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20/01/2023 11:04 Planejamento das Contratações

Planejamento das Contratações

Site: AVA EBAula - Centro de Educação a Distância do Exército Impresso por: Ten Cel BORBA - ADRIANO MARTINS BORBA
2023 - IEFEx - SEF - ESOD - Estágio Setorial para Ordenador Data: sexta, 20 jan 2023, 11:04
Curso:
de Despesas
Livro: Planejamento das Contratações

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Índice

Introdução

Plano de Contratações Anual

Formalização da Demanda

Estudo Técnico Preliminar

Termo de Referência ou Projeto Básico

Edital

Quiz do Assunto 1

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Introdução

Segundo Santos (2017), “planejar é pensar antecipadamente em objetivos e ações, devendo os atos administrativos serem baseados em
algum método, plano ou lógica e não em suposições. São os planos que organizam e definem o melhor procedimento para alcançá-los”.
Andrade et al (2005), apontam que o planejamento das aquisições de materiais e contratações de serviços é o marco inicial para realização de
uma gestão efetiva dos recursos públicos, na qual a qualidade deste planejamento indicará a obtenção de uma boa ou má execução.

A importância dada ao planejamento na Administração Pública é evidenciada através de diversas evidências que englobam a temática de
emprego de recursos públicos. Inicialmente, cabe destacar a previsão legal, em três distintos dispositivos jurídicos, da realização de um
planejamento prévio e adequado. Em consonância com o princípio da eficiência, a Constituição Federal de 1988, prevê em seu artigo 174:
“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo
e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado” (grifo nosso).

Neste sentido, o art. 11 da Lei nº 14.133, de 1º de abril 2021, apresenta os objetivos dos procedimentos de aquisição e, em seu parágrafo
único, destaca a importância da governança das contratações e a importância do seu alinhamento com o planejamento estratégico da
organização:

Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:


I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se
refere ao ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos;
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável pela governança das contratações e deve implementar
processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos
licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no  caput  deste artigo, promover um
ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e
promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações. (grifo nosso)

Ainda, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, além do assunto planejamento ter destaque em
capítulo distinto (capítulo II – artigos 3° a 10°), destaca-se o previsto no §1° do artigo 1°:

Art. 1º (...)
§ 1° A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios
capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras,
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a
Pagar. (grifo nosso)

Por fim, tem-se a Portaria SEGES/ME nº 8.678, de 19 de julho de 2021, que trata da governança das contratações públicas no âmbito da
Administração Pública federal direta, tendo como uma de suas diretrizes o “alinhamento das contratações públicas aos planejamentos
estratégicos dos órgãos e entidades, bem como às leis orçamentárias.”

No tocante ao Exército Brasileiro, cabe salientar que o planejamento é feito de acordo com o Sistema de Planejamento do Exército (SIPLEx).
Para tal sistema é utilizada uma metodologia específica que estabelece um modelo integrador do planejamento estratégico e administrativo.

No nível das Organizações Militares, os comandantes devem desenvolver o seu planejamento estratégico que recebe a denominação de
Plano de Gestão da OM. Neste plano consta a missão, os princípios e valores, diagnóstico estratégico, diretrizes de comando, visão de
futuro, os objetivos estratégicos, dentre outros. Este documento se faz de suma importância para subsidiar os planejamentos da contratação
da OM, cuja elaboração deverá estar alinhada com os objetivos e diretrizes do comando para determinado período.

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Plano de Contratações Anual

Previsto no inciso VII do artigo 12 da Lei 14.133/21, o Plano de Contratações Anual (PCA) consiste em um planejamento voltado para o
estabelecimento do calendário das licitações a serem realizadas pela unidade gestora e como subsídio para elaboração da Lei Orçamentária
Anual (LOA):

Art. 12 (...)
VII – a partir de documentos de formalização de demandas, os órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo poderão,
na forma de regulamento, elaborar plano de contratações anual, com o objetivo de racionalizar as contratações dos órgãos e entidades
sob sua competência, garantir o alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas leis
orçamentárias.
(...)
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput deste artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição do público
em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente federativo na realização de licitações e na execução dos contratos.

