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O Estado tem como fim principal a satisfação das necessidades coletivas (educação;
segurança; saúde pública; ambiente; justiça; etc.). Sendo que a forma de satisfação das
necessidades coletivas pode variar. Para cumprir com a saúde por exemplo o Estado tem
de ter em conta as despesas públicas e para isso tem de ter meios financeiros através das
receitas públicas. A satisfação destas necessidades coletivas implica a realização das
chamadas despesas públicas. A realização daquelas despesas pressupõe a obtenção de
meios económicos indispensáveis para a sua cobertura, os quais são designados por
receitas públicas.
• Receitas patrimoniais- Era a principal receita do Estado, seja sob forma de terras;
imóveis; ações do Estado, como por exemplo a caixa geral de depósitos. Por
outras palavras são as receitas que derivam do património do Estado.
• Taxas- São receitas do Estado e têm como contrapartida o serviço público. Por
exemplo, as licenças das câmaras.
• Sanções Pecuniárias- São receitas apesar de terem na sua base uma sanção (dado
que vai tudo para o cofre do Estado). Por exemplo, as contraordenações relativas
ao Código de Estrada; Multas do ambiente.
Direito das Despesas: é uma área muito regulada pelo direito, porque é aqui que se
pressupõe maior transparência. Consiste:
⁃ Avaliação das necessidades coletivas;
⁃ Justificação dos meios a empregar para a sua satisfação (ex. Concursos públicos);
⁃ O controlo da eficiência e da produtividade dos serviços.
O Direito Fiscal é um direito de sobreposição. Não existe direito fiscal sozinho ele esta
sempre relacionado com outros direitos.
A taxa é um tributo. Tem caráter bilateral, associado a uma taxa está uma
contraprestação. Obedece a um princípio de proporcionalidade e não ao princípio da
capacidade contributiva, tem a ver com uma proporção entre o benefício obtido.
A Assembleia da Republica regula a taxa nas suas bases, dizendo quem as pode criar,
quem as pode cobrar e etc.
Aqui é proibido a analogia, não há imposto sem a lei (pode haver interpretação
extensiva). Na lei fiscal, como na lei penal a analogia é proibida, e mesmo a interpretação
extensiva tem de ser cuidada, ou seja, tem de haver correspondência no texto da lei ou na
ratio das normas. Antes do sujeito praticar o facto tributário tem de saber aquilo que vai
fazer, ou seja, o sujeito não pode ser surpreendido por isto. A lei tem de conter os
elementos essenciais, para que o contribuinte possa prever o valor.
Também há proibição da retroatividade, temos de poder prever se aquilo que vou fazer
vai gera um facto tributário, naquele momento. Criação de sobretaxa do IRS – situação
vivida em Portugal, na altura da troika, em 2011 ou 2012, sendo por isso uma situação de
retroatividade.
Existe:
Impostos:
Imposto único de selo (Algumas verbas são impostos sobre património e outras
não)
O mesmo facto tributário pode gerar duas obrigações de impostos- princípio da dupla
tributação económica. Há normas para mitigar esta dupla tributação. Exemplo: comprar
uma casa, pago imposto de selo e IMT.
4.Cobrança - pagamento
• Pagamento voluntário;
• Cobrança coerciva.
No código do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares: o capítulo III “Taxas”
não se refere ao tributo, mas sim a uma taxa aplicável à matéria coletável.
Impostos periódicos : A relação jurídica fonte da obrigação de imposto tem na sua base
situações estáveis, que se prolongam no tempo, renovam-se todos os anos. (exs. IRS,
IRC, IMI).
Impostos diretos: incide sobre o rendimento na sua fonte (São impostos diretos aqueles
que, atingindo manifestações imediatas da capacidade contributiva, têm por pressuposto a
própria existência duma pessoa, dum património ou dum rendimento. Incide sobre o
rendimento. Ex: IRS e IRC).
Impostos de quota fixa: A lei determina que o montante de imposto a pagar resulta de
uma importância fixa. (ex.: Contribuição audiovisual) Será aquele que diz “será 1000
euros de imposto”, ou seja, o imposto é sempre o mesmo. Não tem em conta o princípio
da capacidade contributiva. O que têm de característico, além do mais, a dispensa de uma
liquidação (stricto sensu), já que o montante da coleta consta da própria lei.
