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Classificação dos Tributos

Adalberto Monteiro Neto


Maite Rodrigues Duffeck
Victor Matheus Teixeira Pompilio
Tutor Externo: Adriano Postae
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Turma: ADG 6019 – 3º Fase
30/05/2023

RESUMO:

O presente trabalho acadêmico tem como objetivo evidenciar e caracterizar os tributos


brasileiros. Com apoio de renomados escritores como Paulo de Barros Carvalho,
Vittorio Cassone e Hugo de Brito Machado, juntamente com a primazia trazida da
Constituição Federal de 1988 e o Código Tributário Nacional, descrevemos os
referidos tributos com intuito de esclarecer o que são, por que dessa forma e como são
compostos.

Palavras chaves: Contribuição, Empréstimo, Impostos, Taxa, Tributo.

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa a seguir trata de registrar as classificações dos tributos no


Brasil. Dentro dessas classificações podemos citar os impostos, as taxas, as
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições sociais.
O objetivo dessa pesquisa é evidenciar, caracterizar e trazer exemplos da
aplicação desses tributos no governo brasileiro . Podendo assim, num contexto geral e
abrangente, analisar sua importância em todo âmbito nacional e suas particularidades.
Cada tributo está descrito de acordo com a Constituição Federal de 1988, com
o Código Tributário Nacional e ainda, com autores renomados, que corroboram para a
fundamentação do conteúdo apresentado.

2 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS


No ramo do direito tributário, podemos observar a arrecadação de tributos
como forma de custeio das atividades do Estado. Mas os tributos não têm a função
principal a angariação, e sim controlar o poder de tributar, evitando os abusos que
poderiam ocorrer ao exercício dessas atividades conforme Machado (2016). Sendo
assim, os tributos abastecem os cofres públicos.
Os tributos, conforme o Art. 3º do Código Tributário Nacional são “toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sansão de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 2012, p. 135).
Os tributos, conforme Machado (2016), podem ser classificados da seguinte
maneira:
• Espécie: Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório
e contribuições;
• Competência impositiva, os tributos são: federais, estaduais e municipais;
• À vinculação com a atividade estatal: (a) vinculados – as taxas, as
contribuições de melhoria e as contribuições sociais; (b) não vinculados – os impostos;
• À função, os tributos são fiscais, extrafiscais e parafiscais.

2.1 IMPOSTOS

Os impostos no Brasil são cobrados em todas as esferas públicas, como nos


estados, municípios e na federação nacional com tributação própria, conforme afirmado
por Carraza (2011). O estado precisa arrecadar os impostos para manter a máquina
pública funcionando normalmente.
Os impostos, ainda segundo Carraza (2011, p. 559) “[...] servem para custear
os serviços públicos indivisíveis, destinados indistintamente a toda a coletividade e,
nesta medida, usufrutiveis uti civis (segurança pública, defesa nacional, iluminação
pública etc.).”
De acordo com a definição de Neto (2020, p. 25), imposto “É o tributo cuja
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
especifica, relativa ao contribuinte.”
Visto que existe uma lei que rege a cobrança do imposto de forma legal,
segundo Carraza, (2011, p. 264) “A raiz de todo ato administrativo tributário deve
encontrar-se numa normal legal, nos termos expressos do art. 5, II, da Constituição da
República.”. Gerando assim, uma segurança jurídica para a cobrança devida do imposto.
De acordo com a seguinte tabela, é possível verificar como são classificados os
impostos, referente sua origem e seus grupos públicos.

QUADRO 1:DISTRIBUIÇÃO DOS TIPOS DE IMPOSTO POR ENTIDADE

FONTE: Neto, 2020, p. 26.

2.1.1 Impostos Federais

Os impostos federais são aqueles de âmbito da União Federal e abrangem todo


o território brasileiro. Dentre os principais impostos federais podemos citar: impostos de
importação, impostos de exportação, impostos sobre produtos industrializados, impostos
sobre a propriedade territorial rural e ainda impostos da competência residual. A seguir,
será exemplificado e descrito alguns desses principais impostos.

2.1.1.1 Imposto de Importação

O imposto de importação, também chamado de tarifa aduaneira, direito de


importação, tarifa das alfândegas é um “imposto com implicações no relacionamento do
País com o exterior, seu trato deve caber na verdade à União, responsável por esse
relacionamento [...]” (MACHADO, 2016, p. 308).
Esse imposto tem função extrafiscal e serve como “instrumento de proteção da
indústria nacional [...]” (MACHADO, 2016, p. 309). Assim como disposto no Art. 19 do
Código Tributário Nacional “O imposto, de competência da União, sobre a importação
de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional”
BRASIL, 2012, p. 137).