O Decreto nº 10.947, de 25 de janeiro de 2022 , que regulamentou o inciso VII do caput do art. 12 da Lei nº 14.133, de 2021, dispõe
sobre o plano de contratações anual e instituiu o Sistema de Planejamento e Gerenciamento de Contratações no âmbito da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional.

O referido Decreto apresenta um calendário para elaboração do PCA, conforme segue:

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Formalização da Demanda

Toda demanda para ser efetivada deverá ser formalizada através de um documento. Este documento é denominado Documento de
Formalização da Demanda (DFD).

Inicialmente, para fins de elaboração do PCA, cada setor requisitante deverá confeccionar suas DFD sumárias, conforme vimos no assunto
1, obedecendo ao previsto no art. 8º do Decreto nº 10.947, de 2022, a saber:

Art. 8º Para elaboração do plano de contratações anual, o requisitante preencherá o documento de formalização de demanda no PGC
com as seguintes informações:
I - justificativa da necessidade da contratação;
II - descrição sucinta do objeto;
III - quantidade a ser contratada, quando couber, considerada a expectativa de consumo anual;
IV - estimativa preliminar do valor da contratação, por meio de procedimento simplificado, de acordo com as orientações da Secretaria de
Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia;
V - indicação da data pretendida para a conclusão da contratação, a fim de não gerar prejuízos ou descontinuidade das atividades do
órgão ou da entidade;
VI - grau de prioridade da compra ou da contratação em baixo, médio ou alto, de acordo com a metodologia estabelecida pelo órgão ou
pela entidade contratante;
VII - indicação de vinculação ou dependência com o objeto de outro documento de formalização de demanda para a sua execução, com
vistas a determinar a sequência em que as contratações serão realizadas; e
VIII - nome da área requisitante ou técnica com a identificação do responsável.
Parágrafo único. Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e as entidades observarão, no mínimo, o nível referente à classe
dos materiais ou ao grupo dos serviços e das obras dos Sistemas de Catalogação de Material, de Serviços ou de Obras do Governo
federal.

Após o envio da PLOA, com base na referida proposta orçamentária, as UG poderão iniciar a fase interna das licitações, conforme prevê a Lei
de Diretrizes Orçamentárias. Para iniciá-la, caberá aos setores requisitantes o envio de nova DFD, retificada ou ratificada, com maior nível de
detalhamento, devendo conter:

a. Identificação do Setor demandante e do responsável pela demanda;

b. o tipo de item, o respectivo código, de acordo com os Sistemas de Catalogação de Material ou de Serviços;

c. a unidade de fornecimento do item;

d. a quantidade a ser adquirida ou contratada;

e. descrição sucinta do objeto;

f. justificativa para a aquisição ou contratação;

g. estimativa preliminar do valor;

h. a data desejada para a compra ou contratação;

i. se há vinculação ou dependência com a contratação de outro item para sua execução, visando determinar a sequência em que os
respectivos procedimentos licitatórios serão realizados;

j. indicação de membro para equipe de planejamento e, se necessário, o responsável pela fiscalização.

Cabe destacar que a justificativa da contratação é de suma importância para identificar a real necessidade do pleito. Sendo assim, nela
deverão conter os seguintes elementos de acordo com a figura abaixo:

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Estudo Técnico Preliminar

Documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor
solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados, caso se conclua pela viabilidade da
contratação. (Art. 6º, XX, da Lei nº 14.133/2021)

Segundo Antônio Lima et al (2021), o § 1° do art. 18 da Lei nº 14.133/2021 apresenta conteúdo similar àquele já disposto na Instrução
Normativa nº 40/2020, sobre a composição básica do estudo técnico preliminar. A seguir, apresentamos comentários acerca de cada elemento
constitutivo do ETP, que deve integrar essa primeira etapa do planejamento.

I – descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público.

As contratações públicas são iniciadas por meio da formalização de uma demanda. Essa formalização acontece quando na Administração é
identificada uma determinada necessidade. Em geral, o setor que identificou a referida necessidade de contratação é denominado de unidade
requisitante ou demandante, sendo responsável pela formalização da demanda.

Portanto, todas as atividades inerentes ao planejamento da contratação devem ser feitas com base no detalhamento dessa necessidade e na
busca de soluções para supri-la. Os requisitos para a contratação do objeto serão aqueles identificados como essenciais para atender a
referida necessidade. Por isso, é tão importante que ela seja estudada e bem discriminada no estudo técnico preliminar que integrará os
autos do processo administrativo de contratação.