Impostos de quota variável: a capacidade contributiva só se consegue aplicar se o
imposto for de quota variável. O valor do imposto altera à medida que altera a matéria
coletada:
• Progressivos: Seja esta variação numa proporção ou taxa fixa - a taxa mantém-se
fixa independente da matéria coletada.
O IRS é tomado como exemplo de todos os outros impostos, apesar de serem diferentes.
1. Categoria F- rendimentos prediais- são os frutos civis que os meus imóveis dão.
Exemplo: eu tenho um terreno arrendado.
Os impostos antes tinham uma ideia de exceção, contudo e tendo como ideia de
sacrifício por parte dos cidadãos.
Formulação constitucional Artigo 165º nº1 i) e 103º - O Artigo 165º nº1 i) indica
que, em principio, é da competência da Assembleia da República legislar sobre os
impostos, só esta é que pode criar impostos. O princípio da legalidade fiscal
resulta da conjugação do Artigo 165º nº1 i) e 103º. Quem cria o imposto é a
Assembleia da República porque é o órgão declarativo eleito pelo país. Os
impostos é uma reserva quanto à criação e sistema fiscal, ao contrário que nas
taxas é diferente no que diz respeito ao regime geral das taxas. Os municípios
podem criar taxas, mas não o podem criar claramente os impostos.
A expressão “lei” é muito ampla. Mas quando se usa esta expressão “lei formal”, aqui há
uma reserva de competência legislativa a favor da Assembleia da Republica. Quando
vemos aqui leis que são aprovadas por decretos- lei, o Governo pode aprovar leis com
decretos-lei, mas com base numa lei de autorização legislativa, esta lei diz qual é o
âmbito, as taxas…, mas quando o Governo não esteja no âmbito da lei de autorização há
uma inconstitucionalidade. Mas a Assembleia da Republica tem sempre a ultima palavra,
podendo aprovar, alterar e etc.
• Conceito de elementos essenciais de imposto Artigo 103º nº2 n nº3 CRP
A leitura da alínea i) do Artigo 165º nº1 dá-nos a ideia de amplitude, no entanto, temos
de conjugar estes artigo com o Artigo 103º nº2 e nº3.
Os 4 elementos que dizem o nº2 do Artigo 103º são os elementos fundamentais dos
impostos.
Qual o sentido a dar a expressão “lei” do nº2? É no seu sentido formal, lei da AR no
âmbito da competência relativa.
Mas o nº3 do Artigo 103º CRP diz que ninguém tem de pagar impostos que não foram
criados nos termos da lei.
Conjugando o nº2 com o nº3 concluímos que apenas é abrangido pelos termos da lei
formal os elementos formais do imposto. Sendo que a palavra “lei” na última parte do
artigo (liquidação e cobrança) deve ser entendida como um ato legislativo (não é uma
reserva de lei formal, mas reserva de lei- reserva de ato legislativo, tem de ser regulado
por um ato legislativo- lei ou decreto-lei- e não um regulamento). Nas regras relativas à
liquidação e cobrança trata-se de uma reserva de lei, embora tenha de ser objeto de um
ato legislativo, o Governo não precisa de autorização da AR porque ele tem competência
para tal.
Normalmente, as questões de inconstitucionalidade são relevantes quando prejudicam os
particulares, quando estas são a favor dos contribuintes, estes tendem a diluir-se. Porquê?
Porque está em causa a segurança jurídica dos contribuintes.
⁃ Princípio da tipicidade
Este diz que os elementos tipificadores do imposto têm de estar tipificados, enumerados
na lei.
Exige-se que as leis estejam suficientemente tipificadas. A lei tem de ser suficiente por si
só, o regime está de tal modo detalhado de modo a que não seja necessário novo
documento para perceber. Não basta que a lei preveja os elementos essenciais, esta tem
de ser de rever tudo e ser bastante desenvolvida para que todo o seu regime esteja na lei.
Consequências: proibição de desenvolvimento regulamentar, da atribuição de
discricionariedade à administração tributária e utilização de conceitos indeterminados.
1.Generalidade ou universalidade
2.Uniformidade
Aquele dever seja aferido por um mesmo critério- o critério da capacidade contributiva.
Igual imposto para os que dispõem de igual capacidade contributiva (igualdade
horizontal).
