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º 208
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 3.825,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
da República», deve ser dirigida à Imprensa
As três séries . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 734 159.40 a 3.ª série Kz: 95.00, acrescido do respectivo
Nacional - E.P., em Luanda, Rua Henrique de
A 1.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 433 524.00 imposto do selo, dependendo a publicação da
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www.imprensanacional.gov.ao - End. teleg.: A 2.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 226 980.00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na tesouraria
«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 180 133.20 da Imprensa Nacional - E. P.
dade tendente à satisfação de uma necessidade c) Os contratos de locação ou aquisição de bens imó-
colectiva em que a responsabilidade pelo finan- veis;
ciamento, investimento, exploração e riscos d) Os contratos cujo procedimento de formação ou
associados incubem, no todo ou em parte ao cuja execução sejam regulados por lei especial,
parceiro privado; no tocante às matérias abrangidas por tal lei;
r) Procedimento Dinâmico Electrónico — procedi-
e) Os contratos celebrados com Empreiteiro, forne-
mento de contratação pública, desencadeado
cedor de bens ou prestador de serviços que seja,
na plataforma electrónica, em que a Entidade
ele próprio, uma Entidade Pública Contratante,
Pública Contratante permite a qualquer inte-
ressado participar na qualidade de concorrente, salvo quando na actividade económica por si
mediante apresentação de preços; desenvolvida ele se submeta à lógica do mer-
s) Proposta — documento pelo qual o concorrente cado e da livre concorrência;
manifesta à Entidade Pública Contratante a von- f) Os contratos de aquisição de serviços financeiros
tade de contratar e indica as condições em que se relativos à emissão, à compra e à venda ou à
dispõe a fazê-lo. transferência de títulos ou outros produtos finan-
ARTIGO 6.º ceiros, bem como os serviços prestados pelo
(Entidades Públicas Contratantes)
Banco Nacional de Angola.
Para efeitos da presente Lei, são Entidades Públicas 2. Ficam excluídos da presente Lei os contratos cele-
Contratantes: brados pelas Empresas Públicas e Empresas de Domínio
a) O Presidente da República, os Órgãos da Adminis- Público que não se enquadrem na alínea d) do n.º 1 do
tração Central e Local do Estado, a Assembleia artigo 2.º, excepto os contratos de concessões administrati-
Nacional, os Tribunais, a Procuradoria Geral da vas, bem como as cessões de posições contratuais ou cessões
República, as Instituições e Entidades Adminis- de direito de exploração de bens de serviços públicos.
trativas Independentes e as Representações de 3. Ficam, igualmente, excluídos quaisquer dos seguintes
Angola no Exterior; serviços jurídicos:
b) As Autarquias Locais;
a) Representação por advogado:
c) Os Institutos Públicos;
i. Numa arbitragem ou conciliação realizada em
d) Os Fundos Públicos;
território angolano ou perante uma instância
e) As Associações Públicas;
internacional de arbitragem ou conciliação;
f) As Empresas Públicas e as Empresas com Domínio
ii. Em processos judiciais perante os tribunais,
Público, conforme definidas na Lei;
autoridades públicas ou perante instituições
g) Os organismos de direito público, considerando-
internacionais.
-se como tais quaisquer pessoas colectivas que,
b) Aconselhamento jurídico prestado em preparação
independentemente da sua natureza pública
de qualquer dos processos referidos na alínea a)
ou privada, prossigam o interesse público sem
ou quando haja indícios concretos e uma grande
carácter comercial ou industrial e que na sua
prossecução sejam controladas ou financiadas probabilidade de a questão à qual o aconselha-
pelo Estado Angolano com recurso à afectação mento diz respeito se tornar o objecto desses
do Orçamento Geral do Estado. processos, desde que o aconselhamento seja
ARTIGO 7.º
prestado por um advogado.
(Exclusão de aplicação) 4. Na formação e na execução dos contratos referidos
1. Ficam excluídos do âmbito de aplicação da presente nos números anteriores, as Entidades Públicas Contratantes
Lei, quaisquer que sejam os seus valores: ficam vinculadas a observar os princípios gerais da pre-
a) Os contratos celebrados por força de regras de uma sente Lei e os que regem a actividade administrativa, salvo
organização internacional de que a República de quando tal se oponha à natureza ou ao objecto do contrato.
Angola é parte; 5. A formação e a execução dos contratos excluídos
b) Os contratos que, nos termos da Lei, sejam do âmbito de aplicação da presente Lei, conforme referi-
declarados secretos ou cuja execução deva ser dos nos números anteriores, estão sujeitos à fiscalização,
acompanhada de medidas especiais, de discrição auditoria e à supervisão de mérito, na óptica de custo bene-
e de segurança e os relativos à aquisição de fício, do Órgão responsável pela Regulação e Supervisão da
armamento e técnica militar e policial relativos Contratação Pública, e demais entidades, salvo quando tal se
à defesa ou à segurança do Estado; oponha à natureza ou ao objecto do contrato.
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d) Práticas criminais, tais como ameaças a pessoas ou 3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, são
entidades, tendo em vista coagi-las a participar puníveis, nos termos da lei, as denúncias falsas efectuadas
ou não, em procedimentos de contratação; com dolo ou grave negligência.
e) Quaisquer outras práticas, ética ou socialmente, 4. Sempre que qualquer participação se mostre infun-
censuráveis. dada, a Entidade Pública Contratante deve, logo após o
2. A Entidade Pública Contratante que tenha conheci- conhecimento da falsidade da denúncia, repor a situação que
mento de alguma das práticas previstas no número anterior existiria caso não tivesse ocorrido a denúncia.
deve:
CAPÍTULO III
a) Excluir a proposta apresentada por esse interessado Órgão Responsável pela Regulação e Supervisão
no procedimento de contratação, notificando-o da Contratação Pública, Portal da Contratação
dos exactos motivos da exclusão; Pública, Cadastro e Certificação de Fornecedores
b) Informar ao Órgão responsável pela Regulação e
ARTIGO 11.º
Supervisão da Contratação Pública, da prática (Órgão responsável pela Regulação e Supervisão
ilegal cometida e da exclusão operada. da Contratação Pública)
3. Sem prejuízo de outros procedimentos, civis, admi- 1. A operacionalidade, regulação, fiscalização, observa-
nistrativos ou criminais, a que tenha lugar, os interessados ção, auditoria e supervisão do sistema da contratação pública
que incorrerem em alguma das práticas previstas no pre- são asseguradas pelo Órgão responsável pela Regulação e
sente artigo podem, ainda, ser impedidos de participar, pelo Supervisão da Contratação Pública.
período de um a três anos, noutros procedimentos de con- 2. As regras sobre a organização, actividade e funciona-
tratação pública e sujeitam-se ao pagamento de uma multa, mento do Órgão responsável pela Regulação e Supervisão
com base nos seguintes critérios: da Contratação Pública são definidas em acto normativo
a) Gravidade da infracção; específico do Presidente da República.
b) Grau de culpabilidade do transgressor; ARTIGO 12.º
c) Prejuízos causados ao interesse público; (Portal da Contratação Pública e Sistema Nacional
da Contratação Pública Electrónica)
d) Carácter reiterado da transgressão;
e) Situação económico-financeira do transgressor. 1. O Portal da Contratação Pública é o meio privile-
4. A aplicação da sanção prevista no n.º 3 deve ser prece- giado para centralização e divulgação de informação sobre o
dida de audiência prévia, notificando-se a parte visada, para Sistema de Contratação Pública.
que no prazo de oito dias, apresente os fundamentos de facto 2. O Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica
para apuramento da verdade material. visa assegurar a desmaterialização da Contratação Pública
5. A instrução e decisão dos processos de aplicação do por meio da realização do processo de formação e execução
impedimento previsto no número anterior, bem como a pro- de contratos públicos, através de Plataformas Electrónicas,
moção da inclusão da entidade sancionada na lista referida podendo ser desenvolvidas e geridas pelo Estado.
no n.º 2 do artigo 57.º, é da competência do Órgão respon- 3. As regras de funcionamento, gestão e de utilização do
sável pela Regulação e Supervisão da Contratação Pública. Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica pelos
6. Da decisão do Órgão responsável pela Regulação e intervenientes do mercado da contratação pública, bem
Supervisão da Contratação Pública cabe recurso judicial. como as regras relativas ao modo de interligação destas com
7. São ineficazes os actos ou negócios jurídicos essen- o Portal da Contratação Públicas são reguladas em acto nor-
cial ou principalmente dirigidos, por meios artificiosos ou mativo específico do Presidente da República.
fraudulentos e com abuso das formas jurídicas, destinados à ARTIGO 13.º
violação do disposto no presente artigo. (Cadastro e certificação de fornecedores)
tado o procedimento de Contratação Emergencial, quando 3. Ao delegado recai o dever de informar por escrito ao
não possam ser comprovadamente cumpridos os prazos ou órgão delegante sobre as razões e os fundamentos, do acto
formalidades previstas para os restantes procedimentos de praticado ao abrigo do número anterior.
contratação pública.
ARTIGO 35.º
2. Para efeitos do número anterior, consideram-se situa- (Associação de Entidades Públicas Contratantes)
ções emergenciais, entre outras, as seguintes:
1. As Entidades Públicas Contratantes podem associar-
a) Catástrofes;
-se entre si com vista à formação de um contrato ou de um
b) Calamidade;
acordo-quadro, cuja execução seja do interesse de todas ou
c) Ravinas;
de que todas possam beneficiar.
d) Ataques cibernéticos;
2. Nos termos do número anterior, as Entidades Públicas
e) Desabamentos;
f) Inundações; Contratantes devem designar qual delas representa a asso-
g) Surtos endémicos, epidémicos ou pandémicos; ciação, através da celebração de um protocolo.
h) Tempestades; 3. Compete ao representante da associação conduzir o
i) Deslizamento de terras. procedimento de contratação que venha a ser escolhido,
ficando-lhe tacitamente cometidos todos os poderes neces-
TÍTULO III sários para esse efeito.
Formação do Contrato
4. As decisões de contratar, de escolha do procedimento,
CAPÍTULO I de qualificação dos candidatos e de adjudicação devem, con-
Disposições Comuns tudo, ser tomadas conjuntamente, pelo órgão competente de
cada uma das Entidades Públicas Contratantes associadas,
SECÇÃO I
Início do Procedimento salvo delegação expressa no representante da associação, de
todos ou de alguns destes poderes, de acordo com as normas
ARTIGO 32.º
(Decisão de contratar) aplicáveis.
1. Os procedimentos de contratação pública iniciam-se SECÇÃO II
com a decisão de contratar, proferida pelo órgão competente Autorização da Despesa
para autorizar a despesa inerente ao contrato a celebrar. ARTIGO 36.º
2. A Entidade Pública Contratante apenas pode tomar a (Competência para autorizar a despesa)
decisão de contratar quando a verba esteja inscrita no seu 1. A competência para a autorização da despesa inerente
orçamento, salvo se constar do anúncio, convite ou pro-
à formação e execução dos contratos abrangidos pelo âmbito
grama do procedimento que a adjudicação esteja dependente
de aplicação da presente Lei é determinada em acto norma-
da aprovação da correspondente inscrição orçamental.
tivo específico do Presidente da República.
3. A decisão de contratar é obrigatoriamente comunicada
pela Entidade Pública Contratante ao Órgão responsável 2. Exceptuam-se do número anterior os órgãos de
pela Regulação e Supervisão da Contratação Pública, com soberania, autarquias locais, entidades administrativas inde-
base no modelo constante do Anexo II da presente Lei. pendentes, cuja competência para autorizar a despesa deve
ARTIGO 33.º ser definida, nos termos das respectivas Leis Orgânicas ou
(Decisão de escolha do procedimento) Estatutos.
1. A decisão de escolha do procedimento de contratação ARTIGO 37.º
pública a adoptar em concreto cabe ao órgão competente (Competência para autorizar a despesa com contratos de seguros)
para a decisão de contratar. 1. Nos casos excepcionais em que seja considerado con-
2. A decisão referida no número anterior é sempre funda- veniente a celebração de contratos de seguro cuja aquisição
mentada, ainda que por remissão para estudos ou relatórios não seja legalmente obrigatória, a respectiva despesa carece
que tenham sido realizados para esse propósito.
de prévia autorização do Presidente da República ou a quem
ARTIGO 34.º delegar, sob proposta do órgão competente para autorizar a
(Delegação de competências)
despesa.
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 44.º, a
2. O disposto no número anterior não se aplica às despe-
competência para a prática de quaisquer actos previstos na
sas com a aquisição de seguros:
presente Lei pode ser delegada ou subdelegada.
2. A resolução ou rescisão dos contratos, celebrados ao a) Que, por imposição de leis locais ou do titular
abrigo do regime do número anterior, não pressupõe nova do direito a segurar, tenham de efectuar-se no
autorização pelo órgão delegante, salvo indicação expressa estrangeiro;
em contrário. b) De bens culturais.
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7. Através de acto normativo específico do Presidente 3. A Comissão de Avaliação deve tomar conhecimento
da República, pode ser criado um modelo administrativo de das peças do procedimento antes do exercício de qualquer
constituição de serviços técnicos especializados em procedi- das competências previstas no n.º 1.
mentos de contratação pública. SECÇÃO IV
Peças do Procedimento
ARTIGO 43.º
(Funcionamento) ARTIGO 45.º
1. Os membros da Comissão de Avaliação iniciam as (Tipos de peças)
suas funções na data indicada no despacho que determina a 1. As peças dos procedimentos são as seguintes:
sua constituição. a) No Concurso Público — o anúncio, o programa do
2. Os membros da Comissão de Avaliação exercem a sua concurso e o caderno de encargos;
actividade com independência e imparcialidade. b) No Concurso Limitado por Prévia Qualificação —
3. A Comissão de Avaliação funciona quando estiver pre- o anúncio, o programa do concurso, o caderno
sente a maioria dos seus membros efectivos. de encargos e o convite para apresentação das
4. As deliberações da Comissão de Avaliação são toma- propostas;
das pela maioria dos votos dos membros presentes, não c) No Concurso Limitado por Convite — o convite
sendo admitidas abstenções. para apresentação das propostas e o caderno de
5. A Comissão de Avaliação pode designar, de entre os encargos;
seus membros ou de entre o pessoal dos serviços da Entidade d) No procedimento de Contratação Simplificada —
Pública Contratante, um secretário a quem compete, desig- o convite para apresentação das propostas e o
nadamente, lavrar as actas. caderno de encargos;
6. Sempre que for necessário, o órgão competente para e) No Procedimento Dinâmico Electrónico — o
a decisão de contratar pode designar peritos ou consultores anúncio.
para apoiarem a Comissão de Avaliação no exercício das f) No Procedimento de Contratação Emergencial — a
suas funções, podendo aqueles participar, mas sem direito a solicitação emergencial.
voto, nas reuniões da Comissão. 2. Quando o contrato tenha por objecto a Aquisição de
7. Nas deliberações em que haja voto de vencido de Serviços de consultoria, o programa do concurso e o caderno
algum dos membros, os motivos que justificam a sua dis- de encargos são substituídos pelos Termos de Referência.
cordância devem constar da respectiva acta, sob a forma de 3. No procedimento especial de concurso para trabalhos
declaração de voto. de concepção, o programa do concurso e o caderno de encar-
ARTIGO 44.º gos são substituídos pelos Termos de Referência, nos termos
(Competência) do artigo 158.º
1. À Comissão de Avaliação compete, nomeadamente: 4. As peças dos procedimentos referidas nos números
a) Prestar os esclarecimentos necessários à boa com- anteriores são aprovadas pelo órgão competente para a deci-
preensão das peças do procedimento; são de contratar.
5. O disposto no programa do concurso prevalece sobre
b) Receber as candidaturas e as propostas;
quaisquer indicações desconformes constantes do anúncio ou
c) Conduzir o acto público do concurso, praticando,
do convite, no Concurso Limitado por Prévia Qualificação.
no seu âmbito, os actos de admissão, de admis-
6. A solicitação emergencial nos termos do disposto na
são condicional e de não admissão de propostas;
alínea f) do n.º 1 pode consistir numa mera fixação de espe-
d) Proceder à apreciação das candidaturas e das pro- cificações técnicas ou numa referência a outros aspectos
postas; essenciais tais como, preço, objecto das obrigações, quali-
e) Elaborar os relatórios de análise e de avaliação das dade, quantidade ou prazo.
candidaturas e das propostas; ARTIGO 46.º
f) Propor ao órgão competente para a decisão de (Programa do concurso)
contratar, a prática dos actos de exclusão de O programa do concurso tem a natureza de regulamento
candidaturas e de propostas, de qualificação de administrativo e define os termos a que obedece todo o pro-
candidatos e de adjudicação de propostas. cedimento até à celebração do contrato.
2. Para além de outras competências que lhe sejam ARTIGO 47.º
atribuídas pela presente Lei, cabe ainda à Comissão de (Caderno de encargos)
Avaliação exercer as competências que lhe sejam delegadas 1. O caderno de encargos é a peça do procedimento que
pelo órgão competente para a decisão de contratar, não lhe contém as cláusulas jurídicas, incluindo as relativas à maté-
sendo, contudo, delegáveis as decisões referidas na alínea f) ria de natureza técnica e financeira, que devem constar do
do número anterior. contrato a celebrar.
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2. Os cadernos de encargos tipo para as categorias de definidores dos projectos de especialidades, os pormenores
contratos mais frequentes são aprovados por acto norma- construtivos indispensáveis para uma exacta e pormenori-
tivo específico do Presidente da República ou de quem este zada definição da obra, os mapas de acabamentos e, quando
delegar. existirem, as plantas de sondagens e os perfis geológicos.
3. Nos casos de manifesta simplicidade das prestações 4. Se não existir estudo geológico do terreno, devem
que constituem o objecto do contrato a celebrar, as cláusulas ser, obrigatoriamente, definidas pela Entidade Pública
do caderno de encargos podem consistir numa mera fixa- Contratante as principais características do mesmo.