2.1.1.2 Impostos de Exportação

Os impostos de exportação conforme o Art. 23 do Código Tributário Nacional


é “de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos
nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional”
(BRASIL, 2012, p. 137).
Conforme Machado (2016) o imposto de exportação tem função extrafiscal e é
um instrumento de arrecadação de recursos financeiros para o Estado.

2.1.1.3 Impostos Sobre Produtos Industrializados

O imposto sobre os produtos industrializados, o qual também já foi conhecido


como imposto de consumo, tem função extrafiscal e “A competência para instituir e
cobrar o IPI constitui significativa parcela de poder político que se concentra em mãos
do Governo Federal [...]” (MACHADO, 2016, p. 335). Parte da arrecadação desse
imposto é destinado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Conforme o Parágrafo único do Art. 46 do Código Tributário Nacional “[...]
considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação
que modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo” (BRASIL,
2012, p. 140).

2.1.2 Impostos Estaduais

Dentre os impostos de âmbito estadual, podemos citar os de heranças e


doações, imposto sobre operações relativas à circulação de mercadoria e prestação de
serviço e ainda o imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
2.1.2.1 Imposto Sobre Heranças E Doações

O imposto sobre heranças e doações tem função fiscal. Conforme Machado


(2016, p. 366) esse imposto “tem a finalidade de gerar recursos financeiros para os
cofres públicos”. Sendo esse imposto necessário para a arrecadação de valores para que
ocorra a devida manutenção do Estado.
O fato gerador desse imposto é descrito como “a transmissão da propriedade de
quaisquer bens ou direitos por causa de morte ou por doação. Dele se excluem apenas
transmissões de propriedade de bens por ato oneroso entre vivos” (MACHADO, 2016,
p. 366).

2.1.2.2 Imposto Sobre Operações Relativas À Circulação De Mercadoria E Prestação


De Serviços

O imposto sobre a circulação de mercadorias é um dos impostos mais


conhecidos e usa como sigla ICMS. O ICMS tem função fiscal e que gera uma das
maiores receitas para os Estados e Distrito Federal conforme Machado (2016).
Conforme a Lei Complementar 87 de 13 de setembro de 1996:
Art. 2º. O imposto incide sobre:
I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e
estabelecimentos similares;
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal,
por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores;
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer
meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer
natureza;
IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;
V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos
ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a
lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do
imposto estadual.

2.1.2.3 Imposto Sobre A Propriedade De Veículos Automotores


O imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) tem como
função majoritária fiscal. Assim como Machado (2016) o fato gerador do IPVA, é a
propriedade do veículo automotor. Ainda, “é necessário que na propriedade esteja
incluído o direito de uso regular do veículo, isto é, o direito de uso deste na finalidade
para qual foi produzido” (MACHADO, 2016, p. 395). A alíquota estabelecida no IPVA
é fixa, onde o valor é tabelado pelo Estado, onde se pode verificar a marca, modelo e o
ano de fabricação dos veículos.

2.1.3 Impostos Municipais

Como impostos municipais, temos o de transmissão “inter vivos” de bens


móveis e direitos a eles relativos, os impostos sobre serviço de qualquer natureza e o
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana. Este último é um dos mais
conhecidos e que será especificado a seguir.

2.1.3.1 Imposto Sobre A Propriedade Predial E Territorial Urbana

O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana é um dos impostos


mais conhecidos e cobrado anualmente. Conhecido e tendo como sigla IPTU, tem
função fiscal e como objetivo angariar recursos financeiros para os Municípios, assim
como exposto por Machado (2016).
Conforme MACHADO (2016, p. 400) “O fato gerador do IPTU é a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel ou por acessão física”.
Para a cobrança do IPTU, alguns requisitos devem ser seguidos conforme o
Art.32 § 1º do Código Tributário Nacional:
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a
definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência
de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos
seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três
quilômetros de imóvel considerado. (BRASIL, 2012, p. 138).

