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Considerando a necessidade do Estado Angolano assu- Tendo em conta as referências feitas, relativamente à
mir o seu compromisso, aceitando e integrando no seu orde- necessidade de rever e actualizar o Regulamento Sanitário
namento jurídico o Regulamento Sanitário Internacional - Internacional, concretamente através das Resoluções
-2005 e demais instrumentos internacionais susceptíveis de WHA48.7 — sobre a revisão e a actualização do Regula-
garantir a segurança nacional e internacional; mento Sanitário Internacional, WHA54.14 — sobre a Segu-
rança Sanitária Mundial: alerta em resposta ao caso de
epidemia, WHA55.16 — Sobre a Ocorrência natural, a emis-
Nestes termos, ao abrigo das disposições combinadas da
são acidental ou o uso deliberado de agentes químicos e bio-
alínea k) do artigo 88.º e do n.º 6 do artigo 92.º ambos da Lei lógicos ou de material radionuclear prejudiciais para a saúde:
Constitucional, a Assembleia Nacional emite a seguinte a acção de Saúde Pública Internacional, WHA56.28 — Sobre
resolução: a Revisão do Regulamento Sanitário Internacional e
WHA56.29 — Sobre a Síndrome Respiratória Aguda (SRA),
Artigo 1.º — É aprovada, para ratificação, o Regula- tendo em vista responder à necessidade de garantir a Saúde
Pública Global;
mento Sanitário Internacional - 2005, anexo presente resolu-
ção de que é parte integrante.
Na sequência da Resolução n.º 58/03 da Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas relativa à intensi-
Art. 2.º — Recomendar ao Governo a urgente actualiza- ficação do reforço das capacidades no sector da saúde
ção do Regulamento Sanitário Nacional com vista à adaptá- pública a nível mundial, a qual sublinha a importância do
-lo às actuais exigências constantes do Regulamento Regulamento Sanitário Internacional e insta a que seja con-
Sanitário Internacional-2005. cedida prioridade elevada à sua revisão;
sembleia Mundial da Saúde e que, nessa ocasião, a Assem- de introdução do uso do instrumento de decisão
bleia Mundial da Saúde analisará o calendário de apresenta- constante do Anexo 2.
ção dos relatórios posteriores e da primeira avaliação do
funcionamento do Regulamento Sanitário Internacional 6. Solicita ao director geral que:
(2005), em conformidade com o n.º 2 do artigo 54.º
a) notifique, com celeridade, a adopção do Regula-
4. Decide, ainda, que, para efeitos do n.º 1 do artigo 14.º mento Sanitário Internacional (2005), em con-
do Regulamento Sanitário Internacional (2005), os Organis- formidade com o n.º 1 do artigo 65.º do referido
mos Internacionais e as Organizações Intergovernamentais regulamento;
competentes com os quais a Organização Mundial da Saúde b) informe outras organizações intergovernamentais
é chamada a cooperar e a coordenar as suas actividades, con- ou organismos internacionais competentes, da
forme os casos, são os seguintes: adopção do Regulamento Sanitário Internacional
(2005) e, se for caso disso, cooperar com tais
Organização das Nações Unidas; organizações e organismos na actualização das
Organização Internacional do Trabalho; respectivas normas e coordenar com os mesmos
Organização das Nações Unidas para Alimentação as actividades da Organização Mundial da Saúde
e Agricultura; no âmbito do Regulamento Sanitário Internacio-
Agência Internacional de Energia Atómica; nal (2005), de forma a garantir a aplicação de
Organização da Aviação Civil Internacional; medidas adequadas para a protecção da saúde
Organização Marítima Internacional; pública e o reforço da resposta global da saúde
Comité Internacional da Cruz Vermelha; pública face à disseminação internacional de
Federação Internacional das Sociedades da Cruz Ver- doenças;
melha e do Crescente Vermelho, Associação do c) transmita à Organização da Aviação Civil Interna-
Transporte Aéreo Internacional; cional (OACI) as alterações que se recomendam
Federação Internacional dos Armadores e Office a parte respeitante à Saúde da Declaração Geral
International des Epizooties. da Aeronave1 e, logo que a Organização da Avia-
ção Civil Internacional (OACI) tenha procedido
5. Insta os Estados-membros: à revisão da Declaração Geral da Aeronave,
informe à Assembleia Mundial da Saúde em con-
a) a adquirirem, a reforçarem e a manterem os requi- formidade ao Anexo 9 do Regulamento Sanitá-
sitos dispostos no Regulamento Sanitário Inter- rio Internacional (2005) e o substitua pela Parte
nacional (2005) e a mobilizarem os recursos respeitante à Saúde da Declaração Geral da
necessários para os devidos fins; Aeronave, conforme for a revisão da Organiza-
b) a colaborarem activamente entre si e com a Orga- ção da Aviação Civil Internacional (OACI);
nização Mundial da Saúde em conformidade com d) crie e reforce as capacidades da Organização Mun-
as disposições pertinentes do Regulamento Sani- dial da Saúde para executar plena e eficazmente
tário Internacional (2005), de forma a garantir a as funções que lhe são confiadas por força do
sua efectiva implementação; Regulamento Sanitário Internacional (2005),
c) a darem apoio aos países em desenvolvimento e aos nomeadamente através de operações sanitárias
países com economias em fase de transição que estratégicas que garantam o apoio aos países na
o solicitarem, para efeitos de aquisição, reforço e detecção, avaliação e resposta a emergências de
manutenção dos requisitos de saúde pública exi- saúde pública;
gidos pelo Regulamento Sanitário Internacional e) colabore com os Estados Partes no Regulamento
(2005); Sanitário Internacional (2005), se for caso disso,
d) a tomarem todas as medidas adequadas para a pros- nomeadamente, prestando ou facilitando a coo-
secução do objectivo e consequente implemen- peração técnica e o apoio logístico;
tação do Regulamento Sanitário Internacional f) colabore com os Estados Partes, na medida do pos-
(2005), enquanto se aguarda pela sua entrada em sível, de forma a mobilizar recursos financeiros
vigor, incluindo o desenvolvimento dos requisi- que permitam apoiar os países em desenvolvi-
tos de Saúde Pública exigidos e das disposições mento, visando a aquisição, o reforço e a manu-
de natureza legal e regulamentar que se impo- tenção dos requisitos exigidos nos termos do
nham e, particularmente, a iniciarem o processo Regulamento Sanitário Internacional (2005);
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g) elabore, mediante consulta aos Estados-membros, recomendou medidas sanitárias nos termos do presente
princípios orientadores para a aplicação de regulamento.
medidas sanitárias nos postos-fronteiriços terres-
tres, em conformidade ao disposto no artigo 29.º «Autoridade competente» designa uma autoridade res-
do Regulamento Sanitário Internacional (2005); ponsável pela implementação e aplicação de medidas sanitá-
h) crie o Comité de Avaliação do Regulamento Sani- rias tomadas nos termos do presente regulamento.
tário Internacional (2005) em conformidade ao
disposto no artigo 50.º do regulamento; «Bagagens» designa os objectos pessoais de um viajante.
i) tome, de imediato, medidas com vista à elaboração
dos princípios orientadores para a implementa- «Chegada» de um meio de transporte designa:
ção e avaliação do instrumento de decisão con-
tido no Regulamento Sanitário Internacional a) no caso de um navio de alto mar, a chegada ou a
(2005), incluindo a elaboração de um procedi- atracagem na zona definida de um porto;
mento para a avaliação do seu funcionamento, b) no caso de uma aeronave, a chegada a um aero-
que o submeterá à apreciação da Assembleia da porto;
Saúde em conformidade ao disposto no n.º 3 do c) no caso de uma embarcação de navegação em águas
artigo 54.º do regulamento; interiores que efectua uma viagem internacional,
j) tome medidas para elaborar uma lista de peritos do a chegada a um ponto de entrada;
RSI e convide os mesmos a apresentação de can- d) no caso de um comboio ou de um veículo rodoviá-
didaturas, de acordo com o artigo 47.º do Regu- rio, a chegada a um ponto de entrada.
lamento Sanitário Internacional (2005).
«Carga» designa as mercadorias transportadas num meio
—————— de transporte ou dentro de um contentor.
