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Sociedades anónimas
Sociedade anónima – é uma natureza jurídica na qual a participação e as
responsabilidades dos sócios (acionistas) são definidas pela quantidade de ações
que possuem. Uma das características é que o património pessoal do acionista
fica separado do património da empresa.
Menções específicas
No que tange às sociedades anónimas, preceitua o artigo 272.º que, do contrato
de sociedade, deve especialmente constar:
a) o número de ações e, se existir, o respetivo valor nominal;
b) as condições particulares, se as houver, a que fica sujeita a transmissão de
ações;
c) as categorias de ações que porventura sejam criadas, com indicação expressa
do número de ações e dos direitos atribuídos a cada categoria;
d) se as ações são nominativas ou ao portador e as regras para as eventuais
conversões;
e) o montante do capital realizado e os prazos de realização do capital apenas
subscrito;
f) a autorização, se for dada, para a emissão de obrigações;
g) a estrutura adotada para a administração e fiscalização da sociedade.
Capítulo II
1. Especificidades do processo constitutivo – as sociedades anónimas com
capital aberto ao investimento público
*quando a empresa abre mais capital na Bolsa de valores, o acionista pode
receber preferência na negociação. A subscrição é o direito dos atuais
investidores terem prioridade na compra de novas ações, sendo proporcional
à posição que já possuem.
o processo tradicional de constituição de sociedades anónimas assenta na
chamada subscrição particular: a constituição da sociedade resulta da
associação de pessoas que projetaram o próprio contrato e intervieram no
respetivo processo de constituição.
Para além desta, importa agora referir a «subscrição com apelo ao público»
que se tornou (e torna) necessária para a constituição de sociedades que
exijam um grande investimento, implicando um elevado número de sócios e
que, por isso, o legislador prevê especificamente para (algumas) sociedades
anónimas.
*subscrição com apelo ao público: quando a empresa que vai emitir valores
mobiliários (ações) propõe à generalidade dos investidores a sua subscrição.
A constituição de sociedade anónima com apelo a subscrição pública de
ações deve ser promovida por uma ou mais pessoas (promotores):
Estes devem subscrever e realizar integralmente ações cuja soma dos
valores nominais (ou cuja soma dos valores de emissão de cada ação)
perfaçam, pelo menos, o capital mínimo prescrito no n.º 3 do artigo
276.º (€ 50.000);
Elaborar o projeto completo de contrato de sociedade – que terá de
especificar o número de ações ainda não subscritas destinadas,
respetivamente, a subscrição particular e a subscrição pública - e
requerer o seu registo provisório. Em seguida, colocam as ações
destinadas à subscrição particular e elaboram a oferta de ações
destinadas à subscrição pública.
Se a subscrição for incompleta (ou seja, não sendo subscritas todas as ações a
ele destinadas e sem prejuízo do n. º3 do artigo 280.º), os promotores devem
requerer o cancelamento do registo provisório e publicar um anúncio em que
informem os subscritores de que devem levantar as suas entradas, suportando
os promotores todas as despesas efetuadas (artigo 280.º, n. º4).
Se a subscrição for completa ou, sendo incompleta, se tiverem sido subscritas
pelo menos três quartos das ações oferecidas e o programa da oferta de ações
especificar que, neste caso, é facultado à assembleia constitutiva deliberar a
constituição da sociedade, os promotores devem convocar uma assembleia de
todos os subscritores (artigo 280.º, n. º3 e 281.º, n. º1). Estando presente ou
representada metade dos subscritores (não incluindo os promotores), a
assembleia constitui-se e as deliberações são tomadas por maioria dos votos,
incluindo os dos promotores (artigo 281.º, n. º5). Se o referido quórum
constitutivo não se verificar, a assembleia pode reunir na segunda data fixada,
mas se nesta não estiver presente ou representada metade dos subscritores
(não incluindo os promotores) as deliberações são tomadas por dois terços dos
votos (incluindo os dos promotores), sendo que, em qualquer caso, cada
promotor e cada subscritor tem um voto, seja qual for o número das ações
subscritas (artigo 281.º, n. º6 e n.º 4).
A assembleia delibera sobre a constituição da sociedade, nos precisos termos do
projeto registado e sobre as designações para os órgãos sociais (art.281.º, n. º7),
devendo a ata ser assinada pelos promotores e por todos os subscritores que
tenham aprovado a constituição da sociedade (artigo 281.º, n. º11). Segue-se a
celebração do contrato de sociedade por dois promotores e pelos subscritores
que entrem com bens diferentes de dinheiro (artigo 282.º, n. º1), a conversão do
registo provisório em definitivo e as publicações legais obrigatórias.
*nº mínimo de sócios – 5 sócios
capital social mínimo – 50.000€
Quanto à forma de exercício do voto, esta pode ser determinada pelo contrato, por deliberação
dos sócios ou por deliberação do presidente da assembleia (artigo 384.º, n. º8), mas no que
respeita ao voto por correspondência e se este não for proibido pelo contrato é preciso
verificar a forma como o seu exercício está regulado (artigo 384.º, n. º9).
Para além do que já foi referido no Capítulo I destes Sumários, importa referir
brevemente a possibilidade de distribuição antecipada de lucros. Apesar de o
nº1 do artigo 31.º estabelecer como regra que a distribuição de bens sociais
(incluindo a distribuição de lucros de exercício) aos sócios só pode ser feita após
deliberação destes, admite uma exceção para os casos de distribuição
antecipada de lucros e outros expressamente previstos na lei.
Ora, no âmbito das sociedades anónimas, o artigo 297.º estabelece os termos
em que se pode proceder a essa distribuição antecipada dos lucros, caso o
contrato de sociedade o permita.
4. Ações
4.1. Noções genéricas
«Ação» designa, desde logo, a participação social dos sócios das sociedades
anónimas. - O «conjunto unitário de direitos e obrigações atuais e potenciais do
sócio (enquanto tal)», devendo ser representada por um título (documento em
papel - «ações tituladas») ou por registo em suporte informático em conta
aberta em nome do seu titular (ações escriturais).
Ações com valor nominal e sem valor nominal
são ações ordinárias da própria empresa que são detidas pela própria empresa e
fazem parte da carteira de investimento da empresa