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Direito Fiscal I

1. Atividade Financeira do Estado

O Estado tem como fim principal a satisfação das necessidades coletivas (educação;
segurança; saúde pública; ambiente; justiça; etc.). Sendo que a forma de satisfação das
necessidades coletivas pode variar. Para cumprir com a saúde por exemplo o Estado tem
de ter em conta as despesas públicas e para isso tem de ter meios financeiros através das
receitas públicas. A satisfação destas necessidades coletivas implica a realização das
chamadas despesas públicas. A realização daquelas despesas pressupõe a obtenção de
meios económicos indispensáveis para a sua cobertura, os quais são designados por
receitas públicas.

Receitas públicas significativas:

• Receitas patrimoniais- Era a principal receita do Estado, seja sob forma de terras;
imóveis; ações do Estado, como por exemplo a caixa geral de depósitos. Por
outras palavras são as receitas que derivam do património do Estado.

• Taxas- São receitas do Estado e têm como contrapartida o serviço público. Por
exemplo, as licenças das câmaras.

• Sanções Pecuniárias- São receitas apesar de terem na sua base uma sanção (dado
que vai tudo para o cofre do Estado). Por exemplo, as contraordenações relativas
ao Código de Estrada; Multas do ambiente.

• Empréstimos Públicos- também é uma forma de receita pública. Estamos em


défice e o Estado não obtém receitas suficientes e então faz empréstimos de forma
a cobrar esses empréstimos.

• Impostos- Designa-se por uma atividade do Estado relacionada com a obtenção de


receitas. Sendo a principal receitas pública do Estado.

A atividade do Estado relacionada com a obtenção de receitas, a realização das despesas


e a administração de umas e outras é o que se designa por Atividade Financeira do
Estado. O ramo de direito que regula esta atividade designa-se por Direito Financeiro
Público, o qual consiste, portanto, no conjunto de normas jurídicas que regulam a
obtenção, o dispêndio e a gestão de recursos financeiros do Estado. O estado só pode
atuar se tiver uma lei que o preveja, e a sua atuação tem de estar de acordo com a lei –
Princípio da legalidade.

Ou seja, desdobra-se em 3 áreas:


• Direito das Receitas;
• Direito das Despesas;
• Direito da Administração Financeira.

Direito das Despesas: é uma área muito regulada pelo direito, porque é aqui que se
pressupõe maior transparência. Consiste:
⁃ Avaliação das necessidades coletivas;
⁃ Justificação dos meios a empregar para a sua satisfação (ex. Concursos públicos);
⁃ O controlo da eficiência e da produtividade dos serviços.

Direito da Administração Financeira:


⁃ Orçamento Geral do Estado: É uma previsão do que vai acontecer, é importante
para o Estado porque funciona como uma autorização para o Estado. E o estado
só pode realizar se este for aprovado (ou seja, se o orçamento for aprovado).
⁃ Conta Geral do Estado: É a aprovação da conta, tem de ser ver se se obtiveram as
receitas todas. É o momento onde eu vou ver o orçamento que é o dado anterior e
o outro de as cumprir que é a conta geral do estado. É preciso verificar se o
mesmo foi cumprido ver como estão a correr as contas gerais do estado. Hoje em
dia consegue-se controlar como estão as contas do Estado.

Direito das Receitas:


⁃ Dentro deste sobressai o Direito Tributário: conjunto de normas que disciplinam
a atividade do Estado desenvolvida no sentido da arrecadação das receitas que o
Estado fixa coativamente: os tributos. O direito tributário trata os tributos, temos
dois tipos de tributos as taxas e os impostos. Quanto às taxas, temos vários tipos
de taxas tarifas; preços fixados entre outros, relativamente aos impostos é o direito
fiscal que tem como objeto os impostos.
⁃ Dentro destes ainda se distingue o Direito Fiscal: Direito dos impostos ,ou seja,
conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas suscitadas pela arrecadação
dos impostos.

O professor Leite Campos, introduziu o tema de tributário e aí passou a haver distinção


entre tributário ou fiscal, este tema tem várias discordâncias. Para saber qual é o que
temos, temos de o aferir pelo contexto.

2. Âmbito do Direito Fiscal

O direito fiscal tem uma particularidade quanto ao âmbito e amplitude e relativamente às


relações com os outros, é uma área muito técnica.

⁃ Direito Constitucional Fiscal: abrange normas relativas à formação da lei fiscal e


normas matérias e programáticas. A nossa Constituição regula também matéria
fiscal, existem diversas normas constitucionais ligadas ao direito fiscal, a
Constituição é fundamental para regular a atuação do Estado, uma vez que “mexe
” muito com os princípios relativos aos particulares.

⁃ Direito Fiscal Material: normas que regulam (através do código de impostos) os


impostos e os benefícios fiscais. Exemplo: IMI

⁃ Direito Fiscal Formal: normas que regulam o procedimento administrativo de


definição das situações jurídicas tributárias. A lei geral tributária é uma lei que
seria de valor reforçada, onde seriam estabelecidos princípios e direitos do
constituinte e fiscal, por forma a haver conformidade. Contudo, não é isto que
acontece. Apesar de não ter valor reforçado sobre o ponto de vista formal, tem
valor reforçado sobre o ponto de vista interpretativo, ou seja, em confronto com
outra lei dá-se prioridade a esta lei. Direito de procedimento próprio (cpta).

⁃ Normas de Contencioso Fiscal: normas que regulam o Direito processual fiscal.


São normas próprias do processo.

⁃ Normas Fiscais Sancionatórias

Relações do Direito Fiscal com outros ramos do Direito

O Direito Fiscal é um direito de sobreposição. Não existe direito fiscal sozinho ele esta
sempre relacionado com outros direitos.

• Direito Constitucional (invocar a inconstitucionalidade, etc);


• Direito administrativo (tem uma forte influência, é o direito mãe do direito fiscal);
• Direito Penal (todos os atos gerados no direito fiscal podem gerar ilícitos);
• Direito Processual (Direito processual civil; CPTA; CPPT);
• Direito Privado (Código civil os impostos relacionados com o Código civil por
exemplo os Direito das obrigações; Direitos reais e Direito da família entre
outros);
• Direito Internacional

É fundamental o Direito Internacional público, qualquer pequeno comerciante está ligado


ao direito internacional público. A divulgação via Internet cuja a empresa se encontra
sediada por exemplo na Ásia.
Exemplo: Alugava um software com sede na Austrália que vigorava em cerca de 40
países e esses que desenvolviam os softwares ganham imenso dinheiro.
Exemplo: As exportações (é necessário ir às feiras no Estrangeiro ver por exemplo o IVA
nesse país ter representantes nesse pais).

Tudo isto são situações de Direito Fiscal no Direito Internacional.

O imposto é uma prestação:


Pecuniária: há uma relação obrigacional (sujeito ativo com direito a exigir uma
prestação e um sujeito passivo com o dever de prestar uma prestação). As
prestações têm diversas naturezas, mas o imposto é pecuniário, ou seja, traduz-se
num montante em dinheiro.
Unilateral: com a entrega do dinheiro não há uma contrapartida específica.
Definitiva: não existe reembolso e serve para distinguir de outros institutos como
a requisição civil.
Coativa: os impostos são fixados no uso do poder de soberania do Estado.
Exigida pelo Estado ou outros entes públicos: o sujeito ativo é sempre o Estado ou
outro ente público.
Sem caráter de sanção: mas às vezes funciona como sanção como nas taxas
agravadas na falta de declaração de rendimentos, podendo mesmo ser
inconstitucional e indo contra o espírito do imposto.
Para a realização de fins públicos: é a receita do Estado para a satisfação de fins
públicos.

Distinção do Imposto de Taxa:

Fazem parte do mesmo grupo: tributos (receitas fixadas coativamente).

Imposto Taxa, 4º nº2


Tributo bilateral: há uma contrapartida
Tributo unilateral
direta (taxa da saúde, de justiça, etc.)
Reserva da lei apenas quanto ao seu
regime geral para a AR (enquanto os
Obedece ao princípio da legalidade fiscal impostos só são criados pela AR,
enquanto taxas já não podem criar, apenas
o seu regime geral)
Tem por base o princípio da capacidade A s s e n t a n o p r i n c í p i o d a
contributiva: afere-se, por regra, nos proporcionalidade: as taxas não devem ser
rendimentos, património e consumo, 4º excessivamente desproporcionadas face
nº1 LGT 1
ao serviço que estão a prestar

A taxa é um tributo. Tem caráter bilateral, associado a uma taxa está uma
contraprestação. Obedece a um princípio de proporcionalidade e não ao princípio da
capacidade contributiva, tem a ver com uma proporção entre o benefício obtido.

A Assembleia da Republica regula a taxa nas suas bases, dizendo quem as pode criar,
quem as pode cobrar e etc.

O imposto é um tributo unilateral, não há uma contraprestação direta, pagamos impostos


quer usufrua dessas coisas ou não. Obedecem a um princípio da relatividade. O que
permite definir se determinada coisa vai gerar um imposto ou quanto, tem de ser legislado
pela Assembleia da Republica, regula todos os elementos essenciais do imposto. Aqui a
reserva é relativa, pode autorizar o governo.

Aqui é proibido a analogia, não há imposto sem a lei (pode haver interpretação
extensiva). Na lei fiscal, como na lei penal a analogia é proibida, e mesmo a interpretação
extensiva tem de ser cuidada, ou seja, tem de haver correspondência no texto da lei ou na
ratio das normas. Antes do sujeito praticar o facto tributário tem de saber aquilo que vai
fazer, ou seja, o sujeito não pode ser surpreendido por isto. A lei tem de conter os
elementos essenciais, para que o contribuinte possa prever o valor.