1. O Regulamento Sanitário Internacional (2005), dora- a) de natureza permanente e, por tal facto, suficiente-
vante designado «RSI» ou «Regulamento», adopta para todos mente resistente para permitir o seu uso repetido;
efeitos a seguinte terminologia: b) especialmente concebido para facilitar o transporte
de mercadorias, por uma ou várias formas de
«Aeronave» designa uma aeronave que efectua uma via- transporte, sem necessidade de operações inter-
gem internacional. médias de embalagem ou desembalagem;
c) munido de dispositivos que facilitem o seu manu-
«Aeroporto» designa qualquer aeroporto de chegada e de seamento, em sobretudo aquando do seu trans-
partida de voos internacionais. bordo de um meio de transporte para outro; e
d) especialmente concebido para facilitar o seu enchi-
«Afectados» designa pessoas, bagagens, cargas, conten- mento e esvaziamento.
tores, meios de transporte, mercadorias, encomendas postais
ou restos mortais humanos que estejam infectados ou conta- «Dados pessoais» designa qualquer informação relativa
minados ou que veiculem fontes de infecção ou de contami- a uma pessoa singular identificada ou identificável;
nação, e representem, por tal facto, um risco para a saúde
pública. «Descontaminação» designa um procedimento que con-
siste na aplicação de medidas sanitárias que visem a elimi-
«Área afectada» designa um local geográfico específico nação de um agente ou de uma matéria infecciosos ou tóxicos
relativamente ao qual a Organização Mundial da Saúde existentes na superfície do corpo de uma pessoa ou de um
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animal, sobre ou dentro de um produto destinado ao consumo «Exame médico» designa a avaliação preliminar de uma
ou sobre outros objectos inanimados, incluindo meios de pessoa, efectuado por pessoal de saúde autorizado ou por
transporte, que possam constituir um risco para a saúde uma pessoa que intervenha sob a supervisão directa da auto-
pública. ridade competente, a fim de determinar se o estado de saúde
dessa pessoa representa um risco potencial para a saúde
«Desinfecção» designa o procedimento que consiste na pública; poderá incluir a verificação de documentos de saúde
aplicação de medidas sanitárias que visem controlar ou eli- e um exame físico, se as circunstâncias em concreto o justi-
minar agentes infecciosos existentes na superfície do corpo ficarem.
de uma pessoa ou de um animal, ou sobre ou dentro de
bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, merca- «Operador de meios de transporte» designa a pessoa sin-
dorias e encomendas postais mediante exposição directa a gular ou colectiva responsável por um meio de transporte, ou
agentes químicos ou físicos. o seu representante.
i) constitua um risco para a saúde pública noutros «Livre prática» designa, relativamente a um navio, a
Estados em virtude do risco de disseminação autorização para entrar num porto, aí proceder ao embarque
internacional de doenças; e ou desembarque, à carga ou à descarga de mercadorias ou
ii) requeira uma resposta internacional coorde- provisões; relativamente a uma aeronave, a autorização para,
nada; após a aterragem, proceder ao embarque ou ao desembarque,
à carga ou à descarga de mercadorias ou provisões; e, relati-
«Encomenda postal» designa um objecto ou uma emba- vamente a um meio de transporte terrestre, a autorização, à
lagem com menção do destinatário e transportado interna- chegada, para proceder ao embarque ou ao desembarque, à
cionalmente pelos serviços postais. carga ou à descarga de mercadorias ou provisões.
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«Mercadorias» designa produtos tangíveis, incluindo «Posto-fronteiriço» designa um ponto de entrada terres-
produtos de origem animal ou vegetal, transportados em via- tre num Estado Parte, incluindo um ponto utilizado por
gem internacional, incluindo os que se destinam a ser utili- veículos rodoviários e por comboios.
zados a bordo de um meio de transporte.
«Princípios científicos» designa as leis fundamentais e os
«Medida sanitária» designa os procedimentos utilizados factos da natureza aceites e conhecidos através de métodos
para prevenir a disseminação de doenças ou contaminação; científicos.
uma medida sanitária não inclui medidas legais ou de segu-
rança. «Quarentena» designa a restrição de actividades e/ou a
separação de pessoas suspeitas que não estejam doentes, ou
«Meio de transporte» designa uma aeronave, um navio, de bagagens, contentores, meios de transporte ou mercado-
um comboio, um veículo rodoviário ou qualquer outro meio rias suspeitos, de forma a evitar a eventual disseminação da
de transporte utilizado numa viagem internacional. infecção ou contaminação.
«Navio» designa um navio de alto mar ou uma embarca- «Recomendação» e «Recomendado» remetem para as
ção de navegação de águas interiores que efectua uma via- recomendações temporárias ou permanentes emitidas por
gem internacional. força do presente regulamento;
«Observação de Saúde Pública» designa a monitori- «Recomendação permanente» designa o parecer não vin-
zação do estado de saúde de um viajante ao longo do tempo, culativo emitido pela Organização Mundial da Saúde nos
a fim de determinar o risco de transmissão de uma doença. termos do artigo 16.º do presente regulamento, relativo à apli-
cação sistemática ou periódica de medidas sanitárias ade-
«Ocorrência» designa uma manifestação de doença ou quadas, face a certos riscos persistentes para a saúde pública,
um facto que crie um potencial patológico. a fim de prevenir ou reduzir a disseminação internacional de
doenças e com o mínimo de interferência com o tráfego
«Organização» ou «OMS» designa a Organização Mun- internacional.
dial da Saúde.
«Recomendação temporária» designa o parecer não vin-
«Partida» designa, relativamente a pessoas, bagagens, culativo emitido pela Organização Mundial da Saúde nos ter-
cargas, meios de transporte ou mercadorias, o acto de saída mos do artigo 15.º do presente regulamento, para efeitos de
de um território; uma aplicação limitada no tempo e em função do risco, para
dar resposta a uma emergência de saúde pública de âmbito
«Ponto de contacto RSI da OMS» designa o serviço que, internacional, de forma a prevenir ou reduzir a disseminação
no seio da OMS, deve estar acessível, em qualquer momento, internacional de doenças com o mínimo de interferência com
para comunicar com o Ponto Focal Nacional para o RSI. o tráfego internacional;
«Ponto de entrada» designa um ponto de passagem para «Reservatório» designa um animal, uma planta ou uma
a entrada ou saída internacionais de viajantes, bagagens, car- substância em que um agente infeccioso habitualmente vive
gas, contentores, meios de transporte, mercadorias e enco- e cuja presença pode constituir um risco para a saúde pública.
mendas postais, bem como os organismos e sectores que lhes
disponibilizem serviços à entrada ou à saída. «Residência permanente» tem o sentido que lhe é atri-
buído no direito interno do Estado Parte respectivo.
«Ponto Focal Nacional para o RSI» designa o Centro
Nacional, indicado por cada um dos Estados Partes, que «Residência temporária» tem o sentido que lhe é atri-
deverá estar acessível em qualquer momento para comuni- buído no direito interno do Estado Parte respectivo.
car com os Pontos de Contacto RSI na Organização Mundial
de Saúde para os efeitos do presente regulamento. «Risco para a Saúde Pública» designa a probabilidade
de uma ocorrência que pode prejudicar a saúde das popula-
«Porto» designa um porto de mar ou um porto interior ções humanas, com especial relevo para aquela que pode pro-
onde chegam e de onde partem os navios que efectuam via- pagar-se a nível internacional ou representar um perigo grave
gens internacionais. e directo.
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«Suspeitos» designa as pessoas, bagagens, cargas, con- avaliação e resposta de saúde pública, de acordo com as
tentores, meios de transporte, mercadorias ou encomendas necessidades.
postais que um Estado Parte considera terem estado expostos
ou poderem ter estado expostos a um risco para a saúde «Zona de carregamento de contentores» designa um local
pública e podendo constituir uma fonte de disseminação de ou uma instalação reservados aos contentores utilizados no
doenças. tráfego internacional.
«Tráfego internacional» designa o movimento de pes- 2. Salvo se o contrário resultar das disposições ou do con-
soas, bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, texto respectivos, qualquer referência ao presente regula-
mercadorias ou encomendas postais através de uma fronteira mento remete igualmente para os correspondentes anexos.
internacional, incluindo trocas comerciais internacionais.
ARTIGO 2.º
(Objecto e âmbito de aplicação)
«Tripulação» designa as pessoas que se encontram a
bordo de um meio de transporte que não são passageiros.
O objecto e o âmbito de aplicação do presente regula-
«Vector» designa um insecto ou outro animal que nor- mento consistem em prevenir, proteger contra, controlar e
malmente transporta um agente infeccioso que constitui um dar resposta em termos de saúde pública a uma propagação
risco para a Saúde Pública. internacional de doenças, utilizando meios proporcionados e
limitados aos riscos de saúde pública e evitando, em simul-
«Veículo de transporte terrestre» designa um meio de tâneo, interferências desnecessárias com o tráfego e o
transporte motorizado destinado ao transporte terrestre em comércio internacional.
viagem internacional, incluindo comboios, veículos de trans-
ARTIGO 3.º
porte colectivo de passageiros, veículos pesados de transporte (Princípios)
de mercadorias e veículos ligeiros.
1. O presente regulamento é aplicado no pleno respeito
«Veículo rodoviário» designa um veículo de transporte pela dignidade das pessoas, pelos direitos humanos e pelas
terrestre que não seja um comboio. liberdades fundamentais.
«Verificação» designa a disponibilização à Organização 2. A aplicação do presente regulamento rege-se pela Carta
Mundial da Saúde, por um Estado Parte, de informação que das Nações Unidas e pela Constituição da Organização Mun-
confirme uma situação de ocorrência no ou nos territórios dial da Saúde.
desse Estado Parte.
