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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário

SEMINÁRIO III - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA


ALUNA: JANAYNNA MENEZES DA SILVA

Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo:
Noeses, 2021, Itens 2.9.8 e 2.9.9 do Capítulo 2, da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31 ed. São Paulo: Noeses,
2021, Itens 8 e 9, Capítulo XIV.

Leitura complementar
• CARVALHO, Aurora Tomazini de. Regras para fixação do critério temporal das normas de
decadência e prescrição no direito tributário. In: CARVALHO, Aurora Tomazini (Org.).
Decadência e prescrição em direito tributário. São Paulo: MP.
• PEIXOTO, Daniel Monteiro. Prescrição intercorrente e a lei complementar 118/05. In: II
Congresso Nacional de Estudos Tributários. São Paulo: Noeses.
• SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Decadência e prescrição no direito tributário. São Paulo:
Max Limonad. Capítulos 8, 9 e 10.
• SILVA, Renata Elaine. Curso de decadência e prescrição no direito tributário – regras do
direito e segurança jurídica. São Paulo: Noeses. Livro II, capítulo VI a X.
• TOMÉ, Fabiana Del Padre. Restituição do indébito tributário nos tributos sujeitos ao
lançamento por homologação e o art. 3º da lei complementar n. 118/05. In: CARVALHO,
Aurora Tomazini de (Org.). Decadência e prescrição em direito tributário. São Paulo: MP,
2006.
• ZOMER, Silvia. O tempo jurídico e a homologação tácita. São Paulo: Noeses, 2018,
Capitulo 4.

Questões
1. Defina o conceito “decadência” no âmbito do direito tributário.
(a) Com base na bibliografia indicada para desenvolvimento deste seminário
apresente as diferentes acepções do conceito “decadência”.
De acordo com Paulo de Barros Carvalho, em sua obra “Direito Tributário:
linguagem e método”, existem ao menos seis acepções no campo tributário para a
expressão “decadência”, quais sejam:
(...) (i) “decadência” como norma geral e abstrata; (ii) como
hipótese dessa norma, descrevendo o termo final de um lapso
de tempo; (iii) como o consequente da norma geral e abstrata,
tipificando o efeito extintivo; (iv) como norma individual e
concreta que constitui o fato de haver decorrido o tempo
referido na regra geral e abstrata, no mesmo instante em que
determina, no consequente, o efeito fulminante de desconstituir
uma relação existente; (v) como o antecedente desta última
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norma individual e concreta; e (vi) tão só como o consequente,


também desta última regra.

(b) Construa a respectiva estrutura normativa para cada acepção (ex. NGA, NIC,
antecedente, consequente...), indicando quai(is) dessa(s) estrutura(s) normativa(s))
são norma em sentido estrito.

(c) É correta a afirmação de que a decadência opera-se automática e


infalivelmente? Justifique sua resposta.
Dado que a decadência é um evento que decorre de um lapso temporal, ela se
concretiza automaticamente no momento em que decorre o prazo decadencial.
Contudo, não é correta a afirmação de que a decadência se opera de forma
infalível, haja vista que o legislador previu a interrupção da contagem do prazo
decadencial “da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado”, nos termos do art. 173, II, do
CTN.

(d) Quanto aos efeitos da decadência em relação ao crédito tributário (arts. 150 e
173, do CTN), pode-se afirmar que sejam: (i) extintivos ou (ii) impeditivos?
Justifique sua resposta.
Conforme o art. 156, V, do CTN, a decadência tem o condão de extinguir o
crédito tributário. De acordo com Paulo de Barros Carvalho, o efeito extintivo da
decadência é “o desaparecimento do direito da Fazenda, consistente em exercer
sua competência administrativa para constituir o crédito tributário”. Ainda segundo
o autor, “a decadência não extingue a relação jurídica tributária, mas tão somente a
competência para que os agentes do Poder Tributante celebrem o ato de
lançamento.

(e) Diferençar, se possível: (i) decadência do direito de lançar, (ii) prescrição do


direito do Fisco cobrar o crédito tributário, (iii) decadência do direito do contribuinte
pleitear a restituição do indébito tributário e (iv) prescrição do direito de ação do
contribuinte repetir o indébito tributário.
A decadência do direito de lançar, conforme Paulo Barros de Carvalho, em sua
obra “Direito Tributário: linguagem e método” acaba com a possibilidade de
realização do ato jurídico-administrativo do lançamento pela autoridade
administrativa competente.
A prescrição do direito do Fisco cobrar o crédito tributário, ainda segundo
Carvalho, refere-se ao prazo de cinco anos que se abre à Fazenda Pública para
que ingresse em juízo com a ação de cobrança. A prescrição é regulada pelo art.
174 do Código Tributário Nacional, que além de estabelecer o prazo de cinco anos
contados da data da sua constituição definitiva, ainda enumera quatro causas de
interrupção.
A decadência do direito do contribuinte pleitear a restituição do indébito
tributário é, de acordo com Ricardo Alexandre, na obra intitulada “Direito Tributário”,
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a perda do direito para pleitear administrativamente a restituição do valor que


entende ter recolhido indevidamente, conforme disciplinado no art. 168 do CTN.
Por fim, a prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito
tributário é a perda do direito por parte do contribuinte de ajuizar a ação de
repetição de indébito para reaver os valores pagos indevidamente à Fazenda
Pública, em decorrência da sua inércia.

2. Conjugando o art. 146, III, “b”, da CF e o princípio da autonomia dos entes


federativos, responda: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por
meio de lei ordinária, podem estabelecer prazo diverso do constante no CTN para a
decadência e prescrição de seus créditos? E mediante lei complementar estadual
ou municipal? (Vide anexo I e Súmula Vinculante n. 8 do STF).1
Embora, a Constituição Federal tenha expressamente registrado que os entes
que compõem a federação brasileira são dotados de autonomia, a Carta Magna em
seu art. 146, III, “b”, reservou à lei complementar exclusividade para o
estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre prescrição e decadência. Desta forma, não é possível que
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabeleçam prazo diverso do
constante do CTN para a decadência e prescrição de seus créditos por meio de lei
ordinária. Nesse sentido temos a súmula vinculante n. 8 do STF que reconheceu
que são inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº
1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e
decadência de crédito tributário.
Cabe destacar que a lei complementar que está apta a dispor sobre prescrição
e decadência em matéria tributária é apenas a federal. Nesse sentido podemos
citar o caso da ADI 124, de relatoria do Ministro Joaquim Barbosa, julgada
procedente em 17/04/2009, a qual discutia a constitucionalidade do art. 16, §4º, da
Constituição do Estado de Santa Catarina, que estabeleceu hipótese de extinção do
crédito tributário por transcurso de prazo para apreciação de recurso administrativo
fiscal. Segue abaixo a manifestação do STF:

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. NORMA DO ESTADO DE


SANTA CATARINA QUE ESTABELECE HIPÓTESE DE
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO POR TRANSCURSO
DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO DE RECURSO
ADMINISTRATIVO FISCAL. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO,
ART. 16. ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, ART. 4º.
ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 146, III, B, DA
CONSTITUIÇÃO. A determinação do arquivamento de
processo administrativo tributário por decurso de prazo, sem a
possibilidade de revisão do lançamento equivale à extinção do
crédito tributário cuja validade está em discussão no campo
1
. Súmula Vinculante n. 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Dec.-lei 1.569/77 e os arts. 45 e 46 da Lei
8.212/91, que tratam da prescrição e decadência de crédito tributário.”
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administrativo. Em matéria tributária, a extinção do crédito


tributário ou do direito de constituir o crédito tributário por
decurso de prazo, combinado a qualquer outro critério,
corresponde à decadência. Nos termos do Código Tributário
Nacional (Lei 5.172/1996), a decadência do direito do Fisco ao
crédito tributário, contudo, está vinculada ao lançamento
extemporâneo (constituição), e não, propriamente, ao decurso
de prazo e à inércia da autoridade fiscal na revisão do
lançamento originário. Extingue-se um crédito que resultou de
lançamento indevido, por ter sido realizado fora do prazo, e que
goza de presunção de validade até a aplicação dessa regra
específica de decadência. O lançamento tributário não pode
durar indefinidamente, sob risco de violação da segurança
jurídica, mas a Constituição de 1988 reserva à lei
complementar federal aptidão para dispor sobre decadência em
matéria tributária. Viola o art. 146, III, b, da Constituição federal
norma que estabelece hipótese de decadência do crédito
tributário não prevista em lei complementar federal. Ação direta
de inconstitucionalidade conhecida e julgada procedente. (STF
- ADI: 124 SC, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de
Julgamento: 01/08/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
DJe-071 DIVULG 16-04-2009 PUBLIC 17-04-2009 EMENT
VOL-02356-01 PP-00011)
.
3. Quando começa a contar o prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos
sujeitos ao lançamento de ofício? E nos tributos sujeitos ao “lançamento por
homologação”? Se não houver o que homologar, o prazo passa a ser o dos tributos
sujeitos ao lançamento de ofício (vide anexos II e III)? E no caso de fraude (vide
anexo IV)?
Para os tributos sujeitos ao lançamento de ofício, a contagem do prazo de
decadência para o Fisco segue a regra geral prevista no art. 173, I, do CTN,
iniciando-se no primeiro dia do exercício seguinte. Cabe ressaltar que o parágrafo
único do art. 173 do CTN estatuiu uma exceção para essa regra, que é o início da
contagem do prazo pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida
preparatória indispensável ao lançamento. Desta forma, aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 173 do CTN nos casos em que a Administração Tributária
adota medida preparatória para o lançamento (como o procedimento de
fiscalização) durante o lapso temporal compreendido entre o fato gerador e o início
da fluência do prazo decadencial previsto na regra geral.
No tocante aos tributos sujeitos ao “lançamento por homologação”, o prazo
para contagem do prazo decadencial varia em função da existência ou da ausência
de declaração pelo contribuinte, da ocorrência de pagamento do tributo declarado,
bem como da existência de dolo, fraude ou simulação.
Na hipótese de o contribuinte realizar a declaração e o pagamento, inexistindo
dolo, fraude ou simulação, a Fazenda possui o prazo de cindo anos, contados da
data do fato gerador, para homologar tal pagamento de forma expressa ou realizar
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de ofício eventual lançamento suplementar. Decorrido esse prazo, ocorrerá a


homologação tácita e a extinção definitiva do crédito tributário, nos termos do art.
150, § 4º do CTN.
Caso o contribuinte tenha declarado o tributo devido de forma correta sem,
contudo, ter realizado o pagamento, o crédito tributário encontra-se constituído pela
própria declaração de débito do contribuinte, como consequência não cabe se falar
em decadência, sendo possível a imediata inscrição em dívida ativa. Nesse sentido
temos a súmula 436 do STJ com o seguinte teor: “a entrega de declaração pelo
contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco”. Mas se o valor declarado não estiver
correto, a fazenda precisará efetuar o lançamento de ofício (art. 149, V do CTN) e,
por isso, caberá a aplicação do art. 173, I, do CTN.
Se o tributo não foi declarado e nem pago, não há o que homologar, aplicando-
se, por conseguinte, a regra geral de contagem do prazo decadencial para efeito de
realização de lançamento de ofício, que é o primeiro dia do exercício seguinte, nos
termos do art. 173, I do CTN.
No tocante às situações de pagamento em que se verifica a presença de dolo,
fraude ou simulação o art. 150, § 4º do CTN apenas informa que a regra nele
enunciada não se aplica às mesmas, sem prevê qual a regra aplicável. Diante desta
lacuna, o entendimento sedimentado pela doutrina foi no sentido de que a
contagem do prazo decadencial deve ser feita de acordo com o art. 173, I, do CTN.
A descoberta do ilícito implica a realização do lançamento de ofício (art. 149, VII do
CTN), logo, é cabível a regra geral.

4. Como deve ser interpretado o parágrafo único do art. 173 do CTN? Que se entende
por “medida preparatória indispensável ao lançamento”? Tal medida tem apenas o
condão de antecipar o termo inicial da contagem do prazo prescrito no inciso I ou
pode também postergá-lo? Trata-se de causa de interrupção do prazo decadencial?
(Vide anexo V e VI).
O parágrafo único do art. 173 do CTN deve ser interpretado como regra que
antecipa a contagem do prazo decadencial, haja vista que o marco inicial da
contagem é deslocado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado para a data da providência preparatória de
constituição do crédito tributário.
Entende-se por “medida preparatória indispensável ao lançamento”, os atos
realizados pela autoridade fiscal que são necessários à constituição do crédito
tributário.
É pacífico o entendimento de que a regra do parágrafo único somente tem o
condão de antecipar o termo inicial da contagem do prazo prescrito no inciso I, do
art. 173, do CTN, não gerando efeitos sobre a contagem de prazo que já teve sua
fluência iniciada, seja de postergação ou de interrupção dele. No tocante à
interrupção do prazo decadencial, o CTN previu como única hipótese a regra da
anulação de lançamento por vício formal, disposta em seu art. 173, II.
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5. A Lei n. 11.051/04 trouxe previsão de prescrição intercorrente no processo judicial.


Quanto ao processo administrativo fiscal, existe prescrição intercorrente no seu
curso? E no decorrer do processo executivo fiscal? Qual é o tratamento mais
adequado em caso de falta de intimação da Fazenda Pública sobre o despacho que
determina sua manifestação antes da decisão que decreta a prescrição
intercorrente? É possível que a decretação da prescrição intercorrente seja ilidida?
Justificar (vide anexos VII, VIII e IX e X).
A súmula nº11 do CARF determina a não aplicação da prescrição intercorrente
no processo administrativo fiscal. No entanto, tal súmula tem sido alvo de muitas
críticas.
O inciso LXXVIII, do art. 5º, da Constituição Federal, garante a todos, tanto no âmbito
judicial, quanto no administrativo, a "razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação". A não aplicação da prescrição
intercorrente ao processo administrativo fiscal se mostra um verdadeira afronta ao
princípio constitucional da razoabilidade da duração processo, permitindo a sua
duração infinita.
Entendo que talvez o termo prescrição não seja o mais adequado ao processo
administrativo, visto que nesse momento não houve a constituição definitiva do
crédito tributário e por conseguinte ainda não há lançamento. Desta forma, um termo
que parece mais indicado é “decadência intercorrente”. Independente disso defendo
a tese de que o processo administratico não pode transcorrer indefinidamente sem
que haja um limite temporal para ele.
Buscando impedir que os processos administrativos fiscais prossigam sem uma
duração razoável, temos observado decisões recentes do judiciário aplicando, no
âmbito Federal, a Lei 9.873/1999, que estabelece o prazo prescricional de três anos
para o processo administrativo. Segue decisão de 14 de abril de 2021 do TRF-4
nesse sentido:

TRIBUTÁRIO. ADUANEIRO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. MULTA


SUBSTITUTIVA DA PENA DE PERDIMENTO. NATUREZA
ADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. LEI 9.873/99.
OCORRÊNCIA. DESPROVIMENTO. HONORÁRIOS RECURSAIS. 1. O
débito tem origem em multa administrativa substitutiva da pena de
perdimento de mercadoria, aplicada no exercício do poder de polícia pela
Administração Aduaneira por infração à legislação aduaneira. Não tem
natureza tributária, portanto, aplicando-se as normas da Lei 9.873/99 que
estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva por
parte da Administração Pública Federal. 2. A prescrição em relação ao
poder sancionador da Administração Púbica Federal está disciplinada na
Lei 9.873/1999, que estabelece três prazos que devem ser observados:
(a) cinco anos para o início da apuração da infração administrativa e
constituição da penalidade; (b) três anos para a conclusão do processo
administrativo; e (c) cinco anos contados da constituição definitiva da
multa, para a cobrança judicial. 3. A prescrição intercorrente pressupõe a
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inércia da autoridade administrativa em promover atos que impulsionem


de maneira eficiente o procedimento administrativo de apuração do ato
infracional e constituição da respectiva multa, em período superior a três
anos. O § 1º do art. 1º da Lei 9.873/1999 reputa paralisado o processo
administrativo desprovido de julgamento ou despacho. 4. Verificado que
o processo administrativo em questão ficou paralisado por prazo superior
a três anos, reputa-se consumada a prescrição intercorrente no caso
concreto. 5. Recurso de apelação desprovido. Honorários advocatícios
majorados na forma do art. 85, § 11 do CPC. (TRF-4 - AC:
50060661020204047000 PR 5006066-10.2020.4.04.7000, Relator:
ROGER RAUPP RIOS, Data de Julgamento: 14/04/2021, PRIMEIRA
TURMA)

Existe prescrição intercorrente no processo executivo fiscal, conforme dispõe o


art. 40, § 4º da Lei 6.830/80: “Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver
decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá,
de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato”.
Em caso de falta de intimação da Fazenda Pública sobre o despacho que
determina sua manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente,
a 1ª seção do STJ definiu em julgamento de recurso especial nº 1.340.553 – RS,
representativo da controvérsia repetitiva descrita no Tema 571 a seguinte tese:
A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos
autos (art. 245 do CPC/73, correspondente ao art. 278 do
CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação
dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o
prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o
termo inicial - 4.1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo,
deverá demonstrar a ocorrência de qualquer causa interruptiva
ou suspensiva da prescrição.

Desta forma, a prescrição intercorrente pode ser ilidida mediante a


demonstração do prejuízo sofrido pela Fazenda na hipótese de ser comprovada a
ocorrência de alguma causa de interrupção ou suspensão.

6. Qual o marco inicial da contagem do prazo para redirecionamento da execução fiscal


contra os sócios? Trata-se de prazo decadencial ou prescricional? É possível
compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja considerado ilícito
suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o seja
para a execução fiscal de débito não-tributário. (Vide anexos XI, XII e XIII)
Conforme Maria Rita Ferragut, no artigo intitulado “Prescrição intercorrente e o
redirecionamento da execução fiscal para o administrador”, o redirecionamento da
execução fiscal refere-se à “inclusão do administrador da pessoa jurídica no polo
passivo da ação, passando ele a responder solidariamente pelos débitos tributários
imputados pela Fazenda ao devedor contribuinte”.
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Segundo a autora, nas situações conhecidas antes da distribuição da execução


fiscal em que a pessoa física tenha integrado o lançamento, mas não teve o nome
incluído na CDA, a Fazenda tem o prazo de cinco anos, a contar do despacho que
determina a citação da pessoa jurídica, pra requerer o redirecionamento.
Já nas situações em que o ilícito que ensejou o redirecionamento ocorrer em
momento anterior à distribuição da execução fiscal, mas posterior ao lançamento, ou
posterior à distribuição da execução fiscal existem duas correntes de entendimento
quanto ao marco inicial para a contagem do prazo para redirecionamento.
A primeira corrente, de acordo do Ferragut, defende que a citação do sócio
deverá ser realizada em até cinco anos a contar do despacho que determinar a
citação da empresa executada. Em que pese esse seja o entendimento que
prevalece no STJ (Resp 1.090.958/SP, Rel. Min. Mauro Campbell, DJe de
17.12.2008; REsp 751.508/RS, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ 13.02.2006;
REsp 769.152/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ 04.12.2006, dentre outros) ,
Ferragut discorda dessa linha de pensamento com o argumento de que o despacho
do juiz é um fato que não tem vinculação com a inércia do credor, que seria condição
imperiosa para que haja a prescrição. A autora questiona ainda a possibilidade de se
iniciar a contagem de um prazo prescricional de uma situação jurídica que pode
ainda nem ter ocorrido.
Ferragut entende que seria mais adequada a aplicação da segunda corrente,
que conta o prazo a partir da Teoria da Actio Nata, que prevê o início da contagem do
prazo de prescrição quando o titular do direito violado toma conhecimento do fato
relevante e da extensão de suas consequências, adquirindo, portanto, o direito de
reivindicá-lo. Embora seja bem fundamentada a teria defendida por Ferragut, em prol
da segurança jurídica me posiciono entre os defensores da primeira corrente, a qual
defende que a citação do sócio deve ser realizada em até cinco anos a contar do
despacho que determinar a citação da empresa.
Como o redirecionamento ocorre após o lançamento, trata-se de prazo
prescricional, ou seja, para que a Fazenda exerça em juízo o seu direito de cobrar o
débito fiscal. Verifica-se, no entanto, a existência de uma corrente doutrinária que
entende tratar-se de prazo decadencial, sob o argumento de que a constituição do
crédito contra os sócios é determinada pelo despacho do juiz na execução fiscal, que
ao solidarizar a responsabilidade da empresa aos sócios, constitui o crédito para
estes.
Com relação à última parte da questão, compartilho do posicionamento do STJ,
que ao julgar o REsp 1.371.128/RS, apresentou o entendimento de que não há
como compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja considerado
ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o
seja para a execução fiscal de débito não-tributário. De acordo com a corte, no
âmbito tributário o embasamento legal é dado pelo art. 135, III, do CTN, já no âmbito
não-tributário, decorre do art. 10, do Decreto n. 3.078/19 e art. 158, da Lei n. 6.404/78
- LSA, não havendo, em nenhum dos casos, a exigência de dolo. Nesse julgado, é
feita também referência à Súmula 435/STJ, de acordo com a qual: “Presume-se
dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,
sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente”
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7. Sobre a decadência/prescrição do direito de repetir o indébito tributário pergunta-se:


a) Quais indébitos estão sujeitos ao art. 3º da LC n. 118/05: todos, independente da
data do pagamento indevido; aqueles cuja restituição seja requerida depois do
termo inicial de sua vigência; ou somente os pagamentos efetuados após iniciada
sua vigência? Justificar (vide anexos XIV e XV).
O STJ, em sede de julgamento do REsp n. 672.962/CE, estabeleceu o
entendimento de que o art. 3º da LC n. 118/05 não realizou uma simples
interpretação legal, constituindo verdadeira inovação normativa. Por tratar-se de
inovação a norma só pode ter eficácia sobre os pagamentos que ocorram a partir
da sua vigência. Desta forma, não cabe a aplicação retroativa prevista no art. 4º da
LC n. 118/05, com fundamento no disposto no art. 106, inciso I, da Lei no
5.172/1966, que determina a aplicação da legislação tributária a ato ou fato pretérito
quando expressamente interpretativa. Entendo que a retroatividade do art. 3º
ofenderia o princípio constitucional da autonomia e independência dos poderes,
bem como o da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa
julgada.