Também há proibição da retroatividade, temos de poder prever se aquilo que vou fazer
vai gera um facto tributário, naquele momento. Criação de sobretaxa do IRS – situação
vivida em Portugal, na altura da troika, em 2011 ou 2012, sendo por isso uma situação de
retroatividade.
Existe:

Impostos:

Imposto sobre rendimento das pessoas singulares

Imposto sobre rendimento das pessoas coletivas

IVA (imposto sobre a despesa)

Imposto sobre o consumo

Imposto único de circulação

IMI (imposto sobre o património)

IMT (imposto sobre o património)

Imposto único de selo (Algumas verbas são impostos sobre património e outras
não)

O mesmo facto tributário pode gerar duas obrigações de impostos- princípio da dupla
tributação económica. Há normas para mitigar esta dupla tributação. Exemplo: comprar
uma casa, pago imposto de selo e IMT.

Também há dupla tributação internacional- pelo mesmo facto pagar impostos em


Portugal e noutro país. Exemplo: eu resido em Portugal mas às vezes vou dar aulas a
Espanha. Pago impostos nos dois sítios.

Isto as vezes pode por em causa o princípio da capacidade contributiva e às vezes o


legislador pode deixar mitigar.
O que é proibido é a duplicação da coleta- o mesmo facto tributário da mesma pessoa
gera a mesma área de incidência.

Contribuições especiais, 4º nº3 LGT (Lei Geral Tributária)

Contribuições de melhoria: obras públicas que pela sua importância beneficiam


cidadãos especiais, EXPO, Vasco da Gama, CRIP e CREP (Porto, Matosinhos,
Maia, Gondomar). O benefício em especial de que alguns cidadãos irão beneficiar
em especial (terrenos que valorizam, etc.): a capacidade contributiva verifica-se
quando se obtém a licença de construção. Se um terreno valia 100 em 1994 e vale
1000 em 2019 quando obtém a primeira licença de construção, há um ganho de
900 e pode ter uma taxa de 20 ou 30%.Grandes obras públicas que beneficiam
todos, mas beneficiam alguns em especial.

Contribuições do maior desgaste ocasionado: contribuições que são exigidas a


alguns contribuintes porque causam um desgaste maior em obras públicas do que
outros (ex.: camiões com imposto mais elevado que o automóvel porque causam
mais desgaste).

Nas taxas, vigora o princípio da proporcionalidade. No artigo 4 nº2 LGT referem-se as


situações onde pode haver taxas:

• Prestações concretas de um serviço público (taxas de justiça, saúde, etc);


• Utilização de um bem de domínio público (feirantes poderem ocupar via pública,
esplanadas que ocupam via pública, obrigas que obrigam a mudar de passeio);
• Remoção de um obstáculo jurídico ao comportamento dos particulares (atividade
que, em regra, são proibidas, mas poderão ser permitidas em certas situações:
licença de uso e porte de arma de caça, de obras, etc).

Momentos da vida de um imposto:

1.Incidência – fase abstrata:

• Incidência pessoal ou subjetiva- sobre quem incide o imposto;


• Incidência real ou objetiva- sobre o que incide o imposto.

2.Lançamento – fase concreta:

• Determinação em concreto do sujeito passivo da obrigação fiscal;


• Determinação da matéria coletável (ou tributável) : suscetível de obter a coleta.
Suponha-se que uma empresa num ano teve vendas de 100.000 euros. Não se
calcula a taxa de IRC sobre os 100.000 euros, mas sim sobre os lucros. Logo, é
preciso calcular a matéria coletável (valor sobre o qual vai incidir o imposto).
Retirando-se os encargos, houve lucros de 40.000 euros e é sobre este valor que
irá incidir a taxa de IRC.

3.Liquidação – tornar a obrigação certa e liquida (determinação do montante e é aqui


que a obrigação se torna exigível) : a obrigação torna-se certa e liquida quando se aplica a
taxa à matéria coletável.

• Determinação da coleta mediante a aplicação da taxa à matéria coletável;


• Deduções à coleta (caso as hajam);
• Com o objetivo de apurar o imposto a pagar.

4.Cobrança - pagamento

• Pagamento voluntário;
• Cobrança coerciva.

São quatro os momentos da vida de um imposto ou três desdobrados em quatro. Temos


quatro momentos incidência; Lançamento; Liquidação e a Cobrança. Ou então poderia
ser entendido em três momentos a incidência; Lançamento/ Liquidação e a cobrança.

No código do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares: o capítulo III “Taxas”
não se refere ao tributo, mas sim a uma taxa aplicável à matéria coletável.

Classificação dos impostos:

1.Imposto sobre o rendimento: atende à fonte produtora do rendimento. Visa atingir a


capacidade contributiva revelada através dos rendimentos.
• IRS (imposto sobre o rendimento das pessoas singulares): só estão abrangidos
pela incidência pessoal/ pessoas físicas;
• IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas): Por exemplo, a herança
jacente não tem personalidade jurídica, mas tem personalidade tributária.
• Algumas verbas do imposto de selo. Por exemplo, Jogos de apostas.

2.Imposto sobre o património: atende à transmissão e titularidade do património.


• Transmissão: Onerosa ou Gratuita. Quanto à transmissão onerosa temos IMT
que é uma receita municipal imobiliária e o IS (imposto de selo), o IS é uma
atividade financeira de Bancos e Seguros (livros de cheques; garantias;
empréstimos, seguros e etc). Quanto à transmissão gratuita (mortis causa e inter
vivos) pode ser por IS (pessoas singulares) ou IRC (pessoas coletivas).

• Titularidade: IMI (o valor tributável é o VPT- valor patrimonial tributário)


3.Imposto sobre o consumo: Atende à riqueza no momento em que esta é gasta ou
consumida.
• Geral – abrange todas as transmissões onerosas e prestações de serviços
onerosos. Por exemplo o IVA (imposto sobre as várias fases de produção que
acrescem ao valor).
• Especiais (IEC`s) – ISP (imposto sobre produtos petrolíferos); ISV (imposto
sobre os veículos); IST (imposto sobre o tabaco); IABA (imposto sobre álcool e
bebidas alcoólicas).

Impostos periódicos : A relação jurídica fonte da obrigação de imposto tem na sua base
situações estáveis, que se prolongam no tempo, renovam-se todos os anos. (exs. IRS,
IRC, IMI).

Impostos de obrigação única: A relação jurídica fonte de obrigação do imposto tem na


sua base um facto ou ato isolado (ex. IMT, IS).

Principal importância prática:Contagem dos prazos de caducidade da liquidação e da


prescrição da obrigação do imposto.

Impostos diretos: incide sobre o rendimento na sua fonte (São impostos diretos aqueles
que, atingindo manifestações imediatas da capacidade contributiva, têm por pressuposto a
própria existência duma pessoa, dum património ou dum rendimento. Incide sobre o
rendimento. Ex: IRS e IRC).

Impostos indiretos: sobre o património ou a despesa (São impostos indiretos aqueles


que, atingindo manifestações mediatas da capacidade contributiva, tributam a despesa, a
transferência de bens ou outras manifestações indiretas da capacidade contributiva. São
impostos sobre o património ou a despesas. Ex: todos os outros).

-Na CRP, na LGT e no TUE:


•Imposto Diretos: Rendimento e Património;
•Imposto Indiretos: Consumo.

-No art. 736º, n.º 1 do Cód. Civil:


•Imposto Diretos: Impostos periódicos;
•Imposto Indiretos: Impostos de obrigação única.

Impostos de quota fixa: A lei determina que o montante de imposto a pagar resulta de
uma importância fixa. (ex.: Contribuição audiovisual) Será aquele que diz “será 1000
euros de imposto”, ou seja, o imposto é sempre o mesmo. Não tem em conta o princípio
da capacidade contributiva. O que têm de característico, além do mais, a dispensa de uma
liquidação (stricto sensu), já que o montante da coleta consta da própria lei.
Impostos de quota variável: a capacidade contributiva só se consegue aplicar se o
imposto for de quota variável. O valor do imposto altera à medida que altera a matéria
coletada:

• Proporcionais: Se a variação da proporção ou taxa for ascendente, elevando-se


até certo máximo em função da matéria coletável - quanto maior a matéria
coletável maior é a taxa, e isto sim é um reflexo da capacidade contributiva, mas
para evitar discrepâncias esta é feita por escalões.

• Progressivos: Seja esta variação numa proporção ou taxa fixa - a taxa mantém-se
fixa independente da matéria coletada.

• Regressivos: Se a variação da proporção ou taxa for descendente, diminuindo até


certo mínimo da matéria coletável - aquele que à medida que a matéria coletada
aumentasse a taxa ia diminuindo. Neste momento não existe, só com carácter
excecionais.

IRS (Imposto sobre o rendimento de pessoas singulares):

O IRS é tomado como exemplo de todos os outros impostos, apesar de serem diferentes.

O IRS é um imposto sobre o rendimento das pessoas singulares. É um imposto sobre o


rendimento.

É um imposto direito, incide sobre o rendimento na sua fonte. É um imposto periódico. É


de quota variável. É progressivo, por escalões. Também é um imposto único, é o único
imposto sobre este tipo de rendimento de pessoas singulares.

O IRS incide sobre o produto de uma determinada atividade.