3. A aplicação do presente regulamento é guiada pelo
«Viagem internacional» designa: desejo da sua aplicação universal, tendo em vista a protec-
ção de toda a população mundial da propagação interna-
a) no caso de um meio de transporte: uma viagem cional de doenças.
entre pontos de entrada situados nos territórios
de mais de um Estado, ou uma viagem entre os 4. Em aplicação da Carta das Nações Unidas e dos prin-
pontos de entrada situados no ou nos territórios cípios do direito internacional, os Estados têm o direito so-
de um mesmo Estado se, durante a viagem que berano de legislar e aplicar as leis com vista à execução das
efectua, o meio de transporte estiver em contacto suas políticas em matéria de saúde. Ao agir deste modo, os
com o território de qualquer outro Estado Parte, Estados devem favorecer os objectivos do presente regula-
unicamente para esses contactos; mento.
b) no caso de um viajante: uma viagem implicando a ARTIGO 4.º
entrada no território de um Estado que não seja o (Autoridades responsáveis)
território do Estado onde iniciou a viagem.
1. Cada Estado Parte designa ou institui um ponto focal
«Viajante» designa uma pessoa singular que efectua uma nacional para o RSI, bem como as autoridades responsáveis,
viagem internacional. na sua própria jurisdição, pela aplicação das medidas sanitá-
rias previstas no presente regulamento.
«Vigilância» designa a recolha, compilação e análise sis-
temáticas e contínuas de dados para efeitos de saúde pública 2. Os pontos focais nacionais para o RSI devem estar, em
e a difusão, em tempo útil, de informação para efeitos de qualquer momento, em condições de comunicar com os pon-
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tos de contacto RSI na Organização Mundial da Saúde refe- Em circunstâncias excepcionais e mediante a apresentação
ridos no n.º 3 do presente artigo. Os pontos focais nacionais de um novo plano de acção, o Estado Parte pode solicitar ao
para o RSI terão, em particular, as funções de: director geral a prorrogação por um máximo de dois anos. O
director geral toma a decisão tendo presente o parecer téc-
a) transmitir aos pontos de contacto RSI na Organiza- nico do Comité criado por força do disposto no artigo 50.º
ção Mundial da Saúde, em nome do Estado Parte (doravante designado por «Comité de Avaliação»). Findo o
interessado, as comunicações urgentes relativas à período previsto no n.º 1 do presente artigo, o Estado Parte
aplicação do presente regulamento, em parti- que tenha obtido a prorrogação do prazo informa, anual-
cular as previstas nos artigos 6.º a 12.º; e mente, à Organização Mundial da Saúde dos progressos rea-
b) difundir as informações junto dos sectores compe- lizados para a sua integral execução.
tentes da administração do Estado Parte respec-
tivo, em particular dos sectores responsáveis pela 3. A Organização Mundial da Saúde apoia os Estados Par-
vigilância e comunicação, dos pontos de entrada, tes, a pedido destes, na aquisição, no reforço e na manuten-
dos serviços de saúde pública, centros de saúde, ção das capacidades referidas no n.º1 do presente artigo.
hospitais e outros departamentos públicos, bem
como reunir as informações comunicadas por tais
4. A Organização Mundial da Saúde recolhe informações
sectores.
sobre as ocorrências no âmbito das suas actividades de vigi-
lância e avalia o risco de propagação internacional de doen-
3. A OMS designa os pontos de contacto RSI que devem
estar, em qualquer momento, em condições de comunicar ças que as mesmas comportam e os entraves ao tráfego
com os pontos focais nacionais para o RSI. Os pontos de con- internacional que podem criar. As informações recebidas pela
tacto RSI na OMS transmitem comunicações urgentes sobre Organização Mundial da Saúde nos termos do presente
a aplicação do presente Regulamento, em particular dos número são tratadas em conformidade com os artigos 11.º e
artigos 6.º a 12.º, aos pontos focais nacionais para o RSI dos 45.º, conforme os casos.
Estados Partes interessados. A OMS pode designar pontos de
contacto RSI na Sede da Organização ou a nível regional. ARTIGO 6.º
(Notificação)
4. Os Estados Partes comunicam à OMS as coordenadas
dos seus pontos focais nacionais para o RSI e a OMS comu- 1. Cada Estado Parte avalia as ocorrências que se verifi-
nica aos Estados Partes as coordenadas dos seus pontos de cam no seu território através do instrumento de decisão cons-
contacto RSI. Tais coordenadas são permanentemente actua- tante do anexo 2. Recorrendo aos meios de comunicação
lizadas e confirmadas anualmente. A OMS comunica a todos mais eficazes de que dispuser e nas 24 horas seguintes à ava-
os Estados Partes as coordenadas dos pontos focais nacionais liação das informações sobre saúde pública, cada Estado
para o RSI que lhe são transmitidas em aplicação do presente Parte notifica a OMS, através do ponto focal nacional para o
artigo. RSI, sobre qualquer ocorrência verificada no seu território
que possa constituir uma emergência de saúde pública de
TÍTULO II
Informações e Acção de Saúde Pública âmbito internacional segundo o instrumento de decisão, bem
como sobre qualquer medida sanitária tomada para fazer face
ARTIGO 5.º a tais ocorrências. Se a notificação recebida pela OMS for da
(Vigilância)
competência da Agência Internacional de Energia Atómica
(AIEA), a OMS informa de imediato à AIEA.
1. Cada Estado Parte adquire, reforça e mantém, logo que
possível, mas nunca depois de decorridos cinco anos sobre a
entrada em vigor do presente regulamento relativamente a 2. Após uma notificação, o Estado Parte continua a
esse Estado Parte, a capacidade de detectar, avaliar, notificar comunicar, em tempo útil, à OMS as informações de saúde
e declarar as ocorrências previstas no presente regulamento, pública exactas e suficientemente pormenorizadas de que dis-
conforme indicado no Anexo 1. ponha, se possível incluindo a definição dos casos, os resul-
tados de laboratório, a fonte e o tipo de risco, o número de
2. Após a avaliação referida no n.º 2 do Anexo 1, um casos e de óbitos, os factores que influem na propagação da
Estado Parte pode invocar perante OMS uma necessidade doença e as medidas sanitárias utilizadas; indica, ainda, se
justificada e um plano de acção e, procedendo dessa forma, necessário, as dificuldades surgidas e o apoio de que neces-
obter um prazo suplementar de dois anos para cumprir a obri- sita para fazer face à eventual emergência de saúde pública de
gação que lhe incumbe nos termos do n.º 1 do presente artigo. âmbito internacional.
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Mesmo que se produzam no seu território ocorrências que 2. Em conformidade com o número anterior e com o
não exijam a notificação prevista no artigo 6.º, em particular artigo 9.º, cada Estado Parte procede, a pedido da OMS, às
ocorrências relativamente às quais não disponha de informa- confirmações pretendidas e:
ções suficientes para preencher o instrumento de decisão, um
Estado Parte pode, todavia, manter a OMS informada das a) fornece, no prazo de 24 horas, uma primeira res-
mesmas, através do seu ponto focal nacional para o RSI, bem posta ou acusa a recepção do pedido da OMS;
como consultar a OMS sobre as medidas sanitárias a tomar. b) fornece, no prazo de 24 horas, as informações de
Tais comunicações regem-se pelos n.os 2 a 4 do artigo 11.º saúde pública disponíveis sobre as ocorrências
O Estado Parte em cujo território se produz a ocorrência pode referidas no pedido da OMS; e
solicitar o apoio da OMS na verificação das informações epi- c) remete informações à OMS no âmbito da avaliação
demiológicas que recolheu. efectuada nos termos do artigo 6.º, em particular
as informações referidas nesse artigo.
ARTIGO 9.º
(Outros relatórios)
3. Logo que tome conhecimento de uma ocorrência que
possa constituir uma emergência de saúde pública de âmbito
1. A OMS pode ter em consideração relatórios prove-
internacional, a OMS propõe-se a colaborar com o Estado
nientes de fontes que não sejam as notificações ou as con-
Parte interessado na avaliação do risco de propagação inter-
sultas, e avalia tais relatórios em conformidade com os
nacional de doenças, do embaraço ao tráfego internacional
princípios epidemiológicos estabelecidos; de seguida, deverá
que pode ser criado e da adequação das medidas de controlo.
transmitir as informações sobre a ocorrência em causa ao
Estas actividades podem incluir uma colaboração com outras
Estado Parte em cujo território se crê que a mesma se pro-
organizações normativas, bem como a oferta de mobilização
duziu. Antes de adoptar qualquer medida com base em tais
de assistência internacional de forma a prestar auxílio às
relatórios, a OMS consultará o Estado Parte em cujo territó-
autoridades nacionais na condução e coordenação das ava-
rio se crê que a ocorrência se produziu e procura, junto deste,
liações. A pedido do Estado Parte, a OMS comunica as
verificar tais informações em conformidade com os procedi-
informações de apoio a tal oferta.
mentos de confirmação definidos no artigo 10.º. Para esse
efeito, a OMS coloca as informações recebidas à disposição
4. Se o Estado Parte não aceitar a oferta de apoio, a OMS
dos Estados Partes, somente podendo preservar o carácter
pode, desde que justificado face à dimensão do risco para a
confidencial da fonte nos casos devidamente justificados. As
saúde pública, comunicar a outros Estados Partes as infor-
informações são utilizadas em conformidade com o procedi-
mações de que dispõe, exortando o Estado Parte a aceitar a
mento previsto no artigo 11.º
oferta de apoio da OMS, tendo em consideração os pontos
de vista do Estado Parte interessado.
