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Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo: Noeses,
2021, Itens 3.1.2 (O direito como sistema comunicacional) e 3.1.3 (O conteúdo semântico do
vocábulo comunicação) da primeira parte e itens 3.3.6.4 (ICMS e tributação sobre prestações de
serviços de comunicação) e 3.3.6.5 (ICMS e tributação sobre prestação de serviços de transporte)
da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed. v2. São
Paulo: Noeses, 2017, Tema XVI (ICMS-Comunicação: Tributação do comércio eletrônico
audiovisual); e Tema XX (Critério espacial e sujeição ativa no ICMS incidente nas atividades
de TV por assinatura).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v.3. São Paulo:
Noeses, 2016, Tema XXXVIII (Os deveres instrumentais no ICMS-Transporte,
entendimento segundo as conjunturas da prestação de serviço de courier).
Leitura complementar
• ÁVILA, Humberto. Imposto sobre a prestação de serviços de comunicação. Conceito de
prestação de serviço de comunicação. Intransitabilidade das atividades de veiculação de
publicidade em painéis e placas. Inexigibilidade de multa. Revista Dialética de Direito
Tributário, São Paulo, n. 143, ago. 2007.
• BAYLON, Neiva Aparecida. Imposto sobre prestações de serviço de comunicação:
pressupostos para sua incidência. 2013. 143f. Dissertação (Mestrado em Direito Tributário) –
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013. Itens 3.3, 3.31 e 3.3.2.
• MIGUEL, Luciano Garcia. As alterações tecnológicas na internet e os conflitos de
incidência entre o ICMS e o ISS. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Direito
Tributário entre a forma e o conteúdo. São Paulo: Noeses, 2014.
• MIGUEL, Luciano Garcia. Incidência de ICMS nas operações de importação. São Paulo:
Noeses ,Capítulos 2, 5 e item 6.3 do Capítulo 6.
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário
Questões
1. Construir a(s) regra(s)-matriz(es) de incidência tributária do ICMS – Serviços.
ICMS – SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL
HIPÓTESE
Critério material Prestar serviço de transporte interestadual e intermunicipal,
oneroso e efetivo, por qualquer via, de pessoas, bens e
mercadorias ou valores;
Critério espacial Âmbito territorial do Estado ou do Distrito Federal;
Critério temporal Momento do início da prestação do serviço;
Momento do ato final do transporte iniciado no exterior;
CONSEQUÊNCIA
Critério pessoal Sujeito ativo: Estado ou Distrito Federal do início da
prestação;
Sujeito Passivo: Prestador do serviço;
Critério quantitativo Base de cálculo: o preço do serviço (art. 13, III, LC 87/96)
Alíquota:
- 12% nas operações ou prestações interestaduais que
destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes
localizados nos Estados das regiões Sul e Sudeste;
- 7% nas operações ou prestações interestaduais que
destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes
localizados nos Estados das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo;
12% nas prestações de serviços de transporte internas
(também iniciadas no exterior);
4% nas prestações interestaduais de transporte de
passageiros aéreo, de carga e de mala postal, quando o
destinatário do serviço for contribuinte do ICMS.
(...)
II - a prestação de serviço de comunicações, assim se
entendendo a transmissão e o recebimento, por qualquer
processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais, salvo
quando os pontos de transmissão e de recebimento se situem
no território de um mesmo Município e a mensagem em curso
não possa ser captada fora desse território.
O entendimento do Fisco paulista está em consonância com Tema 475 do STF, que
possui repercussão Geral, que fixou a seguinte tese: “a imunidade a que se refere o
art. 155, § 2º, X, "a", da CF não alcança operações ou prestações anteriores à
operação de exportação”. O argumento utilizado foi o de que: “caso houvesse
imunidade para as operações internas, de modo que não fosse cobrado o ICMS em
nenhuma das etapas anteriores à exportação, seria inútil e despropositada a regra
de manutenção e aproveitamento de créditos”.
