Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONTRATO DE SOCIEDADE
14. Objecto
Exercício em comum de uma actividade económica que não seja de mera fruição.
http://octalberto.no.sapo.pt/contrato_de_sociedade.htm 1/9
4/3/2014 CONTRATO DE SOCIEDADE
15. A organização
Estrutura coordenada da gestão da actividade societária.
Esse contraste sócio-sociedade é resolvido através da interposição de uma organização,
destinada a gerir a prossecução desse objecto. Daí o surgimento de todo um sistema de
órgãos, através dos quais se prossegue a execução do contrato (arts. 985º segs. CC). Deste
elemento deriva, por um lado, o carácter extraordinariamente complexo da posição jurídica
dos sócios que, para além das obrigações que assumiram pelo contrato, ficam sujeitos ao
poder potestativo da organização que criaram, constrangedor da sua actividade.
16. O fim
A repartição dos lucros.
O fim para o qual converge toda a actividade societária é a repartição dos lucros. Constitui
este, com efeito, o momento da realização do interesse individual dos sócios, por força do
qual se subordinaram ao interesse social na prossecução do objecto. Por essa mesma razão
é que o art. 980º CC vem considerar elemento do conceito de sociedade o fim de repartir os
lucros e não a sua produção.
Faltando o elemento fim lucrativo não existe sociedade, mas sim associação (art. 157º CC).
http://octalberto.no.sapo.pt/contrato_de_sociedade.htm 2/9
4/3/2014 CONTRATO DE SOCIEDADE
negócio não puder reduzir-se, nos termos do art. 292º CC às demais participações”.
Como contrato que é na sua origem, a sociedade está sujeita às causas de nulidade e de
anulação próprias dos contratos. É o art. 981º/2 CC conclui-se indirectamente que o regime,
quer da nulidade, quer da anulabilidade, não se afasta, neste caso da sociedade, do regime
geral dos negócios jurídicos.
Assim é, que tanto a redução como a conversão do negócio, em consequência daquelas
causas de invalidade, encontram aplicação no contrato de sociedade com as meras
adaptações que o preceito consagra.
c) A sociedade como contrato de execução continuada ou duradoura
As obrigações do contrato de sociedade são obrigações de cumprimento ininterrupto, tais
como a obrigação de colaboração, a obrigação de não concorrência e as obrigações
derivadas do exercício da gerência. Consequência do carácter duradouro desta relação
contratual é a faculdade de denúncia ad nutum, prevista no art. 1002º CC quando o contrato
não tenha prazo fixado.
d) A sociedade como contrato sinalagmático e oneroso
Faz nascer obrigações recíprocas a cargo de todas as partes. O facto de não existir, em
sede de sociedade, uma contraposição de interesses entre as partes, exclui a
correspectividade entre as suas prestações, mas não exclui o sinalagma, apenas o faz
configurar-se de uma maneira específica.
A sociedade assume-se como um contrato oneroso, dada a necessidade de haver uma
atribuição patrimonial por parte de todos os contraentes, uma vez que o art. 983º CC que
estabelece a obrigação de entrada dos sócios é inderrogável.
e) A sociedade como contrato aleatório
Impõe-se a classificação da sociedade na categoria dos contratos aleatórios.
Efectivamente, embora a atribuição patrimonial dos sócios seja certa, o seu correspectivo
patrimonial é incerto, pois ignora-se no momento da celebração o an e o quantum do lucro, o
que corresponde obviamente à existência de uma área ou risco económico neste contrato.
f) A sociedade civil como contrato “intuito personae”
A existência de uma responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios pelas dívidas da
sociedade (art. 997º CC) impõe que se verifique, para a celebração do contrato uma relação
de confiança mútua entre todos, sem a qual a sociedade civil não teria condições de
funcionamento. Daí que se deve qualificar a sociedade civil como um contrato intuito
personae, atenta a importância fundamental que nesta reveste a pessoa dos sócios.
g) A sociedade civil como contrato obrigacional e ainda real “quod effectum”
O facto de as entradas no contrato de sociedade não serem típicas, antes podendo
consistir em quaisquer bens ou serviços (arts. 980º e 983º/1 CC), desde que os aptos para a
prossecução da actividade económica que os sócios se propõem desenvolver, dá origem a
que a sociedade, que se apresenta primordialmente como um contrato obrigacional, venha a
ter natureza real quanto a entrada consista na transmissão de um direito real. Nesse caso a
sociedade adquire características de um contrato real quod effectum.
As relações internas
http://octalberto.no.sapo.pt/contrato_de_sociedade.htm 3/9
4/3/2014 CONTRATO DE SOCIEDADE
inutilizado.
O valor da entrada é normalmente fixado no pacto, podendo variar de sócio para sócio. A
lei manda atender há vontade das partes, porque neste ponto estão apenas em jogo as
relações entre só sócios. Não se fixando o valor, nem fornecendo o contrato os elementos
necessários para a sua fixação, entende a lei, supletivamente, que são iguais as entradas a
que se obrigam os sócios ou que os sócios realizaram (art. 983º/2 CC).
Se a obrigação de entrada não estiver determinada (art. 280º CC) no contrato nem
existirem elementos para a sua determinação o negócio não pode deixar de se considerar
nulo, por falta de um elemento essencial.
O art. 984º CC regula a execução da prestação, garantia e risco da coisa, pelos arts. 577º e
424º segs. CC e os arts. 578º e 425º CC desenvolvem a regulação dos requisitos e efeitos da
cessão para os arts. 980º segs. CC.
Relações externas
b) O decurso do prazo fixado no contrato, não havendo prorrogação (art. 1007º-b CC):
trata-se novamente de uma mera aplicação ao contrato de sociedade das regras gerais
dos negócios jurídicos que admitem a estipulação de termo final (art. 278º CC), a partir
do qual o negócio jurídico deixa de produzir os seus efeitos. Aos sócios é no entanto,
sempre facultada a possibilidade de prorrogarem o prazo fixado, nos termos do art. 982º
CC.
c) A realização do objecto social, ou o facto de este se tornar impossível (art. 1007º-c
CC): a dissolução da sociedade por realização do objecto social é, uma hipótese rara
pois o objecto social assume normalmente uma configuração vagara, através da simples
referência a um ramo de actividade[7].
d) Extinção da pluralidade dos sócios se no prazo de seis meses não vier a ser
reconstituída (art. 1007º-d CC): trata-se neste caso de uma causa de dissolução de
efeito diferidos, uma vez que a redução dos sócios à unipessoalidade não faz operar
imediatamente a dissolução, deixando a lei ao sócio um prazo para refazer a base
pessoal da sociedade, só se verificando a dissolução se esta reconstituir no decurso
deste prazo.
e) Decisão judicial que declare a sua insolvência (art. 1007º-e CC): neste caso a
dissolução da sociedade perde relevância autónoma, apresentando-se como um
simples efeito colateral de um processo judicial, uma vez que a liquidação que se vai
operar rege-se, em tudo, pelas normas dos arts. 1135º segs. CC, aplicáveis por força
dos arts. 1315º e 1325º CC e ano pelos arts. 1010º segs. CC, que correspondem a uma
forma privada de liquidação.
f) Outras causas de dissolução previstas no contrato (art. 1007º-f CC): admite-se em
termos muito gerais a estipulação pelas partes de causas autónomas de dissolução no
âmbito da autonomia privada (art. 405º CC).
http://octalberto.no.sapo.pt/contrato_de_sociedade.htm 8/9
4/3/2014 CONTRATO DE SOCIEDADE
http://octalberto.no.sapo.pt/contrato_de_sociedade.htm 9/9