2. Os Estados Partes devem informar a OMS, na medida
do possível, num prazo de 24 horas, após a recepção de dados ARTIGO 11.º
sobre a existência, fora dos seus territórios, de um risco iden- (Comunicação de informações pela OMS)
tificado para a Saúde Pública que pode estar na origem da
propagação internacional de doenças, confirmado pela 1. Sob reserva do n.º 2 do presente artigo, a OMS comu-
exportação ou importação de: nica a todos os Estados Partes e, se necessário, às organiza-
ções intergovernamentais competentes, sempre que possível
a) casos humanos; e através dos meios disponíveis mais eficazes, com carácter
b) vectores de infecção ou contaminação; ou confidencial, as informações de saúde pública que tenha
2354 DIÁRIO DA REPÚBLICA
recebido em conformidade com os artigos 5.º a 10.º e que se publicitadas e se a difusão de informações fiáveis e indepen-
mostrem necessárias para permitir aos Estados Partes faze- dentes se impuser.
rem face a um risco para a saúde pública. A OMS deve ARTIGO 12.º
(Determinação da existência de uma emergência
comunicar aos outros Estados Partes informações que pos-
de saúde pública de âmbito internacional)
sam auxiliá-los na prevenção da ocorrência de incidentes aná-
logos.
1. O Director Geral determina, com base nas informações
que receber, em particular do Estado Parte em cujo território
2. A OMS utiliza as informações recebidas por aplicação
se verifica uma ocorrência, se essa ocorrência constitui uma
dos artigos 6.º e 8.º e do n.º 2 do artigo 9.º para efeitos de
emergência de saúde pública de âmbito internacional face
verificação, avaliação e assistência previstos no presente
aos critérios e aos procedimentos previstos no presente
regulamento e, salvo acordo em contrário com os Estados
regulamento.
Partes referidos nessas disposições, não poderá disponibilizar
tais informações, de forma generalizada, a outros Estados
2. Se considerar, com base numa avaliação nos termos do
Partes, até que:
presente regulamento, que existe uma emergência de saúde
pública de âmbito internacional, o Director Geral consulta o
a) seja determinado que a ocorrência constitui uma
Estado Parte em cujo território a ocorrência se verifica sobre
emergência de saúde pública de âmbito interna-
esta determinação preliminar. Se o Director Geral e o Estado
cional nos termos do artigo 12.º; ou
b) sejam confirmadas pela OMS as informações ates- Parte acordarem nessa determinação, o Director Geral,
tando a propagação internacional da infecção ou seguindo o procedimento previsto no artigo 49.º, solicita ao
da contaminação, em conformidade com os prin- Comité criado nos termos do artigo 48.º (doravante desig-
cípios epidemiológicos estabelecidos; a menos nado «Comité de Emergência») que se pronuncie sobre as
que, recomendações temporárias adequadas.
c) fique estabelecido:
3. Se, na sequência da consulta prevista no n.º 2 do pre-
i) que as medidas contra a propagação interna- sente artigo, o Director Geral e o Estado Parte em cujo terri-
cional não têm qualquer probabilidade de tório se verifica a ocorrência não chegarem a acordo num
sucesso em virtude da natureza da contami- prazo de 48 horas sobre a questão de saber se a ocorrência
nação, do agente patogénico, do vector ou do constitui uma emergência de saúde pública de âmbito inter-
reservatório; ou, nacional, é tomada uma decisão em conformidade com o pro-
ii) que o Estado Parte carece de suficiente capa- cedimento previsto no artigo 49.º
cidade operacional para aplicar as medidas
necessárias para impedir a disseminação mais 4. Para efeitos de determinaçao da gravidade de uma
alargada da doença; ou ocorrência, nomeadamente se a mesma constitui ou não uma
emergência de saúde pública de âmbito internacional, o
d) o carácter e a dimensão do movimento internacio- Director Geral tem em consideração:
nal de viajantes, bagagens, cargas, contentores,
meios de transporte, mercadorias ou encomendas a) as informações fornecidas pelo Estado Parte;
postais que podem ser afectados pela infecção ou b) o instrumento de decisão constante do Anexo 2;
contaminação requeiram a imediata implemen- c) o parecer emitido pelo Comité de Emergência;
tação de medidas internacionais de controlo. d) os princípios científicos e os elementos de prova
científicos disponíveis, bem como outras infor-
3. A OMS consulta o Estado Parte em cujo território a mações pertinentes;
ocorrência se verificou no que concerne à sua intenção de e) uma avaliação do risco para a saúde humana, o risco
fornecer informações nos termos do presente artigo. de propagação internacional de doenças e o risco
de embaraços ao tráfego internacional.
4. Sempre que comunicar aos Estados Partes, em confor-
midade com o presente regulamento, informações que tenha 5. Se, após consultar o Estado Parte em cujo território
recebido nos termos do n.º 2 do presente artigo, a OMS ocorreu a emergência de saúde pública de âmbito interna-
poderá igualmente torná-las públicas, desde que outras cional, o Director Geral considerar que a emergência de
informações relativas à mesma ocorrência já tenham sido saúde pública de âmbito internacional já não se verifica, toma
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2355
uma decisão em conformidade com o procedimento previsto 6. A pedido dos mesmos, a OMS oferecer-se-á para pres-
no artigo 49.º tar aconselhamento e assistência adequados aos restantes
ARTIGO 13.º
Estados Partes afectados ou ameaçados pela emergência de
(Resposta de saúde pública)
saúde pública de âmbito internacional.
1. Cada Estado Parte adquire, reforça e mantém, sempre ARTIGO 14.º
que possível e o mais tardar nos cinco anos seguintes à (Cooperação da OMS com organizações intergover-
entrada em vigor do presente regulamento relativamente a namentais e organismos internacionais)
esse Estado Parte, a capacidade para responder rápida e efi-
cazmente em caso de risco para a saúde pública e de emer- 1. A OMS coopera e se for caso disso, coordena as suas
gência de saúde pública de âmbito internacional, em actividades com outras organizações intergovernamentais e
conformidade com o Anexo 1. A OMS publicará, em con- com os organismos internacionais competentes na aplicação
sulta com os Estados Membros, princípios orientadores que do presente regulamento, particularmente em relação a con-
auxiliem os Estados Partes a adquirirem as capacidades de clusão de acordos e convénios similares.
acção de saúde pública.
2. Caso a notificação ou a verificação de uma ocorrência,
2. Após a avaliação prevista no n.º 2 da parte A do Anexo 1, ou a acção executada para a combater, seja fundamental-
um Estado Parte pode invocar perante a OMS uma necessi- mente da competência de outras organizações intergoverna-
dade justificada e um plano de acção e, ao proceder desse mentais ou de outros organismos internacionais, a OMS
modo, obter a concessão de um prazo adicional de dois anos coordenará as suas actividades com tais organizações ou
para satisfazer a sua obrigação decorrente do n.º 1 do pre- organismos para efeitos de aplicação de medidas adequadas
sente artigo. Em circunstâncias excepcionais e dispondo de
à protecção da saúde pública.
um novo plano de acção, o Estado Parte pode solicitar ao
Director Geral que o prazo seja prorrogado por um novo
3. Independentemente do estipulado nos números ante-
período máximo de dois anos. O Director Geral toma a deci-
riores, nenhuma disposição do presente regulamento impede
são tendo presente o parecer técnico do Comité de Avalia-
ção. Findo o período previsto no n.º 1 do presente artigo, o ou limita a prestação, pela OMS, de aconselhamento, apoio,
Estado Parte que tenha obtido a prorrogação do prazo deverá assistência técnica ou outra forma de assistência para efeitos
informar, anualmente, a OMS dos progressos realizados para de saúde pública.
a sua integral execução.
TÍTULO III
Recomendações
3. A pedido de um Estado Parte, a OMS colabora na acção
em caso de risco para a saúde pública e de outras ocorrên- ARTIGO 15.º
(Recomendações temporárias)
cias, prestando aconselhamento e assistência técnica e ava-
liando a eficácia das medidas de controlo adoptadas,
1. Caso seja estabelecido, em conformidade com o arti-
incluindo, se for caso disso, a mobilização de equipas inter-
nacionais de peritos para darem apoio no local. go 12.º, que se trata de uma emergência de saúde pública de
âmbito internacional, o Director Geral publicará recomenda-
4. Se, em consulta com os Estados Partes interessados em ções temporárias em conformidade com os procedimentos
conformidade com o artigo 12.º, a OMS concluir que existe previstos no artigo 49.º Tais recomendações temporárias
uma emergência de saúde pública de âmbito internacional, poderão ser alteradas ou alargadas, conforme os casos, em
pode propor, para além do apoio indicado no n.º 3 do pre- particular após se determinar que uma emergência de saúde
sente artigo, uma assistência adicional ao Estado Parte e, em pública de âmbito internacional já não se verifica, devendo na
particular, uma avaliação da gravidade do risco internacio- sequência ser publicadas outras recomendações temporárias,
nal e da adequação das medidas de controlo. Nesta colabo- conforme se mostrar necessário, para efeitos de prevenção
ração, a OMS pode incluir a mobilização da assistência ou detecção rápida do seu ressurgimento.
