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DIÁRIO DA REPÚBLICA

Segunda-feira, 1 de Setembro de 2008 I Série — N.º 164

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número — Kz: 210,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer re- ASSINATURAS O preço de cada linha publicada nos Diários
lativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Diário da Ano da República 1.ª e 2.ª séries é de Kz: 75,00 e para a
As três séries . … … … … Kz: 400 275,00 3.ª série Kz: 95,00, acrescido do respectivo
República››, deve ser dirigida à Imprensa
A 1.ª série … … … … … Kz: 236 250,00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Nacional — E. P., em Luanda, Caixa Postal 1306 A 2.ª série … … … … … Kz: 123 500,00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na Tesouraria
— End. Teleg.: ‹‹Imprensa›› A 3.ª série … … … … … Kz: 95 700,00 da Imprensa Nacional — E. P.

IMPRENSA NACIONAL-E. P. Observações:


Rua Henrique de Carvalho n.º 2
Caixa Postal n.º 1306 a) estes preços poderão ser alterados se houver uma
—— desvalorização da moeda nacional, numa pro-
C IR CU LAR porção superior à base que determinou o seu
Excelentíssimos Senhores: cálculo ou outros factores que afectem conside-
ravelmente a nossa estrutura de custos;
Havendo necessidade de se evitarem os inconvenientes b) as assinaturas que forem feitas depois de 15 de
que resultam para os nossos serviços do facto das respectivas Dezembro de 2008 sofrerão um acréscimo de
assinaturas no Diário da República não serem feitas com a uma taxa correspondente a 15%;
devida oportunidade. c) aos organismos do Estado que não regularizem os
Para que não haja interrupção no fornecimento do Diário seus pagamentos até 15 de Dezembro do ano em
da República aos estimados clientes, temos a honra de infor- curso não lhes serão concedidas a crédito as
má-los que estão abertas a partir desta data até 15 de Dezem- assinaturas do Diário da República, para o ano
bro de 2008, as respectivas assinaturas para o ano 2009 pelo de 2009.
que deverão providenciar a regularização dos seus paga-
mentos junto dos nossos serviços. SUMÁRIO
1. Os preços das assinaturas do Diário da República, no
território nacional passam a ser os seguintes: Assembleia Nacional
Resolução n.º 32/08:
As 3.ª séries ............... Kz: 440 375,00 Aprova, para ratificação, o Regulamento Sanitário Internacional — 2005.
1.ª série ........................ Kz: 260 250,00
2.ª série ........................ Kz: 135 850,00
3.ª série ........................ Kz: 105 700,00
ASSEMBLEIA NACIONAL
2. As assinaturas serão feitas apenas no regime anual. ___

3. Aos preços mencionados no n.º 1 acrescer-se-á um Resolução n.º 32/08:


de 1 de Setembro
valor adicional para portes de correio por via normal das três
séries, para todo o ano, no valor de Kz: 95 975,00 que poderá Considerando que a preservação da segurança sanitária
sofrer eventuais alterações em função da flutuação das taxas internacional constitui um dever de toda a humanidade;
a praticar pela Empresa Nacional de Correios de Angola, E. P.
no ano de 2009. Os clientes que optarem pela recepção dos Considerando que o Estado Angolano é membro da
Diários da República através do correio deverão indicar o seu Organização Mundial da Saúde — OMS, instituição sob a
endereço completo, incluindo a Caixa Postal, a fim de se égide da qual foi aprovado o Regulamento Sanitário Interna-
evitarem atrasos na sua entrega, devolução ou extravio. cional — 2005;
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Considerando a necessidade do Estado Angolano assu- Tendo em conta as referências feitas, relativamente à
mir o seu compromisso, aceitando e integrando no seu orde- necessidade de rever e actualizar o Regulamento Sanitário
namento jurídico o Regulamento Sanitário Internacional - Internacional, concretamente através das Resoluções
-2005 e demais instrumentos internacionais susceptíveis de WHA48.7 — sobre a revisão e a actualização do Regula-
garantir a segurança nacional e internacional; mento Sanitário Internacional, WHA54.14 — sobre a Segu-
rança Sanitária Mundial: alerta em resposta ao caso de
epidemia, WHA55.16 — Sobre a Ocorrência natural, a emis-
Nestes termos, ao abrigo das disposições combinadas da
são acidental ou o uso deliberado de agentes químicos e bio-
alínea k) do artigo 88.º e do n.º 6 do artigo 92.º ambos da Lei lógicos ou de material radionuclear prejudiciais para a saúde:
Constitucional, a Assembleia Nacional emite a seguinte a acção de Saúde Pública Internacional, WHA56.28 — Sobre
resolução: a Revisão do Regulamento Sanitário Internacional e
WHA56.29 — Sobre a Síndrome Respiratória Aguda (SRA),
Artigo 1.º — É aprovada, para ratificação, o Regula- tendo em vista responder à necessidade de garantir a Saúde
Pública Global;
mento Sanitário Internacional - 2005, anexo presente resolu-
ção de que é parte integrante.
Na sequência da Resolução n.º 58/03 da Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas relativa à intensi-
Art. 2.º — Recomendar ao Governo a urgente actualiza- ficação do reforço das capacidades no sector da saúde
ção do Regulamento Sanitário Nacional com vista à adaptá- pública a nível mundial, a qual sublinha a importância do
-lo às actuais exigências constantes do Regulamento Regulamento Sanitário Internacional e insta a que seja con-
Sanitário Internacional-2005. cedida prioridade elevada à sua revisão;

Atendendo a importância de que continua a revestir-se o


Art. 3.º — A presente resolução entra em vigor à data da
papel da Organização Mundial da Saúde em matéria de alerta
sua publicação.
global em caso de surto e de resposta face a ocorrências de
Saúde Pública de âmbito internacional, em conformidade
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, com o seu mandato;
aos 8 de Julho de 2008.
Atendendo ainda a importância de que continua a reves-
Publique-se. tir-se o Regulamento Sanitário Internacional enquanto ins-
trumento global fundamental contra a disseminação interna-
cional de doenças; e,
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
Víctor Francisco de Almeida. De harmonia aos resultados do grupo intergovernamental
para a revisão do Regulamento Sanitário Internacional;
—————
A Quinquagésima Oitava Assembleia Mundial da Saúde:
TRADUÇÃO DA RESOLUÇÃO QUE ADOPTA O
REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL 1. Adopta o Regulamento Sanitário Internacional revisto,
REVISTO DO ESPANHOL anexo à presente resolução, doravante designado «Regula-
mento Sanitário Internacional (2005)».
WHA58.3 Revisão do Regulamento Sanitário Internacional
2. Convida os Estados-membros e o director geral da
PREÂMBULO: Organização Mundial da Saúde, a implementarem plena-
mente o Regulamento Sanitário Internacional (2005), em
conformidade com o objecto e o âmbito de aplicação dis-
Tendo a Quinquagésima Oitava Assembleia Mundial da
postos no artigo 2.º, assim como aos princípios consagrados
Saúde examinado o projecto de revisão do Regulamento Sa-
no artigo 3.º
nitário Internacional;
3. Decide, para efeitos do n.º 1 do artigo 54.º do Regula-
Considerando a alínea k) do artigo 2.º, a alínea a) do mento Sanitário Internacional (2005), que os Estados Partes
artigo 21.º e o artigo 22.º da Constituição da Organização e o director geral da Organização Mundial da Saúde subme-
Mundial da Saúde — OMS; terão o seu primeiro relatório à Sexagésima Primeira As-
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sembleia Mundial da Saúde e que, nessa ocasião, a Assem- de introdução do uso do instrumento de decisão
bleia Mundial da Saúde analisará o calendário de apresenta- constante do Anexo 2.
ção dos relatórios posteriores e da primeira avaliação do
funcionamento do Regulamento Sanitário Internacional 6. Solicita ao director geral que:
(2005), em conformidade com o n.º 2 do artigo 54.º
a) notifique, com celeridade, a adopção do Regula-
4. Decide, ainda, que, para efeitos do n.º 1 do artigo 14.º mento Sanitário Internacional (2005), em con-
do Regulamento Sanitário Internacional (2005), os Organis- formidade com o n.º 1 do artigo 65.º do referido
mos Internacionais e as Organizações Intergovernamentais regulamento;
competentes com os quais a Organização Mundial da Saúde b) informe outras organizações intergovernamentais
é chamada a cooperar e a coordenar as suas actividades, con- ou organismos internacionais competentes, da
forme os casos, são os seguintes: adopção do Regulamento Sanitário Internacional
(2005) e, se for caso disso, cooperar com tais
Organização das Nações Unidas; organizações e organismos na actualização das
Organização Internacional do Trabalho; respectivas normas e coordenar com os mesmos
Organização das Nações Unidas para Alimentação as actividades da Organização Mundial da Saúde
e Agricultura; no âmbito do Regulamento Sanitário Internacio-
Agência Internacional de Energia Atómica; nal (2005), de forma a garantir a aplicação de
Organização da Aviação Civil Internacional; medidas adequadas para a protecção da saúde
Organização Marítima Internacional; pública e o reforço da resposta global da saúde
Comité Internacional da Cruz Vermelha; pública face à disseminação internacional de
Federação Internacional das Sociedades da Cruz Ver- doenças;
melha e do Crescente Vermelho, Associação do c) transmita à Organização da Aviação Civil Interna-
Transporte Aéreo Internacional; cional (OACI) as alterações que se recomendam
Federação Internacional dos Armadores e Office a parte respeitante à Saúde da Declaração Geral
International des Epizooties. da Aeronave1 e, logo que a Organização da Avia-
ção Civil Internacional (OACI) tenha procedido
5. Insta os Estados-membros: à revisão da Declaração Geral da Aeronave,
informe à Assembleia Mundial da Saúde em con-
a) a adquirirem, a reforçarem e a manterem os requi- formidade ao Anexo 9 do Regulamento Sanitá-
sitos dispostos no Regulamento Sanitário Inter- rio Internacional (2005) e o substitua pela Parte
nacional (2005) e a mobilizarem os recursos respeitante à Saúde da Declaração Geral da
necessários para os devidos fins; Aeronave, conforme for a revisão da Organiza-
b) a colaborarem activamente entre si e com a Orga- ção da Aviação Civil Internacional (OACI);
nização Mundial da Saúde em conformidade com d) crie e reforce as capacidades da Organização Mun-
as disposições pertinentes do Regulamento Sani- dial da Saúde para executar plena e eficazmente
tário Internacional (2005), de forma a garantir a as funções que lhe são confiadas por força do
sua efectiva implementação; Regulamento Sanitário Internacional (2005),
c) a darem apoio aos países em desenvolvimento e aos nomeadamente através de operações sanitárias
países com economias em fase de transição que estratégicas que garantam o apoio aos países na
o solicitarem, para efeitos de aquisição, reforço e detecção, avaliação e resposta a emergências de
manutenção dos requisitos de saúde pública exi- saúde pública;
gidos pelo Regulamento Sanitário Internacional e) colabore com os Estados Partes no Regulamento
(2005); Sanitário Internacional (2005), se for caso disso,
d) a tomarem todas as medidas adequadas para a pros- nomeadamente, prestando ou facilitando a coo-
secução do objectivo e consequente implemen- peração técnica e o apoio logístico;
tação do Regulamento Sanitário Internacional f) colabore com os Estados Partes, na medida do pos-
(2005), enquanto se aguarda pela sua entrada em sível, de forma a mobilizar recursos financeiros
vigor, incluindo o desenvolvimento dos requisi- que permitam apoiar os países em desenvolvi-
tos de Saúde Pública exigidos e das disposições mento, visando a aquisição, o reforço e a manu-
de natureza legal e regulamentar que se impo- tenção dos requisitos exigidos nos termos do
nham e, particularmente, a iniciarem o processo Regulamento Sanitário Internacional (2005);
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g) elabore, mediante consulta aos Estados-membros, recomendou medidas sanitárias nos termos do presente
princípios orientadores para a aplicação de regulamento.
medidas sanitárias nos postos-fronteiriços terres-
tres, em conformidade ao disposto no artigo 29.º «Autoridade competente» designa uma autoridade res-
do Regulamento Sanitário Internacional (2005); ponsável pela implementação e aplicação de medidas sanitá-
h) crie o Comité de Avaliação do Regulamento Sani- rias tomadas nos termos do presente regulamento.
tário Internacional (2005) em conformidade ao
disposto no artigo 50.º do regulamento; «Bagagens» designa os objectos pessoais de um viajante.
i) tome, de imediato, medidas com vista à elaboração
dos princípios orientadores para a implementa- «Chegada» de um meio de transporte designa:
ção e avaliação do instrumento de decisão con-
tido no Regulamento Sanitário Internacional a) no caso de um navio de alto mar, a chegada ou a
(2005), incluindo a elaboração de um procedi- atracagem na zona definida de um porto;
mento para a avaliação do seu funcionamento, b) no caso de uma aeronave, a chegada a um aero-
que o submeterá à apreciação da Assembleia da porto;
Saúde em conformidade ao disposto no n.º 3 do c) no caso de uma embarcação de navegação em águas
artigo 54.º do regulamento; interiores que efectua uma viagem internacional,
j) tome medidas para elaborar uma lista de peritos do a chegada a um ponto de entrada;
RSI e convide os mesmos a apresentação de can- d) no caso de um comboio ou de um veículo rodoviá-
didaturas, de acordo com o artigo 47.º do Regu- rio, a chegada a um ponto de entrada.
lamento Sanitário Internacional (2005).
«Carga» designa as mercadorias transportadas num meio
—————— de transporte ou dentro de um contentor.

REGULAMENTO SANITÁRIO «Contaminação» designa a presença de um agente ou de


INTERNACIONAL (2005) uma matéria infecciosos ou tóxicos na superfície do corpo de
uma pessoa ou de um animal, sobre um produto dentro dele,
TÍTULO I
destinado ao consumo ou sobre outros objectos inanimados,
Definições, Objecto e Âmbito de Aplicação, incluindo meios de transporte, que possam constituir um
Princípios e Autoridades Responsáveis risco para a saúde pública.

