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DIÁRIO DA REPÚBLICA

Quinta-feira, 25 de Novembro de 2010 I Série — N.º 223

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número — Kz: 190,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURAS O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Diário da Ano da República 1.ª e 2.ª séries é de Kz: 75,00 e para a
As três séries . … … … … Kz: 400 275,00 3.ª série Kz: 95,00, acrescido do respectivo
República››, deve ser dirigida à Imprensa
A 1.ª série … … … … … Kz: 236 250,00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Nacional — E. P., em Luanda, Caixa Postal 1306 A 2.ª série … … … … … Kz: 123 500,00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na Tesouraria
— End. Teleg.: ‹‹Imprensa›› A 3.ª série … … … … … Kz: 95 700,00 da Imprensa Nacional — E. P.

I M P R E N S A N A C I O N A L - E. P. Observações:
Rua Henrique de Carvalho n.º 2 a) estes preços poderão ser alterados se houver
Caixa Postal N.º 1306 uma desvalorização da moeda nacional, numa
———
proporção superior à base que determinou o seu
C I R C U LA R
cálculo ou outros factores que afectem conside-
Excelentíssimos Senhores: ravelmente a nossa estrutura de custos;
b) as assinaturas que forem feitas depois de 15 de
Havendo necessidade de se evitarem os inconvenientes Dezembro de 2011 sofrerão um acréscimo de
que resultam para os nossos serviços do facto das respectivas uma taxa correspondente a 15%;
assinaturas no Diário da República não serem feitas com a c) aos organismos do Estado que não regularizem os
devida oportunidade. seus pagamentos até 15 de Dezembro do ano em
curso não lhes serão concedidas a crédito as
Para que não haja interrupção no fornecimento do Diário assinaturas do Diário da República, para o ano
da República aos estimados clientes, temos a honra de de 2011.
informá-los que estão abertas, a partir desta data até 15 de

SUMÁRIO
Dezembro de 2010, as respectivas assinaturas para o ano
2011, pelo que deverão providenciar a regularização dos seus
pagamentos junto dos nossos serviços.
Presidente da República
1. Os preços das assinaturas do Diário da República, no Decreto Presidencial n.º 263/10:
território nacional, passam a ser os seguintes: Aprova o Regulamento Sobre a Organização, Exercício e Funcionamento
do Comércio a Retalho.
As 3 séries ............................................. Kz: 440 375,00
1.ª série .................................................. Kz: 260 250,00
2.ª série .................................................. Kz: 135 850,00
3.ª série ................................................. Kz: 105 700,00 PRESIDENTE DA REPÚBLICA
–––––
2. As assinaturas serão feitas apenas no regime anual.
Decreto Presidencial n.º 263/10
3. Aos preços mencionados no n.º 1 acrescer-se-á um de 25 de Novembro

valor adicional para portes de correio por via normal das três
séries, para todo o ano, no valor de Kz: 95 975,00, que poderá Atendendo a que a Lei das Actividades Comerciais regula
sofrer eventuais alterações em função da flutuação das taxas e disciplina o exercício da actividade dos Comerciantes e dos
a praticar pela Empresa Nacional de Correios de Angola-E. P. que actuam por conta destes;
no ano de 2011. Os clientes que optarem pela recepção dos
Diários da República através do correio deverão indicar o Havendo necessidade de se regular a organização, exer-
seu endereço completo, incluindo a Caixa Postal, a fim de se cício e funcionamento do Comércio a Retalho, com vista a
evitarem atrasos na sua entrega, devolução ou extravio. ajustá-lo às exigências de um País em desenvolvimento;
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O Presidente da República decreta, nos termos das dis- CAPÍTULO II


posições combinadas da alínea l) do artigo 120.° e do n.° 3 do Actividades Comerciais, Comerciantes
artigo 125.° da Constituição da República de Angola, o e Rede Comercial
seguinte: SECÇÃO I
Classificação
Artigo 1.º — É aprovado o Regulamento Sobre a Orga-
ARTIGO 3.º
nização, Exercício e Funcionamento do Comércio a Retalho, (Actividade comercial)
anexo ao presente diploma e que dele faz parte integrante.
1. É havida como actividade comercial a retalho aquela
Art. 2.º — As dúvidas e omissões que resultarem da inter- que consiste na aquisição de produtos de determinado ramo
pretação e aplicação do presente Decreto Presidencial são de actividade e posterior venda directa aos consumidores em
resolvidas pelo Presidente da República. superfícies comerciais e nas modalidades definidas no pre-
sente Regulamento, ou em outros lugares permitidos por lei.
Art. 3.º — O presente Decreto Presidencial entra em vigor
na data da sua publicação. 2. As actividades comerciais a retalho classificam-se em
comércio geral, comércio precário, comércio feirante e
comércio ambulante.
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda,
aos 29 de Setembro de 2010.
3. As actividades de comércio a retalho enumeradas no
Publique-se. número anterior têm lugar nas circunstâncias previstas na Lei
n.° 1/07, relativamente a cada uma delas.
Luanda, aos 5 de Novembro de 2010.
ARTIGO 4.º
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. (Comerciantes)

——————— Para efeitos do presente Regulamento, os comerciantes


classificam-se em retalhistas de comércio geral, de comércio
REGULAMENTO SOBRE A ORGANIZAÇÃO, precário, de comércio ambulante, de comércio feirante e ven-
EXERCÍCIO E FUNCIONAMENTO dedores de banca de mercado.
DO COMÉRCIO A RETALHO
ARTIGO 5.º
(Comerciante retalhista de comércio geral)
CAPÍTULO I
Disposições Gerais Comerciante retalhista de comércio geral é aquele que
adquire ao produtor ou ao grossista mercadorias, para as ven-
ARTIGO 1.º der ao consumidor final.
(Objecto)
ARTIGO 6.º
(Comerciante retalhista precário)
O presente Regulamento tem por objecto o estabeleci-
mento do regime jurídico geral para a organização, exercí- Comerciante a título precário é aquele que exerce a acti-
cio, disciplina e funcionamento da actividade de comércio a vidade comercial a retalho em estabelecimento comercial de
retalho e a regulamentação das práticas comerciais no domí- construção não convencional ou provisória, localizado na
nio das modalidades de promoção de vendas, modalidades zona suburbana ou rural.
de vendas e vendas especiais.
ARTIGO 7.º
(Comerciante retalhista ambulante)
ARTIGO 2.º
(Âmbito de aplicação)
Comerciante retalhista ambulante é aquele que exerce a
actividade comercial a retalho de forma não sedentária, nos
O presente Regulamento aplica-se às pessoas singulares locais por onde passa, ou em zonas que lhe sejam previa-
e colectivas que pratiquem actos de comércio a retalho. mente definidas pela entidade competente.
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ARTIGO 8.º ARTIGO 12.°


(Comerciante retalhista feirante) (Hipermercados)

Hipermercados são espaços comerciais que possuem uma


Comerciante retalhista feirante é aquele que exerce a
área utilizável para exposição e venda em regime de auto-
actividade comercial a retalho de forma não sedentária, em
-serviço superior a 2000m2, dos quais pelo menos 50% são
locais cobertos ou descobertos, em instalações não fixas.
reservados a produtos alimentares, dotados de parque de
ARTIGO 9.º
estacionamento de viaturas e podendo ter estação de serviço
(Vendedor retalhista de banca de mercado) automóvel, posto de venda de combustível e lubrificantes,
restaurantes e parques de diversão.
Vendedor retalhista de banca de mercado é aquele que
ARTIGO 13.°
exerce a actividade comercial a retalho, em bancas de mer- (Centros comerciais)
cado, de forma sedentária.
Centros comerciais são espaços comerciais integrados por
SECÇÃO II vários estabelecimentos comerciais que reúnam cumulativa-
Organização e Funcionamento da Rede do Comércio a Retalho mente os seguintes requisitos:

ARTIGO 10.° a) Possuir uma área bruta mínima de 500m2 e um


(Rede comercial) número mínimo de 12 lojas de venda a retalho ou
de prestação de serviços mercantis que prossigam
1. A rede comercial de retalho é o conjunto de actividades actividades diversificadas e especializadas, ins-
e infra-estruturas comerciais que assegura a comercialização taladas em comunidade num único edifício, ou
ou venda de produtos num território e que se organiza e fun- em pisos contínuos e interligados de um edifício;
ciona de acordo com as normas estabelecidas no presente b) Possuir uma gestão única que zele pela implemen-
regulamento. tação, direcção e coordenação dos serviços
2. O comércio a retalho realiza-se em infra-estruturas comuns, bem como pela fiscalização do cumpri-
comerciais que se classificam segundo a sua dimensão, mento da regulamentação interna;
podendo ser grandes, médias e pequenas superfícies comer- c) Observar um período de funcionamento de abertura
ciais. e encerramento das diversas lojas de modo
comum, com excepção das que, pela especifici-
3. Superfície comercial é o conjunto de infra-estruturas dade da sua actividade, se afastem do funciona-
comerciais de venda ao público que se caracteriza por reali- mento usual das actividades instaladas.
zarem a maioria das vendas em regime de auto-serviço, em
que as mercadorias a vender, convenientemente embaladas e ARTIGO 14.º
(Mercados municipais urbanos)
tendo afixado o respectivo preço, se encontram à vista e ao
alcance dos clientes, os quais, servindo-se a si próprios, os 1. Mercados municipais urbanos são infra-estruturas
levam à caixa registadora, para efectuarem o pagamento, e comerciais de construção definitiva de venda a retalho pre-
por venderem cada espécie de produto não embalado em sec- dominantemente de produtos frescos, organizando-se em
ção diferenciada. postos fixos de venda independentes, chamados bancas de
mercado.
4. A rede comercial integra igualmente estabelecimentos
que, não dispondo de auto-serviço, funcionam nos moldes do 2. Os mercados municipais urbanos podem ser criados e
comércio tradicional. organizados sob a forma de mercados municipais permanen-
tes, mercados municipais ambulantes, mercados municipais
SUBSECÇÃO I de grande dimensão, mercados municipais de média dimen-
Grandes Superfícies Comerciais a Retalho
são e mercados municipais de pequena dimensão.
ARTIGO 11.° 3. Mercados municipais permanentes são recintos pró-
(Grandes superfícies comerciais)
prios demarcados com instalações definitivas e fixas.
1. Consideram-se grandes superfícies comerciais os espa- 4. Mercados municipais ambulantes são mercados que
ços comerciais de venda a retalho que disponham de uma não dispõem de instalações próprias.
área de exposição e venda contínua superior a 2000m2 ou o
conjunto de estabelecimentos de comércio a retalho que, não 5. Mercados municipais de grande dimensão são espaços
dispondo daquela área contínua, integrem no mesmo espaço comerciais com área igual ou superior a 27 000m2.
uma área de venda superior a 3000m2.
6. Mercados municipais de média dimensão são espaços
comerciais com área igual ou superior 18 000m2.
2. As grandes superfícies dividem-se em hipermercados,
centros comerciais, mercados municipais urbanos e mer- 7. Mercados municipais de pequena dimensão são espa-
cados municipais rurais. ços comerciais com área igual ou superior 8000m2.
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SEBSECÇÃO II SECÇÃO III


Médias Superfícies Comerciais a Retalho Comércio Tradicional e Precário

ARTIGO 15.° ARTIGO 21.°


(Mercados municipais rurais) (Estabelecimento comercial tradicional)

Mercados municipais rurais são espaços comerciais de Estabelecimento comercial tradicional é a infra-estrutura
construção definitiva ou provisória de venda a retalho de pro- comercial em que mais de 50% do volume de vendas se rea-
dutos artesanais e agro-pecuários, organizando-se em postos liza através de contacto directo entre vendedor e comprador,
fixos de venda independentes, chamados bancas de mercado. sem utilização do sistema de auto-serviço.
ARTIGO 22.°
ARTIGO 16.° (Estabelecimento comercial precário)
(Média superfície comercial)
Estabelecimento comercial precário é o espaço comercial
1. Considera-se média superfície comercial a infra- de construção provisória ou não convencional, localizado em
-estrutura dedicada ao comércio a retalho em regime de auto- zonas suburbanas e rurais e que realiza vendas a retalho.
-serviço e que disponha de uma superfície de exposição e
venda ao público igual ou superior a 20m2 e inferior a 200m2. CAPÍTULO III
Condições para o Exercício da Actividade Comercial
2. As médias superfícies comerciais organizam-se sob a
forma de supermercados. SECÇÃO I
Requisitos de Acesso à Actividade Comercial a Retalho
ARTIGO 17.°
ARTIGO 23.°
(Supermercados)
(Pessoa singular e colectiva)
Supermercados são estabelecimentos de venda ao público 1. Pode exercer a actividade comercial a retalho toda a
que possuem uma área utilizável para exposição e venda pessoa singular ou colectiva, nacional ou estrangeira, desde
entre os 200 e 2000m 2, dos quais pelo menos 60% são que:
reservados a produtos alimentares.
a) Tenha capacidade civil e comercial nos termos da
SUBSECÇÃO III legislação comercial em vigor;
Pequena Superfície Comercial b) Possua estabelecimento comercial a retalho, na
qualidade de proprietário ou arrendatário;
ARTIGO 18.°
(Pequena superfície comercial) c) Não esteja inibida do exercício do comércio por
falência ou insolvência;
1. Considera-se pequena superfície comercial aquela que d) Não esteja inibida do exercício do comércio por
utilizando o sistema de auto-serviço e dedicando-se ao sentença transitada em julgado, ou por decisão
comércio a retalho, disponha de uma superfície de exposição em processo de transgressão.
e venda ao público igual ou superior a 100m2 e inferior a
2. Para além do preenchimento dos requisitos exigidos no
200m2 ou que, dispondo de uma área inferior a 100m2 utilize
número anterior, a pessoa singular ou colectiva estrangeira
o sistema de auto-serviço.
com permanência ou residência legal no País deve:
2. As pequenas superfícies comerciais organizam-se sob a) Possuir estabelecimento comercial a retalho classi-
a forma de minimercados e lojas de conveniência. ficado como média ou grande superfície comer-
cial;
ARTIGO 19.°
(Minimercado) b) Empregar mão-de-obra nacional, nos termos de
legislação laboral sobre a matéria e proporcionar
Minimercado é o espaço comercial de venda a retalho formação técnico-profissional;
com uma área de exposição e venda igual ou superior a 100m2 c) Cumprir os requisitos de funcionalidade, higio-
e inferior a 200m2 que comercialize predominantemente pro- -sanitárias, segurança contra incêndios e de acon-
dutos alimentares, de higiene e de limpeza, utilizando o dicionamento de produtos.
método de venda em livre serviço.
SECÇÃO II
Requisitos das Infra-estruturas para o Exercício
ARTIGO 20.° da Actividade Comercial a Retalho
(Loja de conveniência)
ARTIGO 24.°
Loja de conveniência é o espaço comercial de venda ao (Requisitos gerais)

público, com área de exposição e venda até 100m2, utilizando As infra-estruturas do comércio a retalho devem obser-
o método de venda de livre serviço, com o horário de fun- var os requisitos sobre o estado físico das instalações, fun-
cionamento de pelo menos 18 horas por dia e situando-se de cionalidade, segurança contra incêndio, higiene e segurança
preferência junto dos postos de comercialização de combus- no trabalho, regras de indumentária e regras de higiene pes-
tíveis e lubrificantes. soal.
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ARTIGO 25.º ARTIGO 28.°


(Instalações) (Requisitos de higiene e segurança no trabalho)

Para efeitos do presente Regulamento, o estado físico das Os comerciantes devem, no exercício da sua actividade,
instalações para o exercício da actividade comercial a retalho prevenir a contaminação dos alimentos por parte dos traba-
deve observar os seguintes requisitos: lhadores dos estabelecimentos comerciais a retalho, devendo
para o efeito assegurar que estes mantenham a limpeza no
a) Soalho devidamente cimentado, conservado e per- interior e exterior do estabelecimento e ainda que este e as
manentemente limpo; pessoas que neles trabalham possuam:
b) Paredes completamente rebocadas e pintadas; a) Certificado de habitabilidade;
c) Instalação eléctrica regular; b) Boletim de sanidade;
d) Condições de segurança, obedecendo à legislação c) Atestado de vacinas;
vigente sobre a matéria. d) Atestado médico de pré-emprego.