ção de especificações técnicas ou numa referência a outros 5. Em caso de desconformidade entre as peças escritas e
aspectos essenciais da execução do contrato, tais como o as peças desenhadas, prevalecem as desenhadas.
preço ou o prazo. 6. Em casos excepcionais, devidamente fundamenta-
4. Nos procedimentos tendentes à formação e execução dos, nos quais o adjudicatário deva assumir, nos termos do
de contratos a serem concretizados mediante Parcerias caderno de encargos, as obrigações de resultado relativas à
Público-Privadas, a Entidade Púbica Contratante pode pre- utilização da obra a realizar ou nos quais a complexidade
ver as condições para eventuais autorizações da entidade técnica do processo construtivo da obra a realizar requeira,
financiadora intervir na gestão do contrato em situações em razão da tecnicidade própria dos concorrentes, a espe-
de incumprimento grave por parte da sociedade de fim cial ligação destes à concepção daquela, a Entidade Pública
específico. Contratante pode prever, como aspecto da execução do con-
ARTIGO 48.º trato a celebrar, a elaboração do projecto de execução, caso
(Convite) em que o caderno de encargos deve ser integrado apenas por
O convite é a peça do procedimento através da qual a um programa base.
Entidade Pública Contratante solicita a apresentação de pro- ARTIGO 50.º
postas aos candidatos qualificados, no caso do Concurso (Especificações técnicas)
Limitado por Prévia Qualificação, ou às entidades por si 1. As especificações técnicas constam do caderno de
escolhidas, no caso do Concurso Limitado por Convite ou encargos e são fixadas por forma a permitir a participação
do procedimento de Contratação Simplificada. dos concorrentes em condições de igualdade e a promoção
ARTIGO 49.º da concorrência.
(Projecto nas empreitadas e nas concessões de obras públicas) 2. As especificações técnicas definem as características
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 47.º, no exigidas a um produto, nomeadamente os níveis de quali-
caso de empreitadas e de concessões de obras públicas dade ou de utilização, a segurança, as dimensões, incluindo
o caderno de encargos inclui um projecto constituído por as prescrições aplicáveis ao produto no que respeita à termi-
peças escritas e desenhadas necessárias para uma correcta nologia, aos símbolos, aos ensaios e aos métodos de ensaio,
definição da obra e execução dos trabalhos, nomeadamente à embalagem, à marcação e à rotulagem e que permitem
as relativas à sua localização, ao volume e ao tipo de traba- caracterizar objectivamente um material, um produto ou um
lhos, ao valor estimado do contrato, à natureza do terreno, ao bem a fornecer de maneira que corresponda à utilização a
traçado geral e a outros pormenores construtivos e técnicos. que é destinado pela Entidade Pública Contratante.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, das peças 3. As especificações técnicas podem ser completadas por
escritas constam, além de outros elementos reputados neces- um protótipo do material ou do elemento, devendo o mesmo
sários, os seguintes: ser expressamente identificado nas peças do procedimento.
a) A memória descritiva; 4. As especificações técnicas podem ser definidas por
b) O mapa de medições, contendo a previsão das referência às normas nacionais ou estrangeiras.
quantidades e da qualidade dos trabalhos neces- 5. As especificações técnicas são definidas por referên-
sários à execução da obra; cia a:
c) O programa de trabalhos, com indicação do prazo a) Especificações técnicas nacionais em matéria de
de execução e eventuais prazos intermédios; concepção e de utilização de produtos, se exis-
d) Os estudos de impacto ambiental, nos termos da tirem;
legislação aplicável; b) Outros documentos, designadamente e por ordem
e) Os estudos de impacto social, legal, económico e/ou de preferência, às normas nacionais que trans-
cultural, que se justifiquem, incluindo as acções põem normas internacionais já aceites, outras
de expropriação a efectuar, os bens e direitos a normas ou condições internas de homologação
adquirir e os ónus ou servidões a impor. técnica nacionais ou a qualquer outra norma.
3. Para efeitos do disposto no n.º 1, das peças desenhadas 6. Sem prejuízo do disposto no n.º 1 e na alínea d) do
constam, além de outros elementos considerados necessá- n.º 2 do artigo 53.º, não é permitido fixar especificações téc-
rios tendo em conta a natureza da obra em causa, a planta de nicas que mencionem produtos de uma dada fabricação ou
localização, as plantas, os alçados, os cortes, os elementos proveniência ou mencionar processos de fabrico particula-
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res cujo efeito seja o de favorecer ou eliminar determinadas para apresentação de propostas e de outras circunstâncias
empresas ou produtos, sendo igualmente proibido utilizar concretas, apenas possam detectar na fase de execução do
marcas, patentes, ou tipos de marca, ou indicar uma origem contrato.
ou uma produção determinada, salvo quando haja impos- 3. A apresentação por qualquer interessado, da lista refe-
sibilidade de descrição das especificações, caso em que é rida no n.º 1, suspende o prazo fixado para a apresentação
permitido o uso daqueles, acompanhados da expressão «ou das propostas desde o termo da metade daquele prazo até
equivalente». à publicitação da decisão prevista no n.º 5 ou, não havendo
ARTIGO 51.º decisão expressa, até ao termo do mesmo prazo.
(Esclarecimentos e rectificações das peças do procedimento) 4. As listas com a identificação dos erros e das
1. Os esclarecimentos necessários à boa compreensão e omissões detectados pelos interessados devem ser disponi-
interpretação das peças do procedimento devem ser solicita- bilizadas a todos aqueles que tenham adquirido as peças do
dos pelos interessados, por escrito, até ao termo do primeiro procedimento.
terço do prazo fixado para a apresentação das candidaturas 5. Até ao termo do prazo fixado para a apresentação das
ou das propostas, consoante o caso, devendo ser prestados propostas, o órgão competente para a decisão de contratar
por escrito, até ao termo do segundo terço do mesmo prazo. deve pronunciar-se sobre os erros e as omissões identifica-
2. O órgão competente para a decisão de contratar pode, dos pelos interessados, considerando-se rejeitados todos os
também, por sua iniciativa, até ao termo do segundo terço que não sejam por ele expressamente aceites.
do prazo fixado para a apresentação das candidaturas ou das 6. A decisão prevista no número anterior deve ser notifi-
propostas, consoante o caso, proceder à rectificação de ele- cada a todos os interessados que tenham adquirido as peças
mentos ou dados constantes das peças do procedimento. do procedimento.
3. Quando os esclarecimentos ou as rectificações previs- SECÇÃO V
tas nos números anteriores sejam comunicados para além Regras de Participação
singulares ou, no caso de se tratar de pessoas Contratação Pública elabora uma lista das pessoas singula-
colectivas, tenham sido objecto de aplicação res ou colectivas que hajam incorrido na situação prevista
daquela sanção administrativa, os titulares dos no número anterior, procedendo à sua divulgação através do
seus órgãos de administração, de direcção ou de Portal da Contratação Pública e do Cadastro de Fornecedores
gerência, e estes se encontrem em efectividade do Estado, para efeitos do disposto na alínea f) do n.º 1 do
de funções, até ao cumprimento da sanção que artigo anterior.
lhes foi aplicada; 3. Compete ao Órgão responsável pela Regulação e
Supervisão da Contratação Pública manter actualizada a
e) Tenham, a qualquer título, prestado, directa ou
lista referida no número anterior, dela retirando qualquer
indirectamente, assessoria ou apoio técnico na
pessoa singular ou colectiva decorridos três anos após a sua
preparação e elaboração das peças do proce- inclusão na mesma.
dimento, susceptível de falsear as condições 4. Da lista referida no n.º 2 constam, ainda, as pessoas
normais de concorrência; singulares ou colectivas às quais haja sido aplicada a sanção
f) Constem da lista elaborada pelo Órgão responsável prevista no n.º 3 do artigo 9.º, durante todo o tempo de dura-
pela Regulação e Supervisão da Contratação ção da sanção.
Pública a que se refere o artigo seguinte. 5. Constitui circunstância agravante, para inclusão na
2. O candidato ou concorrente que se encontre numa das lista prevista no presente artigo, a reincidência na retirada da
situações referidas nas alíneas c), d) e f) do n.º 1 pode provar proposta no prazo fixado para sua manutenção, incluindo a
eventual renovação automática.
que as medidas por si tomadas são suficientes para demons-
6. Após reparação do dano causado à Entidade Pública
trar a sua idoneidade para a execução do contrato e a não
Contratante, o Órgão responsável pela Regulação e
afectação dos interesses que justificam aqueles impedimen- Supervisão da Contratação Pública pode retirar a empresa
tos, não obstante a existência abstracta de causa de exclusão, da lista de empresas incumpridoras, desde que a reparação
nomeadamente através de: seja mediante devolução dos valores ou prestação integral
a) Demonstração de que ressarciu ou tomou medidas dos serviços cujo incumprimento motivou a sua integração
para ressarcir eventuais danos causados pela na lista de empresas incumpridoras e aplicação de multa pre-
infracção penal ou falta grave; vista na presente Lei.
b) Esclarecimento integral dos factos e circunstâncias ARTIGO 58.º
por meio de colaboração activa com as autorida- (Habilitações profissionais)
3. Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 51.º, o c) O modo, o local e o prazo para a apresentação dos
prazo para a apresentação de propostas só pode ser prorro- documentos que constituem as propostas, nos
gado, em casos devidamente fundamentados, por decisão do termos dos artigos 63.º ou 64.º;
órgão competente para a decisão de contratar. d) A data e a hora limite de apresentação das propos-
4. Nos procedimentos tendentes à formação e execu- tas, nos termos do disposto no artigo 65.º;
ção de contratos a serem concretizados mediante Parcerias e) Os documentos de habilitação, nos termos do dis-
Público-Privadas, em função da sua complexidade, a
posto no artigo 59.º;
Entidade Pública Contratante pode fixar prazos superiores
f) Os documentos que constituem as propostas, nos
ao estabelecido no n.º 2 do presente artigo.
termos do disposto no artigo 60.º;
ARTIGO 66.º
(Prazo de manutenção das propostas)
g) Os documentos que constituem as propostas que
podem ser redigidos em língua estrangeira, com
1. Sem prejuízo da possibilidade de fixação de um prazo
menção das línguas admissíveis;
diferente no programa do concurso ou no convite à apre-
sentação de propostas, os concorrentes ficam obrigados a h) A possibilidade de apresentação de propostas
manter as suas propostas durante o prazo de sessenta dias variantes e o número máximo de variantes
contados da data do início do acto público. admitidas;
2. O prazo de manutenção das propostas considera-se i) Caso sejam admitidas propostas variantes, quais
automaticamente prorrogado, por igual período, se os con- as cláusulas do caderno de encargos que podem
correntes não requererem o contrário. ser objecto de variação e em que termos aquelas
devem ser avaliadas, nos termos previstos no
CAPÍTULO II
Concurso Público artigo 61.º;
j) O prazo da obrigação de manutenção das propostas,
SECÇÃO I
Peças do Concurso
se diferente do previsto no n.º 1 do artigo 66.º;
k) O valor da caução prevista no artigo 100.º, quando
ARTIGO 67.º
(Anúncio do concurso)
exigida, bem como os modelos relativos à sua
prestação;
1. O anúncio do Concurso Público é publicado no Diário
l) A data, a hora e o local do início do acto público do
da República, na III Série, e no Portal da Contratação
Pública, sendo elaborado em conformidade com o modelo concurso;
constante do Anexo IV da presente Lei, bem como num jor- m) Se as propostas apresentadas estão ou não sujeitas
nal de grande circulação no país podendo ainda ser dada à negociação e, em caso afirmativo, quais os fac-
publicidade ao concurso através da afixação de editais nas tores ou subfactores do critério de adjudicação
sedes dos Órgãos da Administração Local do Estado. sobre os quais a negociação incide, bem como
2. A publicação do anúncio num jornal de grande circu- se é aplicável o caso previsto na alínea a) ou na
lação no País pode incluir apenas o resumo dos elementos alínea b) do artigo 87.º;
mais importantes constantes do anexo referido no número n) Se houver lugar à realização de um leilão elec-
anterior, desde que seja indicada a data de envio para publi- trónico, as regras e outras informações de
cação no Diário da República. funcionamento do mesmo, nos termos do dis-
3. Entre os elementos a que se refere o número anterior posto no artigo 90.º;
constam obrigatoriamente a morada ou, quando aplicável, o) Caso seja prevista a adopção de uma fase de nego-
o site da internet ou a plataforma electrónica da Entidade
ciação ou de um leilão electrónico, se a mesma
Pública Contratante onde se encontram disponíveis as peças
é aberta a todos os concorrentes cujas propostas
do procedimento.
não sejam excluídas ou restringida aos con-
4. Sempre que, nos termos do disposto no artigo 54.º,
for admitida a participação de pessoas singulares ou colec- correntes cujas propostas foram ordenadas nos
tivas estrangeiras, o anúncio efectuado nos termos do n.º 2 primeiros lugares e, neste último caso, qual o
deste artigo é, também, replicado em meios que, comprova- número de propostas a seleccionar;
damente, levem a informação aos mercados internacionais. p) O critério de adjudicação, bem como quando for
ARTIGO 68.º adoptado o critério da proposta economicamente
(Programa do concurso) mais vantajosa, a explicitação dos factores e
1. O programa do Concurso Público indica: dos eventuais subfactores que o concretizam, a
a) A identificação do concurso; respectiva ponderação e os demais elementos
b) A Entidade Pública Contratante e o órgão que auto- necessários à atribuição de pontuação às propos-
rizou a despesa; tas, materializados numa grelha de avaliação.
6852 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. A alteração da data do acto público deve ser ime- O Presidente da Comissão de Avaliação inicia a sessão
diatamente comunicada aos interessados que procedam à do acto público com as seguintes formalidades:
aquisição das peças do concurso e publicitada pelos meios a) Identificação do concurso e referência ao respec-
que a Entidade Pública Contratante entenda mais conve- tivo anúncio;
nientes, devendo ainda ser junta às peças cópia do acto da b) Leitura da lista dos concorrentes, organizada por
decisão de alteração. ordem de entrada das respectivas propostas;
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6853
c) Abertura dos invólucros exteriores, pela ordem 2. O Presidente da Comissão de Avaliação procede
referida na alínea anterior, ou, se for o caso, seguidamente à leitura da lista das propostas admitidas e das
abertura, pela mesma ordem, dos ficheiros não admitidas, indicando, neste último caso, os respectivos
electrónicos correspondentes, mantendo-se fundamentos.
inviolável os documentos ou os ficheiros elec- 3. A Comissão de Avaliação delibera sobre as eventuais
trónicos, consoante o caso, constitutivos das reclamações apresentadas pelos concorrentes relativamente
propostas. à admissão ou não admissão de propostas.
ARTIGO 74.º
4. Cumprido o disposto nos números anteriores, o
(Não admissão de concorrentes) Presidente da Comissão de Avaliação encerra o acto público,
1. Não são admitidos os concorrentes: dando cumprimento ao disposto no n.º 6 do artigo 72.º
a) Cujas propostas não tenham sido recebidas no ARTIGO 78.º
(Recurso hierárquico)
prazo fixado;
b) Que não cumpram as formalidades relativas ao 1. Das deliberações da Comissão de Avaliação sobre
modo de apresentação das propostas, nos termos as reclamações deduzidas no acto público pode o interes-
do disposto no artigo 63.º ou 64.º; sado recorrer para o Titular do Departamento Ministerial
2. Tomadas as deliberações referidas nos números ante- competente, quando o contrato se destinar a ser celebrado
riores, o Presidente da Comissão de Avaliação procede pelo Estado ou para o órgão máximo da Entidade Pública
à leitura da lista dos concorrentes admitidos, e dos não Contratante, nos restantes casos, a interpor no prazo de cinco
admitidos, indicando, neste último caso, os respectivos dias a contar da data da entrega da acta do acto público.
fundamentos. 2. Considera-se deferido o recurso se o recorrente não
3. Cumpridas as formalidades previstas nos núme- for notificado da decisão no prazo de cinco dias após a sua
ros anteriores, a Comissão de Avaliação delibera sobre as recepção pela entidade competente para decidir.
eventuais reclamações apresentadas pelos concorrentes rela- 3. Se o recurso for deferido, devem ser praticados todos
tivamente a esta fase do acto público. os actos e operações necessários à reposição da legalidade e
ARTIGO 75.º
à satisfação dos legítimos direitos e interesses do recorrente.
(Abertura das propostas) 4. Aos recursos hierárquicos é subsidiariamente aplicá-
1. A sessão do acto público prossegue com a abertura dos vel o disposto nos artigos 17.º, 18.º e 21.º
invólucros ou o descarregamento dos ficheiros electrónicos 5. Não é aplicável aos recursos previstos nos números
que contêm as propostas dos concorrentes admitidos. anteriores o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 17.º
2. Após abertura dos invólucros ou o descarregamento SECÇÃO III
dos ficheiros electrónicos podem os concorrentes assinar em Análise e Avaliação das Propostas
conjunto, todas as propostas.
ARTIGO 79.º
3. No caso de as propostas terem sido apresentadas em
(Análise das propostas)
suporte de papel, todos os originais dos documentos que as
constituem devem ser rubricados ou chancelados por, pelo Concluído o acto público, a Comissão de Avaliação pro-
menos, dois membros da Comissão de Avaliação. cede à análise das propostas a fim de verificar se as mesmas
4. Cumpridas as formalidades previstas nos núme- padecem de alguma causa de exclusão.
ros anteriores, a Comissão de Avaliação delibera sobre as ARTIGO 80.º
eventuais reclamações apresentadas pelos concorrentes rela- (Esclarecimentos sobre as propostas)
tivamente a esta fase do acto público. 1. A Comissão de Avaliação pode pedir aos concorrentes
ARTIGO 76.º quaisquer esclarecimentos sobre as propostas apresentadas
(Análise das propostas)
que considere necessários para a sua análise e avaliação.