b) No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN (sem modulação de


efeitos), como fica o prazo para repetir o indébito tributário? Conta-se do pagamento
indevido ou o termo inicial seria a “data da declaração de inconstitucionalidade da lei
que fundamentou o gravame”? (Vide anexos XVI e XVII).
O entendimento do STJ, conforme pode ser verificado em sede de julgamento do
REsp: 111.0578/SP, publicaod em 21/05/2010, é de que prazo prescricional para
pleitear a repetição tributária é contado da data do efetivo pagamento do tributo.
Tanto a declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle
concentrado, quanto a declaração de inconstitucionalidade em controle difuso são
irrelevantes para fins de contagem do prazo prescricional, independente do fato do
tributo estar sujeito ao lançamento por homologação ou ao lançamento de ofício.
Apesar desse entendimento que vem sendo adotado pelo judiciário,
administrativamente o CARF, conforme Acórdão n. 1402-000.481, decidiu que ocorre
a decadência do direito à repetição do indébito depois de 5 anos da data de trânsito
em julgado da decisão proferida em ação direta ou da publicação da Resolução do
Senado Federal que suspendeu a lei com base em decisão proferida no controle
difuso de constitucionalidade. O argumento é de que somente a partir desses
eventos é que o valor recolhido torna-se indevido, gerando direito ao contribuinte de
pedir sua restituição.
Embora concorde com a lógica utilizada pelo CARF para desenvolver o seu
entendimento, sob a ótica da segurança jurídica as consequências de tal
posicionamento são temerárias. Caso o termo inicial a ser aplicado pelo judiciário
fosse a data da declaração da inconstitucionalidade, como não há prazo para o
ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, nem para que suspensão
pelo Senado de norma declarada inconstitucional pelo STF, a qualquer momento
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poderia ser reaberto o prazo para repetição de indébito, o que poderia subitamente
gerar um gigantesco passivo aos cofres públicos com grande repercussão econômica
e social.

Sugestão para pesquisa suplementar


• Livro III, capítulo V: “Decadência e prescrição em matéria tributária”, de Christine
Mendonça, Curso de especialização em direito tributário – Homenagem a Paulo
de Barros Carvalho, coord. Eurico Marcos Diniz de Santi. São Paulo: Forense.
• Artigo: “Decadência e prescrição em razão dos julgamentos do STJ e do STF nas
relações continuativas tributárias”, de Luís Cesar Souza de Queiroz, in VIII
Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “O art. 3º da lei complementar 118/2005, princípio da irretroatividade e lei
interpretativa”, de Paulo de Barros Carvalho, Revista de Direito Tributário n. 93/09-
23.
• Artigo: “Decadência e prescrição – mesa de debates A”, participação de Paulo de
Barros Carvalho, Estevão Horvath e Luciano Amaro, Revista de Direito Tributário n.
75/19-43.
• Artigo: “Decadência e prescrição do direito do contribuinte e a LC 118: entre regras e
princípios, de Eurico Marcos Diniz de Santi, in Decadência e prescrição em matéria
tributária, coord. Aurora Tomazini de Carvalho. São Paulo: MP.
• Artigo: “Lançamento por homologação – Decadência e pedido de restituição”, de
Paulo de Barros Carvalho, publicado no Repertório IOB de Jurisprudência, 1ª
Quinzena de Fevereiro de 1997, n. 3/97, Caderno 1, p. 77-82.
• Parecer PGFN n. 1.154/2005 – Prescrição intercorrente. Artigo 40, § 4º, da Lei n.
6.830/80. Aplicação no âmbito da PGFN.
• Parecer PGFN n. 877/2003 – Prescrição do crédito da União. Ocorrência.
Possibilidade de reconhecimento pela PGFN.

Anexo I
RE n. 559.943/RS (REPERCUSSÃO GERAL)
DJ 26/09/2008
CONSTITUCIONALIDADE FORMAL DOS ARTIGOS 45 E 46 DA LEI N.
8.212/1991. ARTIGO 146, INCISO III, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA TRIBUTÁRIAS. MATÉRIA
RESERVADA À LEI COMPLEMENTAR. ARTIGOS 173 E 174 DO CÓDIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. 1. A Constituição da República de 1988 reserva à lei complementar o
estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre prescrição e decadência, nos termos do art. 146, inciso III, alínea b, in fine, da
Constituição da República. Análise histórica da doutrina e da evolução do tema desde
a Constituição de 1946. 2. Declaração de inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da
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Lei n. 8.212/1991, por disporem sobre matéria reservada à lei complementar. 3.


Recepcionados pela Constituição da República de 1988 como disposições de lei
complementar, subsistem os prazos prescricional e decadencial previstos nos artigos
173 e 174 do Código Tributário Nacional. 4. Declaração de inconstitucionalidade, com
efeito ex nunc, salvo para as ações judiciais propostas até 11.6.2008, data em que o
Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei
n. 8.212/1991. 5. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento.

Anexo II
REsp n. 973.733/SC
DJe 18/09/2009
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-
C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE
PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO
CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN.
APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e
173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE.
1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário
(lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento
antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem
a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração
prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz
Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel.
Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp
276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005).
2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no
perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo
lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco regras
jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de
lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos
tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o
pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, “Decadência e Prescrição no
Direito Tributário”, 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210).
3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial rege-se pelo
disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o “primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde,
iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível,
ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se
inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150,
§ 4º, e 173, do Códex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo
decadencial decenal (Alberto Xavier, “Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro”,
3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, “Direito
Tributário Brasileiro”, 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz
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de Santi, “Decadência e Prescrição no Direito Tributário”, 3ª ed., Max Limonad, São


Paulo, 2004, págs. 183/199).
4. In casu, consoante assente na origem: (i) cuida-se de tributo sujeito a
lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das
contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne
aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e
(iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deu-se em 26.03.2001.
5. Destarte, revelam-se caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o
decurso do prazo decadencial quinquenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de
ofício substitutivo.
6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C,
do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.

