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Débora
Art.24º nº3: duas hipóteses nas SQ: se o direito tem natureza patrimonial,
pode ser transmitido com a quota; se o direito não tiver natureza patrimonial,
não pode ser transmitido com a quota. Na generalidade, os direitos não se
transmitem.
Art.24º nº4: nas SA todos os direitos têm natureza patrimonial. São sempre
transmissíveis.
P.e o art. 341º - direito especial a receber mais 1% do valor das ações.
O direito especial afasta este princípio. O direito especial pode ser atribuído a
todos os sócios? É necessário ver o caso em concreto.
P.e numa sociedade pequena faz sentido haver o direito especial à gerência
(art.257º nº3); o direito ao voto duplo já não faz sentido ser atribuído a todos
os sócios pois a proporção seria a mesma.
- Modalidades:
1 modalidade de deliberação:
SQ - art.248º nº3:
- competência de qualquer gerente
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SA - art.377º:
- competência do presidente da mesa (normalmente um sócio) - nº1
- antecedência de 1 mês se publicarmos (nº4) ou de 21 dias se avisarmos
individualmente por carta ou por email.
- publicada nos termos da portaria 590º-A/2005 (p.547) - no site do
Ministério da Justiça (nº2) ou por cartas/emails registadas individualmente
- vantagem é o prazo ser mais curto (nº3)
• SQ (251º): Havendo conflito de interesses, o sócio não pode votar para que a
sociedade se proteja e para que o sócio não se beneficie.
• SA (384º nº6): O sócio não vota quando a lei assim o proíbe e quando a
deliberação incidir sobre as alíneas a) a d). Este elenco é muito mais
restrito.
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Débora
2 hipóteses na doutrina:
1) Doutor Coutinho de Abreu entende que podemos aplicar por analogia o
art.251º, isto é, impedir o acionista de votar.
2) Sendo uma norma especial taxativa, não pode ser aplicada por analogia.
Ou seja, podemos permitir que o acionista vote. É mais difícil que o seu voto
decida.
- Representação voluntária
Sócio que não pode estar presente na AG e delega noutra pessoa a sua
representação.
2 hipóteses:
- em várias Assembleias Gerais (nº3): por procuração por um
determinado período.
- apenas numa Assembleia Geral (nº4): dirigir uma carta ao presidente
da mesa.
Estar em causa um vício de procedimento: al.a) é nula; al.b) é nula mas não
se aplica muito.
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Direito à informação
Direito geral (art.21º): o contrato não pode excluir esse direito mas sim
regulamentá-lo (art.214º nº2). Se estipularem prazos nas cláusulas, para
requerem informações, estas são nulas. Sempre que limite o direito, a
cláusula é nula.
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Débora
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Débora
As entradas em dinheiro podem ser diferidas, isto é, o sócio não realiza uma
parte da entrada e vai realizá-la mais tarde. (p.e comprometo-me a entrar
com 5000€. Entro com 2000€ e mais tarde 3000€). Depende do
consentimento de todos os sócios - art.26º nº3.
• SQ - art.203º: até 5 anos a partir da celebração do contrato
Consequências: art.204º - sujeito à exclusão decidida pela AG. Tem de
pagar de imediato, pelo menos, 1€.
Continua a ser dado maior peso ao interesse dos sócios, de acordo com o
art.64º nº1 al.b). Os interesses dos restantes são apenas ponderados.
- Dever de lealdade dos sócios (art.64º): dever dos sócios não atuarem de
forma compatível com o interesse social —> conteúdo negativo
A lealdade tem como fundamento a boa fé.
Exemplo: art.58º nº1 al.b) - através do exercício do voto, obter para si uma
vantagem, prejudicando a sociedade.
Exemplo: art.214º nº6 (SQ): direito de informação muito amplo. O sócio não
pode usar a informação para prejudicar a sociedade. Quem o faz é
responsável pelos prejuízos que causar e fica sujeito à exclusão.
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• Prestações acessórias
SQ (art.209º): previstas no contrato de sociedade; o objeto não está definido
na lei, é mais amplo; pode ser de prestação de serviços, gozo de um imóvel; de
garantias, prestações negativas (p.e impedido de exercer atividade
concorrente);
- A natureza é muito diversa.
- A cláusula tem de cumprir com os requisitos presentes no art.209º, 2º
parte:
- Elementos essenciais: relativos aos sujeitos (quem fica obrigado) e o
conteúdo da prestação; se a prestação é onerosa ou gratuita - pode não ser
bem explícita esta referência.
Se a cláusula for válida: se o sócio não cumprir, à partida, não fica sujeito à
exclusão mas sim a uma indemnização. Pode acontecer que no contrato diga
que o sócio fica sujeito à exclusão caso não cumpra (art.209º nº4).
Se a cláusula não fôr válida: a prestação não é exigida.
• Prestações suplementares
SQ (art.210º): previstas no contrato de sociedade; as prestações têm sempre
dinheiro por objeto - o sócio faz um empréstimo à sociedade e esta vai
restituir.