Cumprido o disposto nos artigos anteriores, a Comissão 2. A análise das propostas incide sobre os diversos atri-
de Avaliação procede, se necessário em sessão reservada, ao butos, destinados à sua avaliação, ou que omitam outros
exame formal dos documentos que constituem as propostas, elementos exigidos no programa do concurso relativos à
deliberando sobre a admissão ou exclusão destas. execução do contrato, em violação do disposto na alínea c)
ARTIGO 77.º do n.º 1 do artigo 60.º
(Não admissão de propostas)
3. Os esclarecimentos prestados são notificados a todos
1. Não são admitidas as propostas: os concorrentes.
a) Que não sejam constituídas por todos os documen-
ARTIGO 81.º
tos exigidos na lei ou no programa do concurso; (Causas de exclusão das propostas)
b) Que não observem o disposto nos artigos 63.º ou
64.º, ou em regras específicas do programa do 1. São excluídas as propostas que:
concurso quanto ao modo de apresentação de a) Sejam apresentadas por concorrentes em violação
propostas. do disposto no n.º 2 do artigo 55.º;
6854 DIÁRIO DA REPÚBLICA
b) Às soluções técnicas adoptadas ou às condições 2. No caso previsto na parte final do número anterior,
excepcionalmente favoráveis de que o con- bem como quando do relatório final resulte uma alteração da
corrente comprovadamente disponha para a ordenação das propostas constante do relatório preliminar,
execução da prestação objecto do contrato a a Comissão de Avaliação procede à nova audiência prévia,
celebrar; nos termos previstos no artigo anterior, aplicando-se depois
o disposto no presente artigo.
c) À originalidade da obra, dos bens ou dos serviços
3. O relatório final é enviado ao órgão competente para a
propostos;
decisão de contratar para efeitos de aprovação.
d) Às específicas condições de trabalho de que bene- 4. Quando tenha sido apresentada apenas uma proposta,
ficia o concorrente; a Comissão de Avaliação procede à sua análise e, no caso de
e) À possibilidade de obtenção de um auxílio de não ser detectada qualquer causa de exclusão, prepara a pro-
Estado pelo concorrente, desde que legalmente posta de adjudicação para aprovação do órgão competente
concedido; para a decisão de contratar, não havendo lugar à elaboração
f) À verificação da decomposição do respectivo preço, do relatório preliminar e do relatório final nem à audiência
por meio de documentos comprovativos dos prévia.
preços unitários incorporados no mesmo, nomea- ARTIGO 86.º
(Sequência do procedimento)
damente folhas de pagamento e declarações de
fornecedores, que atestem a conformidade dos 1. No caso de o programa do concurso não prever a adop-
ção de uma fase de negociações ou de um leilão electrónico,
preços apresentados e demonstrem a sua racio-
o órgão competente para a decisão de contratar pondera o
nalidade económica;
teor e as conclusões do relatório final para efeitos de adju-
g) Ao cumprimento das obrigações decorrentes da
dicação, aplicando-se o disposto no artigo 96.º e seguintes.
legislação em matéria ambiental, social e labo- 2. No caso de o programa do concurso prever a adopção
ral, referidas no n.º 1 do artigo 4.º de uma fase de negociações ou de um leilão electrónico, o
ARTIGO 83.º órgão competente para a decisão de contratar pondera o teor
(Relatório preliminar) e as conclusões do relatório final para efeitos da sua selecção
1. Após a análise e a avaliação das propostas, a Comissão para a negociação ou para o leilão, aplicando-se o disposto,
de Avaliação elabora um relatório fundamentado no qual respectivamente, no artigo 87.º e seguintes ou no artigo 90.º
propõe, se for o caso, a exclusão de propostas, ordenando as e seguintes.
restantes para efeitos de adjudicação. SECÇÃO IV
Negociação de Propostas
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, no
Procedimento Dinâmico Electrónico, a acta do leilão equi- ARTIGO 87.º
para-se ao relatório preliminar. (Selecção das propostas para negociação)
prestada através do modelo constante do Anexo V da pre- 1. O valor da caução é fixado num mínimo de 5% e num
sente Lei. máximo de 15% do preço contratual, pela Entidade Pública
Contratante.
ARTIGO 98.º
(Causas de não adjudicação) 2. Quando, em contratos que não impliquem o pagamento
de um preço pela Entidade Pública Contratante, for exigida
1. Não há lugar a adjudicação nos seguintes casos: a prestação de caução, o valor desta não pode ser superior a
a) Quando não tenha sido apresentada qualquer pro- 5% do montante correspondente à utilidade económica ime-
posta; diata do contrato para a Entidade Pública Contratante.
b) Quando todas as propostas tenham sido excluídas; 3. Quando o contrato previr renovações, o valor da cau-
c) Quando, por circunstância imprevista, seja neces- ção tem por referência o preço do seu período de vigência
sário alterar aspectos fundamentais das peças do inicial e cada renovação deve ser condicionada à prestação
de nova caução, que terá por referência o preço de cada um
concurso após o termo do prazo para apresenta-
dos respectivos períodos de vigência.
ção das propostas;
4. No caso de contratos de execução duradoura superior
d) Quando o interesse da Entidade Pública Contra- a cinco anos, o valor de referência para a aplicação das per-
tante imponha o adiamento do concurso por centagens referidas no n.º 1 limita-se ao primeiro terço da
prazo não inferior a um ano; duração do contrato.
6858 DIÁRIO DA REPÚBLICA
5. Na falta de fixação, o valor da caução previsto no n.º 1 2. A demora na devolução da caução confere ao adjudi-
é de 5% do preço contratual. catário o direito de exigir da Entidade Pública Contratante
ARTIGO 101.º juros sobre o montante de caução retido, calculados à taxa
(Modo de prestação da caução) anual de 2%, desde o dia seguinte ao termo do prazo referido
1. A caução é prestada em dinheiro, cheque visado, títu- no número anterior.
los emitidos ou garantidos pelo Estado, garantia bancária ou SECÇÃO VIII
Celebração do Contrato
seguro-caução.
2. O programa do concurso ou o convite à apresentação ARTIGO 106.º
(Redução do contrato a escrito)
de propostas devem conter os modelos referentes à presta-
ção da caução por garantia bancária ou seguro-caução. 1. Salvo nos casos previstos no artigo seguinte, o con-
3. A caução, em qualquer das formas previstas no pre- trato deve ser reduzido a escrito.
sente artigo, é efectuada em qualquer instituição bancária ou 2. As despesas e os encargos inerentes à redução do con-
seguradora, devendo ser especificado o fim a que se destina, trato a escrito são da responsabilidade do adjudicatário, salvo
a favor do Órgão responsável pela Regulação e Supervisão disposição em contrário constante do programa do concurso.
da Contratação Pública, a quem compete exercer a função de ARTIGO 107.º
(Inexigibilidade e dispensa de redução de contrato a escrito)
fiel depositário, podendo capitalizar.
1. Salvo previsão expressa no programa do concurso,
ARTIGO 102.º
(Não prestação da caução) não é exigível a redução do contrato a escrito:
a) Quando se trate de contrato de locação ou de Aqui-
1. A adjudicação caduca se, por facto que lhe seja impu-
sição de Bens Móveis e de Aquisição de Serviços
tável, o adjudicatário não prestar, em tempo e nos termos
cujo preço não exceda o nível 1 da Tabela de
estabelecidos nos artigos anteriores, a caução que lhe seja
Limites de Valores constante do Anexo I da
exigida.
presente Lei;
2. No caso previsto no número anterior, o órgão compe-
b) Quando se trate de contrato de empreitada de
tente para a decisão de contratar deve adjudicar a proposta
obras públicas cujo preço não exceda o nível 2
ordenada em lugar subsequente.
da Tabela de Limites de Valores constante do
ARTIGO 103.º
(Accionamento da caução) Anexo I da presente Lei.
2. A redução do contrato a escrito pode ser dispensada
1. A Entidade Pública Contratante pode accionar a cau-
pelo órgão competente para a decisão de contratar, mediante
ção sem necessidade de prévia decisão judicial ou arbitral.
decisão fundamentada, quando:
2. O accionamento parcial ou total da caução implica
a) A segurança pública interna ou externa o justifique;
a renovação do respectivo valor, no prazo de 15 dias após
b) Por motivos de urgência imperiosa resultante de
a notificação pela Entidade Pública Contratante para esse
acontecimentos imprevisíveis pela Entidade
efeito.
Pública Contratante, seja necessário dar ime-
ARTIGO 104.º diata execução ao contrato.
(Cauções suplementares por adiantamentos)
3. Nos casos previstos nos números anteriores, entende-
1. A Entidade Pública Contratante só pode efectuar -se que o contrato resulta da conjugação do caderno de
adiantamentos de preço por conta de prestações contratuais encargos com o conteúdo da proposta adjudicada.
a realizar pelo adjudicatário quando: ARTIGO 108.º
a) O valor dos adiantamentos não ultrapasse 15% do (Conteúdo do contrato)
preço global do contrato; 1. O contrato deve conter, sob pena de nulidade, o
b) O adjudicatário preste uma caução de valor igual seguinte:
ao adiantamento. a) A identificação das partes e dos respectivos repre-
2. Pode a Entidade Pública Contratante, excepcional- sentantes, assim como do título em que intervêm;
mente, efectuar adiantamentos que não respeitem o disposto b) A indicação do acto de adjudicação e do acto de
na alínea a) do número anterior quando tal seja previsto nas aprovação da minuta do contrato;
regras de execução do Orçamento Geral do Estado. c) A descrição do objecto do contrato;
ARTIGO 105.º d) O preço contratual;
(Devolução da caução) e) O prazo de execução das principais prestações
1. No prazo de noventa dias, contados do cumprimento, objecto do contrato;
por parte do adjudicatário, de todas as obrigações contra- f) A referência à caução prestada ou a ser prestada
tuais, a Entidade Pública Contratante promove a devolução pelo adjudicatário quando exigida, nos termos
de todas as cauções que por aquele tiverem sido prestadas. do artigo 99.º
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6859
2. Fazem sempre parte do contrato, independentemente 2. O órgão competente para a decisão de contratar deve
da sua redução a escrito, os seguintes documentos: comunicar ao adjudicatário, com a antecedência mínima de
a) Os esclarecimentos e as rectificações relativos ao cinco dias, a data, a hora e o local em que deve ocorrer a
caderno de encargos; assinatura do contrato.
b) O caderno de encargos; ARTIGO 113.º
c) A proposta adjudicada; (Representação na assinatura do contrato)
ção do contrato, designadamente por impossibilidade natural b) A Entidade Pública Contratante, o órgão que tomou
ou jurídica, extinção da Entidade Pública Contratante ou do a decisão de contratar e, no caso de esta ter sido
adjudicatário por insolvência ou falência deste. tomada no uso de delegação ou subdelegação de
7. Quando as causas de caducidade da adjudicação competência, a qualidade em que aquele decidiu,
referidas no número anterior respeitem ao adjudicatário, com menção das decisões de delegação ou sub-
a Entidade Pública Contratante deve adjudicar a proposta delegação e do local da respectiva publicação;
ordenada em lugar subsequente. c) O modo de apresentação das candidaturas, nos
8. O adjudicatário deve indemnizar a Entidade Pública termos do disposto no artigo 124.º;
Contratante, nos termos gerais da responsabilidade pré-con- d) Os documentos destinados à qualificação, que
tratual, pelos prejuízos que culposamente tenha causado. constituem as candidaturas, exigidos nos termos
do disposto nos artigos 120.º e 121.º;
CAPÍTULO III e) Os requisitos mínimos de capacidade técnica e
Concurso Limitado por Prévia Qualificação financeira a preencher pelos candidatos;
SECÇÃO I f) Se, após o convite aos candidatos qualificados, as
Disposições Gerais propostas apresentadas estão ou não sujeitas à
negociação e, em caso afirmativo, quais os fac-
ARTIGO 115.º
(Regime aplicável) tores ou subfactores do critério de adjudicação
sobre os quais a negociação incide, bem como
O Concurso Limitado por Prévia Qualificação rege-
se é aplicável o caso previsto na alínea a) ou na
-se, com as necessárias adaptações, pelas disposições que
alínea b) do artigo 87.º;
regulam o Concurso Público, em tudo o que não esteja espe-
g) Se houver lugar à realização de um leilão electró-
cialmente previsto nos artigos seguintes.
nico e, em caso afirmativo, as regras e outras
ARTIGO 116.º informações de funcionamento do mesmo, nos
(Fases do procedimento)
termos do disposto no artigo 91.º;
1. O Concurso Limitado por Prévia Qualificação desen- h) Caso seja prevista a adopção de uma fase de nego-
volve-se em duas fases: ciação ou de um leilão electrónico, se a mesma
a) Apresentação das candidaturas e qualificação dos é aberta a todos os concorrentes cujas propostas
candidatos; não sejam excluídas ou restringida aos con-
b) Apresentação, análise e avaliação das propostas e correntes cujas propostas foram ordenadas nos
adjudicação. primeiros lugares e, neste último caso, qual o
2. A fase prevista na alínea a) do número anterior tem número de propostas a seleccionar;
carácter público, nela podendo participar todos os interessa- i) O critério de adjudicação, bem como, quando for
dos através da apresentação de uma candidatura. adoptado o critério da proposta economicamente
3. Na fase prevista na alínea b) do n.º 1, apenas podem mais vantajosa, a explicitação dos factores e
participar os candidatos qualificados, os quais são convi- dos eventuais subfactores que o concretizam, a
dados pela Entidade Pública Contratante a apresentar uma respectiva ponderação e os demais elementos
proposta. necessários à atribuição de pontuação às propos-
tas, materializados numa grelha de avaliação;
ARTIGO 117.º
(Anúncio) j) O valor da caução prevista no artigo 100.º, quando
exigida, bem como os modelos relativos à sua
1. O anúncio do Concurso Limitado por Prévia Qualifi-
prestação.
cação é publicado no Diário da República, na III Série, e no
2. O programa do concurso pode ainda conter quais-
Portal da Contratação Pública, elaborado em conformidade
quer regras específicas sobre o procedimento de Concurso
com o modelo constante do Anexo VI da presente Lei, bem
Limitado por Prévia Qualificação consideradas convenien-
como num jornal de grande circulação no País, podendo
tes pela Entidade Pública Contratante, desde que não tenham
ainda ser dada publicidade ao concurso através da afixação
por efeito impedir, restringir ou falsear a concorrência.
de editais nas sedes dos Órgãos da Administração Local do
ARTIGO 119.º
Estado. (Outras regras aplicáveis às peças do Concurso Limitado
2. É aplicável ao Concurso Limitado por Prévia Quali- por Prévia Qualificação)
ficação o disposto nos n.os 2 a 4 do artigo 67.º 1. É aplicável ao procedimento de Concurso Limitado
ARTIGO 118.º por Prévia Qualificação o disposto no artigo 69.º
(Programa do concurso) 2. Em simultâneo com o programa do Concurso Limitado
1. O programa de Concurso Limitado por Prévia por Prévia Qualificação, a Entidade Pública Contratante
Qualificação indica: disponibiliza aos interessados o caderno de encargos do
a) A identificação do concurso; procedimento.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6861
5. Os documentos que constituem a candidatura são obri- 2. Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 51.º, o
gatoriamente apresentados em português, sem prejuízo do prazo para a apresentação de propostas só pode ser prorro-
disposto nos números seguintes. gado em casos devidamente fundamentados, por decisão do
6. Os documentos que, por serem da autoria de entidades órgão competente para a decisão de contratar.
terceiras, não sejam redigidos em língua portuguesa, devem ARTIGO 126.º
ser acompanhados de tradução devidamente legalizada e em (Abertura e análise das candidaturas)
relação à qual o candidato declara aceitar a prevalência, para 1. Imediatamente a seguir ao término do prazo para a
todos os efeitos, sobre os respectivos originais. apresentação das candidaturas, a Comissão de Avaliação
7. O programa do concurso pode permitir que alguns dos reúne, em sessão reservada, para abertura das mesmas.
documentos constitutivos das candidaturas sejam redigidos 2. Por motivo justificado, pode a abertura das candidatu-
em língua estrangeira, indicando os idiomas admitidos. ras realizar-se dentro dos dez dias subsequentes ao indicado
8. A Comissão de Avaliação pode sempre exigir aos candi- no número anterior.
datos a apresentação dos originais de quaisquer documentos 3. Na sessão referida no n.º 1, a Comissão de Avaliação
das candidaturas cuja reprodução tenha sido apresentada em procede à análise das candidaturas a fim de verificar se as
suporte electrónico, em caso de fundada dúvida sobre o seu mesmas têm alguma causa de exclusão.
conteúdo ou autenticidade. ARTIGO 127.º
(Esclarecimentos sobre as candidaturas)
ARTIGO 124.º
(Modo de apresentação das candidaturas) 1. A Comissão de Avaliação pode pedir aos candidatos
1. O programa do concurso determina que as candidatu- quaisquer esclarecimentos sobre as candidaturas apresenta-
ras sejam apresentadas através de um dos seguintes meios: das que considere necessários para a sua análise e avaliação.
a) Presencialmente, mediante protocolo, no endereço 2. Os esclarecimentos prestados pelos candidatos fazem
da Entidade Pública Contratante indicado no parte integrante das suas candidaturas, desde que não con-
programa; trariem os elementos constantes dos documentos que as
b) Por carta registada, com aviso de recepção; constituem, não os alterem ou completem, nem visem suprir
c) Por correio electrónico, com avisos de recepção e omissões que determinam a respectiva exclusão.
3. Os esclarecimentos prestados são notificados a todos
leitura;
os candidatos.
d) Por plataforma electrónica usada pela Entidade
ARTIGO 128.º
Pública Contratante, com emissão de um recibo
(Causas de exclusão de candidaturas)
comprovativo da data e hora de recepção.