II – demonstração da previsão da contratação no plano de contratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu
alinhamento com o planejamento da Administração.

O Plano Anual de Contratações configura o planejamento da Administração com o levantamento das necessidades de contratações a serem
realizadas no decorrer do exercício seguinte à sua elaboração.  Se a Administração possui o Plano Anual de Contratações (PAC), para cada
processo individualizado de contratação, deverá, no estudo técnico preliminar, indicar a previsão da futura contratação no respectivo Plano e
o devido alinhamento com o planejamento realizado.

III – requisitos da contratação.

Os requisitos da contratação deverão ser aqueles identificados como essenciais para atendimento da necessidade especificada. A
Administração deve abster-se de relacionar requisitos desnecessários e especificações demasiadas, para não frustrar o caráter competitivo
da futura licitação. São requisitos importantes a forma de entrega do bem ou o regime de execução do serviço, os prazos de execução e do
contrato, assim como os critérios de sustentabilidade a serem adotados na contratação.

De acordo com a IN nº 05/2017, são estabelecidos ainda como requisitos para a contratação de serviços, a identificação da natureza do
serviço como continuado ou não, a necessidade de a futura contratada promover transição contratual ou transferência de tecnologia e a
avaliação acerca do prazo inicial de duração do contrato.

IV – estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão
suporte, que considerem interdependências com outras contratações, de modo a possibilitar economia de escala.

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Para qualquer contratação pública, a Administração deve se preocupar com o levantamento das quantidades necessárias. Para isso, o inciso
III do art. 40 da nova lei, da mesma forma que o inciso II do § 7° do art. 15 da Lei nº 8.666/93, dispõe que as quantidades deverão ser
definidas em função do consumo ou da provável utilização, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação.
Por isso, no estudo técnico preliminar devem ser inseridas as memórias de cálculo que justifiquem as quantidades designadas para cada
item da solução pretendida.

V – levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha do
tipo de solução a contratar.

Após conhecer detalhadamente a sua necessidade, a Administração deverá fazer um levantamento no mercado para identificar as diferentes
soluções existentes e capazes de suprir essa necessidade. Nessa pesquisa de mercado deverá buscar contratações feitas por outros entes
públicos, assim como consultar diferentes empresas no sentido de encontrar as distintas soluções e possibilitar a análise comparativa entre
elas. Para fins de comparação entre as soluções deverá ser observado o ciclo de vida do objeto, ou seja, levantados custos e benefícios de
aquisição, operação, manutenção e descarte ao longo do tempo de vida útil de cada solução encontrada. Assim, poderá ser indicada no
estudo técnico preliminar a solução que demonstrou apresentar a melhor relação custo-benefício para a contratação.

VI – estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos
que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado, se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão
da licitação.

No estudo técnico preliminar deve ser feita a estimativa inicial dos preços de cada solução encontrada no mercado. Para isso, devem ser
observados os procedimentos de pesquisa de preços dispostos no art. 23 da Lei nº 14.133/2021. Essa estimativa de preços preliminar visa à
escolha da melhor solução para a contratação e à análise de sua viabilidade. O orçamento estimativo final, em planilhas de quantitativos e
preços unitários estimados, deverá compor o Termo de Referência ou o Projeto Básico. A exceção ocorre quando a Administração adota o
sigilo do orçamento no procedimento licitatório. Nesses casos, embora haja nos autos do processo o orçamento estimativo, este não será
divulgado antes do término da etapa competitiva do certame.

VII – descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o
caso.

Feito o estudo comparativo entre as soluções encontradas no mercado, deverá ser descrito no estudo técnico preliminar o detalhamento da
solução que apresentou a melhor relação custo-benefício para a contratação. Essa descrição completa da solução, incluindo informações
quanto à execução do objeto, sua manutenção e, se for o caso, assistência técnica, será transportada para o Termo de Referência ou Projeto
Básico, instrumentos utilizados para caracterizar o objeto pretendido pela Administração.