- Elemento essencial que o contrato deve fixar (art.210º nº3 al.a): o montante
global.
- A alínea b) e c) podem ser supridas (nº4): a cláusula só é nula se faltar o
montante. Faltando a alínea b) todos os sócios são obrigados e a al.c) a
obrigação de cada sócio é proporcional à sua quota.
- Não vence juros.
2 hipóteses:
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• Suprimentos:
Art.243º (SQ e por analogia às SA): é um regime mais flexível.
- ou o sócio empresta dinheiro ou outra coisa fungível nestes termos ou nos
termos de contrato de mútuo.
- art. 243º nº6: não sujeito a forma - contrato consensual; celebra-se entre o
sócio e a sociedade (partes); caráter de permanência (nº2) - o prazo de
reembolso é sempre superior a 1 ano. As partes acordam que só há lugar ao
reembolso, pelo menos, após 1 ano, nunca antes —> forma de proteção dos
credores
≠ mútuo (art.1142º CCiv): forma de empréstimo; necessário forma - contrato
formal; não qualifica as partes, não tem qualquer restrição; não tem caráter
de permanência.
• Transmissão
Não há previsto na lei, direito de preferência dos sócios. Pode é decorrer do
contrato.
220º - SQ
Pressupostos:
1) art.220 nº1: a entrada tem de ter sido realizada
2) Hipóteses:
- A título gratuito não há risco para os credores;
- Ação executiva - o sócio tem uma dívida e a participação social é
penhorada (art.239º) - risco de vender a um terceiro, prejudica as sociedades
pequenas - o legislador dá a possibilidade da sociedade adquirir e não colocar
entraves quanto às reservas.
- Ter reservas livres em montante igual ou superior ao dobro do contra-valor
a prestar (p.e a participação social vale 5.000€. A sociedade tem de ter
reservas livres de 10.000€) —> mais exigente do que o art.213º.
> Fora destas hipóteses: é nulo (art. 220º nº3 + 56º nº1 al.d) <
• Amortização (= extinguir)
2 tipos de fundamento:
- previstos na lei
- previstos no contrato
Amortização:
- pode ser compulsiva (233º nº1 e nº2)
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Débora
Nas SQ:
- exoneração: 240º
Na lei: art. 229º nº1, 45º, 240º nº1 al.a) - mudanças essenciais da sociedade e
al. b).
O que não é válido: nº8 - não pode dar a possibilidade ao sócio de se exonerar
sem fundamento.
Pode ser excluído pelo Tribunal nos casos de deslealdade, assédio (art.242º)
Nas SA:
2 tipos de amortização:
Exoneração:
- Não está prevista no regime das SA.
- É válido que o contrato preveja situações de exoneração, não está prevista
na lei porque a transmissão é livre.
Exclusão:
- Está associada ao dever de lealdade.
-Para o Dr. Coutinho de Abreu, podemos aplicar por analogia o art. 242º mas
na prática é difícil pensar que algum acionista seja desleal. É difícil excluir
um sócio por violação do dever de lealdade.
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Débora
> É necessário que o capital social seja coberto do património social <
21º al.c) todos os sócios têm direito a obter informações nas SQ;
nas SA (288º + 291º), o direito só existe para os acionistas que
detenham 1% do capital social.
Artigo 35º:
p.e a sociedade A tinha um capital de 20.000€ e um património de 8.000. A
sociedade está mal no ponto de vista económico-financeiro.
Hipóteses:
Os sócios não estão obrigados a tomar uma destas medidas. Podem não
decidir nada.
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Débora
Lucros: é um direito dos sócios mas não lhe é exclusivo porque o contrato
pode atribuir uma participação nos lucros a outros sujeitos (art.22º + 255º
nº3 + 399º nº2).
Fases obrigatórias:
- 1º fase: património que cubra o capital
- 2º fase: não se pode afetar as reservas
- 3º fase: reserva estatutária que decorre do contrato
Capital social de 20.000€, reserva legal de 1/5 desse valor e há uma reserva
estatutária. Só acima disso é que temos lucros distribuíveis.
Constituição de reservas
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A reserva estatutária tem uma lógica diferente. Esta pode servir para auto
financiamento (expandir a atividade) ou cobrir perdas.
• Assembleia Geral
• Administração / gerência
Nomeação:
Remuneração do gerente:
Duração da eleição:
SA (391º nº3) - prazo não superior a 4 anos mas podem ser reeleitos as vezes
que quiserem.
Extinção: 4 formas
2 hipóteses:
- Destituição é livre, não há justa causa.
Consequência de destituição sem justa causa: gerente tem direito a uma
indemnização (257º nº7) limite máximo: 4 anos
- Destituição com justa causa (257º nº6) - violação grave dos deveres
O gerente não tem direito a indemnização.
Vinculação da sociedade:
SQ
Art.72º: o gerente que cause algum dano à sociedade, pode ter de indemnizá-
la.
Art.78º (mais raro): os gerentes respondem diretamente para com os
credores sociais.
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