São excluídas as candidaturas que:
2. No caso de o programa do concurso determinar que
a) Não tenham sido recebidas no prazo fixado;
as candidaturas sejam apresentadas em suporte de papel, os
b) Não cumpram as formalidades relativas ao seu
documentos que as constituem devem ser apresentados em
invólucro opaco, fechado e lacrado, em cujo rosto se identi- modo de apresentação, nos termos do disposto
fica a designação do procedimento. no artigo 124.º, bem como nos n.os 6 e 7 do arti-
3. No invólucro referido no número anterior deve ser go 123.º;
incluído um duplicado de cada um dos documentos que c) Não sejam constituídas por algum ou alguns dos
constituem a candidatura. documentos exigidos na lei ou no programa do
4. A recepção do invólucro a que se refere o n.º 2, quer o concurso, salvo o disposto no n.º 4 do artigo 120.º;
mesmo tenha sido apresentado pessoalmente ou por correio d) Sejam apresentadas por candidatos em violação do
registado, deve, em qualquer caso, ocorrer dentro do prazo disposto do n.º 2 do artigo 55.º;
fixado para a apresentação das candidaturas. e) Sejam apresentadas por candidatos ou membros de
5. No caso de o programa do concurso determinar que as associações candidatas relativamente aos quais
candidaturas sejam apresentadas em plataforma electrónica, se verifique alguma das situações previstas no
as regras a que deve obedecer a sua apresentação e recepção artigo 56.º;
são definidos por acto normativo específico do Presidente f) Sejam constituídas por documentos falsos ou nos
da República. quais os candidatos prestem falsas declarações;
ARTIGO 125.º g) Sejam apresentadas por candidatos em violação
(Prazo para a apresentação das candidaturas) do disposto nas regras referidas no n.º 2 do arti-
1. A Entidade Pública Contratante fixa, no anúncio e no go 118.º, desde que o programa do concurso
programa do concurso, a data e a hora em que termina o assim o preveja expressamente;
prazo para a apresentação das candidaturas, o qual tem em h) Contenham qualquer referência indiciadora de
conta o tempo necessário à sua elaboração, em função dos alguma das condições contratuais a constar da
requisitos de capacidade técnica e financeira exigidos. proposta.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6863
4. O convite à apresentação de propostas pode ainda con- f) Os documentos que constituem as propostas, nos
ter quaisquer regras específicas sobre a tramitação seguinte termos do disposto no artigo 60.º;
do procedimento, consideradas convenientes pela Entidade g) O prazo da obrigação de manutenção das propos-
Pública Contratante, desde que não tenham por efeito impe- tas, quando diferente do previsto no n.º 1 do
dir, restringir ou falsear a concorrência. artigo 66.º;
ARTIGO 133.º h) Se as propostas apresentadas estão ou não sujeitas
(Tramitação subsequente)
à negociação e, em caso afirmativo, quais os fac-
Ao acto público de abertura das propostas e à tramitação tores ou subfactores do critério de adjudicação
subsequente até à celebração do contrato é aplicável, com as sobre os quais a negociação incide, bem como
necessárias adaptações, o disposto nos artigos 70.º a 114.º quais os termos e as regras a que esta obedece,
CAPÍTULO IV bem como se é aplicável o caso previsto na alí-
Concurso Limitado por Convite nea a) ou na alínea b) do artigo 87.º;
ARTIGO 134.º
i) O critério de adjudicação, bem como, quando for
(Regime aplicável) adoptado o critério da proposta economicamente
O Concurso Limitado por Convite rege-se, com as mais vantajosa, a explicitação dos factores e
necessárias adaptações, pelas disposições que regulam o dos eventuais subfactores que o concretizam, a
Concurso Público em tudo o que não seja incompatível com respectiva ponderação e os demais elementos
o disposto nos artigos seguintes. necessários à atribuição de pontuação às propos-
ARTIGO 135.º tas, materializados numa grelha de avaliação;
(Fases do procedimento) j) O valor da caução prevista no artigo 100.º, quando
O procedimento de Concurso Limitado por Convite inte- exigida, bem como os modelos relativos à sua
gra as seguintes fases: prestação.
a) Envio do convite aos concorrentes; 4. O convite à apresentação de propostas pode ainda
b) Apresentação, análise e avaliação das propostas; conter quaisquer regras específicas sobre a tramitação do
c) Negociação das propostas, se a Entidade Pública procedimento, consideradas convenientes pela Entidade
Contratante o tiver previsto no convite; Pública Contratante, nomeadamente relativas à apresenta-
d) Adjudicação. ção de propostas variantes, à apresentação de documentos
ARTIGO 136.º em língua estrangeira ou à adopção de leilões electrónicos,
(Convite) desde que não tenham por efeito impedir, restringir ou fal-
1. O convite para a apresentação de propostas é for- sear a concorrência.
mulado a, pelo menos, três entidades, através de qualquer 5. O convite é obrigatoriamente acompanhado pelo
meio escrito, sendo ainda registado no Portal da Contratação caderno de encargos, sendo enviado em simultâneo a todas
Pública. as pessoas singulares ou colectivas a convidar.
2. As entidades a convidar são seleccionadas com base ARTIGO 137.º
nos registos do cadastro previsto no artigo 13.º ou com base (Modo de apresentação das propostas)
no conhecimento da aptidão e da credibilidade que lhes 1. O convite para a apresentação das propostas determina
reconhece para a execução do contrato pretendido. que estas sejam apresentadas através de um dos seguintes
3. O convite para a apresentação de propostas indica: meios:
a) A identificação do concurso; a) Presencialmente, mediante protocolo, no endereço
b) A Entidade Pública Contratante, o órgão que tomou da Entidade Pública Contratante indicado no
a decisão de contratar e, no caso de esta ter sido convite;
tomada no uso de delegação ou subdelegação de b) Por carta registada, com aviso de recepção;
competência, a qualidade em que aquele decidiu, c) Por correio electrónico, com avisos de recepção e
com menção das decisões de delegação ou sub- leitura.
delegação e do local da respectiva publicação; 2. No caso de o convite para a apresentação das propos-
c) O modo de apresentação das propostas, nos termos tas determinar que estas sejam apresentadas em suporte de
do disposto no artigo seguinte; papel, todos os documentos de habilitação e todos os docu-
d) A data e a hora limite de apresentação das propos- mentos que constituem as propostas a que se reterem os
tas, nos termos do disposto no artigo 138.º; artigos 59.º e 60.º, respectivamente, podem ser encerrados
e) Os documentos de habilitação, nos termos do dis- num invólucro único, opaco, fechado e lacrado, em cujo
posto no artigo 59.º; rosto se identifica a designação do procedimento.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6865
3. No invólucro referido no número anterior deve ser e) Os documentos de habilitação, nos termos do dis-
incluído um duplicado de cada um dos documentos que posto no artigo 59.º;
constituem a proposta. f) Os documentos que constituem a proposta, nos
4. A recepção do invólucro a que se refere o n.º 2, quer o termos do disposto no artigo 60.º;
mesmo tenha sido apresentado pessoalmente ou por correio g) O valor da caução prevista no artigo 100.º, quando
registado, deve, em qualquer caso, ocorrer dentro do prazo exigida, bem como os modelos relativos à sua
fixado para a apresentação das propostas. prestação.
ARTIGO 138.º 3. O convite é obrigatoriamente acompanhado pelo
(Prazo para a apresentação das propostas) caderno de encargos, podendo ambos ser agregados num
O prazo para a apresentação das propostas não pode ser único documento.
inferior a seis dias a contar da data do envio do convite. ARTIGO 143.º
ARTIGO 139.º (Impedimento ao convite)
(Esclarecimentos e rectificações das peças do procedimento) 1. Não podem ser convidadas a apresentar propostas às
1. Os esclarecimentos e as rectificações previstas no entidades às quais já tenha adjudicado, no ano económico
artigo 51.º podem ser efectuadas até ao dia anterior ao termo em curso e no anterior, na sequência de procedimentos de
do prazo para a apresentação das propostas. Contratação Simplificada adoptados nos termos do disposto
2. No caso de incumprimento do disposto no número no n.º 3 do artigo 24.º, propostas para a execução de presta-
anterior, o prazo para a apresentação das propostas deve ser ções do mesmo tipo ou idênticas às do contrato a celebrar,
prorrogado por período equivalente ao do atraso verificado. cujo valor acumulado seja superior ao constante do nível 1 da
ARTIGO 140.º Tabela de Limites de Valores constante do Anexo I da pre-
(Tramitação subsequente) sente Lei.
1. No dia útil imediatamente subsequente ao termo do 2. O disposto no número anterior não retira a possi-
prazo para a apresentação das propostas, a Comissão de bilidade da empresa poder participar em procedimento
Avaliação reúne, em sessão reservada, para a abertura das de Concurso Público ou Concurso Limitado por Prévia
mesmas. Qualificação a serem desencadeados pela Entidade Pública
2. À tramitação subsequente até à celebração do contrato Contratante para a execução das referidas prestações.
é aplicável o disposto nos artigos 79.º a 114.º ARTIGO 144.º
(Dispensa da Comissão de Avaliação)
CAPÍTULO V
O órgão competente para a decisão de contratar pode
Procedimento de Contratação Simplificada
dispensar a constituição de uma Comissão de Avaliação,
e o Procedimento de Contratação Emergencial
competindo aos serviços da Entidade Pública Contratante
ARTIGO 141.º pedir esclarecimentos sobre a proposta apresentada e sub-
(Regime aplicável)
meter àquele o projecto da decisão de adjudicação.
O procedimento de Contratação Simplificada rege-se, ARTIGO 145.º
com as necessárias adaptações, pelas disposições que regu- (Negociação)
lam o Concurso Limitado por Convite em tudo o que não 1. Os serviços da Entidade Pública Contratante ou,
seja incompatível com o disposto nos artigos seguintes. quando exista, a Comissão de Avaliação pode negociar a
ARTIGO 142.º proposta apresentada no sentido de a melhor adequar às
(Convite)
necessidades subjacentes à contratação pretendida.
1. O envio do convite para a apresentação da proposta é 2. Se, nos termos do número anterior, houver lugar à
feito através de qualquer meio escrito, devendo efectuar-se negociação, o formato, os termos e os prazos da mesma são
o seu registo no Portal da Contratação Pública. fixados livremente pela Entidade Pública Contratante.
2. O convite para a apresentação da proposta pode indi- ARTIGO 146.º
car apenas: (Tramitação subsequente)
a) A identificação do procedimento; Salvo quando se verifique uma causa de exclusão da pro-
b) A Entidade Pública Contratante e o órgão que posta apresentada, não há lugar à elaboração dos relatórios
tomou a decisão de contratar; preliminar e final nem à realização da audiência prévia.
c) O modo de apresentação da proposta, o qual pode ARTIGO 147.º
ser livremente escolhido pela Entidade Pública (Adjudicação com base em factura)
Contratante; Nos casos previstos no n.º 3 do artigo 47.º, a adjudi-
d) A data e a hora limite de apresentação da proposta, cação pode consistir numa mera aprovação de factura ou
livremente definidas pela Entidade Pública Con- documento equivalente, com referência expressa à nota de
tratante; cabimentação.
6866 DIÁRIO DA REPÚBLICA
5. As normas dos Termos de Referência prevalecem opaco, fechado e lacrado, no rosto do qual deve ser escrita
sobre quaisquer indicações constantes dos anúncios com apenas a palavra «Trabalho» e a designação do concurso.
elas desconformes. 2. Em invólucro com as características indicadas no
6. Aos Termos de Referência é aplicável, com as neces- número anterior, deve ser encerrado um documento com a
sárias adaptações, o disposto no artigo 51.º identificação e os contactos do concorrente, no rosto do qual
ARTIGO 159.º deve ser escrita apenas a palavra «Concorrente» e a desig-
(Comissão de Avaliação)
nação do concurso.
1. A Comissão de Avaliação designada pelo órgão com- 3. Os invólucros a que se referem os números anterio-
petente para a decisão prevista no artigo 154.º é composta, res são encerrados num outro, igualmente opaco, fechado
em número ímpar, por um mínimo de três membros efecti-
e lacrado, que se denomina «Invólucro Exterior», indi-
vos, um dos quais preside e dois suplentes.
cando-se apenas a designação do concurso e da entidade
2. Quando, nos Termos de Referência, for exigida
adjudicante.
aos concorrentes a titularidade de habilitações profissio-
nais específicas, a maioria dos membros da Comissão de 4. Os documentos que materializam os trabalhos de
Avaliação deve ser titular da mesma habilitação. concepção, bem como todos os invólucros referidos nos
3. Ao funcionamento da Comissão de Avaliação é aplicá- números anteriores, devem ser elaborados e apresentados de
vel o disposto no artigo 43.º tal forma que fique assegurado o total e absoluto anonimato
4. As deliberações da Comissão de Avaliação sobre a dos concorrentes, não podendo conter qualquer elemento
ordenação dos trabalhos de concepção apresentados ou que permita, de forma directa ou indirecta, identificar o seu
sobre a exclusão dos mesmos por inobservância da descri- autor ou autores.
ção a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo anterior têm 5. O invólucro exterior pode ser entregue directamente
carácter vinculativo para a Entidade Pública Contratante, ou enviado por correio registado, sem indicação do reme-
não podendo, em qualquer caso, ser alteradas depois de tente, devendo, em qualquer caso, a respectiva recepção
conhecida a identidade dos concorrentes.
ocorrer dentro do prazo e no local fixados para a apresenta-
ARTIGO 160.º ção dos trabalhos de concepção.
(Anonimato)
6. A recepção dos invólucros exteriores deve ser regis-
1. No concurso para trabalhos de concepção, qualquer tada, anotando-se a data e a hora em que os mesmos são
que seja a modalidade adoptada, a identidade dos concor- recebidos e, no caso de entrega directa, deve ser apenas
rentes autores dos trabalhos de concepção apresentados só entregue ao seu portador um recibo comprovativo dessa
pode ser conhecida e revelada depois de elaborado o relató- entrega.
rio final do concurso. 7. Depois do termo fixado para a apresentação dos tra-
2. A Entidade Pública Contratante, a Comissão de balhos de concepção, a Comissão de Avaliação atribui
Avaliação e os concorrentes devem praticar ou abster-se de um número a cada um dos invólucros exteriores, abre-os
praticar, se for o caso, todos os actos necessários ao cumpri- e escreve esse mesmo número nos respectivos invólucros
mento do disposto no número anterior. referidos nos n.os 1 e 2.
ARTIGO 161.º 8. A Comissão de Avaliação procede, em seguida, à
(Apresentação dos trabalhos de concepção)
abertura dos invólucros que contém os documentos que
Cada concorrente pode apresentar vários trabalhos de materializam os trabalhos de concepção apresentados pelos
concepção. concorrentes, procedendo à sua apreciação e elaborando um
ARTIGO 162.º relatório final, assinado por todos os seus membros, no qual
(Fixação dos prazos para a apresentação dos documentos) deve indicar, fundamentadamente, o seguinte:
O prazo para a apresentação dos documentos destina- a) A ordenação dos trabalhos de concepção apre-
dos à qualificação, quando a modalidade escolhida for a sentados de acordo com o critério de selecção
de Concurso Limitado por Prévia Qualificação, bem como fixado nos Termos de Referência;
o prazo para a apresentação dos documentos que materia- b) A exclusão dos trabalhos de concepção:
lizam os trabalhos de concepção, são fixados livremente i. Cujos invólucros tenham sido apresentados
pela Entidade Pública Contratante, tendo em conta o tempo após o termo do prazo fixado nos Termos de
necessário à respectiva elaboração, em função da natureza, Referência;
das características e da complexidade inerentes ao concurso ii. Cujos documentos que os materializam ou os
em causa. invólucros referidos nos n.os 1 a 3 contenham
ARTIGO 163.º qualquer elemento que permita, de forma
(Regras do Concurso Público) directa ou indirecta, identificar o seu autor ou
1. Quando a modalidade escolhida for a de Concurso autores;
Público, os documentos que materializam cada um dos tra- iii. Que não observem a descrição a que se refere
balhos de concepção devem ser encerrados em invólucro a alínea b) do n.º 1 do artigo 158.º
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6869
1. As entidades gestoras das Centrais de Compras podem 1. São partes do contrato de Empreitada de Obras
atribuir a gestão de algumas das suas actividades a um Públicas o Dono da Obra e o Empreiteiro.
terceiro, independentemente da sua natureza pública ou pri- 2. O Dono da Obra é a pessoa colectiva que manda exe-
vada, desde que tal se encontre expressamente previsto nos cutá-la ou, no caso de serem mais do que uma, aquela a quem
respectivos actos constitutivos. pertençam os bens ou que fique incumbida da sua adminis-
2. O terceiro referido no número anterior deve oferecer tração, nos termos estabelecidos no n.º 3 do artigo anterior.
garantias de idoneidade, qualificação técnica e capacidade 3. Sempre que, na presente Lei, se faça referência a deci-
financeira adequadas à gestão das actividades da Central de sões e deliberações do Dono da Obra, entende-se que são
Compras em causa. tomadas pelo órgão que, segundo a lei ou os respectivos
3. A formação e execução dos contratos de gestão previs- estatutos, for competente para o efeito ou, no caso de omis-
tos no n.º 1 deste artigo estão sujeitas à presente Lei. são na lei e nos estatutos, pelo órgão máximo de gestão.
ARTIGO 184.º ARTIGO 187.º
(Contratos de gestão com terceiros) (Representação das partes)
O contrato de gestão celebrado para os efeitos previstos 1. Durante a execução do contrato, o Dono da Obra
no artigo anterior é reduzido a escrito e regula, designada- é representado pelo Director de Fiscalização da Obra e o
mente, as seguintes matérias: Empreiteiro pelo Director Técnico da Obra, salvo quanto às
a) Prestações especificamente abrangidas pelo matérias em que, por força de lei ou de estipulação contra-
objecto do contrato de gestão; tual, se estabeleça outra representação.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6873
2. Sem prejuízo de outras limitações previstas no con- 2. Só podem ser contratadas por preço global as obras
trato, o Director de Fiscalização da Obra não tem poderes cujos projectos permitam determinar, com pequena proba-
de representação em matéria de modificação, resolução ou bilidade de erro, a natureza e as quantidades dos trabalhos
revogação do contrato. a executar, bem como os custos dos materiais e da mão-de-
3. O Empreiteiro obriga-se, sob reserva da aceitação pelo -obra a empregar.
Dono da Obra, a confiar a direcção técnica da empreitada a ARTIGO 191.º
(Objecto da empreitada)
um técnico com a qualificação mínima e experiência indica-
O Dono da Obra deve definir, com maior precisão possí-
das no respectivo caderno de encargos.
vel, nas peças escritas e desenhadas do projecto e no caderno
4. O Director Técnico da empreitada deve acompanhar
de encargos, as características da obra e as condições técni-
assiduamente os trabalhos e estar presente no local da obra,
cas da sua execução, bem como a qualidade dos materiais
sempre que, para tal, seja convocado. a aplicar e apresentar mapas de medições de trabalhos, tão
5. A contratação do Projectista implica a disponibilidade próximos quanto possível das quantidades de trabalhos a
total para prestar assistência técnica ao Empreiteiro e ao fis- executar, nos quais assentem a análise e o ordenamento por
cal enquanto perdurar a execução da empreitada. custos globais das propostas dos concorrentes à empreitada.
