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Quinta-feira, 1 de Junho de 2023 I Série – N.

º 99

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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SUMÁRIO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Presidente da República Decreto Presidencial n.º 131/23
de 1 de Junho
Decreto Presidencial n.º 131/23: Considerando que o Decreto Presidencial n.º 84/19, de 21
Aprova a atribuição do Subsídio à Gasolina para produção agrícola, pes- de Março, aprova a atribuição do Subsídio aos Combustíveis
queira, e para o transporte intermunicipal, inter-urbano e urbano de para a Produção Agrícola e Pesqueira, como mecanismo de
passageiros. — Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no incentivo à produção de bens alimentares de primeira neces-
presente Diploma, nomeadamente o Decreto Presidencial n.º 84/19, sidade a nível nacional;
de 21 de Março.
Havendo a necessidade de se alargar o âmbito de bene-
Decreto Presidencial n.º 132/23: ficiários dos subsídios aos combustíveis e restringi-lo à
Aprova as medidas para a mitigação da remoção parcial da subvenção gasolina, em conformidade com as Medidas de Mitigação
ao preço da gasolina. do Impacto da Remoção Parcial da Subvenção ao Preço da
Decreto Presidencial n.º 133/23: Gasolina;
Cria o Fundo Nacional de Emprego de Angola, abreviadamente desig- O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
nado por FUNEA, que visa garantir recursos financeiros para nea d) do artigo 120. º e do n.º 4 do artigo 125.º, ambos da
promover a inserção dos recém-formados e desempregados no mer-
Constituição da República de Angola, o seguinte:
cado de trabalho.
ARTIGO 1.º
(Objecto)
Ministérios das Finanças, das Pescas e Recursos
O presente Decreto Presidencial aprova a atribuição do
Marinhos e dos Transportes Subsídio à Gasolina para produção agrícola, pesqueira, e
Decreto Executivo Conjunto n.º 80/23: para o transporte intermunicipal, inter-urbano e urbano de
Aprova as regras e os procedimentos de operacionalização da atribuição passageiros.
dos subsídios à gasolina para a produção pesqueira e para o trans-
ARTIGO 2.º
porte inter-municipal, inter-urbano e urbano de passageiros, bem
(Âmbito de aplicação)
como as sanções e penalidades aplicáveis no âmbito da atribuição
dos referidos subsídios. 1. O subsídio à gasolina para a produção agrícola e
pesqueira, aplica-se às actividades agro-pastoris familia-
Ministérios das Finanças e dos Recursos Minerais, res, piscatórias artesanais, elegíveis nos termos do presente
Diploma, que dependem da utilização de máquinas, equipa-
Petróleo e Gás
mentos e veículos ligeiros, com dispêndio de gasolina, no
Decreto Executivo Conjunto n.º 81/23: território nacional.
Aprova as alterações dos artigos 4.º, 5.º e 6.º do Decreto Executivo
2. Gozam, igualmente do direito ao subsídio ao preço
Conjunto n.º 331/20, de 16 de Dezembro, que aprova as Regras e
da gasolina, os agentes económicos prestadores do serviço
Procedimentos para a Fixação e Alteração dos Preços dos Produtos
Derivados do Petróleo Bruto e do Gás Natural, e adita o artigo 5.º- de transporte urbano colectivo de passageiros com veículos
A. — Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no presente ligeiros, pesados e motociclos, em todo o território nacional,
Decreto Executivo Conjunto. nas rotas intermunicipais, urbanas e inter-urbanas.
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ARTIGO 3.º máquinas, embarcações de pequena dimensão, veículos


