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Direito: Conjunto de normas para que a gente possa viver em harmonia.

DIREITO TRIBUTÁRIO  Dividido entre Direito Público (Externo e Interno) e Direito


Privado. É adstrito ao campo da receita pública e alheio aos campos da gestão
patrimonial e despesa. É o ramo do direito público que rege as relações entre o
Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se
refere à obtenção de receitas (tributos).

Receita Pública

 originária ou facultativa - são oriundas do patrimônio do Estado e se


traduzem nos preços cobrados; É quando o Estado se assemelha a um
órgão particular. As normas aplicadas são normas do direito privado.
 derivadas ou compulsórias - advém de constrangimento do patrimônio
particular (ex. cobrança de tributos); É quando o Estado age com poder
de império. Ele se pauta no direito público. Supremacia do direito
público em relação ao direito particular (Regras coercitivas).

Possibilidades de Recursos Públicos de natureza derivada:


 Infrações
 Reposição de guerra
 Tributos (maior fonte de receitas do estado)

LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Princípios Limitadores:

 princípio da legalidade tributária


 princípio da igualdade;
 princípio da anterioridade;
 proibição de efeitos confiscatórios;

Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

 Princípio da legalidade tributária  é vedado exigir ou aumentar tributo sem


lei que o estabeleça;

É específico do direito tributário. Tem a ver com a liberdade de um governante instituir


um tributo. Para existir um tributo é necessária uma lei tributária. O princípio é para a
criação ou para a majoração de tributos (aumento da alíquota). Se for para reduzir a
alíquota, não é necessário o princípio. Leis explicativas não precisam da legalidade
tributária.
Importante!!!

Medida Provisória: é o executivo legiferando em caráter de urgência. A MP tem a força


de lei. Porém a MP tem um tempo de vida e, ao final desse tempo, ela pode virar lei ou
ser descartada. Há duas correntes: uma a favor da MP, que argumenta que como ela
tem a força de lei pode ser usada para a tributação; e outra contra, que argumenta
que, como o princípio da legalidade de tributação serve apenas para leis, então a MP
não pode ser usada para a criação de tributos.

Exceções ao Princípio da Legalidade:


 Tributações Reguladoras: servem para regular.
Exemplos: Imposto de Importação, imposto de exportação, IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
 Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (CIDE): quando envolve
petróleo e seus derivados.

 Princípio da igualdade ou isonomia  é proibido instituir tratamento desigual


entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;

É tratar os iguais como iguais e os diferentes como diferentes.

 Princípio da Capacidade Contributiva  aquele que tem capacidade


contributiva baixa fica isento da contribuição, ou seja, a contribuição está
diretamente relacionada com a situação financeira do contribuinte. Serve
também para pessoas jurídicas, as empresas.

 Princípio da irretroatividade  a lei que cria ou aumenta tributos não pode ser
retroativa;

Se o tributo for criado hoje, ele só vai atingir as pessoas da sua vigência pra frente. Isso
serve para a criação e majoração, apenas.
Obs.: Há situações em que o tributo retroage se for para benefício do contribuinte. Se o
tributo já foi pago, ele não retroage. Em relação às leis interpretativas, ele também
retroage.

 Princípio da anterioridade  é aquele em que o tributo pode ser cobrado


somente a partir do 1º dia útil do ano financeiro seguinte, ou seja, dia 02/01.

Propicia segurança jurídica para o contribuinte.

Exceções ao Princípio da Anterioridade:


 Tributações Reguladoras: servem para regular.
Exemplos: Imposto de Importação, imposto de exportação, IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
 Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (CIDE): quando envolve
petróleo e seus derivados.
 Empréstimos Compulsórios
 Imposto sobre Guerras

 Princípio da Anterioridade Mínima ou Noventena  necessidade de um


espaço, de no mínimo 90 dias, entre a publicação e a vigência de um tributo.
Ou seja, em 90 dias eles já existem, mas os tributos só podem ser cobrados a
partir do ano financeiro seguinte.

Obs.: Se um tributo é criado, por exemplo, no dia 15/12/12, ele vai precisar de 90 dias
para sua existência, chegando ao dia 15/03/12. Como o ano financeiro já começou, o
tributo passa a valer a partir do dia 16/03/12.

 Princípio do Não confisco  é proibido utilizar tributo com efeito de confisco,


punição; O confisco é possível quando os bens são adquiridos por meios ilegais.

Obs.: Não confundir confisco com desapropriação. Este rende uma indenização do
Estado, o outro não. Confisco tem a ver com ilegalidade.Quando somos devedores do
estado, este pode pegar nosso imóvel como pagamento. Isso não representa confisco.

 Princípio do Livre Tráfego  é vedado ao Estado estabelecer limitações ao


tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.

 Princípio da Não Cumulatividade  quanto ao ICMS, IPI e Impostos Residuais


da União, deve-se compensar o que for devido em cada operação relativa à
circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado
nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.

 Princípio da Seletividade  a tributação deve ser maior ou menor dependendo


da essencialidade do bem. Possui aplicação obrigatória quanto ao IPI e
facultativa para o ICMS e IPVA.

Tributo  Art. 3º do Código Tributário nacional


“Tributo é toda prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
compulsório, instituído em lei que não constitua sanção a ato ilícito cobrado mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.