ARTIGO 188.º ARTIGO 192.º
(Impedimentos) (Apresentação de projecto base pelos concorrentes)
1. Não é permitido aos funcionários, agentes ou outros 1. Quando se trate de obras cuja complexidade técnica
titulares de cargos públicos, a intervenção, a qualquer não permita a definição da solução técnica mais adequada
título, directa ou indirecta, na fiscalização de uma emprei- à satisfação da necessidade subjacente ao contrato a cele-
tada, se tiverem algum interesse pessoal, directo ou por brar, o Dono da Obra posta a concurso pode solicitar aos
interposta pessoa, singular ou colectiva, face ao respectivo concorrentes a apresentação de projecto base, devendo, para
Empreiteiro ou em empresa por este participada, sua sócia o efeito, definir, com suficiente precisão, em documento
pelo menos com o grau equivalente ao de programa base, os
ou fornecedora.
objectivos que deseja atingir, especificando os aspectos que
2. São aplicáveis à fiscalização da execução da emprei-
considera vinculativos.
tada, as regras sobre impedimentos, escusa, suspeição e 2. Escolhido no concurso um projecto base, serve este
ética, previstas nos artigos 8.º, 9.º e 10.º para a elaboração do projecto de execução.
CAPÍTULO II 3. Na hipótese prevista no presente artigo, o Dono da
Tipos de Empreitadas Obra pode atribuir prémios aos autores dos projectos melhor
classificados, caso em que deve fixar, no programa do con-
SECÇÃO I curso, os respectivos critérios de atribuição.
Disposição Geral
4. Para efeitos do número anterior deve ser estritamente
ARTIGO 189.º respeitada a ordem de classificação estabelecida pela res-
(Tipos de empreitada e modos de retribuição do Empreiteiro) pectiva Comissão de Avaliação, sendo, contudo, possível a
1. De acordo com o modo de retribuição estipulado, as não atribuição, total ou parcial, de prémio, caso os trabalhos
Empreitadas de Obras Públicas podem ser: sejam considerados não satisfatórios.
a) Por preço global; ARTIGO 193.º
(Variantes ao projecto)
b) Por série de preços;
1. O Dono da Obra posta a concurso pode autorizar,
c) Por percentagem.
mediante declaração expressa constante do respectivo pro-
2. É lícito adoptar, na mesma empreitada, diversos
grama, que os concorrentes apresentem variantes ao projecto
modos de retribuição para distintas partes da obra ou dife- ou a parte dele e com o mesmo grau de desenvolvimento,
rentes tipos de trabalho. conjuntamente com a proposta para a execução da emprei-
3. A empreitada pode ser de partes ou da totalidade da tada tal como posta a concurso.
obra e, salvo convenção em contrário, implica o forneci- 2. Depois de aprovada, a variante substitui, para todos
mento pelo Empreiteiro dos materiais a empregar. os efeitos, o projecto do Dono da Obra na parte respectiva.
SECÇÃO II ARTIGO 194.º
Empreitada por Preço Global (Elementos e método de cálculo dos projectos base e variantes)
pondam às características da obra ou que sejam de qualidade Os concorrentes devem apresentar com as suas propos-
inferior aos usualmente empregues em obras que se desti- tas as listas de preços unitários que lhes tenham servido de
nem a idêntica utilização e da mesma categoria. base.
6876 DIÁRIO DA REPÚBLICA
Constitui encargo do Empreiteiro, salvo o estipulado 1. O Empreiteiro pode reclamar contra os novos pre-
em contrário, o fornecimento dos aparelhos, instrumentos, ços constantes no projecto de alteração ou dos indicados na
ferramentas, utensílios e andaimes indispensáveis à boa exe- ordem de execução, apresentando, simultaneamente, a sua
cução da obra. lista de preços, no prazo de vinte dias a contar, respectiva-
ARTIGO 207.º mente, da data da recepção do projecto ou da data da ordem.
(Trabalhos preparatórios ou acessórios) 2. Quando a complexidade do projecto de alteração o
1. O Empreiteiro tem a obrigação de, salvo o estipulado justifique, o Empreiteiro pode pedir a prorrogação do prazo
em contrário, realizar à sua custa todos os trabalhos prepa- previsto no número anterior por um período não superior
ratórios ou acessórios que, por natureza ou segundo o uso
a vinte dias, salvo em casos excepcionais, devidamente
corrente, a execução da obra implique.
justificados.
2. Constitui, em especial, obrigação do Empreiteiro,
salvo estipulação em contrário, a execução dos seguintes 3. A reclamação deve ser decidida pelo Director de
trabalhos: Fiscalização da Obra no prazo de trinta dias.
a) A montagem, a construção, a desmontagem, a 4. A falta de decisão no prazo previsto no número ante-
demolição e a manutenção do estaleiro; rior tem como efeito a aceitação dos preços indicados na
b) Os necessários para garantir a segurança de todas lista do Empreiteiro, salvo se, dentro do referido prazo, o
as pessoas que trabalham na obra, incluindo o Director de Fiscalização da Obra comunicar ao Empreiteiro
pessoal dos Subempreiteiros e do público em que carece de um período de tempo superior ao legalmente
geral, para evitar danos nos prédios vizinhos e
fixado para decidir.
para satisfazer os regulamentos de segurança, de
higiene e saúde no trabalho e de polícia das vias 5. Enquanto não houver acordo sobre todos ou alguns
públicas; dos preços ou não estiverem estes fixados por arbitragem
c) O restabelecimento, por meio de obras provisórias, ou judicialmente, os trabalhos respectivos liquidam-se, logo
de todas as servidões e serventias que sejam que medidos, com base nos preços unitários constantes do
indispensáveis alterar ou destruir para a execu- projecto de alteração ou da ordem de execução.
ção dos trabalhos e para evitar a estagnação de 6. Logo que, por acordo, por arbitragem ou judicial-
águas que estes possam originar; mente, ficarem determinados os preços definitivos, são
d) A construção dos acessos ao estaleiro e das serven-
pagas ao Empreiteiro as diferenças que porventura existam
tias internas deste;
a seu favor quanto aos trabalhos já realizados.
e) A colocação de placa contendo as menções previs-
tas no artigo 233.º; 7. Se, no projecto ou na ordem de execução, não consta-
f) Outros trabalhos previstos em regulamentação rem preços unitários, o Empreiteiro apresenta a sua lista no
específica. prazo estabelecido no n.º 1, sendo por esta liquidados os tra-
ARTIGO 208.º balhos medidos, até à fixação dos preços definitivos.
(Servidões e ocupação de prédios particulares) 8. À decisão do Dono da Obra sobre a lista de preços
É da conta do Empreiteiro, salvo estipulação em con- do Empreiteiro aplica-se o disposto no n.º 3, devendo as
trário, o pagamento das indemnizações devidas pela diferenças que se apurarem relativamente aos trabalhos já
constituição de servidões ou pela ocupação temporária de medidos e pagos, entre os preços da lista e os que vierem a
prédios particulares, necessárias à execução dos trabalhos ser finalmente fixados, ser compensadas, pagando ou rece-
adjudicados e efectuados, nos termos da lei. bendo o Empreiteiro, consoante lhe couber.
ARTIGO 209.º 9. Nos casos a que se refere o presente artigo, não
(Supressão de trabalhos) havendo acordo sobre quaisquer preços, pode qualquer das
Fora dos casos previstos no artigo 199.º, o Empreiteiro partes recorrer à arbitragem por três peritos, sendo um desig-
só deixa de executar quaisquer trabalhos incluídos no con- nado pelo Dono da Obra, outro pelo Empreiteiro e o terceiro
trato desde que, para o efeito, o Fiscal da Obra lhe dê ordem por acordo entre os dois.
por escrito e dela constem especificamente os trabalhos ARTIGO 212.º
suprimidos. (Alterações propostas pelo Empreteiro)
ordenar a sua execução desde que aceite o preço global ou ARTIGO 215.º
(Cálculo do valor dos trabalhos para efeito de rescisão)
os preços unitários propostos pelo Empreiteiro ou com este
chegue a acordo sobre os mesmos. 1. Para o cálculo do valor dos trabalhos a mais ou a menos
3. Se da variante ou da alteração aprovada resultar eco- consideram-se os preços fixados no contrato, os posterior-
nomia, sem decréscimo da utilidade, duração e solidez da mente alcançados por acordo ou arbitragem e os resultantes
obra, o Empreiteiro tem direito a metade do respectivo valor. das cominações estatuídas nos artigos 213.º e 214.º, con-
forme os que forem aplicáveis.
ARTIGO 213.º
(Direito de rescisão por parte do Empreiteiro)
2. Na falta de acordo em relação a preços não fixados,
aplica-se os seguintes:
1. Quando, compulsados os trabalhos a mais ou a menos
a) No caso dos n.os 5 e 6 do artigo 211.º, os indicados
resultantes de ordens dadas pelo Dono da Obra, de supres-
pelo Empreiteiro, se o Dono da Obra não se
são parcial de alguns trabalhos, de suprimento de erros e
pronunciar no prazo de 60 dias, ou os indicados
de omissões do projecto ou de alterações neste introduzidas,
pelo Dono da Obra se, na hipótese contrária, este
se verifique que há uma redução superior a 1/5 do valor da
os fixar;
adjudicação inicial, tem o Empreiteiro o direito de rescindir
b) No caso dos 5 e 6 do artigo 211.º, os indicados pelo
o contrato.
Empreiteiro, se o Dono da Obra não se pronun-
2. O Empreiteiro tem, também, o direito de rescisão
ciar sobre a reclamação no prazo de 60 dias ou
sempre que, da variante ou da alteração ao projecto, prove-
a eles se não opuser, e os indicados pelo Dono
nientes do Dono da Obra, resulte substituição de trabalhos
da Obra se, na hipótese contrária, este os fixar;
incluídos no contrato por outros de espécie diferente, embora
c) No caso do n.º 1 do artigo 211.º, não havendo recla-
destinados ao mesmo fim, desde que o valor dos trabalhos
mação do Empreiteiro, os indicados pelo Dono
substituídos represente 1/4 do valor total da empreitada.
da Obra;
3. O facto de o Empreiteiro não exercer o direito de resci-
d) Os do projecto de alteração, se este existir e os
são com base em qualquer alteração, ordem ou rectificação,
contiver;
não o impede de exercer tal direito a propósito de alterações,
e) No caso do n.º 1 do artigo 207.º, os da ordem, se
ordens ou rectificações subsequentes.
os contiver.
4. Para os efeitos do disposto no n.º 1, consideram-se
3. O Empreiteiro pode, também, para cálculo do valor
compensados os trabalhos a menos com os trabalhos a mais,
dos trabalhos, basear-se nos preços que propôs, quando
salvo se estes últimos não forem da mesma espécie dos da
sobre eles não exista acordo.
empreitada objecto do contrato.
ARTIGO 216.º
ARTIGO 214.º (Exercício do direito de rescisão)
(Prazo do exercício do direito de rescisão)
1. Verificando-se todas as condições de que depende a
O direito de rescisão deve ser exercido no prazo impror- existência do direito de rescisão, este exerce-se mediante
rogável de trinta dias, contados a partir: requerimento do Empreiteiro, acompanhado de estimativa
a) Da data em que o Empreiteiro seja notificado da do valor dos trabalhos em causa, com a exacta discriminação
decisão do Dono da Obra sobre a reclamação dos preços unitários que lhe serviram de base.
quanto aos erros e omissões do projecto identifi- 2. Recebido o requerimento, o Dono da Obra procede
cados na fase de execução da empreitada ou do à imediata medição dos trabalhos efectuados e toma em
sexagésimo dia a contar da data de apresentação seguida posse da obra.
dessa reclamação, no caso de o Dono da Obra ARTIGO 217.º
(Correcção de preços)
não se ter, entretanto, pronunciado sobre ela;
b) Da data da recepção da ordem escrita para a exe- 1. Quando a assinatura do contrato tenha lugar decor-
cução ou supressão de trabalhos, desde que essa ridos mais de 180 dias sobre a data da apresentação da
proposta, por causas não imputáveis ao Empreiteiro adjudi-
ordem seja acompanhada do projecto, se for
catário, pode este, antes de assinar o contrato, requerer que
caso disso ou da discriminação dos trabalhos a
se proceda à correcção do preço ou dos preços respectivos,
executar ou a suprimir;
com base em fórmulas que as partes para o efeito acordarem
c) Da data da recepção do projecto ou da discrimi- entre si ou, na falta de acordo, por aplicação da fórmula-tipo,
nação dos trabalhos a executar ou a suprimir, prevista na legislação especial sobre revisão de preços, con-
quando tal data não coincidir com a da ordem; siderando-se susceptível de revisão a totalidade de cada um
d) Da data da recepção da comunicação escrita em dos preços a actualizar.
que o Dono da Obra se pronuncie sobre a lista de 2. No caso de não ser admitida a correcção, o adjudicatá-
preços apresentada pelo Empreiteiro. rio pode desistir da empreitada.
6878 DIÁRIO DA REPÚBLICA
1. O Empreiteiro ou o seu representante não podem A afixação de publicidade no local dos trabalhos pelo
ausentar-se do local dos trabalhos sem comunicar ao Fiscal Empreiteiro depende da autorização do Dono da Obra.
da Obra, deixando um substituto aceite pelo Dono da Obra. ARTIGO 233.º
2. O Empreiteiro que não possa residir na localidade da (Menções obrigatórias no local dos trabalhos)
obra deve designar um representante com residência perma- Sem prejuízo do disposto em lei especial, o
nente nessa localidade e que disponha de poderes necessários Empreiteiro deve, para efeitos do disposto na alínea e)
para o representar, em todos os actos que requeiram a sua do n.º 2 do artigo 207.º, afixar no local dos trabalhos, de
presença e, ainda, para responder perante a fiscalização pela forma visível, a identificação da obra, do Dono da Obra e do
marcha dos trabalhos. Empreiteiro, com menção do respectivo alvará ou de outro
ARTIGO 230.º título habilitante.
(Segurança e ordem no local dos trabalhos) ARTIGO 234.º
1. O Empreiteiro é obrigado a garantir a segurança e a (Salários)
boa ordem no local dos trabalhos. 1. O Empreiteiro é obrigado a pagar ao pessoal empre-
2. Para efeitos da observância da obrigação de boa gado na obra salários não inferiores à tabela de salários
ordem no local dos trabalhos prevista no número anterior, mínimos que estiver em vigor para o respectivo sector.
o Empreiteiro deve retirar deste local, por sua iniciativa ou 2. A tabela de salários mínimos a que o Empreiteiro se
imediatamente após ordem do Dono da Obra nesse sen- encontra sujeito, depois de autenticada pela fiscalização,
tido, o pessoal que tenha tido comportamento perturbador deve estar afixada de forma bem visível no local da obra.
dos trabalhos, designadamente por menor probidade no 3. A tabela referida no número anterior é também obriga-
desempenho dos respectivos deveres, por indisciplina ou tória para os tarefeiros e Subempreiteiros.
por desrespeito aos representantes, aos agentes do Dono da 4. Sempre que se verifique que o Empreiteiro paga salá-
Obra ou aos representantes ou agentes do Empreiteiro, dos rios de montante inferior ao que está adstrito nos termos da
Subempreiteiros ou de terceiros. respectiva tabela, tal facto deve ser imediatamente comuni-
3. A ordem prevista no número anterior deve ser fun- cado pela fiscalização da obra às autoridades competentes.
damentada por escrito, quando o Empreiteiro o exija, sem ARTIGO 235.º
prejuízo da imediata suspensão do trabalhador ou pessoal (Pagamento dos salários)
2. O Dono da Obra pode, sempre que o entenda conve- 7. O destino dos estaleiros, dos equipamentos e dos
niente, incluir no caderno de encargos cláusulas relativas a materiais existentes na obra ou a esta destinada regulam-se
seguros de execução da obra. pelas normas aplicáveis no caso da rescisão do contrato pelo
ARTIGO 237.º Empreiteiro.
(Protecção, higiene, saúde e segurança no trabalho) 8. As quantias que, nos termos dos números anteriores,
O Empreiteiro obriga-se a cumprir e a fazer cumprir pelo se apurar serem devidas, são depositadas em instituição de
seu pessoal o disposto na legislação em matéria de protec- crédito, para serem pagas a quem se mostrar com direito.
ção, higiene, saúde e segurança no trabalho. ARTIGO 239.º
(Cessão da posição contratual)
ARTIGO 238.º
(Morte, interdição ou falência do Empreiteiro) 1. O Empreiteiro não pode ceder a sua posição contratual
1. Se, depois de assinado o contrato, o Empreiteiro fale- na empreitada, no todo ou em parte, sem prévia autorização
cer ou, por sentença judicial, for interdito, inabilitado ou do Dono da Obra.
declarado em estado de falência ou insolvência, o contrato 2. Salvo casos especiais, a cessão da posição contratual
caduca. de empreitadas só deve ser autorizada na totalidade.
3. O Dono da Obra não pode, sem a concordância do
2. O Dono da Obra pode, segundo a sua conveniência,
Empreiteiro, retirar da empreitada quaisquer trabalhos ou
aceitar que os herdeiros do Empreiteiro falecido tomem
parte da obra para os fazer executar por outrem.
sobre si o encargo do seu cumprimento, desde que se habili-
4. Se o Empreiteiro ceder a sua posição contratual na
tem, para o efeito, nos termos legais.
empreitada sem observância do disposto no n.º 1, pode o
3. O Dono da Obra pode também, de acordo com a sua
Dono da Obra rescindir o contrato.
conveniência, quando o Empreiteiro se apresente ao tribu-
5. Se o Dono da Obra deixar de cumprir o disposto no
nal para declaração de falência e tenha o acordo de credores,
n.º 3, tem o Empreiteiro o direito de rescindir o contrato.
aceitar que a execução do contrato continue com a sociedade
SECÇÃO II
formada pelos credores, a requerimento destes e conquanto Consignação da Obra
as obras não tenham sofrido interrupções.