Não concordo com o entendimento do Fisco paulista e do STF, pois além da
imunidade do ICMS com relação à operação de circulação das mercadorias
destinadas à exportação (artigo 155, § 2º, X, a, CF/88), também é imune a
prestação do serviço de transportes de mercadorias que se destinem ao exterior,
nos moldes do art. 3º, inc. II, da Lei Complementar Federal nº 87/96. Esse
entendimento está em conformidade com a súmula 649 do STJ, de 03 de maio de
2021, onde ficou estabelecido que "não incide ICMS sobre o serviço de transporte
interestadual de mercadorias destinadas ao exterior". Segundo o acórdão do Eresp
710.260/RO, referência da súmula, a finalidade da exoneração tributária é tornar o
produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional e fortalecer o pacto
federativo, na medida em que a cobrança do ICMS privilegia empresas localizadas
em cidades portuárias e trata de forma desigual os estados que integram a
federação.
tanto o transporte de caminhão quanto o de avião, por isso não deve haver nova
cobrança de ICMS.
Com relação ao acondicionamento das cargas por um tempo razoável em
estabelecimento da empresa quando da mudança de modal, este evento não pode ser
interpretado como uma descontinuidade de transporte, em virtude de tratar-se de
simples questão logística que não faz surgir uma nova relação jurídica que torne
possível a incidência do ICMS sobre o serviço prestado. Apenas incidiria nova
cobrança de ICMS caso houvesse dois contratos de prestação de serviço de
transporte.
Anexo I
Súmula do STJ n. 391
Data: 25/09/2009
“O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à demanda
de potência efetivamente utilizada.”
Anexo II
REsp n. 960.476/SC
DJ 13/05/2009
ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. DEMANDA DE POTÊNCIA. NÃO INCIDÊNCIA
SOBRE TARIFA CALCULADA COM BASE EM DEMANDA CONTRATADA E NÃO
UTILIZADA. INCIDÊNCIA SOBRE TARIFA CALCULADA COM BASE NA DEMANDA
DE POTÊNCIA ELÉTRICA EFETIVAMENTE UTILIZADA. 1. A jurisprudência assentada
pelo STJ, a partir do julgamento do REsp 222.810/MG (1ª Turma, Min. José Delgado,
DJ de 15.05.2000), é no sentido de que “o ICMS não é imposto incidente sobre tráfico
jurídico, não sendo cobrado, por não haver incidência, pelo fato de celebração de
contratos”, razão pela qual, no que se refere à contratação de demanda de potência
elétrica, “a só formalização desse tipo de contrato de compra ou fornecimento futuro de
energia elétrica não caracteriza circulação de mercadoria”. Afirma-se, assim, que “o
ICMS deve incidir sobre o valor da energia elétrica efetivamente consumida, isto é, a
que for entregue ao consumidor, a que tenha saído da linha de transmissão e entrado
no estabelecimento da empresa”. 2. Na linha dessa jurisprudência, é certo que “não há
hipótese de incidência do ICMS sobre o valor do contrato referente à garantia de
demanda reservada de potência”. Todavia, nessa mesma linha jurisprudencial, também
é certo afirmar, a contrario sensu, que há hipótese de incidência de ICMS sobre a
demanda de potência elétrica efetivamente utilizada pelo consumidor. 3. Assim, para
efeito de base de cálculo de ICMS (tributo cujo fato gerador supõe o efetivo consumo de
energia), o valor da tarifa a ser levado em conta é o correspondente à demanda de
potência efetivamente utilizada no período de faturamento, como tal considerada a
demanda medida , segundo os métodos de medição a que se refere o art. 2º, XII, da
Resolução ANEEL 456/2000, independentemente de ser ela menor, igual ou maior que
a demanda contratada. 4. No caso, o pedido deve ser acolhido em parte, para
reconhecer indevida a incidência do ICMS sobre o valor correspondente à demanda de
potência elétrica contratada mas não utilizada.5. Recurso especial parcialmente provido.
Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
Anexo III
RE n. 572.020/DF
DJ 13/10/2014
ICMS. HABILITAÇÃO DE APARELHOS CELULARES. A LEI GERAL DE
TELECOMUNICAÇÕES (ART. 60, § 1º, DA LEI N. 9.472/97) NÃO PREVÊ O SERVIÇO
DE HABILITAÇÃO DE TELEFONIA MÓVEL COMO ATIVIDADE-FIM, MAS ATIVIDADE-
MEIO PARA O SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO. A ATIVIDADE EM QUESTÃO NÃO SE
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Anexo IV
AgRg no Ag n. 1.304.822/PR
Julgamento: 09/11/2010
ICMS. SERVIÇO DE TELECOMUNICAÇÃO. TV A CABO. INCIDÊNCIA DO
TRIBUTO SOBRE A PRESTAÇÃO ONEROSA DESSE SERVIÇO. LEI
COMPLEMENTAR 87/96, ART. 2º, II. ADOÇÃO DA TAXA SELIC PARA O CÁLCULO
DOS JUROS DE MORA. LEGALIDADE.