Anexo III
AgRg no REsp n. 1.448.906/MG
DJe 05/02/2016
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. PAGAMENTO A MENOR. APLICAÇÃO DO
ART. 150, § 4º, DO CTN. EXEGESE DO ENTENDIMENTO FIRMADO NO RESP
PARADIGMA 973.733/SC. SÚMULA 83/STJ.
1. A Primeira Seção, no julgamento do REsp 973.733/SC, Rel. Min. Luiz Fux,
submetido ao rito dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), firmou entendimento
no sentido de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, para a fixação
do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário, considera-se apenas a
existência, ou não, de pagamento antecipado, pois é esse o ato que está sujeito à
homologação pela Fazenda Pública, nos termos do art. 150, e parágrafos, do CTN.
Súmula 83/STJ.
2. “Não importa, para efeitos da contagem da decadência, perquirir as
circunstâncias apresentadas pelo contribuinte para justificar o pagamento a menor. A
dedução aqui considerada (creditamento indevido) nada mais é do que um crédito
utilizado pelo contribuinte decorrente da escrituração do tributo apurado em
determinado período (princípio da não cumulatividade), que veio a ser recusada
(glosada) pela administração”, de modo que “houve pagamento a menor de débito
tributário em decorrência de creditamento indevido. Dessa forma, deve-se observar o
disposto no art. 150, § 4º, do CTN” (AgRg nos EREsp 1.199.262/MG, Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/10/2011, DJe
7/11/2011.).
Agravo regimental improvido.
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Anexo IV
AgRg no REsp n. 1.523.619/MG
DJ 13/11/2015
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. ICMS.
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO A
MENOR. OCORRÊNCIA DE FRAUDE. TERMO INICIAL. ART. 173, I, DO CTN.
DECADÊNCIA NÃO CARACTERIZADA. CDA. VALIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
7/STJ.
1. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação não declarados
e não pagos, o prazo decadencial conta-se nos moldes determinados pelo art. 173, I,
do CTN, impossível, assim, a sua acumulação com o prazo determinado no art. 150, §
4º, do CTN.
2. Contudo, uma vez efetuado o pagamento parcial antecipado pelo contribuinte,
a decadência do direito de constituir o crédito tributário é regida pelo art. 150, § 4°, do
CTN, salvo os casos de dolo, fraude ou simulação.
3. No caso em apreço, entendeu a Corte de origem que ocorreu fraude, razão
pela qual, mesmo havendo pagamento a menor, afastou a aplicação do art. 150, § 4º,
do CTN, fazendo incidir o art. 173, I, do mesmo diploma legal.
4. Não está caracterizada a decadência, já que não transcorreram mais de 5 anos
entre primeiro dia do exercício seguinte (01/01/2002) àquele em que os lançamentos
poderiam ter sido efetuados e a constituição definitiva do crédito (24/11/2006).
5. Quanto ao alegado vício de lançamento, a irresignação não comporta
conhecimento ante o óbice da Súmula 7/STJ.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1523619/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,
julgado em 05/11/2015, DJe 13/11/2015)

Anexo V
AgRg no REsp n. 1.231.334/DF
Julgamento: 22/03/2011
EXAME DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO STF.
FUNDAMENTO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/STF. DL 406/1968. LISTA DE
SERVIÇOS. TAXATIVIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DE CADA ITEM.
RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.
1. O exame de violação de dispositivos constitucionais é de competência
exclusiva do STF, conforme dispõe o art. 102, III, do permissivo constitucional.
2. O recorrente não atacou o fundamento utilizado pelo Tribunal de origem, de
que a notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento
implicará antecipação da fruição do prazo decadencial, de sorte que aquele ato
representará o marco inicial para contagem do prazo de cinco anos. Aplicação, por
analogia, da Súmula 283/STF.
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3. A jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de reconhecer que a Lista de


Serviços anexa ao Decreto-Lei 406/1968, para efeito de incidência de ISS sobre
serviços bancários, é taxativa, mas admite leitura extensiva de cada item a fim de
enquadrar serviços idênticos aos expressamente previstos.
4. Agravo Regimental não provido.

Anexo VI
TST – RR n. 3673320145030096
DEJT 06/11/2015
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI Nº
13.015/2014. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL - NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO
CONTRIBUINTE - PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS. Ante a razoabilidade da tese
violação do artigo 173, caput e inciso I, do Código Tributário Nacional, recomendável o
processamento do recurso de revista, para exame da matéria veiculada em suas
razões. Agravo provido. RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL - NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO CONTRIBUINTE
- PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS . A jurisprudência desta Corte e do Superior
Tribunal de Justiça vem entendendo que o respeito à determinação trazida no artigo
606 da CLT é imprescindível para a ciência do contribuinte de sua obrigação e para a
sua constituição em mora. Trata-se, portanto, de pressuposto processual específico
para a cobrança da contribuição sindical rural, sendo, inclusive, insuficiente a
publicação em diário oficial, por presumir o legislador que os jornais de grande
circulação possuem maior abrangência. Entretanto, o artigo 173 do Código Tributário
Nacional dispõe acerca do prazo para constituição do crédito tributário, in verbis: “Art.
173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5
(cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão
que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo
único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso
do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do
crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento”. Desse modo, restando claro que foi realizada a prévia
notificação pessoal do sujeito passivo na data de 17/03/2014, acerca do vencimento
da contribuição sindical rural dos exercícios de 2011, 2012 e 2013, em conformidade
com o prazo decadencial de cinco anos previsto no artigo 173 do Código Tributário
Nacional, tem-se por constituído referido crédito tributário. Recurso de revista
conhecido e provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

Anexo VII
Súmula do CARF n. 11
“Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.”
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Anexo VIII
CARF - Acórdão n. 1402-001.761
Julgamento: 31/07/2014
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. 1. Do fato gerador até o
lançamento tem-se prazo decadencial. Do lançamento à execução o prazo é de
natureza prescricional. O lançamento resulta formalizado com a notificação do sujeito
passivo. Apresentada impugnação, há suspensão de exigibilidade e, por consequência
do prazo prescricional. A circunstância do exame da impugnação e do recurso não
serem apreciados no prazo de 360 (trezentos e sessenta dias) não se constitui em
hipótese que tenha reflexo no prazo prescricional. Ademais, em conformidade com a
Súmula 11 do CARF não se aplica a prescrição intercorrente no processo
administrativo fiscal. (...) Recurso Voluntário Parcialmente Provido. CARF, Ac. 1402-
001.761, julg. 31/07/2014.

Anexo IX
AgRg no AI n. 1.064.643/SP
DJ 02/12/2013
EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. CUMPRIMENTO DE
TODOS OS TRÂMITES PREVISTOS NO ART. 40 DA LEF. PRESCRIÇÃO
RECONHECIDA. DESNECESSIDADE, IN CASU, DE AGUARDAR O JULGAMENTO
DO RECURSO REPETITIVO RESP 1.340.553/RS, UMA VEZ NÃO OCORRENTE
QUALQUER DAS HIPÓTESES CONTROVERTIDAS SOBRE O TEMA INDICADAS
NO REFERIDO RECURSO. 1. A Corte de origem salientou que foram seguidas todas
as etapas para o reconhecimento da prescrição intercorrente: não foram encontrados
bens penhoráveis, foi suspensa a execução e determinado o arquivamento após um
ano, tudo com a prévia ciência da Fazenda Nacional, que foi ouvida antecipadamente
antes da sentença, sem apontar qualquer causa impeditiva para a fluência do prazo
prescricional, insurgindo-se apenas quanto ao procedimento, sem razão, todavia. 2.
Nesse contexto, revela-se desnecessário aguardar o julgamento do RESP
1.340.553/RS, alçado a condição de recurso representativo de controvérsia, uma vez
que nenhuma das questões controvertidas que levaram o ilustre Relator a identificá-lo
como repetitivo, encontram-se presentes no caso concreto, quais sejam (a) qual o
pedido de suspensão por parte da Fazenda Pública que inaugura o prazo de 1 (um)
ano previsto no art. 40, § 2º. da LEF; (b) se o prazo de 1 (um) ano de suspensão
somado aos outros 5 (cinco) anos de arquivamento pode ser contado em 6 (seis) anos
por inteiro para fins de decretar a prescrição intercorrente; (c) quais são os obstáculos
ao curso do prazo prescricional da prescrição prevista no art. 40 da LEF; (d) se a
ausência de intimação da Fazenda Pública quanto ao despacho que determina a
suspensão da execução fiscal (art. 40, § 1º.), ou o arquivamento (art. 40, § 2º.), ou
para sua manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente (art.
40, § 4º.) ilide a decretação da prescrição intercorrente. 3. Agravo Regimental
desprovido. AgRg no AI 1.064.643 – SP, DJ 02/12/2013.
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Anexo X
REsp 1.340.553
DJe 16/10/2018