Temos de ter em consideração, além do princípio da capacidade contributiva, o princípio


é de que a meteria coletável deve der determinada em matéria real e não em presunção.
Hoje em dia há 6 categorias de IRS:

1. Categoria A- são tributados rendimentos do trabalho dependente e equiparados.


Exemplo: contratos de trabalho; funcionários públicos.

1. Categoria B- esta hoje em dia abrange a categoria C e D. São os rendimentos que


as pessoas tenham resultantes do comércio, da prestação e serviços, da
agricultura, indústria, quando as pessoas o exercem individualmente.

1. Categoria E- rendimentos de capitais. O que me é tributado é o fruto do meu


dinheiro. Exemplo: lucros das sociedades.

1. Categoria F- rendimentos prediais- são os frutos civis que os meus imóveis dão.
Exemplo: eu tenho um terreno arrendado.

1. Categoria G- Mais valias e outros incrementos patrimoniais. Esta gera-se quando


eu compor por X e vendo por Y; sinais exteriores de riqueza; acréscimos
patrimoniais não justificados. Exemplo: tenho um imóvel que comprei por
100000€ e vendi por 200000€.

1. Categoria H- pensões. Exemplo: pensões de reforma; pensões de invalidez.

3. Fontes de Direito Fiscal

Tem na sua base as fontes de Direito.

Princípio jurídico-constitucionais da tributação

De caráter formal (quem,como e quando se tributa):

• Princípio da legalidade fiscal - Não podemos confundir com a princípio da


legalidade. O princípio da legalidade fiscal está dirigido ao legislador. O princípio
da legalidade dirige-se à administração pública. Este tem como valor a segurança
jurídica dos contribuintes.

• Princípio da segurança jurídica (art.2º CRP) – Já teve mais importância do que


tem hoje em dia. Dado que ia beber influência à segurança jurídica uma vez que
não estava diretamente na lei. Tinha mais importância porque o princípio da não
retroatividade da lei fiscal não vigorava na constituição fiscal.

De carácter material (do quê e do quanto se tributa):

• Princípio da igualdade fiscal (ancorado no princípio da capacidade contributiva) -


O valor desta é a justiça fiscal.

• Princípio consideração fiscal da família (arts. 67 nº2 f) e 104 nº1 da CRP) -


Aquilo que é considerado fundamental liga-se aos princípios. Os valores
expressos são: segurança e justiça. São sempre este que estão em confronto e há
alturas em que um quer prevalecer sobre o outro.
O principio da legalidade fiscal e o principio da igualdade fiscal moldam as relações
jurídicas fiscais.

Princípio da legalidade fiscal

Tradicionalmente a tutela dos contribuintes face ao poder tributário limitava-se,


fundamentalmente, ao princípio da legalidade fiscal, entendido como um qualificado
princípio da legalidade da administração. Uma ideia que, salienta-se, enquanto vigorou o
estado de direito liberal ancorado no conceito racional de lei, não deixou de traduzir uma
tutela dos contribuintes próxima da que atualmente reclamamos dos princípios materiais.
Com efeito, entendida a lei como uma expressão da razão ou da justiça e havendo, por
conseguinte, uma correspondência necessária entre a forma de lei e o seu conteúdo
racional ou justo, a reserva dos impostos à lei tinha por efeito automático remeter estes
para um critério material de justiça. Foi abandonado, porém, este entendimento.

O princípio da legalidade fiscal é um princípio fundamental. O princípio da legalidade


fiscal tem na base a ideia de:

Ideia de autotributação - segundo o qual os impostos devem ser consentidos pelos


próprios contribuintes. Esta ideia remonta à idade média, e que tem expressão em
numerosos documentos medievais entre os quais é de destacar a celebre Magna
Carta Libertatum.

Os impostos antes tinham uma ideia de exceção, contudo e tendo como ideia de
sacrifício por parte dos cidadãos.

Visa tutelar o valor da segurança jurídica na tributação;

Garantia das garantias dos contribuintes;

Formulação constitucional Artigo 165º nº1 i) e 103º - O Artigo 165º nº1 i) indica
que, em principio, é da competência da Assembleia da República legislar sobre os
impostos, só esta é que pode criar impostos. O princípio da legalidade fiscal
resulta da conjugação do Artigo 165º nº1 i) e 103º. Quem cria o imposto é a
Assembleia da República porque é o órgão declarativo eleito pelo país. Os
impostos é uma reserva quanto à criação e sistema fiscal, ao contrário que nas
taxas é diferente no que diz respeito ao regime geral das taxas. Os municípios
podem criar taxas, mas não o podem criar claramente os impostos.

Este princípio desdobra-se em duas vertentes:

a)Reserva de lei (formal)

• intervenção de lei parlamentar Artigo 165º i), 1ª parte CRP

A expressão “lei” é muito ampla. Mas quando se usa esta expressão “lei formal”, aqui há
uma reserva de competência legislativa a favor da Assembleia da Republica. Quando
vemos aqui leis que são aprovadas por decretos- lei, o Governo pode aprovar leis com
decretos-lei, mas com base numa lei de autorização legislativa, esta lei diz qual é o
âmbito, as taxas…, mas quando o Governo não esteja no âmbito da lei de autorização há
uma inconstitucionalidade. Mas a Assembleia da Republica tem sempre a ultima palavra,
podendo aprovar, alterar e etc.
• Conceito de elementos essenciais de imposto Artigo 103º nº2 n nº3 CRP

A leitura da alínea i) do Artigo 165º nº1 dá-nos a ideia de amplitude, no entanto, temos
de conjugar estes artigo com o Artigo 103º nº2 e nº3.
Os 4 elementos que dizem o nº2 do Artigo 103º são os elementos fundamentais dos
impostos.
Qual o sentido a dar a expressão “lei” do nº2? É no seu sentido formal, lei da AR no
âmbito da competência relativa.
Mas o nº3 do Artigo 103º CRP diz que ninguém tem de pagar impostos que não foram
criados nos termos da lei.
Conjugando o nº2 com o nº3 concluímos que apenas é abrangido pelos termos da lei
formal os elementos formais do imposto. Sendo que a palavra “lei” na última parte do
artigo (liquidação e cobrança) deve ser entendida como um ato legislativo (não é uma
reserva de lei formal, mas reserva de lei- reserva de ato legislativo, tem de ser regulado
por um ato legislativo- lei ou decreto-lei- e não um regulamento). Nas regras relativas à
liquidação e cobrança trata-se de uma reserva de lei, embora tenha de ser objeto de um
ato legislativo, o Governo não precisa de autorização da AR porque ele tem competência
para tal.
Normalmente, as questões de inconstitucionalidade são relevantes quando prejudicam os
particulares, quando estas são a favor dos contribuintes, estes tendem a diluir-se. Porquê?
Porque está em causa a segurança jurídica dos contribuintes.

• Reserva de lei – art.103 nº3 CRP

b) Reserva material (lei)

⁃ Princípio da tipicidade

Este diz que os elementos tipificadores do imposto têm de estar tipificados, enumerados
na lei.

Consequências: proibição da integração analógica (aqui temos na base as lacunas, aqui


as situações não estavam previstas no espírito nem na letra da lei), esta não é permitida
relativamente aos elementos fundamentais. Isto traz segurança, o contribuinte tem de ter a
segurança jurídica, isto é, antes de praticar o ato, saber qual era o regime aplicável.

⁃ Princípio da determinação – 103 nº2 CRP

Exige-se que as leis estejam suficientemente tipificadas. A lei tem de ser suficiente por si
só, o regime está de tal modo detalhado de modo a que não seja necessário novo
documento para perceber. Não basta que a lei preveja os elementos essenciais, esta tem
de ser de rever tudo e ser bastante desenvolvida para que todo o seu regime esteja na lei.
Consequências: proibição de desenvolvimento regulamentar, da atribuição de
discricionariedade à administração tributária e utilização de conceitos indeterminados.

Atenuação: princípio da praticabilidade (fundamento: luta contra a evasão e a fraude


fiscal)

Os princípios nunca se revogam, atenuam-se.

Serve para atenuar o rigor anteriormente referido. A atenuação traduz-se na atribuição de


poder discricionário à administração fiscal e conceitos indeterminados, sempre com base
na luta contra a evasão e fraude fiscal. Dar instrumentos à administração fiscal, mas isto
pode dar alguma insegurança aos contribuintes.

Princípio da igualdade fiscal

O princípio da igualdade fiscal sempre se reconduziu a uma específica expressão do


princípio geral da igualdade. Ao princípio da igualdade entendido não no seu sentido
formal ou igualdade perante a lei, como foi o que prevaleceu em meados do século XIX,
mas sim no seu sentido material ou igualdade na lei. Mesmo nas contribuições liberais, a
previsão específica do princípio da igualdade fiscal, como uma igualdade material
enquanto pautada pela capacidade contributiva, contraposta ao entendimento que
prevaleceu do princípio geral da igualdade, como uma igualdade formal, não teve
consequências de maior, em virtude do caráter programático que, por via de regra, foi
2
atribuído aos preceitos constitucionais concernentes ao princípio da capacidade contributiva

• Visa tutelar o valor da justiça fiscal, ou seja, a abolição das discriminações em


matéria de impostos.
• Formulação constitucional – art.13º

Este princípio desdobra-se em duas vertentes:

1.Generalidade ou universalidade

Todos os cidadãos devem estar obrigados ao cumprimento do dever de pagar impostos,


independentemente de distinções de qualquer espécie.

2.Uniformidade

Aquele dever seja aferido por um mesmo critério- o critério da capacidade contributiva.
Igual imposto para os que dispõem de igual capacidade contributiva (igualdade
horizontal).
Diferente imposto para os que dispõem de diferente capacidade contributiva
(igualdade vertical).