VIII – justificativas para o parcelamento ou não da contratação; após conhecer detalhadamente a solução que se mostrou mais
adequada, deve ser identificado se o objeto é composto por itens divisíveis ou não, de acordo com suas características técnicas e
peculiaridades de comercialização no mercado.

  Essa informação é fundamental para a tomada de decisão acerca do critério de adjudicação do objeto, ou seja, se a disputa licitatória
acontecerá por itens, por grupos ou pelo preço global. Sobre o tema, cabe destacar aqui a Súmula TCU 247/2004: É obrigatória a admissão
da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo
objeto seja divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de
propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da
totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a essa
divisibilidade. No entendimento daquele órgão fiscalizador, a Administração deve priorizar o critério de adjudicação do objeto por itens. A
exceção ocorre quando houver prejuízo do conjunto da solução ou perda da economia de escala, devendo isso ser justificado nos autos do
processo.

IX – demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos,
materiais e financeiros disponíveis.

Em suas contratações, a Administração deve almejar o atendimento de sua necessidade com a indicação de resultados específicos a serem
atingidos pela empresa a ser contratada. Por exemplo, em serviços deve ser evitada a contratação pela mera disponibilização de mão de obra
ou por horas trabalhadas. Portanto, no estudo técnico preliminar deverão ser indicados esses resultados pretendidos com a contratação. Os
resultados apontados irão subsidiar a criação dos indicadores de desempenho que serão utilizados no Acordo de Níveis de Serviço ou
Instrumento de Medição de Resultados, se for o caso.

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X – providências a serem adotadas pela Administração previamente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de
servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual.

Um olhar global sobre a futura contratação poderá ser muito útil para identificar possíveis ações prévias a serem adotadas com vistas a
possibilitar a adequada execução contratual. Por isso, deverão ser informadas no estudo técnico preliminar as ações a serem executadas
pela Administração antes da formalização da futura contratação. E como exemplos dessas ações, podem ser citadas: pequenas intervenções
de engenharia, ajustes de sistemas, capacitação de servidores, entre outras.

XI – contratações correlatas e/ou interdependentes.

Mais uma vez a Administração, ao elaborar o estudo técnico preliminar, deve se preocupar com uma visão global para identificar se existem
em andamento contratações correlatas ou interdependentes que venham a interferir ou merecer maiores cuidados no planejamento da futura
contratação. Como exemplo, citamos a necessidade de serviço de transporte de pessoas. Se a Administração decidiu pela locação de
veículos, é necessário identificar se existe a necessidade também de contratação de motoristas. Em caso positivo, ambos os processos de
contratação deverão ser trabalhados em paralelo e de forma complementar, para que, de fato, seja suprida a necessidade identificada.

XII – descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de
energia e de outros recursos, bem como logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável.

Sob a ótica da dimensão ambiental da sustentabilidade, deverão ser identificados possíveis impactos em decorrência da contratação
pretendida e relacionadas as medidas mitigadoras (ações de prevenção e contingência para afastar/tratar os riscos). Importante observar o
ciclo de vida completo da solução escolhida e relacionar as medidas com o Plano de Logística Sustentável (PLS) da Administração, se
houver.

XIII – posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o atendimento da necessidade a que se destina.

O estudo técnico preliminar é finalizado com uma conclusão acerca da viabilidade da contratação e sua adequação à necessidade
identificada na demanda de contratação. Esse parecer final conclusivo sobre a contratação da solução pretendida, deve indicar a viabilidade
técnica, operacional e orçamentária da melhor solução encontrada no mercado. Em resumo, pode-se afirmar que nos estudos técnicos
preliminares será estudada detalhadamente a necessidade identificada e levantadas no mercado as soluções viáveis para atendê-la. Deverá
ser realizado estudo comparativo entre as diferentes soluções para a escolha daquela com melhor relação custo-benefício, sob a ótica do
ciclo de vida do objeto, considerando também as dimensões de sustentabilidade, em consonância com os objetivos do processo licitatório,
listados no art. 11 da Lei nº 14.133/2021. Ao final dessa etapa será descrita a solução completa que se mostrou mais adequada e analisada a
viabilidade de sua contratação, de forma a subsidiar a elaboração do Anteprojeto, do Termo de Referência ou do Projeto Básico.