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. SISTEMÁTICA PARA A CONTAGEM DA


PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (PRESCRIÇÃO APÓS A PROPOSITURA DA
AÇÃO) PREVISTA NO ART. 40 E PARÁGRAFOS DA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL
(LEI N. 6.830/80). AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ARTS. 34, XVI, E 254, §1º,
DO RISTJ. PROVIMENTO PARA CONVERSÃO EM RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA MEDIANTE REAUTUAÇÃO. ART. 543-C,
DO CPC.
DECISÃO
Trata-se de agravo em recurso especial interposto contra decisão monocrática
que inadmitiu o apelo especial ao fundamento de que incidente o enunciado n. 7 da
Súmula deste STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial” (e-STJ fls. 220/221).
Alega a agravante que o caso não envolve reexame de matéria de fato mas sim a
correta aplicação do art. 40 e parágrafos da Lei n. 6.830/80 ao caso concreto (e-STJ
fls. 226/241). Já o recurso especial foi interposto com fulcro no permissivo do art. 105,
III, “a”, da Constituição Federal de 1988 contra acórdão que, com base no art. 40, §4º,
da Lei nº 6.830, de 1980, reconheceu de ofício a prescrição intercorrente e julgou
extinta a execução fiscal, por reconhecer terem decorrido mais de cinco anos do
arquivamento, sendo que a ausência de intimação da Fazenda quanto ao despacho
que determina a suspensão da execução fiscal (§1º), ou o arquivamento (§2º), bem
como a falta de intimação para sua manifestação antes da decisão que decreta a
prescrição intercorrente (§4º), não acarreta qualquer prejuízo à exequente, tendo em
vista que pode alegar possíveis causas suspensivas ou interruptivas do prazo
prescricional a qualquer tempo (e-STJ fls. 176/178).
Os embargos de declaração restaram rejeitados (e-STJ fls. 198/199). Alega a
recorrente Fazenda Nacional que houve violação ao art. 40, §4º, da Lei n. 6.830/80.
Afirma que não transcorreram os cinco anos exigidos para configurar a prescrição
intercorrente, tendo em vista que apenas em 19.08.2005 é que o processo foi
suspenso pelo art. 40, da Lei n. 6.830/80, aplicando-se a partir daí a Súmula n.
314/STJ.
Sustenta que de forma equivocada a Corte de Origem considerou como dies a
quo da prescrição intercorrente a data em que determinada a suspensão do processo
por noventa dias, que a decisão que ordenou o arquivamento remonta a 5.8.2003,
sendo descabida a intimação da União em 30.4.2008 a respeito da prescrição.
Compreende que toda e qualquer manifestação da exequente nos autos compromete
a caracterização da inércia, não sendo necessário que de tal manifestação decorra um
imediato impulso à execução (e-STJ fls. 215/213).
Sem contraminuta consoante e-STJ fls. 243/244. Sem contrarrazões ao recurso
especial consoante e-STJ fls. 216/217.
É o relatório. Passo a decidir.
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Depreende-se dos autos a adequada impugnação dos fundamentos da decisão


agravada. Não obstante, o tema do recurso especial, apesar de repetitivo no âmbito da
Primeira Seção do STJ, ainda não foi submetido a julgamento pelo novo procedimento
do artigo 543-C do Código de Processo Civil, regulamentado pela Resolução STJ n.
8/2008.
No caso concreto, torna-se relevante decidir à luz do art. 543-C, do CPC:
a) Qual o pedido de suspensão por parte da Fazenda Pública que inaugura o
prazo de 1 (um) ano previsto no art. 40, §2º, da LEF; b) Se o prazo de 1 (um) ano de
suspensão somado aos outros 5 (cinco) anos de arquivamento pode ser contado em 6
(seis) anos por inteiro para fins de decretar a prescrição intercorrente; c) Quais são os
obstáculos ao curso do prazo prescricional da prescrição prevista no art. 40, da LEF;
d) Se a ausência de intimação da Fazenda Pública quanto ao despacho que determina
a suspensão da execução fiscal (art. 40, §1º), ou o arquivamento (art. 40, §2º), ou para
sua manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente (art. 40,
§4º) ilide a decretação da prescrição intercorrente.
Com essas considerações, para melhor exame da matéria suscitada, DOU
PROVIMENTO ao agravo para determinar a conversão dos autos em recurso especial,
nos termos dos arts. 34, XVI, e 254, §1º, do RISTJ, e desde já, por economia
processual, determino o processamento do feito após a conversão dentro da
sistemática dos recursos representativos da controvérsia, adotando-se as seguintes
providências:
a)comunique-se, com cópia da presente decisão, acompanhada do número de
autuação do recurso especial, aos Ministros da Primeira Seção do STJ e aos
Presidentes dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça, nos termos do
art. 2º, § 2º, da Resolução STJ n. 8/2008 e para os fins neles previstos; b) suspenda-
se o julgamento dos demais recursos sobre a matéria versada no recurso especial a
ser autuado, consoante preceitua o § 2º do art. 2º da Resolução STJ n. 8/2008; c)
após a autuação, dê-se vista ao Ministério Público Federal para parecer, em quinze
dias, nos termos do art. 3º, II, da Resolução STJ n. 8/2008. Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 21 de agosto de 2012. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES
Relator