Princípio da capacidade contributiva

a)Função garantística

Só devem ficar sujeitos aos impostos os que têm capacidade contributiva (≠capacidade
económica) e, portanto, podem pagar tributo.

b)Função solidária

Desde que haja capacidade de pagar todos devem contribuir para as despesas públicas na
medida da sua capacidade Artigo 4º nº1 LGT.

Consequências:
• não tributação do mínimo da existência -artigo 70º do Código do IRS – ninguém pode
ficar com o rendimento líquido depois de pagar imposto inferior a 9. 150 euros (mínimo
de existência);
• proibição de impostos confiscatórios.

Recorte constitucional do sistema fiscal - artigo 104º CRP

Este artigo tem um caráter dogmático que tem a ver com a filosofia dos impostos em si.
O Artigo 104º CRP tem 4 números.

Imposto sobre o rendimento pessoal nº1

Quando falamos disto estamos a referir-nos aos impostos sobre rendimento das pessoas
singulares, pessoas físicas, todas as outras realidades é o IRC.

A tributação das empresas nº2

Esta incide sobre o seu rendimento real. A relevância disto é que isto visa contrapor uma
realidade que existia antes do 25 de Abril em que a maior parte dos impostos ocorria por
presunções. Agora, a base da tributação é a declaração dos contribuintes, ou seja, os seus
rendimentos.
A expressão “fundamentalmente” indica que há situações em que é permitido a tributação
com base em presunções. Retiraram-se as presunções que eram prejudiciais para o
contribuinte, hoje em dia, isto só acontece em casos muito específicos de combate à
infração fiscal.

A tributação do património nº3

Esta contribui para a igualdade dos cidadãos.


A tributação do consumo nº4

Os impostos de consumo são todos definidos pela EU, logo, temos de adotar a estrutura
em que estes estão definidos na EU. Logo, isto não tem aplicação prática, o que vigor
aqui são os princípios definidos pela EU.

3.1 Outras fontes de direito fiscal

Convenções para evitar a dupla tributação

Cada vez é mais vulgar ter operações que têm contacto com mais do que um
ordenamento jurídico, logo, temos de ter em atenção as convenções aplicáveis nestes dois
ordenamentos jurídicos.

Estamos a falar de convenções que são bilaterais, entre dois países, isto é direito
internacional público.

Isto serve para captar investimento estrangeiro.

Direito da União Europeia

Este é fundamental a nível fiscal.

Um dos aspetos muito importantes que está em cima da mesa é que as medidas fiscais
possam a vir ser aprovadas por maioria e não por unanimidade.

a) Harmonização legislativa

Disciplina dos impostos indiretos –IVA e IEC’s

Aspeto avulsos da tributação direta (exemplos: regime fiscal comum aplicável às


sociedades mãe e sociedades afiliadas de diferentes Estados membros; juros e
royalties pagos por sociedade associadas)

Como a Europa quer uma maior interligação das empresas, há diretivas nesse sentido.

a) Harmonização jurisprudencial (muito importante no âmbito do direito da união


europeia, porque tem regras que permite mudas os sistemas fiscais):

Com base em vários princípios como sejam o da não discriminação em razão da


nacionalidade, livre circulação de pessoas; livre circulação de capitais; livre
circulação de mercadorias e etc.
Quer por via do mecanismo do reenvio prejudicial, quer através de ações por
incumprimento. (Tribunal de justiça da união europeia - poder exclusivo de
interpretar as normas, fixando a interpretação da norma; e tem força de lei
(obrigatória). Assim, o mecanismo do reenvio prejudicial serve para o tribunal de
justiça da união europeia interprete a norma que suscita dúvida num determinado
estado, e sendo assim o tribunal interpreta e reenvia ao estado que suscitou a
dúvida, prejudicial porque prejudica o normal desenvolvimento dos processos).

As leis ordinárias

Os regulamentos

Estes são muito relevantes.

Os regulamentos são normas jurídicas geris e abstratas que provêm da função


administrativa.

a) Regulamentos internos e externos (externos: produzem efeitos externamente –


verdadeiras normas jurídicas – exemplo: portarias – apenas provem da função
administrativa; internas: apenas produzem efeitos internamente, ou seja,
produzem efeitos jurídicos apenas dentro da administração, não vinculando os
particulares nem tribunais).
A problemática das orientações genéricas (arts. 55º e 56º do CPPT e art. 68º-A
LGT); (definir a interpretação a adotar determinadas normas para que não divirja.
No entanto, pode existir a ideia de que estas orientação são fontes de direito,
contudo não o são, são apenas regulamentos internos, apesar da sua importância
prática).

Jurisprudência

a) As declarações, com força obrigatória geral, da inconstitucionalidade e de


ilegalidade pelo Tribunal Constitucional Artigos 281º e 282º CRP;

a) As declarações de ilegalidade pelos TCA Artigo 38º nº1 c) ETAF - Estes tribunais
são de 2ª instância, equivalem à relação;

a) Acórdãos de uniformização de jurisprudência pela STA Artigos 27º b) ETAF e


280º CPPT - Quando o sistema de pirâmide não funciona, por vezes, temos
jurisprudência de tribunais superiores diferentes. Quando há acórdão
contraditórios, podemos recorrer para o pleno STJ e este dá uma jurisprudência
uniformizada que vincula os tribunais inferiores, são obrigatórios para estes;

a) Acórdãos de TJCE em matéria fiscal – autoridade de precedente - São muito


importantes, estes são verdadeiras fontes de direito e são muito importantes no
âmbito do direito fiscal.
4. Interpretação das normas jurídico-fiscais Artigo 11º LGT

Rejeição das teorias específicas na interpretação das normas jurídico-fiscais

O nº1 do Artigo 11º LGT adotou a orientação no sentido de que às normas fiscais são
inteiramente aplicáveis os princípios gerais da interpretação. Este nº1, indica que não há
regras especiais, aplica-se ao direito fiscal as regras gerais de interpretação.

Todavia, numa aparente contradição, o nº3 do Artigo 11º LGT parece ter consagrado a
teoria da interpretação económica. O nº3 é uma parente contradição do nº1, este nº3
indica que uma das teorias de interpretação, devemos olhar para a realidade económica
em detrimento da realidade jurídica.

O nº2 do Artigo 11º LGT refere-se à questão da utilização, nas normas


fiscais, de termos próprios de outros ramos de direito. À partida quando o
legislador fiscal utiliza expressões típicas ou ramos de direito, nos devemos ir
aquele ramo de direito ver esse sentido, salvo se outro entendimento decorrer
diretamente da lei.
Exemplo: IMT (p.891º - artigo 2º - código do imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis).

4.1 Integração das normas jurídico-fiscais Artigo 11 LGT

Consagração da proibição da integração de lacunas no domínio dos elementos


essenciais dos impostos fundados no princípio constitucional da legalidade fiscal.
Isto está consagrado no nº4 do Artigo 11º. Quando estamos perante uma lacuna,
uma situação em que não é regulada pela lei, nem pela letra nem pelo espírito, a
resolução disto é pela analogia.

No que respeita ao direito fiscal isto não é possível.

Devemos dividir este nº4 em duas partes:

Artigo 11º nº4 1ª parte LGT:


“As lacunas resultante das normas tributárias abrangidas na reserva de lei da Assembleia
da República (…)”

Aqui podemos afirmar que há normas que são abrangidas e normas que não são
abrangidas. Nem todas as normas tributárias estão abrangidas pela reserva de lei da AR
só estão aquelas que se referem aos elementos essenciais dos impostos. Logo, estas
normas é que não são passiveis de interpretação analógica.

Reserva de lei (formal)


Intervenção da lei parlamentar Artigo 165º nº1 i) 1ª parte CRP

Logo, não é possível a interpretação analógica, porque vigora o princípio da tipicidade,


este tem como base a reserva de lei formal da AR, logo, tem de ser esta a legislar sobre
isto. Este princípio proíbe que haja lacunas.

Isto proíbe a interpretação analógica, não proíbe a interpretação extensiva, quando está no
espírito da lei já podemos plicar aquela norma a uma situação que não é abrangida pela
letra da lei mas sim pelo espírito.

Conceito de elementos essenciais do imposto Artigo 103º nº2 CRP

O que este princípio proíbe é que exista uma lacuna.

Exemplo: A lei dizia que havia uma tributação para os relógios de pulso, mas não para os
relógios de parede? Se o legislador disse que era para os relógios de pulso, o interprete
não pode aplica-lá aos relógios de parede, porque nem o espírito nem a letra da lei ela se
estaria a referir a este relógio.

Todavia isto não proíbe a interpretação extensiva, quando está no espírito da lei, podendo
aplicar aquela norma a uma situação que não é abrangida pela letra da lei, mas sim pelo
espírito.

Artigo 11º nº4 2ª parte LGT


“(…) não são suscetíveis de integração analógica”

Reserva material (lei)

Princípio da tipicidade

Este tem como consequência a proibição de integração analógica, porque se for admitida
está a violar a reserva de lei da AR.

Consequência: proibição da integração analógica, tem que estar expressamente previsto


na lei.

4.2 Aplicação no tempo das normas jurídico-fiscais

É uma área com muita relevância, isto porque dada a rotatividade do direito fiscal.

A questão aqui relevante é a da sucessão das leis no tempo.

