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No sistema tributário brasileiro, a seguir vamos analisar o conceito de tributos e suas espécies,
repartição tributária bem como os regimes de tributação em vigor no Brasil.
Via de regra, esses tributos são cobrados do cidadão direta ou indiretamente pelo governo, seja durante
a aquisição/utilização de algum produto ou serviço tanto de empresas públicas como privadas.
Entretanto, a complexidade do sistema tributário nacional se dá pelo fato de não haver a unificação da
legislação tributária.
Tributos federais
São os tributos arrecadados pela União com o objetivo de custear gastos públicos nas áreas de saúde,
segurança e educação.
Além disso, esses tributos são utilizados para potencializar ou controlar o consumo de determinados
bens e serviços a fim de que o Estado tenha maior controle sobre a economia do país.
Tributos estaduais
Os tributos dessa categoria são regulamentados pelos governos estaduais de modo que também fica a
cargo dos Estados definir como e em quais áreas esses recursos serão aplicados.
Tributos municipais
Os tributos municipais, por sua vez, são de competência das prefeituras e os valores arrecadados são
utilizadas para sanar as despesas com a folha de pagamento e demais custos para a manutenção dos
gastos públicos.
Agora, imagine a seguinte situação, o Brasil possui 26 estados + distrito federal e aproximadamente
5.600 municípios.
Enquanto os estados podem legislar sobre os três impostos que lhe competem, o mesmo ocorre com os
tributos de ordem municipal!
Veja bem, o Código Tributário Nacional, no Artigo 3°, define o tributo como:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Ou seja, o tributo é uma obrigação tributária que vai incidir sobre o contribuinte em algum momento,
seja na compra ou venda de produtos, prestação de serviços ou demais operações.
Ocorre que os tributos não são todos iguais, são divididos em categorias. Eles possuem elementos que
os diferenciam, seja em relação a forma como serão recolhidos ou a entidade competente por captar
esses recursos bem como sua destinação.
1. Impostos;
2. Taxas;
3. Contribuições de melhoria;
4. Contribuições especiais;
5. Empréstimos compulsórios;
O Código Tributário Nacional (CTN), por sua vez, agrupa os tributos em apenas três classes:
1. Impostos;
2. Taxas;
3. Contribuições de melhoria;
Art. 16 – Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Taxas
De acordo com o CTN, no artigo 77:
Art. 77 – As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia,
ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Em outras palavras, as taxas são tributos utilizados no custeio de determinados serviços públicos ou
benefícios disponibilizados pelo Estado aos contribuintes.
Algo importante a ser ressaltado sobre as taxas e demais tributos, é que cabe a quem institui legislar
sobre ela. Isso significa que o Governo Federal não poderá cobrar taxas que competem aos estados e
municípios, e vice-versa.
Contribuições de melhoria
As contribuições de melhoria são cobradas quando ocorre a realização de alguma obra pública que
resulte na valorização dos imóveis a sua volta.
Embora seja um tributo amparado pela legislação, a contribuição de melhoria raramente é
implementada no Brasil. Isso se deve a dificuldade em identificar e avaliar os imóveis, além da
complexidade dos requisitos e mecanismos estabelecidos para a cobrança desse tributo nos artigos 81
e 82 do CTN.
Contribuições especiais
Esse tributo está previsto no Artigo 149 da Constituição Federal e é dividido em categorias:
Contribuições sociais
A contribuição social tem como objetivo auxiliar a União no custos para com as áreas da saúde e
previdência social.
A maior parte da arrecadação deste tributo provém da cobrança sobre o faturamento das empresas e
deve ser investido nas atividades fins já mencionadas.
Setores como o de telecomunicações e energia elétrico possuem esse tipo específico de contribuição.
Uma das mais conhecidas, por exemplo, é a CIDE Combustível. Através dela é viabilizado o
pagamento de subsídios nos preços dos combustíveis, o financiamento de projetos ambientais
relacionados à indústria petrolífera, além do custeio de programas de infraestrutura de transporte.
