1. Introdução
2. Conceito de empresa
Tem-se que recorrer à lei civil, como direito subsidiário (art. 3º CCom). A
sociedade comercial é uma sociedade, obedecendo às características
definidoras do art. 980º CC, acrescidas dos requisitos específicos do art. 1º/2
CSC.
3. Elemento pessoal
4. Elemento patrimonial
Esta norma limita-se a exigir, para que surja a sociedade, que os sócios se
obriguem a contribuir com bens ou serviços, mas não exige a efectivação
dessas contribuições logo no momento inicial, podendo ser deixada para mais
tarde, ao menos em parte.
Por outro lado, o art. 980º CC, exige que a actividade económica seja certa,
o que significa, obviamente, que ela deverá ser definida, determinada de forma
concreta e específica, de modo a não se adquirirem indicações tão vagas do
escopo social que acabem por se traduzir numa incerteza da actividade ou
actividades a que a sociedade se destine.
A fórmula do art. 980º CC, parece incutir uma noção muito estrita de lucro:
tratar-se-ia de um aumento de património gerado na própria sociedade, para
ser depois repartido entre os sócios, seja periodicamente, seja no final da
existência da sociedade.
O elemento teleológico não consiste apenas no intuito de que a sociedade
reduza lucros: é necessário que ela vise também a repartição destes pelos
sócios (art. 980º CC).
Este direito dos sócios aos dividendos goza de protecção, que se cifra em
três aspectos:
7. Objecto comercial
Para que uma sociedade seja comercial, ela deverá ter “por objecto a
prática de actos de comércio” (art. 1º/2 CSC). Assim, o primeiro elemento
conceitual específico das sociedades comerciais consiste no objecto comercial.
No que toca às sociedades comerciais, portanto, o elemento finalístico,
também designado, por fim imediato ou objectivo da sociedade, tem uma
conotação própria: ele deve ter carácter comercial.
8. Forma comercial
Para que uma sociedade seja comercial é ainda necessário que revista
forma comercial, comporta dois sentidos:
9. Princípio da tipicidade
São sociedades comerciais aquelas que tenham por objecto a prática de actos de comércio e adoptem o tipo de
sociedade em nome colectivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples
ou de sociedade em comandita por acções.
O contrato de sociedade
Esta sua natureza jurídica implica uma execução prolongada no tempo, uma
sequência de comportamentos das partes através dos quais se dá
concretização ao vínculo contratual: é, pois um contrato de execução
continuada. Mas diferencia-se dos demais contratos desta espécie, na medida
em que a sua execução não se traduz em simples fluxos de prestações e
contraprestações, comissivas ou omissivas, mas sim na criação e
funcionamento de uma organização – a sociedade-instituição –, a qual funciona
segundo um conjunto de regras traçadas no contrato, como ente dinâmico e
mutável e se norteia por um escopo a que é destinada (o objecto social: é, pois
um contrato de organização).
15. Capacidade
17. Consentimento
18. Objecto
No caso do contrato de sociedade, tal objecto consiste nos bens com que
os sócios entram para a sociedade, isto é, com os quais eles dão cumprimento
à obrigação de entrada.
19. Causas
20. Forma
1) A celebração do contrato por escritura pública (art. 7º/1 CSC; art. 89º-e
CNot);
O art. 7º/1 CSC, prescreve que o contrato de sociedade deve ser celebrado
através de escritura pública – o que patenteia o carácter formal e não
consensual deste negócio – existência que se estende, por força da remissão
operada pelo art. 270º-G CSC, ao negócio jurídico unilateral de constituição de
uma sociedade unipessoal por quotas.
Nos termos do art. 166º CSC, os actos relativos à sociedade estão sujeitos
a registo e publicação nos termos da lei respectiva. Esta exigência legal visa
reforçar a possibilidade de conhecimento do contrato de sociedade por parte de
todos os que entram em relação com a sociedade.
De acordo com o art. 70º/1-a CRCom, é obrigatória a publicação dos actos
“previstos no art. 3º CRCom, quando respeitem a sociedades por quotas,
anónimas ou em comandita por acções, desde que sujeitos a registo
obrigatório”.
O art. 41º CSC, atento aos interesses em causa, ressalvou duas excepções:
i) Antes do registo
O sócio que obtiver a anulação da sua declaração negocial, nos casos dos
arts. 45º/2 e 46º CSC, tem direito a reaver o que prestou e não pode ser
obrigado a completar a sua entrada, mas se a anulação se fundar em vício da
vontade ou usura, não ficará liberto, em face de terceiro, da responsabilidade
que por lei lhe competir quanto às obrigações da sociedade anteriores ao
registo da acção ou da sentença (art. 47º CSC).
26. Incapacidade
28. Noção
- A função de garantia.
1) Entradas em dinheiro
A entrada inicial tem de ser depositada numa instituição de crédito antes da
constituição da sociedade, como forma de controle, mas pode ser levantada
após o registo da sociedade e, mesmo, antes, quando os sócios autorizem o
seu levantamento pelos administradores para fins determinados,
nomeadamente os encargos com a constituição, instalação e funcionamento da
sociedade (arts. 202º/3 e 4; 277º/3 e 4 CSC).
2) Entradas em espécie
3) Entradas em trabalho
Este dever é tanto mais alargado quanto maior for a “affectio societatis” do
tipo societário e abrange mesmo a proibição do sócio exercer actividades
concorrentes com a actividade social nas sociedades civis (art. 900º CC) e nas
sociedades em nome colectivo (art. 180º CSC).
Direitos dos sócios
- Limites
Para além da exclusão judicial por justos motivos, o Código das Sociedades
Comerciais prevê ainda a possibilidade de exclusão do sócio através da
amortização forçada das quotas ou acções, verificados os casos
expressamente previstos nos estatutos da sociedade mediante simples
deliberações (arts. 232º e segs.; 241º/1 e 2; 374º CSC).
a) A Assembleia-geral;
b) A Administração;
d) O secretário da Sociedade.
A Assembleia-geral
38. Noção
1) Convocação e funcionamento
2) Formas de deliberação
As deliberações sociais seja qual for o modo como foram tomadas, têm de
ser vertidas para um documento escrito sob pena de não poderem ser
provadas (art. 63º/1 CSC) – a acta.
b) Deliberações nulas
c) Deliberações anuláveis
São aquelas que violando preceitos imperativos na lei ou dos estatutos não
estão abrangidos pelos casos de nulidade taxativamente enunciados no art.
56º CSC. Deliberações essas que se podem reconduzir a três categorias
distintas previstas no art. 58º/1 CSC:
- Deliberações abusivas;
b) Direito à remuneração;
c) Pensões de reforma.
4) Vinculação da sociedade