As regras relativas à revogação também são relevantes: revogação do sistema (o


legislador não revoga expressamente nem tacitamente, daqui resulta da nova lei que o
legislador quis substituir todo o regime: com intenção que todas as normas do regime
anterior fossem revogadas).
Princípio da proibição da retroatividade da lei fiscal – este princípio já era
aceite, mas não estava expresso até esta revisão constitucional, e era retirado do
princípio da segurança jurídica. Hoje em dia, esse problema já não existe, pois
está consagrada na CRP, e está concretizada no artigo 12º LGT.

o Art. 103º, n.º 3 da CRP: “Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos (…), que
tenham natureza retroativa”

Art. 12º, nº 1 da LGT:“As normas tributárias aplicam-se aos factos posteriores


à sua entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer impostos retroativos”
- Princípio da proibição da retroatividade da lei fiscal

O elemento essencial desta norma é “factos posteriores à sua entrada”. Ou seja, o facto é
o que nos indica se é retroativa ou não, e o facto é o facto jurídico que crie, modifique ou
extingue um ato jurídico. =facto gerador do imposto = facto tributário. O facto
gerador ocorre quando se verificam os pressupostos de facto previstas abstratamente nas
normas de incidência, isto é, normas de incidência pois são as normas que nos diz quem e
o que está sujeito a imposto, sendo que o facto gerador ocorre quando por exemplo o
João começou a trabalhar na empresa X23 e aferiu rendimento.

Não confundir o nascimento do facto gerador com a exigibilidade. Quando é que uma
obrigação é exigível? Quando a obrigação se torna certa e líquida.

Exemplo: António no dia 12/03/2019 comprou um imóvel – aqui deu-se o facto gerador.
No dia 14/03/2019 entrou em vigor uma nova lei. Logo, esta lei não se aplica a António,
pois a lei nova só se aplica para o futuro. Suponha agora que em 2021 se descobre que
afinal A não adquiriu o imóvel por 100000 euros, mas sim por 150000 euros. A lei que se
aplica é a lei que estava em vigor na mesma quando aconteceu o facto gerador, apesar
de isto ocorrer em 2021.

A interpretação autêntica é aquela que é feita pelo legislador, quando sai uma norma
interpretativa. Esta só tem lugar, quando resulta da mesma norma 2 interpretações
possíveis contraditórias. A norma interpretativa irá produzir efeitos desde a entrada em
vigor da lei que está a interpretar – efeitos retroativos.

Nos impostos de obrigação única é mais fácil porque há um momento e um dia em que
está definido. O que é mais difícil e que levantava algumas questões, é que num dos tipos
de impostos de formação sucessiva – são impostos que o facto gerador vai-se formando
ao logo do ano – aqui o problema é que se a lei altera? Havia muitas doutrinas, e por
isso no nº2 do artigo 12º temos uma solução – ou seja, a lei nova só se aplica ao período
decorrido a partir da sua entrada em vigor. No entanto, o legislador tem o cuidado de
introduzir especialmente alterações no início do ano. Todas as alterações feitas ao longo
do ano aplica-se a todos os rendimentos obtidos, contudo isto não é fazível na prática.

Qual é o valor que o princípio da não retroatividade visa tutelar?


Segurança jurídica, legitima expetativa. Esta norma está a violar a CRP, logo é
inconstitucional.
Contudo foi-se para o tribunal constitucional. O tribunal constitucional entende que esta
proibição abrange apenas a retroatividade autêntica , ou própria, da lei fiscal, abrangendo
apenas os casos em que o facto tributário que a lei nova pretende regular já tenha
produzido todos os seus efeitos ao abrangido da lei antiga, excluindo do seu âmbito
aplicativo as situações de retroatividade ou de retroatividade imprópria , ou seja, aquelas
situações em que a lei é aplicada a factos passados mas cujos os efeitos ainda perduram
no presente, como sucede quando a lei é aprovada até ao final do ano a que corresponde o
imposto.

Isto é, quando estamos a falar dos impostos de formação sucessiva, em que a sua
formação é durante o ano, o facto só está pleno em 31 de dezembro. Segundo esta teoria a
proibição de não retroatividade é só a autêntica, é só em que a lei nova entrou em vigor
no dia 1/01. Eu só sei o imposto que vou pagar no dia 1 do ano seguinte, não é
retroatividade imprópria do artigo. Segundo o tribunal constitucional isto é não violar o
princípio da não retroatividade.

Questão sobretudo relevante no que respeita aos impostos de formação sucessiva


(IRS e IRC) – art- 12º, n.º 2 LGT
Assim, nos casos de retrospetividade ou de retroatividade imprópria, haverá que
apelar aos princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança dos
contribuintes.

Aplicação imediata da lei nova aos procedimentos e processos em curso, com duas
exceções: (normas relativas aos processos formais)

Art. 12º n.º 3 da LGT:

Se afetar garantias, direitos ou interesses legítimos anteriormente constituídos dos


contribuintes - Aplicação no tempo das normas jurídico-fiscais. Exemplo: O
contribuinte tinha um certo prazo para reclamar. No entanto, entre uma nova lei que
reduz o prazo. Isto não é admissível, porque A já tinha o direito adquirido.

Art. 12º nº 4 da LGT:


Normas que, embora respeitantes ao procedimento de determinação da matéria
tributável, tenham por função o desenvolvimento de normas de incidência.

Temos de ver se uma norma está na parte respeitante ao procedimento em matéria


tributável, não é de aplicação imediata.

Normas sancionatórias fiscais:

Art. 29º nº 4 da CRP: Aplicação do regime que concretamente se revele mais


favorável ao agente.
Pode haver uma norma que estabelece uma punição mais baixa, mas deixou de
prever uma atenuante, e por isso pode resultar uma pena mais agravada. A norma que se
aplica é aquela que no conjunto da aplicação de todas, seja mais favorável.

5. Relação jurídico fiscal

Relação jurídico fiscal e obrigação fiscal

Obrigação fiscal

Vínculo jurídico nascido da verificação dos pressupostos abstratamente definidos na lei


tributária e cujo objeto é a prestação de imposto.

Estamos perante uma relação obrigacional “dever de pagar-poder de exigir”

Ou seja, ao dever de pagar impostos contrapõe-se o direito de exigir, o qual é detido pelo
Estado (ou outras entidades públicas), credor da obrigação tributária.

Todavia, as relações tributárias entre o Estado e o cidadão existem mais obrigações não
se esgota nesta obrigação.

Para além da obrigação fiscal, que é a obrigação central do fenómeno “imposto”, surgem
obrigações de diversa natureza a que dá origem, e das quais podem ser sujeitos passivos
não só os contribuinte, mas também outras pessoas, estranhas à obrigação do imposto
(ex: obrigações de se sujeitar a inspeções; obrigações de emitir recibo).

Assim temos (Artigo 31º LGT):

Obrigação principal: obrigação de efetuar o pagamento da prestação tributária

Todas as outras que não se traduzam na obrigação de pagar imposto são obrigações
acessórias da principal porque todas têm o propósito do pagamento do imposto.

Obrigações acessórias: visam possibilitar o apuramento da obrigação do imposto.


Todas as outras que não se traduzem na obrigação de pagar imposto são
obrigações acessórias da principal porque todas têm o propósito do pagamento do
imposto. Por exemplo: obrigação de prestar declarações, de emitir recibos, de
conservar documentos, fornecer informações, sujeitar-se a fiscalizações, etc. Tudo
o que não seja pagar imposto é obrigação acessória.

Este conjunto complexo de obrigações (principal e acessória) é que nos fornece o


conceito de Relação jurídico-fiscal é o conjunto de direitos e obrigações de por
exemplo decorrentes de um facto gerador, relação jurídica entre o contribuinte e o
estado.
O não cumprimento de qualquer uma delas faz que estejamos perante um ilícito e este,
por regra, gera uma sanção. Exemplo: em situações de insolvência ou desorganização de
empresa, as empresas não entregam o IVA e etc., estamos aqui sujeitos a uma
fiscalização oficiosa e nasce uma obrigação de imposto.

Agora quando nos referimos a obrigação fiscal estamos a referir-nos ao pagamento de


imposto.

Características da obrigação fiscal (está a pensar no pagamento fiscal – obrigação


principal)

Sendo a obrigação fiscal uma obrigação, a sua estrutura não de distingue das obrigações
civis - obrigações de crédito.
Aqui temos:

Sujeito ativo este é titular do direito de exigir uma prestação;

Sujeito passivo que tem a obrigação de efetuar uma prestação.

Delas deferindo unicamente pelo seu regime jurídico, o que se compreende,


nomeadamente, tendo em conta a sua especificidade e os interesses de caráter publico
aqui subjacentes.

Chamamos características porque fazemos um paralelismo, na medida em que se


distinguem das caraterísticas civis.

Obrigação legal: é uma obrigação ex lege, que tem por fonte a lei, nasce do
encontro do facto gerador com a hipótese legal (Artigo 36º nº1 LGT).

Um facto nasce da lei porque se verificaram em concreto os pressupostos previstos em


abstrato na lei.

A principal fonte nas obrigações civis são os contratos, mas também pode acontecer que
aconteçam com base na lei (exemplo: acidentes de viação).

Obrigação pública: sua disciplina jurídica integra o Direito Publico (o que tem
como consequência, por exemplo, a presunção de legalidade do ato de liquidação)

Esta obrigação pública, tem efeitos muito importantes, tem a presunção da legalidade.
Aqui temos o princípio da legalidade diz que a administração pública só pode atuar
quando tem uma lei que a permite. Por outro lado temos a circunstância de subjacente a
atuação da administração pública está um interesse público. Isto faz com que se atribuía a
administração pública e a administração fiscal o privilégio de execução prévia (a
administração pode atuar logo em necessidade de ir ao tribunal efetivar o seu direito, o
particular é que pode depois ir contestar) porque o que está aqui em causa a subsistência
do Estado.