internacional de modo a prestar apoio às autoridades nacio-
nais na realização e coordenação das avaliações no local. A 2. As recomendações temporárias podem reportar-se a
pedido do Estado Parte, a OMS comunica as informações de medidas sanitárias a implementar pelo Estado Parte onde
suporte a esta oferta. ocorra a emergência de saúde pública de âmbito internacio-
nal, ou por outros Estados Partes, relativamente a pessoas,
5. A pedido da OMS, os Estados Partes devem facilitar o bagagens, cargas, contentores, meios de transporte, merca-
apoio, na medida do possível, às actividades de acção coor- dorias e/ou encomendas postais, para efeitos de prevenção
denada da OMS. ou redução da disseminação internacional de doenças e para
2356 DIÁRIO DA REPÚBLICA
evitar qualquer embaraço desnecessário ao tráfego interna- g) outras informações específicas e adequadas rela-
cional. cionadas com a ocorrência.
b) exigir a inspecção de bagagens, cargas, contento- b) informem os viajantes sobre as medidas sanitárias
res, meios de transporte, mercadorias, encomen- recomendadas pela OMS e adoptadas pelo
das postais e restos mortais humanos. Estado Parte para efeitos da sua aplicação a
bordo; e
2. Com base nos elementos que atestam a existência de c) mantenham, permanentemente, os meios de trans-
um risco para a saúde pública obtidos mediante a aplicação porte de que são responsáveis isentos de fontes
das medidas previstas no n.º 1 do presente artigo ou por de infecção ou de contaminação, em particular
outros meios, os Estados Parte poderão aplicar medidas de vectores e reservatórios. A aplicação de medi-
sanitárias complementares em conformidade com o presente das destinadas a eliminar as fontes de infecção
regulamento e, em particular no que diz respeito a um via- ou contaminação pode ser exigida sempre que
jante suspeito ou afectado, poderão, caso a caso, efectuar o forem detectados sinais da sua presença.
exame médico menos intrusivo e menos invasivo possível
que permita alcançar o objectivo de saúde pública de pre- 2. As disposições específicas aplicáveis aos meios de
venção da propagação internacional de doenças. transporte e aos operadores de meios de transporte nos termos
do presente artigo constam do Anexo 4. As medidas especí-
3. Os viajantes só são submetidos a exame médico, ficas aplicáveis aos meios de transporte e aos operadores de
vacina, medida sanitária ou profilaxia nos termos do presente meios de transporte relativamente a doenças de transmissão
regulamento mediante o seu consentimento prévio, expresso vectorial constam do Anexo 5.
e esclarecido, ou o dos seus progenitores ou tutores, excepto
ARTIGO 25.º
nos casos previstos no n.º 2 do artigo 31.º, e em conformidade (Navios e aeronaves em trânsito)
com a legislação e os compromissos internacionais do
Estado Parte. Com reserva, relativamente ao disposto nos artigos 27.º e
43.º, ou a menos que os acordos internacionais aplicáveis o
4. Os viajantes a serem vacinados ou aos quais deva ser permitam, nenhuma medida sanitária é aplicada por um
proposta uma profilaxia em aplicação do presente regula- Estado Parte, nas seguintes situações:
mento, ou os seus progenitores ou tutores, são informados de
qualquer risco associado à vacinação ou a não vacinação, a) a um navio que não provenha de uma área afectada
bem como à utilização ou não utilização da profilaxia em que utilize um canal ou uma outra via marítima
conformidade com a legislação e os compromissos interna- situada no território desse Estado Parte, em
cionais do Estado Parte. Os Estados Parte, informam os direcção a um porto situado no território de outro
médicos de tal obrigação em conformidade com a respectiva Estado Parte. Tal navio estará autorizado a
legislação. embarcar, mediante supervisão da autoridade
competente, combustível, água potável, alimen-
5. Qualquer exame médico, acto médico, vacinação ou tos e provisões;
outra profilaxia que comporte um risco de transmissão de b) a um navio que atravesse as água sob a sua jurisdi-
doença só será efectuado ou administrado a um viajante em ção sem fazer escala num porto ou na zona cos-
conformidade com as normas e os princípios de segurança teira respectiva;
reconhecidos a nível nacional e internacional, de forma a c) a uma aeronave em trânsito num aeroporto sob a
minimizar tal risco. sua jurisdição, podendo tal aeronave ficar confi-
nada a uma zona específica do aeroporto, sem
CAPÍTULO II proceder à embarque ou desembarque de cargas
Disposições Especiais Aplicáveis aos Meios de Trans- ou descargas. Tal aeronave ficará, contudo, auto-
porte e aos Operadores de Meios de Transporte rizada a embarcar, mediante a supervisão da
autoridade competente, combustível, água potá-
ARTIGO 24.º
(Operadores de meios de transporte) vel, alimentos e provisões.
transporte de mercadorias, comboio ou veículo de transporte a) as medidas previstas no n.º 1 do presente artigo
colectivo de passageiros não proveniente de uma área afec- foram aplicadas de forma eficaz; e
tada que atravesse um território sem proceder a embarques ou b) não existe a bordo qualquer condição que possa
desembarques de cargas ou descargas. constituir uma ameaça para a saúde pública.
1. Se, a bordo de um meio de transporte, forem detecta- 1. Com reserva relativamente ao artigo 43.º ou de acordos
dos sinais clínicos ou sintomas e descobertas informações internacionais aplicáveis, um navio ou uma aeronave não
com base em factos ou dados que atestem a existência de um poderá ser impedido, por razões de saúde pública, de fazer es-
risco para a saúde pública, em particular fontes de infecção cala num ponto de entrada. Contudo, se esse ponto de en-
e de contaminação, a autoridade competente considerará que
trada não estiver equipado de forma a poder aplicar as
o meio de transporte se encontra afectado e poderá:
medidas sanitárias previstas no presente regulamento, o navio
ou a aeronave pode receber ordem para prosseguir a sua rota,
a) desinfectar, descontaminar, desinsectar ou desrati-
assumindo os riscos daí decorrentes, até ao ponto de entrada
zar esse meio de transporte, conforme o caso, ou
adequado mais próximo, salvo se um problema técnico
fazer aplicar tais medidas sob a sua supervisão; e
tornar perigoso esse desvio de rota.
b) decidir, caso a caso, qual a técnica a utilizar para
controlar, de forma conveniente, o risco para a
2. Com reserva relativamente ao artigo 43.º ou de acordos
Saúde Pública nos termos do presente regula-
internacionais aplicáveis, a livre prática não poderá ser
mento. Caso a OMS recomende métodos ou
recusada, por motivos de saúde pública, a um navio ou uma
materiais para estes procedimentos, tais métodos
aeronave pelos Estados Parte; em particular, o navio ou
ou materiais deverão ser utilizados salvo se a
aeronave em causa não poderá ser impedido de proceder ao
autoridade competente considerar que existem
outros métodos tão seguros e fiáveis. embarque ou ao desembarque, à carga ou à descarga de mer-
cadorias ou de víveres, nem de embarcar combustível, água
2. A autoridade competente pode tomar medidas sanitá- potável, alimentos e provisões. Os Estados Parte poderão
rias complementares e, nomeadamente, isolar o meio de condicionar a autorização da livre prática a uma inspecção e,
transporte, se necessário, para evitar a propagação de uma caso seja descoberta uma fonte de infecção ou de contami-
doença. Tais medidas complementares deverão ser comuni- nação a bordo, à desinfecção, à descontaminação, à desin-
cadas ao Ponto Focal Nacional para o RSI. sectação ou à desratização do navio ou da aeronave, ou a
outras medidas necessárias para prevenir a propagação da
3. Caso a autoridade competente no ponto de entrada não infecção ou da contaminação.
se encontre em condições de aplicar as medidas de controlo
previstas pelo presente artigo, o meio de transporte afectado 3. Sempre que possível e sem prejuízo ao número ante-
pode, mesmo assim, ser autorizado a partir desde que: rior, um Estado Parte autorizará a livre prática a um navio ou
a uma aeronave através de rádio ou outro meio de comuni-
a) no momento da partida, a autoridade competente cação sempre que, de acordo com as informações recebidas
comunique os dados referidos na alínea b) à de tal navio ou aeronave antes da sua partida, o Estado Parte
autoridade competente no ponto de entrada considerar que a sua chegada não resultará na introdução ou
seguinte conhecido; e propagação de uma doença.
b) no caso de um navio, os sinais constatados e as
medidas de controlo necessárias sejam mencio- 4. O comandante de um navio ou o comandante de bordo
nados no Certificado de Controlo Sanitário de de uma aeronave, ou o seu representante, informará os con-
Navio. troladores do porto ou do aeroporto, se possível antes da che-
gada ao porto ou aeroporto de destino, sobre eventuais casos
4. O meio de transporte em causa será autorizado a car- de doença indicativos de uma patologia de natureza infec-
regar, sob a supervisão da autoridade competente, combus- ciosa ou sobre elementos que atestem a existência de um
tível, água potável, alimentos e provisões. risco para a saúde pública a bordo, desde que o comandante
ou o comandante de bordo deles tenha conhecimento. Tais
5. Um meio de transporte que tenha sido considerado informações deverão ser imediatamente transmitidas à auto-
afectado deixa de ser considerado como tal logo que a auto- ridade competente do porto ou aeroporto. Em caso de urgên-
ridade competente tenha adquirido a convicção de que: cia, deverão ser comunicadas directamente pelo comandante
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2361
com o Anexo 6 e, quando aplicável, com o Anexo 7, em con- este solicitar sobre o estado de saúde a bordo no decurso da
sequência de doença prevista no certificado, mesmo quando viagem internacional e sobre as medidas sanitárias eventual-
provenha de uma área afectada, salvo se a autoridade com- mente aplicadas à aeronave.
