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Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).

Aluno Olivia Oliveira Guimarães


PROCESSO TRIBUTÁRIO CPF - 04326633123
PROF. OMAR CHAMON

PROCESSO TRIBUTÁRIO

Uma regra geral que se aplica para tudo em geral, inclusive Execução Fiscal, é o prazo em
dobro para a Fazenda e se aplica no processo tributário, conforme previsão legal constante do
artigo 183 do Novo Código de Processo Civil.
Importante frisar que esta regra geral é aplicada no âmbito tributário só não se aplica no
Juizado Especial, isto porque, os Juizados tem regramento próprio, é submetido à lei especial. Por
exemplo, numa Ação de Repetição de Indébito contra a União Federal que objetiva a repetição de
imposto de renda retido na fonte de forma indevida, por se tratar de juizado especial, não se aplica
o prazo em dobro, e qualquer prazo será contado dentro da legislação processual vigente.
Assim sendo, em ação interposta perante o Juizado Especial, não se aplicam a regra do prazo
em dobro, pois as regras do juizado são claras. Neste sentido, importante frisar que, a não aplicação
do prazo em dobro no juizado especial é uma exceção, mas a regra aplica-se sim prazo em dobro.

EXECUÇÃO FISCAL (Lei 6830/1980)

Lei processual com mais eficácia em relação aos créditos fiscais, pois os créditos fiscais tem
uma preferência sobre os créditos quirografários, aos créditos dos particulares.
Para entender como tramita a lei de execuções fiscais é importante saber como é que nascem
os créditos tributários porque se eu tenho uma legislação específica com a cobrança de créditos
tributários (dívida ativa não tributária) e necessário saber como nasce esse crédito.
Um crédito tributário, ou seja, um título tributário nasce após o trânsito e julgado de uma
sentença, momento em que se obtém a tutela executiva (cumprimento de sentença).
Já em relação aos Títulos Executivos Extrajudiciais (oriundo de processo executivo) são os
títulos de créditos (nota promissória, letra de câmbio) que nascem de um negócio jurídico. Aqui o
título é criado, ele nasce de forma unilateral pela Fazenda Pública. Ou seja, você tem o encontro do
fato gerador tributário (fato da vida) e a norma tributária (hipótese de incidência tributária). Neste
momento, nasce a incidência do dever legal de pagar o tributo, essa obrigação legal de pagar que
chamamos de obrigação tributária, nos termos do artigo 113 do Código Tributário Nacional.

Essa obrigação tributária nasce de duas ordens:


a) Obrigação Principal (que é pecuniária) – pagar o imposto de renda, por exemplo;
b) Obrigação Acessória - são aquelas de natureza contábil, são obrigações instrumentais (de
fazer ou não fazer) , por exemplo, tolerar a fiscalização , emitir uma nota fiscal, fazer o imposto de
renda.
O montante desta obrigação a pagar deve passar por um procedimento de liquidação, de
concretização o qual chamado de lançamento tributário, que são de três tipos.
Ele vai se concretizar e a partir do Lançamento Tributário se terá um valor a pagar. Assim
aquela obrigação que era genérica torna-se um crédito tributário que é um valor concreto a ser
pago (crédito tributário).

Questão importante
Diante de um crédito tributário, pode-se cobrar judicial este crédito?
Resposta:
Não, porque, o crédito tributário não pode ser necessário ser cobrado por meio de uma ação
de conhecimento, no qual, ocorre um acertamento. Apesar de se pretender cobrar mais rápido, por
meio de uma ação de execução o crédito tributário, porem não existe execução sem título, razão
pela qual se precisava de um título que nasce através de um procedimento administrativo chamado
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inscrição na dívida ativa.


Após a constituição do crédito tributário, passamos para a próxima fase que é a inscrição na
dívida ativa, na qual definimos como verificação real daquele crédito. Verificação esta feita pela
Procuradoria do Estado ou Município que irá verificar se o crédito tributário esta pago; se está
presente a Prescrição; se ocorreu a decadência que o inviabilizou; se houve uma compensação
tributária; se ocorreu alguma anistia, alguma remissão. Enfim, verifica-se se este crédito pode ser
efetivamente cobrado e se o processo administrativo que precedeu a inscrição na dívida ativa
seguiu os ditames legais.
Faz-se uma verificação da legalidade, constitucionalidade e legitimidade deste crédito. A
partir daí e após essa verificação faz-se a Inscrição da Dívida Ativa que é alocar todos os dados
relevantes em relação a este crédito no Livro da Dívida Ativa ( hoje é tudo eletrônico).
Neste Livro da Dívida Ativa deverá constar a natureza deste crédito (se é tributário ou não), a
legislação que rege este crédito, o valor, a legislação aplicada para se chegar ao valor total do
crédito, quais são os contribuintes responsáveis e seus dados pessoais, o número do processo
administrativo se ele foi precedido por um processo administrativo, qual a multa cabível, enfim
inserir todos esses dados no livro.
Daí se extrai uma cópia, uma certidão de todas as informações constante no livro. A este
documento se dão nome de Certidão da Dívida Ativa (CDA). Esta certidão da Dívida Ativa é que dá
embasamento para interpor a execução fiscal. Assim podemos dizer que a Certidão da Dívida Ativa
(CDA) é o titulo executivo extrajudicial (agora pode interpor a execução fiscal).
Podemos dizer que a Certidão da Dívida Ativa (CDA) possui uma presunção de verdade (ou
seja, uma verdade legal). Neste caso podemos dizer que a Certidão da Dívida Ativa (CDA) possui
uma presunção relativa de certeza e liquidez, ou seja, se o contribuinte não conseguir derrubar essa
presunção ele terá de pagar o valor consignado nesse título.

LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS - LEI 6830/80

A lei de execução fiscal se aplica para cobrança judicial de créditos inscritos na dívida ativa da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações (artigo 1º,da lei 6830/80).
Não existe uma lei de execução fiscal para cada um dos entes federativos, cada um dos entes
políticos. A lei 6830/80 é uma lei de natureza processual, razão pela qual, ela é utilizada em todos
os entes políticos (+ de 5000 entes).
Importante frisar que não existe uma lei de execução fiscal municipal e sabemos que, nos
termos do artigo 22, I, da Constituição Federais, que as normas processuais são de competência
privativa da União.

Cumpre destacar que, o artigo 1º da lei 6830/80 ainda nos traz que o Código de Processo Civil
aplica-se subsidiariamente a lei de execuções fiscais. Isso quer dizer que sendo a lei de execuções
fiscais uma lei de natureza processual o que constar nela aplica-se ela o que não estiver previsto
nesta aplica-se subsidiariamente o Código de Processo Civil.

Com a Certidão da Dívida Ativa (CDA) podemos ajuizar a execução fiscal para cobrar o crédito
é para isto o primeiro tema a discutir é o da Competência ( local onde será ajuizada esta execução).
A competência é o domicílio do executado. No âmbito tributário é o domicílio fiscal (nos termos do
artigo 127, do Código Tributário Nacional).

Cumpre destacar que a Justiça Estadual sempre foi interiorizada (cada cidade por menor que
seja tem um juiz estadual) por outro lado à justiça federal que foi recriada em 1966 é pouco
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interiorizando, esta se interiorizando com o tempo.

Isto gera um problema, por exemplo, no caso de um contribuinte devedor de tributos federais
ter seu domicílio fiscal em uma cidade do interior onde não temos uma justiça federal nesta
situação o Procurador da Fazenda Nacional ira ajuizar aonde esta Ação, na cidade do interior (
domicílio fiscal do contribuinte) ou na cidade mais próxima (onde tiver uma justiça federal)? Nestes
casos cumpre destacar o artigo 15 da Lei de Organização Judiciaria (lei 5010/66). Este dispositivo
legal dizia que o Juiz estadual ficava com a competência delegada da federal para esses tipos de
execução.
Esta situação durou até 2014, quando esta situação foi alterada sendo que, a partir desta data
o Procurador da Fazenda Nacional ao ajuizar uma execução fiscal em um município ou cidade do
interior que não tinha uma Justiça Federal deveria o fazer perante a cidade mais próxima (com
justiça federal) e não mais perante o juízo estadual.
Neste sentido, cumpre destacar que os processos ajuizados antes de 2014, perante a justiça
estadual permanecem sobre a competência destes juízes.
Após o ajuizamento da execução fiscal a empresa altera (muda) seu endereço fiscal para
outro Estado ou Município a execução fiscal permanece na cidade de origem (no foro originário).
Você não desloca a competência em face da mudança do executado, conforme Súmula 58 do STJ.

SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO

Sujeito Ativo – Autor – Legitimado Ativo- Exequente


Sujeito ativo são os entes federativos (04 entes federativos), suas Autarquias e Fundações.
Sujeito Passivo – está previsto no artigo 4º da lei de execuções fiscais.

Sujeito Passivo

I - Devedor – contribuinte, um ente político (um Município executa a União Federal);


II- Fiador – fiança bancária pra garantir o juízo;
III- Espólio devedor falece e deixou bens. Nestas hipóteses temos o espólio sucedendo de
cujus e respondendo pelos débitos tributários; o espolio pode ser tanto responsável tributário
(artigo 131) como pode ser contribuinte.
IV- Massa – a empresa esta sendo executada e ela quebra. Neste caso substitui-se o polo
passivo que era o contribuinte (empresa Pessoa Jurídica) pela massa falida;
VI - O Responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou
pessoas jurídicas de direito privado – aqui é o artigo 134 e, principalmente, o artigo 135 do Código
Tributário Nacional, ou seja, aquelas situações em que o sócio responde pelos débitos tributários da
pessoa jurídica. Esta sucessão não é automática tem algumas situações previstas entre elas, quando
há dolo, fraude, infração a lei, encerramento irregular da pessoa jurídica. Nesta situação a pessoa
do sócio, do gerente vai responder pelas dívidas tributárias da Pessoa jurídica.
VI - os sucessores a qualquer título – seria os casos previstos no artigo 131 do Código
Tributário Nacional– Com a partilha foram encontrada novas dívidas neste caso o sucessor irá
responder e podem ser executados pela dívida do contribuinte (Pessoa Jurídica).
Em relação à atuação do Ministério Público podemos afirmar que esta atuação é muito rara
em razão da Súmula n.189 do STJ.
Uma decisão do Paraná dizia que era necessária a intervenção do Ministério Público sob pena
de nulidade tendo em vista o interesse público subjacente. Isto foi superado e de acordo com STJ o
Patrimônio público será defendido pelo procuradores não ha necessidade de uma dupla defesa.
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Assim o Ministério Público somente atuaria em caso de menor e incapaz executado.

PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial não segue o Código de Processo Civil, não segue os requisitos do Código em
relação à petição inicial, ela tem regramento especial e tem uma previsão especifica no artigo 6º da
lei de execução fiscal. Ela é mais simplificada.
Neste sentido, podemos afirmar que a petição inicial indica o juiz a quem é dirigida
(endereçamento); o pedido (a extinção do crédito tributário por meio do pagamento daquele
crédito) e o requerimento de citação.
Cumpre destacar que não tem causa de pedir, pois nos termos do § 1º, ou seja, a petição
inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela fará parte integrante, como se
estivesse transcrita na inicial.
Na verdade termos um documento único “petição inicial e Certidão da Dívida Ativa (CDA)”, ou
seja, a Certidão da Dívida Ativa faz parte integrante da petição inicial e ele é causa de pedir. É na
certidão a que estará toda legislação, todo o porquê para gerar a cobrança, (§ 1º).
Importante destacar que em alguns casos a petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa
poderão constituir um único documento, e hoje inclusive são preparados por processo eletrônico (§
2º) devido ao grande numero de ações.
A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento na petição inicial, ou
seja, já é presumido o requerimento de prova que em tese poderia se fazer pelo CPC (§3º , do
artigo 6º lei 6830/80).
O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos legais, é o valor da
execução acrescido de juros, multa e correção monetária (§ 4º , do artigo 6º lei 6830/80
Importante destacar em relação a Petição inicial (artigo 6º da lei 6830/80) algumas
orientações jurisprudenciais e algumas sumulas.
Iniciamos com a súmula 558 STJ diz que as ações de execução fiscal não poder ser indeferida
por falta de RG ou CPF do executado porque referida exigência não é exigida no artigo 6º da lei
6830. Esta exigência pode até ser mais adequada, pois com referidas informações fica mais fácil ao
juiz efetuar um penhora online sob pena de fazer uma penhora online equivocada.
Ainda temos a súmula 559 STJ prevê também que nas ações de execução fiscal, não é
necessária instruir a petição inicial com demonstrativo de cálculo do débito, pois referida exigência
não prevista no artigo 6º da lei 6830/80.
Temos uma previsão no artigo 28 diz que o juiz a pedido das partes poderá por Conveniência
da Unidade da garantia da execução ordenar a reunião de todos os processos de execuções contra
o mesmo executado e serão redistribuídos ao juízo da primeira distribuição.
A vantagem em relação a reunião de todos os processos esta no próprio artigo 28, qual seja,
Conveniência da Unidade da garantia da execução. É assim se você tem vários processos de
execução e o devedor oferece o mesmo bem em garantia, na pratica aquele executivo está
garantido (considerando-se o valor da execução e o valor do bem), mas a totalidade da execução
não está garantida. Quando você unifica a unidade de valores a ser cobrado é maior e assim a
garantia devera ser maior.
Analisando este artigo 28 temos a súmula 515 reunião de vários processos de execução fiscal
contra um mesmo devedor constitui faculdade do juiz, portanto não é obrigatório, o juiz irá
verificar a conveniência desta reunião de processos ou não.
Antes de abordar o tema citação importante destacar a jurisprudência STJ que trata do
depósito do montante integral do débito nos termos do artigo 151, II, do CTN.

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Neste sentido temos que se ocorreu o depósito integral do débito suspende-se a exigibilidade
do credito tributário impedindo o ajuizamento da execução fiscal por parte da Fazenda Pública (STJ
– RE 885246).

PRESCRIÇÃO

A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição do


crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação
ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela
Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial
(Súmula 622 do STJ).

CITAÇÃO

Ciência para o executado de que contra ele há uma execução é o famoso “CITE-SE”
Nos termos do artigo 8º da Lei 6830/80 (Lei de Execução Fiscal) a citação postal é a regra, ou
seja, por Aviso de Recebimento - AR (ela é a regra). A Citação pode ser pessoal, por oficial de justiça
ou mandado, a requerimento da fazenda.