Diferente imposto para os que dispõem de diferente capacidade contributiva
(igualdade vertical).
a)Função garantística
Só devem ficar sujeitos aos impostos os que têm capacidade contributiva (≠capacidade
económica) e, portanto, podem pagar tributo.
b)Função solidária
Desde que haja capacidade de pagar todos devem contribuir para as despesas públicas na
medida da sua capacidade Artigo 4º nº1 LGT.
Consequências:
• não tributação do mínimo da existência -artigo 70º do Código do IRS – ninguém pode
ficar com o rendimento líquido depois de pagar imposto inferior a 9. 150 euros (mínimo
de existência);
• proibição de impostos confiscatórios.
Este artigo tem um caráter dogmático que tem a ver com a filosofia dos impostos em si.
O Artigo 104º CRP tem 4 números.
Quando falamos disto estamos a referir-nos aos impostos sobre rendimento das pessoas
singulares, pessoas físicas, todas as outras realidades é o IRC.
Esta incide sobre o seu rendimento real. A relevância disto é que isto visa contrapor uma
realidade que existia antes do 25 de Abril em que a maior parte dos impostos ocorria por
presunções. Agora, a base da tributação é a declaração dos contribuintes, ou seja, os seus
rendimentos.
A expressão “fundamentalmente” indica que há situações em que é permitido a tributação
com base em presunções. Retiraram-se as presunções que eram prejudiciais para o
contribuinte, hoje em dia, isto só acontece em casos muito específicos de combate à
infração fiscal.
Os impostos de consumo são todos definidos pela EU, logo, temos de adotar a estrutura
em que estes estão definidos na EU. Logo, isto não tem aplicação prática, o que vigor
aqui são os princípios definidos pela EU.
Cada vez é mais vulgar ter operações que têm contacto com mais do que um
ordenamento jurídico, logo, temos de ter em atenção as convenções aplicáveis nestes dois
ordenamentos jurídicos.
Estamos a falar de convenções que são bilaterais, entre dois países, isto é direito
internacional público.
Um dos aspetos muito importantes que está em cima da mesa é que as medidas fiscais
possam a vir ser aprovadas por maioria e não por unanimidade.
a) Harmonização legislativa
Como a Europa quer uma maior interligação das empresas, há diretivas nesse sentido.
As leis ordinárias
Os regulamentos
Jurisprudência
a) As declarações de ilegalidade pelos TCA Artigo 38º nº1 c) ETAF - Estes tribunais
são de 2ª instância, equivalem à relação;
O nº1 do Artigo 11º LGT adotou a orientação no sentido de que às normas fiscais são
inteiramente aplicáveis os princípios gerais da interpretação. Este nº1, indica que não há
regras especiais, aplica-se ao direito fiscal as regras gerais de interpretação.
Todavia, numa aparente contradição, o nº3 do Artigo 11º LGT parece ter consagrado a
teoria da interpretação económica. O nº3 é uma parente contradição do nº1, este nº3
indica que uma das teorias de interpretação, devemos olhar para a realidade económica
em detrimento da realidade jurídica.
Aqui podemos afirmar que há normas que são abrangidas e normas que não são
abrangidas. Nem todas as normas tributárias estão abrangidas pela reserva de lei da AR
só estão aquelas que se referem aos elementos essenciais dos impostos. Logo, estas
normas é que não são passiveis de interpretação analógica.
Isto proíbe a interpretação analógica, não proíbe a interpretação extensiva, quando está no
espírito da lei já podemos plicar aquela norma a uma situação que não é abrangida pela
letra da lei mas sim pelo espírito.
Exemplo: A lei dizia que havia uma tributação para os relógios de pulso, mas não para os
relógios de parede? Se o legislador disse que era para os relógios de pulso, o interprete
não pode aplica-lá aos relógios de parede, porque nem o espírito nem a letra da lei ela se
estaria a referir a este relógio.
Todavia isto não proíbe a interpretação extensiva, quando está no espírito da lei, podendo
aplicar aquela norma a uma situação que não é abrangida pela letra da lei, mas sim pelo
espírito.
Princípio da tipicidade
Este tem como consequência a proibição de integração analógica, porque se for admitida
está a violar a reserva de lei da AR.