ARTIGO 1.º «Contentor» designa um meio acondicionante de trans-


(Definições) porte, podendo ser:

1. O Regulamento Sanitário Internacional (2005), dora- a) de natureza permanente e, por tal facto, suficiente-
vante designado «RSI» ou «Regulamento», adopta para todos mente resistente para permitir o seu uso repetido;
efeitos a seguinte terminologia: b) especialmente concebido para facilitar o transporte
de mercadorias, por uma ou várias formas de
«Aeronave» designa uma aeronave que efectua uma via- transporte, sem necessidade de operações inter-
gem internacional. médias de embalagem ou desembalagem;
c) munido de dispositivos que facilitem o seu manu-
«Aeroporto» designa qualquer aeroporto de chegada e de seamento, em sobretudo aquando do seu trans-
partida de voos internacionais. bordo de um meio de transporte para outro; e
d) especialmente concebido para facilitar o seu enchi-
«Afectados» designa pessoas, bagagens, cargas, conten- mento e esvaziamento.
tores, meios de transporte, mercadorias, encomendas postais
ou restos mortais humanos que estejam infectados ou conta- «Dados pessoais» designa qualquer informação relativa
minados ou que veiculem fontes de infecção ou de contami- a uma pessoa singular identificada ou identificável;
nação, e representem, por tal facto, um risco para a saúde
pública. «Descontaminação» designa um procedimento que con-
siste na aplicação de medidas sanitárias que visem a elimi-
«Área afectada» designa um local geográfico específico nação de um agente ou de uma matéria infecciosos ou tóxicos
relativamente ao qual a Organização Mundial da Saúde existentes na superfície do corpo de uma pessoa ou de um
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animal, sobre ou dentro de um produto destinado ao consumo «Exame médico» designa a avaliação preliminar de uma
ou sobre outros objectos inanimados, incluindo meios de pessoa, efectuado por pessoal de saúde autorizado ou por
transporte, que possam constituir um risco para a saúde uma pessoa que intervenha sob a supervisão directa da auto-
pública. ridade competente, a fim de determinar se o estado de saúde
dessa pessoa representa um risco potencial para a saúde
«Desinfecção» designa o procedimento que consiste na pública; poderá incluir a verificação de documentos de saúde
aplicação de medidas sanitárias que visem controlar ou eli- e um exame físico, se as circunstâncias em concreto o justi-
minar agentes infecciosos existentes na superfície do corpo ficarem.
de uma pessoa ou de um animal, ou sobre ou dentro de
bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, merca- «Operador de meios de transporte» designa a pessoa sin-
dorias e encomendas postais mediante exposição directa a gular ou colectiva responsável por um meio de transporte, ou
agentes químicos ou físicos. o seu representante.

«Desinsectação» designa o procedimento que consiste na «Infecção» designa a entrada e o desenvolvimento ou a


aplicação de medidas sanitárias que visem controlar ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de pes-
eliminar insectos vectores de doenças humanas presentes em soas e animais que possa constituir um risco para a saúde
bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, merca-
pública.
dorias e encomendas postais.
«Inspecção» designa o exame, pela autoridade compe-
«Desratização» designa o procedimento que consiste na
tente ou sob a sua supervisão, de zonas, bagagens, contento-
aplicação de medidas sanitárias que visem controlar ou eli-
res, meios de transporte, instalações, mercadorias ou enco-
minar roedores vectores de doenças humanas presentes em
mendas postais, bem como de dados e documentos relevan-
bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, serviços,
tes, a fim de determinar se existe risco para a saúde pública.
mercadorias e encomendas postais no ponto de entrada.

«Intrusivo» designa o acto que pode provocar incómodo


«Director Geral» designa o Director Geral da Organiza-
através de contacto próximo ou interrogatório íntimo.
ção Mundial da Saúde.

«Invasivo» designa a punção ou incisão cutânea ou a


«Doença» designa uma patologia ou uma afecção, qual-
quer que seja a sua origem ou fonte, que provoca ou pode introdução de um instrumento ou um material estranho no
provocar efeitos nocivos relevantes ao ser humano; organismo, ou o exame de uma cavidade corporal. Para efei-
tos do presente Regulamento, o exame médico dos ouvidos,
«Doente» designa uma pessoa que sofra de, ou esteja nariz e boca, a verificação da temperatura por termómetro
afectada por, uma perturbação física susceptível de constituir auricular, oral ou cutâneo, ou por meio de dispositivos de
um risco para a saúde pública; imagem térmica, a inspecção, a auscultação, a palpação
externa, a retinoscopia, a recolha externa de amostras de
«Elementos de prova científicos» designa as informações urina, fezes ou saliva, a medição externa da pressão arterial
que fornecem meios de prova com base em métodos cientí- e o electrocardiograma, são considerados actos não invasivos.
ficos estabelecidos e aceites;
«Isolamento» designa a separação de doentes ou pessoas
«Emergência de Saúde Pública de âmbito internacional» contaminadas ou bagagens, contentores, meios de transporte,
designa uma ocorrência extraordinária que se conclui, con- mercadorias ou encomendas postais afectados, de forma a
forme previsto no presente Regulamento, desde que: prevenir a disseminação da infecção ou da contaminação.

i) constitua um risco para a saúde pública noutros «Livre prática» designa, relativamente a um navio, a
Estados em virtude do risco de disseminação autorização para entrar num porto, aí proceder ao embarque
internacional de doenças; e ou desembarque, à carga ou à descarga de mercadorias ou
ii) requeira uma resposta internacional coorde- provisões; relativamente a uma aeronave, a autorização para,
nada; após a aterragem, proceder ao embarque ou ao desembarque,
à carga ou à descarga de mercadorias ou provisões; e, relati-
«Encomenda postal» designa um objecto ou uma emba- vamente a um meio de transporte terrestre, a autorização, à
lagem com menção do destinatário e transportado interna- chegada, para proceder ao embarque ou ao desembarque, à
cionalmente pelos serviços postais. carga ou à descarga de mercadorias ou provisões.
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«Mercadorias» designa produtos tangíveis, incluindo «Posto-fronteiriço» designa um ponto de entrada terres-
produtos de origem animal ou vegetal, transportados em via- tre num Estado Parte, incluindo um ponto utilizado por
gem internacional, incluindo os que se destinam a ser utili- veículos rodoviários e por comboios.
zados a bordo de um meio de transporte.
«Princípios científicos» designa as leis fundamentais e os
«Medida sanitária» designa os procedimentos utilizados factos da natureza aceites e conhecidos através de métodos
para prevenir a disseminação de doenças ou contaminação; científicos.
uma medida sanitária não inclui medidas legais ou de segu-
rança. «Quarentena» designa a restrição de actividades e/ou a
separação de pessoas suspeitas que não estejam doentes, ou
«Meio de transporte» designa uma aeronave, um navio, de bagagens, contentores, meios de transporte ou mercado-
um comboio, um veículo rodoviário ou qualquer outro meio rias suspeitos, de forma a evitar a eventual disseminação da
de transporte utilizado numa viagem internacional. infecção ou contaminação.

«Navio» designa um navio de alto mar ou uma embarca- «Recomendação» e «Recomendado» remetem para as
ção de navegação de águas interiores que efectua uma via- recomendações temporárias ou permanentes emitidas por
gem internacional. força do presente regulamento;

«Observação de Saúde Pública» designa a monitori- «Recomendação permanente» designa o parecer não vin-
zação do estado de saúde de um viajante ao longo do tempo, culativo emitido pela Organização Mundial da Saúde nos
a fim de determinar o risco de transmissão de uma doença. termos do artigo 16.º do presente regulamento, relativo à apli-
cação sistemática ou periódica de medidas sanitárias ade-
«Ocorrência» designa uma manifestação de doença ou quadas, face a certos riscos persistentes para a saúde pública,
um facto que crie um potencial patológico. a fim de prevenir ou reduzir a disseminação internacional de
doenças e com o mínimo de interferência com o tráfego
«Organização» ou «OMS» designa a Organização Mun- internacional.
dial da Saúde.
«Recomendação temporária» designa o parecer não vin-
«Partida» designa, relativamente a pessoas, bagagens, culativo emitido pela Organização Mundial da Saúde nos ter-
cargas, meios de transporte ou mercadorias, o acto de saída mos do artigo 15.º do presente regulamento, para efeitos de
de um território; uma aplicação limitada no tempo e em função do risco, para
dar resposta a uma emergência de saúde pública de âmbito
«Ponto de contacto RSI da OMS» designa o serviço que, internacional, de forma a prevenir ou reduzir a disseminação
no seio da OMS, deve estar acessível, em qualquer momento, internacional de doenças com o mínimo de interferência com
para comunicar com o Ponto Focal Nacional para o RSI. o tráfego internacional;

«Ponto de entrada» designa um ponto de passagem para «Reservatório» designa um animal, uma planta ou uma
a entrada ou saída internacionais de viajantes, bagagens, car- substância em que um agente infeccioso habitualmente vive
gas, contentores, meios de transporte, mercadorias e enco- e cuja presença pode constituir um risco para a saúde pública.
mendas postais, bem como os organismos e sectores que lhes
disponibilizem serviços à entrada ou à saída. «Residência permanente» tem o sentido que lhe é atri-
buído no direito interno do Estado Parte respectivo.
«Ponto Focal Nacional para o RSI» designa o Centro
Nacional, indicado por cada um dos Estados Partes, que «Residência temporária» tem o sentido que lhe é atri-
deverá estar acessível em qualquer momento para comuni- buído no direito interno do Estado Parte respectivo.
car com os Pontos de Contacto RSI na Organização Mundial
de Saúde para os efeitos do presente regulamento. «Risco para a Saúde Pública» designa a probabilidade
de uma ocorrência que pode prejudicar a saúde das popula-
«Porto» designa um porto de mar ou um porto interior ções humanas, com especial relevo para aquela que pode pro-
onde chegam e de onde partem os navios que efectuam via- pagar-se a nível internacional ou representar um perigo grave
gens internacionais. e directo.
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«Suspeitos» designa as pessoas, bagagens, cargas, con- avaliação e resposta de saúde pública, de acordo com as
tentores, meios de transporte, mercadorias ou encomendas necessidades.
postais que um Estado Parte considera terem estado expostos
ou poderem ter estado expostos a um risco para a saúde «Zona de carregamento de contentores» designa um local
pública e podendo constituir uma fonte de disseminação de ou uma instalação reservados aos contentores utilizados no
doenças. tráfego internacional.

«Tráfego internacional» designa o movimento de pes- 2. Salvo se o contrário resultar das disposições ou do con-
soas, bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, texto respectivos, qualquer referência ao presente regula-
mercadorias ou encomendas postais através de uma fronteira mento remete igualmente para os correspondentes anexos.
internacional, incluindo trocas comerciais internacionais.
ARTIGO 2.º
(Objecto e âmbito de aplicação)
«Tripulação» designa as pessoas que se encontram a
bordo de um meio de transporte que não são passageiros.
O objecto e o âmbito de aplicação do presente regula-
«Vector» designa um insecto ou outro animal que nor- mento consistem em prevenir, proteger contra, controlar e
malmente transporta um agente infeccioso que constitui um dar resposta em termos de saúde pública a uma propagação
risco para a Saúde Pública. internacional de doenças, utilizando meios proporcionados e
limitados aos riscos de saúde pública e evitando, em simul-
«Veículo de transporte terrestre» designa um meio de tâneo, interferências desnecessárias com o tráfego e o
transporte motorizado destinado ao transporte terrestre em comércio internacional.
viagem internacional, incluindo comboios, veículos de trans-
ARTIGO 3.º
porte colectivo de passageiros, veículos pesados de transporte (Princípios)
de mercadorias e veículos ligeiros.
1. O presente regulamento é aplicado no pleno respeito
«Veículo rodoviário» designa um veículo de transporte pela dignidade das pessoas, pelos direitos humanos e pelas
terrestre que não seja um comboio. liberdades fundamentais.

«Verificação» designa a disponibilização à Organização 2. A aplicação do presente regulamento rege-se pela Carta
Mundial da Saúde, por um Estado Parte, de informação que das Nações Unidas e pela Constituição da Organização Mun-
confirme uma situação de ocorrência no ou nos territórios dial da Saúde.
desse Estado Parte.
3. A aplicação do presente regulamento é guiada pelo
«Viagem internacional» designa: desejo da sua aplicação universal, tendo em vista a protec-
ção de toda a população mundial da propagação interna-
a) no caso de um meio de transporte: uma viagem cional de doenças.
entre pontos de entrada situados nos territórios
de mais de um Estado, ou uma viagem entre os 4. Em aplicação da Carta das Nações Unidas e dos prin-
pontos de entrada situados no ou nos territórios cípios do direito internacional, os Estados têm o direito so-
de um mesmo Estado se, durante a viagem que berano de legislar e aplicar as leis com vista à execução das
efectua, o meio de transporte estiver em contacto suas políticas em matéria de saúde. Ao agir deste modo, os
com o território de qualquer outro Estado Parte, Estados devem favorecer os objectivos do presente regula-
unicamente para esses contactos; mento.
b) no caso de um viajante: uma viagem implicando a ARTIGO 4.º
entrada no território de um Estado que não seja o (Autoridades responsáveis)
território do Estado onde iniciou a viagem.
1. Cada Estado Parte designa ou institui um ponto focal
«Viajante» designa uma pessoa singular que efectua uma nacional para o RSI, bem como as autoridades responsáveis,
viagem internacional. na sua própria jurisdição, pela aplicação das medidas sanitá-
rias previstas no presente regulamento.
«Vigilância» designa a recolha, compilação e análise sis-
temáticas e contínuas de dados para efeitos de saúde pública 2. Os pontos focais nacionais para o RSI devem estar, em
e a difusão, em tempo útil, de informação para efeitos de qualquer momento, em condições de comunicar com os pon-
2352 DIÁRIO DA REPÚBLICA

tos de contacto RSI na Organização Mundial da Saúde refe- Em circunstâncias excepcionais e mediante a apresentação
ridos no n.º 3 do presente artigo. Os pontos focais nacionais de um novo plano de acção, o Estado Parte pode solicitar ao
para o RSI terão, em particular, as funções de: director geral a prorrogação por um máximo de dois anos. O
director geral toma a decisão tendo presente o parecer téc-
a) transmitir aos pontos de contacto RSI na Organiza- nico do Comité criado por força do disposto no artigo 50.º
ção Mundial da Saúde, em nome do Estado Parte (doravante designado por «Comité de Avaliação»). Findo o
interessado, as comunicações urgentes relativas à período previsto no n.º 1 do presente artigo, o Estado Parte
aplicação do presente regulamento, em parti- que tenha obtido a prorrogação do prazo informa, anual-
cular as previstas nos artigos 6.º a 12.º; e mente, à Organização Mundial da Saúde dos progressos rea-
b) difundir as informações junto dos sectores compe- lizados para a sua integral execução.
tentes da administração do Estado Parte respec-
tivo, em particular dos sectores responsáveis pela 3. A Organização Mundial da Saúde apoia os Estados Par-
vigilância e comunicação, dos pontos de entrada, tes, a pedido destes, na aquisição, no reforço e na manuten-
dos serviços de saúde pública, centros de saúde, ção das capacidades referidas no n.º1 do presente artigo.
hospitais e outros departamentos públicos, bem
como reunir as informações comunicadas por tais
4. A Organização Mundial da Saúde recolhe informações
sectores.
sobre as ocorrências no âmbito das suas actividades de vigi-
lância e avalia o risco de propagação internacional de doen-
3. A OMS designa os pontos de contacto RSI que devem
estar, em qualquer momento, em condições de comunicar ças que as mesmas comportam e os entraves ao tráfego
com os pontos focais nacionais para o RSI. Os pontos de con- internacional que podem criar. As informações recebidas pela
tacto RSI na OMS transmitem comunicações urgentes sobre Organização Mundial da Saúde nos termos do presente
a aplicação do presente Regulamento, em particular dos número são tratadas em conformidade com os artigos 11.º e
artigos 6.º a 12.º, aos pontos focais nacionais para o RSI dos 45.º, conforme os casos.
Estados Partes interessados. A OMS pode designar pontos de
contacto RSI na Sede da Organização ou a nível regional. ARTIGO 6.º
(Notificação)
4. Os Estados Partes comunicam à OMS as coordenadas
dos seus pontos focais nacionais para o RSI e a OMS comu- 1. Cada Estado Parte avalia as ocorrências que se verifi-
nica aos Estados Partes as coordenadas dos seus pontos de cam no seu território através do instrumento de decisão cons-
contacto RSI. Tais coordenadas são permanentemente actua- tante do anexo 2. Recorrendo aos meios de comunicação
lizadas e confirmadas anualmente. A OMS comunica a todos mais eficazes de que dispuser e nas 24 horas seguintes à ava-
os Estados Partes as coordenadas dos pontos focais nacionais liação das informações sobre saúde pública, cada Estado
para o RSI que lhe são transmitidas em aplicação do presente Parte notifica a OMS, através do ponto focal nacional para o
artigo. RSI, sobre qualquer ocorrência verificada no seu território
que possa constituir uma emergência de saúde pública de
TÍTULO II
Informações e Acção de Saúde Pública âmbito internacional segundo o instrumento de decisão, bem
como sobre qualquer medida sanitária tomada para fazer face
ARTIGO 5.º a tais ocorrências. Se a notificação recebida pela OMS for da
(Vigilância)
competência da Agência Internacional de Energia Atómica
(AIEA), a OMS informa de imediato à AIEA.
1. Cada Estado Parte adquire, reforça e mantém, logo que
possível, mas nunca depois de decorridos cinco anos sobre a
entrada em vigor do presente regulamento relativamente a 2. Após uma notificação, o Estado Parte continua a
esse Estado Parte, a capacidade de detectar, avaliar, notificar comunicar, em tempo útil, à OMS as informações de saúde
e declarar as ocorrências previstas no presente regulamento, pública exactas e suficientemente pormenorizadas de que dis-
conforme indicado no Anexo 1. ponha, se possível incluindo a definição dos casos, os resul-
tados de laboratório, a fonte e o tipo de risco, o número de
2. Após a avaliação referida no n.º 2 do Anexo 1, um casos e de óbitos, os factores que influem na propagação da
Estado Parte pode invocar perante OMS uma necessidade doença e as medidas sanitárias utilizadas; indica, ainda, se
justificada e um plano de acção e, procedendo dessa forma, necessário, as dificuldades surgidas e o apoio de que neces-
obter um prazo suplementar de dois anos para cumprir a obri- sita para fazer face à eventual emergência de saúde pública de
gação que lhe incumbe nos termos do n.º 1 do presente artigo. âmbito internacional.
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2353