Havia dúvidas em relação à citação por edital ( só pode ocorrer após se esgotar todos meios
de citação, visando encontra o executado). A dúvida era basta o AR- Aviso de Recebimento
informando que o contribuinte não estava mais estabelecido naquele endereço ou se havia do juiz
determina que um oficial de justiça vá ao local e certifique com fé pública este acontecimento
tendo em vista que o funcionário dos correios não tem fé pública.
Assim é nesse sentido que se entende a Súmula 414 STJ que esta de acordo a com o Novo
Código de Processo Civil que fala que a citação por edital na execução fiscal é possível quando
frustrada as demais modalidades, ou seja, para ocorrer é preciso se tentar todos os meios de
citação do executado ( Aviso de Recebimento e por Oficial de Justiça) para só depois promover a
citação por edital, sendo muitas vezes necessárias para interromper a prescrição e para promover
uma penhora online.
No caso da citação por edital deve ser nomeado um Curador Especial para apresentação de
uma defesa genérica, negativa nos termos do artigo 72 Novo Código de Processo Civil.
Outra questão relacionada à citação, visando dar ciência ao executado é a Citação por Hora
Certa, citação esta que ocorre quando o executado/réu está se escondendo, não quer ser citado
(situação comum). Ocorreu uma época em que tinha dúvida se esta forma de citação (por hora
certa) poderia ser utilizada nos processos executivos e de execução fiscal posteriormente a
jurisprudência entendeu ser possível e hoje nem se discute já está explicito no Novo Código de
Processo Civil.
O juiz promove um despacho de mero expediente determinando a citação do executado para
o pagamento do principal acrescido de multa, juros, honorários advocatícios ou encargos. Neste
caso o executado poderá pagar o principal, ou depositar em juízo, ou oferece seguro garantia, ou
oferece fiança bancária ou ainda por oferece bens a penhora, no prazo de 5 dias a contar da
entrega do aviso de recebimento.
Assim o juiz determina a citação do executado para o pagamento do principal ou para ou
depositar em juízo, ou oferece seguro garantia, ou oferece fiança bancária ou ainda por oferece
bens a penhora.
Aplicação do artigo 827 no Novo Código de Processo Civil a este título devemos esclarecer
que, nas execuções fiscais em que não incidem encargos o juiz irá determina o pagamento pelo
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executado de 10% a título de honorários. No caso do integral pagamento ser feito no prazo de 3
dias o valor dos honorário advocatícios poderá ser reduzido a 50% (§1º do artigo 827).
O despacho do juiz vale também para eventual arresto de bens, se o executado não tiver
domicílio ou se ocultar do domicílio, nos termos do artigo 830 do Novo Código de Processo Civil
poderá se fazer o arresto de bens. A posterior este arresto poderá ser convertido em penhora de
bens.
Importante destacar que o CITE-SE nos autos da execução fiscal tem o poder de autorizar ao
oficial de justiça avaliar o bem, que hoje é regra, registrar a penhora do bem Imóvel (em cartório),
no caso do bem ser um veículo promover o seu registro junto ao órgão de trânsito competente.
O executado não é obrigado a depositar tudo, assim nada impede que ele promova o
depósito do que entende ser devedor e discute a diferença do valor que lhe esta sendo cobrado em
juízo (ele será executado pelo remanescente).
Ocorrendo a citação o executado poderá pagar o principal ou depositar em juízo, ou oferece
seguro garantia, ou oferece fiança bancária ou ainda por oferece bens a penhora, ou ainda poderá
oferecer a Exceção de Pré-Executividade.
Antigamente a Exceção de Pré-Executividade era uma construção doutrinária e
jurisprudencial que tinha como objetivo evitar a penhora de bens para permitir ao executado se
defender.
Esta medida sempre foi importante, sendo que hoje a Exceção de Pré-Executividade esta mais
forte, pois ela esta positivada nos termos do artigo 803, parágrafo único do Novo Código de
Processo Civil.

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

Quais as matérias que podem ser objeto de Exceção de Pré- Executividade?


As matérias de ordem pública que são cognoscíveis de ofício pelo juiz. Isto é objeto de uma
Súmula 393 STJ.
A prescrição também pode ser objeto de exceção de Pré-Executividade, pois ela pode ser
reconhecida de ofício pelo juiz, conforme ratifica a Súmula n. 409 STJ.
Enfim todas as matérias podem ser objetivo de exceção desde que não haja dilação
probatória, desde que não exige a produção de prova testemunhal, pericial como ocorre no
processo de conhecimento.

A Exceção de Pré-executividade não exige uma forma, ela é um incidente processual. Uma
simples petição inicial informando, por exemplo, a ocorrência da prescrição, portanto o crédito
tributário cobrado é indivíduo.
Sendo norma de ordem pública pode ser interposta a qualquer tempo. Porém o mais
adequado e para evitar ato constitutivo orienta a sua interposição no prazo de 5 dias para
pagamento ou oferecimento de bens.
Após a interposição da exceção o mais adequado é o juiz suspender a execução, os atos
constitutivo se ele entender que ha fumus bonis iuris (fumaça do bom direito), ou seja, que não é
meramente protelatória, pois caso o juiz entenda que é protelatória ele pode indeferir
preliminarmente a exceção.
Assim em entende existir a fumaça do bom direito o juiz determina a suspensão da execução,
o recolhimento do mandado de penhora ( se já expedido) e abre prazo para manifestação da
fazenda.
O juiz pode acolher a Pré-Executividade na sua totalidade e assim extinguir a execução; o juiz
pode acolher em parte, neste caso determina o prosseguimento da execução pelo saldo
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remanescente; pode com a exceção de Pré-Executividade ocorrer à exclusão de um sócio, mas a


execução continua contra a pessoa jurídica.
O juiz ainda pode se entender que a matéria em questão não pode ser objeto de exceção ou
não provou o alegado na exceção (pagamento do crédito cobrado) afastar a Exceção de Pré-
executividade
Da decisão que acolhe totalmente a Exceção de Pré-Executividade e, portanto declara extinta
a execução cabe Apelação por parte da Fazenda Nacional já no caso de indeferimento da exceção
cabe agravo de instrumento, no termos do artigo 1015, paragrafo único, do Novo Código de
Processo Civil.
Uma das possibilidades com ou sem Exceção de Pré-Executividade é a substituição da
Certidão da Dívida Ativa, nos termo do artigo 2º, § 8º, da lei de execução fiscal. Neste caso se já
passou tem que devolver o direito de defesa, ou seja, o prazo para apresentação dos embargos a
execução fiscal (forma de defesa do executado em face de uma execução fiscal).
Aqui cabe destacar a súmula 392 STJ Fazenda Pública pode substituir a Certidão da Dívida
Ativa – ou seja, na existência de um erro formal, deve ocorrer uma nova inscrição na dívida ativa e
propor uma nova execução fiscal, quando tratar-se de erro material, ou seja, a cobrança de um
valor quando é outro promove a substituição da Certidão da Dívida Ativa sem qualquer problema.
No caso da exceção de Pré-Executividade ou de substituição da Certidão da Dívida Ativa como
fica a questão dos honorários?
Neste caso o STJ tem a seguinte tese “são cabíveis os honorários advocatícios quando a
exceção de Pré-Executividade for acolhida para extinguir total ou parcial a execução fiscal”.
Após a citação e não ocorreu a interposição de exceção de Pré-Executividade ira ocorrer a
próxima fase a penhora.
Após a indicação de um bem penhorado, ou a livre indicação de bens a penhora por parte do
oficial de justiça ou a penhora online após a intimação do executado para indicar bens a penhora
(no prazo de 5 dias) primeiro devemos destacar quais bens podem ser penhorados e depois quais
bens são passíveis de penhora.
Em relação a quais bens podem ser oferecidos podemos afirma que na pratica qualquer bem
pode ser oferecido a penhora, mas o artigo 9º regra desta situação.
Em relação aos bens passiveis de penhora estão no artigo 11 da lei de execuções fiscais,
sendo uma ordem importante, mas que admite uma flexibilidade, pois o objetivo da execução é
transformar bens em dinheiro para assim pagar o crédito tributário e consequentemente extinguir
a crédito tributário.
Em relação à penhora de dinheiro podemos destacar a penhora online; em relação a títulos
da dívida pública é de difícil aceite; pedra e metais são de difícil aceitação.
Ainda diz que navios e aeronaves; veículos; móveis ou semoventes; e direitos e ações. Dessa
ordem indicada no artigo 11 devemos buscar a eficácia do sistema qual seja primeiro o dinheiro e
depois outros bens que tenham liquides (por exemplo, penhora em cotas, penhora em
faturamento, por exemplo).
Com a penhora teremos o oficial de justiça lavrando o Auto de Penhora e indicando um
depositário que será o responsável por resguarda aquele bem indicado, que poderá ser o
executado ou próprio sócio da empresa nos termos do artigo 836, § 2º, do Novo Código de
Processo Civil, que sai intimado da penhora data em que começa a contar o prazo para
apresentação dos embargos a execução fiscal.

Questões controvertidas em relação a penhora

1ª Questão Controvertida – Súmula 406 do STJ que fala que a Fazenda Pública pode recusar a
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substituição do bem penhorado por precatório isto com fundamento na ordem contida no o
artigo11da lei de execuções fiscais.
No caso o executado de inicio oferece um precatório ou requer pela substituição do bem
penhorado por precatório e normalmente a fazenda não aceita. Assim podemos afirmar que, os
precatórios sobre a ótica da liquidez tem pouca liquidez, e no Brasil os precatórios não são pagos ou
quando são pagos são feitos fora do sistema constitucional. Neste sentido temos que a fazenda
publica não aceita o próprio precatório tendo em vista o fundamento do artigo 11 da lei execução
fiscal.