É uma área com muita relevância, isto porque dada a rotatividade do direito fiscal.
o Art. 103º, n.º 3 da CRP: “Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos (…), que
tenham natureza retroativa”
O elemento essencial desta norma é “factos posteriores à sua entrada”. Ou seja, o facto é
o que nos indica se é retroativa ou não, e o facto é o facto jurídico que crie, modifique ou
extingue um ato jurídico. =facto gerador do imposto = facto tributário. O facto
gerador ocorre quando se verificam os pressupostos de facto previstas abstratamente nas
normas de incidência, isto é, normas de incidência pois são as normas que nos diz quem e
o que está sujeito a imposto, sendo que o facto gerador ocorre quando por exemplo o
João começou a trabalhar na empresa X23 e aferiu rendimento.
Não confundir o nascimento do facto gerador com a exigibilidade. Quando é que uma
obrigação é exigível? Quando a obrigação se torna certa e líquida.
Exemplo: António no dia 12/03/2019 comprou um imóvel – aqui deu-se o facto gerador.
No dia 14/03/2019 entrou em vigor uma nova lei. Logo, esta lei não se aplica a António,
pois a lei nova só se aplica para o futuro. Suponha agora que em 2021 se descobre que
afinal A não adquiriu o imóvel por 100000 euros, mas sim por 150000 euros. A lei que se
aplica é a lei que estava em vigor na mesma quando aconteceu o facto gerador, apesar
de isto ocorrer em 2021.
A interpretação autêntica é aquela que é feita pelo legislador, quando sai uma norma
interpretativa. Esta só tem lugar, quando resulta da mesma norma 2 interpretações
possíveis contraditórias. A norma interpretativa irá produzir efeitos desde a entrada em
vigor da lei que está a interpretar – efeitos retroativos.
Nos impostos de obrigação única é mais fácil porque há um momento e um dia em que
está definido. O que é mais difícil e que levantava algumas questões, é que num dos tipos
de impostos de formação sucessiva – são impostos que o facto gerador vai-se formando
ao logo do ano – aqui o problema é que se a lei altera? Havia muitas doutrinas, e por
isso no nº2 do artigo 12º temos uma solução – ou seja, a lei nova só se aplica ao período
decorrido a partir da sua entrada em vigor. No entanto, o legislador tem o cuidado de
introduzir especialmente alterações no início do ano. Todas as alterações feitas ao longo
do ano aplica-se a todos os rendimentos obtidos, contudo isto não é fazível na prática.
Isto é, quando estamos a falar dos impostos de formação sucessiva, em que a sua
formação é durante o ano, o facto só está pleno em 31 de dezembro. Segundo esta teoria a
proibição de não retroatividade é só a autêntica, é só em que a lei nova entrou em vigor
no dia 1/01. Eu só sei o imposto que vou pagar no dia 1 do ano seguinte, não é
retroatividade imprópria do artigo. Segundo o tribunal constitucional isto é não violar o
princípio da não retroatividade.
Aplicação imediata da lei nova aos procedimentos e processos em curso, com duas
exceções: (normas relativas aos processos formais)
Obrigação fiscal
Ou seja, ao dever de pagar impostos contrapõe-se o direito de exigir, o qual é detido pelo
Estado (ou outras entidades públicas), credor da obrigação tributária.
Todavia, as relações tributárias entre o Estado e o cidadão existem mais obrigações não
se esgota nesta obrigação.
Para além da obrigação fiscal, que é a obrigação central do fenómeno “imposto”, surgem
obrigações de diversa natureza a que dá origem, e das quais podem ser sujeitos passivos
não só os contribuinte, mas também outras pessoas, estranhas à obrigação do imposto
(ex: obrigações de se sujeitar a inspeções; obrigações de emitir recibo).
Todas as outras que não se traduzam na obrigação de pagar imposto são obrigações
acessórias da principal porque todas têm o propósito do pagamento do imposto.
Sendo a obrigação fiscal uma obrigação, a sua estrutura não de distingue das obrigações
civis - obrigações de crédito.
Aqui temos:
Obrigação legal: é uma obrigação ex lege, que tem por fonte a lei, nasce do
encontro do facto gerador com a hipótese legal (Artigo 36º nº1 LGT).
A principal fonte nas obrigações civis são os contratos, mas também pode acontecer que
aconteçam com base na lei (exemplo: acidentes de viação).
