em abstrato.

Outra exceção pode ser encontrada no § 4º, do art. 177, da Constituição. Nela, é
permitido a redução ou o restabelecimento da alíquota da CIDE combustíveis por ato do
Poder Executivo. Apesar de não figurar como verdadeira exceção, também é previsto no art.
97 do Código Tributário Nacional:

Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito


tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste


artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Assim, temos como exemplo a atualização monetária do valor dos imóveis previsto na
planta genérica de valores (base de cálculo do IPTU) não exigindo Lei em sentido estrito.
Ademais, para que haja a obrigação, não basta que exista a Lei. A fonte de tal
obrigação é a lei, mas esta não basta para o nascimento da obrigação. É necessário que surja
concretamente o fato capaz de servir de fundamento à ocorrência da relação jurídica
tributária, ou seja, o fato gerador.

Fato gerador é o fato, conjunto de fatos ou estado de fato a que o legislador vincula o
nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Não é ele quem cria a
obrigação tributária, mas a lei. Além disso, este é pressuposto material para que a relação
obrigacional se instaure e marque o momento que inaugura o vínculo, quando se reputa
instaurada a obrigação tributária, constituindo o momento inicial da instauração dessa relação
jurídica obrigatória.

Assim, a obrigação tributária é a relação jurídica através da qual o sujeito passivo tem
o dever de, em favor do sujeito ativo, efetuar pagamento em dinheiro, ou, ainda, cumprir
prestações de fazer ou não fazer, estas no interesse da arrecadação ou fiscalização dos
tributos. A obrigação principal nasce com o fato gerador e tem por finalidade o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária. O crédito (exigibilidade da obrigação) não surge juntamente
com a obrigação, constituindo-se em momento posterior, a partir do lançamento.

O crédito tributário nasce com a ocorrência do fato gerador da respectiva obrigação,


por ocasião do nascimento da obrigação tributária. Desde logo, o sujeito ativo tributário passa
a ter o direito de crédito, podendo exigir, do sujeito passivo, a prestação tributária.

Todavia, embora constituído, nem todo o crédito tributário tem condições de


exigibilidade, competindo à Administração Tributária estabelecer se o sujeito passivo deve
ser compelido, desde logo, a satisfazer a dívida ou se a autoridade administrativa em
momento anterior, deve realizar o lançamento tributário, constituindo o crédito tributário nas
condições de exigibilidade.

Evidentemente, o lançamento tributário não tem eficácia constitutiva da obrigação


tributária, uma vez que esta nasce com a ocorrência do respectivo fato gerador, sendo o
lançamento mero procedimento declaratório. O lançamento, não criando, nem modificando e
nem extinguindo direitos ou obrigações não pode ter a natureza de ato constitutivo.
Afirmando ou reconhecendo a existência de uma obrigação preexistente, o lançamento
tributário tem eficácia declaratória.
Portanto, a natureza jurídica do lançamento tributário é declaratória, pois ele apenas
reconhece uma situação preexistente: a obrigação tributária. Em relação ao crédito tributário,
o lançamento se apresenta constitutivo, uma vez que ele formaliza o crédito tributário,
individualizando-o e lhe dando a qualidade de exeqüível.

Referências Bibliográficas

BORBA, Cláudio. Direito Tributário. 28 ed. São Paulo: MÉTODO, 2019.


CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2019.

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