2ª Questão Controvertida – Diz que é admissível a remoção do bem pelo exequente ou


leiloeiro. Porque, antigamente tinha-se um depositário que no caso de venda do bem, ou perda
desse bem, ou deterioração deste bem este depositário tinha que pagar o valor da avaliação do
bem, depósito em juízo no prazo de 24 sob pena de prisão civil. Esta prisão civil foi no ano 2009
com fundamento no pacto internacional de são Jose, que não autoriza a prisão por dívida foi
revogada, exceção feita a alimentos, ela foi declarada inconstitucional pelo STF, razão pela qual a
execução fiscal ficou meio perdida.
Cumpre destacar que é possível a penhora de quotas do sócio, situação que era possível, mas
existia uma dúvida, pois não se sabia como fazer e cada juiz criava um procedimento, um meio.
Hoje além de ser possível possui um regramento um procedimento explícito e previsto no
Novo Código de Processo Civil, conforme está previsto no artigo 861 (este artigo autoriza a penhora
de quotas dos sócios), também é possível a penhora sobre faturamento da empresa executada
(artigo 835 combinado com artigo 866 NCPC); é possível a penhora da empresa ( artigo 862) e
também pode se fazer a penhora dos frutos dos bens móveis e imóveis ( artigo 867).
Importante destacar o artigo 184 do Código Tributário Nacional diz que todos os bens
respondem pelo crédito tributário não importa que estejam penhorados, hipotecados ou que tenha
cláusula de impenhorabilidade, exceção feita a impenhorabilidade absoluta que é prevista no CPC
ou na lei 8009/90 (lei do bem de família). Destaquemos que o artigo 184 é reproduzido no artigo 30
da lei de execução fiscal (ou seja, em ambos os artigo a ideia é a mesma, qual seja, todos os bens
presentes e futuros respondem pelos débitos tributários, exceção feita aos bens absolutamente
impenhoráveis).
Aqui uma novidade é a possibilidade de penhorar salário superior acima de R$50.000 mil
reais. Esta penhora visa atingir os devedores que com o objetivo de burlar a lei (não efetuando o
pagamento de seus débitos tributários) tem agora terão contra si a penhora de seus salários
(salários superiores a R$50.000,00), conforme artigo 833, § 2º.
Destaquemos agora a questão do depositário. Isto porque, o problema da execução sempre
foi o depósito.
Por exemplo, no caso do oficial de justiça que ao promover de um bem ter que indicar o
funcionário que o atendeu como depositário e este se negar. Esta oficial pode de forma impositiva
e mesmo com a negativa deste indicá-lo situação esta que até 2009 poderia gerar a prisão civil,
porém hoje isto já não é mais possível isto porque de acordo com a Súmula 319 STJ que diz que os
encargos de bens penhorados podem ser expressamente recusados (a pessoa mesmo o sócio que
recebeu o oficia pode recusar a assumir o encargo de depositário).
Ainda em relação à penhora cumpre destacar o artigo 185-A do CTN que vai falar da penhora
online tributária que é uma das penhoras mais eficazes para a recuperação dos créditos tributários,
sendo importante destacar que a penhora online tributária é diferente da penhora online do
Código de Processo Civil.
Se o executado após a citação não oferecer bens a Penhora (prazo de 5 dias) ou seja se
omitiu o juiz pode/deve de oficio (não ha necessidade de requerimento da parte) o que difere do
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Código de Processo Civil preferencialmente por meios eletrônicos ( hoje é totalmente por meio
eletrônico pois antes envia-se ofício ao banco para atender ao ofício) penhorar os ativos financeiros
e tornar indisponível bens móveis e imóveis.
De acordo com STJ para a penhora online tributária não se precisa esgotar todos os meios
para descobrir a existência de bens, tendo em vista que a penhora online equivale à penhora em
dinheiro, que é a primeira das hipóteses de bens passíveis de penhora prevista inclusive no Código
de Processo Civil.
Por outro lado, tornar indisponíveis bens móveis e imóveis é uma penhora que requer uma
analise mais profunda, pois a penhora online e a penhora dos valores exatos da dívida (transfere-se
os valores para um banco do Estado) se houver uma penhora a maior ou equivocada cabe ao juiz de
oficio liberar os valores equivocamente penhorados.
Com relação aos bens móveis e imóveis que foram tornados indisponíveis (tornar impossível à
alienação desses bens) e como caracteriza numa interferência de propriedade tem que ser feita
dentro de um caráter constitucional (no limite do útil, do necessário para garantia a tutela)
lembrando que esta medida ( indisponibilidade de bens móveis ou imóveis) somente será tomada
após esgotada as possibilidades de penhora online.

O STJ analisa dizendo que para tornar indisponíveis os bens móveis ou imóveis para impedir a
alienação faz–se necessário alguns requisitos essenciais:

1- A Citação (artigo 185-A CTN), sendo que se o executado não for encontrado deve-se
promover a citação por edital (somente apos esta citação sem manifestação do executado irá se
promover a penhora online e em sendo negativa a indisponibilidade dos bens móveis e imóveis)

Observação:
Não é possível fazer a penhora online por meio de arresto sem a citação da parte.
2-Inexistência de pagamento ou apresentação de bens a penhora, pois se caso ele pagar ou
indicar bens a penhora não é possível a indisponibilidade dos bens
3-Não localização de bens penhoráveis após o esgotamento das diligências realizadas pela
fazenda caracterizado quando houver nos autos e detalha como deve ser esta busca de bens.
Que atos o exequente deve ter tomado para chegar a esta situação:
I- Pedido de acionamento do BACEN JUD e consequente determinação pelo magistrado (
importante frisar que se o juiz não o fizer de oficio, a parte deve requerer) ou seja, tentativa de
BACEN JUD negativa ( executado não tem nada na conta);
II- Expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado;
Feito tudo isto e diante da negativa na localização de bens poderá o exequente promover a
indisponibilidade bens móveis e imóveis.

EXECUÇÃO FISCAL – PENHORA

PENHORA NO CASO DE FALÊNCIA DO EXECUTADO

Uma situação muito comum é no trâmite da execução fiscal contra um contribuinte receber-
se nos autos notícia da falência deste contribuinte (Pessoa Jurídica).
Nesta hipótese o artigo 29 da Lei 6830/80 (Lei de Execução Fiscal) afirma que a Cobrança
Judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores ou habilitação de
falência, concordata (Recuperação Judicial), liquidação, inventário ou arrolamento. Assim não é
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necessário a fazenda habilitar o crédito. Neste caso cumpre destacar que o juiz da falência para não
deixar de promover o pagamento deste crédito ele promove um procedimento chamado “Penhora
no rosto dos autos”.