Anexo XI
AgRg no AREsp n. 88.249/SP
Julgamento: 08/05/2012
EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. CITAÇÃO DA EMPRESA. INTERRUPÇÃO
DA PRESCRIÇÃO EM RELAÇÃO AOS SÓCIOS. PRAZO SUPERIOR A CINCO
ANOS. PRESCRIÇÃO CONFIGURADA.
Firmou-se na Primeira Seção desta Corte entendimento no sentido de que, ainda
que a citação válida da pessoa jurídica interrompa a prescrição em relação aos
responsáveis solidários, no caso de redirecionamento da execução fiscal, há
prescrição se decorridos mais de cinco anos entre a citação da empresa e a citação
dos sócios, de modo a não tornar imprescritível a dívida fiscal. Agravo regimental
improvido.
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Anexo XII
AgRg no Ag n. 1.297.255/SP
DJ 27/03/2015
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO AOS SÓCIOS.
NECESSIDADE DE OBSERVAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL DE CINCO ANOS
QUE SE INICIA COM A CITAÇÃO DA SOCIEDADE PARA A EXECUÇÃO.
ENTENDIMENTO FIRMADO COM O ESCOPO DE PACIFICAÇÃO SOCIAL E
SEGURANÇA JURÍDICA A SER TUTELADO NO PROCESSO, EVITANDO-SE A
IMPRESCRITIBILIDADE DAS DÍVIDAS FISCAIS. PRECEDENTES. O
SOBRESTAMENTO DO JULGAMENTO DE PROCESSOS EM FACE DE RECURSO
REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC) SE APLICA APENAS AOS TRIBUNAIS DE
SEGUNDA ESTÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO
PAULO DESPROVIDO.
1. Permitir que a pretensão de redirecionamento dependa de situações
casuísticas conduziria, na prática, a uma quase imprescritibilidade da dívida tributária.
Essa solução repugna ao ordenamento pátrio, pois traz, a reboque, a indesejável
insegurança jurídica, já que o prazo prescricional dependeria de incontáveis fatos, nem
sempre claros e, no mais das vezes, da apreciação subjetiva desses acontecimentos
pelo Julgador.
2. O Superior Tribunal de Justiça possui o firme entendimento de que a citação da
sociedade executada interrompe a prescrição em relação aos seus sócios-gerentes
para fins de redirecionamento da execução fiscal, que deverá ser promovida no prazo
de cinco anos, prazo esse estipulado como medida de pacificação social e segurança
jurídica, com a finalidade de evitar a imprescritibilidade das dívidas fiscais.
3. No caso concreto, a citação da pessoa jurídica ocorreu em abril de 1999 e o
pedido de redirecionamento foi feito apenas em maio de 2008, após 9 anos, estando,
ao meu sentir, induvidosamente prescrita a pretensão fazendária.
4. A Corte Especial firmou entendimento de que o comando legal que determina a
suspensão do julgamento de processos em face de recurso repetitivo, nos termos do
art. 543-C, do CPC, somente é dirigido aos Tribunais de segunda instância, e não
abrange os recursos especiais já encaminhados ao STJ.
5. Agravo Regimental da Fazenda do Estado de São Paulo desprovido.

Anexo XIII
REsp 1.371.128/RS
DJe 17/09/2014

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO


DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. REDIRECIONAMENTO DE EXECUÇÃO
FISCAL DE DÍVIDA ATIVA NÃO-TRIBUTÁRIA EM VIRTUDE DE DISSOLUÇÃO
IRREGULAR DE PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. ART. 10, DO DECRETO N.
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3.078/19 E ART. 158, DA LEI N. 6.404/78 - LSA C/C ART. 4º, V, DA LEI N. 6.830/80 -
LEF.
1. A mera afirmação da Defensoria Pública da União - DPU de atuar em vários
processos que tratam do mesmo tema versado no recurso representativo da
controvérsia a ser julgado não é suficiente para caracterizar-lhe a condição de amicus
curiae. Precedente: REsp. 1.333.977/MT, Segunda Seção, Rel. Min. Isabel Gallotti,
julgado em 26.02.2014.
2. Consoante a Súmula n. 435/STJ: “Presume-se dissolvida irregularmente a
empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos
competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente”.
3. É obrigação dos gestores das empresas manter atualizados os respectivos
cadastros, incluindo os atos relativos à mudança de endereço dos estabelecimentos e,
especialmente, referentes à dissolução da sociedade. A regularidade desses registros é
exigida para que se demonstre que a sociedade dissolveu-se de forma regular, em
obediência aos ritos e formalidades previstas nos arts. 1.033 à 1.038 e arts. 1.102 a
1.112, todos do Código Civil de 2002 - onde é prevista a liquidação da sociedade com o
pagamento dos credores em sua ordem de preferência - ou na forma da Lei n.
11.101/2005, no caso de falência. A desobediência a tais ritos caracteriza infração à lei.
4. Não há como compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja
considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e
não o seja para a execução fiscal de débito não-tributário. “Ubi eadem ratio ibi eadem legis
dispositio”. O suporte dado pelo art. 135, III, do CTN, no âmbito tributário é dado pelo art.
10, do Decreto n. 3.078/19 e art. 158, da Lei n. 6.404/78 - LSA no âmbito não-tributário,
não havendo, em nenhum dos casos, a exigência de dolo.
5. Precedentes: REsp. n. 697108 / MG, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, julgado em 28.04.2009; REsp. n. 657935 / RS, Primeira Turma, Rel. Min. Teori
Albino Zavascki, julgado em 12.09.2006; AgRg no AREsp 8.509/SC, Rel. Min. Humberto
Martins, Segunda Turma, DJe 4.10.2011; REsp 1272021 / RS, Segunda Turma, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 07.02.2012; REsp 1259066/SP, Terceira
Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 28/06/2012; REsp.n. º 1.348.449 - RS, Quarta
Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11.04.2013; AgRg no AG nº 668.190 -
SP, Terceira Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13.09.2011; REsp.
n.º 586.222 - SP, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23.11.2010;
REsp 140564 / SP, Quarta Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, julgado em 21.10.2004.
6. Caso em que, conforme o certificado pelo oficial de justiça, a pessoa jurídica
executada está desativada desde 2004, não restando bens a serem penhorados. Ou
seja, além do encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, não houve a
reserva de bens suficientes para o pagamento dos credores.
7. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC
e da Resolução STJ 08/2008. Acórdão Vistos, relatados e discutidos esses autos em
que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do
Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o
seguinte resultado de julgamento: “A Seção, por unanimidade, deu provimento ao
recurso especial e indeferiu os pedidos de intervenção no feito formulados pela
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Fazenda Nacional, Banco Central do Brasil e Defensoria Pública da União, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.”

Anexo XIV
REsp n. 672.962/CE
Julgamento: 14/06/2005
TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. NOVA ORIENTAÇÃO
FIRMADA PELA 1ª SEÇÃO DO STJ NA APRECIAÇÃO DO ERESP 435.835/SC. LC
118/2005: NATUREZA MODIFICATIVA (E NÃO SIMPLESMENTE INTERPRETATIVA)
DO SEU ARTIGO 3º. INCONSTITUCIONALIDADE DO SEU ART. 4º, NA PARTE QUE
DETERMINA A APLICAÇÃO RETROATIVA. ENTENDIMENTO CONSIGNADO NO
VOTO DO ERESP 327.043/DF. COMPENSAÇÃO. TRIBUTOS DE DIFERENTES
ESPÉCIES. SUCESSIVOS REGIMES DE COMPENSAÇÃO. APLICAÇÃO
RETROATIVA OU EXAME DA CAUSA À LUZ DO DIREITO SUPERVENIENTE.
INVIABILIDADE. JUROS.
1. Não viola o artigo 535 do CPC, nem importa negativa de prestação
jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos
argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para
decidir de modo integral a controvérsia posta.
2. A 1ª Seção do STJ, no julgamento do ERESP 435.835/SC, Rel. p/ o acórdão
Min. José Delgado, sessão de 24.03.2004, consagrou o entendimento segundo o qual
o prazo prescricional para pleitear a restituição de tributos sujeitos a lançamento por
homologação é de cinco anos, contados da data da homologação do lançamento, que,
se for tácita, ocorre após cinco anos da realização do fato gerador – sendo irrelevante,
para fins de cômputo do prazo prescricional, a causa do indébito. Adota-se o
entendimento firmado pela Seção, com ressalva do ponto de vista pessoal, no sentido
da subordinação do termo a quo do prazo ao universal princípio da actio nata (voto-
vista proferido nos autos do ERESP 423.994/SC, 1ª Seção, Min. Peçanha Martins,
sessão de 08.10.2003).
3. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar os arts. 150, § 1º, 160, I, do
CTN, conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo
Judiciário. Ainda que defensável a “interpretação” dada, não há como negar que a Lei
inovou no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus
sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo STJ, intérprete e
guardião da legislação federal. Portanto, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter eficácia
prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua
vigência.
4. O artigo 4º, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação
retroativa do seu art. 3º, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o princípio
constitucional da autonomia e independência dos poderes (CF, art. 2º) e o da garantia
do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º, XXXVI).
Ressalva, no particular, do ponto de vista pessoal do relator, no sentido de que
cumpre ao órgão fracionário do STJ suscitar o incidente de inconstitucionalidade
perante a Corte Especial, nos termos do art. 97 da CF.
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5. A compensação, modalidade excepcional de extinção do crédito tributário, foi