Obrigação pública: sua disciplina jurídica integra o Direito Publico (o que tem
como consequência, por exemplo, a presunção de legalidade do ato de liquidação)
Esta obrigação pública, tem efeitos muito importantes, tem a presunção da legalidade.
Aqui temos o princípio da legalidade diz que a administração pública só pode atuar
quando tem uma lei que a permite. Por outro lado temos a circunstância de subjacente a
atuação da administração pública está um interesse público. Isto faz com que se atribuía a
administração pública e a administração fiscal o privilégio de execução prévia (a
administração pode atuar logo em necessidade de ir ao tribunal efetivar o seu direito, o
particular é que pode depois ir contestar) porque o que está aqui em causa a subsistência
do Estado.
Nas obrigações civis isto acontece porque estas não beneficiam desta presunção. O
particular tem de ir ao tribunal pedir uma declaração de uma sentença numa ação
declarativa e depois é que tem direito a um título executivo de modo a poder recorrer à
ação executiva.
Temos aqui uma obrigação pública, o que significa que o sujeito ativo não tem ao seu
dispor o renunciar o seu poder de cobrar, tem a obrigação de cobrar.
Ligando isto com o princípio da legalidade fiscal, o sujeito ativo não é a assembleia da
república, este podem criar mas não são sujeitos ativos na relação, o sujeito ativo é a
administração fiscal e esta tem de agir de acordo com a lei. Aqui o credor tem de
obedecer à lei.
Capacidade tributária (de gozo): qualidade de ser titular de direitos e deveres tributários.
Por regra, os detentores de personalidade jurídica são sujeitos passivos das relações
jurídico-tributárias, a não ser que a lei fiscal diga o contrário.
Ou seja, quem ter personalidade jurídica nos termos civis faz com que se tenha
capacidade tributária.
Nota: o agregado familiar (Artigo 13º CIRS) não constituiu sujeito passivo de IRS, mas
apenas uma unidade fiscal. Nos termos deste artigo, os sujeitos passivos é a quem
incumbe a direção do agregado familiar. No caso de incumprimento, o sujeito ativo exige
o pagamento de imposto ao sujeito passivo.
O que não impede que qualquer dos cônjuges possa praticar todos os atos relativos à
situação tributária do agregado familiar ou atos relativos aos bens e interesses do outro
cônjuge (Artigo 16º nº5 e 6 LGT)
Presume-se que um ato praticado por um dos cônjuges é no interesse do agrado familiar.
Capacidade tributária de exercício (ou de agir): medida dos direitos e deveres que cada
sujeito pode exercer e cumprir por si – menores, interditos, inabilitados.
Suprida através da representação legal.
Outras situações de representação legal: Artigo 19º nº5 a 7 LGT; Artigo 130º CIRS;
Artigo 126º CIRC e Artigo 30º CIVA.
Este artigo no seu nº1 refere os gestores de bens e direitos e estes são responsáveis
solidários.
No nº2 refere-se que o gestor de bens e direitos não é a mesma coisa que representante
fiscal (em termos do Artigo 19ºnº6 diz que os sujeitos passivos residentes no estrangeiro
ou pessoas que se ausentem por mais de 6 meses tem de se nomear um representante mas
conjugando isto com o nº8, isto só é necessário se for para fora da união europeia, mas o
representante fiscal não é responsável solidariamente).
Isto é um mandato tributário (Artigo 5º nº2 CPPT) O artigo 6º diz-nos quando é que
isso é necessário.
É uma figura que no direito fiscal pode ser importante, uma vez que é um instrumento
técnico que pode ser utilizado quando necessitamos de praticar um ato e não temos
disposição legal para tal, usamos a gestão de negócios. Todavia tem uma particularidade
no nº3 deste artigo, isto é, em caso de cumprimento de obrigações acessórias ou de
pagamento, a gestão de negócios presume-se ratificada após o termo do prazo legal do
seu cumprimento.
Domicilio fiscal eletrónico (Artigo 19º nº2, 9 e 10 LGT e Artigos 38º nº9 e 39º nº9 e
10 LGT)
No âmbito fiscal está muito evoluído com regras muito importantes ao nível da
notificação. Tudo o que é sujeito passível de IVA da categoria B já não recebe
notificações em papel por exemplo.