“Penhora no Rosto dos Autos”- após a notícia da quebra o juízo da execução fiscal a
requerimento da Fazenda Pública enviar um ofício ao juízo da falência (por Mandado ou por Oficial
de Justiça) informando que existe um crédito tributário (União, do Estado, do Munícipio). Neste ato
o juízo das execuções pede uma reserva de numerário (valor do crédito a ser recebido).
Apenas para esclarecer este ofício recebeu este nome “penhora no rosto dos autos”, porque
este ofício fica na contracapa do processo falimentar.
Nada impede que em face da quebra o crédito tributário seja contestado pela falida. Assim a
massa falida assume o papel, assume a condição de ré/executada pode oferecer inclusive Embargos
a Execução depois da quebra após a penhora no rosto dos autos.
No âmbito das falências cumprem falar das preferências dos credores para fins de
recebimento do benéfico (artigo 83 da Lei 11101/2005), quais sejam:
1º) Em primeiro lugar os créditos extraconcursais (inclusive pode ter algum crédito tributário
(IPTU de imóvel);
2º) Os créditos trabalhistas derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e
cinquenta) salários-mínimos por credor, e também os decorrentes de acidentes de trabalho;
3º) Os créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
4º) Os créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição,
excetuadas as multas tributárias;
Ainda em relação à penhora, após a penhora é possível que o oficial de justiça vai promover a
avaliação do bem penhora sendo que nada impede que esta avaliação seja impugnada, contestada
para evitar uma sub ou super avaliação do bem penhorado em prejuízo das partes.
O artigo 13 da lei de execução prevê um incidente na execução para fins de impugnação da
avaliação. Esta impugnação é feita através de um incidente processual por meio de uma petição
demonstrado por documento a irregularidade na avaliação. O juiz ouve a parte contraria e abre se
necessário para perícia e por fim decide. Desta decisão cabe agravo de instrumento.
Da mesma forma é previsto a substituição do bem penhorado, nos termos do artigo 15 da lei
de execuções fiscais, que diz que a qualquer momento o juiz autorizará a substituição do bem
penhorado por dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia.
E a Fazenda Pública pode também pleitear a substituição do bem por qualquer outro de
maior liquidez ou ainda reforço de penhora (quando houver uma depreciação daquele valor
penhorado). E por fim, e independe se houve ou na a solicitação o executado pode pedir a
substituição do bem penhorado por dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia.
Pode o juiz dependendo a situação analisar o pedido de substituição de penhora (de um bem
imóvel por outro) usando sempre a razoabilidade.

INTIMAÇÃO DA PENHORA

Ato processual de fundamental importância, pois por meio deste abre prazo para
manifestação do executado.
A regra diz que, a intimação da penhora será feita pessoalmente na pessoa do representante
legal do executado, no caso de pessoa jurídica ou na pessoa do próprio executado se este for
pessoa física.
Esta penhora na pessoa do executado se fará nas seguintes hipóteses:

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a) Quando a citação feita for Aviso de Recebimento (AR), pelo correio o aviso de
recebimento não contiver a assinatura do próprio executado ou de seu representante legal.
Importante destacar a citação por Aviso de Recebimento (AR) dificilmente terá a assinatura
do próprio executado ou de seu representante legal, razão pela qual a intimação da penhora é feita
pessoalmente.
b) No caso de se ter a certeza de que o Aviso de recebimento (AR) foi assinado pelo
executado ou seu representante legal, pode ocorrer a intimação por diário oficial se tiver advogado
ou ainda por o Aviso de recebimento (AR).
Na prática temos a seguinte situação, ao oficial de justiça comparece a empresa executada,
por exemplo, promove a penhora (descrição do bem) e sua avaliação por meio do Auto de Penhora
e Avaliação colhe a assinatura do representante legal que será o depositário ficando intimada a
partir do dia seguinte a interposição dos Embargos a Execução Fiscal que é regulamentada por lei
especial (lei 6830/80) aplicando subsidiariamente o Código de Processo Civil.
O Embargo à Execução Fiscal está previsto no artigo 16 da Lei de Execução Fiscal e deve ser
oferecido no prazo de 30 dias contados do depósito, da juntada da carta de fiança bancária, seguro
garantia ou ainda da data da intimação da penhora. A partir do dia seguinte a juntada começa a
correr o prazo de 30 dias para oferecer os embargos à execução, forma tradicional de defesa do
executado.

Com relação aos Embargos a Execução cumpre destacar algumas jurisprudências a este
respeito como passaremos a expor:
1º - O prazo se inicia da intimação da penhora inclusive da penhora online. A ciência não é
presumida, o executado tem que ser intimado dessa penhora;
2º - O STJ (jurisprudência antiga) com fundamento no direito a ampla defesa ele aceita a
oposição de embargos à execução com penhora insuficiente ou ainda com penhora inexistente,
pois não é porque ele não possui bens que ela não pode se defender;
3º- STJ também admite a conexão com as ações anulatórias de débito fiscal (Embargos com
Ações Anulatórias, pois se questiona o crédito e para evitar decisões conflitantes permite-se a
conexão).
4º- O prazo para opor embargos à execução inicia-se da primeira penhora mesmo que ela seja
insuficiente, excessiva ou até ilegítimo motivo pelo qual não se revela possível à abertura de novo
prazo para opor embargos à execução em face de uma segunda penhora (Agravo Regimental em
Recurso Especial n. 647.269);
5ª – Suspensão dos atos executivos. A execução fiscal é um processo, os embargos à execução
é uma ação incidental, ou seja, os embargos não estão dentro do processo, são uma ação
autônoma. Sendo uma ação autônoma se o executado não fizer nada a ação de execução terá o seu
tramitar normal, sendo os embargos a execução o meio de Suspender os atos executivos,
suspendem o leilão, o levantamento do dinheiro. Aqui se aplica o artigo 919 do Novo Código
Processo Civil que deverá ter:
a) Requerimento do embargante/executado na petição dos embargos a execução;
b) Deverá ter cumulativamente, deverá ocorrer, estar presente os requisitos para
concessão da tutela provisória.
Os embargos a execução deve ser interposto por meio de uma petição inicial vai ser
distribuída e ficará em conexão, em apenso aos autos na execução fiscal e essa petição inicial
deverá preencher os requisitos prevista no Novo Código Processo Civil; além disto há Exceção feita
a audiência de conciliação, que tem se entendido desnecessária neste caso tendo em vista a pouca
probabilidade de êxito de algum tipo de conciliação; deve trazer o rol de testemunhas (de 3 a 6
testemunhas a critério do juiz); não se admite reconvenção ou compensação por não ser incomum
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e por não ser o momento devendo o executado interpor ação autônoma; as exceções de salvo de
incompetência, de impedimento ou suspensão deve ser interposta como preliminar dos embargos
através de seu regramento próprio.

NATUREZA JURÍDICA DOS EMBARGOS

Os embargos à execução tem natureza desconstitutiva, ou seja, se busca com os embargos


desconstituir o titulo executivo extrajudicial, pois este título (CDA) possui presunção relativa de
certeza e liquidez, nos termos do artigo 3º, da lei 6830/80. E mais, em seu parágrafo único à
presunção de que trata este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca a cargo do
executado ou de terceiro a quem aproveite.
Qualquer matéria é passível de alegação, o excesso de execução especificamente deve ter da
parte do executado demonstrado o quantum, deixando claro o quanto é devido, sobre pena de não
ser conhecida esta tese.
Os embargos na hipótese de penhora efetivada por meio de carta precatória, que ocorre
quando os bens oferecidos à penhora estão em outro município/estado onde está tramitando a
execução, é promovida a pedido do juiz deprecante ao juízo deprecado que irá efetivar a penhora.
Neste caso os embargos serão ajuizados no juízo deprecado que os remeterá ao juízo deprecante.
A não ser que estejamos falando do chamado Embargos de penhora, ou seja, são os
embargos que questionam exclusivamente a regularidade da penhora (aspecto relacionados à
penhora), estes embargos serão tratados no juízo deprecado, que foi responsável pela efetivação
da penhora.
Temos a execução fiscal e os embargos à execução fiscal (ação a parte feita por meio de uma
petição inicial) distribuída ao juiz que determina a intimação o exequente (Fazenda Pública) para
que no prazo de 30 dias para que ofereça a contestação, ora chamada de Impugnação (segue as
regras da contestação prevista no Novo Código Processo Civil). A impugnação esta
prevista/regulada no artigo 17 da Lei de Execuções Fiscais.
Neste sentido temos a petição inicial, contestação e sentença por se tratar de matéria de
direito. Porém poderá pode ter casos em que há necessidade de provas, onde o juiz ouvir
testemunhas, através da audiência de conciliação e julgamento designada pelo poderá designar
(segue os requisitos previsto no Novo Código Processo Civil), poderá ainda determinar realização de
pericia contábil (por exemplo) que deverá seguir o Novo Código Processo Civil após é proferida a
sentença.
Ao prolatar a sentença deve-se seguir a forma e os requisitos previstos no Novo Código
Processo Civil, podendo esta sentença julgar os embargos procedente com a desconstituição da
Certidão da Dívida Ativa e consequentemente com a declaração de nulidade da Certidão da Dívida
Ativa, da improcedência do executivo fiscal (a execução fiscal se torna insubsistente); ou sentença
pode julgar os embargos parcialmente procedente para alterar a Certidão da Dívida Ativa ( em
relação ao valor cobrado); ou poderá em sentença decidir pela improcedência dos embargos, tendo
a execução fiscal seu tramite normal.
Após a sentença é possível à interposição de recurso (apelação, recurso especial,
extraordinário) no caso do recurso de apelação esta em regra será recebida apensas no efeito
devolutivo.
Ainda em relação aos embargos temos duas questões controvertidas, quais sejam:
1º- De acordo com o STJ a pessoa jurídica, com relação aos embargos, não tem legitimidade
ativa para interpor recurso no interesse de sócio (são pessoas autônomas Pessoa Jurídica e o sócio);
2º- Não é o caso de conversão em renda para a fazenda antes do trânsito em julgado (os
depósitos judiciais ficam presos e só são transferidos pra a fazenda após o transito em julgado dos
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embargos).