2.2 TAXAS
As taxas são outro tipo de tributo que, ao contrário dos impostos, estão ligadas
a ação estatal. Conforme Machado (2016, p. 437) “A primeira característica da taxa,
portanto, é ser um tributo cujo fato gerador é vinculado a uma atividade estatal
específica relativa ao contribuinte”. Além disso, as taxas não decorrem do mesmo
cálculo dos impostos, conforme o Art. 77 do Código Tributário Nacional “A taxa não
pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem
ser calculada em função do capital das empresas” (BRASIL, 2012, p. 142).
Porém, existe outro tributo também relacionado a estatal, que são as
contribuições de melhoria (tributo esse que será explicado em seguida). Para distinguir
esses tributos então, podemos citar que a taxa “é vinculada a serviço público, ou ao
exercício do poder de polícia.” (MACHADO, 2016, p. 467).
O poder de polícia é, conforme o Art. 78 do Código Tributário Nacional,
“atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público”
(BRASIL, 2012, p. 142).
O poder de polícia é vinculado ao Estado e seus interesses. E ainda “Deve ser
exercido mediante produção legislativa” (MACHADO, 2016, p. 39) pois “Considera-se
regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder” (BRASIL,
2012, p. 142).
O poder da polícia visa manter certos direitos a população, para qual
funcionem de acordo com as legislações. Seja então,
[...] à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos. [...] Desde que se possa vislumbrar um
interesse público, pode o Estado utilizar do seu poder de polícia para
protegê-lo. (MACHADO, 2016, p.440)

Como exemplo de taxa do poder de polícia, podemos citar “taxa de alvará, a


taxa de fiscalização de anúncios, taxa de bombeiro, taxa de controle de fiscalização
ambiental, entre outras” (WOLFF; SANCHES; GOMES, 2019, p. 70).
Já outra manifestação das taxas, são a de serviço público. Essas são ligadas a
toda prestação de serviço do Estado que satisfaça as necessidades coletivas. Para
distingui-la do poder de polícia, tem-se que a taxa de serviço público “é sempre
atividade prestacional de natureza material” (MACHADO, 2016, p. 440).
A taxa gerada pelo serviço público deve apresentar-se como “(a) específico e
divisível; (b) prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição; e, finalmente, (c)
utilizado, efetiva ou potencialmente, pelo contribuinte”. (MACHADO, 2016, p. 440).
Podemos citar entre as taxas de serviço a “taxa de coleta de lixo, as custas
judiciais, entre outras” (WOLFF; SANCHES; GOMES, 2019, p. 70).

2.3 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

As contribuições de melhoria referem-se aos tributos cobrados pelo Estado aos


contribuintes na natureza de beneficiamento do proprietário de um imóvel através de
obras públicas
Nas palavras de Carvalho (2021, p. 90) “[...] quer o direito positivo brasileiro
que seu proprietário colabore com o Erário, pagando a chamada contribuição de
melhoria.” Em outras palavras, os recursos financeiros públicos (do Estado) exigem o
pagamento do tributo, visto que há um crescimento apreciativo do imóvel.
Segundo Coêlho, (2016, p. 833) “O CTN não poderia exigir uma contribuição
pela realização de obra pública que desvalorizasse o imóvel do particular [...]”.
Porém é importante ressaltar que mesmo com a obra pública sendo realizada,
pode ser que o imóvel não seja valorizado. Como exemplifica Cassone (2011, p. 70)
[...] o Elevado Costa e Silva em São Paulo, mais conhecido como
“minhocão” (pela sua extensão), que, tendo em vista que foi
construído em nível elevado, ficou próximo aos apartamentos dos
prédios que o ladeiam, levando não só maior barulho e poluição a seus
moradores, como também prejudicando-lhes na privacidade, pois do
minhocão avista-se alguma dependência interna. Por isso, em vez de
valorizar, provavelmente esses imóveis sofreram desvalorização,
cabendo, em casos tais, não contribuição de melhoria, mas
indenização.

Visto todas essas conceituações, fica nítido que o possuidor do imóvel (e seus
circunvizinhos) são beneficiados desse tributo. Mas é importante entender os limites que
esse tributo impõe sobre o sujeito contribuinte.
Para Wolff, Sanches e Gomes (2019), os limites para esse tributo se definem
em Total e Individual. O limite total se refere ao montante gasto na obra, já o limite
individual ocupa-se da cobrança proporcional de cada imóvel.

2.4 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

Conforme Cassone (2011) a palavra empréstimo, por definição se dá por um


acordo, este que para ser efetivado, depende da vontade dos participantes. Mas no
empréstimo compulsório, é excluído o fator vontade, visto que a União irá definir
caráter obrigatório ao empréstimo.
O empréstimo compulsório está definido no art. 148 da CF/88:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou
sua instituição. (BRASIL, 2023, S.P.).

O exposto no Inc. I deixa claro que a aplicação do empréstimo é em caso de


guerra externa ou em sua iminência. Contudo, em referência a calamidade pública, vale
ressaltar que “[...] se deva entender não somente as catástrofes provocadas por agentes
da natureza circundante, mas também outros eventos, de caráter socioeconômico, que
ponham em perigo o equilíbrio do organismo social, considerado na sua totalidade.”
(CARVALHO, 2021, p. 35).
Referente ao retorno da parte do contribuinte, esclarece Cassone (2011, p. 77)
“Se é empréstimo, mesmo que compulsório, deve ser restituído na forma, prazo e
espécie previstos pela lei instituidora, sob pena de desnaturá-lo (Ver RE 121.336).”