Quando é que me considero notificado? Regime original era que eu me considero
notificada quando acedi à caixa postal ou nos 25 dias depois de estar na caixa postal.
Para evitar esta burocracia eletrónica, podíamos fiabilizar o nosso email, por forma a
recebermos um email a dizer que recebemos um email na nossa caixa posta. Hoje em
dia, quando colocam uma notificação nesta via eletrónica, passados 5 dias está
notificado.
Contribuinte
Devedor do imposto
Devedor de imposto: é o sujeito passivo que se deve satisfazer perante o credor fiscal a
obrigação de imposto. Aquele que, for força da lei (Princípio da legalidade fiscal), tem a
obrigação de entregar o imposto.
Devedor não originário: aquele a quem a lei, por factos supervenientes, vinculou
ao dever de pagamento de imposto. Aquele que originariamente não era o devedor
do imposto, mas por razões supervenientes passou a ser face ao início da relação
fiscal.
Tem 2 tipos:
Sujeito passivo: em sentido amplo: abrange toda e qualquer pessoa singular ou coletiva a
quem a lei imponha o dever de efetuar uma prestação tributária (sujeito passivo, uma vez
que está obrigado):
8. Substituição tributária
Alusão à problemática do conceito da substituição tributária tal como está definido no art.
20º da LGT .
Substituto Substituído
De direito. Esta previsto como contribuinte nas normas legais. Seria ele a pagar. Entra o terceiro
• Retenções a título definitivo (caso das taxas liberatórias – IRS e IRC) Exemplo:
juros de banco estão sujeitos a uma retenção de título definitivo.
Pagamento por conta - Nos termos o art. 33º LGT os pagamentos por conta consistem
em entregas antecipadas de imposto efetuadas pelos próprios contribuintes, que se
traduzem em adiantamentos por conta do imposto devido a final. O contribuinte tem de
pagar ao estado e não há mecanismo triangular. Não existe retribuição tributária.
9. Responsabilidade tributária
OBJECTIVO:
Que o legislador fiscal entendeu responsabilizar por terem alguma conexão com a
falta de cumprimento.
Algumas regras:
Por regra, isto é, salvo disposição legal em contrário, a responsabilidade tem natureza
conjunta (art. 513º Cód. Civil).
Responsabilidade
solidária/Subsidiária
Devedor originário
Responsável
Se a lei nada disser o regime é de responsabilidade conjunta, o que significa que cada
responsável responde pela sua quota parte. Pelo contrário na responsabilidade solidária
todos respondem pela totalidade da divida.
Se ele tem o direito de impugnar, ele tem o direito de ser notificado da informação de
onde surgiu a dívida, saber o porquê para que possa fundamentar.
Benefício de excussão (art. 23º, ns.º 2 e 3 LGT). Direito que o responsável tem
de exigir que seja primeiro executado o património do devedor (execução prévia).
Dever de audição prévia (art. 23º, n.º 4 LGT). É importante, porque devido à
característica da obrigação fiscal – goza da presunção da legalidade – o que
significa no direito fiscal que primeiro paga e depois reclama. No processo de
execução fiscal eu mesmo querendo não posso reclamar. Isto é assim porque, se
houver o pagamento extingue-se o processo, porque se é pago atingiu-se o
objetivo do processo. Extinguindo o processo também extingue os meios de
defesa também extinguem. Deste modo, eu não posso pagar, devendo primeiro
prestar os meios de defesa, o que significa que já estamos perante um problema.
Responsabilidade dos membros dos corpos sociais e responsáveis técnicos – art. 24º
LGT:
Administradores
Este diretor é equivalente a um gerente das empresas públicas. Não são membros dos
órgãos sociais, apenas o são os administradores. E assim sendo estes diretores não tem
responsabilidade, sendo apenas uma chefia da empresa.
Não é o sócio gerente que é responsabilizado. Porque sócio gerente não existe
efetivamente, o seu instituto não existe.
B – Natureza da responsabilidade:
C – Pressupostos da responsabilidade:
Exemplo: Um gerente A que o era desde a constituição da sociedade (1990) e foi até
31.12.2018. A partir do dia 1.01.2019 passou a ser outro o gerente - B. Imaginemos que
estamos a falar do IRC 2018, o facto gerador ocorre em 2018, mas o seu pagamento só
ocorre até ao último dia útil do mês de maio 2019. Por isso, o primeiro gerente A, era
gerente no momento do facto gerador do IRC, mas não o gera no momento do
pagamento, sendo B.