ARTIGO 7.º c) mercadorias contaminadas.


(Comunicação de informações em caso de ocorrências
inesperadas ou raras)
ARTIGO 10.º
(Verificação)
Se um Estado Parte dispõe de elementos que indicam a
existência de uma ocorrência inesperada ou rara no seu ter- 1. Na aplicação do artigo 9.º, a OMS solicita ao Estado
ritório, independentemente da origem ou da fonte, que possa Parte que verifique os relatórios provenientes de fontes que
constituir uma emergência de saúde pública de âmbito inter- não sejam as notificações ou consultas, nos termos dos quais
nacional, o mesmo fornece à OMS todas as informações de ocorrências que podem constituir uma emergência de saúde
saúde pública pertinentes. Neste caso, o artigo 6.º aplica-se na pública de âmbito internacional terão ocorrido no seu terri-
íntegra. tório. Em tais casos, a OMS informa o Estado Parte interes-
ARTIGO 8.º
(Consulta) sado sobre os relatórios que procura confirmar.

Mesmo que se produzam no seu território ocorrências que 2. Em conformidade com o número anterior e com o
não exijam a notificação prevista no artigo 6.º, em particular artigo 9.º, cada Estado Parte procede, a pedido da OMS, às
ocorrências relativamente às quais não disponha de informa- confirmações pretendidas e:
ções suficientes para preencher o instrumento de decisão, um
Estado Parte pode, todavia, manter a OMS informada das a) fornece, no prazo de 24 horas, uma primeira res-
mesmas, através do seu ponto focal nacional para o RSI, bem posta ou acusa a recepção do pedido da OMS;
como consultar a OMS sobre as medidas sanitárias a tomar. b) fornece, no prazo de 24 horas, as informações de
Tais comunicações regem-se pelos n.os 2 a 4 do artigo 11.º saúde pública disponíveis sobre as ocorrências
O Estado Parte em cujo território se produz a ocorrência pode referidas no pedido da OMS; e
solicitar o apoio da OMS na verificação das informações epi- c) remete informações à OMS no âmbito da avaliação
demiológicas que recolheu. efectuada nos termos do artigo 6.º, em particular
as informações referidas nesse artigo.
ARTIGO 9.º
(Outros relatórios)
3. Logo que tome conhecimento de uma ocorrência que
possa constituir uma emergência de saúde pública de âmbito
1. A OMS pode ter em consideração relatórios prove-
internacional, a OMS propõe-se a colaborar com o Estado
nientes de fontes que não sejam as notificações ou as con-
Parte interessado na avaliação do risco de propagação inter-
sultas, e avalia tais relatórios em conformidade com os
nacional de doenças, do embaraço ao tráfego internacional
princípios epidemiológicos estabelecidos; de seguida, deverá
que pode ser criado e da adequação das medidas de controlo.
transmitir as informações sobre a ocorrência em causa ao
Estas actividades podem incluir uma colaboração com outras
Estado Parte em cujo território se crê que a mesma se pro-
organizações normativas, bem como a oferta de mobilização
duziu. Antes de adoptar qualquer medida com base em tais
de assistência internacional de forma a prestar auxílio às
relatórios, a OMS consultará o Estado Parte em cujo territó-
autoridades nacionais na condução e coordenação das ava-
rio se crê que a ocorrência se produziu e procura, junto deste,
liações. A pedido do Estado Parte, a OMS comunica as
verificar tais informações em conformidade com os procedi-
informações de apoio a tal oferta.
mentos de confirmação definidos no artigo 10.º. Para esse
efeito, a OMS coloca as informações recebidas à disposição
4. Se o Estado Parte não aceitar a oferta de apoio, a OMS
dos Estados Partes, somente podendo preservar o carácter
pode, desde que justificado face à dimensão do risco para a
confidencial da fonte nos casos devidamente justificados. As
saúde pública, comunicar a outros Estados Partes as infor-
informações são utilizadas em conformidade com o procedi-
mações de que dispõe, exortando o Estado Parte a aceitar a
mento previsto no artigo 11.º
oferta de apoio da OMS, tendo em consideração os pontos
de vista do Estado Parte interessado.
2. Os Estados Partes devem informar a OMS, na medida
do possível, num prazo de 24 horas, após a recepção de dados ARTIGO 11.º
sobre a existência, fora dos seus territórios, de um risco iden- (Comunicação de informações pela OMS)
tificado para a Saúde Pública que pode estar na origem da
propagação internacional de doenças, confirmado pela 1. Sob reserva do n.º 2 do presente artigo, a OMS comu-
exportação ou importação de: nica a todos os Estados Partes e, se necessário, às organiza-
ções intergovernamentais competentes, sempre que possível
a) casos humanos; e através dos meios disponíveis mais eficazes, com carácter
b) vectores de infecção ou contaminação; ou confidencial, as informações de saúde pública que tenha
2354 DIÁRIO DA REPÚBLICA

recebido em conformidade com os artigos 5.º a 10.º e que se publicitadas e se a difusão de informações fiáveis e indepen-
mostrem necessárias para permitir aos Estados Partes faze- dentes se impuser.
rem face a um risco para a saúde pública. A OMS deve ARTIGO 12.º
(Determinação da existência de uma emergência
comunicar aos outros Estados Partes informações que pos-
de saúde pública de âmbito internacional)
sam auxiliá-los na prevenção da ocorrência de incidentes aná-
logos.
1. O Director Geral determina, com base nas informações
que receber, em particular do Estado Parte em cujo território
2. A OMS utiliza as informações recebidas por aplicação
se verifica uma ocorrência, se essa ocorrência constitui uma
dos artigos 6.º e 8.º e do n.º 2 do artigo 9.º para efeitos de
emergência de saúde pública de âmbito internacional face
verificação, avaliação e assistência previstos no presente
aos critérios e aos procedimentos previstos no presente
regulamento e, salvo acordo em contrário com os Estados
regulamento.
Partes referidos nessas disposições, não poderá disponibilizar
tais informações, de forma generalizada, a outros Estados
2. Se considerar, com base numa avaliação nos termos do
Partes, até que:
presente regulamento, que existe uma emergência de saúde
pública de âmbito internacional, o Director Geral consulta o
a) seja determinado que a ocorrência constitui uma
Estado Parte em cujo território a ocorrência se verifica sobre
emergência de saúde pública de âmbito interna-
esta determinação preliminar. Se o Director Geral e o Estado
cional nos termos do artigo 12.º; ou
b) sejam confirmadas pela OMS as informações ates- Parte acordarem nessa determinação, o Director Geral,
tando a propagação internacional da infecção ou seguindo o procedimento previsto no artigo 49.º, solicita ao
da contaminação, em conformidade com os prin- Comité criado nos termos do artigo 48.º (doravante desig-
cípios epidemiológicos estabelecidos; a menos nado «Comité de Emergência») que se pronuncie sobre as
que, recomendações temporárias adequadas.
c) fique estabelecido:
3. Se, na sequência da consulta prevista no n.º 2 do pre-
i) que as medidas contra a propagação interna- sente artigo, o Director Geral e o Estado Parte em cujo terri-
cional não têm qualquer probabilidade de tório se verifica a ocorrência não chegarem a acordo num
sucesso em virtude da natureza da contami- prazo de 48 horas sobre a questão de saber se a ocorrência
nação, do agente patogénico, do vector ou do constitui uma emergência de saúde pública de âmbito inter-
reservatório; ou, nacional, é tomada uma decisão em conformidade com o pro-
ii) que o Estado Parte carece de suficiente capa- cedimento previsto no artigo 49.º
cidade operacional para aplicar as medidas
necessárias para impedir a disseminação mais 4. Para efeitos de determinaçao da gravidade de uma
alargada da doença; ou ocorrência, nomeadamente se a mesma constitui ou não uma
emergência de saúde pública de âmbito internacional, o
d) o carácter e a dimensão do movimento internacio- Director Geral tem em consideração:
nal de viajantes, bagagens, cargas, contentores,
meios de transporte, mercadorias ou encomendas a) as informações fornecidas pelo Estado Parte;
postais que podem ser afectados pela infecção ou b) o instrumento de decisão constante do Anexo 2;
contaminação requeiram a imediata implemen- c) o parecer emitido pelo Comité de Emergência;
tação de medidas internacionais de controlo. d) os princípios científicos e os elementos de prova
científicos disponíveis, bem como outras infor-
3. A OMS consulta o Estado Parte em cujo território a mações pertinentes;
ocorrência se verificou no que concerne à sua intenção de e) uma avaliação do risco para a saúde humana, o risco
fornecer informações nos termos do presente artigo. de propagação internacional de doenças e o risco
de embaraços ao tráfego internacional.
4. Sempre que comunicar aos Estados Partes, em confor-
midade com o presente regulamento, informações que tenha 5. Se, após consultar o Estado Parte em cujo território
recebido nos termos do n.º 2 do presente artigo, a OMS ocorreu a emergência de saúde pública de âmbito interna-
poderá igualmente torná-las públicas, desde que outras cional, o Director Geral considerar que a emergência de
informações relativas à mesma ocorrência já tenham sido saúde pública de âmbito internacional já não se verifica, toma
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2355

uma decisão em conformidade com o procedimento previsto 6. A pedido dos mesmos, a OMS oferecer-se-á para pres-
no artigo 49.º tar aconselhamento e assistência adequados aos restantes
ARTIGO 13.º
Estados Partes afectados ou ameaçados pela emergência de
(Resposta de saúde pública)
saúde pública de âmbito internacional.
1. Cada Estado Parte adquire, reforça e mantém, sempre ARTIGO 14.º
que possível e o mais tardar nos cinco anos seguintes à (Cooperação da OMS com organizações intergover-
entrada em vigor do presente regulamento relativamente a namentais e organismos internacionais)
esse Estado Parte, a capacidade para responder rápida e efi-
cazmente em caso de risco para a saúde pública e de emer- 1. A OMS coopera e se for caso disso, coordena as suas
gência de saúde pública de âmbito internacional, em actividades com outras organizações intergovernamentais e
conformidade com o Anexo 1. A OMS publicará, em con- com os organismos internacionais competentes na aplicação
sulta com os Estados Membros, princípios orientadores que do presente regulamento, particularmente em relação a con-
auxiliem os Estados Partes a adquirirem as capacidades de clusão de acordos e convénios similares.
acção de saúde pública.
2. Caso a notificação ou a verificação de uma ocorrência,
2. Após a avaliação prevista no n.º 2 da parte A do Anexo 1, ou a acção executada para a combater, seja fundamental-
um Estado Parte pode invocar perante a OMS uma necessi- mente da competência de outras organizações intergoverna-
dade justificada e um plano de acção e, ao proceder desse mentais ou de outros organismos internacionais, a OMS
modo, obter a concessão de um prazo adicional de dois anos coordenará as suas actividades com tais organizações ou
para satisfazer a sua obrigação decorrente do n.º 1 do pre- organismos para efeitos de aplicação de medidas adequadas
sente artigo. Em circunstâncias excepcionais e dispondo de
à protecção da saúde pública.
um novo plano de acção, o Estado Parte pode solicitar ao
Director Geral que o prazo seja prorrogado por um novo
3. Independentemente do estipulado nos números ante-
período máximo de dois anos. O Director Geral toma a deci-
riores, nenhuma disposição do presente regulamento impede
são tendo presente o parecer técnico do Comité de Avalia-
ção. Findo o período previsto no n.º 1 do presente artigo, o ou limita a prestação, pela OMS, de aconselhamento, apoio,
Estado Parte que tenha obtido a prorrogação do prazo deverá assistência técnica ou outra forma de assistência para efeitos
informar, anualmente, a OMS dos progressos realizados para de saúde pública.
a sua integral execução.
TÍTULO III
Recomendações
3. A pedido de um Estado Parte, a OMS colabora na acção
em caso de risco para a saúde pública e de outras ocorrên- ARTIGO 15.º
(Recomendações temporárias)
cias, prestando aconselhamento e assistência técnica e ava-
liando a eficácia das medidas de controlo adoptadas,
1. Caso seja estabelecido, em conformidade com o arti-
incluindo, se for caso disso, a mobilização de equipas inter-
nacionais de peritos para darem apoio no local. go 12.º, que se trata de uma emergência de saúde pública de
âmbito internacional, o Director Geral publicará recomenda-
4. Se, em consulta com os Estados Partes interessados em ções temporárias em conformidade com os procedimentos
conformidade com o artigo 12.º, a OMS concluir que existe previstos no artigo 49.º Tais recomendações temporárias
uma emergência de saúde pública de âmbito internacional, poderão ser alteradas ou alargadas, conforme os casos, em
pode propor, para além do apoio indicado no n.º 3 do pre- particular após se determinar que uma emergência de saúde
sente artigo, uma assistência adicional ao Estado Parte e, em pública de âmbito internacional já não se verifica, devendo na
particular, uma avaliação da gravidade do risco internacio- sequência ser publicadas outras recomendações temporárias,
nal e da adequação das medidas de controlo. Nesta colabo- conforme se mostrar necessário, para efeitos de prevenção
ração, a OMS pode incluir a mobilização da assistência ou detecção rápida do seu ressurgimento.
internacional de modo a prestar apoio às autoridades nacio-
nais na realização e coordenação das avaliações no local. A 2. As recomendações temporárias podem reportar-se a
pedido do Estado Parte, a OMS comunica as informações de medidas sanitárias a implementar pelo Estado Parte onde
suporte a esta oferta. ocorra a emergência de saúde pública de âmbito internacio-
nal, ou por outros Estados Partes, relativamente a pessoas,
5. A pedido da OMS, os Estados Partes devem facilitar o bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, merca-
apoio, na medida do possível, às actividades de acção coor- dorias e/ou encomendas postais, para efeitos de prevenção
denada da OMS. ou redução da disseminação internacional de doenças e para
2356 DIÁRIO DA REPÚBLICA

evitar qualquer embaraço desnecessário ao tráfego interna- g) outras informações específicas e adequadas rela-
cional. cionadas com a ocorrência.