4. Verificada a caducidade do contrato, procede-se à ARTIGO 240.º
(Conceito e efeitos da Consignação da Obra)
medição dos trabalhos efectuados e à sua liquidação pelos
preços unitários respectivos, se existirem ou, no caso contrá- Chama-se Consignação da Obra ao acto pelo qual o repre-
rio, pelos que forem fixados por acordo, por arbitragem ou sentante do Dono da Obra faculta ao Empreiteiro os locais
onde tenham de ser executados os trabalhos e as peças escri-
judicialmente, observando-se, na parte aplicável, as disposi-
tas ou desenhadas complementares do projecto que sejam
ções relativas à recepção e liquidação da obra, precedendo
necessárias para que possa proceder-se a essa execução.
inquérito administrativo.
5. Por virtude da caducidade, os herdeiros ou os credores ARTIGO 241.º
(Prazo para a execução da obra e sua prorrogação)
têm direito à seguinte indemnização:
1. O prazo fixado no contrato para a execução da obra
a) A 5% do valor dos trabalhos não efectuados, se a
começa a contar a partir da data da consignação, quando
morte ou falência ocorrer durante a execução do
outra não for especialmente expressa no contrato.
contrato;
2. Sempre que, por solicitação do Dono da Obra ou em
b) O valor correspondente às despesas comprovada-
virtude de deferimento de reclamação do Empreiteiro, tenha
mente efectuadas para a execução do contrato, lugar à execução de trabalhos a mais, o prazo contratual
de que os futuros executantes possam ter pro- para a conclusão da obra é prorrogado a requerimento do
veito e que não sejam cobertas pela aquisição Empreiteiro.
dos estaleiros, equipamentos e materiais a que 3. O cálculo da prorrogação do prazo prevista no número
se refere o n.º 7, no caso da morte ou da falência anterior é feito:
ocorrerem antes do início dos trabalhos. a) Sempre que se trate de trabalhos a mais da mesma
6. Não há, contudo, lugar a qualquer indemnização: espécie dos definidos no contrato, proporcional-
a) Se a falência for classificada culposa ou fraudu- mente ao que estiver estabelecido nos prazos
lenta; parcelares da execução constantes do plano de
b) Se se provar que a impossibilidade de solver os trabalhos aprovado e atendendo ao seu enqua-
compromissos existia já à data da apresentação dramento geral na empreitada;
da proposta; b) Quando os trabalhos forem de espécie diversa dos
c) Se os herdeiros ou os credores do Empreiteiro não que constam no contrato, por acordo entre o
se habilitarem a tomar sobre si o encargo do Dono da Obra e o Empreiteiro, considerando as
cumprimento do contrato. particularidades técnicas da execução.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6881
com perda definitiva da caução. 1. Da consignação é lavrado auto, no qual se deve fazer
3. Se, dentro do prazo aplicável referido no n.º 1, não referência ao contrato e nele deve mencionar-se o seguinte:
estiverem ainda na posse do Dono da Obra todos os terrenos
a) As modificações que, em relação ao projecto, se
necessários para a execução dos trabalhos, faz-se a consig-
nação logo que essa posse seja adquirida. verifiquem ou se tenham dado no local em que
os trabalhos hão-de ser executados e que possam
ARTIGO 243.º
(Consignações parciais) influir no seu custo;
1. Nos casos em que, pela extensão e importância da b) As operações executadas ou a executar, tais como
obra, as operações de consignação sejam demoradas ou não restabelecimento de traçados, implantação de
possam efectuar-se logo na totalidade por qualquer outra cir- obras e colocação de referências;
cunstância, pode o Dono da Obra proceder a consignações c) Os terrenos e as construções de que se dê posse ao
parciais, começando pelos terrenos que, com base nas peças Empreiteiro;
escritas ou desenhadas, permitam o início dos trabalhos, d) Quaisquer peças escritas ou desenhadas, comple-
desde que esteja assegurada a posse dos restantes elementos
mentares do projecto que no momento forem
em tempo que garanta a não interrupção da empreitada e o
entregues ao Empreiteiro;
normal desenvolvimento do plano de trabalhos.
2. Se se realizarem consignações parciais, a data do iní- e) As reclamações ou as reservas apresentadas pelo
cio da execução da obra é a da primeira consignação parcial, Empreiteiro, relativamente ao acto da consigna-
desde que a falta de oportuna entrega de terrenos ou peças ção e os esclarecimentos que forem prestados
escritas e desenhadas não determine qualquer interrupção da pelo representante do Dono da Obra.
obra ou não prejudique o normal desenvolvimento do plano 2. O auto da consignação deve ser lavrado em duplicado
de trabalhos. e assinado pelo representante do Dono da Obra que fizer a
3. Se, no caso do número anterior, a falta de oportuna consignação e pelo Empreiteiro ou representante deste.
entrega de terrenos ou peças escritas ou desenhadas do pro- 3. Nos casos de consignação parcial devem lavrar-se tan-
jecto determinar qualquer interrupção da obra ou prejudicar tos autos quantas as consignações.
o normal desenvolvimento do plano de trabalhos, considera-
ARTIGO 246.º
-se iniciada a obra na data da última consignação parcial, (Modificação das condições locais e suspensão do acto da consignação)
podendo, no entanto, o prazo ser alterado, por acordo entre o
Dono da Obra e o Empreiteiro, em correspondência com os 1. Quando se verifiquem, entre as condições locais exis-
volumes de trabalho a realizar a partir dessa data. tentes e as previstas no projecto ou nos dados que serviram
de base à sua elaboração, diferenças que possam determi-
ARTIGO 244.º
(Retardamento da consignação) nar a necessidade de um projecto de alteração, o acto de
1. O Empreiteiro pode rescindir o contrato: consignação é suspenso na parte relativa a tais diferenças,
a) Se não for feita a consignação no prazo de 6 meses podendo, no entanto, prosseguir quanto às zonas da obra que
contados a partir da data em que esta deve ser não sejam afectadas pelo projecto de alterações, desde que
efectuada; se verifiquem as condições estabelecidas para a realização
b) Se, tiverem sido feitas uma ou mais consignações de consignações parciais.
parciais, o retardamento da consignação ou das 2. A consignação suspensa só pode prosseguir depois de
consignações subsequentes implicar a interrup- terem sido notificadas ao Empreiteiro as alterações introdu-
ção dos trabalhos por mais de 6 meses, seguidos zidas no projecto, elaborando-se, para o efeito, o respectivo
ou interpolados. auto.
6882 DIÁRIO DA REPÚBLICA
data do auto ou da entrega da exposição, conforme os casos 1. O Dono da Obra pode alterar, em qualquer momento,
e com essa decisão tem o Empreiteiro de conformar-se para o plano de trabalhos em vigor, ficando o Empreiteiro com o
direito a ser indemnizado dos danos sofridos em consequên-
o efeito de prosseguimento dos trabalhos.
cia dessa alteração.
4. Atendida pelo Dono da Obra a reclamação, considera-
2. O Empreiteiro pode, em qualquer momento, propor
-se como não efectuada a consignação na parte em relação à modificações ao plano de trabalhos ou apresentar outro para
qual deveria ter sido suspensa. substituir o vigente, fundamentando a sua proposta, sendo
5. Presume-se atendida a reclamação não decidida no a modificação ou o novo plano aceites desde que deles não
prazo fixado no n.º 3. resulte prejuízo para a obra ou a prorrogação dos prazos de
execução.
ARTIGO 248.º
(Indemnização) ARTIGO 251.º
(Atraso no cumprimento do plano de trabalhos)
1. Se, no caso de o Empreiteiro querer usar o direito
de rescisão por retardamento do acto da consignação, esse 1. Se o Empreiteiro, injustificadamente, retardar a exe-
cução dos trabalhos previstos no plano em vigor, de modo a
direito lhe for negado pelo Dono da Obra e posteriormente
pôr em risco a conclusão da obra dentro do prazo resultante
se verificar, pelos meios competentes, que tal negação não
do contrato, o Fiscal da Obra pode notificá-lo para apresen-
era legítima, deve o Dono da Obra indemnizá-lo dos danos
tar, nos 15 dias seguintes, o plano dos diversos trabalhos
resultantes do facto de não haver podido exercer o seu direito
que, em cada um dos meses seguintes, conta executar, com
oportunamente. indicação dos meios de que se vai servir.
2. A indemnização deve limitar-se aos danos emergentes 2. Se o Empreiteiro não cumprir a notificação prevista
do cumprimento do contrato que não derivem de originá- no número anterior ou se a resposta for dada em termos
ria insuficiência dos preços unitários da proposta ou dos pouco precisos ou insatisfatórios, o Fiscal da Obra, quando
erros desta e só é devida quando o Empreiteiro, na reclama- autorizado pelo Dono da Obra, deve elaborar novo plano de
ção formulada no auto de consignação, tenha manifestado trabalhos, acompanhado de uma memória justificativa da
expressamente a sua vontade de rescindir o contrato, especi- sua viabilidade e deve notificar o Empreiteiro.
ficando o fundamento legal. 3. Nos casos previstos no número anterior, o plano de
SECÇÃO III trabalhos deve fixar o prazo suficiente para o Empreiteiro
Plano de Trabalhos proceder ao reajustamento ou à organização dos estaleiros
necessários à execução do plano notificado.
ARTIGO 249.º
(Objecto e aprovação do plano de trabalhos) 4. Se o Empreiteiro não der cumprimento ao plano de
trabalhos, por si próprio apresentado ou que lhe tenha sido
1. O plano de trabalhos destina-se à fixação da ordem,
notificado, nos termos dos números antecedentes, pode o
da sequência, do prazo e do ritmo de execução de cada uma
Dono da Obra requerer a posse administrativa das obras,
das espécies de trabalhos que constituem a empreitada e a
bem como dos materiais, das edificações, dos estaleiros, das
especificação dos meios com que o Empreiteiro se propõe
ferramentas, das máquinas e dos veículos nelas existentes,
executá-los e deve incluir, obrigatoriamente, o respectivo encarregando pessoa idónea da gerência e administração
plano de pagamentos, com a previsão do escalonamento e da empreitada por conta do Empreiteiro e procedendo aos
da periodicidade dos mesmos durante o prazo contratual. inventários, às medições e às avaliações necessárias.
2. No prazo estabelecido no caderno de encargos ou no 5. Cumprido o que se dispõe no número anterior, a
contrato e que não pode exceder 90 dias, contados a partir empreitada continua assim administrada até à conclusão dos
da data da consignação, o Empreiteiro deve apresentar ao trabalhos ou é posta de novo em praça, em qualquer altura da
representante do Dono da Obra, para aprovação, o seu plano sua execução, conforme for mais conveniente aos interesses
definitivo de trabalhos. do Dono da Obra.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6883
6. Em ambos os casos de que trata o número antece- ção do disposto no n.º 1 ou executados em desconformidade
dente, qualquer excesso de despesa ou aumento de preços com os elementos nele referido.
que se verifique é pago por conta das verbas que se deve- ARTIGO 254.º
rem ao Empreiteiro e pelas cauções prestadas, sem prejuízo (Demora na entrega dos elementos necessários
do direito que ao Dono da Obra assiste de se fazer pagar para a execução e medição dos trabalhos)
mediante todos os bens daquele, se as referidas quantias Se a demora na entrega dos elementos técnicos mencio-
forem insuficientes. nados no n.º 1 do artigo anterior implicar a suspensão ou a
7. Se da administração por terceiros ou do procedimento interrupção dos trabalhos ou o abrandamento do ritmo da
adoptado resultar qualquer economia, pertence esta ao Dono sua execução, procede-se segundo o disposto para os casos
da Obra e nunca ao Empreiteiro, ao qual devem ser, neste de suspensão dos trabalhos pelo Dono da Obra.
caso, restituídos o depósito de garantia e as quantias retidas
ARTIGO 255.º
logo que, decorridos os prazos de garantia, a obra se encon- (Objectos de arte e antiguidades)
tre em condições de ser definitivamente recebida.
1. Todos os objectos de arte, antiguidades, as moedas e
8. No caso previsto no número anterior, tem o Empreiteiro
quaisquer substâncias minerais ou de outra natureza, com
ainda direito a ser pago, das importâncias correspondentes à
valor histórico, arqueológico ou científico, encontrados
amortização do seu equipamento durante o período em que
nas escavações ou demolições, devem ser entregues, pelo
foi utilizado depois da posse administrativa ou do valor do
aluguer estabelecido para a utilização desse equipamento Empreiteiro, ao Fiscal da Obra, por auto, onde conste espe-
pelo novo Empreiteiro, na medida em que a economia obtida cificamente a natureza da entrega.
o permita. 2. Quando a extracção ou a desmontagem dos objectos
9. No caso previsto no n.º 4, pode também o Dono da envolverem trabalhos, conhecimentos ou processos especia-
Obra, quando o julgue preferível, optar pela rescisão pura e lizados, o Empreiteiro deve comunicar o achado ao Fiscal da
simples do contrato, com perda do Empreiteiro da caução ou Obra e suspender a execução da obra até receber as instru-
garantia prestada e das quantias retidas. ções necessárias.
SECÇÃO IV 3. O descaminho ou a destruição de objectos compreen-
Execução dos Trabalhos didos entre os mencionados no presente artigo devem ser
ARTIGO 252.º
participados pelo Dono da Obra ao Ministério Público para
(Data do início dos trabalhos) o competente procedimento criminal.
1. Os trabalhos devem iniciar na data fixada no respec- 4. De todos os achados deve o Dono da Obra dar conhe-
tivo plano. cimento à entidade competente do Executivo.
2. O Dono da Obra pode consentir que os trabalhos sejam SECÇÃO V
iniciados em data posterior, quando o Empreiteiro alegue e Materiais
prove os motivos do atraso. ARTIGO 256.º
3. Caso o Empreiteiro não inicie os trabalhos de acordo (Preferência dos produtos nacionais)
com o plano, nem obtenha adiamento, o Dono da Obra pode 1. Em caso de equivalência de preço e de qualidade, o
rescindir o contrato ou optar pela aplicação da multa contra- Empreiteiro, salvo estipulações expressas em contrário,
tual, por cada dia de atraso, correspondente a um por mil do deve dar preferência, para aplicação na obra, aos materiais
valor de adjudicação, se outro montante não estiver estabe-
produzidos pela indústria nacional.
lecido no caderno de encargos.
2. A qualidade dos materiais nacionais ou importados
4. No caso de rescisão do contrato, são aplicáveis as nor-
deve ser devidamente comprovada pelo Laboratório de
mas prescritas para a não comparência do Empreiteiro ao
Engenharia de Angola ou outra entidade indicada para o
acto de consignação.
efeito.
ARTIGO 253.º
(Elementos necessários para a execução e medição dos trabalhos)
3. Para efeitos do disposto no número anterior, o Dono
da Obra deve exigir sempre ao Empreiteiro a prévia apre-
1. Nenhum elemento da obra pode ser começado sem
sentação dos comprovativos de qualidade dos materiais
que ao Empreiteiro tenham sido entregues, devidamente
nacionais ou importados.
autenticados, os planos, os perfis, os alçados, os cortes, as
cotas de referência e as demais indicações necessárias para ARTIGO 257.º
(Especificações)
perfeita identificação e execução da obra, de acordo com o
projecto ou suas alterações e para a exacta medição dos tra- 1. Todos os materiais que se empregarem nas obras
balhos, quando estes devem ser pagos por medições. devem ter a qualidade, as dimensões, a forma e as demais
2. Devem ser demolidos e reconstruídos pelo Empreiteiro, características designadas no respectivo projecto, com as
à sua custa, sempre que isso lhe seja ordenado por escrito, tolerâncias regulamentares ou admitidas no caderno de
todos os trabalhos que tenham sido realizados com infrac- encargos.
6884 DIÁRIO DA REPÚBLICA
caso, respeitar as respectivas normas oficiais e as caracterís- Se, durante a execução dos trabalhos, o Dono da Obra,
ticas habituais em obras análogas. por motivos alheios a esta, tiver necessidade ou conveniên-
6. O aumento ou a diminuição de encargos resultante cia de aplicar materiais provenientes de locais diversos dos
de alteração das características técnicas dos materiais deve fixados no projecto, no caderno de encargos, no contrato
ser, respectivamente, acrescido ou deduzido ao preço da ou dos escolhidos pelo Empreiteiro, pode ordená-lo, desde
empreitada. que proceda à rectificação do custo dos trabalhos onde esses
materiais sejam aplicados.