ARTIGO 26.º ARTIGO 29.°


(Requisitos de funcionalidade) (Regras de indumentária)

Para efeitos do presente Regulamento, as infra-estruturas 1. A indumentária de trabalho é de uso exclusivo para a
para o exercício da actividade comercial a retalho devem pos- manipulação de alimentos, devendo o trabalhador abster-se
suir: de a utilizar fora dos locais de trabalho e é constituída pelo
seguinte:
a) Área de amostragem dos produtos; a) Botas de borracha ou sapatos próprios para a indu-
b) Prateleiras e expositores suficientes; mentária, laváveis e de cor branca, nas secções
c) Separadores de produtos em função da sua natu- de perecíveis onde haja manipulação de produ-
reza; tos a granel ou não embalados;
d) Condições de conservação para aqueles produtos b) Calças e botas, de acordo com o uniforme ou farda
que exigem tal cuidado; definidos para cada secção;
e) Estrados; c) Touca ou boné a cobrir o cabelo do pessoal que
f) Espaço suficiente para circulação do pessoal encar- labora nas secções de perecíveis onde haja mani-
regue de arrumação dos produtos; pulação de produtos a granel, ou não embalados;
g) Áreas de armazenamento e de venda, perfeitamente d) Aventais de material impermeável e lavável, quando
delimitadas; se justifique;
h) Utensílios em número suficiente e adequados aos e) Luvas, quando se justifique.
produtos comercializados.
2. Os trabalhadores das secções alimentares devem pos-
ARTIGO 27.° suir cacifos individuais em vestiários limpos e em bom
(Requisitos de segurança contra incêndio)
estado, com compartimentos distintos para a roupa e calçado,
no qual devem guardar os seus haveres pessoais e o vestuá-
1. Os requisitos de segurança contra incêndio visam
reduzir o risco de incêndio, limitar a propagação do fogo e rio de trabalho, no final de cada jornada laboral.
garantir a evacuação rápida e segura das pessoas. 3. Os vestiários devem estar sempre limpos e em bom
estado e os cacifos devem manter-se sempre fechados.
2. As infra-estruturas comerciais e de prestação serviços
mercantis devem ter características de construção e ser feitas ARTIGO 30.°
de materiais adequados aos fins referidos no número anterior (Regras de higiene pessoal)
e além disso possuir: 1. Durante o manuseamento de alimentos e outros pro-
dutos, os trabalhadores envolvidos nessa tarefa devem, obri-
a) Portas de evacuação; gatoriamente:
b) Revestimentos adequados;
c) Instalações eléctricas; a) Conservar as mãos e antebraços limpos e as unhas
d) Instalações que utilizem combustíveis líquidos ou cortadas e limpas;
gasosos; b) Lavar as mãos, unhas e antebraços com água e
e) Sistema de ventilação; soluto desinfectante apropriado, antes de iniciar
f) Ascensores; o trabalho e durante este, após cada refeição, e
g) Meios de alarme; sempre que utilizem as instalações;
h) Planos de emergência; c) Abster-se de tossir ou espirrar para cima de pro-
i) Meios de extinção de incêndios (extintores e bocas dutos;
de incêndio). d) Abster-se de cuspir nas áreas de trabalho;
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e) Manter as feridas ou ferimentos nas mãos ou braços ARTIGO 35.°


(Requisitos higiénicos e técnicos)
cobertas com pensos estanque e, no caso de se
situarem nos dedos, utilizar uma dedeira ou luvas
de borracha; 1. O estabelecimento comercial de venda de carne e seus
f) Abster-se de fumar ou comer nos locais de trabalho derivados deve possuir:
e nas instalações sanitárias. a) Sistema de ventilação adequado, que permita a fácil
2. Durante o horário de trabalho nas secções alimentares renovação do ar;
é expressamente proibida a utilização do seguinte: b) Iluminação que garanta boas condições de visibili-
dade, sem alterar o aspecto e coloração das car-
a) Relógios ou pulseiras; nes, com lâmpadas instaladas com armadura de
b) Anéis, incluindo alianças, fios, brincos ou outro tipo protecção.
de adornos;
c) Ganchos para o cabelo para segurar as toucas. 2. No que respeita a paredes e tectos, o estabelecimento
de venda de carne e seus derivados deve observar o seguinte:
SUBSECÇÃO I
Requisitos Específicos de Estabelecimentos Comerciais a) Ter paredes de altura não inferior a três metros e as
de Venda de Carne e seus Derivados paredes e tectos revestidos, até dois metros de
ARTIGO 31.° altura, de material liso, impermeável e resistente
(Estabelecimentos) ao choque;
b) A restante extensão das paredes e o tecto devem ser
A carne e seus derivados podem ser comercializados:
lisos laváveis, pintados de cor clara, com arestas
a) Em estabelecimentos especializados denominados e ângulo de superfície arredondados.
talhos; 3. O chão do estabelecimento deve ser liso, impermeá-
b) Noutros estabelecimentos do ramo alimentar; vel, constituído por material resistente ao choque, imputres-
c) Em unidades móveis de venda. cível, de fácil lavagem e desinfecção, e estar dotado de rolos
e ter um declive que facilite o escoamento de águas.
ARTIGO 32.º
(Requisitos)
4. As instalações sanitárias devem ser isoladas dos locais
Para efeitos do presente Regulamento, os requisitos em que se manipula e vende a carne e seus derivados, e ainda:
específicos de estabelecimentos comerciais de venda de
a) Possuir ventilação própria;
carne e seus derivados são os seguintes:
b) Estar separadas por sexos;
a) Requisitos de localização; c) Possuir vestiários, estar equipados com chuveiro e
b) Requisitos das instalações; cacifos individuais, seccionados para colocação
c) Requisitos higiénicos e técnicos; do calçado;
d) Requisitos relativos aos equipamentos. d) Possuir lavatórios em número suficiente, providos
de torneiras de comando não manual.
ARTIGO 33.°
(Localização) 5. O estabelecimento deve dispor de um sistema de abas-
tecimento de água potável, ligado à rede de abastecimento
Os estabelecimentos comerciais de venda de carne e seus público ou a sistema privado com origem devidamente con-
derivados não podem estar localizados na proximidade de trolada, devendo as instalações ser providas de redes de água
focos de insalubridade ou poluição, ou que libertem cheiros, quente e fria, sendo algumas das torneiras dotadas de dispo-
poeiras, fumos, ou gases susceptíveis de contaminar ou alte- sitivo que permita a adopção de mangueira.
rar as carnes.
6. As instalações devem possuir sistema de esgotos ligado
ARTIGO 34.°
(Requisitos das instalações) ao colector público ou a sistema individual de tratamento,
nos termos da legislação aplicável.
O estabelecimento de venda de carne e seus derivados
deve possuir: ARTIGO 36.º
(Requisitos do equipamento obrigatório)
a) Superfície e dimensão adequada, de modo a que
todas as operações de conservação, preparação, 1. As mesas de corte devem ser em material inócuo e
acondicionamento, exposição, pesagem e venda resistente, que permita a raspagem e seja de fácil lavagem e
se possam efectuar facilmente e em boas condi- desinfecção, nos casos em que não possam ser usadas como
ções de higiene; balcão de venda ao público.
b) Área proporcional à importância do talho, nomea-
damente variedade de produtos que se pretende 2. O balcão deve ser de material liso, impermeável,
vender. resistente ao choque e de fácil lavagem e desinfecção.
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3. Os meios frigoríficos devem ser em número e de dimen- determinar um prazo, até 60 dias, para este corrigir as irre-
são suficiente para conservação e exposição das carnes, e gularidades detectadas.
ainda:
3. A falta de correcção das irregularidades detectadas é
a) Ser instalados de modo a permitir a livre circula- passível de sanção, nos termos da Lei das Actividades Comer-
ção do ar à sua volta e a saída fácil para o exte- ciais e demais legislação aplicável.
rior do ar que atravessa o condensador;
b) Possuir indicadores de temperatura; SUBSECÇÃO II
Requisitos Específicos para Estabelecimentos Comerciais
c) Possuir câmaras com alarme ou lâmpada indica- de Venda de Pescado e seus Derivados
dora, colocada no exterior, para alertar sempre
ARTIGO 39.°
que a porta não fique completamente fechada e
(Estabelecimentos)
de accionamento interior, para abertura em
situação de emergência. O pescado e seus derivados podem ser comercializados:

4. Os lavatórios devem ser equipados com torneira de a) Em estabelecimentos especializados denominados


comando não manual. peixarias;
b) Noutros estabelecimentos do ramo alimentar e
5. O estabelecimento deve possuir meios de protecção efi- superfícies comerciais, nas condições previstas
cazes contra a entrada de insectos e roedores, devendo as no presente Regulamento;
janelas ser protegidas com rede mosquiteira removível para c) Em unidades móveis de venda.
limpeza.
ARTIGO 40.°
6. O estabelecimento deve possuir varões e ganchos de (Requisitos)
suspensão da carne em material inalterável, devendo ser
colocados de modo a evitar que as carnes suspensas contac- Os requisitos específicos dos estabelecimentos comer-
tem entre si, ou com o pavimento. ciais de venda de pescado e seus derivados são os seguintes:

a) Requisitos de localização;
7. Os estabelecimentos devem possuir sala de desmancha b) Requisitos das instalações;
que possibilite o acondicionamento de carne fresca para c) Requisitos do equipamento obrigatório.
venda.
ARTIGO 41.°
8. Nos mercados municipais pode existir uma única sala (Requisitos de localização)
de corte e desossa, comum aos vários talhos do mercado.
Os estabelecimentos de venda de pescado e seus deriva-
ARTIGO 37.° dos não podem estar localizados perto de instalações ou locais
(Venda de carne em estabelecimentos não especializados) onde se libertem cheiros, poeiras, fumos ou gases susceptí-
A exposição de venda de carnes pode, para além dos talhos, veis de contaminar ou alterar o pescado.
realizar-se noutros estabelecimentos do ramo alimentar,
ARTIGO 42.°
superfícies comerciais, hipermercados, supermercados, cen- (Requisitos das instalações)
tros comerciais, minimercados, charcutarias e mercearias,
desde que: 1. Os pavimentos do estabelecimento de venda de pes-
cado devem ser anti-deslizantes, de superfície unida, não
a) Se trate de carnes pré-embaladas; absorvente e impermeável à humidade, com declive para fácil
b) Os estabelecimentos tenham frigoríficos adequados escoamento das águas de lavagem e de líquidos residuais,
exclusivamente para conservação e exposição que devem ser canalizados para a rede de esgotos ou fossa
destas carnes; séptica, sendo as bocas de escoamento providas de ralo e de
c) As carnes pré-embaladas, naturalmente, provenham fechadura hidráulica.
de estabelecimentos legalmente autorizados a fazer
a desmancha e acondicionamento das mesmas. 2. As paredes devem ser revestidas, até à altura de l,80m
e a toda a largura, por material impermeável liso e lavável e
ARTIGO 38.° o restante da sua extensão, bem como o tecto, devem ser
(Inspecção) constituídos por material de fácil limpeza e desinfecção, com
1. A inspecção dos locais de venda de carnes deve ser os ângulos e as arestas arredondados.
periódica e compete aos serviços de veterinária, que podem 3. As portas devem ser em materiais inalteráveis e fáceis
pedir colaboração aos órgãos competentes dos Ministérios de limpar.
da Agricultura e do Desenvolvimento Rural e do Comércio.
4. Para a ventilação, os estabelecimentos devem ter dis-
2. Sempre que os inspectores encontrem deficiências nos positivos de ventilação permanente, permitindo que o ar cir-
locais de venda devem comunicar tal facto ao comerciante e cule por todas as dependências.
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5. As instalações sanitárias devem ser arejadas e com ARTIGO 46.°


(Localização)
ligação à rede de esgotos ou fossa séptica.

6. Para lavagem do pescado e do estabelecimento, as ban- 1. Os estabelecimentos especializados de venda de pão e


cadas devem dispor de água potável corrente, quente e fria, seus derivados não podem coincidir com os locais de habita-
em abundância. ção, ou com dependências que abram para áreas de habitação.
ARTIGO 43.°
(Requisitos do equipamento obrigatório) 2. As áreas de fabrico, caso existam, têm de estar separa-
das da área de venda e em local a que o público não tenha
O estabelecimento destinado à venda de produtos de acesso.
pesca e derivados deve ser dotado do seguinte equipamento:
ARTIGO 47.°
a) Móveis e utensílios em materiais laváveis e apro- (Requisitos das instalações)
priados;
b) Mesas, bancadas e prateleiras destinadas à exposi- 1. Os estabelecimentos comerciais especializados de
ção e venda de pescado cujas superfícies devem venda de pão devem possuir:
ser de material duro e liso, não poroso ou absor-
vente e ter um declive não inferior a 3%, ou dis- a) Pavimento facilmente lavável (mármore ou outro
positivo que permita o fácil escoamento dos material análogo);
líquidos; b) Paredes e tectos impermeáveis, lisos e de fácil lim-
c) Recipientes metálicos, estanques e de oclusão per- peza;
feita, para a recolha dos desperdícios; c) Nas padarias, balcão para manipulação, embalagem
d) Armários, mostruários ou expositores frigoríficos e entrega dos produtos ao consumidor;
com temperatura adequada à boa conservação do d) Vestiário sem acesso directo ao local de venda,
pescado; dotado de água corrente e instalações sanitárias,
e) Dispositivo para limpeza dos instrumentos, do com ventilação adequada;
material e das instalações; e) Prateleiras, estantes ou vitrinas para armazena-
f) Torneiras dos lavabos e das zonas de trabalho pro- mento e exposição do pão.
vidas de comando não manual;
g) Dispositivos de protecção contra ratos e insectos; 2. O estabelecimento está dispensado de possuir um ves-
h) Iluminação suficiente. tuário próprio se estiver integrado numa unidade que tenha
instalações adequadas.
SUBSECÇÃO III
Requisitos Específicos para Estabelecimentos Comerciais ARTIGO 48.°
de Venda de Pão e seus Derivados (Requisitos dos materiais)

ARTIGO 44.° 1. Os estabelecimentos comerciais especializados na


(Estabelecimentos) venda de pão e seus derivados devem possuir balcões e
estantes em materiais duros, totalmente lisos.
1. O pão e seus derivados não embalados podem ser comer-
cializados: 2. Qualquer outro material que possa entrar em contacto
com o pão deve:
a) Em estabelecimentos especializados denominados
padarias, boutiques de pão e depósitos de venda a) Ser facilmente lavável e desinfectável;
de pão; b) Não conter substâncias tóxicas ou contaminantes;
b) Noutros estabelecimentos do ramo alimentar, com c) Não alterar as características do pão;
secções especializadas; d) Ter composição adequada ao fim a que se destina.
c) Em unidades móveis.
SUBSECÇÃO IV
Requisitos Específicos para Estabelecimentos Comerciais
2. O pão embalado pode ser vendido em qualquer outro
de Venda de Medicamentos e Produtos Farmacêuticos
estabelecimento do ramo alimentar.
ARTIGO 49.°
ARTIGO 45.° (Estabelecimentos)
(Requisitos específicos)
Os requisitos específicos para os estabelecimentos comer-
Os requisitos específicos de estabelecimentos comerciais ciais de venda de medicamentos e produtos farmacêuticos
de venda de pão e seus derivados são os seguintes: são:

a) Requisitos de localização; a) Requisitos de construção;


b) Requisitos das instalações físicas; b) Requisitos higio-sanitários;
c) Requisitos dos materiais. c) Requisitos de mobiliário.
I SÉRIE — N.º 223 — DE 25 DE NOVEMBRO DE 2010 3669