3. As recomendações temporárias podem, a qualquer 2. Tratando-se de recomendações temporárias, a urgên-


momento, ser anuladas em conformidade com o procedi- cia imposta pelas circunstâncias pode limitar o nível de con-
mento definido no artigo 49.º e expiram automaticamente três sideração atribuído pelo Director Geral aos aspectos referidos
meses após a sua publicação, podendo ser alteradas ou pror- nas alíneas e) e f) do presente artigo.
rogadas por períodos adicionais com duração máxima de
ARTIGO 18.º
três meses. As recomendações temporárias só poderão ser
(Recomendações relativas a pessoas, bagagens, cargas, contentores,
mantidas até à Segunda Assembleia Mundial da Saúde sub- meios de transporte, mercadorias e encomendas postais)
sequente à decisão relativa à emergência de saúde pública de
âmbito internacional a que se reportarem. 1 As recomendações dirigidas pela OMS aos Estados Par-
tes relativamente às pessoas podem aconselhar o seguinte:
ARTIGO 16.º
(Recomendações permanentes)
a) não recomendar qualquer medida sanitária especí-
fica;
A OMS pode emitir recomendações permanentes com
b) analisar os itinerários de viagens em zonas afec-
vista à aplicação sistemática ou periódica de medidas sanitá-
tadas;
rias adequadas, em conformidade com o artigo 53.º Tais
c) analisar as provas de determinados exames médi-
medidas podem ser aplicadas pelos Estados Partes relativa-
cos e análises laboratoriais que forem efectuados;
mente a pessoas, bagagens, cargas, contentores, meios de
d) exigir exames médicos;
transporte, mercadorias e/ou encomendas postais em caso de
e) analisar a prova de vacinações e de outras medidas
riscos específicos persistentes para a saúde pública, a fim de
profilácticas;
prevenir ou reduzir a propagação internacional de doenças e f) exigir a vacinação ou outra profilaxia;
de evitar embaraços inúteis ao tráfego internacional. A OMS g) colocar as pessoas suspeitas sob observação para
poderá, nos termos do artigo 53.º, alterar ou anular tais reco- efeitos de saúde pública;
mendações, conforme os casos. h) colocar as pessoas suspeitas em quarentena ou apli-
car-lhes outras medidas sanitárias;
ARTIGO 17.º
(Critérios aplicáveis às recomendações)
i) isolar ou tratar, se necessário, as pessoas afectadas;
j) identificar os contactos das pessoas suspeitas ou
afectadas;
1. Sempre que emitir, alterar ou anular recomendações
k) recusar a entrada de pessoas suspeitas ou afectadas;
temporárias ou permanentes, o Director Geral tem em consi-
l) recusar a entrada de pessoas não afectadas em zonas
deração:
afectadas; e
m) submeter a rastreio as pessoas provenientes de
a) a opinião dos Estados Partes directamente interes-
áreas afectadas e/ou impor-lhes restrições de
sados;
saída.
b) o parecer do Comité de Emergência ou do Comité
de Avaliação, conforme os casos;
2. As recomendações dirigidas pela OMS aos Estados
c) os princípios científicos, bem como os elementos
Partes relativamente a bagagens, cargas, contentores, meios
de prova e as informações científicas disponíveis;
de transporte, mercadorias e encomendas postais poderão
d) as medidas sanitárias que, com base numa avaliação
aconselhar o seguinte:
dos riscos adaptada à situação, deixarem de cau-
sar embaraços ao tráfego e ao comércio interna- a) não recomendar qualquer medida sanitária especí-
cionais e deixem de ser intrusivas para as pessoas fica;
que com outras alternativas razoavelmente dis- b) verificar o manifesto e o itinerário;
poníveis, assegurem um nível apropriado de pro- c) proceder a inspecções;
tecção sanitária; d) examinar as provas das medidas adoptadas à partida
e) as normas e os instrumentos internacionais perti- ou em trânsito para eliminar a infecção ou a con-
nentes; taminação;
f) as actividades prosseguidas por outras organizações e) efectuar o tratamento de bagagens, cargas, conten-
intergovernamentais e outros organismos inter- tores, meios de transporte, mercadorias, enco-
nacionais competentes; e mendas postais ou restos mortais humanos com o
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2357

propósito de eliminar a infecção ou a contamina- b) emitir apenas os Certificados de Isenção de Con-


ção, incluindo os vectores e reservatórios; trolo Sanitário de Navio; e
f) aplicar medidas sanitárias específicas para garantir c) prorrogar a validade do Certificado de Isenção de
a segurança no manuseamento e no transporte de Controlo Sanitário de Navio pelo período de
restos mortais humanos; um mês até à chegada do navio ao porto em que
g) isolar ou colocar em quarentena; o certificado poderá ser emitido.
h) exigir, na ausência de outro tratamento ou processo
eficaz, a apreensão e a destruição controlada de 4. Cada Estado Parte informará à OMS de qualquer alte-
bagagens, cargas, contentores, meios de trans- ração ao estatuto dos portos constantes da lista. A OMS pu-
porte, mercadorias ou encomendas postais infec- blicará as informações recebidas em observância ao presente
tados, contaminados ou suspeitos; e número.
i) recusar a partida ou a entrada.
5. A OMS poderá, a pedido do Estado Parte interessado,
TÍTULO IV tomar as medidas necessárias para, após realização de
Pontos de Entrada inquérito apropriado, certificar que um aeroporto ou um porto
situado no território desse Estado Parte preenche os requisi-
ARTIGO 19.º
(Obrigações gerais) tos previstos nos n.os 1 e 3 do presente artigo. A OMS poderá
rever, periodicamente, tais certificações mediante consulta
Para além das obrigações que o presente regulamento lhe ao Estado Parte.
impõe, cada Estado Parte deve:
6. Em colaboração com as organizações intergoverna-
a) assegurar que os requisitos previstos no Anexo 1 mentais e os organismos internacionais competentes, a OMS
relativos aos pontos de entrada designados são elaborará e publicará os princípios orientadores para a certi-
estabelecidos dentro dos prazos previstos no n.º 1 ficação dos aeroportos e portos referidos no presente artigo.
A OMS publicará, igualmente, uma lista de aeroportos e de
do artigo 5.º e no n.º 1 do artigo 13.º;
portos certificados.
b) indicar as autoridades competentes em cada ponto
de entrada designado no seu território; e ARTIGO 21.º
c) fornecer à OMS, na medida do possível e sempre (Postos fronteiriços)
que para o efeito for solicitado, dados pertinentes
sobre as fontes de infecção ou contaminação, em 1. Sempre que razões de saúde pública o justifiquem, um
particular vectores e reservatórios, nos seus pon- Estado Parte designa os postos-fronteiriço que deverão
tos de entrada, que possam facilitar a propagação observar os requisitos mínimos previstas no Anexo 1, tendo
internacional de doenças, com vista a fazer face em consideração:
um potencial risco para a saúde pública.
a) o volume e a frequência dos diversos tipos de trá-
ARTIGO 20.º fego internacional nos postos fronteiriços que
(Aeroportos e portos) poderão ser designados por um Estado Parte, por
comparação com outros pontos de entrada; e
1. Os Estados Partes devem designar os aeroportos e por- b) os riscos para a saúde pública presentes nas zonas
tos que devem observar e manter os requisitos mínimos pre- de onde provirem o tráfego internacional, ou nas
vistos no Anexo 1. quais transita, antes da sua chegada a um deter-
minado posto fronteiriço.
2. Os Estados Partes deve garantir que os Certificados de
Isenção de Controlo Sanitário de Navio e os Certificados de 2. Os Estados Partes que tenham fronteiras comuns
Controlo Sanitário de Navio sejam emitidos em confor- devem:
midade com o artigo 39.º e com o modelo constante do
Anexo 3. a) estabelecer acordos ou convénios bilaterais ou mul-
tilaterais sobre a prevenção e o controlo da trans-
3. Cada Estado Parte deve comunicar à OMS a lista de missão internacional de doenças nos postos
portos habilitados a: fronteiriços, em conformidade com o artigo 57.º;
e
a) emitir Certificados de Controlo Sanitário de Navio b) designar conjuntamente postos fronteiriços adja-
e a prestar os serviços previstos nos Anexos 1 e 3; ou centes, tendo em vista os requisitos mínimos
2358 DIÁRIO DA REPÚBLICA

constantes do Anexo 1, em conformidade com o h) prever a existência de planos de contingência efi-


n.º 1 do presente artigo. cazes para fazer face a uma ocorrência imprevista
que afecte a saúde pública; e
ARTIGO 22.º i) comunicar com o Ponto Focal Nacional para o RSI
(Função das autoridades competentes)
sobre as medidas de saúde pública pertinentes
adoptadas em conformidade com o presente
1. As autoridades competentes, deverão:
regulamento.

a) assegurarem-se de que as bagagens, cargas, con-


2. As medidas sanitárias recomendadas pela OMS rela-
tentores, meios de transporte, mercadorias e
tivas a viajantes, bagagens, cargas, contentores, meios de
encomendas postais e os restos mortais humanos
transporte, mercadorias, encomendas postais e restos mortais
à partida e provenientes de zonas afectadas são
humanos provenientes de uma área afectada poderão igual-
mantidos isentos de fontes de infecção ou de con-
mente ser aplicadas à chegada se existirem indícios verificá-
taminação, em particular de vectores e reserva-
veis e/ou elementos que atestem que as medidas aplicadas
tórios;
aquando da partida da área afectada não foram eficazes.
b) assegurarem-se, na medida do possível, de que as
instalações utilizadas pelos viajantes nos pontos
3. A desinsectação, desratização, desinfecção, desconta-
de entrada são mantidas em boas condições de
minação e quaisquer outros procedimentos sanitários deverão
higiene e permanecem isentas de fontes de
ser levadas a cabo de forma a evitar lesões e, tanto quanto
infecção ou contaminação, em particular de vec-
possível, evitar o desconforto de pessoas ou danos no
tores e reservatórios;
ambiente passíveis de prejudicar a saúde pública, bem como
c) supervisionar a desratização, a desinfecção, a
danos nas bagagens, cargas, contentores, meios de transporte,
desinsectação ou a descontaminação de baga-
mercadorias e encomendas postais.
gens, cargas, contentores, meios de transporte,
mercadorias, encomendas postais e restos mor- TÍTULO V
tais humanos ou as medidas sanitárias aplicadas Medidas de Saúde Pública
às pessoas, em conformidade com o presente
regulamento; CAPÍTULO I
d) avisar os operadores de meios de transporte, com a Disposições Gerais
antecedência possível, da sua intenção de aplicar
medidas de controlo a um meio de transporte, e ARTIGO 23.º
(Medidas sanitárias à chegada e à partida)
prestarem-lhes, se for caso disso, informações
escritas sobre os métodos a utilizar;
1. Sem prejuízo aos acordos internacionais aplicáveis e
e) supervisionar a recolha e a eliminação segura de
dos artigos pertinentes do presente regulamento, um Estado
água, alimentos, dejectos humanos ou animais e
de águas residuais contaminados, bem como de Parte poderá, para efeitos de saúde pública, à chegada e à par-
qualquer outra matéria contaminada que se tida:
encontre a bordo de um meio de transporte;
f) adoptar todas as medidas possíveis compatíveis com a) tratando-se de viajantes:
o presente regulamento para vigiar e impedir o
despejo pelos navios de águas residuais, resíduos i) questioná-los sobre o seu destino, de forma a
sólidos, água de lastro e outras matérias poten- poder contactá-los;
cialmente causadoras de doenças que possam ii) questioná-los sobre o seu itinerário, a fim de
contaminar as águas de um porto, rio ou canal, averiguar se permaneceram numa área afec-
estreito, lago ou outra via navegável interna- tada ou próxima dela, ou sobre os seus outros
cional; eventuais contactos com uma infecção ou
g) supervisionar os prestadores de serviços relativa- contaminação antes da sua chegada, e verifi-
mente a viajantes, bagagens, cargas, contentores, car os documentos sanitários de tais viajantes,
meios de transporte, mercadorias e encomendas se exigidos nos termos do presente regula-
postais, bem como restos mortais humanos, nos mento; e/ou
pontos de entrada, incluindo a realização de ins- iii) exigir um exame médico não invasivo que,
pecções e exames médicos conforme as necessi- sendo o menos intrusivo possível, permita
dades; alcançar o objectivo da saúde pública.
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2359

b) exigir a inspecção de bagagens, cargas, contento- b) informem os viajantes sobre as medidas sanitárias
res, meios de transporte, mercadorias, encomen- recomendadas pela OMS e adoptadas pelo
das postais e restos mortais humanos. Estado Parte para efeitos da sua aplicação a
bordo; e
2. Com base nos elementos que atestam a existência de c) mantenham, permanentemente, os meios de trans-
um risco para a saúde pública obtidos mediante a aplicação porte de que são responsáveis isentos de fontes
das medidas previstas no n.º 1 do presente artigo ou por de infecção ou de contaminação, em particular
outros meios, os Estados Parte poderão aplicar medidas de vectores e reservatórios. A aplicação de medi-
sanitárias complementares em conformidade com o presente das destinadas a eliminar as fontes de infecção
regulamento e, em particular no que diz respeito a um via- ou contaminação pode ser exigida sempre que
jante suspeito ou afectado, poderão, caso a caso, efectuar o forem detectados sinais da sua presença.
exame médico menos intrusivo e menos invasivo possível
que permita alcançar o objectivo de saúde pública de pre- 2. As disposições específicas aplicáveis aos meios de
venção da propagação internacional de doenças. transporte e aos operadores de meios de transporte nos termos
do presente artigo constam do Anexo 4. As medidas especí-
3. Os viajantes só são submetidos a exame médico, ficas aplicáveis aos meios de transporte e aos operadores de
vacina, medida sanitária ou profilaxia nos termos do presente meios de transporte relativamente a doenças de transmissão
regulamento mediante o seu consentimento prévio, expresso vectorial constam do Anexo 5.
e esclarecido, ou o dos seus progenitores ou tutores, excepto
ARTIGO 25.º
nos casos previstos no n.º 2 do artigo 31.º, e em conformidade (Navios e aeronaves em trânsito)
com a legislação e os compromissos internacionais do
Estado Parte. Com reserva, relativamente ao disposto nos artigos 27.º e
43.º, ou a menos que os acordos internacionais aplicáveis o
4. Os viajantes a serem vacinados ou aos quais deva ser permitam, nenhuma medida sanitária é aplicada por um
proposta uma profilaxia em aplicação do presente regula- Estado Parte, nas seguintes situações:
mento, ou os seus progenitores ou tutores, são informados de
qualquer risco associado à vacinação ou a não vacinação, a) a um navio que não provenha de uma área afectada
bem como à utilização ou não utilização da profilaxia em que utilize um canal ou uma outra via marítima
conformidade com a legislação e os compromissos interna- situada no território desse Estado Parte, em
cionais do Estado Parte. Os Estados Parte, informam os direcção a um porto situado no território de outro
médicos de tal obrigação em conformidade com a respectiva Estado Parte. Tal navio estará autorizado a
legislação. embarcar, mediante supervisão da autoridade
competente, combustível, água potável, alimen-
5. Qualquer exame médico, acto médico, vacinação ou tos e provisões;
outra profilaxia que comporte um risco de transmissão de b) a um navio que atravesse as água sob a sua jurisdi-
doença só será efectuado ou administrado a um viajante em ção sem fazer escala num porto ou na zona cos-
conformidade com as normas e os princípios de segurança teira respectiva;
reconhecidos a nível nacional e internacional, de forma a c) a uma aeronave em trânsito num aeroporto sob a
minimizar tal risco. sua jurisdição, podendo tal aeronave ficar confi-
nada a uma zona específica do aeroporto, sem
CAPÍTULO II proceder à embarque ou desembarque de cargas
Disposições Especiais Aplicáveis aos Meios de Trans- ou descargas. Tal aeronave ficará, contudo, auto-
porte e aos Operadores de Meios de Transporte rizada a embarcar, mediante a supervisão da
autoridade competente, combustível, água potá-
ARTIGO 24.º
(Operadores de meios de transporte) vel, alimentos e provisões.