Há também as contribuições corporativas, cuja finalidade é promover os interesses de uma classe. Aqui
enquadram-se as contribuições pagas aos conselhos de classe, como por exemplo, CRM (Conselho
Regional de Medicina), CRC (Conselho Regional de Contabilidade), OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), e assim por diante.
Esse tipo de tributo é de competência exclusiva da União e só pode ser instituído em casos
extraordinários ou de relevante interesse nacional, como por exemplo: situações de calamidade
pública; guerras; investimentos de caráter urgente.
Nesses casos, há total garantia de ressarcimento do valor pago pelo governo. Por isso, trata-se de um
“empréstimo”.
A cobrança desse tributo requer que a destinação do mesmo seja estabelecida legalmente e a sua
validação depende da criação exclusiva de uma lei complementar.
União
A União é integrada pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional e Senado Federal), Poder Executivo
(Presidente e Vice-Presidente), Poder Judiciário, Bens e Impostos da União, conforme a CF de 88.
Ou seja, a União constitui o poder máximo da República Federativa do Brasil, ou seja, ocupa a mais
alta posição hierárquica em relação às Unidades Federativas.
Unidades Federativas
As unidades federativas (estados) correspondem às entidades federadas com capacidade de auto-
organização (constituições estaduais), autogoverno (governadores e deputados estaduais),
autoadministração (órgãos e serviços públicos) e legislativa (leis estaduais).
Integram as UF’s o Poder Legislativo (Assembleia Legislativa – Deputados estaduais), Poder
Executivo (Governador e Vice-Governador), Poder Judiciário, Bens e Impostos Estaduais.
Municípios
Os Municípios, ou cidades, regidos pela Lei Orgânica Municipal, via de regra, são constituídos pelo
Poder Legislativo (Câmara Municipal – Vereadores), Poder Executivo (Prefeito e Vice-Prefeito) e
Impostos municipais.
Distrito Federal:
O DF é um ente federativo autônomo politicamente com capacidade legislativa, administrativa e
judiciária.
Com essa estrutura em mente, perceba que a repartição tributária das receitas segue a mesma
hierarquia.
Outro ponto a ser destacado é que a União é responsável por recolher a maior parte dos tributos a fim
de que possa distribuir esses recursos observando as necessidades de cada Estado.
Ou seja, cabe à União administrar a repartição das receitas a fim de promover o desenvolvimento das
regiões menos favorecidas, diminuindo a desigualdade econômica e viabilizando a autonomia
financeira das mesmas.
Regimes tributários
Note que todos os elementos citados até agora compõem o que denominamos sistema tributário
brasileiro.
Entretanto, além de compreender as espécies de tributos bem como a estrutura de cobrança e partilha
desses recursos entre à União, Estados e Municípios, é necessário assimilar todos esses conceitos
dentro dos regimes tributários existentes.
Simples Nacional: empresas com faturamento até R$4.800.000,00 ao ano, enquadradas na lista de
atividades previstas na legislação que regulamenta o regime simplificado.
Lucro Presumido: indicado para empresas com faturamento de até R$ 78 milhões ao ano cujas
atividades não se enquadrem no Simples Nacional. Nesse regime o cálculo do IRPJ e da CSLL é feito
com base em uma estimativa de lucro. Outro ponto é a apuração cumulativa do PIS e COFINS, sem
possibilidade de créditos.
Lucro Real: ideal para empresas com atividades específicas ou com faturamento superior a R$78
milhões ao ano. Nesse regime o IRPJ e o CSLL são tributados com base no lucro efetivo, deduzindo
as despesas operacionais. Por sua vez, PIS e COFINS são apurados com base na não-cumulatividade,
admitindo a apuração de créditos.
Conscientes de que o cálculo e forma de recolhimento dos tributos variam conforme cada regime
tributário é possível compreender todos os aspectos do sistema tributário nacional aplicados à realidade
das empresas.