ARTIGO 50.° mínima de 0,70m do solo e ser construídos com


(Requisitos de construção) material facilmente lavável;
Os estabelecimentos comerciais de venda de medica- b) Na exposição dos produtos é obrigatório separar os
mentos e produtos farmacêuticos devem ter todas as divisões produtos alimentares dos de natureza diferente,
cimentadas ou ladrilhadas, os tectos estucados e as paredes bem como, de entre cada um deles, os que de
do laboratório e anexo revestidas de azulejos brancos até à algum modo possam ser afectados pela proximi-
altura de 2m. dade dos outros;
ARTIGO 51.° c) Quando não estejam expostos para a venda, os pro-
(Requisitos higio-sanitários) dutos alimentares devem ser guardados em
lugares adequados para preservação das suas
1. Os estabelecimentos comerciais de venda de medica- condições higiénicas e sanitárias;
mentos e produtos farmacêuticos devem observar as seguintes d) Na embalagem ou acondicionamento dos produtos
condições higio-sanitárias e de salubridade mínimas exigidas: alimentares só pode ser usado papel ou outro
material que não tenha sido utilizado e que não
a) Possuir água corrente, um ou mais lavadouros, contenha desenhos, pinturas e dizeres impressos
lavatório de louça vidrada ou de aço inoxidável, ou escritos no lado interior.
para lavagem de material e higiene das mãos e
utensílios de limpeza; SECÇÃO III
Requisitos Específicos do Comércio Ambulante
b) Possuir instalações sanitárias.
ARTIGO 55.°
2. É obrigatório o uso de bata branca, irrepreensivelmente (Exclusividade)
limpa, por todo o pessoal técnico, quando ao serviço na far-
mácia. 1. A actividade do comércio ambulante é exclusivamente
ARTIGO 52.° exercida por pessoas singulares não licenciadas para o exer-
(Requisitos de mobiliário) cício de outras actividades comerciais.
1. Os estabelecimentos comerciais de venda de medica- 2. O exercício da actividade de venda ambulante é vedado
mentos e produtos farmacêuticos devem possuir: às sociedades ou seus mandatários e aos comerciantes em
nome individual.
a) Mesas de trabalho cobertas com ardósia, mármore,
fórmica, aço inoxidável ou outro material com 3. A proibição do número anterior não se aplica à distri-
idênticas características, mesas e suportes para buição domiciliária efectuada por conta de comerciantes com
instalação e armários especiais para medicamen- estabelecimento fixo, nem à venda de lotarias, jornais e outras
tos e substâncias medicinais; publicações periódicas.
b) Armários envidraçados para guarda de medica-
ARTIGO 56.°
mentos expostos na sala de atendimento ao (Identificação do vendedor ambulante)
público;
c) Vestiário fechado com cacifos individuais para O vendedor ambulante deve exibir de forma visível para
arrecadação da roupa de uso externo do pessoal o público os seus dados de identificação e o cartão de ven-
da farmácia; dedor ambulante emitido pela Administração Municipal ou
d) Todo o mobiliário referido nas alíneas anteriores Comunal da área em que está autorizado a exercer o seu
deve ser pintado a branco. comércio, bem como o endereço para o qual podem ser
remetidas reclamações dos consumidores.
SUBSECÇÃO V
Requisitos Específicos para os Estabelecimentos ARTIGO 57.°
do Comércio Precário (Requisitos de higiene e salubridade)

ARTIGO 53.°
1. No transporte, arrumação, exposição e arrecadação dos
(Requisitos das instalações)
produtos é obrigatória a separação entre alimentos de natu-
O comércio precário é exercido em instalações de cons- reza diferente, bem como, nos alimentos da mesma natureza,
trução não convencional ou provisória, construídas com entre os que de algum modo possam ser afectadas pela pro-
material de fácil remoção, nas zonas suburbanas e rurais. ximidade dos outros.
ARTIGO 54.° 2. Quando não estejam expostos para venda, os produtos
(Requisitos de higiene e salubridade) alimentares devem ser guardados em lugares adequados à
preservação do seu estado e em boas condições de higiene e
O estabelecimento do comércio precário deve observar
salubridade.
as seguintes condições de higiene e salubridade:

a) Os tabuleiros, balcões ou bancadas utilizados para 3. As autoridades sanitárias devem formular instruções,
exposição, venda ou arrumação de produtos ali- impondo as medidas de higiene e salubridade a observar
mentares deverão estar colocadas a uma altura pelos vendedores ambulantes.
3670 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. A venda ambulante de produtos alimentares de origem 2. O exercício da actividade de comércio feirante é vedado
animal só é permitida quando esses produtos sejam prepara- às sociedades e seus mandatários e aos comerciantes em
dos em estabelecimentos legalmente licenciados. nome individual.
ARTIGO 58.° ARTIGO 61.°
(Embalagem de produtos) (Identificação do feirante)

Na embalagem ou acondicionamento de produtos ali- Os tabuleiros, bancadas, pavilhões, veículos, reboques ou


mentares, só pode ser usado papel ou outro material que não quaisquer outros meios utilizados na venda devem conter,
afixada em local visível ao público, a identificação do titular,
tenha sido utilizado e que não contenha desenhos, pinturas
domicílio e número do respectivo cartão de feirante.
ou dizeres, impressos ou escritos na parte interior.
SUBSECÇÃO I ARTIGO 62.°
Produtos Proibidos no Comércio Ambulante (Exposição de produtos alimentares)

ARTIGO 59.° 1. Os tabuleiros, balcões ou bancadas, utilizados para a


(Produtos proibidos) exposição, venda ou arrumação dos produtos alimentares
É expressamente proibida a venda, no comércio ambu- devem estar colocados a uma altura mínima de 0,70m do solo
lante, dos seguintes produtos: e ser construídos com material facilmente lavável.

a) Carnes verdes, ensacadas, fumadas e miudezas 2. As pessoas que intervenham no adicionamento, trans-
comestíveis; porte ou venda de produtos alimentares devem ser, obrigato-
b) Medicamentos e produtos farmacêuticos; riamente, portadoras de cartão de sanidade nos termos da
c) Desinfectantes, insecticidas, fungicidas, herbicidas, legislação em vigor.
pesticidas, raticidas e semelhantes;
SECÇÃO V
d) Sementes, plantas, ervas medicinais e respectivos Requisitos Específicos dos Mercados Municipais Urbanos
preparos;
ARTIGO 63.°
e) Móveis, artigos de mobiliário, colchoaria e antigui-
(Requisitos)
dades;
f) Aparelhagem radioeléctrica, máquinas e utensílios Para efeitos do presente Regulamento, os requisitos espe-
eléctricos ou a gás, candeeiros, lustres, seus aces- cíficos de mercados municipais urbanos são os seguintes:
sórios ou partes separadas e material para insta-
a) Requisitos de identificação do vendedor de banca
lação eléctrica;
de mercado municipal;
g) Instrumentos musicais, discos e afins ou outros
b) Requisitos das instalações.
artigos musicais, seus acessórios e partes sepa-
radas; ARTIGO 64.°
h) Material de construção, metais e ferragens; (Requisitos de identificação do vendedor de banca de mercado)
i) Veículos automóveis, reboques, velocípedes com ou
sem motor e seus acessórios; O vendedor de banca de mercado municipal deve ser titu-
j) Combustíveis líquidos, sólidos, gasosos e álcool lar de cartão de vendedor de mercado urbano, passado pela
desnaturado; Administração Municipal.
k) Instrumentos profissionais, científicos e aparelhos
ARTIGO 65.°
de medida e verificação;
(Requisitos das instalações)
l) Material para fotografia, cinema, artigos de óptica,
relojoaria e respectivas peças separadas ou aces- O comércio exercido nos mercados municipais urbanos
sórios; é realizado em infra-estruturas de construção definitiva de
m) Armas, munições, pólvora e quaisquer outros venda a retalho, com acentuada predominância de produtos
materiais explosivos ou detonantes, bem como frescos, organizando-se em postos de venda independentes
qualquer outra arma que venha a ser proibida por denominados por bancas de mercado e lojas.
legislação específica;
n) Moedas e notas de banco. SECÇÃO VI
Requisitos Específicos dos Mercados Municipais Rurais
SECÇÃO IV
Requisitos Específicos do Comércio Feirante ARTIGO 66.°
(Requisitos)
ARTIGO 60.°
(Exclusividade) 1. O comércio exercido nos mercados municipais rurais é
realizado em infra-estruturas de construção definitiva ou
1. A actividade do comércio feirante é exclusivamente provisória de venda a retalho de produtos artesanais e agro-
exercida por pessoas singulares não licenciadas para o exer- -pecuárias, organizando-se em postos fixos de venda inde-
cício de outras actividades comerciais. pendentes denominados por bancas de mercado.
I SÉRIE — N.º 223 — DE 25 DE NOVEMBRO DE 2010 3671

