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I. ANOTAÇÕES
DA é o ramo do Direito Público (1) que estuda princípios e regras (2) disciplinadores do exercício da função
administrativa.
(1) Pertencem ao Direito Público os ramos que estudam atividades estatais (o DA tem por objeto o estudo
da função administrativa, que é típica, mas não exclusiva do Poder Executivo)
(2) O gênero “norma jurídica” compreende qualquer comando de conduta pertencente ao Direito. Esse
gênero se subdivide em duas espécies: princípios e regras. Desse modo, os princípios também são normas
jurídicas obrigatórias, cujo descumprimento produz basicamente duas consequências:
a) Responsabilidade pessoal do agente, inclusive para fins de improbidade administrativa (art. 11 da Lei
8.429/92, que tipifica atos de improbidade que atentam contra princípios... tal conduta EXIGE DOLO);
b) Nulidade da decisão (Exemplo: contrato administrativo nulo porque celebrado sem licitação com empresa
de parente do Prefeito, ou seja, violando impessoalidade e moralidade)
Dica: Como o DA brasileiro não é codificado, os princípios cumprem o papel de dar unidade e sistematização
ao ramo, que nas demais disciplinas cabe ao Código.
Princípios em espécie
b) Princípios reconhecidos: previstos fora da CF, especialmente no art. 2º da Lei 9.784/99* (Lei federal do
Processo Administrativo)
* ATENÇÃO: Segundo o STJ, a Lei 9.784/99 aplica-se também às entidades federativas que não tenham Lei
própria de processo, especialmente quanto ao prazo de 5 anos para a Administração anular seus atos (art.
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Princípios expressos na CF/88
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência (EC 19/98)
f) Devido processo legal (art. 5º, LIV): toda decisão administrativa deve ser precedida de um rito que
garanta contraditório, ampla defesa, impessoalidade e publicidade na tomada da decisão. Ex. mesmo que
um servidor público cometa infração notória (“verdade sabida”), será nula a pena aplicada sem devido
processo legal;
g) Contraditório (art. 5 º, LV): o afetado pela decisão tem direito de ser ouvido antes da tomada da decisão;
h) Ampla defesa (art. 5 º, LV): os interessados na decisão (afetados) têm direito de produzir provas em
favor da sua pretensão, além de utilizar todos os recursos contra decisões desfavoráveis (Dica: A Lei
9.784/99 limita os recursos administrativos ao máximo de 3 instâncias).
Obs. 1. No julgamento do recurso administrativo é possível que autoridade agrave a situação do recorrente,
desde que garanta prévia manifestação (pode haver “reformatio in pejus”).
Obs. 2. No Direito brasileiro não existe necessidade de esgotamento da via administrativa para recorrer ao
Judiciário (art. 5º, XXXV, da CF)
i) Celeridade processual (art. 5º, LXXVIII): os processos administrativos devem ter duração razoável (na
falta de prazo específico, considera-se que a Administração tem 30 dias para decidir)
j) Participação (art. 37, § 3º): a Lei deve criar mecanismos que assegurem a participação do usuário na
gestão pública
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§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.
c) Moralidade administrativa: além de respeitar a Lei, o administrador público deve atender também aos
padrões éticos, de decoro, lealdade e probidade. Desse modo, a Administração está vinculada também às
chamadas “boas práticas administrativas”. Ex. viola a moralidade a nomeação de parentes para cargos
providos sem concurso
SÚMULA VINCULANTE 13
A SV 13 proíbe:
a) Nepotismo direto;
b) Nepotismo cruzado (designações recíprocas)
A SV 13 não proíbe:
2) Nomeação de parente para cargo sem relação de hierarquia ou proximidade com o parente;
3) Nomeação de primos;
5) Segundo o STF, Ministros e Secretários de Estado podem ser parentes do Chefe do Executivo nomeante
d) Publicidade: dever de divulgação oficial* dos atos administrativos, proibindo atos secretos
e) Eficiência (EC 19/98)*: obriga a Administração a atingir os melhores resultados, cumprindo os processor
exigidos pela Lei
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* Lembrar que a EC 19/98 ficou conhecida como Emenda da Reforma Administrativa, que tentou
implementar o modelo da “Administração Gerencial” (focada na entrega de resultados e no desempenho
dos servidores)
PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
1) Segurança jurídica: atua promovendo a estabilização de relações conflituosas, por meio de intitutos como
prescrição, decadência e preclusão
Lembrar que o art. 54 da Lei 9.784/99 estabelece o prazo de 5 anos para a Administração anular seus
defeituosos, desde que o beneficiário esteja de boa-fé
2) Autotutela: a Administração tem o dever de anular seus atos defeituosos e revogar atos contrários ao
interesse público, SEM NECESSIDADE DE RECORRER AO JUDICIÁRIO
Dica: a jurisprudência do STF fala no princípio da proporcionalidade como 3 testes a serem feitos quanto às
decisões estatais:
Adequação
Necessidade
Proporcionalidade estrita