(Subsídio à gasolina)
ligeiros, pesados, motociclos, cuja função seja estritamente
1. A subvenção da gasolina para o transporte inter- ligada à produção agrícola familiar, pesca artesanal, e trans-
-municipal, urbano e inter-urbano de passageiros e para a porte colectivo inter-municipal, inter-urbano e urbano de
produção agrícola, piscatória, corresponde ao valor atri- passageiros.
buído pelo Estado através do Tesouro Nacional e de recursos ARTIGO 6.º
provenientes da SONANGOL-E.P. (Operacionalização do subsídio)
2. A atribuição do subsídio à gasolina ocorre pela 1. As normas e procedimentos complementares sobre a
assumpção por parte do Estado do custo do incremento do operacionalização do subsídio à gasolina, objecto do presente
seu preço, por via de um desconto em cartões de consumo Diploma, são determinados por Decreto Executivo Conjunto
de gasolina disponibilizados por cada empresa provedora, dos Ministros das Finanças, dos Recursos Minerais, Petróleo
dotados de mecanismos de controlo dos beneficiários pela e Gás, dos Transportes, das Pescas e Recursos Marinhos e da
matrícula, número de registo, licença da embarcação, equi-
Agricultura e Florestas, em função do sector de actividade
pamento ou veículo, com reconciliação mensal do valor
aplicável.
consumido, através da constituição de contas correntes entre
2. A competência estabelecida no número anterior inclui
o Tesouro Nacional e as empresas provedoras.
poderes para determinação de sanções administrativas e
3. Os mecanismos de controlo dos beneficiários mencio-
civis aplicáveis pela inobservância do disposto no presente
nados no número anterior, devem constar de um regulamento
Diploma, por parte dos beneficiários e demais intervenientes
próprio.
do ecossistema de operacionalização dos subsídios.
4. Para efeitos do número anterior a gasolina deve ser
ARTIGO 7.º
adquirida ao preço final real praticado nos diferentes postos (Revogação)
de venda de combustível, legalmente autorizados, deduzida
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no
a parcela subvencionada.
presente Diploma, nomeadamente o Decreto Presidencial
ARTIGO 4.º
(Beneficiários) n.º 84/19, de 21 de Março, que aprova a Atribuição do
Subsídio aos Combustíveis para a Produção Agrícola e
1. Podem beneficiar do subsídio à gasolina para a pro-
Pesqueira.
dução agrícola, pesqueira, os agentes económicos que
ARTIGO 8.º
exerçam, a título principal, uma actividade de exploração
(Dúvidas e omissões)
agrícola familiar ou pesqueira artesanal, devidamente cadas-
trados e licenciados que se dediquem ao apoio à produção As dúvidas e omissões decorrentes resultantes da inter-
e estejam habilitados ao exercício da respectiva actividade pretação e aplicação do presente Decreto Presidencial são
pelas autoridades administrativas competentes. resolvidas pelo Presidente da República.
2. O presente Diploma aplica-se igualmente aos pres- ARTIGO 9.º
(Entrada em vigor)
tadores de serviços que trabalhem nas explorações dos
beneficiários, utilizando máquinas ou equipamentos O presente Diploma entra em vigor à 1h00 da manhã do
próprios. dia 2 de Junho de 2023.
3. O subsídio aos transportes inter-municipais, inter- Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, a 1 de
-urbanos e urbanos de passageiros destina-se à classe dos Junho de 2023.
taxistas e moto-taxistas licenciados pelas autoridades com- Publique-se.
petentes, organizados de forma individual ou empresarial.
Luanda, a 1 de Junho de 2023.
4. Compete à cada entidade licenciadora do sector de
actividade na área de circunscrição territorial administrativa, O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
o cadastramento dos beneficiários do subsídio. Lourenço.
5. A atribuição do subsídio poderá ser recusada em (23-3999-A-PR)
função do cruzamento de dados com as entidades represen-
tativas das respectivas classes profissionais. Decreto Presidencial n.º 132/23
de 1 de Junho
ARTIGO 5.º
(Equipamentos elegíveis) Tendo em conta que nos termos do Decreto Presidencial
Para efeitos do presente Diploma são subsidiáveis as des- n.º 206/11, de 29 de Julho, que aprova as Bases Gerais para a
pesas relativas à aquisição de gasolina utilizada em máquinas, Organização do Sistema Nacional de Preços, a alteração do
designadamente, tractores agrícolas, dispositivos combi- regime de preços da gasolina, enquanto produto derivado do
nados, ou colhedores, debulhadoras, moto-cultivadores, petróleo bruto, origina a cessação da obrigação de o Estado
grupos moto-bombas, moto-serras, motores de acciona- subvencionar o preço de venda ao público, passando o con-
mento de máquinas agrícolas, geradores, equipamentos e sumidor final a assumir o respectivo custo;
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Havendo a necessidade de se adoptarem medidas que sumo de combustível, para o efeito, emitidos
mitiguem o impacto dos efeitos económicos resultantes do a favor dos profissionais licenciados e devi-
ajustamento dos preços deste derivado, nos rendimentos das damente cadastrados para o Sector das Pescas
famílias, nos rendimentos dos trabalhadores e na estrutura e para os agentes devidamente cadastrados e
de custos das empresas; inscritos nas respectivas associações e coope-
O Presidente da República decreta, nos termos da alí- rativas representativas da classe para o Sector
nea b) do artigo 120.º e do n.º 4 do artigo 125.º, ambos da da Agricultura.
Constituição da República de Angola, o seguinte: b) Subsídios aos Taxistas e Moto-Taxistas:
ARTIGO 1.º i. O Estado subvenciona parcialmente os preços
(Aprovação) das corridas de transporte público intermu-
São aprovadas as Medidas para a Mitigação da Remoção nicipais, inter-urbanos e urbanos, através
Parcial da Subvenção ao Preço da Gasolina, anexas ao pre- da atribuição de um subsídio à classe dos
sente Decreto Presidencial, de que são parte integrante. taxistas e moto-taxistas em todo o território
ARTIGO 2.º nacional, correspondente ao incremento do
(Dúvidas e omissões) custo mensal com a gasolina, gradualmente
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e reduzido em cada ano até ao ano de 2025;
aplicação do presente Decreto Presidencial são resolvidas ii. O subsídio é atribuído nos termos fixados em
pelo Presidente da República. diploma próprio, por meio de um desconto
ARTIGO 3.º no preço da gasolina em cada abastecimento
(Entrada em vigor) efectuado, com recurso a cartões de consumo
O presente Diploma entra em vigor à 1h00 da manhã do de gasolina para o efeito, emitidos a favor
dia 2 de Junho de 2023. dos profissionais licenciados e devidamente
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, a 1 de cadastrados;
Junho de 2023. iii. A temporariedade do subsídio está intrinse-
Publique-se. camente ligada à implementação dos passes
sociais e regulares de passageiros no âmbito
Luanda, a 1 de Junho de 2023. do Sistema Nacional de Bilhética Integrada e
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves a liberalização total dos preços dos serviços
Lourenço. de táxis colectivos e moto-táxis.
B. Apoio às Famílias e Trabalhadores:
ANEXO a) Reforço do Programa Kwenda;
i. É aumentado o valor mensal da transferência
MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DO IMPACTO
monetária de Kz: 8.500,00 para Kz 11.000,00
DA REMOÇÃO PARCIAL DA SUBVENÇÃO
(onze mil);
AO PREÇO DA GASOLINA
ii. É aumentado o período de permanência de
I. Medidas de Curto e Médio Prazos uma família no Programa Kwenda de 1 ano
Com o objectivo de atenuar as consequências eco- para 2 anos, na componente de transferências
nómicas e financeiras na esfera das empresas, famílias e monetárias;
trabalhadores, resultantes da alteração do regime de pre- iii. A contar do corrente exercício fiscal e
ços da gasolina, e subsequente cessação da subvenção dos enquanto durar o ajustamento dos preços dos
preços do referido combustível, são adoptadas as seguintes produtos derivados do petróleo, o Programa
medidas temporárias: Kwenda é alocado anualmente com um
A. Apoio às Empresas: mínimo de Kz: 75.000.000.000,00 (setenta
a) Subvenção à Agricultura e Pescas: e cinco mil milhões de Kwanzas), oriundos
da poupança fiscal do referido ajuste, visando
i. O Estado subvenciona o preço de venda da
beneficiar um mínimo de 241.477 (duzen-
gasolina ao Sector Produtivo, designada-
tos e quarenta e mil, quatrocentos e setenta e
mente à produção agrícola e à pesca artesanal,
sete) agregados familiares adicionais sobre a
através da cabimentação de um montante meta de 1 000 000 (um milhão) já previstos
compatível à suavização do impacto do para 2023, e mínimos de 230.114 (duzentos e
aumento do preço; trinta mil, cento e catorze) e 228.693 (duzen-
ii. O subsídio é atribuído, nos termos fixados tos e vinte e oito mil, seiscentos e noventa
em diploma próprio, mediante desconto no e três) agregados familiares sobre a meta
preço da gasolina em cada abastecimento de base do referido Programa referentes aos
efectuado, com recurso a cartões de con- anos 2024 e 2025, respectivamente.
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b) Subsídios aos utilizadores de transportes Rodoviá- ARTIGO 2.º