petente dispuser de indicações verificáveis e/ou de elementos
de que a vacinação ou a profilaxia não foi eficaz. 3. Um Estado Parte poderá decidir:
1. Durante o voo ou aquando da aterragem no primeiro 5. Sempre que as medidas de controlo forem solicitadas
aeroporto do território de um Estado Parte, o comandante de e tenham sido executadas de forma satisfatória, a autoridade
bordo de uma aeronave ou o seu representante preencherá, competente emitirá um Certificado de Controlo Sanitário do
de acordo com o seu melhor conhecimento, a Parte respei- Navio, no qual serão anotados os sinais constatados e as
tante à Saúde da Declaração Geral da Aeronave em confor- medidas de controlo aplicadas.
midade com o modelo constante do Anexo 9, e a entregará à
autoridade competente desse aeroporto, salvo se tal Estado 6. A autoridade competente poderá emitir um Certificado
Parte o não exigir. de Isenção de Controlo Sanitário do Navio em qualquer um
dos portos referidos no artigo 20.º se estiver convicto de que
2. O comandante de bordo de uma aeronave ou o seu o navio está isento de infecção e de contaminação, nomea-
representante fornecerá ao Estado Parte todos os dados que damente de vectores e reservatórios. O certificado apenas
2364 DIÁRIO DA REPÚBLICA
será normalmente emitido se a inspecção ao navio tiver sido b) nenhum pode exceder o custo efectivo do serviço
efectuada com o navio e os porões vazios ou contendo ape- prestado; e
nas lastro ou outro material de natureza tal ou disposto de c) todos devem ser impostos independentemente da
forma tal que tenha permitido uma inspecção completa dos nacionalidade, do domicílio ou do local de resi-
porões. dência dos viajantes em causa.
de Saúde Pública exigidos nos termos do pre- 3. Sempre que possível, a OMS disponibilizará à pessoa
sente Regulamento; interessada, a pedido desta, os seus dados pessoais referidos
c) mobilização de recursos financeiros que facilitem o no presente artigo, de forma inteligível, sem demora ou cus-
cumprimento das suas obrigações nos termos do tos excessivos e, se necessário, permitira a correcção de tais
presente Regulamento; dados.
d) formulação de propostas de lei e de outros instru-
mentos jurídicos e administrativos para efeitos ARTIGO 46.º
(Transporte e manuseamento de substâncias biológicas,
de aplicação do presente regulamento. reagentes e materiais para fins de diagnóstico)
2. A OMS colaborará com os Estados Partes, a pedido Sob reserva em relação ao direito interno dos países e
destes, na medida do possível nas seguines questões: tendo em consideração os princípios orientadores interna-
cionais relevantes, os Estados Parte deverão facilitar o trans-
a) na ponderação e avaliação das suas capacidades de
porte, a entrada, a saída, o processamento e a eliminação de
Saúde Pública de forma a facilitar a aplicação
substâncias biológicas e amostras de diagnóstico, reagentes
efectiva do presente regulamento;
e outros materiais de diagnóstico para efeitos de verificação
b) na disponibilização ou facilitação de cooperação
e resposta de Saúde Pública previstos no presente regula-
técnica e apoio logístico aos Estados Parte; e
mento.
c) na mobilização de recursos financeiros para apoiar
os países em desenvolvimento no tocante à cria- TÍTULO IX
ção, ao reforço e à manutenção dos requisitos Lista de Peritos do RSI, Comité de Emergência
previstos no Anexo 1. e Comité de Avaliação
a) se uma ocorrência constituir uma emergência de esse Estado Parte sobre a data e a ordem de trabalhos da reu-
Saúde Pública de âmbito internacional; nião do Comité de Emergência com a antecedência necessá-
b) se uma emergência de saúde pública de âmbito ria. O Estado Parte em causa não poderá, contudo, solicitar o
internacional já terminou; e adiamento da reunião do Comité de Emergência com o pro-
c) qualquer proposta de emissão, alteração, prorroga- pósito de lhe apresentar a sua opinião.
ção ou revogação de recomendações temporárias.
5. O parecer do Comité de Emergência deverá ser sub-
2. O Comité de Emergência é composto por peritos esco- metido ao Director Geral para apreciação. O Director Geral
lhidos pelo Director Geral de entre os membros da Lista de decidirá em última instância.
Peritos do RSI e, se apropriado, de entre outras listas de
peritos da Organização. O Director Geral determina a dura- 6. O Director Geral informará aos Estados Parte da sua
ção do mandato dos membros de forma a garantir a conti- decisão de declarar que existe uma emergência de Saúde
Pública de âmbito internacional, ou que esta deixou de se
nuidade da avaliação de uma determinada ocorrência e das
verificar, e dar-lhes-á a conhecer qualquer medida sanitária
suas consequências. O Director Geral escolherá os membros
tomada pelo Estado Parte interessado, eventuais recomenda-
do Comité de Emergência com base nas competências e na
ções temporárias e sua alteração, prorrogação ou revogação,
experiência requeridas para uma determinada sessão e tendo
bem como o parecer do Comité de Emergência. Informará,
em consideração os princípios da representação geográfica
igualmente, os operadores de meios de transporte, por inter-
equitativa. Pelo menos um dos membros do Comité de Emer-
médio dos Estados Parte e dos organismos internacionais
gência deverá ser um perito designado por um Estado Parte competentes, sobre as suas recomendações temporárias,
em cujo território a ocorrência se verificou. incluindo qualquer alteração, prorrogação ou revogação,
devendo tais informações e recomendações serem tornadas
3. O Director Geral poderá, por sua iniciativa ou a pedido públicas.
do Comité de Emergência, nomear um ou mais peritos téc-
nicos para aconselhar o Comité. 4. Os Estados Partes, em cujo território se verificar uma
ocorrência, poderão propor ao Director Geral que revogue a
ARTIGO 49.º declaração, de emergência de saúde pública de âmbito
(Procedimentos)
internacional e/ou as recomendações temporárias, podendo
submeter a questão ao Comité de Emergência.
1. O Director Geral convocará as reuniões do Comité de
Emergência, escolhendo vários peritos de entre os referidos CAPÍTULO III
no n.º 2 do artigo 48.º, em função das áreas de competência Comité de Avaliação
e de especialização que melhor respondam à ocorrência
específica que se está a verificar. Para efeitos do presente ARTIGO 50.º
(Mandato e composição)
artigo, o termo «reuniões» do Comité de Emergência pode
designar as teleconferências, videoconferências ou comuni-
1. O Director Geral criará um Comité de Avaliação, que
cações electrónicas.
terá as seguintes atribuições:
3. Os membros do Comité de Avaliação serão escolhidos 3. O relatório relativo aos pareceres e os conselhos do
e nomeados pelo Director Geral de entre pessoas inscritas na Comité será submetido ao Director Geral, devendo este
Lista de Peritos do RSI e, se adequado, em outras listas de comunicá-los à Assembleia da Saúde ou ao Conselho Exe-
peritos da Organização. cutivo, para apreciação e subsequente actuação.