introduzida no ordenamento pelo art. 66 da Lei 8.383/91, limitada a tributos e
contribuições da mesma espécie.
6. A Lei 9.430/96 trouxe a possibilidade de compensação entre tributos de espécies
distintas, a ser autorizada e realizada pela Secretaria da Receita Federal, após a análise
de cada caso, a requerimento do contribuinte ou de ofício (Decreto 2.138/97), com
relação aos tributos sob administração daquele órgão.
7. Essa situação somente foi modificada com a edição da Lei 10.637/02, que deu
nova redação ao art. 74 da Lei 9.430/96, autorizando, para os tributos administrados
pela Secretaria da Receita Federal, a compensação de iniciativa do contribuinte,
mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos
utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de
sua ulterior homologação.
8. Além disso, desde 10.01.2001, com o advento da Lei Complementar 104, que
introduziu no Código Tributário o art. 170-A, segundo o qual “é vedada a compensação
mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo,
antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial”, agregou-se novo requisito
para a realização da compensação tributária: a inexistência de discussão judicial sobre os
créditos a serem utilizados pelo contribuinte na compensação.
9. Atualmente, portanto, a compensação será viável apenas após o trânsito em
julgado da decisão, devendo ocorrer, de acordo com o regime previsto na Lei 10.637/02,
isto é, (a)por iniciativa do contribuinte, (b)entre quaisquer tributos administrados pela
Secretaria da Receita Federal, (c)mediante entrega de declaração contendo as
informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito
tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.
10. É inviável, na hipótese, apreciar o pedido à luz do direito superveniente,
porque os novos preceitos normativos, ao mesmo tempo em que ampliaram o rol das
espécies tributárias compensáveis, condicionaram a realização da compensação a
outros requisitos, cuja existência não constou da causa de pedir e nem foi objeto de
exame nas instâncias ordinárias.
11. No caso concreto, tendo em vista o regime normativo vigente à época da
postulação (1999), não poderia o pedido ser atendido. Todavia, por força do princípio
da vedação da reformatio in pejus, deve prevalecer o entendimento esposado no
acórdão recorrido, no sentido de possibilitar a compensação dos valores
indevidamente recolhidos a título de CSLL apenas com parcelas da própria CSLL, o
que, evidentemente, não compromete o eventual direito da impetrante de proceder à
compensação dos créditos na conformidade com as normas supervenientes, se
atender aos requisitos próprios.
12. Nos casos de repetição de indébito tributário, a orientação prevalente no
âmbito da 1ª Seção quanto aos juros pode ser sintetizada da seguinte forma: (a) antes
do advento da Lei 9.250/95, incidia a correção monetária desde o pagamento indevido
até a restituição ou compensação (Súmula 162/STJ), acrescida de juros de mora a
partir do trânsito em julgado (Súmula 188/STJ), nos termos do art. 167, parágrafo
único, do CTN; (b) após a edição da Lei 9.250/95, aplica-se a taxa SELIC desde o
recolhimento indevido, ou, se for o caso, a partir de 1º.01.1996, não podendo ser
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cumulada, porém, com qualquer outro índice, seja de atualização monetária, seja de
juros, porque a SELIC inclui, a um só tempo, o índice de inflação do período e a taxa
de juros real.
13. Recurso especial adesivo não conhecido.
14. Recursos especiais a que se nega provimento.

Anexo XV
RE n. 566.621/RS (REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO)
DJ 11/10/2011
DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA
DA LEI COMPLEMENTAR N. 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À
SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS
– APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE
INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005.
Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção
do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o
prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu
fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e
168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou
inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para
5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em
verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de
violação à autonomia e independência dos poderes, porquanto a lei expressamente
interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à
sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo
para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova,
fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então
aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento
quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam
ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da
confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastando-se as aplicações
inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da norma, permite-se a
aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis,
conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do
Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas
que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações
necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil,
pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na
maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se
trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a
inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a
aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da
vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art.
543-B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.
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Anexo XVI
REsp n. 1.110.578/SP
Julgamento: 21/05/2010
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C,
DO CPC. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. TRIBUTO
DECLARADO INCONSTITUCIONAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL.
PAGAMENTO INDEVIDO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
1. O prazo de prescrição quinquenal para pleitear a repetição tributária, nos tributos
sujeitos ao lançamento de ofício, é contado da data em que se considera extinto o
crédito tributário, qual seja, a data do efetivo pagamento do tributo, a teor do disposto no
artigo 168, inciso I, c.c artigo 156, inciso I, do CTN. (Precedentes: REsp 947.233/RJ,
Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 10/08/2009;
AgRg no REsp 759.776/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 17/03/2009, DJe 20/04/2009; REsp 857.464/RS, Rel. Ministro TEORI
ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2009, DJe 02/03/2009;
AgRg no REsp 1072339/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,
julgado em 03/02/2009, DJe 17/02/2009; AgRg no REsp. 404.073/SP, Rel. Min.
HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJU 31.05.07; AgRg no REsp. 732.726/RJ,
Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, Primeira Turma, DJU 21.11.05).
2. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle
concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade
em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em
relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos
tributos sujeitos ao lançamento de ofício. (Precedentes: EREsp 435835/SC, Rel. Ministro
FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOSÉ DELGADO,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2004, DJ 04/06/2007; AgRg no Ag 803.662/SP,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ
19/12/2007).
3. In casu, os autores, ora recorrentes, ajuizaram ação em 04/04/2000, pleiteando
a repetição de tributo indevidamente recolhido referente aos exercícios de 1990 a
1994, ressoando inequívoca a ocorrência da prescrição, porquanto transcorrido o
lapso temporal quinquenal entre a data do efetivo pagamento do tributo e a da
propositura da ação.
4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do
CPC e da Resolução STJ 08/2008.

Anexo XVII
CARF - Acórdão n. 1402-000.481
Julgamento: 29/03/2011
DECADÊNCIA – RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO – NORMA SUSPENSA POR
RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL – CSL DO ANO DE 1988 – RESOLUÇÃO
11/95 – Nos casos de declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal
Federal, ocorre a decadência do direito à repetição do indébito depois de 5 anos da
data de trânsito em julgado da decisão proferida em ação direta ou da publicação da
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Resolução do Senado Federal que suspendeu a lei com base em decisão proferida no
controle difuso de constitucionalidade. Somente a partir desses eventos é que o valor
recolhido torna-se indevido, gerando direito ao contribuinte de pedir sua restituição.
Assim, no caso da CSL do ano de 1988, cuja norma legal foi suspensa pela Resolução
n. 11/95, o prazo extintivo do direito tem início na data de sua publicação, 4 de abril de
1995. Recurso Voluntário Provido em Parte.

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