(Natureza jurídica)
rios:
O Estado garante a manutenção do nível actual O FUNEA consiste num conjunto de activos financei-
de subsídios generalizado aos utilizadores ros, essencialmente depósitos a prazo e à ordem, destinados
de transportes rodoviários regulares urbanos a criar e apoiar projectos e iniciativas públicas e privadas
de passageiros, em todo o território nacio- geradoras de emprego.
nal, bem como os subsídios decorrentes da
introdução dos passes sociais, nos termos do CAPÍTULO II
Decreto Executivo Conjunto n.º 62/23, de 8 Gestão
de Maio. ARTIGO 3.º
c) Criação de um Fundo Nacional de Emprego: (Gestão profissional)
O Estado garante a institucionalização do 1. A gestão do FUNEA compete a uma Entidade Gestora
Fundo Nacional de Emprego, como medida
profissional e especializada em conformidade com as regras
transversal de carácter estrutural, cujo
do mercado, mediante um acordo de gestão.
público-alvo são os jovens desempregados,
com vista a melhorar as perspectivas nacio- 2. O acordo de gestão referido no número anterior é
nais de emprego digno e produtivo, através assinado pelos Titulares dos Departamentos Ministeriais
do apoio à inserção de jovens no mercado de responsáveis pelos Sectores das Finanças Públicas e do
trabalho, bem como o apoio ao empreende- Trabalho.
dorismo, formação profissional, orientação 3. O modelo, os termos e condições do acordo gestão,
vocacional, subsídios e bolsa a formação pro- administração e aplicação dos recursos do FUNEA são esta-
fissional, incentivos a contratação de jovens, belecidos por Decreto Executivo Conjunto.
reconversão profissional, como medidas de 4. O acordo referido nos números anteriores deve clari-
prevenção do desemprego e a eliminação dos ficar a posição jurídica do Estado na qualidade de titular do
constrangimentos estruturais na oferta e pro-
interesse público e responsável pelo fornecimento dos fun-
cura de trabalho.
dos públicos.
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
5. As alterações impostas pela necessidade de adaptação
Lourenço.  (23-3999-B-PR)
das normas de gestão às novas circunstâncias e factos super-
venientes é feita pela forma prevista no n.º 3 do presente
Decreto Presidencial n.º 133/23 artigo.
de 1 de Junho
ARTIGO 4.º
Considerando que a Política e Estratégia Nacional de (Remuneração)
Emprego integram, nos seus paradigmas de implementa-
A estrutura da remuneração, a indexação e as quan-
ção, a criação de um fundo de emprego com o objectivo de
tias devidas à Entidade Gestora do FUNEA são fixadas no
garantir recursos financeiros para a promoção do emprego
acordo de gestão referido no artigo anterior.
e corrigir os constrangimentos no mercado de trabalho na
ARTIGO 5.º
República de Angola; (Capitalização)
Tendo em conta que o paradigma de criação, organi-
1. O FUNEA é integralmente capitalizado pelo Tesouro
zação, funcionamento, avaliação e extinção dos Institutos
Nacional e pelas receitas previstas no artigo 9.º do presente
Públicos preconiza um modelo de governança incompatível
Decreto Presidencial.
com o modelo de gestão democrático imposto pelas finalida-
2. A capitalização inicial do FUNEA deve atingir, pelo
des e especificidades dos Fundos Públicos;
Atendendo ao disposto no n.º 2 do artigo 1.º e no artigo 8.º  menos, Kz: 589 924 177 777,78 (quinhentos e oitenta e nove
da Lei n.º 18-B/92, de 24 de Julho — Lei do Emprego; mil milhões, novecentos e vinte e quatro milhões, cento e
O Presidente da República decreta, nos termos da alí- setenta e sete mil, setecentos e setenta e sete Kwanzas e
nea d) do artigo 120.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da setenta e oito cêntimos).
Constituição da República de Angola, o seguinte: 3. Para o exercício económico referente ao ano da
institucionalização do FUNEA, ficam disponíveis
CAPÍTULO I Kz: 25 000 000 000,00 (vinte e cinco mil milhões de
Disposições Gerais Kwanzas), a serem deduzidos do valor referido no número
ARTIGO 1.º anterior.
(Objecto e âmbito) ARTIGO 6.º
O presente Diploma cria o Fundo Nacional de Emprego (Regime financeiro e instrumentos de gestão)

de Angola, abreviadamente designado por FUNEA, que visa 1. A actividade financeira do FUNEA rege-se por um
garantir recursos financeiros para promover a inserção dos orçamento próprio e dispõe de contabilidade própria em
recém-formados e desempregados no mercado de trabalho. conformidade com a lei e regras internacionalmente aceites.
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2. São instrumentos de gestão do FUNEA: mercado de trabalho através de entidades de