LEILÃO

Ocorre no caso do executado ter seus embargos julgados improcedentes. Fase em que ocorre
a transformação dos bens em dinheiro (leilão) na hipótese de não ter ocorrido à penhora em
dinheiro.
O leilão deve ser feito preferencialmente por meio eletrônico nos termos do artigo 882 do
Novo Código de Processo Civil.
Neste sentido cumpre destacar que o artigo 23 da lei de execuções fiscais trata da matéria,
trata do leilão nos seguintes termos A alienação de quaisquer bens penhorados será feita em leilão
público, no lugar designado pelo Juiz (na pratica é na justiça). E mais, a Fazenda Pública e o
executado poderão requerer que os bens sejam leiloados englobadamente ou em lotes que
indicarem (no caso do lote ser muito grande e para facilitar a alienação divide em lotes ).
É leilão, hasta pública, é um leilão duplo nos termos do artigo 895 do Novo Código de
Processo Civil e também da súmula 128 STJ (Súmula que apesar de antiga esta de acordo com o
Novo Código Processo Civil), ou seja, leilão tem que ser duplo no primeiro lance o valor da avaliação
e o segundo leilão qualquer valor que não seja preço vil.
Nada impede (posição jurisprudencial e doutrinário) que a alienação seja feita por iniciativa
particular do exequente, aquela prevista no artigo 880 do Novo Código de Processo Civil. Por fim,
podemos afirmar que a alienação dos bens pode ser feita por leilão e por inciativa particular do
exequente.
Quanto ao prazo de antecedência da publicação do edital de leilão nas execuções fiscais
permanecem é o prazo previsto no artigo 22, § 1º, da lei de execuções fiscais, ou seja, o prazo entre
as datas de publicação do edital e do leilão não poderá ser superior a 30 (trinta), nem inferior a 10
(dez) dias. Neste caso aplica-se a lei especifica qual seja, a lei 6830/80, artigo 22, §1º,e não o artigo
887, § 1º, do Novo Código Processo Civil que fala em outros prazos.

PREÇO VIL

O preço vil sempre foi uma construção doutrinaria e jurisprudencial. Agora pela primeira vez
e em face do Novo Código Processo Civil existe uma regulamentação e está prevista no artigo 891,
do Novo Código Processo Civil.
Cumpre destacar que o Juiz é quem vai definir o que é preço vil, mas em regra não será
superior a 50%.
E por fim cabe ao arrematante (aquele que arrematou o bem) o pagamento de eventual
comissão do leiloeiro (5% do valor do bem arrematado) e demais despesas indicadas no do edital.

ADJUDICAÇÃO DOS BENS

Adjudicação do bem vem a ser a aquisição da propriedade do bem colocado em leilão,


conforme consta previsão legal expressa no artigo 24, da lei de execução fiscal, que diz que: A
Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:
I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou se rejeitados
os embargos;
II - findo o leilão:
a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;
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b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condições com a melhor oferta, no


prazo de 30 (trinta) dias.
Importante dizer que a preferência da fazenda na adjudicação do bem (jurisprudencial) nos
executivos fiscais, prevista no artigo 24, II, prevalece sobe a preferida do cônjuge ou companheiro,
ascendente ou descendente 876, §6º, do Novo Código Processo Civil. Isto porque esta preferência
da fazenda tem respaldo legal na lei especial (lei de execução fiscal) e Novo Código Processo Civil é
lei geral sendo aplicado subsidiariamente sobre as execuções fiscais.
Após o leilão e a transformação dos bens em dinheiro (leilão) devem ser atendidas as
preferências (por exemplo, créditos trabalhistas têm preferências sobre créditos tributários).

PRODUTOS DA ARRECADAÇÃO E PREFERÊNCIAS

Preferência lugar na fila de pagamento no concurso de credores quando não há falência isto
está previsto no artigo 186 e seguintes do Código Tributário Nacional que diz que o crédito
tributário prefere a qualquer outro, salvo os créditos trabalhistas e decorrentes de acidente de
trabalho. Neste caso, os bancos estão fora, ficam para traz na lista de pagamento.
Assim podemos concluir que quando não houver falência, a preferência para pagamento dos
créditos primeiro para os créditos trabalhistas ou indenização decorrente de acidente do trabalho e
em segundo lugar os créditos tributários.
O Código Tributário Nacional no seu artigo 187 e incisos traz uma preferência entre os entes
federativos, ou seja, em 1º lugar recebe a União, depois os créditos da Fazenda Estadual e depois os
créditos da fazenda municipal. Muitos doutrinadores entendem que esta lista de preferência é
inconstitucional, pois fere o pacto federativo, porém não é o entende o STF conforme verificamos
da súmula 563 que fala da validade do artigo 187 do Código Tributário Nacional. E mais está súmula
apesar de ser anterior a Constituição Federal de 88 ela já foi ratificada em precedentes posteriores
a Constituição Federal de 1988 conforme Agravo de instrumento 608769 STF.
Muitos processos não seguem o tramite exposto ate aqui, pois em muitos casos após a
interposição da execução fiscal a fazenda ao promover sua citação não obtém êxito na localização
do executado e de seus bens para futura penhora.
Nesta hipótese qual seja a impossibilidade de localização de bens a penhora. Neste caso
teremos que analisar o artigo 40 da lei de execução fiscal que trata da prescrição intercorrente que
está prevista, esta regulamentada no artigo 40, §§ 4º e 5º.
O §4º do artigo 40 diz que o juiz decretará de ofício a prescrição após ouvir a fazenda. Neste,
sentido podemos dizer que, se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo
prescricional (5 anos), o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a
prescrição e decretá-la de imediato. Neste caso o juiz não precisa ser provocando pelas partes.
Já o §5º do artigo 40 diz que a manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4 o deste
artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por
ato do Ministro de Estado da Fazenda. Esta hipótese aplica-se a União.
Cumpre destacar que em relação aos débitos federais a Procuradoria da Fazenda Nacional
não é obrigada a ajuizar execução fiscal de débitos considerados baixos. Isto não se trata de perdão
ou remissão do debito, mas sim da a faculdade da fazenda não promover a cobrança. Em tese esses
débitos de pequenos valores poderiam ter de ofício declarado pelo juiz a prescrição intercorrente
sem a oitiva da procuradoria com valores pequenos isto não quer dizer que ela perdoa esse débito.
Neste sentido cumpre destacar a Súmula 314 do STJ sobre este tema.