1. Os Estados Parte tomam todas as medidas possíveis ARTIGO 26.º


(Veículos pesados de transporte de mercadorias, comboios e veículos
compatíveis com o presente regulamento para garantir que de transporte colectivo de passageiros em trânsito)
os operadores de meios de transporte:
Sob prejuízo do disposto nos artigos 27.º e 43.º, ou a
a) apliquem as medidas sanitárias recomendadas pela menos que os acordos internacionais aplicáveis o autorizem,
OMS e adoptadas pelo Estado Parte; nenhuma medida sanitária é aplicada a um veículo pesado de
2360 DIÁRIO DA REPÚBLICA

transporte de mercadorias, comboio ou veículo de transporte a) as medidas previstas no n.º 1 do presente artigo
colectivo de passageiros não proveniente de uma área afec- foram aplicadas de forma eficaz; e
tada que atravesse um território sem proceder a embarques ou b) não existe a bordo qualquer condição que possa
desembarques de cargas ou descargas. constituir uma ameaça para a saúde pública.

ARTIGO 27.º ARTIGO 28.º


(Meios de transporte afectados) (Navios e aeronaves nos pontos de entrada)

1. Se, a bordo de um meio de transporte, forem detecta- 1. Com reserva relativamente ao artigo 43.º ou de acordos
dos sinais clínicos ou sintomas e descobertas informações internacionais aplicáveis, um navio ou uma aeronave não
com base em factos ou dados que atestem a existência de um poderá ser impedido, por razões de saúde pública, de fazer es-
risco para a saúde pública, em particular fontes de infecção cala num ponto de entrada. Contudo, se esse ponto de en-
e de contaminação, a autoridade competente considerará que
trada não estiver equipado de forma a poder aplicar as
o meio de transporte se encontra afectado e poderá:
medidas sanitárias previstas no presente regulamento, o navio
ou a aeronave pode receber ordem para prosseguir a sua rota,
a) desinfectar, descontaminar, desinsectar ou desrati-
assumindo os riscos daí decorrentes, até ao ponto de entrada
zar esse meio de transporte, conforme o caso, ou
adequado mais próximo, salvo se um problema técnico
fazer aplicar tais medidas sob a sua supervisão; e
tornar perigoso esse desvio de rota.
b) decidir, caso a caso, qual a técnica a utilizar para
controlar, de forma conveniente, o risco para a
2. Com reserva relativamente ao artigo 43.º ou de acordos
Saúde Pública nos termos do presente regula-
internacionais aplicáveis, a livre prática não poderá ser
mento. Caso a OMS recomende métodos ou
recusada, por motivos de saúde pública, a um navio ou uma
materiais para estes procedimentos, tais métodos
aeronave pelos Estados Parte; em particular, o navio ou
ou materiais deverão ser utilizados salvo se a
aeronave em causa não poderá ser impedido de proceder ao
autoridade competente considerar que existem
outros métodos tão seguros e fiáveis. embarque ou ao desembarque, à carga ou à descarga de mer-
cadorias ou de víveres, nem de embarcar combustível, água
2. A autoridade competente pode tomar medidas sanitá- potável, alimentos e provisões. Os Estados Parte poderão
rias complementares e, nomeadamente, isolar o meio de condicionar a autorização da livre prática a uma inspecção e,
transporte, se necessário, para evitar a propagação de uma caso seja descoberta uma fonte de infecção ou de contami-
doença. Tais medidas complementares deverão ser comuni- nação a bordo, à desinfecção, à descontaminação, à desin-
cadas ao Ponto Focal Nacional para o RSI. sectação ou à desratização do navio ou da aeronave, ou a
outras medidas necessárias para prevenir a propagação da
3. Caso a autoridade competente no ponto de entrada não infecção ou da contaminação.
se encontre em condições de aplicar as medidas de controlo
previstas pelo presente artigo, o meio de transporte afectado 3. Sempre que possível e sem prejuízo ao número ante-
pode, mesmo assim, ser autorizado a partir desde que: rior, um Estado Parte autorizará a livre prática a um navio ou
a uma aeronave através de rádio ou outro meio de comuni-
a) no momento da partida, a autoridade competente cação sempre que, de acordo com as informações recebidas
comunique os dados referidos na alínea b) à de tal navio ou aeronave antes da sua partida, o Estado Parte
autoridade competente no ponto de entrada considerar que a sua chegada não resultará na introdução ou
seguinte conhecido; e propagação de uma doença.
b) no caso de um navio, os sinais constatados e as
medidas de controlo necessárias sejam mencio- 4. O comandante de um navio ou o comandante de bordo
nados no Certificado de Controlo Sanitário de de uma aeronave, ou o seu representante, informará os con-
Navio. troladores do porto ou do aeroporto, se possível antes da che-
gada ao porto ou aeroporto de destino, sobre eventuais casos
4. O meio de transporte em causa será autorizado a car- de doença indicativos de uma patologia de natureza infec-
regar, sob a supervisão da autoridade competente, combus- ciosa ou sobre elementos que atestem a existência de um
tível, água potável, alimentos e provisões. risco para a saúde pública a bordo, desde que o comandante
ou o comandante de bordo deles tenha conhecimento. Tais
5. Um meio de transporte que tenha sido considerado informações deverão ser imediatamente transmitidas à auto-
afectado deixa de ser considerado como tal logo que a auto- ridade competente do porto ou aeroporto. Em caso de urgên-
ridade competente tenha adquirido a convicção de que: cia, deverão ser comunicadas directamente pelo comandante
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2361

ou comandante de bordo às autoridades competentes do porto CAPÍTULO III


ou do aeroporto. Disposições Especiais Aplicáveis aos Viajantes

5. Se, por razões independentes da vontade do coman- ARTIGO 30.º


(Viajantes em observação para efeitos de saúde pública)
dante de bordo ou do comandante, uma aeronave ou um
navio suspeito ou infectado aterrar num aeroporto ou atracar Com reserva relativamente ao disposto no artigo 43.º ou
num porto que não seja o aeroporto ou o porto de chegada em acordos internacionais aplicáveis, um viajante suspeito
previsto, são aplicáveis as seguintes disposições: que seja colocado em observação para efeitos de saúde
pública à sua chegada poderá ser autorizado a prosseguir uma
a) o comandante de bordo da aeronave ou o coman- viagem internacional se não constituir um risco iminente para
dante do navio, ou qualquer outra pessoa res- a saúde pública e se o Estado Parte informar a autoridade
ponsável, procurará, por todos os meios, comu- competente no ponto de entrada de destino, se conhecido, da
nicar de imediato com a autoridade competente previsível data de chegada do viajante. À chegada, o viajante
mais próxima; apresentar-se-á perante essa entidade.
b) desde que tenha sido informada da aterragem ou
da atracagem, a autoridade competente poderá ARTIGO 31.º
(Medidas sanitárias relacionadas com a entrada de viajantes)
aplicar as medidas sanitárias recomendadas pela
OMS ou outras medidas sanitárias previstas no
1. A entrada de um viajante no território de um Estado
presente regulamento;
Parte não está sujeita à exame médico invasivo, vacinação
c) salvo se a urgência ou as necessidades da comuni-
ou a outra profilaxia. Com reserva relativamente aos arti-
cação com a autoridade competente assim o
gos 32.º, 42.º e 45.º, o presente regulamento não impede, con-
impuser, nenhum viajante presente a bordo da
tudo, os Estados Partes de exigirem a realização de exame
aeronave ou do navio se deverá afastar e
médico, vacinação ou outra profilaxia ou a prova de vacina-
nenhuma carga deverá ser afastada dessa
ções ou outras profilaxias, nas situações seguintes:
aeronave ou desse navio, a menos que a autori-
dade competente o autorize; e a) sempre que tal se mostrar necessário para determi-
d) após a aplicação de todas as medidas sanitárias nar se existe um risco para a saúde pública;
determinadas pela autoridade competente, a b) como condição para a entrada de qualquer viajante
aeronave ou o navio poderá, no que a elas se que solicite a residência temporária ou perma-
referir, prosseguir a sua rota até ao aeroporto em nente;
que deveria aterrar ou ao porto em que deveria c) como condição para a entrada de qualquer viajante,
atracar, ou, se razões técnicas o impedirem de nos termos do artigo 43.º ou dos Anexos 6 e 7;
proceder desse modo, até a um aeroporto ou a um ou
porto cuja localização se mostre mais conve- d) aplicável nos termos do artigo 23.º
niente.
2. Se um viajante relativamente ao qual um Estado Parte
6. Não obstante o disposto no presente artigo, o coman- exigir a realização de exame médico, vacina ou outra profi-
dante de um navio ou o comandante de bordo de uma aero- laxia nos termos do n.º 1 do presente artigo, se recusar a dar
nave pode tomar as medidas de urgência que se mostrarem o seu consentimento ou a facultar as informações ou os
necessárias para proteger a saúde e a segurança dos passa- documentos previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 23.º, o
geiros, informando a autoridade competente, se possível, de Estado interessado poderá, com reserva, em relação aos arti-
qualquer medida tomada em aplicação do presente número. gos 32.º, 42.º e 45.º, recusar a entrada desse viajante. Se
se verificar a existência de um risco iminente para a saúde
ARTIGO 29.º
(Veículos pesados de transporte de mercadorias, comboios e veículos
pública, o Estado Parte poderá, em conformidade com o seu
de transporte colectivo de passageiros nos pontos de entrada) direito interno e na medida considerada necessária para com-
bater tal risco, obrigar ou aconselhar o viajante, em confor-
A OMS, em consulta com os Estados Parte, elaborará os midade com o n.º 3 do artigo 23.º, a:
princípios orientadores para a aplicação de medidas sanitárias
aos veículos pesados de transporte de mercadorias, comboios a) submeter-se ao exame médico menos invasivo e
e veículos de transporte colectivo de passageiros que se apre- menos intrusivo possível para alcançar o objec-
sentarem nos pontos de entrada e que passem num posto tivo de saúde pública pretendido;
fronteiriço. b) vacinar-se ou submeter-se a outra profilaxia; ou
2362 DIÁRIO DA REPÚBLICA

c) submeter-se a medidas sanitárias complementares 2. Os Estados Partes deverão assegurar, na medida do


que permitam prevenir ou controlar a propaga- possível, que as zonas de carregamento dos contentores se
ção da doença, incluindo o isolamento, a quaren- mantenham isentas de focos de infecção ou de contami-
tena ou a colocação em observação para efeitos nação, nomeadamente vectores e reservatórios.
de saúde pública.
3. Sempre que, no entendimento do Estado Parte, o
ARTIGO 32.º volume do tráfego internacional de contentores for suficien-
(Tratamento de viajantes)
temente importante, as autoridades competentes tomarão
todas as medidas possíveis compatíveis com o presente
Ao aplicarem as medidas sanitárias previstas no presente
regulamento, nomeadamente efectuando inspecções, para
regulamento, os Estados Partes tratarão os viajantes no res-
avaliar o estado sanitário dos contentores e das zonas de
peito pela sua dignidade e pelos direitos humanos funda-
carga dos contentores, a fim de garantir o cumprimento das
mentais, a fim de reduzir ao máximo o desconforto ou o
obrigações previstas no presente regulamento.
incómodo que possa estar associado a essas medidas,
nomeadamente:
4. Na medida do possível, são disponibilizadas instala-
ções nas zonas de carga dos contentores destinadas à inspec-
a) tratando todos os viajantes com cortesia e respeito;
ção e ao isolamento dos contentores.
b) tendo em consideração o sexo e as preocupações
religiosas, sócio-culturais ou étnicas dos viajan-
5. Os destinatários e os expedidores de contentores deve-
tes; e
rão tomar todas as medidas para evitar a contaminação cru-
c) fornecendo ou providenciando o fornecimento de
zada quando procedem ao carregamento de contentores de
alimentos e água potável em quantidade sufi- múltipla utilização.
ciente, acomodação e vestuário adequados, pro-
tecção de bagagens e outros objectos pessoais e TÍTULO VI
tratamento médico adequado, meios de comuni- Documentos Sanitários
cação necessários, se possível numa língua que
entendam, e qualquer outro tipo de assistência ARTIGO 35.º
(Regra geral)
adequada aos viajantes colocados em quarentena
ou em isolamento, ou submetidos a exames
Nenhum documento sanitário que não se encontre pre-
médicos ou outros procedimentos para efeitos de
visto no presente regulamento ou em recomendações da
saúde pública.
OMS, será exigido no tráfego internacional, entendendo-se,
contudo, que o presente artigo não é aplicável aos viajantes
CAPÍTULO IV
que solicitem uma autorização de residência temporária ou
Disposições Especiais Aplicáveis a Mercadorias,
permanente nem aos documentos relativos ao estado, no que
Contentores e Zonas de Carga de Contentores
concerne à saúde pública, das mercadorias ou cargas intro-
ARTIGO 33.º duzidas no comércio internacional exigidos pelos acordos
(Mercadorias em trânsito) internacionais aplicáveis. A autoridade competente poderá
exigir aos viajantes que preencham formulários contendo
Com reserva, e relativamente ao disposto no artigo 43.º informações sobre os seus contactos e questionários de saúde,
ou salvo se de outro modo determinado por acordos interna- desde que as condições previstas no artigo 23.º se mostrem
cionais aplicáveis, as mercadorias que não sejam animais atendidas.
vivos que se encontrem em trânsito sem transbordo não ficam ARTIGO 36.º
(Certificados de vacinação ou outras profilaxias)
sujeitas a medidas sanitárias nos termos do presente regula-
mento, nem ficam retidas para efeitos de saúde pública.
1. As vacinas e profilaxias administradas aos viajantes em
ARTIGO 34.º
aplicação do presente regulamento ou de recomendações, e
(Contentores e zonas de carregamento de contentores) os certificados conexos, deverão estar em conformidade com
o disposto no Anexo 6 e, quando aplicável, no Anexo 7 no
1. Os Estados Parte deverão garantir, na medida do pos- que se refere a determinadas doenças.
sível, a utilização pelos expedidores, no tráfego internacional,
de contentores isentos de focos de infecção ou contamina- 2. Não poderá ser recusada a entrada a um viajante
ção, nomeadamente vectores e reservatórios, em particular munido de um certificado de vacinação ou de um certificado
durante o seu enchimento. que ateste uma outra profilaxia emitido em conformidade
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2363

com o Anexo 6 e, quando aplicável, com o Anexo 7, em con- este solicitar sobre o estado de saúde a bordo no decurso da
sequência de doença prevista no certificado, mesmo quando viagem internacional e sobre as medidas sanitárias eventual-
provenha de uma área afectada, salvo se a autoridade com- mente aplicadas à aeronave.
petente dispuser de indicações verificáveis e/ou de elementos
de que a vacinação ou a profilaxia não foi eficaz. 3. Um Estado Parte poderá decidir:

ARTIGO 37.º a) não exigir a todas as aeronaves, à chegada, a apre-


(Declaração Marítima de Saúde)
sentação da Parte respeitante à Saúde da Decla-
ração Geral da Aeronave; ou
1. Antes da sua primeira escala no território de um
b) exigir a apresentação da Parte respeitante à Saúde
Estado Parte, o comandante de um navio deverá assegurar-
da Declaração Geral da Aeronave em observân-
-se do estado de saúde a bordo e, salvo se o Estado Parte o
cia a uma recomendação relativa às aeronaves
não exigir, preencher e entregar à autoridade competente do
provenientes de zonas afectadas, ou exigi-la a
porto uma Declaração Marítima de Saúde assinada pelo
aeronaves que, de outro modo, possam ser porta-
médico de bordo, se o houver, à chegada ou antes da chegada
doras de um foco de infecção ou contaminação.
do navio, se este se encontrar dotado do equipamento apro-
priado e se o Estado Parte exigir que a declaração lhe seja
O Estado Parte informará os operadores de aeronaves ou
antecipadamente remetida.
os seus representantes sobre tais determinações.

2. O comandante ou o médico de bordo, se o houver, for- ARTIGO 39.º


necerá à autoridade competente todos os dados sobre o (Certificados de Controlo Sanitário do Navio)

estado de saúde a bordo no decurso da viagem internacional.


1. Os Certificados de Isenção de Controlo Sanitário do
3. A Declaração Marítima de Saúde deve estar em con- Navio e os Certificados de Controlo Sanitário do Navio per-
formidade com o modelo constante do Anexo 8. manecerão válidos por um período máximo de seis meses.
Este período de validade poderá ser prorrogado por um mês,
4. Um Estado Parte poderá decidir: se a inspecção ou as medidas de controlo requeridas não
puderem ser efectuadas no porto.
a) dispensar todos os navios, à chegada, da apresenta-
ção da Declaração Marítima de Saúde; ou 2. Se um Certificado de Isenção de Controlo Sanitário do
b) exigir a apresentação da Declaração Marítima de Navio ou um Certificado de Controlo Sanitário do Navio
Saúde em observância a uma recomendação válido não puder ser apresentado, ou se a existência a bordo
relativa aos navios provenientes de zonas afecta- de um risco para a Saúde Pública for estabelecida, o Estado
das, ou exigi-la a navios que possam, de outro Parte poderá proceder conforme previsto no n.º 1 do artigo 27.º
modo, ser portadores de um foco de infecção ou
contaminação. 3. Os certificados referidos no presente artigo deverão
estar em conformidade com o modelo constante do Anexo 3.
O Estado Parte informará os armadores de navios ou os
seus representantes sobre tais determinações. 4. Sempre que possível, as medidas de controlo serão exe-
cutadas quando o navio e os porões estiverem vazios. Se o
ARTIGO 38.º navio tiver lastro, as referidas medidas serão tomadas antes
(Parte respeitante à Saúde da Declaração Geral da Aeronave) do carregamento.

1. Durante o voo ou aquando da aterragem no primeiro 5. Sempre que as medidas de controlo forem solicitadas
aeroporto do território de um Estado Parte, o comandante de e tenham sido executadas de forma satisfatória, a autoridade
bordo de uma aeronave ou o seu representante preencherá, competente emitirá um Certificado de Controlo Sanitário do
de acordo com o seu melhor conhecimento, a Parte respei- Navio, no qual serão anotados os sinais constatados e as
tante à Saúde da Declaração Geral da Aeronave em confor- medidas de controlo aplicadas.
midade com o modelo constante do Anexo 9, e a entregará à
autoridade competente desse aeroporto, salvo se tal Estado 6. A autoridade competente poderá emitir um Certificado
Parte o não exigir. de Isenção de Controlo Sanitário do Navio em qualquer um
dos portos referidos no artigo 20.º se estiver convicto de que
2. O comandante de bordo de uma aeronave ou o seu o navio está isento de infecção e de contaminação, nomea-
representante fornecerá ao Estado Parte todos os dados que damente de vectores e reservatórios. O certificado apenas
2364 DIÁRIO DA REPÚBLICA

será normalmente emitido se a inspecção ao navio tiver sido b) nenhum pode exceder o custo efectivo do serviço
efectuada com o navio e os porões vazios ou contendo ape- prestado; e
nas lastro ou outro material de natureza tal ou disposto de c) todos devem ser impostos independentemente da
forma tal que tenha permitido uma inspecção completa dos nacionalidade, do domicílio ou do local de resi-
porões. dência dos viajantes em causa.

7. Se as condições em que as medidas de controlo forem


4. A taxa, bem como qualquer alteração nela introduzida,
aplicadas inviabilizarem, na opinião da autoridade compe-
é publicada com, pelo menos, 10 dias de antecedência rela-
tente do porto onde a operação é praticada, um resultado
tivamente à imposição de qualquer encargo nela previsto.
satisfatório, este deverá fazer constar uma nota a tal respeito
no Certificado de Controlo Sanitário de Navio.
5. Nada no presente regulamento obsta a que os Estados
TÍTULO VII Partes solicitem o reembolso das despesas decorrentes da
Direitos aplicação das medidas sanitárias referidas no n.º 1 do pre-
sente artigo:
ARTIGO 40.º
(Encargos decorrentes das medidas sanitárias aplicadas aos viajantes)
a) junto dos operadores ou dos proprietários de meio
1. Com excepção dos viajantes que solicitem uma auto- de transporte relativamente aos seus empregados;
rização de residência temporária ou permanente, e com re- ou
serva relativamente ao disposto no n.º 2 do presente artigo, b) junto das seguradoras envolvidas.
um Estado Parte não deverá estabelecer encargos, em virtude
do presente regulamento, sobre as seguintes medidas de pro- 6. Os viajantes e os operadores de meios de transporte
tecção de Saúde Pública: não podem, em caso algum, ser impedidos de abandonar o
território de um Estado Parte por falta de regularização dos
a) qualquer exame médico previsto no presente
encargos referidos nos n.os 1 e 2 do presente artigo.
regulamento ou qualquer exame complementar
que possa ser exigido pelo Estado Parte para ARTIGO 41.º
conhecer o estado de saúde do viajante exami- (Encargos sobre bagagens, cargas, contentores, meios de transporte,
nado; mercadorias ou encomendas postais)
b) qualquer vacinação ou outra profilaxia administrada
a um viajante à chegada que não seja um requi- 1. Em caso de imposição de encargos por aplicação de
sito publicado no mínimo há menos de 10 dias medidas sanitárias a bagagens, cargas, contentores, meios de
antes da administração da vacina ou de outra pro- transporte, mercadorias ou encomendas postais em virtude
filaxia; do presente regulamento, deverá haver, em cada um dos
c) medidas apropriadas de isolamento ou quarentena Estados Partes, uma taxa única para os mesmos, sendo que:
impostas a um viajante;
d) qualquer certificado emitido ao viajante estipulando a) todos os encargos devem estar conformes com essa
as medidas aplicadas e a data de aplicação; ou
tarifa; e
e) qualquer medida sanitária relativa a bagagens que
b) nenhum pode exceder o custo efectivo do serviço
acompanhem os viajantes.
prestado; e
c) todos devem ser impostos independentemente da
2. Os Estados Partes poderão estabelecer encargos relati-
nacionalidade, do local, da matrícula ou do pro-
vamente a medidas sanitárias diferentes das referidas no
n.º 1 do presente artigo, incluindo as aplicadas principal- prietário das bagagens, cargas, contentores,
mente no interesse do viajante. meios de transporte, mercadorias ou encomendas
postais em causa. Em particular, nenhuma dis-
3. Se os encargos forem estabelecidos relativamente à tinção deve ser feita entre bagagens, cargas, con-
aplicação de tais medidas sanitárias aos viajantes em virtude tentores, meios de transporte, mercadorias ou
do presente regulamento, deverá haver, em cada um dos encomendas postais nacionais e estrangeiros.
Estados Partes, uma taxa única para os mesmos, sendo que:
2. A taxa, bem como qualquer alteração nela introduzida,
a) todos os encargos devem estar conformes com essa é publicada com, pelo menos, 10 dias de antecedência rela-
taxa; e tivamente à imposição de qualquer encargo nela previsto.
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2365

TÍTULO VIII ções científicas justificativas. A OMS deverá transmitir tais


Disposições Gerais informações a outros Estados Partes e comunicar as infor-
mações relativas às medidas sanitárias aplicadas. Para os
ARTIGO 42.º
(Implementação das medidas sanitárias) efeitos do presente artigo, embaraço significativo designa,
em geral, a recusa em impedir a entrada ou a partida de via-
As medidas sanitárias tomadas em virtude do presente jantes internacionais, bagagens, cargas, contentores, meios
regulamento são decididas e executadas de imediato e apli- de transporte, mercadorias e objectos similares, ou o adia-
cadas de forma transparente e não discriminatória. mento, por mais de 24 horas, da sua entrada ou partida.

ARTIGO 43.º 4. Após análise das informações que forem fornecidas em


(Medidas sanitárias complementares)
observância ao disposto nos n.os 3 e 5 do presente artigo e as
restantes informações pertinentes, a OMS poderá solicitar ao
1. O presente regulamento não obsta a que os Estados Estado Parte interessado que reavalie a oportunidade de apli-
Partes apliquem medidas sanitárias, em conformidade com o car as medidas.
seu direito interno e com as obrigações decorrentes do direito
internacional, em resposta a riscos específicos para a Saúde 5. Um Estado Parte que aplique as medidas sanitárias
Pública ou a emergências de Saúde Pública de âmbito inter- complementares previstas nos n.os 1 e 2 do presente artigo
nacional, que: que causem embaraços significativos ao tráfego internacional
informará à OMS, num prazo de 48 horas após a sua aplica-
a) garantam um nível de protecção de saúde idêntico
ção, sobre tais medidas e a sua justificação sanitária, salvo
ou superior às recomendações da OMS; ou
se forem objecto de uma recomendação temporária ou per-
b) sejam, de outro modo, interditas nos termos dos
manente.
artigos 25.º, 26.º, dos n.os 1 e 2 do artigo 28.º, do
artigo 30.º, da alínea c) do n.º 1 do artigo 31.º e
6. Um Estado Parte que aplique uma medida sanitária em
do artigo 33.º, desde que tais medidas sejam, de
conformidade com o n.º 1 ou o n.º 2 do presente artigo,
outro modo, compatíveis com o presente regula-
deverá reexaminá-la num prazo de três meses, tendo em con-
mento.
sideração o parecer da OMS e os critérios previstos no n.º 2
do presente artigo.
Tais medidas não devem ser mais restritivas para o trá-
fego internacional, nem mais intrusivas ou invasivas para as
7. Sem prejuízo aos direitos que lhe são conferidos pelo
pessoas que outras medidas razoavelmente aplicáveis que
artigo 56.º, qualquer Estado Parte que sofra as consequências
permitiriam garantir o nível adequado de protecção da saúde.
de uma medida tomada em virtude do n.º 1 ou do n.º 2 do
presente artigo poderá solicitar uma consulta ao Estado Parte
2. Os Estados Partes baseiam a sua decisão de aplicar as
que aplica tal medida com a finalidade de obter esclareci-
medidas sanitárias previstas no n.º 1 do presente artigo ou as
mentos sobre as informações científicas e as razões de Saúde
medidas sanitárias previstas no n.º 2 do artigo 23.º, no n.º 1
Pública que estiveram na origem da medida e de procurar
do artigo 27.º, no n.º 2 do artigo 28.º e na alínea c) do n.º 2
uma solução aceitável para os dois Estados envolvidos.
do artigo 31.º relativamente a:

8. O disposto no presente artigo pode ser aplicado à im-


a) princípios científicos;
plementação de medidas relativas a viajantes que participem
b) elementos científicos disponíveis que indiquem um
em reuniões com elevado número de presenças.
risco para a saúde humana ou, se tais elementos
se mostrarem insuficientes, em informações dis- ARTIGO 44.º
ponibilizadas nomeadamente pela OMS e por (Colaboração e assistência)
outras organizações intergovernamentais e orga-
nismos internacionais competentes; e 1. Os Estados Partes comprometem-se a colaborar
c) qualquer opinião ou parecer específico disponível mutuamente, na medida do possível, para efeitos de:
emitido pela OMS.
a) detecção, avaliação e resposta a ocorrências, em
3. Um Estado Parte que aplique as medidas sanitárias conformidade com o presente Regulamento;
complementares previstas no n.º 1 do presente artigo, que b) disponibilização ou facilitação de cooperação téc-
causem embaraços significativos ao tráfego internacional, nica e apoio logístico, em particular no desen-
deverá fornecer à OMS razões de Saúde Pública e informa- volvimento, reforço e manutenção dos requisitos
2366 DIÁRIO DA REPÚBLICA

de Saúde Pública exigidos nos termos do pre- 3. Sempre que possível, a OMS disponibilizará à pessoa
sente Regulamento; interessada, a pedido desta, os seus dados pessoais referidos
c) mobilização de recursos financeiros que facilitem o no presente artigo, de forma inteligível, sem demora ou cus-
cumprimento das suas obrigações nos termos do tos excessivos e, se necessário, permitira a correcção de tais
presente Regulamento; dados.
d) formulação de propostas de lei e de outros instru-
mentos jurídicos e administrativos para efeitos ARTIGO 46.º
(Transporte e manuseamento de substâncias biológicas,
de aplicação do presente regulamento. reagentes e materiais para fins de diagnóstico)

2. A OMS colaborará com os Estados Partes, a pedido Sob reserva em relação ao direito interno dos países e
destes, na medida do possível nas seguines questões: tendo em consideração os princípios orientadores interna-
cionais relevantes, os Estados Parte deverão facilitar o trans-
a) na ponderação e avaliação das suas capacidades de
porte, a entrada, a saída, o processamento e a eliminação de
Saúde Pública de forma a facilitar a aplicação
substâncias biológicas e amostras de diagnóstico, reagentes
efectiva do presente regulamento;
e outros materiais de diagnóstico para efeitos de verificação
b) na disponibilização ou facilitação de cooperação
e resposta de Saúde Pública previstos no presente regula-
técnica e apoio logístico aos Estados Parte; e
mento.
c) na mobilização de recursos financeiros para apoiar
os países em desenvolvimento no tocante à cria- TÍTULO IX
ção, ao reforço e à manutenção dos requisitos Lista de Peritos do RSI, Comité de Emergência
previstos no Anexo 1. e Comité de Avaliação

3. A colaboração nos termos do presente regulamento CAPÍTULO I


pode ser implementada através de múltiplos canais, incluindo Lista de Peritos do RSI
o bilateral, através de redes regionais e dos gabinetes regio-
nais da OMS e, ainda, através de organizações intergoverna- ARTIGO 47.º
(Composição)
mentais e organismos internacionais.