B – Natureza da responsabilidade:
C – Pressupostos da responsabilidade:
Houve retenção na fonte mas o substituto não entregou o imposto ao Estado. Aqui temos
três entidades: o Estado, o sujeito passivo (substituto) e o contribuinte (substituído).
Os pressupostos são:
Retenção na fonte
Não entrega
Exemplo: há 1000€ (quantia contratada), ele deu 800€ (quantia entregue) e reteve 200€,
mas não entregou estes 200€.
Se o atraso for superior a 90 dias, há um crime de abuso de confiança. Antes dos 90 dias
decorridos trata-se apenas de uma contra - ordenação. Com o decorrer do tempo
transforma-se em crime.
Já nos nº2 e nº3 a situação é diferente, nestes casos não há retenção na fonte, distinguem-
se pela natureza da retenção.
Retenções com natureza de pagamento por conta não efetuadas (art. 28º, n.º 2
LGT):
Não houve retenção e esta tem natureza de pagamento por conta do imposto devido a
final. A primeira parte do nº2 indica que é responsável o substituído. E o substituto é
responsável subsidiariamente (quando o fisco conclui que o contribuinte não tem
património suficiente, porque se tivesse havido a retenção na fonte ainda haveria o
dinheiro necessário). Porquê? Quem tinha obrigação legal de reter e não cumpriu é o
substituto mas responde o substituído em primeiro lugar porque o substituído porque ele
é que é o contribuinte.
A segunda parte do nº2 indica que o substituto ainda fica sujeito aos juros
compensatórios porque se ele tivesse cumprido tinha retido os 200€ e tinha pago até ao
dia 20 do mês seguinte, o Estado receberia o dinheiro neste prazo, como não foi feita a
retenção na fonte o Estado só vai recuperar o imposto mais tarde (normalmente um ano
depois), por isso o substituto é sempre o responsável pelo atraso de imposto, se tivesse
feito a retenção no prazo legal o Estado não iria receber muito mais tarde a retenção.
Então:
o Substituído responsável originário pelo imposto;
o Substituto responsável subsidiário pelo imposto, e único responsável pelos
juros compensatórios pelo atraso na liquidação.
Esse regime tal como está, na prática, pós 25 de abril era mais importante na empresas
com trabalhador com conta de outrem, nas empresas como isto é uma luta de pagamento
de imposto e tentar não pagar impostos, muitas vezes simulam alguns tipos de
pagamentos não sujeito a tributação para não pagar imposto, há aqui um conluio do
trabalhador e entidade patronal. Durante muito tempo quando se detetava este tipo de
rendimento a administração fiscal ia a empresa dizia que senão era rendimento não
admitia aquilo como gasto e ia pagar IRC. Depois descobriu-se que dava mais dinheiro ir
ter com os trabalhadores do que com a empresa mas a maior parte dos trabalhadores não
tinha dinheiro então a empresa era responsável subsidiariamente. Como isto não era fácil
criou-se a exceção do Artigo 103º nº4 CIRS, este caso, quando falamos de rendimentos
camuflados, o substituto (entidade patronal) é o responsável solidariamente. Aqui temos
um novo rendimento do trabalhador (porque o substituto está a pagar o rendimento por
eles).
Retenções com natureza definitiva não efetuadas (art. 28º, n.º 3 LGT):
Este respeita ao outro tipo de retenções da fonte que são as retenções na fonte a título
definitivo aqui o substituto é o originariamente responsável e o substituído é
subsidiariamente responsável.
A maior parte das retenções a título definitivo são relativas a não residentes. Alguns
rendimentos de capitais é que normalmente são relativos a residentes em Portugal.
O Artigo 99º CIRS fala das retenções na categoria A e H, nestes casos aplicamos uma
tabela anexa ao Código- tabela anexa da retenção na fonte. Esta tabela prevê critérios e
aplica-se para a entidade saber que taxa devem aplicar para a retenção na fonte.
Nos restantes rendimentos é diferente, no Artigo 101º CIRS há uma taxa que varia
consoante o tipo de rendimento.