Questões controvertidas sobre os executivos fiscais

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1º - A Fazenda Pública tem a prerrogativa de ser intimada pessoalmente de todos os atos da


execução fiscal (artigo 25 da lei) desde que ela tenha unidade naquele munícipio ou pelo Diário
oficial (no caso de não ter unidade no município);
2º - o deferimento de recuperação judicial (antes chamada de concordata) – não suspende a
execução fiscal conforme está explicito no julgamento do STJ nos embargos de declaração em
recurso especial n. 365.104.
Esta execução terá seu trâmite normal até o leilão, onde ocorre a sua suspensão, pois este ato
irá reduzir o patrimônio da empresa e causar prejuízo no plano de recuperação da empesa. E
também se não se aplica penhora online em empresa em fase de recuperação judicial porque esta
medida também vai prejudicar a recuperação da empresa

Questões Controvertidas sobre os Executivos Fiscais

1º) Aplicação do artigo 133 do Novo Código de Processo Civil – o Incidente de


Desconsideração da Personalidade Jurídica (novidade trazida pelo Novo Código de Processo Civil).
Questiona-se se este incidente aplica-se ou não as Execuções Fiscais:
Como regra não se aplica isto porque, no processo, no ordenamento jurídico que regula o
processo tributário já existe uma regra também de natureza processual que é o artigo 135 do
Código Tributário Nacional que regula a matéria.
Em algumas hipóteses em tese seria possível a incidência da desconsideração da
personalidade jurídica, por exemplo, Grupo Econômico de qualquer natureza (exceção).
2º) Aplicação do artigo 219 Novo Código de Processo Civil- aquele que fala que os prazos tem
que ser contados em dias úteis- este dispositivo pode se aplicar nas execuções fiscais porque este
regramento não consta da lei de execuções fiscais nem nas normas processuais do Código
Tributário Nacional e é adequado a sistemática da lei de execuções fiscais.
3º )Princípio da menor onerosidade na execução (artigo 620 do antigo CPC) hoje está previsto
no artigo 805 do Novo Código de Processo Civil - aplica nas execuções fiscais, pois não se verifica
nenhuma incompatibilidade com o sistema.
Hoje assim prescreve o dispositivo legal do Novo Código de Processo Civil assim dispõe:
-A ideia não é punir o executado, mas sim buscar meios para pagar a dívida;
-Ao executado cabe indicar um meio para garantir a dívida e não simplesmente pedir que não
se efetue a penhora online, por exemplo.
4º) Princípio da Cooperação – tem se entendido possível sua aplicação nas ações de execução
fiscal isto porque, por exemplo, sabido a Procuradoria faz uma análise uma pré-análise da
viabilidade das execuções (verificação se houve pagamento, prescrição, tudo) razão pela qual nada
impede, por exemplo, que a própria fazenda indique a ocorrência da prescrição intercorrente,
pagamento (ela mesma analisa) ; legalidade ou ilegalidade flagrante na Certidão da Dívida Ativa
promovendo se for o caso a sua imediata substituição, inclusive objetivando o princípio da
celeridade na resolução dos conflitos.
5º) O artigo 39 da lei de execuções fiscais traz uma prerrogativa fazendária e assim diz, a
fazenda pública não esta sujeita ao pagamento de custas e emolumentos e a prática de atos
processuais de seu interesse independerá de preparo e prévio depósito.
E mais, em seu parágrafo único consta que se a fazenda for vencida ela ressarcirá o valor das
despesas feitas pela parte contrária.
Neste caso o problema esta nas despesas do oficial de justiça na esfera estadual, onde a
fazenda estadual não adianta esta despesa, o que se entende não se admissível e nasceu a Súmula
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n. 190 STJ.
6º) A possibilidade de protesto da Certidão da Dívida Ativa por qualquer dos entes federativos
(lei 9492/97- artigo 1º paragrafo único).
O STJ tem entendido possível o protesto de Certidão da Dívida Ativa desde a edição desta
legislação. Neste sentido cumpre destacar o Recurso especial n. 1.126.515.

MEDIDA CAUTELAR FISCAL – LEI 8397/1992

Em algumas situações a Fazenda não ajuizou a execução fiscal e constata que a empresa ora
executada esta delapidando seu patrimônio, razão pela qual faz se um arresto judicial por meio de
uma medida cautelar que continua existindo apesar do Novo Código de Processo Civil. Em regra ele
exige a constituição definitivamente de um crédito tributário por ser ajuizamento. Assim precisa do
crédito constituído, seja por lançamento de ofício ou lançamento por homologação.

Requisitos

a- A empresa não ter domicílio certo ( domicílio fiscal conforme artigo 127 do Novo Código de
Processo Civil) ;
b-Tentativa de transferir bens para terceiros em face de insolvência;
c- CNPJ inapto (deixou de entregar declarações; de cumprir algumas obrigações acessórias);
d- Débitos tributários superiores a 30% do patrimônio;
e- Notificada pela Fazenda Pública (se ela for notificada), ela deixar de pagar o débito em
atraso;
f- Prática de outros atos que visam burlar o pagamento do crédito (venda, transferência de
bens para terceiros e para filhos). Nestes casos temos o esvaziamento de uma empresa para a
constituição de outra é o fenômeno chamado “alaranjamento”, fenômeno importante que faz com
que se recupere 4% dos créditos tributários no Brasil o que traz grandes prejuízos a sociedade,
razão pela qual existe a medida cautelar.

PROCEDIMENTO DA MEDIDA CAUTELAR

A Medida Cautelar tem um rito especial. Ajuíza-se a petição inicial no termos do Novo Código
de Processo Civil. Tendo como juízo competente o Juízo das execuções fiscais. Após a interposição a
petição inicial obtém-se a liminar (desde que atendendo os requisitos) que visa à indisponibilidade
de bens (bloqueio de todos os bens móveis e imóveis).
Depois de deferida a liminar o juiz concede prazo de 5 dias para apresentar contestação (rito
célere).
Audiência só se existir a produção de prova oral o que é raro.
Substituição da caução isto é possível e ocorre quando a parte diante da indisponibilidade de
todos os seus bens oferece um BEM que garante seu débito tributário o juiz autoriza a substituição
e libera os demais bens indisponíveis.
Sentença e Apelação nesta hipótese cabem à fazenda (por meio da procuradoria) ajuizar o
executivo fiscal no prazo de 60 dias a contar da data da sentença.
Caso a fazenda não promova o ajuizamento ocorre à revogação da liminar e a
indisponibilidade dos bens. A caução torna-se insubsistente.
A medida cautelar fiscal é um arresto, é uma garantia prévia que após a interposição da
execução fiscal faz se a penhora do bem indicado como garantia e a medida cautelar perde seu
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objeto.

AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL – ARTIGO 38 DA LEI 6830/80

O disposto legal previsto na lei de execução fiscal, artigo 38 diz que, o crédito tributário só
pode ser discutido dentro da execução fiscal na forma dessa lei, salvo nas hipóteses do mandado de
segurança, ação de repetição de indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida esta
precedida do depósito preparatório do valor do débito monetariamente corrigido e acrescido dos
juros, multa e demais encargos.
No âmbito jurisprudencial o STJ em seu recurso especial n. 962.838 afirma que não há
necessidade de depósito como condição de procedibilidade da ação anulatória. Da mesma forma a
súmula vinculante n. 28 do STJ (diz que é inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial no qual se pretende a exigibilidade do crédito
tributário).
O fundamento legal desta súmula/Precedente é o artigo 5º, XXXV, que reza que a lei não
excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça a direito. É o princípio do livre acesso ao poder
judiciário.
Assim ao interpor a ação anulatória eu posso promover o depósito e assim suspender a
exigibilidade do crédito como nos já dito não sou obrigado a fazer o depósito (o crédito não esta
suspenso).

RITO DA AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL

Na ação anulatória é possível a tutela provisória para suspender a exigibilidade do crédito nos
termos do artigo 151 do Código Tributário Nacional, tendo como objetivo ao executado obter
certidão positiva com efeito de negativa, não ter execução fiscal tramitando. Deve seguir o rito
comum.
Quanto ao Pedido a Declaração de nulidade do lançamento e consequentemente subsistência
do crédito tributário quanto a custas e honorários cabe e está prevista no artigo 85, §3º e seguintes
do Novo Código de Processo Civil.