a) Contrato-programa; formação em parcerias com empresas do Sector
b) Plano de actividades anual e plurianual; Produtivo;
c) Orçamento anual; h) Outras medidas relevantes para a materialização da
d) Relatório anual de gestão; Política Nacional de Emprego.
e) Relatório de contas; ARTIGO 9.º
(Auditoria e controlo)
f) Sistema de relato e prestação de contas.
ARTIGO 7.º
1. O FUNEA está sujeito a auditorias regulares anuais.
(Receitas) 2. A Entidade Gestora do FUNEA deve submeter aos
1. Constituem receitas do FUNEA as seguintes: Departamentos Ministeriais responsáveis pelos Sectores das
a) Rendimentos provenientes da actividade operacio- Finanças Públicas, da Economia e do Trabalho os relatórios
nal do FUNEA, nomeadamente juros, rendas e trimestrais contendo informações que permitam a avaliação
lucros; da gestão dos recursos financeiros disponibilizados, nos ter-
mos do acordo de gestão.
b) Recursos de apoio e incentivo às políticas activas
3. Sem prejuízo do estabelecido nos n.os 1 e 2, o FUNEA
de emprego;
está sujeita ao Controlo da Inspecção Geral da Administração
c) Recursos actualmente consignados a formação
do Estado.
profissional de quadros angolanos;
d) Custódia de recursos dos Serviços Públicos Espe- CAPÍTULO III
cíficos; Organização, Responsabilidade e Processos de Decisão
e) Fontes de financiamento do sector privado; ARTIGO 10.º
f) Financiamento directo e indirecto de instituições (Governo)
financeiras nacionais ou internacionais; O Governo do FUNEA integra os seguintes órgãos:
g) Doações e subsídios de organizações internacio- a) Entidade Gestora;
nais; b) Comité Estratégico;
h) Outros recursos que legalmente lhe venham a ser c) Conselho de Supervisão.
atribuídos. ARTIGO 11.º
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as recei- (Entidade Gestora)
tas do FUNEA são anualmente inscritas no Orçamento Geral 1. A Entidade Gestora tem competências e poderes de
do Estado até o limite da capitalização prevista no n.º 2 do gestão e assume a responsabilidade pela gestão e condução
artigo 5.º do presente Diploma, em conformidade com a pro- das operações do FUNEA, nos termos do presente Decreto
gramação financeira do Executivo. Presidencial.
ARTIGO 8.º 2. A Entidade Gestora constitui, para todos os efeitos, um
(Despesas)
representante que exerça nela funções a tempo integral e o
Constituem despesas do FUNEA as seguintes: represente perante o Estado e terceiros, enquanto vigorar o
a) Os custos de aquisição de serviços especializados acordo de gestão.
a utilizar; 3. A Entidade Gestora pode envolver consultores espe-
b) Os custos de aquisição de patentes e outras imobi- cializados nacionais ou internacionais, em conformidade
lizações incorpóreas; com as necessidades operacionais do FUNEA.
c) Os custos de aquisição, manutenção e conservação ARTIGO 12.º
de bens a utilizar; (Deveres da Entidade Gestora)
d) Empréstimos e incentivos a Fundo Perdido aos Sem prejuízo do disposto no acordo de gestão, os
jovens que frequentam cursos ou acções forma- membros dos órgãos da Entidade Gestora e todos os seus
tivas profissionais; colaboradores estão sujeitos aos seguintes deveres:
e) Financiamento de projectos de entidades do Sis- a) Respeitar e fazer cumprir as normas e princípios
tema Nacional de Formação Profissional; relativos ao fomento da empregabilidade;
f) Financiamentos reembolsáveis às micro e pequenas b) Guardar sigilo profissional dos dados e informações
empresas, apoio ao emprego e auto-emprego sobre as contas, negócios e demais elementos
através de linhas de crédito junto de instituições dos beneficiários do FUNEA;
financeiras; c) Gerir a aplicação do capital segundo critérios
g) Financiamento de iniciativas com objectivo de legais e de rentabilidade estabelecidos no pre-
dotar os jovens com competências específicas sente Diploma e seu regulamento;
direccionadas à sua colocação imediata no d) Garantir a observância do contrato de gestão.
2984 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 13.º CAPÍTULO IV


(Comité Estratégico) Disposições Finais
1. O Comité Estratégico é o órgão de controlo responsá- ARTIGO 15.º
vel pela condução dos actos de gestão e pela definição das (Dever de informação)
prioridades do FUNEA, revisão e validação das decisões de Sem prejuízo do dever de prestação de contas, os
investimento. Departamentos Ministeriais referidos no artigo 3.º devem
2. Os membros do Comité Estratégico são nomeados informar semestralmente o Titular do Poder Executivo sobre
por Despacho Conjunto dos Titulares dos Departamentos a utilização das receitas do FUNEA e o respectivo impacto
Ministeriais responsáveis pelos Sectores das Finanças social.
ARTIGO 16.º
Públicas, da Economia e do Trabalho, sendo composto por: (Dúvidas e omissões)
a) 1 (um) representante de cada um dos Departa- As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
mentos Ministeriais referidos no artigo 3.º do cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
presente Diploma, dentre os quais o Presidente; República.
ARTIGO 17.º
b) 1 (um) representante da Comissão de Mercado de (Entrada em vigor)
Capitais;
O presente Diploma entra em vigor no dia seguinte a
c) 4 (quatro) peritos de reconhecido mérito em maté- data da sua publicação.
rias de mercado financeiro; Apreciado pela Comissão Económica do Conselho de
d) 1 (um) representante do Entidade Gestora. Ministros, em Luanda, aos 30 de Maio de 2023.
3. O Comité Estratégico é ainda responsável pela revisão Publique-se.
e aprovação dos planos de gestão activa do FUNEA.
Luanda, a 1 de Junho de 2023.
4. A organização e o funcionamento do Comité
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
Estratégico são estabelecidos por regimento próprio, apro-
Lourenço.  (23-3999-C-PR)
vado por Decreto Executivo Conjunto dos Departamentos
Ministeriais responsáveis pelos Sectores das Finanças
Públicas e do Trabalho.
MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS, DAS PESCAS
ARTIGO 14.º
(Conselho de Supervisão) E RECURSOS MARINHOS E DOS TRANSPORTES
1. O Conselho de Supervisão é o órgão de acompa-
nhamento e monitorização das actividades do FUNEA, Decreto Executivo Conjunto n.º 80/23
composto pelos seguintes membros, nomeados por Despacho de 1 de Junho

Conjunto dos Titulares dos Departamentos Ministeriais res- Tendo sido aprovado, por Decreto Presidencial, a atribui-
ponsáveis pelos Sectores das Finanças Públicas, Economia ção de subsídios à gasolina para a produção pesqueira e para
e Trabalho: o transporte inter-municipal, inter-urbano e urbano de passa-
geiros, no âmbito das Medidas de Mitigação do Impacto da
a) 1 (um) representante da Entidade Gestora;
Remoção Parcial da Subvenção ao Preço da Gasolina;
b) 2 (dois) representantes dos parceiros sociais, den-
Havendo a necessidade de definir as regras e procedi-
tre os quais 1 (um) indicado pelas organizações mentos de operacionalização da atribuição dos referidos
representativas dos trabalhadores e 1 (um) pelas subsídios aos beneficiários enquadrados nos respectivos sec-
organizações empresariais; tores de actividade;
c) 1 (um) representante indicado pelos Departamentos Em conformidade com os poderes delegados pelo
Ministeriais referidos no artigo 3.º do presente Presidente da República, nos termos do artigo 137.º da
Diploma. Constituição da República de Angola, conjugado com o n.º 3
do Despacho Presidencial n.º 289/17, de 13 de Outubro, alí-
2. O Conselho de Supervisão reúne-se ordinariamente
nea t) do artigo 2.º do Decreto Presidencial n.º 264/20, de 14
uma vez por semestre e extraordinariamente sempre que
de Outubro, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério
convocado pelo seu Presidente por iniciativa própria ou por
das Finanças, alínea k) do artigo 2.º do Estatuto Orgânico
iniciativa de um dos seus membros. do Ministério dos Transportes, aprovado pelo Decreto
3. A organização e o funcionamento do Conselho de Presidencial n.º 233/20, de 14 de Dezembro, e alínea h) do
Supervisão são estabelecidos por regimento próprio, apro- artigo 2.º do Estatuto Orgânico do Ministério das Pescas
vado pelo referido Conselho sob parecer dos demais órgãos e Recursos Marinhos, aprovado pelo Decreto Presidencial
de governo do FUNEA. n.º 284/22, de 8 de Dezembro, determina-se o seguinte:
I SÉRIE –– N.º 99 –– DE 1 DE JUNHO DE 2023 2985