Nas obrigações civis isto acontece porque estas não beneficiam desta presunção. O
particular tem de ir ao tribunal pedir uma declaração de uma sentença numa ação
declarativa e depois é que tem direito a um título executivo de modo a poder recorrer à
ação executiva.

Obrigação indisponível e irrenunciável: ao credor não cabem quaisquer poderes


para conceder moratórias, adquirir o pagamento em prestações ou conceder o
perdão da dívida (Artigos 29º nº1, nº3; 30º nº2; 36º nº3 LGT; 85º nº3 CPPT)

Temos aqui uma obrigação pública, o que significa que o sujeito ativo não tem ao seu
dispor o renunciar o seu poder de cobrar, tem a obrigação de cobrar.

Ligando isto com o princípio da legalidade fiscal, o sujeito ativo não é a assembleia da
república, este podem criar mas não são sujeitos ativos na relação, o sujeito ativo é a
administração fiscal e esta tem de agir de acordo com a lei. Aqui o credor tem de
obedecer à lei.

Quando há um perdão fiscal quem cria isto é o legislador.

Um particular pode dispor do seu crédito, pode renunciar.

Obrigação especialmente garantida: as garantias especiais de que se beneficia o


crédito tributário, colocam o credor tributário numa posição vantajosa face ao
credor comum.

A garantia geral de qualquer credor é o património do devedor, mas se o credor civil


quiser garantias especial tem de negociar.

Nas obrigações fiscais estas quando nascem já beneficiam de garantias especiais.

6. Personalidade e capacidade jurídica

6.1 Personalidade e capacidade tributárias

Personalidade tributaria (Artigo 15º e 16º nº2 LGT)

Suscetibilidade de ser sujeito (ativo e passivo) de relações tributárias.

Capacidade tributária (de gozo): qualidade de ser titular de direitos e deveres tributários.

Por regra, os detentores de personalidade jurídica são sujeitos passivos das relações
jurídico-tributárias, a não ser que a lei fiscal diga o contrário.
Ou seja, quem ter personalidade jurídica nos termos civis faz com que se tenha
capacidade tributária.

Situações em que considera sujeitos tributários entidades desprovidas de


personalidade jurídica (exemplo: Artigo 2º CIRC)

Situações em que não considera sujeitos tributários entidades detentoras de


personalidade jurídica (exemplo: Artigo 6º CIRC- regime da transparência fiscal,
chamam-se isto porque as realidades que se atende, a atividade económica, não é
feita por elas mas sim por outras, então vamos diretamente aos outros. A atividade
da sociedade é a atividade dos sócios, quando isto acontece, isto são chamadas
sociedades profissionais, o legislador tributa diretamente os sócios, segue as regra
do código do IRC para apurar o rendimento coletável e imputa-o nos sócios de
acordo com a sua quota)

Nota: o agregado familiar (Artigo 13º CIRS) não constituiu sujeito passivo de IRS, mas
apenas uma unidade fiscal. Nos termos deste artigo, os sujeitos passivos é a quem
incumbe a direção do agregado familiar. No caso de incumprimento, o sujeito ativo exige
o pagamento de imposto ao sujeito passivo.

O que não impede que qualquer dos cônjuges possa praticar todos os atos relativos à
situação tributária do agregado familiar ou atos relativos aos bens e interesses do outro
cônjuge (Artigo 16º nº5 e 6 LGT)

Presume-se que um ato praticado por um dos cônjuges é no interesse do agrado familiar.

Capacidade tributária de exercício (ou de agir): medida dos direitos e deveres que cada
sujeito pode exercer e cumprir por si – menores, interditos, inabilitados.
Suprida através da representação legal.

Outras situações de representação legal: Artigo 19º nº5 a 7 LGT; Artigo 130º CIRS;
Artigo 126º CIRC e Artigo 30º CIVA.

Questão relativa à responsabilidade Artigo 27º LGT

Este artigo no seu nº1 refere os gestores de bens e direitos e estes são responsáveis
solidários.

Exemplo: um emigrante deixa uma procuração para alguém vender um imóvel.

No nº2 refere-se que o gestor de bens e direitos não é a mesma coisa que representante
fiscal (em termos do Artigo 19ºnº6 diz que os sujeitos passivos residentes no estrangeiro
ou pessoas que se ausentem por mais de 6 meses tem de se nomear um representante mas
conjugando isto com o nº8, isto só é necessário se for para fora da união europeia, mas o
representante fiscal não é responsável solidariamente).

Toda a representação fiscal não implica a responsabilidade do imposto, exceto a


representação fiscal do IVA, esta é responsabilidade solidária.

Isto é um mandato tributário (Artigo 5º nº2 CPPT) O artigo 6º diz-nos quando é que
isso é necessário.

Gestão de negócios ver Artigo 17º LGT

É uma figura que no direito fiscal pode ser importante, uma vez que é um instrumento
técnico que pode ser utilizado quando necessitamos de praticar um ato e não temos
disposição legal para tal, usamos a gestão de negócios. Todavia tem uma particularidade
no nº3 deste artigo, isto é, em caso de cumprimento de obrigações acessórias ou de
pagamento, a gestão de negócios presume-se ratificada após o termo do prazo legal do
seu cumprimento.

Domicilio fiscal: ver Artigos 19º nº1, 3, 4 e 8 LGT

Domicilio fiscal eletrónico (Artigo 19º nº2, 9 e 10 LGT e Artigos 38º nº9 e 39º nº9 e
10 LGT)

No âmbito fiscal está muito evoluído com regras muito importantes ao nível da
notificação. Tudo o que é sujeito passível de IVA da categoria B já não recebe
notificações em papel por exemplo.
Quando é que me considero notificado? Regime original era que eu me considero
notificada quando acedi à caixa postal ou nos 25 dias depois de estar na caixa postal.
Para evitar esta burocracia eletrónica, podíamos fiabilizar o nosso email, por forma a
recebermos um email a dizer que recebemos um email na nossa caixa posta. Hoje em
dia, quando colocam uma notificação nesta via eletrónica, passados 5 dias está
notificado.

7. Sujeitos da relação jurídica tributária

A titularidade ativa da relação jurídico-fiscal em sentido amplo, comporta diversas


situações:

Poder tributário: poder conferido constitucionalmente ao legislador para a criação


impostos e a sua disciplina essencial.

Princípio da legalidade fiscal: assembleia da república e governo devidamente


autorizado

Competência tributária: quem é competente para a administração ou gestão de


impostos, traduzido no lançamento, liquidação e cobrança de impostos. À partida
aqui quem tem esta competência é a administração tributária, todavia temos cada
vez mais importante o fenómeno da autoliquidação – as coisas estão como elas
estão e esta massa é devolvida aos particulares, sendo que a administração limita-
se a verificar se foi bem cumprida.

Mas hoje em dia temos o fenómeno da autotributação. O poder da tributação é da


administração fiscal, mas com isto, quem o faz são os particulares e a administração
confere.

Capacidade tributária ativa: qualidade de sujeito ativo da relação jurídico-fiscal, ou seja,


os entes dotados de personalidade jurídica a quem a lei fiscal atribui o direito de exigir o
cumprimento das obrigações tributárias (Artigo 18º nº1 LGT). Quem tem a capacidade
tributária ativa não tem o poder de criar impostos, ou vice-versa, uma vez que são
competências distintas entregues a entidades distintas do estado.

Titularidade da receita: as receitas proporcionadas por certos impostos estão


subjetivamente consignadas a determinados entes públicos. Exemplo: IMI municípios.
Estes são impostos exigidos pela administração tributária mas a receita é para o
município.

Contribuinte

Contribuinte: é o titular da manifestação da capacidade contributiva que a lei visa atingir


e que, por conseguinte, deve suportar a diminuição do património que o imposto acarreta.
Figura sempre ligada aos impostos. O contribuinte de alguma forma revela a capacidade
contributiva que se visa atingir pelo imposto e que no final vai ver o seu património
diminuído devido ao imposto. Podem ser de 2 tipos:

Contribuinte direto: aquele relativamente ao qual se verificam os pressupostos de


facto do imposto previstos nas normas de incidência (contribuinte de direito).Ou
seja, é aquele que está nas próprias normas de incidência, isto é, as normas
referem-se diretamente a ele.

Contribuinte indireto: aquele que suporta economicamente o imposto através do


fenómeno da repercussão (repercutir para a frente o imposto, através por exemplo
do recibo do valor de um café + IVA), como ocorre, por ex., no IVA (contribuinte
de facto).

Devedor do imposto

Devedor de imposto: é o sujeito passivo que se deve satisfazer perante o credor fiscal a
obrigação de imposto. Aquele que, for força da lei (Princípio da legalidade fiscal), tem a
obrigação de entregar o imposto.

Devedor originário: aquele a quem a lei originariamente vinculou ao dever de


pagamento do imposto. Aquele que por força da lei (Princípio da legalidade
fiscal) tem obrigação de entregar o imposto. Temos dois tipos:

Contribuinte: devedor a titulo direto e principal (é a noção de devedor em sentido


estrito – quando o devedor é o próprio contribuinte)

Substituto: aquele a quem, em substituição do contribuinte, a lei impõe o dever de


pagamento do imposto (devedor indireto). É um terceiro a que a lei exige a
entrega do imposto em nome do contribuinte. Quando a relação jurídica se
constitui já existia isto da lei, ou seja, já estava isto previsto.