Questões Controvertida
1ª- Caso o ajuizado tenha perdido o prazo para ajuizar embargos à execução fiscal ou ainda se
esses forem julgados improcedentes ele poderá ajuizar ação anulatória de débito fiscal? Embora o
pedido seja diferente a causa de pedir é a mesma que é a ilegalidade, inconstitucionalidade do
crédito tributário (o executado não quer pagar porque entende não ser válido). Tem jugados em
vários sentido e uma alternativa boa para concurso no sentido de que, se não houve o ajuizamento
de embargos à execução, ou seja, o mérito cabe à interposição da ação anulatória de débito fiscal.
Porém se já foram julgados (não temos a coisa julgada material) o professor entende na cabe a
anulatória, pois se estaria burlando o sistema.
2ª – existe conexão entre ação anulatória de débito fiscal e os embargos à execução fiscal.
Tendo conexão eles vão tramitar em apenso. Ai o STJ entende que tem conexão e devem ser
julgados simultaneamente para se evitar decisões contraditórias, a não é claro que um já tenha sido
julgado, conforme consta do Novo Código de Processo Civil em seu artigo 55, e § 1º deste artigo.

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

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Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO TRIBUTÁRIO CPF - 04326633123
PROF. OMAR CHAMON

Ação de repetição de indébito é uma ação de cobrança. Por exemplo, a contribuinte paga um
tributo que a posterior é declarado inconstitucional nesta hipótese cabe a este a interposição desta
ação de repetição.
Cumpre destacar que no caso do contribuinte credor da fazenda dentro do prazo
prescricional de 5 anos pode este contribuinte obter o crédito pago indevidamente de três formas:

1ª – Pedido de restituição (o contribuinte administrativamente vai perante a fazenda pública


demonstra o pagamento indevido pede a análise da fazenda que em concordando promove a
devolução dos valores pagos). Sendo esta uma forma extrajudicial de devolução dos valores pagos
indevidamente.
Além desta forma extrajudicial temos as formas judiciais de solicitar esta devolução, quais
seja a forma mais clássica é Ação de Repetição de indébito e cabe também à compensação
tributária (encontro de contas/abatimento) este só se tiver regulamentação na legislação de cada
ente federativo, por exemplo, na União têm-se três caminhos para requerer a devolução do valor
pago a maior, quais sejam:
- A restituição;
- A repetição de indébito e;-
- A compensação.
No caso de um pequeno município temos apenas a ação de restituição e a de repetição de
indébito.

Rito – rito comum, porém como regra do no tributário não há audiência de conciliação por
ser absolutamente desnecessária ou até ser impossível promover a transação.
Pedido – Devolução dos tributos pagos a maior acrescido de juros e da multa, seguido o
procedimento do Novo Código de Processo Civil.
Valor da Causa - valor a ser repetido.
A tutela provisória é proibida porque ela viola a regra dos precatórios (prevista no artigo 100
da Constituição Federal).
O Pedido de devolução é feito através da Execução contra a Fazenda Pública que hoje o do
Novo Código de Processo Civil trata como cumprimento de sentença contra a fazenda pública. A
execução se dará nos termos do artigo 734 e seguintes do Novo Código de Processo Civil
Custas e honorários – nos termos do artigo 85, §3º e seguintes do Novo Código de Processo
Civil.

O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo


prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o
da execução de título judicial contra a Fazenda Pública (Súmula 625 do STJ).

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA

É ação declaratória clássica que atende o rito comum


A tutela provisória é admissível.
O depósito não é condição de procedibilidade da ação, mas evita a cobrança judicial pelo
fisco.
Geralmente é utilizada antes do lançamento para requer que seja declarada a
inconstitucionalidade da legislação que visa cobrança de um determinado tributo, ou ainda a
declaração de imunidade à cobrança de determinado tributo.
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Pedido – a declaração declarada à inconstitucionalidade da legislação que visa cobrança ou


ainda declaração de imunidade.
Custas e honorários – nos termos do artigo 85, § 3º e seguintes do Novo Código de Processo
Civil.

MANDADO DE SEGURANÇA

Previsão legal no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal e pela Lei n. 12016/2009.
O artigo 69 da Constituição Federal diz que, conceder-se-á mandando de segurança para
proteger direito líquido e certo, ou seja, direito passível de ser provado e demostrado de plano
independe de qualquer dilação probatória que não é admitido no rito sumário do mandado de
segurança.
O direito amparado pelo mandado de segurança é um direito não amparado por habeas
corpus e habeas data e quando o responsável por essa ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de Pessoa Jurídica no exercício de atribuição de serviços público.
Na área tributária pode ser interposto o Mandado de Segurança repressivo ou preventivo,
sendo que o preventivo é o mais comum.
Rito - o rito especial do Mandado de Segurança sendo que a petição inicial segue o Novo
Código de Processo Civil, mas com algumas adaptações (não pede condenação em honorários nem
produção de provas) segue os requisitos do Novo Código de Processo Civil.
Na petição inicial o juiz irá analisar a presença da fumaça do bem direito e o perigo da demora
(artigo 7º da Lei 12016/2009) concedendo ou não a liminar. A posterior, o juiz determina a
notificação da autoridade coatora para se manifestar no prazo de 10 dias e depois teremos a
atuação do Ministério Público como fiscal da lei vai dar seu parecer . Sentença e Recurso

Rito mais rápido do sistema


Admite liminar e não pode ser concedido pra fins de compensação tributaria (artigo 7º da lei
12016/2009)
Pode fazer o depósito, mas não é obrigado.

Valor da causa é o valor equivalente à vantagem econômica pretendida se for possível aferir
senão se dá um valor apenas para fins de custas.

Pedido
Uma declaração judicial de que não é contribuinte de determinado tributos ou a expedição de
certidão positiva com efeitos de negativas.

Custas e Honorários
Em sede de Mandado de Segurança não cabe honorários, só cabe custa - Súmula 513 STF e
105 STJ e hoje na Lei n. 12016/2009.

Jurisprudência
- Prazo decadencial de 120 dias (artigo 23 da lei 12016/2009) do ato coator para impetrar o
Mandado de Segurança.
- Súmula n. 460 STJ – Não cabe o Mandado de Segurança para convalidar a compensação
tributária realizada pelo contribuinte.
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- Súmula n. 213 STJ - o Mandado de Segurança constitui ação adequada para a declaração do
direito de compensação tributária.
A este titulo cumpre destacar que ele é adequado para declarar o direito à compensação, mas
não para efetivar a compensação do crédito. Apenas para declarar esse direito.

AÇÃO CONSIGNATÓRIA

Prevista nos artigo 539 e seguintes do Novo Código de Processo Civil e também prevista no
artigo 164 do Código Tributário Nacional.
Consignar pode ser definido como o ato pelo qual o contribuinte promove o deposito, mas
não para discutir (pode ser feito) mas aqui o contribuinte deposita reconhecendo seu débito ,
porém o contribuinte tem que depositar porquê tem mais de um ente federativo lhe cobrando ou
ainda porque o correto é pagar R$ 100 mas o fisco está me cobrando R$ 120 , esta me exigindo
consectários ilegais. Assim o contribuinte deposita o que entende correto e a fazenda ao fazer o
levantamento apura que esta correta e extingue o processo com resolução de mérito.
Rito especial do artigo 539, mas depois se torna um rito comum.

Valor da causa é o valor consignado

Pedido – declaração judicial de extinção do credito tributário, declaração de inexistência de


débito em face de um ente federativo.

Custas e honorários – nos termos do artigo 85, § 3º e §4º do Novo Código de Processo Civil.
Não ha previsão de tutela antecipada, não sendo admitida no rito da ação.

AÇÃO DE COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA – ARTIGO 170 E 170-A CÓDIGO TRIBUTÁRIO


NACIONAL (CTN)

Quando não consegue a compensação administrativa o contribuinte busca a compensação


judicial e segue o rito comum.
A tutela está prevista no artigo 170-A CTN para o crédito ser líquido e certo tem que ter o
trânsito em julgado razão pela qual não é admitida a tutela provisória
Valor da causa é o valor a ser pedido.

Pedido - declaração judicial de direito para fazer a compensação sem eventuais restrições
ilegais que estão sendo realizadas pela fazenda.

Custas e honorários – nos termos do artigo 85, § 3º e §4º do Novo Código de Processo Civil

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