ARTIGO 53.º
4. O Director Geral é quem convoca o comité e fixa o (Procedimento aplicável às recomendações permanentes)
número de membros a convidar para uma reunião do Comité
de Avaliação, bem como a data e a duração da reunião. Sempre que considere que uma recomendação perma-
nente se mostra necessária e adequada face a um risco para a
5. O Director Geral nomeará os membros do Comité de Saúde Pública, o Director Geral solicitará o parecer do
Avaliação unicamente para cada sessão de trabalhos. Comité de Avaliação. Para além dos números pertinentes dos
artigos 50.º a 52.º, serão aplicáveis as seguintes disposições:
6. O Director Geral escolherá os membros do Comité de
a) o Director Geral ou os Estados Parte, por intermé-
Avaliação com base nos princípios de uma representação
dio daquele, poderão submeter ao Comité de
geográfica equitativa, na igualdade entre os sexos, na repre-
Avaliação propostas relativas à formulação, alte-
sentação equilibrada de países desenvolvidos e em desen-
ração ou revogação de recomendações perma-
volvimento, na representação das diferentes correntes de
nentes;
pensamento, abordagens e experiências práticas nas diversas b) qualquer Estado Parte poderá submeter ao Comité
regiões do mundo, e no equilíbrio interdisciplinar adequado. de Avaliação informações relevantes para apre-
ciação;
c) o Director Geral poderá solicitar a qualquer Estado
ARTIGO 51.º
(Condução dos trabalhos)
Parte, organização intergovernamental ou não
governamental que mantenha relações oficiais
1. As decisões do Comité de Avaliação serão tomadas por com a OMS que disponibilize ao Comité de Ava-
maioria dos seus membros presentes e votantes. liação as informações de que disponham sobre o
objecto das recomendações permanentes propos-
2. O Director Geral convidará os Estados-Membros, a tas, conforme indicado pelo Comité de Avalia-
Organização das Nações Unidas e as suas instituições espe- ção;
cializadas, bem como outras organizações intergovernamen- d) o Director Geral poderá, a pedido do Comité de
tais ou organizações não governamentais competentes com Avaliação ou por sua própria iniciativa, designar
relações oficiais com a OMS a designar representantes para um ou vários peritos técnicos para aconselhar o
assistirem às sessões do Comité. Tais representantes poderão Comité de Avaliação. Tais peritos não terão
apresentar memorandos e, mediante a concordância do Pre- direito de voto;
sidente, fazer declarações sobre questões sujeitas à discus- e) os relatórios que contenham pareceres e conselhos
são. Não tendo, contudo, direito a voto. do Comité de Avaliação sobre as recomendações
permanentes serão transmitidos ao Director Geral
ARTIGO 52.º para apreciação e decisão. O Director Geral
(Relatórios) comunicará os pareceres e conselhos do Comité
de Avaliação à Assembleia da Saúde;
1. Para cada sessão, o Comité de Avaliação elaborará um f) o Director Geral comunicará aos Estados Partes as
recomendações permanentes, as alterações a
relatório contendo os seus pareceres e conselhos. O mesmo
estas introduzidas ou a sua revogação, bem como
deverá ser aprovado pelo Comité antes do fim da sessão. Tais
os pareceres do Comité de Avaliação;
pareceres e conselhos não vinculam a Organização e apre-
f) o Director Geral submeterá as recomendações per-
sentam-se sob a forma de conselhos dirigidos ao Director
manentes à Assembleia da Saúde seguinte, para
Geral. O texto do relatório não poderá ser alterado sem a con- apreciação.
cordância do Comité.
TÍTULO X
2. Se as conclusões do Comité de Avaliação não forem Disposições Finais
alcançadas por unanimidade, qualquer um dos seus membros
ARTIGO 54.º
tem o direito de expressar as suas opiniões profissionais (Apresentação de relatórios e avaliação)
divergentes num relatório individual ou de grupo, nele indi-
cando as suas razões. Este relatório será parte integrante do 1. Os Estados Parte e o Director Geral apresentarão à
relatório do Comité. Assembleia da Saúde um relatório sobre a aplicação do pre-
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2369
sente regulamento conforme decisão da Assembleia da 3. Um Estado Parte poderá, em qualquer momento,
Saúde. declarar por escrito ao Director Geral que aceite submeter à
arbitragem obrigatória todos os diferendos relativos à inter-
2. A Assembleia da Saúde avaliará, periodicamente, o pretação ou aplicação do presente Regulamento em que es-
funcionamento do presente Regulamento. Para tal, poderá teja envolvido ou um diferendo específico que o oponha a
solicitar aconselhamento ao Comité de Avaliação, através do qualquer outro Estado Parte que aceite a mesma obrigação.
Director Geral. A primeira de tais avaliações deverá ser efec- A arbitragem observa os procedimentos previstos no Regu-
tuada o mais tardar cinco anos após a entrada em vigor do lamento Facultativo do Tribunal Permanente de Arbitragem,
presente regulamento. relativo à arbitragem de diferendos entre dois Estados vigente
à data da apresentação do pedido de arbitragem. Os Estados
3. A OMS efectuará, periodicamente, estudos destinados Parte que acordarem em aceitar a arbitragem obrigatória,
a examinar e avaliar o funcionamento do Anexo 2. A primeira deverão igualmente aceitar a decisão final como obrigatória
de tais avaliações deverá ser efectuada o mais tardar um ano e definitiva. O Director Geral informará à Assembleia da
após a entrada em vigor do presente Regulamento. Os resul- Saúde de tal facto, se adequado.
tados dessa avaliação são submetidos, se apropriado, à
Assembleia da Saúde para apreciação. 4. Nenhuma disposição constante do presente Regula-
mento deverá prejudicar o direito dos Estados Parte, previsto
ARTIGO 55.º
em qualquer acordo internacional de que sejam parte, nem
(Alterações)
coarcta a possibilidade de recorrerem aos mecanismos de
resolução de diferendos implementados por outras organiza-
1. Qualquer Estado Parte ou o Director Geral poderá pro-
ções intergovernamentais ou por um acordo internacional.
por alterações ao presente Regulamento. Tais alterações
deverão ser submetidas à Assembleia da Saúde para apreciação.
5. Em caso de diferendo entre a OMS e um ou vários
Estados Parte quanto à interpretação ou aplicação do presente
2. O texto de qualquer alteração proposta deverá ser
Regulamento, a questão é submetida à Assembleia da Saúde.
comunicado a todos os Estados Parte pelo Director Geral
pelo menos quatro meses antes da realização da Assembleia ARTIGO 57.º
da Saúde, para apreciação. (Relação com outros acordos internacionais)
3. As alterações ao presente Regulamento adoptadas pela 1. Os Estados Partes reconhecem que o RSI e os outros
Assembleia da Saúde nos termos do presente artigo, entram acordos internacionais relevantes devem ser interpretados de
em vigor para todos os Estados Partes, nos mesmos termos e forma a assegurar a sua compatibilidade. As disposições do
sujeitas aos mesmos direitos e obrigações, conforme previsto RSI não afectam os direitos e as obrigações dos Estados
no artigo 22.º da Constituição da OMS e nos artigos 59.º a Partes decorrentes de outros acordos internacionais.
64.º do presente Regulamento.
2. Com reserva relativamente ao disposto no n.º 1 do pre-
sente artigo, nenhuma disposição constante do presente
ARTIGO 56.º
(Resolução de diferendos)
Regulamento impede os Estados Partes que tenham determi-
1. Em caso de diferendo entre dois ou mais Estados Parte nados interesses comuns em razão da sua situação sanitária,
sobre a interpretação ou aplicação do presente Regulamento, geográfica, social ou económica de concluírem tratados ou
os Estados Parte envolvidos, farão diligências, desde logo, acordos especiais para facilitar a aplicação do presente
no sentido de resolverem o diferendo através de negociação Regulamento, em particular no que se refere:
ou outro meio pacífico de sua escolha, incluindo o recurso
aos bons ofícios, à mediação ou à conciliação. A ausência de a) à permuta directa e rápida de informações sobre a
acordo não isenta as partes no diferendo da responsabilidade Saúde Pública entre territórios vizinhos de dife-
de diligenciarem por alcançá-lo. rentes Estados;
b) às medidas sanitárias aplicáveis ao tráfego costeiro
2. Caso o diferendo não seja resolvido com recurso aos internacional e ao tráfego internacional em águas
meios previstos no n.º 1 do presente artigo, os Estados Par- sob a sua jurisdição;
tes envolvidos poderão acordar em submeter o diferendo ao c) às medidas sanitárias aplicáveis nas fronteiras
Director Geral, que deverá envidar todos os esforços para o comuns dos territórios limítrofes de diferentes
resolver. Estados;
2370 DIÁRIO DA REPÚBLICA
ARTIGO 58.º
(Acordos e regulamentos sanitários internacionais) 1. O prazo previsto no artigo 22.º da Constituição da
OMS para recusar o presente Regulamento ou qualquer alte-
1. Com reserva relativamente ao disposto no artigo 62.º e ração nele introduzida, ou para formular reservas, é de
das excepções adiante referidas, o presente Regulamento 18 meses a contar da data da notificação, pelo Director Geral,
substitui, entre os Estados que a este se vincularem e entre aplicando-se o mesmo em relação à adopção ou alteração ao
esses Estados e a OMS, os seguintes acordos e Regulamen- presente Regulamento, pela Assembleia da Saúde. Qualquer
tos Sanitários Internacionais: recusa ou reserva recebida pelo Director Geral após a expi-
ração deste prazo será ineficaz.