Pecuniário = algo pago em dinheiro


“ou cujo valor nela se possa exprimir” = outros índices que acrescentem valor aos
cofres públicos. Não servem pagamentos com bens ou prestação de serviços.
“que não constitua sanção” = se há movimentação de receita, deve-se fazer a
contribuição pertinente, mesmo que o empreendimento seja ilícito.
“atividade administrativa plenamente vinculada” = o agente não tem liberdade para
fazer o que bem entender ao aplicar o tributo. Se a lei diz que o modo de cobrança é
por multa, então o agente só pode aplicar a multa.
Espécies de Tributos

1) Bipartite ou Dualista
Para essa corrente nós só temos duas espécies de tributos: impostos e taxas.

2) Tripartição
Os tributos se dividem em três espécies: impostos, taxas e contribuição de
melhorias.

3) Pentapartição – a mais aceita!


Classifica os tributos em cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de
melhorias, contribuições especiais e empréstimos compulsórios.

 impostos  é uma forma de tributo que não exige contrapartida, ou seja, as


suas receitas têm caráter contributivo. É uma formade tributação não
vinculada, As receitas que o Estado cobra tendo em vista, unicamente, o
interesse público da atividade desempenhada pelo Governo; os impostos
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte.

 taxas  é um tributo vinculado que decorre do exercício do poder da polícia ou


pela utilização efetiva ou em potencial de serviços públicos. Estão ligadas à
administração direta do Estado. É de cunho direcionado e é divisível. São as
receitas que o Estado cobra em razão do poder de policia ou pela utilização
dos serviços públicos, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
Ex.: serviços de justiça, saúde pública, segurança, prestados pelo Governo. As
taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

 contribuições de melhoria  decorrente de obras públicas e que venham a


valorizar os imóveis vizinhos. Têm caráter indenizatório. Ex.: construção de
pontes, estradas, viadutos.

 contribuições especiais  todas as contribuições que não são de melhoria. Ex.:


CRA, OAB.

 empréstimo compulsório  empréstimo temporário, em caráter emergencial.


O governo compromete-se a devolver o valor.

Competência  a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:

Competência da União:
II – Imposto de Importação
IE – Imposto de Exportação
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
IR – Imposto de Renda
ITR – Imposto territorial Rural
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas
Competência dos Estados:
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
ITCMD – Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação

Competência dos Municípios:


IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana
ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
ISS – Imposto Sobre Serviços

 Distrito Federal: como estados e Municípios.

Imposto de Competência Extraordinária  em caso de guerra: compete à União.

Imposto de Competência Residual  é o poder de instituir outros tributos não


previstos na Constituição Federal, em seus artigos 153, 154 e 155. No Brasil, somente a
União detém a competência residual, nos termos do artigo 154.

“A União poderá instituir, por meio de lei complementar, outros impostos, desde que
não cumulativos e que não tenham fato gerador ou base de cálculo própria dos
impostos discriminados na Constituição.” (art. 154, I da CF)
Obs.: Um percentual da contribuição é repassado aos Estados, o resíduo.

Obrigação Tributária

Credor Devedor

Objeto Obrigação de:


 Dar
 Fazer
 Não Fazer

Exemplos:
 Dar – pagar aluguel
 Fazer – contratar um profissional
 Não Fazer – não fazer uma obra por problemas estruturais

Obs.: É possível que haja algum órgão que recebeu do Poder Público autorização para
cobrar tributos.
Ex.: INSS (A União delegou ao INSS essa autonomia para cobrar tributos)
Empresas privadas não podem cobrar tributos.

Obrigação Tributária:
Relação jurídica transitória entre o estado (credor) e o devedor, em que este possui
obrigações positivas e negativas para com o credor.
Na relação tributária, o Poder Público é o credor e o contribuinte é o devedor.
Espécies (Tipos) de Obrigações Tributárias:

1) Obrigação Tributária Principal*:


É a obrigação de DAR. Pagamento de tributos ou de multas (por infração) para
o Poder Público.

2) Obrigação tributária Acessória:


Não há pagamento, mas comportamento. É a obrigação de FAZER ou de NÃO
FAZER.
Exs.: Regularização de livros contábeis (FAZER)
Não rasurar os livros contábeis (NÃO FAZER)

Contribuintes:
 De direito – a lei manda contribuir
 De fato – é quem, de fato, paga a tributação. Ex.: as empresas devem pagar os
tributos, de acordo com a lei, mas na verdade, os empresários agregam parte
do tributo no preço final do produto. Sendo assim, é o consumidor que, de fato,
paga o tributo.

O contribuinte está inserido no fato gerador e o responsável não está inserido no


fato gerador, mas a lei o manda pagar.

a) Responsabilidade por Sucessão


Quando alguém compra uma casa, se torna responsável pelo IPTU do imóvel
que ainda não foi pago, mesmo que ele não tenha sido o proprietário da casa
no ano da tributação.

b) Responsabilidade por Substituição


Só existe um caso: imposto de renda retido na fonte. Nesse caso, o empregado
é substituído pelo empregador como contribuinte.

c) Responsabilidade por Terceiros


Se o avô dá ao neto de 2 anos um apartamento, neste caso, o IPTU será de
responsabilidade dos pais da criança.

d) Responsabilidade por Infrações


Quando for comprovada sonegação ou outra infração, a responsabilidade do
pagamento será por infração e será cobrada multa, além dos tributos.

Solidariedade  mais de um contribuinte. O Poder Público pode cobrar de um só a


totalidade da dívida. Ex.: Três irmãos recebem de herança uma casa. Os três são
contribuintes solidários.

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