ARTIGO 45.º O Director Geral elaborará uma lista de peritos de todas


(Tratamento de dados pessoais) as áreas de competência relevantes (doravante designada
«Lista de Peritos do RSI»). Salvo disposição em contrário
1. As informações sanitárias reunidas ou recebidas por constante do presente Regulamento, o Director Geral
um Estado Parte em conformidade com o presente regula- nomeará os membros da Lista de Peritos do RSI em confor-
mento, provindas de outro Estado Parte ou da OMS, e que midade com o Regulamento aplicável aos quadros e comités
respeitem a uma pessoa identificada ou identificável devem de peritos da OMS (doravante designado «Regulamento apli-
ser mantidas confidenciais e processadas anonimamente con- cável aos quadros e comités de peritos da OMS»). O Direc-
forme exigido pelo direito interno respectivo.
tor Geral nomeará, ainda, um membro a pedido de cada um
dos Estados Membros e, se apropriado, peritos propostos por
2. Não obstante o disposto no n.º 1 do presente artigo, os
organizações intergovernamentais e de integração económica
Estados Parte podem divulgar e processar dados pessoais
regional relevantes. Os Estados Partes interessados notifica-
quando estes se mostrem fundamentais para efeitos de ava-
rão o Director Geral sobre as qualificações e áreas de espe-
liação e gestão do risco para a Saúde Pública; contudo, os
cialização de cada um dos peritos que propuserem para
Estados Parte, em conformidade com o seu direito interno, e
membro. O Director Geral informará, periodicamente, os
a OMS deverão garantir que os dados pessoais:
Estados Partes e as organizações intergovernamentais e de
integração económica regional relevantes sobre a composi-
a) sejam processados com imparcialidade e no res-
ção da Lista de Peritos do RSI.
peito pela legalidade e não sejam utilizados de
maneira incompatível com esse propósito;
CAPÍTULO II
b) sejam adequados, relevantes e não excessivos rela-
Comité de Emergência
tivamente ao objectivo visado;
c) sejam precisos e, quando necessário, actualizados; ARTIGO 48.º
devem ser tomadas todas as medidas razoáveis (Mandato e composição)
para garantir que os dados imprecisos ou incom-
pletos sejam eliminados ou rectificados; e 1. O Director Geral criará um Comité de Emergência que,
d) não sejam mantidos para além do tempo necessário. a seu pedido, emitirá pareceres sobre as seguintes situações:
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2367

a) se uma ocorrência constituir uma emergência de esse Estado Parte sobre a data e a ordem de trabalhos da reu-
Saúde Pública de âmbito internacional; nião do Comité de Emergência com a antecedência necessá-
b) se uma emergência de saúde pública de âmbito ria. O Estado Parte em causa não poderá, contudo, solicitar o
internacional já terminou; e adiamento da reunião do Comité de Emergência com o pro-
c) qualquer proposta de emissão, alteração, prorroga- pósito de lhe apresentar a sua opinião.
ção ou revogação de recomendações temporárias.
5. O parecer do Comité de Emergência deverá ser sub-
2. O Comité de Emergência é composto por peritos esco- metido ao Director Geral para apreciação. O Director Geral
lhidos pelo Director Geral de entre os membros da Lista de decidirá em última instância.
Peritos do RSI e, se apropriado, de entre outras listas de
peritos da Organização. O Director Geral determina a dura- 6. O Director Geral informará aos Estados Parte da sua
ção do mandato dos membros de forma a garantir a conti- decisão de declarar que existe uma emergência de Saúde
Pública de âmbito internacional, ou que esta deixou de se
nuidade da avaliação de uma determinada ocorrência e das
verificar, e dar-lhes-á a conhecer qualquer medida sanitária
suas consequências. O Director Geral escolherá os membros
tomada pelo Estado Parte interessado, eventuais recomenda-
do Comité de Emergência com base nas competências e na
ções temporárias e sua alteração, prorrogação ou revogação,
experiência requeridas para uma determinada sessão e tendo
bem como o parecer do Comité de Emergência. Informará,
em consideração os princípios da representação geográfica
igualmente, os operadores de meios de transporte, por inter-
equitativa. Pelo menos um dos membros do Comité de Emer-
médio dos Estados Parte e dos organismos internacionais
gência deverá ser um perito designado por um Estado Parte competentes, sobre as suas recomendações temporárias,
em cujo território a ocorrência se verificou. incluindo qualquer alteração, prorrogação ou revogação,
devendo tais informações e recomendações serem tornadas
3. O Director Geral poderá, por sua iniciativa ou a pedido públicas.
do Comité de Emergência, nomear um ou mais peritos téc-
nicos para aconselhar o Comité. 4. Os Estados Partes, em cujo território se verificar uma
ocorrência, poderão propor ao Director Geral que revogue a
ARTIGO 49.º declaração, de emergência de saúde pública de âmbito
(Procedimentos)
internacional e/ou as recomendações temporárias, podendo
submeter a questão ao Comité de Emergência.
1. O Director Geral convocará as reuniões do Comité de
Emergência, escolhendo vários peritos de entre os referidos CAPÍTULO III
no n.º 2 do artigo 48.º, em função das áreas de competência Comité de Avaliação
e de especialização que melhor respondam à ocorrência
específica que se está a verificar. Para efeitos do presente ARTIGO 50.º
(Mandato e composição)
artigo, o termo «reuniões» do Comité de Emergência pode
designar as teleconferências, videoconferências ou comuni-
1. O Director Geral criará um Comité de Avaliação, que
cações electrónicas.
terá as seguintes atribuições:

2. O Director Geral comunicará ao Comité de Emergên-


a) remeter recomendações técnicas ao Director Geral
cia a ordem de trabalhos e qualquer informação relevante relativas a alterações a introduzir ao presente
sobre a ocorrência em causa, incluindo informações presta- regulamento;
das pelos Estados Partes e qualquer recomendação temporá- b) prestar aconselhamento técnico ao Director Geral
ria que o Director Geral pretenda formular. sobre as recomendações permanentes e respec-
tiva alteração ou revogação;
3. O Comité de Emergência elegerá o seu Presidente e, c) prestar aconselhamento técnico ao Director Geral
após cada reunião, elaborará um relatório sucinto das dis- sobre qualquer questão que lhe seja colocada
cussões e deliberações tomadas, dele fazendo constar o seu sobre o funcionamento do presente regulamento.
parecer sobre eventuais recomendações.
2. O Comité de Avaliação é considerado um comité de
4. O Director Geral convidará o Estado Parte em cujo ter- peritos e fica sujeito ao regulamento aplicável aos Quadros de
ritório a ocorrência se verificar a apresentar a sua opinião ao Peritos da OMS, salvo determinação contrária estipulada no
Comité de Emergência. Para tal, o Director Geral informará presente artigo.
2368 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. Os membros do Comité de Avaliação serão escolhidos 3. O relatório relativo aos pareceres e os conselhos do
e nomeados pelo Director Geral de entre pessoas inscritas na Comité será submetido ao Director Geral, devendo este
Lista de Peritos do RSI e, se adequado, em outras listas de comunicá-los à Assembleia da Saúde ou ao Conselho Exe-
peritos da Organização. cutivo, para apreciação e subsequente actuação.

ARTIGO 53.º
4. O Director Geral é quem convoca o comité e fixa o (Procedimento aplicável às recomendações permanentes)
número de membros a convidar para uma reunião do Comité
de Avaliação, bem como a data e a duração da reunião. Sempre que considere que uma recomendação perma-
nente se mostra necessária e adequada face a um risco para a
5. O Director Geral nomeará os membros do Comité de Saúde Pública, o Director Geral solicitará o parecer do
Avaliação unicamente para cada sessão de trabalhos. Comité de Avaliação. Para além dos números pertinentes dos
artigos 50.º a 52.º, serão aplicáveis as seguintes disposições:
6. O Director Geral escolherá os membros do Comité de
a) o Director Geral ou os Estados Parte, por intermé-
Avaliação com base nos princípios de uma representação
dio daquele, poderão submeter ao Comité de
geográfica equitativa, na igualdade entre os sexos, na repre-
Avaliação propostas relativas à formulação, alte-
sentação equilibrada de países desenvolvidos e em desen-
ração ou revogação de recomendações perma-
volvimento, na representação das diferentes correntes de
nentes;
pensamento, abordagens e experiências práticas nas diversas b) qualquer Estado Parte poderá submeter ao Comité
regiões do mundo, e no equilíbrio interdisciplinar adequado. de Avaliação informações relevantes para apre-
ciação;
c) o Director Geral poderá solicitar a qualquer Estado
ARTIGO 51.º
(Condução dos trabalhos)
Parte, organização intergovernamental ou não
governamental que mantenha relações oficiais
1. As decisões do Comité de Avaliação serão tomadas por com a OMS que disponibilize ao Comité de Ava-
maioria dos seus membros presentes e votantes. liação as informações de que disponham sobre o
objecto das recomendações permanentes propos-
2. O Director Geral convidará os Estados-Membros, a tas, conforme indicado pelo Comité de Avalia-
Organização das Nações Unidas e as suas instituições espe- ção;
cializadas, bem como outras organizações intergovernamen- d) o Director Geral poderá, a pedido do Comité de
tais ou organizações não governamentais competentes com Avaliação ou por sua própria iniciativa, designar
relações oficiais com a OMS a designar representantes para um ou vários peritos técnicos para aconselhar o
assistirem às sessões do Comité. Tais representantes poderão Comité de Avaliação. Tais peritos não terão
apresentar memorandos e, mediante a concordância do Pre- direito de voto;
sidente, fazer declarações sobre questões sujeitas à discus- e) os relatórios que contenham pareceres e conselhos
são. Não tendo, contudo, direito a voto. do Comité de Avaliação sobre as recomendações
permanentes serão transmitidos ao Director Geral
ARTIGO 52.º para apreciação e decisão. O Director Geral
(Relatórios) comunicará os pareceres e conselhos do Comité
de Avaliação à Assembleia da Saúde;
1. Para cada sessão, o Comité de Avaliação elaborará um f) o Director Geral comunicará aos Estados Partes as
recomendações permanentes, as alterações a
relatório contendo os seus pareceres e conselhos. O mesmo
estas introduzidas ou a sua revogação, bem como
deverá ser aprovado pelo Comité antes do fim da sessão. Tais
os pareceres do Comité de Avaliação;
pareceres e conselhos não vinculam a Organização e apre-
f) o Director Geral submeterá as recomendações per-
sentam-se sob a forma de conselhos dirigidos ao Director
manentes à Assembleia da Saúde seguinte, para
Geral. O texto do relatório não poderá ser alterado sem a con- apreciação.
cordância do Comité.
TÍTULO X
2. Se as conclusões do Comité de Avaliação não forem Disposições Finais
alcançadas por unanimidade, qualquer um dos seus membros
ARTIGO 54.º
tem o direito de expressar as suas opiniões profissionais (Apresentação de relatórios e avaliação)
divergentes num relatório individual ou de grupo, nele indi-
cando as suas razões. Este relatório será parte integrante do 1. Os Estados Parte e o Director Geral apresentarão à
relatório do Comité. Assembleia da Saúde um relatório sobre a aplicação do pre-
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2369

sente regulamento conforme decisão da Assembleia da 3. Um Estado Parte poderá, em qualquer momento,
Saúde. declarar por escrito ao Director Geral que aceite submeter à
arbitragem obrigatória todos os diferendos relativos à inter-
2. A Assembleia da Saúde avaliará, periodicamente, o pretação ou aplicação do presente Regulamento em que es-
funcionamento do presente Regulamento. Para tal, poderá teja envolvido ou um diferendo específico que o oponha a
solicitar aconselhamento ao Comité de Avaliação, através do qualquer outro Estado Parte que aceite a mesma obrigação.
Director Geral. A primeira de tais avaliações deverá ser efec- A arbitragem observa os procedimentos previstos no Regu-
tuada o mais tardar cinco anos após a entrada em vigor do lamento Facultativo do Tribunal Permanente de Arbitragem,
presente regulamento. relativo à arbitragem de diferendos entre dois Estados vigente
à data da apresentação do pedido de arbitragem. Os Estados
3. A OMS efectuará, periodicamente, estudos destinados Parte que acordarem em aceitar a arbitragem obrigatória,
a examinar e avaliar o funcionamento do Anexo 2. A primeira deverão igualmente aceitar a decisão final como obrigatória
de tais avaliações deverá ser efectuada o mais tardar um ano e definitiva. O Director Geral informará à Assembleia da
após a entrada em vigor do presente Regulamento. Os resul- Saúde de tal facto, se adequado.
tados dessa avaliação são submetidos, se apropriado, à
Assembleia da Saúde para apreciação. 4. Nenhuma disposição constante do presente Regula-
mento deverá prejudicar o direito dos Estados Parte, previsto
ARTIGO 55.º
em qualquer acordo internacional de que sejam parte, nem
(Alterações)
coarcta a possibilidade de recorrerem aos mecanismos de
resolução de diferendos implementados por outras organiza-
1. Qualquer Estado Parte ou o Director Geral poderá pro-
ções intergovernamentais ou por um acordo internacional.
por alterações ao presente Regulamento. Tais alterações
deverão ser submetidas à Assembleia da Saúde para apreciação.
5. Em caso de diferendo entre a OMS e um ou vários
Estados Parte quanto à interpretação ou aplicação do presente
2. O texto de qualquer alteração proposta deverá ser
Regulamento, a questão é submetida à Assembleia da Saúde.
comunicado a todos os Estados Parte pelo Director Geral
pelo menos quatro meses antes da realização da Assembleia ARTIGO 57.º
da Saúde, para apreciação. (Relação com outros acordos internacionais)