2. Os mercados municipais rurais podem ser designados ARTIGO 71.°


(Instrumentos de peso e medida)
por mercados rurais de produtos agrícolas, de gado ou de
mercados mistos. Os comerciantes devem em todas as suas transacções
utilizar instrumentos de peso e medida nos termos da Lei
3. Nos mercados de gado ou mistos, deve sempre partici-
n.° 17/02, de 13 de Dezembro, dos Padrões de Pesos e
par na fiscalização um funcionário dos serviços veterinários.
Medidas.
ARTIGO 67.°
ARTIGO 72.°
(Criação e localização dos mercados rurais)
(Preços de bens e serviços mercantis)
1. Compete às autoridades administrativas locais, após 1. Os produtos destinados à venda a retalho devem ter afi-
autorização do Executivo, a criação dos mercados rurais. xado o respectivo preço de venda ao consumidor (preço total,
2. Na escolha dos espaços para a localização dos merca- incluindo todas as taxas, emolumentos e despesas).
dos rurais devem ser tidas em conta as distâncias a percorrer 2. A afixação de preços deve ser feita em dígitos de modo
pelas populações, as vias de acesso para concentração dos visível, inequívoco, fácil e perfeitamente legível, através de
produtos e para a sua drenagem ou escoamento, e a densi- letreiros, etiquetas, listas, cartazes ou outros meios aceitá-
dade populacional que o mercado pode beneficiar. veis, de acordo a natureza dos produtos a comercializar.
ARTIGO 68.°
(Instalação e apetrechamento dos mercados rurais) SECÇÃO II
Garantia de Bens e Serviços Pós-Venda
1. Os mercados rurais realizam-se de preferência em ARTIGO 73.°
recintos vedados e se possível cobertos. (Bens de consumo)

2. Os mercados rurais devem ser apetrechados de balan- Na comercialização de bens de consumo, o comerciante
ças e outros instrumentos de peso e medida devidamente afe- deve garantir a rotulagem em língua portuguesa, o cumpri-
ridos, necessários ao seu funcionamento. mento de normas gerais de segurança, salubridade, inocui-
dade, qualidade, higiene e segurança alimentar, a indicação
3. A instalação e apetrechamento dos mercados consti- da data de fabrico e uma durabilidade mínima por 50% do
tuem encargos das autoridades administrativas locais. tempo referido como do prazo de validade, a data limite de
ARTIGO 69.° consumo, a composição, as condições especiais de conserva-
(Transporte) ção ou o modo de emprego, a origem e demais características
1. O transporte dos produtos para os mercados rurais deve e informações que permitam a escolha correcta e consciente
ser efectuado pelos vendedores e compradores sob a sua de produtos pelo consumidor e a salvaguarda da saúde
inteira responsabilidade, devendo os governos provinciais pública.
proporcionar as vias de acesso. ARTIGO 74.°
(Bens de equipamento ou duradouros)
2. Havendo excedente de produção em determinada
província, o Governo Provincial deve comunicar esse facto a Na comercialização de bens de equipamento ou dura-
outros governos provinciais e ao Ministério do Comércio, douros, os comerciantes e concessionários devem garantir:
para o seu escoamento a nível nacional. a) Assistência técnica pós-venda, incluindo reparação
CAPÍTULO IV ou substituição gratuita durante um prazo mínimo
de garantia de um ano, contado a partir da data de
Oferta, Preços e Garantia de Bens
recepção do artigo pelo consumidor;
e Serviços Mercantis
b) Fornecimento ao consumidor de catálogos e manuais
SECÇÃO I de instruções, características técnicas e informa-
Oferta de Bens e Serviços Mercantis ções em português sobre o uso, manejo e garan-
ARTIGO 70.° tia de assistência pós-venda, assim como o
(Rotulagem de produtos) fornecimento de peças de reposição durante um
prazo mínimo de cinco anos a contar da data em
1. Os bens e serviços objecto de oferta no mercado nacio-
que o modelo do produto deixe de ser fabricado
nal devem conter na rotulagem as indicações obrigatórias e
ou importado, com vista ao prolongamento da
as informações sobre as características essenciais dos produ-
vida útil do equipamento ou bem duradouro;
tos destinados a venda ao público, em língua portuguesa, sem
c) Entrega de talão, recibo ou factura no acto da tran-
prejuízo da sua reprodução noutras línguas, para acautelar a
sacção;
saúde e a segurança dos consumidores.
d) Informação ao consumidor sobre possíveis defei-
2. As indicações e informações redigidas em língua estran- tos do artigo, bem, ou equipamento imputáveis
geira podem ser mantidas, desde que as menções obrigatórias ao fabricante, e o preço a praticar em face disso;
e destinadas a acautelar a saúde e segurança dos consumi- e) Aplicação obrigatória do sistema de código de bar-
dores sejam também redigidas em língua portuguesa. ras para controlo de preços, origem e qualidade
3672 DIÁRIO DA REPÚBLICA

de produtos nacionais e importados, comerciali- SECÇÃO II


Procedimentos para o Exercício de Modalidades
zados em Angola;
de Promoção de Venda
f) Aceitação, pelos fornecedores de bens e serviços,
do princípio de devolução do bem ou equipa- ARTIGO 79.°
mento vendido com defeito. (Autorização)

O exercício das modalidades de promoção de vendas está


CAPÍTULO V
sujeito a autorização prévia, ocasional e específica, a reque-
Modalidades de Promoção de Venda rer junto das entidades competentes para o licenciamento da
SECÇÃO I actividade comercial e de prestação de serviços mercantis.
Práticas Comerciais com Redução de Preço
ARTIGO 80.°
ARTIGO 75.° (Anúncio de venda)
(Classificação)
1. Na oferta para venda de produtos com redução de preço
As práticas comerciais com redução de preço classificam- deve ser indicada de forma visível e inequívoca a modali-
-se em venda, em saldo, venda em liquidação e venda em dade de venda a realizar, bem como o tipo de produtos e as
recompensa. respectivas percentagens de redução.

ARTIGO 76.° 2. No anúncio de venda com redução de preço deve cons-


(Venda em saldo) tar o período de duração.
1. A venda em saldo só pode realizar-se no final de cada 3. É proibido anunciar como oferta de venda, com redu-
uma das estações do ano. ção de preço, os produtos adquiridos após a data de início da
venda com redução, mesmo que o seu preço venha a ser igual
2. É proibida a venda em saldo de produtos expressa- ao praticado durante o período de redução.
mente adquiridos para esse efeito, presumindo-se em tal
situação os produtos adquiridos e recebidos no estabele- 4. Os produtos anunciados com redução de preço devem
cimento comercial pela primeira vez, ou no mês anterior ao estar separados dos restantes produtos à venda no estabele-
período em que vigorar a redução de preços. cimento comercial.
5. Os produtos que estejam a ser vendidos com redução
3. Os produtos à venda em saldo não podem ter sido, no de preço devem ter uma validade, se for o caso, nunca infe-
decurso do mês anterior ao início do período de saldos, rior a 15 dias.
objecto de qualquer oferta de venda com redução de preço
ARTIGO 81.°
ou de condições mais vantajosas. (Preço de referência)