Devedor não originário: aquele a quem a lei, por factos supervenientes, vinculou
ao dever de pagamento de imposto. Aquele que originariamente não era o devedor
do imposto, mas por razões supervenientes passou a ser face ao início da relação
fiscal.

Tem 2 tipos:

Responsável: devedor acessório. Funciona como fiador, ou seja, aquele que


inicialmente não estava obrigado, mas por razões que aconteceram na relação
jurídica, passou a ser.

Sucessor: devedor derivado. Por exemplo: devido ao falecimento do devedor


originário.

Tudo isto se refere ao devedor em sentido amplo.

Sujeito passivo da relação jurídico-fiscal

Sujeito passivo: em sentido amplo: abrange toda e qualquer pessoa singular ou coletiva a
quem a lei imponha o dever de efetuar uma prestação tributária (sujeito passivo, uma vez
que está obrigado):

Obrigação principal: sujeitos passivos em sentido restrito são os devedores de


imposto (em sentido amplo)

Obrigações acessórias: demais obrigações tributárias.

O contribuinte é sempre sujeito passivo?


O contribuinte não é sempre sujeito passivo, porque pode não ser ele o obrigado a pagar o
imposto.
E o devedor de um imposto é sempre sujeito passivo?
O devedor de imposto é sempre sujeito passivo, uma vez que o sujeito passivo é sempre
aquele que está obrigado a entregar o imposto.

E o sujeito passivo é sempre o devedor de um imposto?


O sujeito passivo não é sempre devedor de imposto, porque podemos ser sujeitos
passivos de uma obrigação sucessória e esta não implica a entrega de imposto.

8. Substituição tributária

Alusão à problemática do conceito da substituição tributária tal como está definido no art.
20º da LGT .

Nº1 imposição da lei – princípio da legalidade

Substituição tributária: verifica-se sempre que a lei impõe o dever de pagamento de


imposto, não à pessoa sobre quem recaem os pressupostos de facto da tributação
(substituído),a mas a uma terceira pessoa (substituto). Para haver substituição
pressupõem-se sempre 3 pessoas em sentido abstrato.

Sujeito ativo - Estado

Substituto Substituído

Sujeito que tem a obrigação de pagar um imposto

De direito. Esta previsto como contribuinte nas normas legais. Seria ele a pagar. Entra o terceiro

A substituição tributária é efetivada através do mecanismo da retenção na fonte - art. 20º,


n.º 2 LGT – remeter para o artigo 34º da LGT

Constituem retenções na fonte as entregas pecuniárias efetuadas por dedução nos


rendimentos pagos ou postos à disposição do titular (substituído) pelo substituto
tributário (art. 34º LGT):

• Retenções a título de pagamento por conta do imposto devido a final pelo


substituído (contribuinte) Exemplo: 3 adiantamentos por conta do imposto devido
final. Ex: todos os meses a entidade patronal entrega 80% ao trabalhador e 20%
de imposto. Remeteu no final do ano – 240 euros. Todavia, o trabalhador recebeu
1000 euros e tem de pagar 200 euros de IRS. Ora, foi remetido 240 euros. Por isso
tem de receber 40 euros. Por exemplo de tivesse de pagar 250 euros, sendo que só
foi remetido 240 euros, teria de pagar mais 10 euros.

• Retenções a título definitivo (caso das taxas liberatórias – IRS e IRC) Exemplo:
juros de banco estão sujeitos a uma retenção de título definitivo.

100 – 28% = 72 (aqui o imposto já está pago).

Pagamento por conta - Nos termos o art. 33º LGT os pagamentos por conta consistem
em entregas antecipadas de imposto efetuadas pelos próprios contribuintes, que se
traduzem em adiantamentos por conta do imposto devido a final. O contribuinte tem de
pagar ao estado e não há mecanismo triangular. Não existe retribuição tributária.

Retenção a título de pagamento por conta do imposto devido afinal

A substituição fiscal pode ser:

• Total: quando o substituto tem sobre si não só a obrigação de prestação do


imposto (obrigação principal), mas também o cumprimento de todas as
obrigações fiscais acessórias. Neste caso o substituto é o único sujeito passivo de
todos os vínculos obrigacionais da relação jurídico-fiscal (ex.: retenções na fonte a
título definitivo).O substituto faz tudo, o contribuinte apenas vê o seu património
diminuir.

• Parcial: quando se reduz à prestação do imposto e, eventualmente, a algumas das


obrigações acessórias. O substituto apenas substitui algumas obrigações, mas não
todas.

As retenções na fonte são sempre entregues até ao dia 20 do mês seguinte.


Vantagens para o sujeito ativo resultantes do instituto da substituição tributária:

• Diminui consideravelmente o trabalho burocrático


• Maiores garantias no seu cumprimento
• Traduz numa antecipação da arrecadação do imposto
• Anestesia fiscal

9. Responsabilidade tributária

Figura que surge numa fase patológica do desenvolvimento da relação jurídica


tributária. Neste ponto já estamos no âmbito das garantias do contribuinte. Só são
acionadas quando algo não correu como era previsto.

O responsável tributário é chamado ao pagamento do imposto porque o devedor


originário o não pagou oportunamente e, em processo de execução fiscal, apurou-
se a inexistência ou insuficiência de bens.
Isto acontece, quando o devedor originário não pagou dentro do prazo voluntário,
e no decurso nas operações com vista à cobrança conclui-se que o devedor
originário não tem bens para responder pelas dívidas, de modo que é acionado o
responsável tributário, como por exemplo acontece com um fiador.

OBJECTIVO:

Reforço da garantia do cumprimento da obrigação fiscal, através da


responsabilização pelo pagamento de pessoas diversas do devedor originário.

Que o legislador fiscal entendeu responsabilizar por terem alguma conexão com a
falta de cumprimento.

Dentro das garantias especiais nos temos:

Garantias pessoais: quando o elemento de conexão é uma pessoa (património de


uma pessoa), ex: fiador (acréscimo da garantia através do património de outra
pessoa);

Garantias reais: quando o elemento é um bem, por exemplo: hipoteca, penhor.

A instauração de um processo de execução fiscal apenas tem um objetivo: cobrança


coerciva, é neste processo que o credor chega à conclusão que o devedor não tem bens
ou não tem os bens necessários para pagar e, portanto, é aqui que é acionada a
responsabilidade tributária.

Algumas regras:

Abrange a divida tributária, os juros e demais encargos legais (estamos a falar


das custas do processo de execução fiscal);

A responsabilidade pode ter natureza solidária ou subsidiária (artigo. 22º, n.º 2


LGT). Aquilo que não está previsto na lei geral tributária, aplica-se o código civil
(regime supletivo).

Por regra, isto é, salvo disposição legal em contrário, a responsabilidade tem


natureza subsidiária (artigo. 22º, n.º 3 LGT). Só terá natureza solidária quando a
lei o disser expressamente.

No regime da responsabilidade solidária, o credor pode exigir o cumprimento da


obrigação tanto ao devedor como ao responsável ou em conjunto. Obviamente
que este regime é muito mais gravoso para os responsáveis e mais benéfico para o
credor, visto que ele tem liberdade total ao demandar. Apesar de ser um regime
mais gravoso sob do ponto de vista técnico não levanta dificuldades, uma vez que
desde que a lei o preveja o credor para fazer como quiser.

No regime da responsabilidade subsidiária, o credor só pode exigir o


cumprimento da obrigação ao responsável em sede execução fiscal e após prévia
excussão dos bens do devedor originário. Sob o ponto de vista legal, na lei geral
tributária o artigo 22º tem as regras gerais; 23º regime da responsabilidade
subsidiária (porque é o regime mais complexo); e nos artigos seguintes tem as
situações concretas de responsabilidade.
Após prévia execução dos bens do devedor – se a responsabilidade é subsidiária
primeiro esgotamos os bens do devedor originário, depois só pode ser
responsabilizado pelo valor dos bens que o devedor originário não pode pagar.

Havendo pluralidade de responsáveis a responsabilidade pode ter natureza solidária ou


conjunta. Entre o devedor e o responsável o regime é solidário ou subsidiário. Quando
existe relação entre devedor e vários responsáveis é solidária ou conjunta.

Por regra, isto é, salvo disposição legal em contrário, a responsabilidade tem natureza
conjunta (art. 513º Cód. Civil).

A cada responsável só pode ser exigido a sua parte proporcional na divida

Responsabilidade
solidária/Subsidiária

Devedor originário

Responsável

Responsabilidade solidária/ subsidiária

Se a lei nada disser o regime é de responsabilidade conjunta, o que significa que cada
responsável responde pela sua quota parte. Pelo contrário na responsabilidade solidária
todos respondem pela totalidade da divida.

9.1. Regras do procedimento

O Direito à impugnação da dívida pelos responsáveis (art. 22º, n.º 4 LGT):

Pressupõe o dever de fundamentação;

Se ele tem o direito de impugnar, ele tem o direito de ser notificado da informação de
onde surgiu a dívida, saber o porquê para que possa fundamentar.

A responsabilidade subsidiária efetiva-se por reversão do processo de execução


fiscal (art. 23º, n.º 1 LGT). Quando eu concluo que o devedor originário não tem
bens para pagar, vai haver uma reversão para o responsável.
Na solidária o processo de execução fiscal pode ser instaurado desde logo quanto
ao responsável, não há reversão.

Benefício de excussão (art. 23º, ns.º 2 e 3 LGT). Direito que o responsável tem
de exigir que seja primeiro executado o património do devedor (execução prévia).