ARTIGO 258.º
(Exploração de pedreiras, burgaleiras, areeiros e semelhantes) ARTIGO 261.º
(Materiais pertencentes ao Dono da Obra ou provenientes
1. Os materiais a aplicar na obra, provenientes da de outras obras ou demolições)
exploração de pedreiras, de burgaleiras, de areeiros ou de 1. Se o Dono da Obra julgar conveniente empregar nela
semelhantes, são, em regra, extraídos nos locais fixados no materiais que lhe pertençam, provenientes de demolições
projecto, no caderno de encargos ou no contrato e, quando ou de outras obras é o Empreiteiro obrigado a fazê-lo, des-
tal exploração não for especificamente imposta, noutros que contando-se, se for caso disso, no preço da empreitada, o
mereçam a preferência do Empreiteiro, sendo, neste caso, respectivo custo ou rectificando-se o preço dos trabalhos em
a aplicação dos materiais precedida de aprovação do Fiscal que devam utilizar-se.
da Obra. 2. O disposto no número anterior não é aplicável se o
2. Se a execução da obra tornar necessário que o Empreiteiro demonstrar já ter adquirido os materiais neces-
Empreiteiro passe a extrair todos ou alguns dos materiais sários para a execução dos trabalhos ou na medida em que
em lugares diferentes dos fixados no projecto, caderno de o tiver feito.
encargos ou contrato, deve proceder-se à rectificação dos ARTIGO 262.º
(Aprovação de materiais)
custos dos trabalhos onde esses materiais são aplicados,
aumentando-se ou deduzindo-se o acréscimo ou a redução 1. Sempre que deva ser verificada a conformidade das
características dos materiais a aplicar com as estabeleci-
de encargos consequentes da transferência dos locais de
das no projecto, no caderno de encargos ou no contrato,
extracção.
o Empreiteiro deve submeter os materiais à aprovação do
3. Quando a extracção dos materiais for feita em locais
Fiscal da Obra, que os deve submeter a exame no Laboratório
escolhidos pelo Empreiteiro, a sua transferência não deter-
de Engenharia de Angola ou outra entidade indicada para o
mina qualquer alteração do custo dos trabalhos, salvo nos efeito.
casos previstos nos artigos seguintes ou se resultar da impo- 2. Em qualquer momento, pode o Empreiteiro solicitar
sição pelo dono ou pelo Fiscal da Obra da aplicação de a aprovação referida no número anterior, a qual se con-
materiais com características diferentes das fixadas no pro- sidera concedida se o Fiscal da Obra não se pronunciar
jecto ou no caderno de encargos. nos 10 dias subsequentes, a não ser que os ensaios exi-
4. Para rectificação do custo dos trabalhos devem seguir- jam período mais longo, facto que, naquele prazo, deve ser
-se as disposições relativas às alterações do projecto. comunicado ao Empreiteiro.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6885
b) Sejam, imediatamente e por escrito, comunicadas que surjam ou lhe sejam colocadas pelo Emprei-
ao Fiscal da Obra todas as ordens dadas e noti- teiro e providenciar, no que seja necessário, para
ficações ao Empreiteiro que possam influir no o bom andamento dos trabalhos, para a perfeita
normal desenvolvimento dos trabalhos. execução, segurança e qualidade da obra e faci-
5. O fiscal nomeado para a obra não pode, em circunstân- lidade das medições;
cia alguma, ser o Projectista da obra. n) Transmitir ao Empreiteiro as ordens do Dono da
6. As regras aplicáveis à determinação do preço para
Obra e verificar o seu correcto cumprimento;
Fiscalização das Empreitadas de Obras Públicas são as
o) Praticar todos os demais actos previstos em outros
definidas em acto normativo específico do Presidente da
preceitos da presente Lei.
República.
ARTIGO 271.º
ARTIGO 270.º
(Função da fiscalização nas empreitadas por percentagem)
(Função da fiscalização)
À fiscalização incumbe acompanhar e verificar o exacto Quando se trate de trabalhos realizados por percentagem,
cumprimento do projecto, as alterações do contrato, do a fiscalização, além de promover o necessário para que a
caderno de encargos e do plano de trabalhos em vigor, e obra se execute com perfeição e dentro da maior economia
designadamente: possível, deve:
a) Verificar a implantação da obra de acordo com as a) Acompanhar todos os processos de aquisição de
referências necessárias, fornecidas ao Emprei- materiais e tomar as providências que sobre os
teiro; mesmos se mostrem aconselháveis ou se tornem
b) Verificar a exactidão ou o erro eventual das necessárias, designadamente sugerindo ou orde-
previsões do projecto, em especial, e com a nando a consulta e a aquisição a empresas que
colaboração do Empreiteiro, no que respeita às possam oferecer melhores condições de forneci-
condições do terreno; mento, quer em qualidade, quer em preço;
c) Aprovar os materiais a aplicar, sujeitando a exame b) Vigiar todos os processos de execução, sugerindo
os que devam sê-lo, pelo Laboratório de Enge- ou ordenando, neste caso com a necessária jus-
nharia de Angola ou outra entidade autorizada; tificação, a opção pelos que conduzam a maior
d) Vigiar os processos de execução; perfeição ou economia;
e) Verificar as características dimensionais da obra; c) Visar todos os documentos de despesa, quer de
f) Verificar, em geral, o modo como são executados
materiais, quer de salários;
os trabalhos;
d) Velar pelo conveniente acondicionamento dos
g) Verificar a observância dos prazos estabelecidos;
materiais e pela sua guarda e aplicação;
h) Proceder às medições necessárias e verificar o
e) Verificar toda a contabilidade da obra, impondo a
estado de adiantamento dos trabalhos;
efectivação dos registos que considere necessá-
i) Averiguar se foram infringidas quaisquer dispo-
rios.
sições do contrato e das leis e regulamentos
aplicáveis; ARTIGO 272.º
(Modo de actuação da fiscalização)
j) Verificar se os trabalhos são executados pela ordem
e com os meios estabelecidos no respectivo 1. Para a realização das suas incumbências, a fiscalização
plano; deve dar ordens ao Empreiteiro, fazer-lhe avisos e notifica-
k) Comunicar ao Empreiteiro as alterações introduzi- ções, proceder a verificações e a medições e praticar todos
das no plano de trabalhos pelo Dono da Obra e a os demais actos necessários.
aprovação das propostas pelo Empreiteiro; 2. Os actos referidos no número anterior só podem
l) Informar da necessidade ou conveniência do provar-se, contra ou a favor do Empreiteiro, mediante docu-
estabelecimento de novas serventias ou da mento escrito.
modificação das previstas e da realização de 3. A fiscalização deve processar-se sempre de modo a não
quaisquer aquisições ou expropriações, pronun- perturbar o andamento normal dos trabalhos e sem diminuir
ciar-se sobre todas as circunstâncias que, não a iniciativa e correlativa responsabilidade do Empreiteiro.
havendo sido previstas no projecto, confiram a ARTIGO 273.º
terceiro o direito a indemnização e informar das (Reclamação contra ordens recebidas)
consequências contratuais e legais desses factos; 1. Se o Empreiteiro reputar ilegal, contrária ao contrato
m) Resolver, quando forem da sua competência ou ou perturbadora dos trabalhos qualquer ordem recebida,
submeter, com a sua informação, no caso contrá- deve apresentar ao Fiscal da Obra, no prazo de cinco dias, a
rio, à decisão do Dono da Obra todas as questões sua reclamação, em cujo duplicado é passado recibo.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6887
2. Se a ordem não tiver sido da autoria do Fiscal da Obra, ções a introduzir no projecto, o Fiscal da Obra pode, obtida
este deve encaminhar imediatamente a reclamação para a a necessária autorização, suspendê-los, temporariamente, no
entidade competente, pedindo as necessárias instruções. todo ou em parte.
3. O Fiscal da Obra deve notificar o Empreiteiro, no 2. No caso de qualquer demora na suspensão envolver
prazo de 30 dias, da decisão tomada, correspondendo o seu perigo iminente ou prejuízos graves para o interesse público,
silêncio ao deferimento da reclamação. a fiscalização pode ordenar, sob sua responsabilidade, a sus-
4. Em casos de urgência ou de perigo iminente, pode o pensão imediata dos trabalhos, informando, desde logo, do
Fiscal da Obra confirmar por escrito a ordem sobre a qual facto ao Dono da Obra.
incide a reclamação, exigindo o seu imediato cumprimento. ARTIGO 277.º
5. Nos casos previstos no número anterior, bem como (Autos de suspensão)
quando a reclamação for indeferida, o Empreiteiro é obri- 1. Tanto nos casos previstos no artigo anterior como em
gado a cumprir prontamente a ordem, tendo direito a ser quaisquer outros em que o Dono da Obra ordene a suspen-
indemnizado do prejuízo e do aumento de encargos que são, a fiscalização, com a assistência do Empreiteiro ou seu
suporte, se vier a ser reconhecida a procedência da sua representante, deve lavrar o auto no qual fiquem exaradas as
reclamação. causas que a determinaram, a decisão superior que a auto-
6. Das decisões do Fiscal da Obra sobre reclamações do rizou ou aos motivos de perigo iminente ou prejuízo grave
Empreiteiro ou do seu representante cabe sempre recurso que conduziram a actuar sem autorização, os trabalhos que
hierárquico para o órgão de que ele depender, o qual tem abrange e o prazo de duração previsto.
efeito meramente devolutivo. 2. O Empreiteiro ou o seu representante têm o direito
ARTIGO 274.º de fazer exarar, no auto, qualquer facto que reputem conve-
(Falta de cumprimento da ordem)
niente à defesa dos seus interesses.
1. Se o Empreiteiro não cumprir ordem legal, dimanada 3. O auto de suspensão deve ser lavrado em duplicado
do Fiscal da Obra, dada por escrito sobre matéria relativa à e assinado pelo Fiscal da Obra e pelo Empreiteiro ou repre-
execução da empreitada, nos termos contratuais e não hou- sentante deste.
ver sido absolutamente impedido de o fazer por caso de 4. Se o Empreiteiro ou o seu representante, se recusar a
força maior, assiste ao Dono da Obra o direito de, se assim assinar o auto, deve proceder-se de acordo com o disposto
o entender, rescindir o contrato por culpa do Empreiteiro. no artigo 274.º
2. Se o Dono da Obra não rescindir o contrato, fica ARTIGO 278.º
o Empreiteiro responsável pelos danos emergentes da (Suspensão por tempo indeterminado)
desobediência. Sempre que, por facto que não seja imputável ao
SECÇÃO VII Empreiteiro, este for notificado da suspensão ou da parali-
Suspensão dos Trabalhos
sação dos trabalhos, sem que da notificação ou do auto de
ARTIGO 275.º suspensão conste o prazo desta, presume-se que o contrato
(Suspensão dos trabalhos pelo Empreiteiro) foi rescindido por conveniência do Dono da Obra.
O Dono da Obra tem o direito a rescindir o contrato se ARTIGO 279.º
o Empreiteiro suspender a execução dos trabalhos por mais (Rescisão pelo Empreiteiro em caso de suspensão)
de 10 dias, quando tal não tenha sido previsto no plano em 1. O Empreiteiro tem o direito de rescindir o contrato se
vigor e não resulte: a suspensão for determinada ou se mantiver:
a) De ordem ou autorização do Dono da Obra ou seus a) Por período superior a 1/5 do prazo estabelecido
agentes ou de facto que lhes seja imputável; para a execução da empreitada, quando resulte
b) De caso de força maior; de força maior;
c) De falta de pagamento das prestações devidas por b) Por um período superior a 1/10 do mesmo prazo,
força do contrato ou dos trabalhos executados, quando resulte de facto não imputável ao
quando hajam decorrido três meses sobre a data Empreiteiro e que não constitua caso de força
do vencimento; maior.
d) Da falta de fornecimentos de elementos técnicos 2. Verificando-se a hipótese prevista na alínea a) do
que o Dono da Obra estivesse obrigado a fazer; número anterior, a indemnização a pagar ao Empreiteiro
e) De disposição legal em vigor. limita-se aos danos emergentes e ao lucro cessante.
ARTIGO 276.º 3. Quando não se opere a rescisão, quer por não se com-
(Suspensão dos trabalhos pelo Dono da Obra) pletarem os prazos estabelecidos no n.º 1, quer por a não
1. Sempre que circunstâncias especiais impeçam que requerer o Empreiteiro ou quando não resulte de caso de
os trabalhos sejam executados ou progridam em condições força maior, tem este o direito a ser indemnizado dos danos
satisfatórias, bem como quando imponha o estudo de altera- emergentes.
6888 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. Se a fiscalização não proceder à verificação da ocor- 2. Se for de presumir a existência dos referidos defeitos,
rência de acordo com o disposto no presente artigo, pode o mas não puderem ser comprovados por simples observação,
Empreiteiro ou o seu representante proceder a ela, lavrando o Dono da Obra pode, quer durante a execução dos traba-
o auto em duplicado, com a presença de duas testemunhas e lhos, quer depois da conclusão dos mesmos, mas dentro do
remetendo o original, desde logo, ao Dono da Obra. prazo de garantia, ordenar as demolições necessárias, a fim
4. Sesseta dias após a suspensão das obrigações ou de apurar se ocorrem ou não tais deficiências, lavrando-se
caso esteja atestado no auto ou chegue ao conhecimento de em seguida auto, nos termos do número anterior.
qualquer uma das partes que o motivo de força maior seja 3. Correm por conta do Empreiteiro os encargos pela
indeterminado no tempo, pode qualquer uma das partes res- demolição e reconstrução se se apurar existirem defeitos
cindir o contrato, não dando direito a qualquer indemnização mas em caso contrário, correm por conta do Dono da Obra.
ou compensação, senão unicamente ao direito ao pagamento 4. Dos autos e das notificações referidos nos n.os 1 e 2,
da empreitada ou serviços efectivamente prestados até essa pode o Empreiteiro reclamar e, se os trabalhos de demoli-
data ou momento do conhecimento da sua indeterminação ção e reconstrução forem de apreciável valor ou puderem
no tempo. atrasar a execução do plano, pode requerer que a presunção
5. O mesmo procedimento, adaptado às circunstâncias, da existência dos defeitos seja confirmada por uma vistoria
deve ser seguido quando o Empreiteiro pretenda ser indem- feita por três peritos, um de sua nomeação, outro indicado
nizado, com o fundamento na prática de actos que dificultem pelo Dono da Obra e o terceiro designado pelo Laboratório
ou onerem a execução da empreitada. de Engenharia de Angola ou outra entidade indicada para o
ARTIGO 288.º efeito.
(Alteração das circunstâncias)
5. Nos termos do presente artigo o Fiscal da Obra res-
1. Quando as circunstâncias em que as partes hajam ponde solidariamente com o Empreiteiro em caso de omissão
fundado a decisão de contratar sofram alteração anormal e de defeitos na execução da obra.
imprevisível, de que resulte para uma das partes um grave
ARTIGO 291.º
aumento de encargos na execução da obra, que não caiba nos (Multa por violação dos prazos contratuais)
riscos normais, a parte afectada com a maior onerosidade
1. Se o Empreiteiro não concluir a obra no prazo con-
na sua prestação tem direito à resolução ou à modificação
tratualmente estabelecido, acrescido das prorrogações
do contrato, neste último caso conforme juízos de equidade
graciosas ou legais, pode ser-lhe aplicada, até ao fim dos tra-
e para ser compensado do aumento dos encargos efectiva-
balhos ou à rescisão do contrato, a seguinte multa contratual
mente sofridos ou se proceder à modificação dos preços e
diária, se outra não for fixada no caderno de encargos:
encargos do contrato.
a) Um por mil do valor da adjudicação, no primeiro
2. Notificada a resolução do contrato, a parte contrária
pode opor-se ao pedido, declarando aceitar a modificação do período correspondente a um décimo do referido
contrato nos termos do número anterior. prazo;
b) Em cada período subsequente de igual duração,
ARTIGO 289.º
(Revisão de preços) a multa sofre um aumento de 0,5 por mil, até
1. O contrato deve prever, obrigatoriamente, o modo atingir o máximo de cinco por mil sem, contudo,
de revisão dos preços para o caso de, decorrido o primeiro na sua globalidade, poder vir a exceder 20% do
ano de execução dos trabalhos, se verificar o agravamento valor da adjudicação.
da remuneração da mão-de-obra e do custo dos materiais 2. Se o Empreiteiro não cumprir os prazos parciais vin-
mas, neste último caso, apenas se não tiver sido efectuado o culativos, quando existam, é-lhe aplicada multa contratual
adiantamento de parte do preço dos materiais adquiridos ou de percentagem igual a metade da estabelecida no número
a adquirir para stock. anterior e calculada pela mesma forma sobre o valor dos tra-
2. No caderno de encargos podem fixar-se as fórmulas balhos em atraso.
para a revisão dos preços. 3. À requerimento do Empreiteiro ou por iniciativa do
3. As regras aplicáveis aos Mecanismos e Fórmulas para Dono da Obra, as multas contratuais podem ser reduzidas à
a Revisão de Preços são as definidas em acto normativo montantes adequados, sempre que se mostrem desajustadas
específico do Presidente da República. em relação aos prejuízos reais sofridos pelo Dono da Obra,
ARTIGO 290.º e são anuladas quando se verifique que as obras foram bem
(Defeitos na execução da obra) executadas e que os atrasos no cumprimento de prazos par-
1. Quando a fiscalização reconheça que na obra existem ciais foram recuperados, tendo a obra sido concluída dentro
defeitos de execução ou que nela não foram observadas as do prazo global do contrato.
condições do contrato, deve lavrar auto a verificar o facto e 4. Nos casos de recepção provisória de parte da emprei-
notificar o Empreiteiro para, dentro do prazo razoável que tada, as multas contratuais a que se refere o n.º 1 são aplicadas
lhe é designado, remediar os defeitos da obra. na base do valor dos trabalhos ainda não recebidos.
6890 DIÁRIO DA REPÚBLICA
5. A aplicação de multas contratuais, nos termos dos 2. A conta-corrente e os demais documentos que cons-
números anteriores, deve ser precedida de auto lavrado pela tituem a situação de trabalhos devem ser verificados e
fiscalização, do qual o Dono da Obra envia uma cópia ao assinados pelo Empreiteiro ou seu representante, ficando um
Empreiteiro, notificando-o para, no prazo de dez dias, dedu- duplicado na posse deste.
zir a sua defesa ou impugnação. 3. Quando se verifique que, em qualquer destes docu-
mentos, existe algum vício ou erro, o Empreiteiro deve
CAPÍTULO IV
formular a correspondente reserva ao assiná-lo.
Pagamentos
ARTIGO 296.º
SECÇÃO I (Reclamação do Empreiteiro)
Pagamentos por Medição
1. Sempre que o Empreiteiro tenha formulado reservas
ARTIGO 292.º no auto de medição ou lhe tenha sido negado o reconhe-
(Periodicidade e formalidades da medição) cimento dos erros ou das faltas que invocou, relativos a
1. Salvo disposição em contrário, a medição dos traba- autos elaborados anteriormente ou tenham sido considera-
lhos efectuados deve realizar-se mensalmente. dos outros que ele não reconheça ou, ainda, tenha formulado
2. As medições devem ser feitas no local da obra, com a reservas nos documentos que instruem as situações de traba-
lhos, deve apresentar, nos 10 dias subsequentes, reclamação
assistência do Empreiteiro ou seu representante, e delas se
em que especifique a natureza dos vícios, dos erros ou das
deve lavrar o auto, assinado pelos intervenientes, no qual
faltas e os correspondentes valores a que se acha com direito.
estes exaram tudo o que reputarem conveniente, bem como 2. Se, no prazo fixado no número anterior, o Empreiteiro
a colheita de amostras de quaisquer materiais ou produtos não apresentar reclamação, entende-se que se conforma com
de escavação. as medições dos autos e os resultados dos documentos que
3. Os métodos e os critérios a adoptar para a realização instruem a situação dos trabalhos.
das medições devem ser obrigatoriamente estabelecidos no 3. Apresentada a reclamação, a mesma considera-se
caderno de encargos e, em caso de alterações, os novos cri- deferida se o Dono da Obra não expedir a notificação da
térios de medição que, porventura, se tornem necessários, decisão no prazo de 30 dias a contar da data da apresentação,
devem ser desde logo definidos. a não ser que tenha de proceder-se a ensaios laboratoriais,
exame ou verificações que exijam maior prazo, facto que, no
ARTIGO 293.º
(Objecto da medição)
referido prazo de 30 dias, comunica ao Empreiteiro.
