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QUESTÕES
Assim, temos que a exigibilidade do art. 151 do CTN só surge quando o FISCO pode
de fato cobrar o objeto da obrigação tributária, ou seja, quando há a constituição
do crédito tributário, com a lavratura do ato do lançamento tributário.
Fabiana Del Padre Tomé, ainda chama atenção para o fato de que, a exigibilidade
não surge no exato momento da lavratura do ato de lançamento tributário, na
medida em que, é necessário esperar seu vencimento para que o FISCO possa
tomar medidas ativas de cobrança:
Desta forma, a expressão crédito tributário não atinge as normas que conferem
operacionalidade ao sistema jurídico tributário, destinadas a fiscalização e
arrecadação dos tributos, chamados de deveres instrumentais. Por consequência,
essa expressão não congrega os liames decorrentes da prática de atos ilícitos
(como por ex.: multa por desrespeito aos deveres instrumentais), já que tais ainda
precisam ser cumpridos normalmente.
Importante ainda se faz destacar que, não se pode conceder interpretação errada
ao disposto na Súmula 112 do STJ, que assim dispõe: “O depósito somente suspende
a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro”.
Sobre o tema, preciosas são as lições de Regina Helana Costa, em sua obra Curso de
Direito Tributário, Constituição e Código Tributário Nacional (8ª edição):
Assim, temos que a tutela antecipada é de cunho satisfativo, portanto, sua decisão
antecipa os resultados que só seriam obtidos após o término do processo,
conforme mencionado acima. Já a tutela cautelar tem por finalidade assegurar os
resultados até o término do processo.
Explique-se. De acordo com o artigo 1.012 do Novo CPC a apelação, em regra, terá
efeito suspensivo e devolutivo, entretanto, em determinados e excepcionais casos
será atribuído efeito não suspensivo, ou seja, a sentença poderá ser executada de
forma provisória, ainda que o recurso de apelação esteja pendente de julgamento.
Assim, o §1º do art. 1.012 do CPC prevê hipóteses em que se atribui apenas o efeito
devolutivo à apelação, ou seja, a sentença começa a produzir efeitos imediatos a
partir de sua publicação. Uma dessas hipóteses, diz respeito a exposto no inciso V,
que é quando a sentença confirma, concede ou revoga tutela provisória. Ou seja, no
caso de uma sentença que ‘cassa’ uma liminar, o efeito suspensivo deixa de ser
regra e passa a ser exceção, nos termos §3º do mesmo art., que prevê a
possibilidade de requerer efeitos suspensivos a sentenças que deveriam surtir
efeitos imediatos.
Pois bem, para que no caso concreto a liminar seja reestabelecida é necessário que
o Apelante, demonstre a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação, nos
termos do §4º do art. 1.012 do CPC.
Desta forma, cabe ao julgador da apelação decidir, de acordo com o caso concreto,
se é necessário reestabelecer os efeitos da liminar.
Este entendimento é extraído do art. 63, §2º da Lei de nº 9.430/96, que assim
dispõe:
Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir
a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja
exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do
art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá
lançamento de multa de ofício.
(...)
§ 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida
liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a
concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da
publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou
contribuição.
Assim, temos que a tutela antecipada é de cunho satisfativo, portanto, sua decisão
antecipa os resultados que só seriam obtidos após o término do processo,
conforme mencionado acima. Já a tutela cautelar tem por finalidade assegurar os
resultados até o término do processo.
Destarte, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária que
tenha como fundamento urgência ou evidência, assume natureza cautelar, uma vez
que, em matéria de ordem tributária, não há como antecipar os efeitos do
provimento jurisdicional fim, pois não é possível anular o crédito tributário em
sede liminar (já que o provimento satisfativo é a extinção do crédito tributário),
mas tão somente suspender a exigibilidade da obrigação tributária.