Dever de audição prévia (art. 23º, n.º 4 LGT). É importante, porque devido à
característica da obrigação fiscal – goza da presunção da legalidade – o que
significa no direito fiscal que primeiro paga e depois reclama. No processo de
execução fiscal eu mesmo querendo não posso reclamar. Isto é assim porque, se
houver o pagamento extingue-se o processo, porque se é pago atingiu-se o
objetivo do processo. Extinguindo o processo também extingue os meios de
defesa também extinguem. Deste modo, eu não posso pagar, devendo primeiro
prestar os meios de defesa, o que significa que já estamos perante um problema.

Dever de definir os pressupostos e extensão da responsabilidade (art. 23º, n.º 4


LGT). Fundamental porque existem meios processuais próprios.

O pagamento liberatório (art. 23º, n.º 5 LGT). O problema da oposição fiscal. A


lei permite (incentivo ao responsável) que a partir do momento em que é citado
(porque se trata de um processo executivo) tem o prazo de 30 dias para praticar
atos, sendo que se ele pagar no prazo de 30 dias tem isenção de juros de mora e
custas. Ora se eu pagar estou a prescindir da reversão (de me defender quanto aos
pressupostos de reversão, que constitui um meio de defesa no processo de
execução).

Responsabilidade dos membros dos corpos sociais e responsáveis técnicos – art. 24º
LGT:

Membros dos corpos sociais: são órgãos obrigatórios das sociedades.

A - Entidades a que se aplica:

Administradores

Diretores (sociedade anónimas)


Ainda que somente de facto- mesmo que normalmente estes órgãos estejam nomeados de acordo com os estatutos, de acordo com
a lei, existem situações diferentes: quando todos os sócios são nomeados gerentes (podendo haver gerentes de direito, mas que não
são de facto; gerentes de facto mas não de direito; e ainda gerentes de facto e de direito; sendo que o que importa ou seja o
pressuposto relevante é que seja um gerente de facto)

Gerentes (sociedades por quotas)


Exerçam funções de administração ou gestão em pessoas coletivas ou entidades
fiscalmente equiparadas.

Este diretor é equivalente a um gerente das empresas públicas. Não são membros dos
órgãos sociais, apenas o são os administradores. E assim sendo estes diretores não tem
responsabilidade, sendo apenas uma chefia da empresa.

O caso dos membros dos órgãos de fiscalização (ROC’s) e TOC’s – contabilistas


certificados.

Não é o sócio gerente que é responsabilizado. Porque sócio gerente não existe
efetivamente, o seu instituto não existe.

Respondem com o seu património pessoal – gerentes ou administradores pelas dívidas da


sociedade.

B – Natureza da responsabilidade:

A responsabilidade subsidiária face ao devedor originário

Se a sociedade tiver 3 administradores eles …

A responsabilidade solidária entre os responsáveis

Mas respondem entre eles solidariamente.

C – Pressupostos da responsabilidade:

Dívidas tributárias cujo facto gerador verificou-se no período do exercício do seu


cargo / prazo legal de pagamento ou entrega terminou depois (art. 24º, n.º 1, al.
a) LGT).

o Exercício efetivo do cargo - ónus da prova – adm. tributária

o Culpa na insuficiência do património – ónus da prova – adm. tributária

Exemplo: Um gerente A que o era desde a constituição da sociedade (1990) e foi até
31.12.2018. A partir do dia 1.01.2019 passou a ser outro o gerente - B. Imaginemos que
estamos a falar do IRC 2018, o facto gerador ocorre em 2018, mas o seu pagamento só
ocorre até ao último dia útil do mês de maio 2019. Por isso, o primeiro gerente A, era
gerente no momento do facto gerador do IRC, mas não o gera no momento do
pagamento, sendo B.

Dívidas tributárias cujo prazo legal de pagamento ou entrega terminou no período


do exercício do seu cargo (art. 24º, n.º 1, al. b) LGT).
o Exercício efetivo do cargo – ónus da prova adm. tributária

o Não lhe foi imputável a falta de pagamento - ónus da prova- adm/


gerente

Responsabilidade dos liquidatários das sociedades – art. 26º LGT:

A - Entidades a que se aplica:

Liquidatários das sociedades;

B – Natureza da responsabilidade:

A responsabilidade solidária face ao devedor originário


A responsabilidade solidária entre os responsáveis

C – Pressupostos da responsabilidade:

Não satisfazerem preferencialmente as dívidas fiscais:

o Exceção – art. 26º, n.º 2 LGT

Prefere-se a insolvência em vez da dissolução porque com a dissolução as dívidas


transmitem-se para os sócios. Uma empresa com dívidas nunca se dissolve, vai para
insolvência porque com esta, partindo do princípio que esta não é fraudulenta, as dívidas
extinguem-se.

Responsabilidade em caso de substituição tributária – art. 28º LGT:

Este artigo tem 3 números, logo, há aqui três situações.

Importâncias retidas e não entregues (art. 28º, n.º 1 LGT):

Houve retenção na fonte mas o substituto não entregou o imposto ao Estado. Aqui temos
três entidades: o Estado, o sujeito passivo (substituto) e o contribuinte (substituído).

Os pressupostos são:
Retenção na fonte
Não entrega

Exemplo: há 1000€ (quantia contratada), ele deu 800€ (quantia entregue) e reteve 200€,
mas não entregou estes 200€.

Aqui o substituto reteve 200€ mas não o entregou ao Estado.


o Substituto é o único responsável;
O substituído está desonerado.

Se o atraso for superior a 90 dias, há um crime de abuso de confiança. Antes dos 90 dias
decorridos trata-se apenas de uma contra - ordenação. Com o decorrer do tempo
transforma-se em crime.

Já nos nº2 e nº3 a situação é diferente, nestes casos não há retenção na fonte, distinguem-
se pela natureza da retenção.

Retenções com natureza de pagamento por conta não efetuadas (art. 28º, n.º 2
LGT):

Não houve retenção e esta tem natureza de pagamento por conta do imposto devido a
final. A primeira parte do nº2 indica que é responsável o substituído. E o substituto é
responsável subsidiariamente (quando o fisco conclui que o contribuinte não tem
património suficiente, porque se tivesse havido a retenção na fonte ainda haveria o
dinheiro necessário). Porquê? Quem tinha obrigação legal de reter e não cumpriu é o
substituto mas responde o substituído em primeiro lugar porque o substituído porque ele
é que é o contribuinte.

No exemplo em cima o substituído recebeu os 1000€.

A segunda parte do nº2 indica que o substituto ainda fica sujeito aos juros
compensatórios porque se ele tivesse cumprido tinha retido os 200€ e tinha pago até ao
dia 20 do mês seguinte, o Estado receberia o dinheiro neste prazo, como não foi feita a
retenção na fonte o Estado só vai recuperar o imposto mais tarde (normalmente um ano
depois), por isso o substituto é sempre o responsável pelo atraso de imposto, se tivesse
feito a retenção no prazo legal o Estado não iria receber muito mais tarde a retenção.

Então:
o Substituído responsável originário pelo imposto;
o Substituto responsável subsidiário pelo imposto, e único responsável pelos
juros compensatórios pelo atraso na liquidação.

Atenção – caso especial previsto no art. 103º, n.º 4 CIRS

Esse regime tal como está, na prática, pós 25 de abril era mais importante na empresas
com trabalhador com conta de outrem, nas empresas como isto é uma luta de pagamento
de imposto e tentar não pagar impostos, muitas vezes simulam alguns tipos de
pagamentos não sujeito a tributação para não pagar imposto, há aqui um conluio do
trabalhador e entidade patronal. Durante muito tempo quando se detetava este tipo de
rendimento a administração fiscal ia a empresa dizia que senão era rendimento não
admitia aquilo como gasto e ia pagar IRC. Depois descobriu-se que dava mais dinheiro ir
ter com os trabalhadores do que com a empresa mas a maior parte dos trabalhadores não
tinha dinheiro então a empresa era responsável subsidiariamente. Como isto não era fácil
criou-se a exceção do Artigo 103º nº4 CIRS, este caso, quando falamos de rendimentos
camuflados, o substituto (entidade patronal) é o responsável solidariamente. Aqui temos
um novo rendimento do trabalhador (porque o substituto está a pagar o rendimento por
eles).

Retenções com natureza definitiva não efetuadas (art. 28º, n.º 3 LGT):

Este respeita ao outro tipo de retenções da fonte que são as retenções na fonte a título
definitivo aqui o substituto é o originariamente responsável e o substituído é
subsidiariamente responsável.

o Substituto responsável originário pelo imposto


o Substituído responsável subsidiário pelo imposto

Como saber a natureza da retenção da fonte?

Só há retenções na fonte dos impostos sobre o rendimento (IRS e IRC). Segundo o


Artigo 71º CIRS as retenções na fonte a título definitivo estão expressamente previstas
neste artigo. Por defeito, as retenções de pagamento por conta são todas as outras que não
estão aqui previstas.

A maior parte das retenções a título definitivo são relativas a não residentes. Alguns
rendimentos de capitais é que normalmente são relativos a residentes em Portugal.

As regras gerais da retenção na fonte estão nos Artigos 98º ss CIRS

O Artigo 99º CIRS fala das retenções na categoria A e H, nestes casos aplicamos uma
tabela anexa ao Código- tabela anexa da retenção na fonte. Esta tabela prevê critérios e
aplica-se para a entidade saber que taxa devem aplicar para a retenção na fonte.

Nos restantes rendimentos é diferente, no Artigo 101º CIRS há uma taxa que varia
consoante o tipo de rendimento.

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