ARTIGO 1.º motores fora de bordo ou interiores, utilizando


(Objecto)
raramente gelo para conservação e fazendo uso
O presente Decreto Executivo Conjunto aprova as regras de artes de pesca como linhas de mão e redes de
e os procedimentos de operacionalização da atribuição dos cerco e emalhar;
subsídios à gasolina para a produção pesqueira e para o
g) «Plafond» — valor correspondente ao custo finan-
transporte inter-municipal, inter-urbano e urbano de pas-
ceiro da quantidade de gasolina consumida num
sageiros, bem como as sanções e penalidades aplicáveis no
determinado período de tempo;
âmbito da atribuição dos referidos subsídios.
h) «Rotas Intermunicipais» — as que se realizam
ARTIGO 2.º
(Âmbito) entre municípios de uma dada província e não
1. O subsídio à gasolina para a produção pesqueira podem ser classificadas como urbanas ou inte-
aplica-se às actividades piscatórias artesanais, que depen- rurbanas;
dem da utilização de embarcações ligeiras, com motores de i) «Rotas Inter-Urbanas» — as que se realizam entre
combustão à gasolina. diferentes centros urbanos ou áreas de transpor-
2. O subsídio aos preços da gasolina é atribuído para tes urbanos;
os agentes económicos prestadores do serviço de trans- j) «Rotas Urbanas» — as que se efectuam dentro dos
porte ocasional de passageiros nas rotas inter-municipais, limites de um centro urbano ou de uma área de
inter-urbanas e urbanas em veículos ligeiros, pesados, moto- transportes urbanos;
ciclos, triciclos e ciclomotores em todo o território nacional, k) «Transporte Colectivo Ocasional de Passagei-
com motores de combustão à gasolina. ros» — o transporte realizado sem carácter de
3. A obtenção do subsídio à gasolina pressupõe a obser-
regularidade, segundo itinerários que podem
vância pelos beneficiários, do regime de preços vigente para
ser estabelecidos caso a caso, cuja capacidade
o sector de actividade.
global do veículo seja posta à disposição de uma
ARTIGO 3.º
(Definições) pluralidade de clientes;
l) «Triciclo» — veículo dotado de 3 (três) rodas dis-
Para efeitos do presente Diploma, entende-se por:
a) «Ciclomotor» —veículo dotado de 2 (duas) ou 3 postas sistematicamente, equipado com motor
(três) rodas equipado com motor de cilindrada de cilindrada não superior a 50 cm3, no caso de
não superior a 50 cm3 e com uma velocidade motor de combustão interna, ou que, por cons-
máxima, em patamar e por construção, que não trução, excede em patamar a velocidade de 45
exceda 45 km/h; km/h;
b) «Empresa provedora» — as empresas distribuido- m) «Uso Indevido do Cartão de Gasolina» — a utili-
ras de combustível, devidamente licenciadas pelo zação em violação de qualquer uma das normas
Instituto Regulador dos Derivados de Petróleos, previstas no presente Diploma.
bem como as entidades que prestem serviços ARTIGO 4.º
tecnológicos e financeiros que permitam a (Beneficiários)

operacionalização dos cartões de consumo de 1. Podem beneficiar do subsídio à gasolina para a pro-
gasolina nos diversos postos de abastecimento dução pesqueira e para o transporte inter-municipal,
de combustível; inter-urbano e urbano de passageiros, os agentes econó-
c) «Licença» — documento emitido pelas autori- micos que exerçam, a título principal, uma actividade de
dades competentes que habilita o exercício de exploração pesqueira artesanal ou de transportes colecti-
actividade de transporte de passageiros numa vos ocasionais de passageiros ou moto-táxis, devidamente
determinada categoria; cadastrados e licenciados para o efeito e estejam habilita-
d) «Motociclo» — veículo dotado de 2 (duas) ou 3 dos ao exercício da respectiva actividade pelas autoridades
(três) rodas, com motor de propulsão com cilin- administrativas competentes, com a situação fiscal e contri-
drada superior a 50 cm3 ou que por construção butiva regularizada.
excede em patamar a velocidade de 45 km/h; 2. O subsídio à gasolina atribuído pelo presente Diploma
e) «Moto-Táxi» — actividade de transporte remune- destina-se aos detentores de embarcações de pequena
rado individual ou colectivo de passageiros em dimensão (com até 14 (catorze) metros de comprimento
veículos ciclomotor, motociclo e triciclo; total, propulsionada a motores fora de bordo ou interiores),
f) «Pesca Artesanal» — a actividade de pesca que de táxis e moto-táxis, licenciados pelas autoridades com-
é efectuada com embarcações até 14 (catorze) petentes, organizados de forma individual, empresarial e
metros de comprimento total, propulsionada por cooperativas.
2986 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. A regularização da situação fiscal e contributiva é com- 4. Compete ao Instituto de Gestão de Activos e


provada mediante declarações emitidas pela Administração Participações do Estado (IGAPE), enquanto organismo
Geral Tributária e pelo Instituto Nacional de Segurança responsável pelo processamento dos subsídios aos preços,
Nacional. divulgar periodicamente o valor do plafond mensal, tendo
em conta o preço da gasolina em vigor.
ARTIGO 5.º
(Cadastro) ARTIGO 8.º
(Emissão e distribuição do cartão de consumo)
1. Aos órgãos locais responsáveis pelos Transportes,
1. Os cartões de consumo são emitidos pelas empresas pro-
Tráfego e Mobilidade Urbana ou outras entidades responsá-
vedoras por solicitação da Agência Nacional de Transportes
veis pela emissão de licenças de táxi colectivo ocasional e Terrestres (ANTT) e do Instituto de Desenvolvimento da
moto-táxi na área de circunscrição territorial administrativa, Pesca Artesanal (IPA) com base nos dados provenientes dos
compete a responsabilidade de efectuar o cadastro dos bene- Gabinetes Provinciais de Transportes, Tráfego e Mobilidade
ficiários do subsídio à gasolina para taxistas e moto-taxistas. Urbana e dos Gabinetes Provinciais da Agricultura, Pecuária
2. Os órgãos locais responsáveis pelo Sector das Pescas e Pescas, respectivamente.
e Produtos Marinhos ou outras entidades responsáveis pela 2. Compete à entidade responsável pelo licenciamento
emissão de licenças de pesca artesanal, na área de circunscri- distribuir os cartões de consumo de gasolina aos beneficiá-
ção territorial administrativa devem, igualmente, proceder rios domiciliados na respectiva circunscrição territorial.
ao cadastro dos beneficiários do subsídio à gasolina para a 3. A solicitação e tratamento dos dados necessários
para a emissão e distribuição dos cartões deve privilegiar
produção pesqueira.
o recurso a soluções tecnológicas adaptáveis aos meios e
3. As entidades referidas no número anterior devem, a
equipamentos existentes que permitam validar o universo de
todo o tempo, certificar o exercício principal e efectivo da
beneficiários cadastrados antes da emissão dos cartões de
actividade de transporte de passageiros e pesca artesanal, em consumo.
articulação com as entidades representativas das respectivas 4. Os cartões de consumo de gasolina devem conter a
classes profissionais, podendo proceder à recusa ou cancela- matrícula, marca, modelo do veículo ou embarcação e o
mento do benefício quando se mostre justificado. número da licença.
ARTIGO 6.º ARTIGO 9.º
(Valor do subsídio) (Pagamento às empresas provedoras)