a) Convenção Sanitária Internacional, assinada em
Paris a 21 de Junho de 1926; 2. O presente Regulamento entra em vigor 24 meses após
b) Convenção Sanitária Internacional para a Nave- a data da notificação prevista no n.º 1 do presente artigo,
gação Aérea, assinada em Haia a 12 de Abril excepto no que se refere a:
de 1933;
c) Acordo Internacional relativo à Supressão das Car- a) um Estado que tenha recusado o Regulamento ou
tas de Saúde, assinado em Paris a 22 de Dezem- uma alteração ao Regulamento em conformidade
bro de 1934; com o artigo 61.º;
d) Acordo Internacional relativo à Supressão dos Vis- b) um Estado que tenha formulado uma reserva sobre
tos Consulares nas Cartas de Saúde, assinado em a qual o Regulamento entra em vigor conforme
Paris a 22 de Dezembro de 1934; previsto no artigo 62.º;
e) convenção que modifica a Convenção Sanitária c) um Estado que se torne Membro da OMS após a
Internacional de 21 de Junho de 1926, assinada data da notificação feita pelo Director Geral, con-
em Paris a 31 de Outubro de 1938; forme previsto no n.º 1 do presente artigo e que
f) Convenção Sanitária Internacional de 1944, que não é já Parte no presente Regulamento, relati-
modifica a Convenção Sanitária Internacional de vamente ao qual o Regulamento entra em vigor
21 de Junho de 1926, aberta à assinatura em conforme previsto no artigo 60.º; e
Washington a 15 de Dezembro de 1944; d) um Estado não Membro da OMS mas que aceita o
g) Convenção Sanitária Internacional para a Navega- presente Regulamento e relativamente ao qual
ção Aérea de 1944, que modifica a Convenção
este entra em vigor em conformidade com o n.º 1
Sanitária Internacional para a Navegação Aérea
do artigo 64.º
de 12 de Abril de 1933, aberta à assinatura em
Washington a 15 de Dezembro de 1944; 3. Se um Estado não estiver em condições de adaptar as
h) protocolo de 23 de Abril de 1964, que prorroga a disposições legislativas e regulamentares nacionais no prazo
Convenção Sanitária Internacional de 1944, previsto no n.º 2 do presente artigo de modo a conformá-las,
assinado em Washington; na íntegra, com o presente Regulamento, tal Estado deverá
i) protocolo de 23 de Abril de 1946, que prorroga a remeter ao Director Geral, no prazo indicado no n.º 1 do pre-
Convenção Sanitária Internacional para a Nave- sente artigo, uma declaração relativa aos ajustamentos que
gação Aérea de 1944, assinado em Washington; devem ser efectuados e procederá a tais ajustamentos o mais
I SÉRIE — N.º 164 — DE 1 DE SETEMBRO 2008 2371
tardar doze meses após a entrada em vigor do presente Re- a) solicitar aos Estados Membros que não tenham
gulamento relativamente a esse Estado Parte. recusado o presente Regulamento que lhe comu-
niquem, num prazo de seis meses, qualquer
ARTIGO 60.º objecção que tenham a formular relativamente a
(Novos Estados-Membros da OMS)
tal reserva, caso esta tenha sido formulada antes
da entrada em vigor do presente Regulamento; ou
Qualquer Estado que se torne Membro da OMS após a
b) solicitar aos Estados Parte que lhe comuniquem,
data da notificação pelo Director Geral referida no n.º 1 do
num prazo de seis meses, qualquer objecção que
artigo 59.º, e que não seja Parte no presente Regulamento, tenham a formular relativamente a essa reserva,
poderá fazer saber que o recusa ou que formula reservas num caso esta tenha sido formulada após a entrada em
prazo de doze meses a contar da data da notificação que lhe vigor do presente Regulamento.
foi dirigida pelo Director Geral após se ter tornado Membro
da OMS. Sob reserva do disposto nos artigos 62.º e 63.º, e Os Estados que formularem uma objecção a uma reserva
salvo recusa, o presente Regulamento entra em vigor relati- devem comunicar os motivos ao Director Geral.
vamente a esse Estado logo após a expiração do prazo acima
referido. O presente Regulamento só entra em vigor relati- 5. Decorrido o prazo referido, o Director Geral informará
vamente a esse Estado decorridos 24 meses após a data da o conjunto dos Estados Parte das objecções recebidas relati-
notificação prevista no n.º 2 do artigo 59.º vamente às reservas. Se expirado o prazo de seis meses a con-
tar da data da notificação prevista no n.º 4 do presente artigo,
ARTIGO 61.º
(Recusa) 1/3 dos Estados referidos no n.º 4 do presente artigo não se
tiverem oposto à reserva, esta é considerada aceite e o pre-
Se um Estado notificar o Director Geral da sua recusa sente Regulamento entra em vigor relativamente ao Estado
relativamente ao presente Regulamento ou a qualquer alte- que formulou a reserva, com excepção das disposições que
ração nele introduzida no prazo previsto no n.º 1 do artigo sejam objecto da reserva.
59.º, o presente Regulamento ou a alteração em causa não
entra em vigor relativamente a esse Estado. Qualquer acordo 6. Se, pelo menos, 1/3 dos Estados referidos no n.º 4 do
ou Regulamento Sanitário Internacional referido no artigo presente artigo se opuserem a uma reserva antes da expiração
58.º de que tal Estado seja Parte permanece em vigor no que do prazo de seis meses a contar da data da notificação
lhe diz respeito. prevista no n.º 4 do presente artigo, o Director Geral informa
ARTIGO 62.º o Estado que formulou a reserva, de forma a que este consi-
(Reservas) dere a retirada da sua reserva num prazo de três meses
a contar da data da notificação que lhe for dirigida pelo
1. Qualquer Estado pode formular reservas ao Regula- Director Geral.
mento em observância ao presente artigo. Tais reservas não
devem ser incompatíveis com o objecto e o âmbito do pre- 7. O Estado que formular a reserva continua, quanto ao
sente Regulamento. respectivo objecto, a cumprir as obrigações assumidas no
âmbito de qualquer um dos acordos ou Regulamentos Sani-
2. Qualquer reserva ao presente Regulamento deverá ser tários Internacionais referidos no artigo 58.º
notificada ao Director Geral, em conformidade com o n.º 1 do
artigo 59.º e o artigo 60.º, com o n.º 1 do artigo 63.º ou o 8. Se o Estado que formular uma reserva não a retirar num
n.º 1 do artigo 64.º, conforme os casos. Um Estado não Mem- prazo de três meses a contar da data da notificação pelo
bro da OMS deverá informar ao Director Geral sobre qual- Director Geral referida no n.º 6 do presente artigo, e se o
quer reserva que formule na sua notificação de aceitação do mesmo Estado formular requerimento nesse sentido, o
presente Regulamento. Qualquer Estado que formule reser- Director Geral solicitará o parecer do Comité de Avaliação.
vas deverá dar a conhecer dos motivos ao Director Geral. Este Comité informará ao Director Geral, com a brevidade
possível e em conformidade com o artigo 50.º, das repercus-
3. Qualquer recusa parcial do presente Regulamento, ou sões práticas da reserva sobre a aplicação do presente Regu-
de uma alteração ao regulamento, equivale a uma reserva. lamento.
4. De acordo com o n.º 2 do artigo 65.º, o Director Geral 9. O Director Geral submeterá a reserva e o parecer do
procederá a notificação de qualquer reserva recebida nos ter- Comité de Avaliação, se for caso disso, à Assembleia da
mos do n.º 2 do presente artigo. Neste âmbito, o Director Saúde para apreciação. Se a Assembleia da Saúde se opuser,
Geral deverá: por maioria simples, a reserva, por esta ser incompatível com
2372 DIÁRIO DA REPÚBLICA
o objecto e o âmbito do presente Regulamento, a reserva não a recepção da notificação. O Estado que tenha renunciado a
deverá ser aceite e o presente Regulamento só entra em vigor sua participação deve aplicar novamente, a partir do
relativamente ao Estado que a formulou após este a retirar momento em que tal ocorrer, as disposições constantes de
em conformidade com o artigo 63.º Se a Assembleia da qualquer acordo ou Regulamento Sanitário Internacional
Saúde aceitar a reserva, o presente Regulamento entra em referidos no artigo 58.º no qual fora, anteriormente, Parte.
vigor relativamente a tal Estado, sujeito à referida reserva.
ARTIGO 65.º
ARTIGO 63.º (Notificações pelo Director Geral)
(Retirada de uma recusa e de uma reserva)
1. O Director Geral notifica todos os Estados Membros e
1. Uma recusa formulada nos termos do artigo 61.º pode, Membros associados da OMS, bem como outras Partes em
em qualquer momento, ser retirada por um Estado mediante qualquer um dos acordos ou Regulamentos Sanitários Inter-
notificação dirigida ao Director Geral. Nesse caso, o regula- nacionais referidos no artigo 58.º, da adopção do presente
mento entra em vigor, relativamente a esse Estado, à data da regulamento pela Assembleia Geral da Saúde.
recepção pelo Director Geral da notificação, salvo se o
Estado formular uma reserva aquando da retirada da recusa. 2. O Director Geral notifica, igualmente, tais Estados,
Nesse caso, o regulamento entra em vigor conforme previsto bem como qualquer outro Estado que se tenha tornado Parte
no artigo 62.º Em caso algum o regulamento entra em vigor no presente Regulamento ou em qualquer alteração ao pre-
relativamente a esse Estado antes de decorrido um prazo de sente Regulamento, de qualquer notificação recebida pela
24 meses após a data da notificação referida no n.º 1 do OMS em aplicação dos artigos 60.º a 64.º, respectivamente,
artigo 59.º bem como de qualquer decisão tomada pela Assembleia
Mundial da Saúde em aplicação do artigo 62.º
2. Uma reserva pode, no todo ou em parte, ser retirada a
qualquer momento pelo Estado Parte em causa, mediante ARTIGO 66.º
(Textos autênticos)
uma notificação dirigida ao Director Geral. Nesse caso, a
retirada produz efeitos a contar da data da recepção, pelo
Director Geral, da notificação. 1. Os textos nas línguas árabe, chinês, espanhol, francês,
inglês e russo do presente Regulamento são igualmente
ARTIGO 64.º autênticos. Os originais do presente Regulamento estão
(Estados não Membros da OMS) depositados nos arquivos da OMS.