2.5 CONTRIBUIÇÕES

As contribuições assim como as taxas, são vinculadas as ações estatais, em


função parafiscal e até mesmo extrafiscal conforme Machado (2016). São atividades
que beneficiam diretamente ou não, o contribuinte. As contribuições sociais então
“Destinam-se a suprir recursos financeiros entidades do Poder Público com atribuições
específicas desvinculadas do Tesouro Nacional, no sentido de que dispõem de
orçamento próprio”. (MACHADO, 2016, p. 423-424).
Essas contribuições sociais que são do gênero tributo, podem ser divididas em
algumas classificações de espécies, e são constitucionalmente definidas como “(a)
contribuições de intervenção no domínio econômico, (b) contribuições de interesse de
categorias profissionais ou econômicas e (c) contribuições de seguridade social”
(MACHADO, 2016, p. 424).
Conforme Wolff, Sanches e Gomes (2019, p. 74) as contribuições se
subdividem conforme o quadro nas seguintes espécies:

QUADRO 2: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

FONTE: Wolff; Sanches; Gomes; 2019, p. 74.

2.5.1 Contribuições De Intervenção

As contribuições de intervenção no domínio econômico, como o próprio nome


já diz, são intervenções “no domínio econômico que caracteriza essa espécie de
contribuições sociais é apenas aquela que se produz com objetivo específico perseguido
pelo órgão estatal competente para esse fim, nos termos da lei” (MACHADO, 2016, p.
424).
Sua finalidade é de cunho extrafiscal, ou seja, função que vai além da
arrecadação e angariação de fundos. Bem como citado no Art. 149 da Constituição
Federal, temos que “Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas” (BRASIL, 2012,
p. 68).

2.5.2 Contribuições De Interesse Profissionais Ou Econômicas

As contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas se


destina a fornecer “recursos financeiros para a manutenção de entidade associativa”
(MACHADO, 2016, p. 426). Como entidade, refere-se ao sujeito ativo para essa
contribuição, ou seja, o contribuinte. Segundo o Art. 149 da Constituição Federal,
parágrafo 1º, onde:
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício
destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota
não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União. (BRASIL, 2012, p. 68).

2.5.3 Seguridade Social

As contribuições sociais também têm destino para a seguridade social. Sendo


assim, conforme o Art. 194 da Constituição Federal “compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL,
1988). Onde o Art. 195 ainda complementa que “A seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios”.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como discorrido no trabalho, evidenciamos as diferentes tributações


envolvendo a relação Estado – Consumidor, visto que em sua totalidade, as tributações
já estão devidas e previamente muito bem definidas na Constituição Federal e no
Código Tributário Nacional.
É perceptível que todas as tributações citadas tem como objeto o recurso
monetário, visando angariar fundos para os cofres públicos, sendo em forma de Taxa em
um serviço já realizado ou em forma de Imposto, sobre a circulação de determinado
serviço ou produto.
Fato é que esse recurso, independentemente de onde provém, deve retornar à
população comum em forma de investimento, uma vez que entrando nos cofres públicos
começará a tratar da esfera da Administração Pública, onde definirá o destino dos
determinados fundos, visando o bem da população geral.
Como conclusão temos que os tributos tem capacidade e característica
institucional, visto que o Estado detém do poder de criar, determinar e controlar as
variáveis das diferentes tributações, de acordo com as regras vigentes e o interesse
coletivo.

REFERÊNCIAS

WOLFF, Gabriela. SANCHES, Ana Paula Tabosa dos S. GOMES, Anderson de Miranda.
Direito Tributário e Empresarial. 2. ed. Indaial: Uniasselvi 2019.

COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 15. ed. Rio de
Janeiro: Forense 2016.

CASSONE, Vittorio. Direito Tributário: Fundamentos constitucionais da tributação, definição


de tributos e suas espécies, conceito e classificação dos impostos, doutrina prática e
jurisprudência. 22. ed. São Paulo: Atlas 2011.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 31. ed. São Paulo: Noeses 2021.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. {Online}


Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso
em :29 abril 2023.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2016.

BRASIL, Código Tributário Nacional, Constituição Federal, Legislação Tributária. 17. ed.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012

CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 27 ed. São Paulo:
Malheiros Editores LTDA, 2011.

NETO, João Vicente Costa. Contabilidade Tributária 1. Salvador: Universidade Federal da


Bahia, 2019.
LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 13 DE SETEMBRO DE 1996. {Online} Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm>. Acesso em 30 maio 2023.

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