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Para a realização dos fins que se propõe, e que se traduzem na realização de despesas
orientadas fundamentalmente à satisfação de necessidades públicas (necessidades colectivas
da sociedade organizada politicamente), o Estado necessita de obter receitas. Tais receitas
provêm prioritariamente da cobrança de tributos (prestações compulsivas, pecuniárias ou em
espécie) que podem revestir a natureza de impostos ou de taxas, ou da venda e exploração
de bens do património público (receitas patrimoniais).
O presente trabalho visa abordar sobre Impostos e apontar suas possíveis definições em
vários sentidos, assim como na legislação específica de modo a fazer compreender os seus
pormenores que direccionam para o desenvolvimento do país
Procurar-se-á demonstrar, ainda, com base em Direito fiscal e teorias, uma explicação mais
resumida possível acerta do tema em questão, o Imposto.
Para tanto, far-se-á, inicialmente, uma breve explanação sobre o Imposto, passando-se, em
seguida, a um questionário com intuído de fazer compreender o fenómeno em questão.
1.3 Metodologias
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2 Imposto
O Imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral, estabelecida por lei,
sem carácter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos (lbraimo
IBRAIMO: 2000,40).
Taxas - Prestações avaliadas em dinheiro, exigidas por uma entidade pública, como
contrapartida individualizada pela utilização de um bem do domínio público, ou de um
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Cfr.: Nº 1 do art. 3 da Lei nº 15/2002 de 25 de Junho que diz: O Imposto é um pagamento para o Orçamento do
Estado com natureza unilateral e obrigatória, incluindo encargos legais e juros previstos em normas tributarias.
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serviço público, ou pela remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares, desde
que previstas na lei (nº 3 do art. 3 da Lei nº 2/2006).
Como já é sabido, os impostos são criados para a satisfação de fins públicos e necessidades
colectivas dos cidadãos, expressão que engloba objectivos fiscais (obtenção de receitas
publicas) e extrafiscais (sociais, económicas, etc.). Segundo (IBRAIMO 2002), Os impostos
foram criados com vista a atender os seguintes objectivos:
a) Objectivos Fiscais
De acordo com este objectivo os impostos visam a obtenção de receitas para financiamento
de despesas públicas, isto é, satisfação das necessidades financeiras do Estado.
b) Objectivos sociais
Os impostos visam a repartição justa da riqueza e dos rendimentos, a diminuição das
desigualdades, tendo em conta as necessidades e rendimentos do agregado social, operando-
se assim uma verdadeira redistribuição de riqueza.
c) Objectivos Económicos
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Cfr.: lei nº 15/2002 de 26 de Junho (nº 1 e 2 do art. 2 da LBST).
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Os impostos podem combater a inflação (reduzindo o rendimento disponível e,
consequentemente, o consumo), obter a selectividade do consumo (tributando mais
pesadamente os consumos nocivos e supérfluos, como o tabaco, o jogo, certas bebidas e as
antiguidades), proteger as indústrias nacionais (estabelecendo direitos aduaneiros protectores
durante um certo período), incentivar a poupança e o investimento (indirectamente através
dos desagravamentos fiscais).
5 Tipos de Imposto
Critérios Económicos
Segundo o critério do modo de avaliação da capacidade tributária, consideram-se impostos
directos àqueles que incidem sobre a matéria colectável (rendimento ou património)
possuída ou obtida. Deste modo, serão impostos indirectos àqueles que incidem sobre o
património ou rendimento utilizado (em consumo ou transferência da riqueza).
Critérios Jurídicos
De acordo com este critério, serão considerados impostos directos, quando for possível
determinar previamente os contribuintes, organizando um rol nominativo destes. O imposto
será directo quando essa possibilidade não existe, por o contribuinte não ser previamente
conhecido.
O critério de classificação dos impostos directos e indirectos usados pelo legislador
moçambicano é o critério jurídico.
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Imposto Sobre Consumo Específico
Direitos Aduaneiros
Impostos de Selo
Imposto sobre Sucessões e Doações
SISA
Imposto de Reconstrução Nacional
Imposto sobre Veículos
Os impostos de obrigação única incidem sobre factos ocasionais, que não se repetem com
regularidade, como é o caso da Sisa, já que as transmissões de prédios ou outros bens a título
oneroso não se repetem com frequência.