ARTIGO 77.° 1. A redução de preço anunciada deve ser real, por refe-
(Venda em liquidação) rência ao preço anteriormente praticado para o mesmo pro-
duto ou por referência ao preço a praticar após o período de
A venda de produtos em liquidação ocorre num dos
redução, quando se trate de produto não comercializado
seguintes casos:
anteriormente no mesmo estabelecimento.
a) Cumprimento de decisão judicial; 2. Entende-se por preço anteriormente praticado, para
b) Cessação total ou parcial da actividade comercial; efeitos do número anterior, o preço mais baixo efectivamente
c) Mudança de ramo; praticado para o respectivo produto no mesmo local de
d) Trespasse ou cessão de exploração do estabeleci- venda, durante um período continuado de 30 dias anteriores
mento comercial; ao início do período de redução.
e) Realização de obras que, pela sua natureza, impli-
3. Incumbe ao comerciante a prova documental do preço
quem a liquidação total ou parcial das existên-
anteriormente praticado.
cias;
f) Danos nas existências por motivos de força maior; ARTIGO 82.°
g) Ocorrência de entraves importantes à actividade (Afixação de preços)
comercial.
Sem prejuízo do disposto na Lei n.° 1/07, de 14 de Maio,
ARTIGO 78.° das Actividades Comerciais, a afixação de preços nas práti-
(Venda com recompensa)
cas comerciais com redução de preço, obedece ao seguinte:
Venda com recompensa é a venda que tem por finalidade
dar a conhecer produto ou artigo novo, ou aumentar a venda a) Os letreiros, etiquetas ou listas devem exibir, de
dos existentes, ou ainda desenvolver um ou vários estabe- forma bem visível, o preço actual e o anterior-
lecimentos, mediante a oferta de um artigo ou grupo de mente praticado ou, em substituição deste último,
artigos. a percentagem de redução;
I SÉRIE — N.º 223 — DE 25 DE NOVEMBRO DE 2010 3673

b) Tratando-se de um conjunto de produtos perfeita- ARTIGO 86.°


(Declaração de liquidação)
mente identificados, deve ser indicada, em subs-
tituição do preço actual, a percentagem de 1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a venda
redução uniformemente aplicada ou um preço sob a forma de liquidação fica sujeita a uma declaração diri-
único para o conjunto referido; gida pelo comerciante à Direcção Nacional do Comércio
c) Tratando-se do lançamento de um produto não comer- Interno, ou à Direcção Provincial do Comércio da Província
cializado anteriormente no estabelecimento, deve em que se situa o estabelecimento comercial.
constar o preço promocional e o preço efectivo a
praticar findo o período promocional; 2. A declaração referida no número anterior é remetida
d) Tratando-se de venda de produtos com condições àquele organismo até 15 dias antes da data prevista para o
promocionais deve constar o preço anterior e o início da liquidação, por carta registada com aviso de recep-
preço promocional, o período de duração da pro- ção, fax ou correio electrónico, da qual conste:
moção e, caso existam, os encargos inerentes as
mesmas. a) A identificação e domicílio do comerciante ou sede
do estabelecimento;
ARTIGO 83.°
(Obrigações do comerciante) b) Número do alvará comercial;
c) Factos que justificam a realização da liquidação;
No exercício da modalidade de promoção de venda o d) Identificação dos produtos à venda;
comerciante deve: e) Identificação da data de início e fim do período da
a) Anunciar o esgotamento do produto com indicação liquidação, que não deve exceder 90 dias;
da sua espécie e marca e dar por terminada a res- f) Número de inscrição no Cadastro Comercial.
pectiva operação de venda com redução de
3. A liquidação dos produtos deve processar-se no esta-
preço;
belecimento onde os mesmos são habitualmente comerciali-
b) Aceitar todos os meios de pagamento habitualmente
zados.
disponíveis, não podendo efectuar qualquer alte-
ração ao preço aplicado ao produto em função do 4. Caso não seja possível processar a liquidação nos ter-
meio de pagamento utilizado. mos do disposto no número anterior, o comerciante deve
ARTIGO 84.° comunicar à Direcção Nacional do Comércio Interno, ou à
(Substituição do produto) Direcção Provincial do Comércio da Província em que se
O comerciante pode, mediante acordo com o consumi- situa o estabelecimento comercial as razões que a impedem.
dor, proceder à substituição do produto adquirido, indepen- ARTIGO 87.°
dentemente do motivo, desde que: (Prazo para nova liquidação)

a) O estado de conservação do produto corresponda O mesmo comerciante não pode proceder a nova liqui-
ao do momento em que o mesmo foi adquirido dação no mesmo estabelecimento, antes de decorrido o prazo
no estabelecimento pelo consumidor; de dois anos sobre a realização da liquidação anterior.
b) O consumidor apresente o comprovativo da com-
pra, com indicação expressa da possibilidade de ARTIGO 88.°
(Fiscalização e instrução dos processos)
ser efectuada a substituição do produto;
c) A substituição seja efectuada nos primeiros cincos A fiscalização do cumprimento do disposto no presente
dias úteis a contar da data da aquisição do pro- Capítulo e a instrução dos processos de contravenção, são da
duto. competência do Gabinete de Inspecção das Actividades
Comerciais do Ministério do Comércio.
ARTIGO 85.º
(Produtos com defeito) CAPÍTULO VI
1. A venda de produtos com defeito deve ser anunciada de Modalidades de Venda
forma inequívoca por meio de letreiros ou rótulos. SECÇÃO I
Classificação
2. Os produtos com defeito devem estar expostos em local
ARTIGO 89.°
previsto para o efeito e destacados dos restantes produtos. (Classificação)
3. Nos produtos com defeito deve ser colocada uma eti- As modalidades de venda classificam-se em comércio
queta que assinale de forma precisa o respectivo defeito. electrónico, televenda e certames comerciais ou feiras.
ARTIGO 90.°
4. A inobservância do disposto nos n.os 1 e 3 impõe ao (Comércio electrónico)
comerciante a obrigação de troca do produto por outro que
preencha a mesma finalidade ou a devolução do respectivo A modalidade de venda de comércio electrónico será
valor, mediante a apresentação do comprovativo de compra. objecto de regulamentação própria.
3674 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 91.° ARTIGO 97.°


(Televenda) (Venda à distância)

A televenda, venda a retalho exercida por correspondên- 1. A autorização de vendas à distância compete aos órgãos
cia, através de televisão ou outros sistemas de comunicação, licenciadores da Actividade Comercial e de Prestação de Ser-
está sujeita à comunicação e autorização prévia dos órgãos viços Mercantis, mediante apresentação do Alvará Comer-
licenciadores da actividade comercial e de prestação de ser- cial.
viços mercantis, mediante apresentação do Alvará Comer-
cial. 2. Numa operação de venda de bens e serviços à distân-
cia, o consumidor deve ser informado, de maneira clara e ine-
ARTIGO 92.° quívoca, nomeadamente sobre os seguintes elementos:
(Proibições)

a) Identidade do vendedor ou fornecedor;


1. São proibidas as operações de venda em hasta pública
b) Preço;
realizadas através de televisão, ou de outros sistemas de
c) Quantidade;
comunicação social.
d) Identificação e características do produto;
e) Duração exacta da validade do produto;
2. É igualmente proibido o envio de produtos ao consu-
f) Modalidades de pagamento;
midor, se não for efectuado na sequência de pedido espe-
g) Prazo de entrega;
cífico.
h) Prazo de reflexão e validade da proposta;
ARTIGO 93.°
i) Modalidades, seja de retoma, seja de restituição do
(Excepção) produto, incluindo os eventuais custos envol-
vidos.
Sem prejuízo do referido no número anterior, é permitido
o envio de amostras de produtos ou ofertas, sem encargos 3. A venda à distância só fica concluída após um prazo
para o consumidor. de reflexão de sete dias úteis, a contar do dia seguinte ao dia
da entrega.
ARTIGO 94.°
(Certames comerciais ou feiras) 4. Antes da entrega e durante o prazo de reflexão, o con-
sumidor tem o direito de notificar o vendedor da renúncia à
Certames comerciais ou feiras são manifestações de compra.
carácter comercial que têm como objectivo a exposição,
difusão e promoção comercial de bens ou serviços, com vista 5. Sem prejuízo da legislação ou princípios sobre crédito
a facilitar a aproximação entre a oferta e a procura, de modo ao consumo aplicáveis à venda a prestações, nenhum paga-
conducente à realização de transacções comerciais e ao mento por conta ou qualquer outro tipo de pagamento pode
potenciamento da transparência do mercado. ser exigido ao consumidor, antes do termo do prazo de reflexão.