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Termo de Referência ou Projeto Básico

O termo de referência (TR) ou projeto básico (PB) é um componente FUNDAMENTAL em todo processo de contratação e deve conter de
forma clara e objetivo todos os elementos e informações necessárias à seleção do contratado e a execução do objeto da licitação.

Conforme consta da Lei nº 14.133, de 2021, ao elaborar o TR/PB deve-se observar os elementos constitutivos de cada um deles:

Art. 6º (...)

XXIII - termo de referência: documento necessário para a contratação de bens e serviços, que deve
conter os seguintes parâmetros e elementos descritivos:

a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade
de sua prorrogação;

b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estudos técnicos preliminares correspondentes
ou, quando não for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não contiverem informações
sigilosas;

c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida do objeto;

d) requisitos da contratação;

e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o contrato deverá produzir os resultados
pretendidos desde o seu início até o seu encerramento;

f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo
órgão ou entidade;

g) critérios de medição e de pagamento;

h) forma e critérios de seleção do fornecedor;

i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e
dos documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os
respectivos cálculos, que devem constar de documento separado e classificado;

j) adequação orçamentária;

(...)

XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado
para definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado
com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado
tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição
dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais,


estudos socioambientais e demais dados e levantamentos necessários para execução da solução escolhida;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração
do projeto executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade de reformulações ou variantes quanto à
qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como das
suas especificações, de modo a assegurar os melhores resultados para o empreendimento e a segurança executiva
na utilização do objeto, para os fins a que se destina, considerados os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar
o caráter competitivo para a sua execução;

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d) informações que possibilitem o estudo e a definição de métodos construtivos, de instalações provisórias e de
condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendidos a sua programação, a
estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos


propriamente avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução previstos nos incisos I, II, III, IV
e VII do caput do art. 46 desta Lei;

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Edital

Segundo Hely Lopes Meirelles (2013), o edital apresenta “a regra do jogo” para a licitação, tendo em vista que ele rege as normas que serão
aplicadas aos licitantes e à administração. 

Nele a administração indica: o que deseja contratar; quais critérios de avaliação dos licitantes e de suas propostas; e as condições da
contratação. Neste contexto, ressalta-se que o edital é ato vinculado, conforme princípio da vinculação do instrumento convocatório, previsto
no art. 5º da Lei nº 14.133, de 2021.

No caso de identificação de um vício no instrumento convocatório, na constatação da ocorrência de impactos na formulação das propostas,
a administração deverá republicar o edital e reiniciar a contagem dos prazos de publicidade do mesmo. Este prazo não terá necessidade de
ser reiniciado caso a alteração no edital não tenha reflexos na elaboração das propostas.

Nos termos do art. 25 da Lei nº 14.133, de 2021, “o edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas à convocação, ao
julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do objeto e às
condições de pagamento.”

Na elaboração do edital, sempre que o objeto permitir, a UG deverá adotar as minutas padronizadas de edital e de contrato com cláusulas
uniformes, conforme modelos disponibilizados pela AGU.

O edital apresenta ainda alguns anexos complementares e fundamentais ao processo licitatório, sendo eles:

a. Termo de Referência/Projeto Básico;

b. Minuta de Contrato;

c. Minuta da Ata de registro de preços (quando for o caso); e

d. outros que a administração julgue necessário.

Conforme previsão no art. 53 da Lei nº 14.133, de 2021 “Ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para o órgão de
assessoramento jurídico da Administração, que realizará controle prévio de legalidade mediante análise jurídica da contratação.”

No caso do Comando do Exército, o órgão de assessoramento jurídico é a Advocacia Geral da União (AGU), por meio das
Consultorias Jurídicas da União (CJU) situadas nos diversos estados da federação.

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Quiz do Assunto 1

Agora responda ao Quiz.

Para elaboração do PCA, o requisitante deverá preencher o Documento de Formalização de Demanda (DFD) com a
seguintes informações, EXCETO:

 Estimativa preliminar do valor da contratação, por meio de procedimento simplificado, de acordo com as orientações da Secre
de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

 Indicação da data pretendida para a conclusão da contratação, a fim de não gerar prejuízos ou descontinuidade das atividade
órgão ou da entidade.

 Justificativa da necessidade da contratação.

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