Os impostos periódicos incidem sobre factos que se renovam com certa permanência,
normalmente um ano. É o caso da contribuição predial ou do IRT- Imposto sobre o
Rendimento do Trabalho, já que a situação do proprietário de um prédio ou de trabalhador
se presume contínua.
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O imposto é progressivo quando se eleva a sua taxa à medida que a matéria colectável
aumenta, por exemplo, IRPS.
6 As Fases do Imposto
Incidência
O imposto nasce quando surge uma norma legal que confere ao Estado a posição de credor do
imposto e ao cidadão a situação de devedor do mesmo. Compete à Lei definir, embora de
modo genérico e abstracto, o que é passível de imposto.
Lançamento
Nascida a obrigatoriedade do imposto, até este ser pago, desenrola-se um processo
administrativo que inicia justamente na fase de lançamento. No lançamento identifica-se o
sujeito passivo do imposto e fixa-se a matéria colectável sobre a qual recairá o imposto.
Liquidação
A fase da liquidação consiste no cálculo da colecta do imposto, aplicando-se a matéria
colectável a taxa de imposto. A liquidação está sujeita a caducidade. Ocorrido o facto gerador
do imposto, ela só poderá ter lugar dentro de um prazo de cinco anos, para o caso dos
impostos sobre o Rendimento.
Cobrança
Esta fase corresponde ao momento final da vida do imposto. A cobrança é a operação
administrativa que visa a entrada do imposto nos cofres do Estado (IBRAIMO, 2002).
Determinado o montante do imposto a pagar, através das operações de liquidação, seguem-se
as operações com vista à arrecadação do imposto.
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7 Questões e as respectivas respostas
2. Pergunta: Porque paga-se o imposto sabendo que não se recebe nada em troca como
acontece nas taxas?
Resposta: Porque a título obrigatório, paga-se a favor do Estado ou entidades públicas para
financiar as despesas e investimentos de carácter público e não em benefício de um certo
serviço prestado. Quer dizer, tem por finalidade fins gerais ou para todos. Nos termos do art.
nº 1 da. Lei nº 15/2002 de 26 de Junho.
As taxas têm carácter bilateral, pagam-se mas, recebe-se algo em troca. Por exemplo a Taxa
de saneamento básico, ao pagar esta taxa está a receber em troca um serviço prestado pelo
Estado, a recolha de lixo.
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8 Conclusão
Falar de Imposto importa aqui referir, de que, na acepção ainda destas definições, são bens
ou serviços públicos aqueles cuja existência permite à colectividade usufruírem de um
benefício ou utilidade imediata, não susceptível de individualização (requisito indispensável
para que possa haver a divisibilidade dos respectivos custos, e a correspondente imposição de
uma taxa), motivo pelo qual não podem ser cobertos por contraprestações determinadas.
São exemplos de serviços desta natureza a existência de uma força policial, a construção de
uma nova estrada, a iluminação pública nas cidades, etc., os quais se destinam a satisfazer
necessidades comuns dos membros da comunidade, sem que se possa contudo (ou não seja
prático ou politicamente aceitável) determinar em que medida beneficiam individualmente
cada um deles.
Tais serviços são normalmente financiados por recursos arrecadados pelo “ente público”
(Estado, Município, etc.) na base de critérios diferentes do da contraprestação (ou preço pela
utilização do serviço), uma vez que tal contraprestação não é determinável.
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9 Referências bibliográficas
Legislação
MOÇAMBIQUE, Constituição da República. Aprovada pela Lei no 1/2018 de 12 de Junho.
Lei n.º 15/2002 de 26 de Junho – Lei Bases do Sistema Tributário
Lei n.º 2/2006 de 22 de Março - Lei Geral Tributaria da República de Moçambique
Doutrinas
IBRAIMO, I. O Direito e a Fiscalidade: Um Contributo para o Direito Fiscal Moçambicano.
Maputo: ART C, 2002.
FRANCO, A.L.S. Finanças Publicas e Direito Financeiro. Coimbra: Medina Editora, 4ª ed,
Vol I e II, 2010.
ANTÓNIO L. De Sousa Franco – “Finanças Públicas e Direito Financeiro”.
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