CAPÍTULO VII ARTIGO 98.°


Vendas Especiais e Vendas Proibidas (Proibições)

SECÇÃO I É proibida a oferta para venda ou a venda à distância a


Classificação das Vendas Especiais pessoas hospitalizadas em estabelecimentos psiquiátricos e
médico pedagógicos.
ARTIGO 95.°
(Classificação) ARTIGO 99.°
(Venda ocasional)
As vendas especiais classificam-se em venda ao domicí-
lio, venda à distância, venda ocasional, venda de promoção, 1. A venda ocasional é efectuada pelo comerciante reta-
venda ambulante e venda em leilão. lhista a fim de vender rapidamente as suas mercadorias por
motivo de cessação da actividade comercial, cedência da
ARTIGO 96.° empresa, transferência da empresa para outro local, transfor-
(Venda ao domicílio) mações ou renovação do estabelecimento.

A venda a retalho de produtos ao domicílio do consu- 2. A venda ocasional pode ser realizada em qualquer
midor, está sujeita a comunicação e autorização prévia dos altura do ano, desde que previamente comunicada e autori-
órgãos licenciadores da Actividade Comercial, mediante zada pelos Órgãos Licenciadores da Actividade Comercial,
apresentação do Alvará Comercial. mediante apresentação comprovativo dos factos invocados.
I SÉRIE — N.º 223 — DE 25 DE NOVEMBRO DE 2010 3675

3. Na venda ocasional, a baixa de preços ou descontos duto desejado, a identificação do proprietário da máquina, o
efectuados devem ser expressos em percentagem sobre o número de inscrição, o endereço e os números de telefone
preço normal de venda que deve, em qualquer caso, encon- para os quais se possam dirigir reclamações.
trar-se afixado.
ARTIGO 104.°
ARTIGO 100.° (Recuperação do pagamento)
(Venda de promoção)

Todas as máquinas de venda automática devem permitir


Os produtos em promoção não podem estar deteriorados a recuperação automática da importância introduzida, no caso
ou ser de qualidade inferior aos produtos que vão ser objecto de não ser fornecido o artigo solicitado.
de futura oferta a preço normal.
ARTIGO 105.°
ARTIGO 101.° (Responsabilidade)
(Venda em leilão)

No caso de as máquinas estarem instaladas em local des-


1. Venda em Leilão é aquela que consiste em propor,
tinado ao funcionamento de empresas ou de profissionais
pública e irrevogavelmente, dentro do prazo concedido para
liberais, essas empresas e profissionais liberais respondem
o efeito, a venda de bem a favor de quem faça, mediante sis-
solidariamente com o proprietário da máquina perante o com-
tema de lances, a melhor oferta de preço a partir de um
prador, pelo cumprimento das obrigações derivadas da venda
mínimo inicialmente fixado, ou mediante ofertas descenden-
tes efectuadas no decurso do mesmo ano, num período de automática.
tempo previamente fixado.
SECÇÃO II
Classificação das Vendas a Retalho Proibidas
2. O disposto no presente artigo aplica-se tanto às vendas
efectuadas por empresas que se dedicam habitualmente a esta ARTIGO 106.°
actividade, como às vendas por comerciantes retalhistas. (Classificação)

3. A bolsa de valores, assim como os leilões judiciais e 1. Vendas a retalho proibidas são as vendas de mercado-
administrativos, regem-se por legislação específica. rias fornecidas por pessoas que não sejam comerciantes.

4. O anúncio de venda em leilão deve conter a descrição 2. As vendas proibidas classificam-se em vendas com pre-
fiel dos objectos a leiloar, a respectiva identificação e menção juízo, vendas em pirâmide, vendas de artigos deteriorados e
do facto de serem verdadeiros ou simples imitações, certifi- vendas forçadas.
cada por perito qualificado.
ARTIGO 107.°
ARTIGO 102.° (Venda com prejuízo)
(Venda automática)

1. Venda com prejuízo é a venda a preço inferior ao preço


1. Venda automática é uma das formas de distribuição
a que o produto foi facturado aquando do aprovisionamento,
retalhista pela qual se põe à disposição do consumidor o pro-
ou ao qual seria facturado em caso de novo aprovisiona-
duto ou serviço, para que este o adquira mediante o accio-
mento.
namento de qualquer tipo de mecanismo e pagamento
antecipado do seu custo.
2. É proibida a oferta para venda, ou a venda de qualquer
produto com prejuízo.
2. A instalação de máquinas de venda automática está
sujeita à autorização específica a solicitar aos órgãos Licen-
ARTIGO 108.°
ciadores da Actividade Comercial e Prestação de Serviços (Venda em pirâmide)
Mercantis.
1. Venda em pirâmide é a venda realizada pelo processo
ARTIGO 103.°
(Informações obrigatórias) denominado «em cadeia ou em pirâmide», assim como qual-
quer outro análogo, o qual consiste na oferta ao público de
Em todas as máquinas de venda automática devem figu- produtos ou serviços a preço inferior ao seu valor de mer-
rar com clareza o nome do produto, o preço e tipo de notas cado ou gratuitamente, na condição de o consumidor conse-
ou moedas que aceitam, as instruções para obtenção do pro- guir a adesão de outras pessoas.
3676 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. É proibida a venda em pirâmide qualquer que seja o c) Quando se tenha por objectivo o escoamento de
processo utilizado. produtos susceptíveis de deterioração rápida e
cuja conservação não pode ser assegurada;
ARTIGO 109.°
(Artigos deteriorados) d) Aos produtos especialmente oferecidos para venda
com vista a responder a necessidade momentâ-
1. Artigos deteriorados são aqueles em que o prazo de nea do comprador, quando cessou o aconteci-
validade ou as condições de consumo já se encontrem ultra- mento ou a situação temporária que determinou
passados. essa necessidade e se for manifesto que os pro-
dutos em causa não podem ser vendidos em con-
2. É proibida a venda de artigos deteriorados. dições normais do comércio;
e) Aos produtos cujo valor comercial esteja substan-
ARTIGO 110.°
(Venda forçada) cialmente diminuído devido à sua deterioração,
à redução das suas possibilidades de utilização,
1. Venda forçada é o procedimento pelo qual, na falta de ou a uma modificação fundamental da técnica;
resposta do consumidor a uma oferta ou proposta que lhe f) Quando o preço do produto é alinhado, por razões
tinha sido dirigida, se presume a sua aceitação, ou o processo de concorrência, pelo preço geralmente praticado
de envio de um produto a uma pessoa sem o seu pedido pré- por outros comerciantes relativamente ao mesmo
vio, convidando-a a adquiri-lo contra o pagamento do preço
produto.
ou, caso não o faça, a devolvê-lo ao expedidor, ainda que sem
despesas para o consumidor.
CAPÍTULO VIII
2. É proibida a realização de vendas forçadas. Fiscalização, Inspecção, Taxas e Penalidades

3. É igualmente proibido o fornecimento de um serviço a ARTIGO 112.°


(Órgãos competentes para a fiscalização e inspecção)
uma pessoa, sem o seu pedido prévio, convidando-a a aceitá-
-lo contra o pagamento do seu preço.
1. Compete ao Gabinete de Inspecção das Actividades
4. A venda prevista nos números anteriores, não vincula Comerciais do Ministério do Comércio e dos Governos
o consumidor ao comprimento de qualquer obrigação. Provinciais, sem prejuízo de outros órgãos, velar pelo cum-
primento do disposto no presente Regulamento e demais
ARTIGO 111.°
(Excepção) legislação complementar.

As proibições de vendas previstas neste capítulo não se 2. As infracções ao disposto no presente Regulamento são
aplicam: punidas nos termos da Lei n.° 1/07, de 14 de Maio e demais
legislação complementar.
a) Aos produtos vendidos em liquidação;
b) Aos produtos vendidos em saldo; O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.

O. E. 727 — 11/223—1500 ex. — I.N.-E.P. — 2010

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