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Atendendo a que, nos termos da hipótese, a ordem do dia da assembleia geral versava
sobre a decisão de adquirir um imóvel, não parece preenchido o requisito
inconcludente no âmbito do exercício do direito à informação referido em (i). Posto
isto, a recusa terá́ sido fundada. Não obstante, deveria ainda mencionar- se que, no
caso concreto, a prestação da informação poderia causar graves prejuízos à sociedade.
Claro que um sócio-gerente não deixa de ser sócio, mas o problema está em saber se o
direito à informação de que dispõe enquanto gerente acerca da vida ou gestão da
sociedade, porque mais extenso e intenso do que o direito à informação dos sócios,
não consome este. Os gerentes devem observar deveres de cuidado (dever de
controlo ou vigilância organizativa-funcional, o dever de atuação
procedimentalmente correta e o dever de tomar decisões razoáveis). A observância
destes deveres exige, evidentemente, que todos e cada um dos gerentes acedam à
informação relevante. Portanto, cada membro da administração tem não só o
dever de se informar e de informar os demais membros, mas também o direito à mais
ampla informação. Por outro lado, são os administradores que, por lei, estão
obrigados a comunicar ou possibilitar informação aos sócios. Por outro lado ainda, o
direito de informação dos sócios está legal-sistematicamente concebido para os
sócios fora do órgão de administração –retorquir-se-á que a questão se põe,
principalmente, em relação aos sócios gerentes de direito mas não de facto e nos
casos em que um gerente é impedido de exercer o direito-dever de informação dos
gerentes. Se um sócio for validamente designado gerente e aceitou a
designação, mas não exerce a gerência, está a violar a lei. E se um gerente
é impedido de exercer o direito à informação dos gerentes?
Além do mais, pode requerer a investidura judicial no cargo social