3. As alterações ao presente Regulamento adoptadas pela 1. Os Estados Partes reconhecem que o RSI e os outros
Assembleia da Saúde nos termos do presente artigo, entram acordos internacionais relevantes devem ser interpretados de
em vigor para todos os Estados Partes, nos mesmos termos e forma a assegurar a sua compatibilidade. As disposições do
sujeitas aos mesmos direitos e obrigações, conforme previsto RSI não afectam os direitos e as obrigações dos Estados
no artigo 22.º da Constituição da OMS e nos artigos 59.º a Partes decorrentes de outros acordos internacionais.
64.º do presente Regulamento.
2. Com reserva relativamente ao disposto no n.º 1 do pre-
sente artigo, nenhuma disposição constante do presente
ARTIGO 56.º
(Resolução de diferendos)
Regulamento impede os Estados Partes que tenham determi-
1. Em caso de diferendo entre dois ou mais Estados Parte nados interesses comuns em razão da sua situação sanitária,
sobre a interpretação ou aplicação do presente Regulamento, geográfica, social ou económica de concluírem tratados ou
os Estados Parte envolvidos, farão diligências, desde logo, acordos especiais para facilitar a aplicação do presente
no sentido de resolverem o diferendo através de negociação Regulamento, em particular no que se refere:
ou outro meio pacífico de sua escolha, incluindo o recurso
aos bons ofícios, à mediação ou à conciliação. A ausência de a) à permuta directa e rápida de informações sobre a
acordo não isenta as partes no diferendo da responsabilidade Saúde Pública entre territórios vizinhos de dife-
de diligenciarem por alcançá-lo. rentes Estados;
b) às medidas sanitárias aplicáveis ao tráfego costeiro
2. Caso o diferendo não seja resolvido com recurso aos internacional e ao tráfego internacional em águas
meios previstos no n.º 1 do presente artigo, os Estados Par- sob a sua jurisdição;
tes envolvidos poderão acordar em submeter o diferendo ao c) às medidas sanitárias aplicáveis nas fronteiras
Director Geral, que deverá envidar todos os esforços para o comuns dos territórios limítrofes de diferentes
resolver. Estados;
2370 DIÁRIO DA REPÚBLICA

d) à organização do transporte de pessoas afectadas j) Regulamento Sanitário Internacional de 1951 e


ou de restos mortais humanos afectados recor- Regulamentos Adicionais de 1955, 1956, 1960,
rendo a meios de transporte especialmente adap- 1963 e 1965; e
tados; e k) Regulamento Sanitário Internacional de 1969 e res-
e) à desratização, desinsectação, desinfecção, descon- pectivas alterações de 1973 e 1981.
taminação ou a qualquer outro tratamento con-
cebido para isentar as mercadorias de agentes 2. O Código Sanitário Pan-Americano, assinado em
patogénicos. Havana a 14 de Novembro de 1924, permanece em vigor,
com excepção dos artigos 2.º, 9.º, 10.º, 11.º, 16.º a 53.º, 61.º
3. Sem prejuízo das obrigações decorrentes do presente e 62.º, aos quais são aplicáveis as disposições relevantes do
Regulamento, os Estados Parte que são membros de uma n.º 1 do presente artigo.
organização de integração económica regional, aplicam as
regras comuns vigentes no seio dessa organização nas suas ARTIGO 59.º
relações mútuas. (Entrada em vigor: prazo previsto para a formulação
de recusa ou reservas)

ARTIGO 58.º
(Acordos e regulamentos sanitários internacionais) 1. O prazo previsto no artigo 22.º da Constituição da
OMS para recusar o presente Regulamento ou qualquer alte-
1. Com reserva relativamente ao disposto no artigo 62.º e ração nele introduzida, ou para formular reservas, é de
das excepções adiante referidas, o presente Regulamento 18 meses a contar da data da notificação, pelo Director Geral,
substitui, entre os Estados que a este se vincularem e entre aplicando-se o mesmo em relação à adopção ou alteração ao
esses Estados e a OMS, os seguintes acordos e Regulamen- presente Regulamento, pela Assembleia da Saúde. Qualquer
tos Sanitários Internacionais: recusa ou reserva recebida pelo Director Geral após a expi-
ração deste prazo será ineficaz.
a) Convenção Sanitária Internacional, assinada em
Paris a 21 de Junho de 1926; 2. O presente Regulamento entra em vigor 24 meses após
b) Convenção Sanitária Internacional para a Nave- a data da notificação prevista no n.º 1 do presente artigo,
gação Aérea, assinada em Haia a 12 de Abril excepto no que se refere a:
de 1933;
c) Acordo Internacional relativo à Supressão das Car- a) um Estado que tenha recusado o Regulamento ou
tas de Saúde, assinado em Paris a 22 de Dezem- uma alteração ao Regulamento em conformidade
bro de 1934; com o artigo 61.º;
d) Acordo Internacional relativo à Supressão dos Vis- b) um Estado que tenha formulado uma reserva sobre
tos Consulares nas Cartas de Saúde, assinado em a qual o Regulamento entra em vigor conforme
Paris a 22 de Dezembro de 1934; previsto no artigo 62.º;
e) convenção que modifica a Convenção Sanitária c) um Estado que se torne Membro da OMS após a
Internacional de 21 de Junho de 1926, assinada data da notificação feita pelo Director Geral, con-
em Paris a 31 de Outubro de 1938; forme previsto no n.º 1 do presente artigo e que
f) Convenção Sanitária Internacional de 1944, que não é já Parte no presente Regulamento, relati-
modifica a Convenção Sanitária Internacional de vamente ao qual o Regulamento entra em vigor
21 de Junho de 1926, aberta à assinatura em conforme previsto no artigo 60.º; e
Washington a 15 de Dezembro de 1944; d) um Estado não Membro da OMS mas que aceita o
g) Convenção Sanitária Internacional para a Navega- presente Regulamento e relativamente ao qual
ção Aérea de 1944, que modifica a Convenção
este entra em vigor em conformidade com o n.º 1
Sanitária Internacional para a Navegação Aérea
do artigo 64.º
de 12 de Abril de 1933, aberta à assinatura em
Washington a 15 de Dezembro de 1944; 3. Se um Estado não estiver em condições de adaptar as
h) protocolo de 23 de Abril de 1964, que prorroga a disposições legislativas e regulamentares nacionais no prazo
Convenção Sanitária Internacional de 1944, previsto no n.º 2 do presente artigo de modo a conformá-las,
assinado em Washington; na íntegra, com o presente Regulamento, tal Estado deverá
i) protocolo de 23 de Abril de 1946, que prorroga a remeter ao Director Geral, no prazo indicado no n.º 1 do pre-
Convenção Sanitária Internacional para a Nave- sente artigo, uma declaração relativa aos ajustamentos que
gação Aérea de 1944, assinado em Washington; devem ser efectuados e procederá a tais ajustamentos o mais
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2371

tardar doze meses após a entrada em vigor do presente Re- a) solicitar aos Estados Membros que não tenham
gulamento relativamente a esse Estado Parte. recusado o presente Regulamento que lhe comu-
niquem, num prazo de seis meses, qualquer
ARTIGO 60.º objecção que tenham a formular relativamente a
(Novos Estados-Membros da OMS)
tal reserva, caso esta tenha sido formulada antes
da entrada em vigor do presente Regulamento; ou
Qualquer Estado que se torne Membro da OMS após a
b) solicitar aos Estados Parte que lhe comuniquem,
data da notificação pelo Director Geral referida no n.º 1 do
num prazo de seis meses, qualquer objecção que
artigo 59.º, e que não seja Parte no presente Regulamento, tenham a formular relativamente a essa reserva,
poderá fazer saber que o recusa ou que formula reservas num caso esta tenha sido formulada após a entrada em
prazo de doze meses a contar da data da notificação que lhe vigor do presente Regulamento.
foi dirigida pelo Director Geral após se ter tornado Membro
da OMS. Sob reserva do disposto nos artigos 62.º e 63.º, e Os Estados que formularem uma objecção a uma reserva
salvo recusa, o presente Regulamento entra em vigor relati- devem comunicar os motivos ao Director Geral.
vamente a esse Estado logo após a expiração do prazo acima
referido. O presente Regulamento só entra em vigor relati- 5. Decorrido o prazo referido, o Director Geral informará
vamente a esse Estado decorridos 24 meses após a data da o conjunto dos Estados Parte das objecções recebidas relati-
notificação prevista no n.º 2 do artigo 59.º vamente às reservas. Se expirado o prazo de seis meses a con-
tar da data da notificação prevista no n.º 4 do presente artigo,
ARTIGO 61.º
(Recusa) 1/3 dos Estados referidos no n.º 4 do presente artigo não se
tiverem oposto à reserva, esta é considerada aceite e o pre-
Se um Estado notificar o Director Geral da sua recusa sente Regulamento entra em vigor relativamente ao Estado
relativamente ao presente Regulamento ou a qualquer alte- que formulou a reserva, com excepção das disposições que
ração nele introduzida no prazo previsto no n.º 1 do artigo sejam objecto da reserva.
59.º, o presente Regulamento ou a alteração em causa não
entra em vigor relativamente a esse Estado. Qualquer acordo 6. Se, pelo menos, 1/3 dos Estados referidos no n.º 4 do
ou Regulamento Sanitário Internacional referido no artigo presente artigo se opuserem a uma reserva antes da expiração
58.º de que tal Estado seja Parte permanece em vigor no que do prazo de seis meses a contar da data da notificação
lhe diz respeito. prevista no n.º 4 do presente artigo, o Director Geral informa
ARTIGO 62.º o Estado que formulou a reserva, de forma a que este consi-
(Reservas) dere a retirada da sua reserva num prazo de três meses
a contar da data da notificação que lhe for dirigida pelo
1. Qualquer Estado pode formular reservas ao Regula- Director Geral.
mento em observância ao presente artigo. Tais reservas não
devem ser incompatíveis com o objecto e o âmbito do pre- 7. O Estado que formular a reserva continua, quanto ao
sente Regulamento. respectivo objecto, a cumprir as obrigações assumidas no
âmbito de qualquer um dos acordos ou Regulamentos Sani-
2. Qualquer reserva ao presente Regulamento deverá ser tários Internacionais referidos no artigo 58.º
notificada ao Director Geral, em conformidade com o n.º 1 do
artigo 59.º e o artigo 60.º, com o n.º 1 do artigo 63.º ou o 8. Se o Estado que formular uma reserva não a retirar num
n.º 1 do artigo 64.º, conforme os casos. Um Estado não Mem- prazo de três meses a contar da data da notificação pelo
bro da OMS deverá informar ao Director Geral sobre qual- Director Geral referida no n.º 6 do presente artigo, e se o
quer reserva que formule na sua notificação de aceitação do mesmo Estado formular requerimento nesse sentido, o
presente Regulamento. Qualquer Estado que formule reser- Director Geral solicitará o parecer do Comité de Avaliação.
vas deverá dar a conhecer dos motivos ao Director Geral. Este Comité informará ao Director Geral, com a brevidade
possível e em conformidade com o artigo 50.º, das repercus-
3. Qualquer recusa parcial do presente Regulamento, ou sões práticas da reserva sobre a aplicação do presente Regu-
de uma alteração ao regulamento, equivale a uma reserva. lamento.

4. De acordo com o n.º 2 do artigo 65.º, o Director Geral 9. O Director Geral submeterá a reserva e o parecer do
procederá a notificação de qualquer reserva recebida nos ter- Comité de Avaliação, se for caso disso, à Assembleia da
mos do n.º 2 do presente artigo. Neste âmbito, o Director Saúde para apreciação. Se a Assembleia da Saúde se opuser,
Geral deverá: por maioria simples, a reserva, por esta ser incompatível com
2372 DIÁRIO DA REPÚBLICA

o objecto e o âmbito do presente Regulamento, a reserva não a recepção da notificação. O Estado que tenha renunciado a
deverá ser aceite e o presente Regulamento só entra em vigor sua participação deve aplicar novamente, a partir do
relativamente ao Estado que a formulou após este a retirar momento em que tal ocorrer, as disposições constantes de
em conformidade com o artigo 63.º Se a Assembleia da qualquer acordo ou Regulamento Sanitário Internacional
Saúde aceitar a reserva, o presente Regulamento entra em referidos no artigo 58.º no qual fora, anteriormente, Parte.
vigor relativamente a tal Estado, sujeito à referida reserva.
ARTIGO 65.º
ARTIGO 63.º (Notificações pelo Director Geral)
(Retirada de uma recusa e de uma reserva)
1. O Director Geral notifica todos os Estados Membros e
1. Uma recusa formulada nos termos do artigo 61.º pode, Membros associados da OMS, bem como outras Partes em
em qualquer momento, ser retirada por um Estado mediante qualquer um dos acordos ou Regulamentos Sanitários Inter-
notificação dirigida ao Director Geral. Nesse caso, o regula- nacionais referidos no artigo 58.º, da adopção do presente
mento entra em vigor, relativamente a esse Estado, à data da regulamento pela Assembleia Geral da Saúde.
recepção pelo Director Geral da notificação, salvo se o
Estado formular uma reserva aquando da retirada da recusa. 2. O Director Geral notifica, igualmente, tais Estados,
Nesse caso, o regulamento entra em vigor conforme previsto bem como qualquer outro Estado que se tenha tornado Parte
no artigo 62.º Em caso algum o regulamento entra em vigor no presente Regulamento ou em qualquer alteração ao pre-
relativamente a esse Estado antes de decorrido um prazo de sente Regulamento, de qualquer notificação recebida pela
24 meses após a data da notificação referida no n.º 1 do OMS em aplicação dos artigos 60.º a 64.º, respectivamente,
artigo 59.º bem como de qualquer decisão tomada pela Assembleia
Mundial da Saúde em aplicação do artigo 62.º
2. Uma reserva pode, no todo ou em parte, ser retirada a
qualquer momento pelo Estado Parte em causa, mediante ARTIGO 66.º
(Textos autênticos)
uma notificação dirigida ao Director Geral. Nesse caso, a
retirada produz efeitos a contar da data da recepção, pelo
Director Geral, da notificação. 1. Os textos nas línguas árabe, chinês, espanhol, francês,
inglês e russo do presente Regulamento são igualmente
ARTIGO 64.º autênticos. Os originais do presente Regulamento estão
(Estados não Membros da OMS) depositados nos arquivos da OMS.

1. Os Estados não Membros da OMS, que sejam Partes


2. Cópias autenticadas do presente Regulamento deverão
num acordo ou Regulamento Sanitário Internacional referido
ser enviadas pelo Director Geral a todos os Membros, Mem-
no artigo 58.º ou aos quais o Director Geral tenha notificado
bros associados, bem como às outras Partes referidos em
a adopção do presente Regulamento pela Assembleia Mun-
qualquer um dos acordos ou Regulamentos Sanitários Inter-
dial da Saúde, podem tornar-se Partes no presente Regula-
nacionais, em conformidade ao disposto no artigo 58.º,
mento, mediante a notificação da sua aceitação ao Director
devendo proceder-se de acordo ao previsto no n.º 1 do artigo 59.º
Geral. Sob reserva do artigo 62.º, tal aceitação produz efei-
tos à data de entrada em vigor do presente Regulamento ou,
3. Aquando da entrada em vigor do presente Regula-
se for notificada após tal data, três meses decorridos sobre a
mento, o Director Geral deverá remeter cópias autenticadas
data da recepção, pelo Director Geral, da referida notifica-
ao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas
ção.
para efeitos de registo, em conformidade com o artigo 102.º
2. Os Estados não Membros da OMS Partes no presente da Carta das Nações Unidas.
Regulamento podem, em qualquer momento, renunciar a sua
participação no regulamento mediante notificação dirigida O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
ao Director Geral; tal renúncia produz efeitos seis meses após Víctor Francisco de Almeida.

O.E. 599 — 9/164— 2000 ex. — I.N.-E.P. — 2008

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