1. O valor do subsídio à gasolina aos detentores de táxis 1. Compete ao IGAPE, através da constituição de contas
e moto-táxis e embarcações pesqueiras corresponde ao valor correntes junto das empresas provedoras, efectuar mensal-
do incremento do preço da gasolina, de modo a salvaguardar mente o pagamento do montante correspondente ao custo de
carregamento dos cartões de consumo de gasolina.
a manutenção do montante diário despendido pelos benefi-
2. As empresas provedoras devem, para efeitos do
ciários antes do ajustamento do preço do produto derivado
disposto no artigo anterior, requerer o pagamento dos car-
do petróleo bruto, em referência.
regamentos efectuados, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
2. Para efeitos do número anterior, a gasolina deve ser úteis, a partir do final de cada mês.
adquirida ao preço final real praticado nos diferentes postos 3. Com vista à comprovação dos carregamentos realiza-
de venda de combustível legalmente autorizados, deduzida a dos, devem as empresas provedoras remeter ao IGAPE um
parcela subvencionada. relatório, onde conste:
ARTIGO 7.º a) Identificação dos beneficiários;
(Operacionalização do subsídio) b) Número de cada cartão;
1. A atribuição do subsídio ocorre por via da emissão de c) Número das licenças;
cartões de consumo de gasolina disponibilizados por cada d) Matrículas dos veículos ou embarcações;
empresa provedora, dotados dos mecanismos de controlo e e) Valor consumido por cartão;
utilização definidos no presente Diploma. f) Saldo disponível.
4. As despesas de emissão e manutenção dos cartões são
2. Os cartões de consumo têm um plafond mensal na pro-
suportadas pelo IGAPE, enquanto organismo responsável
porção do valor do subsídio, com reconciliação mensal em
pelo processamento dos subsídios aos preços, nos termos
função do valor consumido no período anterior.
das condições contratuais estabelecidas com as empresas
3. O carregamento dos cartões de consumo tem como provedoras.
limite máximo o valor do plafond semanal e mensal, não 5. Em caso de extravio ou perda, o custo associado a ree-
sendo os saldos transitáveis para a semana seguinte nem missão do cartão de consumo de gasolina é suportado pelo
para o mês seguinte, em caso de consumo parcial do pla- próprio beneficiário, no valor a definir por cada empresa
fond, respectivamente, na semana ou mês anterior. provedora.
I SÉRIE –– N.º 99 –– DE 1 DE JUNHO DE 2023 2987

6. O pagamento previsto no presente artigo é efectuado 3. Nos casos referidos no número anterior, o beneficiário
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data da é sujeito à penalização nos seguintes termos:
solicitação de reembolso por parte das empresas provedo- a) Até 2 (duas) ocorrências, suspensão do cartão pelo
ras, após a devida validação pelo IGAPE, ouvida a ANTT período de 15 (quinze) dias por cada uma das
e o IPA. ocorrências;
ARTIGO 10.º b) A partir da 3.ª (terceira) ocorrência, suspensão do
(Fiscalização)
cartão pelo período de 30 (trinta) dias por cada
1. Incumbe ao IGAPE, ao IPA e à ANTT supervisionar uma das ocorrências.
o processo de emissão, carregamento e gestão tecnológica 4. A Entidade licenciadora reserva-se no direito de can-
e financeira dos cartões de consumo, bem como cooperar
celar definitivamente a validade do cartão de consumo de
com as entidades competentes no processo de fiscalização e
gasolina e revogar a licença para o exercício da actividade,
cobrança da tarifa permitida por lei, em conformidade com
mediante decisão fundamentada e após audição prévia por
o regime de preços aplicável à actividade de transportes por
escrito dos beneficiários, no caso de se verificar a ocorrência
parte dos beneficiários dos subsídios e demais legislação
de mais de 5 (cinco) infracções.
aplicável.
ARTIGO 13.º
2. Os beneficiários do subsídio devem submeter sema- (Dúvidas e omissões)
nalmente às entidades responsáveis pelo licenciamento,
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação ou
informação detalhada sobre a estimativa de passageiros
aplicação do presente Diploma são resolvidas por Decreto
transportados e quilómetros percorridos.
Executivo Conjunto dos Ministros das Finanças, Pescas e
3. A transmissão da titularidade do veículo ou embar-
Recursos Marinhos e dos Transportes.
cação, bem como a sua destruição definitiva, devem ser
notificados à entidade licenciadora no prazo de 10 dias a ARTIGO 14.º
(Entrada em vigor)
contar da ocorrência do referido facto, sob pena de sanção.
ARTIGO 11.º O presente Diploma entra em vigor à 1h00 da manhã do
(Finalidade e intransmissibilidade do cartão) dia 2 de Junho de 2023.
1. O cartão de gasolina destina-se exclusivamente ao
Publique-se.
abastecimento para o exercício das actividades de transporte
previstas no presente Diploma, sob pena de sanção nos ter- Luanda, a 1 de Junho de 2023.
mos da lei.
A Ministra das Finanças, Vera Esperança dos Santos
2. O cartão não pode ser cedido, emprestado ou, em qual-
quer circunstância, utilizado num veículo ou embarcação Daves de Sousa.
distinto daquele cujos dados se encontram nele inscrito. A Ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen
3. As empresas provedoras devem implementar as medi- Evelize Van-Dúnem do Sacramento Neto dos Santos.
das de fiscalização que se afigurem necessárias a cada O Ministro dos Transportes, Ricardo Daniel Sandão
momento, através dos operadores de postos de abasteci- Queirós Viegas D’Abreu.
mento de gasolina, para inibir quaisquer tentativas de fraude
(23-4000-A-MIA)
ou uso indevido do respectivo cartão.
ARTIGO 12.º
(Sanções)
1. A falsificação de documentos, declarações e/ou infor- MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS
mações, bem como a prática de outros actos, ou omissões,
E DOS RECURSOS MINERAIS, PETRÓLEO E GÁS
que se traduzam na violação do disposto no presente Decreto
Executivo, independentemente do intuito de obter para si ou
para terceiros quaisquer vantagens ilegítimas e/ou indevi- Decreto Executivo Conjunto n.º 81/23
das, implicam a reposição dos montantes recebidos a título de 1 de Junho