1. Noticiam os autos que o Tribunal de origem, mantendo sentença proferida,
julgou improcedentes embargos à execução fiscal, ao fundamento de que é devido o
ICMS sobre prestação de serviço de TV a cabo, entendendo pela incidência da taxa
Selic sobre o valor das dívidas tributárias, ante a existência de previsão legal.
2. Rejeita-se a alegada violação ao art. 535, I e II, do CPC, pois a Corte de origem
empregou fundamentação adequada, suficiente e coerente para dirimir a controvérsia,
dispensando, portanto, qualquer integração à compreensão do que fora por ela
decidido.
3. “Incide ICMS sobre o serviço de TV a cabo, tendo em vista a interpretação literal
do art. 2º da LC 87/96” (REsp 1.132.695/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda
Turma, DJe 10/03/2010). No mesmo sentido: AgRg no REsp 1.064.596/SP, Rel. Ministro
Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 09/03/2009.
4. Quanto à taxa Selic, é cabível a sua utilização, como índice de juros de mora,
contanto que haja lei local autorizando sua incidência (Lei estadual 11.580/96).
Orientação reafirmada pela Primeira Seção no julgamento do REsp 1.111.189/SP, sob
o rito dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC).
5. Agravo regimental não provido.
Anexo V
Súmula do STJ n. 334
DJ 14/02/2007
“O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet.”
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Anexo VI
AgRg no AREsp n. 412.277/SC
DJ 02/12/2013
ICMS. TRANSPORTE INTERESTADUAL DE MERCADORIA DESTINADA AO
EXTERIOR. ISENÇÃO FISCAL. PRECEDENTES. PROVA DA NÃO REPERCUSSÃO.
SÚMULA 7/STJ.
1. Os precedentes jurisprudenciais desta Corte Superior afirmam pela não
incidência do ICMS sobre serviço de transporte interestadual de mercadorias
destinadas ao exterior, pois o art. 3º, II, da LC n. 87/96 tem por finalidade a
desoneração do comércio exterior como pressuposto para o desenvolvimento
nacional, com a diminuição das desigualdades regionais pelo primado do trabalho.
2. A questão específica levantada pelo Fisco Estadual atinente à existência de
destaque do ICMS na nota fiscal do serviço prestado ao exportador, e que o valor do
tributo fora suportado por este – e não pela transportadora -, não foi objeto de análise
pela Corte de origem, o que atrai a incidência da Súmula 211/STJ ao ponto.
3. O Tribunal de origem limitou-se a aduzir que a jurisprudência firmou-se no
sentido de que é dispensada a prova da não repercussão exigida no indigitado
normativo quando a pretensão se volta à repetição de ICMS incidente sobre
operações de exportação, entendimento que encontra amparo na jurisprudência desta
Corte.
4. Diante da ausência de prequestionamento da tese, caberia à recorrente apontar
a alegação de violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, quando da
interposição do recurso especial com fundamento na alínea “a” do inciso III do artigo 105
da Constituição Federal, tarefa a qual não se incumbiu.
5. “A jurisprudência desta Corte é no sentido de que os tributos ditos indiretos,
dentre eles o ICMS, sujeitam-se, em caso de restituição, compensação ou
creditamento, à demonstração dos pressupostos estabelecidos no artigo 166 do CTN,
o que não ocorreu na espécie, segundo conclusão obtida pelo Tribunal a quo. A
aferição a respeito da ocorrência do repasse ou não do encargo financeiro importa
revolver matéria fático-probatória, o que é inviável nesta seara recursal, ante o óbice
da Súmula 7/STJ” (REsp 1209607/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 04/11/2010, DJe 12/11/2010). Agravo regimental
improvido.
Anexo VII
ARE n. 639.352 RG/RS
Julgamento: 27/09/2011
ICMS. Operação de exportação. Imunidade. Inteligência do art. 155, § 2º, x a,
CF/88. Cadeia de produção que vise ao comércio e ao trânsito de produtos com
destino ao exterior. Existência de repercussão geral.