de subsídio, sem prejuízo da aplicação de outras sanções Tendo em conta que a determinação dos preços dos pro-
previstas na lei e revogação da licença do beneficiário. dutos derivados do petróleo, nomeadamente JET A1, GPL,
2. O uso indevido do cartão de gasolina constatado pelas PI, GO e GA é feita nos termos do Decreto Presidencial
autoridades competentes e pelas empresas provedoras do n.º 283/20, de 27 de Outubro, Diploma que aprova o Modelo
cartão, a violação dos deveres de informação previstos no de Definição dos Preços dos Produtos Derivados do Petróleo
presente Diploma, bem como a inobservância do regime de e do Gás Natural;
preços aplicável às tarifas de táxis, origina o cancelamento Atendendo que a variação dos preços do Petróleo Bruto
do cartão, a responsabilização civil do infractor e a revoga- nos mercados internacionais e as variações da taxa de câm-
ção da licença do beneficiário. bio têm incidência directa sobre os custos de produção, ou
2988 DIÁRIO DA REPÚBLICA

de importação dos produtos refinados, constituindo, assim, 2. […].


factores determinantes para as revisões periódicas dos pre- ARTIGO 5.º
ços destes produtos; (Formação do preço dos produtos derivados do Petróleo
Considerando que o actual nível de concorrência no e do Gás Natural)

Sector de Derivados do Petróleo Bruto e Gás Natural exige 1. Para o cálculo do preço de comercialização dos
o estabelecimento de um mecanismo flexível de ajustamento produtos derivados do Petróleo Bruto, nomeadamente
de preços que atenda a variação dos principais factores que Gasolina, Querosene e Gasóleo, para as categorias de
integram a estrutura de custos, em alinhamento às práticas importador, distribuidor e retalhista devem ser consi-
internacionais; derados os seguintes elementos:
Havendo igualmente a necessidade de alterar o regime a) […]:
de preços aplicável à actividade de distribuição e comercia- i. Preço FOB médio das cotações de refe-
lização dos produtos derivados do petróleo e do gás natural, rência Platts para a Gasolina, Querosene
definido pelo Decreto Executivo Conjunto n.º 331/20, de 16 e o Gasóleo;
de Dezembro, dos Ministérios das Finanças e dos Recursos ii. […];
Minerais, Petróleo e Gás, que aprova as regras e procedi- iii. […];
mentos para a fixação e alteração dos preços dos produtos iv. […];
derivados do Petróleo Bruto e do Gás natural; v. […];
Em conformidade com os poderes delegados pelo vi. […];
Presidente da República, nos termos das disposições com- vii. […];
binadas do artigo 137.º da Constituição da República de viii. […];
Angola, do artigo 14.º do Decreto Presidencial n.º 206/11, de ix. […].
29 de Julho, que aprova as Bases Gerais para a Organização b) […]:
do Sistema Nacional de Preços, da alínea t) do artigo 2.º do i. […]:
Decreto Presidencial n.º 264/20, de 14 de Outubro, que i.1. […];
aprova o Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças, e a i.2. […];
alínea j) do artigo 5.º do Decreto Presidencial n.º 159/20, de i.3. […];
4 de Junho, que aprova o Estatuto Orgânico do Ministério i.4. […];
dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, conjugados com i.5. […];
o artigo 8.º do Decreto Presidencial n.º 283/20, de 27 de i.6. […].
Outubro, que aprova o Modelo de Definição dos Preços dos ii. […].
Produtos Derivados do Petróleo Bruto e do Gás Natural,
c) […]:
determina-se:
ARTIGO 1.º i. […];
(Aprovação) ii. […];
São aprovadas as alterações ao Decreto Executivo iii.[…].
Conjunto n.º 331/20, de 16 de Dezembro, que aprova as 2. Para o cálculo do preço de comercialização do
Regras e Procedimentos para a Fixação e Alteração dos Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), para as categorias
Preços dos Produtos Derivados do Petróleo Bruto e do Gás de importador, grossista e retalhista devem ser consi-
Natural. derados os seguintes elementos:
ARTIGO 2.º a) […]:
(Alteração)
i. Preço FOB médio das cotações de refe-
São alterados os artigos 4.º, 5.º e 6.º do Decreto Executivo rência Platts;
Conjunto n.º 331/20, de 16 de Dezembro, os quais passam a ii. Frete determinado com base no world
ter a seguinte a redacção: scale;
«ARTIGO 4.º iii. Seguro;
(Regime de preço aplicável)
iv. Perdas nas operações marítimas;
1. […]. v. Encargos aduaneiros e despesas por-
a) Regime de preços fixados para o GPL, Gaso- tuárias;
lina, Gasóleo e Petróleo iluminante; vi. Sobrestadias;
b) Regime de preços vigiados para o JET A1 e vii. Armazenagem no ponto de recepção da
JET B; importação.
c) Regime de preços livres para os demais viii. CPB;
produtos derivados do Petróleo Bruto e do ix. Margem do Importador.
Gás Natural não mencionados nas alíneas b) PVD, o qual incorpora:
anteriores. i. PVD antes do imposto:
I SÉRIE –– N.º 99 –– DE 1 DE JUNHO DE 2023 2989

i.1. PBC; i. Preço FOB médio das cotações de refe-


i.2. Armazenagem Primária; rência Platts;
i.3. Transporte Primário; ii. Armazenagem no ponto de exportação;
i.4. Armazenagem Secundária; iii. Transporte para o terminal de expedição;
i.5. Transporte Secundário; iv. Armazenagem;
i.6. Margem do distribuidor a Granel. v. CPB;
ii. Imposto. vi. Margem do produtor;
c) PVD-GPL-G, o qual incorpora: b) PVD a granel o qual incorpora:
i. PVD-GPL-G antes do imposto: i. PVD a granel antes do imposto;
i.1. PVD a granel antes do imposto; i.1. PBC;
i.2. Custos operacionais; i.2. Custos de Transporte Primário;
i.3.Custo de requalificação das garrafas; i.3. Custos de Transporte Secundário;
i.4. Custo de substituição das garrafas; i.4. Custos Operacionais;
i.5. Margem do distribuidor em garrafas; i.5. Margem do Distribuidor;
ii. Imposto. ii. Imposto.
d) PVP, o qual incorpora: c) PVD-GPLP-G, o qual incorpora:
i. Preço de venda Ex-Logística e Distribuição i. PVD-GPL-G antes do Imposto;
(PVD) em garrafas antes do imposto; i.1. PVD a granel antes do imposto;
ii. Margem de Comercialização; i.2. Custos Operacionais;
iii. Imposto. i.3. Custos de requalificação das garrafas;
3. Para o cálculo do preço de comercialização dos i.4. Custos de substituição das garrafas;
Produtos Derivados do Petróleo Bruto, nomeadamente i.5. Margem do distribuidor em garrafas;
Gasolina, Querosene e Gasóleo, para a categoria de ii. Imposto.
produtor ou exportador, devem ser considerados os d) PVP, o qual incorpora:
seguintes elementos: i. Preço de Venda Ex-Logística e
a) PBC, o qual incorpora: Distribuição (PVD) em garrafa antes do
i. Preço FOB médio das cotações de refe- imposto:
rência Platts para a Gasolina, Querosene ii. Margem de Comercialização:
e o Gasóleo; iii. Imposto.
ii. Armazenamento no ponto de exportação; 5. As fontes dos preços de referência Platts,
iii. Transporte para o terminal de expedição; mencionados nos números anteriores, são determi-
iv. Custos com o terminal de expedição nados trimestralmente pelo Instituto Regulador dos
v. Despesas alfandegárias; Derivados do Petróleo (IRDP), tendo por base os mer-
vi. Margem do exportador/produtor. cados de aquisição dos respectivos produtos.
b) PVD, o qual incorpora: 6. Sempre que o custo real suportado nas aquisi-
i. PVD antes do imposto: ções dos Produtos Derivados do Petróleo Bruto e do
i.1. PBC; Gás Natural no mercado internacional for diferente
i.2. Armazenagem Primária; das cotações de referência Platts FOB, num determi-
i.3. Transporte Primário; nado mês, a correcção dos preços base deve ocorrer
i.4. Armazenagem Secundária; num período de até 3 meses posteriores ao mês em
i.5. Transporte Secundário; referência.
i.6. Margem de Logística e Distribuição. 7. A correcção dos preços base, nos termos do
ii. Imposto. número anterior, carece da apresentação de evidências
c) PVP, o qual incorpora: sobre as razões que levaram os operadores a recorrer
i. PVD antes do imposto; aos mercados menos competitivos do que os deter-
ii. Margem de Comercialização nos Postos minados com base no n.º 5 do presente artigo e, que
de Abastecimento; comprovem o custo real suportado, mediante valida-
iii. Imposto. ção do Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo
4. Para o cálculo do preço de comercialização do e do Instituto de Gestão de Activos e Participações do
Gás do Petróleo Liquefeito (GPL) para a categoria de Estado.
produtor ou exportador, grossista e retalhista, devem 8. Compete ao IRDP proceder, anualmente, à
ser considerados os seguintes elementos: revisão dos elementos da formação dos preços dos
a) PBC, o qual incorpora: Produtos Derivados do Petróleo e do Gás Natural, dis-
2990 DIÁRIO DA REPÚBLICA

postos nos números anteriores, mediante a realização acordo com o Mecanismo de Ajustamento Flexível e
de estudos específicos para o efeito. Paridade de Importação ou Exportação aprovados pelo
9. A determinação dos preços médios das cotações de Decreto Presidencial n.º 283/20, de 27 de Outubro.
referência FOB, para os Produtos Derivados do Petróleo 2. Os preços de venda ao público do Gasóleo e do
e do Gás Natural é feita nos termos do artigo 6.º do pre- Petróleo Iluminante devem ser, a posteriori, igualmente
sente Diploma Legal. ajustados de modo gradual, até o ano de 2025, para
10. O IRDP determina os critérios de cálculo espe- os níveis de mercado, de acordo com o Mecanismo
cíficos para a Correcção do Preço Base, em diploma de Ajustamento Flexível e Paridade de Importação
próprio. ou Exportação aprovados pelo Decreto Presidencial
ARTIGO 6.º n.º 283/20, de 27 de Outubro.
(Preços de Referência Internacionais) 3. Compete ao Instituto Regulador dos Derivados
1. Os Preços de Referência Internacional FOB para do Petróleo e Gás a divulgação dos preços ajustados,
as importações dos Produtos Derivados do Petróleo referidos nos números anteriores do presente artigo, a
e do Gás Natural previstos no Decreto Presidencial serem praticados nas categorias do importador, produ-
n.º 283/20, de 27 de Outubro, são os Platts, que se tor, grossista e retalhista».
consideram mais competitivos para efeitos de deter- ARTIGO 4.º
minação do Preço Base dos Produtos Derivados do (Revogação)
Petróleo e do Gás Natural. É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no
a) (Revogado); presente Decreto Executivo Conjunto.
b) (Revogado); ARTIGO 5.º
c) (Revogado). (Dúvidas e omissões)
2. […] As dúvidas e omissões decorrentes da interpreta-
3. Para efeito do presente Diploma, as fontes do ção e aplicação do presente Diploma são resolvidas pelos
Preço de Referência Platts FOB do Querosen, são Ministros das Finanças e dos Recursos Minerais, Petróleo
aplicáveis para o JET-A1 e o JET- B e o Petróleo e Gás.
Iluminante.» ARTIGO 6.º
ARTIGO 3.º (Entrada em vigor)
(Aditamento)
O presente Decreto Executivo Conjunto entra em vigor
É aditado ao Decreto Executivo Conjunto n.º 331/20, de na data da sua publicação.
16 de Dezembro, o artigo 5.º-A, com a seguinte a redacção: Publique-se.
«ARTIGO 5.º-A Luanda, a 1 de Junho de 2023.
(Fixação do Preço dos Produtos Derivados do Petróleo Bruto
e do Gás Natural) A Ministra das Finanças, Vera Esperança dos Santos
1. A partir de 2 de Junho de 2023, o preço de venda Daves de Sousa.
ao público da Gasolina passa a ser ajustado gradual- O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás,
mente, até o ano de 2025, para os níveis de mercado, de Diamantino Pedro Azevedo.

O. E. 0001 - 6/99 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2023

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