4. As despesas com a realização de medições especiais
Deve proceder-se, obrigatoriamente, à medição de para julgamento de reclamações do Empreiteiro são suporta-
todos os trabalhos executados, ainda que não se considerem das por este, caso se reconheça que as medições impugnadas
previstos no projecto, nem devidamente ordenados, inde- estavam certas.
pendentemente da questão de saber se devem ou não ser ARTIGO 297.º
pagos ao Empreiteiro. (Liquidação e pagamento)
ARTIGO 294.º 1. Após a assinatura, pelo Empreiteiro, dos documentos
(Erros de medição)
que constituem a situação de trabalhos promove-se a liqui-
1. Se, em qualquer altura da empreitada, se reconhecer dação do valor correspondente às quantidades de trabalhos
que houve erros ou faltas em algum ou alguns dos autos de medidos sobre as quais não haja divergências, depois de
medição anteriormente lavrados, deve fazer- se a devida deduzidos os descontos a que houver lugar nos termos con-
correcção no auto de medição que se seguir a esse reconhe- tratuais, notificando-se o Empreiteiro dessa liquidação para
cimento, caso ambas as partes estejam de acordo quanto ao efeito de pagamento.
objecto e quantidades a corrigir. 2. Quando não sejam liquidados todos os trabalhos medi-
2. Quando os erros ou as faltas tiverem sido alegados por dos, deve mencionar-se o facto mediante nota explicativa
escrito pelo Empreiteiro, mas não forem reconhecidos pela inserta na respectiva conta-corrente.
fiscalização, pode aquele reclamar. 3. Se o julgamento das reclamações conduzir ao reconhe-
3. Quando os erros ou as faltas forem alegados pela fis- cimento de que houve pagamento de quantias não devidas,
calização, mas não forem reconhecidos pelo Empreiteiro, deve deduzir-se, no primeiro pagamento a efectuar ou no
faz-se a correcção no auto de medição seguinte, podendo o depósito de garantia se a reclamação respeitar ao último
Empreiteiro reclamar dela. pagamento, a importância que se reconheça ter sido paga
ARTIGO 295.º a mais.
(Situação dos trabalhos) ARTIGO 298.º
1. Feita a medição, deve ser elaborada a respectiva (Situações provisórias)
conta-corrente, com especificação das quantidades de tra- 1. Quando, nos termos da presente Lei, em casos de força
balhos apuradas, dos preços unitários, do total creditado, maior, não for possível a realização da medição mensal, por
dos descontos a efectuar, dos adiantamentos concedidos ao parte do Fiscal da Obra, deve este comunicar ao Dono da
Empreiteiro e do saldo a pagar a este. Obra tal impossibilidade e ordena o Empreiteiro a apresen-
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6891
tar, até ao fim do mês seguinte, um mapa das quantidades ARTIGO 302.º
(Mora no pagamento)
dos trabalhos efectuados no mês anterior, com os documen-
tos respectivos. 1. O Empreiteiro só tem direito a juros pela mora no
2. Apresentado o mapa e visado pela fiscalização só para pagamento das contas liquidadas e aprovadas se essa mora
efeito de comprovar a verificação de alguma das condições exceder noventa dias a partir da notificação da liquidação
que, nos termos do número anterior, justifiquem o procedi- respectiva ou da data contratualmente fixada, caso em que
mento, é considerado como situação provisória de trabalhos se lhe abona o juro de 2% ao ano, contado desde a data da
e procede-se como se de situação de trabalhos se tratasse. notificação ou do vencimento contratual da prestação fixa.
3. A exactidão das quantidades escritas nos mapas é veri- 2. Se o atraso na realização de qualquer pagamento
se prolongar por mais de seis meses, tem o Empreiteiro o
ficada no primeiro auto de medição que se efectuar, com
direito de rescindir o contrato.
base no qual se procede às rectificações a que houver lugar.
4. Se o Empreiteiro, dolosamente, inscrever no seu ARTIGO 303.º
(Adiantamentos ao Empreiteiro)
mapa trabalhos não efectuados, pode o Dono da Obra res-
cindir o contrato e informar tal facto ao Órgão responsável 1. O Dono da Obra pode fazer ao Empreiteiro adianta-
mentos pelos materiais postos junto à obra e aprovados.
pela Regulação da Construção Civil e Obras Públicas, para
2. Salvo estipulação diversa no contrato, o adiantamento
efeito de averbamento e redução para a categoria imediata-
não deve exceder 2/3 do valor dos materiais, no estado em
mente inferior da classe do respectivo alvará, e para o Órgão
que se encontrarem, valor que é determinado pela série de
responsável pela Regulação e Supervisão da Contratação
preços simples do projecto, se nele existirem ou, em caso
Pública para efeito de inclusão na lista de empresas incum-
contrário, comprovado pela fiscalização.
pridoras, nos termos do n.º 1 do artigo 57.º
3. Nos mesmos termos, pode o Dono da Obra conceder
SECÇÃO II ao Empreiteiro adiantamentos com base no equipamento
Pagamentos em Prestações
posto na obra e cuja utilização ou aplicação tenha sido pre-
ARTIGO 299.º vista no plano de trabalhos.
(Pagamento em prestações fixas)
4. Nos casos previstos nos n.os 3 e 5, o valor do equipa-
Quando o pagamento for feito em prestações fixas, o mento é o aprovado pela fiscalização e o adiantamento não
Empreiteiro deve apresentar, para o obter, um mapa que pode exceder 50% desse valor.
defina a situação dos trabalhos efectivamente realizados, o 5. Pode, ainda, mediante pedido fundamentado e pres-
qual é verificado pela fiscalização no prazo máximo de 10 tação de garantia bancária ou seguro caução, ser facultado
dias, lavrando-se o auto da respectiva diligência. ao Empreiteiro o adiantamento da parte do custo da obra,
ARTIGO 300.º necessário para aquisição de materiais sujeitos a flutuação
(Pagamento em prestações variáveis) de preço, bem como de equipamento, cuja utilização ou apli-
Quando o pagamento for feito em prestações variá- cação tenha sido prevista no plano de trabalhos aprovado.
veis em função das quantidades de trabalhos executadas, 6. O valor global dos adiantamentos feitos com base nos
observa-se, em tudo quanto for aplicável, o regime de medi- n.os 3 e 5, não pode exceder 50% da parte do preço da obra
ção dos trabalhos nas empreitadas por séries de preços. ainda por receber.
7. O adiantamento ao Empreiteiro não pode ultrapassar
SECÇÃO III
Disposições Comuns 15% do valor global do contrato e os casos excepcionais são
regulados pelas regras anuais de execução orçamental.
ARTIGO 301.º
8. O Dono da Obra não pode fazer adiantamentos fora
(Prazos de pagamentos)
dos casos previstos no presente artigo.
1. Os contratos devem precisar os prazos em que o Dono
ARTIGO 304.º
da Obra deve proceder ao pagamento dos trabalhos e das (Reembolso dos adiantamentos)
respectivas revisões e eventuais acertos, os quais não podem
1. O reembolso dos adiantamentos previstos no n.º 1
exceder 60 dias, contados, consoante os casos:
do artigo anterior faz-se à medida que os materiais forem
a) Das datas dos autos de medição a que se refere o sendo aplicados e por dedução nos respectivos pagamentos
artigo 292.º; contratuais.
b) Das datas de apresentação dos mapas das quantida- 2. O reembolso dos adiantamentos previstos nos n.os 3 e 5
des de trabalhos previstos no artigo 298.º; do artigo anterior efectua-se deduzindo no valor de cada um
c) Das datas em que os acertos sejam decididos. dos pagamentos contratuais posteriores, uma percentagem
2. Nos casos em que os contratos não precisem os pra- igual a que tais adiantamentos representam relativamente à
zos a que se referem os números anteriores, entende-se que parte da obra que, na data da sua concessão, ainda estiver
são de 60 dias. por liquidar.
6892 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. Um mapa de todos os trabalhos executados a mais preço de quaisquer trabalhos que o Empreiteiro tenha man-
ou a menos do que os previstos no contrato, com dado executar por terceiros.
a indicação dos preços unitários pelos quais se 2. A afixação pode ser substituída por duas publicações
procedeu à sua liquidação; feitas, com uma semana de intervalo, num jornal local com
3. Um mapa de todos os trabalhos e valores sobre os
expansão no município, contando-se o prazo de 10 dias para
quais hajam reclamações, ainda não decididas,
a apresentação de reclamações, a partir da data da segunda
do Empreiteiro, com expressa referência ao
mapa do número anterior, sempre que daquele publicação.
também constem. 3. Às reclamações são aplicáveis, com as devidas adap-
ARTIGO 311.º tações, as regras estabelecidas no artigo 17.º e não são tidas
(Notificação da conta final ao Empreiteiro) em conta quaisquer reclamações apresentadas fora do prazo
1. Elaborada a conta, é enviada uma cópia ao Empreiteiro, estabelecido nos editais.
por carta registada com aviso de recepção, para este assinar ou ARTIGO 314.º
deduzir a sua reclamação fundamentada, no prazo de 30 dias. (Processos das reclamações)
2. Ao Empreiteiro é facultado o exame dos documentos 1. Findo o prazo para a respectiva apresentação, a enti-
necessários à apreciação da conta. dade referida nos artigos 312.º e 313.º, deve enviar, dentro
3. Se o Empreiteiro assinar a conta e não deduzir con-
de dez dias, ao organismo que estiver encarregado da liqui-
tra ela, no prazo fixado no n.º 1, qualquer reclamação,
dação, as reclamações recebidas, com os seus comentários.
entende-se que a aceita, sem prejuízo, todavia, das reclama-
2. O serviço liquidatário deve notificar, por carta regis-
ções pendentes que tenha declarado expressamente querer
tada com aviso de recepção, ou contra recibo, o Empreiteiro
manter.
e as instituições de crédito que hajam garantido as obriga-
4. Se o Empreiteiro, dentro do prazo fixado no n.º 1, não
assinar a conta, nem deduzir contra ela qualquer reclama- ções em causa para, no prazo de 20 dias, contestarem as
ção, e de tal não houver sido impedido por causa de força reclamações recebidas, com a cominação de, não o fazendo,
maior, entende-se que a aceita, com os efeitos estabelecidos serem tidas por aceites e deferidas.
no número anterior. 3. Havendo contestação, dela é dado conhecimento aos
5. Na sua reclamação, o Empreiteiro não pode: reclamantes dos créditos contestados, avisando-os de que só
a) Fazer novas reclamações sobre as medições; são retidas as quantias reclamadas caso, no prazo de trinta
b) Fazer novas reclamações sobre as verbas que cons- dias, seja proposta acção no tribunal competente para as exi-
tituam mera e fiel reprodução das contas das gir e ao serviço liquidatário seja enviada, nos quinze dias
medições ou das reclamações já decididas; seguintes à propositura da acção, certidão comprovativa do
c) Ocupar-se de reclamações pendentes e ainda não facto.
decididas. SECÇÃO IV
6. Sobre a reclamação do Empreiteiro deve o Dono da Prazo de Garantia
Obra pronunciar-se no prazo de 60 dias. ARTIGO 315.º
SECÇÃO III (Prazo de garantia)
Inquérito Administrativo
1. O prazo de garantia deve ser estabelecido no caderno
ARTIGO 312.º de encargos, tendo em atenção a natureza dos trabalhos.
(Comunicações às autoridades locais)
2. Na falta da estipulação prevista no número anterior, o
No prazo de 60 dias contados a partir da data da recepção prazo de garantia é de 3 anos.
provisória, o Dono da Obra deve comunicar á competente
SECÇÃO V
autoridade administrativa da área em que os trabalhos foram Recepção Definitiva
executados a sua conclusão, indicando o serviço e respectivo
ARTIGO 316.º
endereço encarregado da liquidação.
(Vistoria)
ARTIGO 313.º
(Publicação de editais) 1. Findo o prazo de garantia, por iniciativa do Dono da
1. Recebida aquela comunicação, a entidade referida no Obra ou a pedido do Empreiteiro, procede-se à nova vistoria
artigo anterior, deve mandar afixar editais durante o prazo de todos os trabalhos da empreitada.
de 20 dias, chamando todos os interessados para, até 10 dias 2. Se, pela vistoria, se verificar que as obras não apresen-
depois do termo do prazo dos editais, apresentarem, na res- tam deficiências, deteriorações, indícios de ruína ou de falta
pectiva secretaria, por escrito e devidamente fundamentadas de solidez pelos quais deva responsabilizar-se o Empreiteiro,
e documentadas, quaisquer reclamações a que julguem com procede-se à recepção definitiva.
direito, nomeadamente por falta de pagamento de salário se 3. São aplicáveis à vistoria e ao auto de recepção defi-
de materiais ou de eventuais indemnizações, bem como do nitiva os preceitos correspondentes da recepção provisória.
6894 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. O Dono da Obra pode apresentar réplica a contestação 5. Se algum dos presentes apresentar inventário recente,
apresentada pelo Empreiteiro. Contudo, se as razões nela digno de crédito, é este conferido e apenso ao auto, com os
invocada forem julgadas improcedentes, o Dono da Obra aditamentos e as correcções convenientes, dispensando-se
tomará posse administrativa dos trabalhos nos termos dos uma nova inventariação.
artigos seguintes. 6. Quando o inventário não possa ficar concluído num só
ARTIGO 324.º dia, a posse é logo conferida ao representante do Dono da
(Efeitos da rescisão) Obra, prosseguindo a inventariação nos dias seguintes.
1. Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, a 7. No auto, o Empreiteiro ou o seu representante podem
parte que der causa à rescisão incorre na obrigação de indem- formular reclamações, mas só quando considerem alguma
nizar a outra pelos prejuízos resultantes dessa rescisão. coisa indevidamente inventariada.
2. Nos casos de rescisão, por conveniência do Dono da 8. Nos 30 dias seguintes ao encerramento do auto, o
Obra, o Empreiteiro tem o direito a ser indemnizado. Dono da Obra decide sobre as reclamações, mandando ou
3. Se o Empreiteiro o preferir, quando a rescisão for por não restituir as coisas inventariadas, presumindo-se, na falta
ele requerida e de acordo com os casos previstos na pre- de decisão, o deferimento.
sente Lei, pode, em vez de aguardar a liquidação das perdas
ARTIGO 326.º
e dos danos sofridos, receber desde logo, como única indem- (Prossecução dos trabalhos pelo Dono da Obra)
nização, a quantia correspondente a 10% da diferença entre
o valor dos trabalhos executados e o valor dos trabalhos 1. Na execução dos trabalhos, o Dono da Obra pode
adjudicados. utilizar as máquinas, os materiais, as ferramentas, os utensí-
4. Se a rescisão for decidida pelo Dono da Obra a título lios, as edificações, os estaleiros e os veículos de que tomou
de sanção aplicável por lei ao Empreiteiro, este suporta posse, mediante aluguer ou compra, por preço acordado
inteiramente as respectivas consequências. ou fixado, em arbitragem ou judicialmente, o qual é depo-
5. Rescindido o contrato, o Dono da Obra deve tomar sitado como garantia adicional das responsabilidades do
logo, com a assistência do Empreiteiro, posse administra- Empreiteiro.
tiva da obra. 2. O Empreiteiro pode requerer que lhe sejam entregues
6. A rescisão não produz, em regra, efeito retroactivo. as máquinas, os materiais, as ferramentas, os utensílios, as
ARTIGO 325.º edificações, os estaleiros e os veículos que o Dono da Obra
(Posse administrativa) não quiser utilizar nos termos do número anterior, prestando
1. Sempre que, nos termos da lei, o Dono da Obra esteja caução de valor equivalente ao do inventário, por depósito
em condições de tomar a posse administrativa dos trabalhos de dinheiro ou títulos, fiança bancária, hipoteca ou penhor.
em curso, oficia o Sector das Obras Públicas competente, 3. Os materiais existentes na obra e sujeitos a deteriora-
atendendo a circunscrição administrativa, solicitando que, ção têm o seguinte destino:
nos 8 dias seguintes à recepção do ofício, seja empossado
a) Se estiverem aprovados ou em condições de
dos trabalhos e indicando desde logo, a Entidade a quem em
merecerem aprovação, são obrigatoriamente
sua representação, deve ser notificada a data da posse.
2. Havendo trabalhos em curso da mesma obra em diver- adquiridos pelo Dono da Obra pelo preço uni-
sas localidades, o Dono da Obra deve tomar as providências tário respectivo, se existir, ou o da factura, no
necessárias para que a posse seja conferida em dias suces- caso contrário, retendo-se, contudo, o seu valor,
sivos, fazendo guardar, desde logo, os locais para que deles como garantia adicional da responsabilidade do
não possam ser indevidamente desviados quaisquer bens do Empreiteiro;
Empreiteiro. b) Se não estiverem nas condições da alínea anterior,
3. Recebido o ofício, o responsável pelo Sector das podem ser levantados pelo Empreiteiro que os
Obras Públicas marca a hora, a data e manda logo notificar
remove do local da obra, no prazo que lhe for
os representantes do Dono da Obra e do Empreiteiro para
comparecerem no lugar onde estiverem situados os estalei- determinado, sob pena de essa remoção ser feita
ros da obra ou onde se encontre o material do Empreiteiro. pelo Dono da Obra, debitando-se, ao Emprei-
4. No dia e na hora fixada, comparecem no local os teiro, o custo do transporte.
representantes do sector das obras públicas e os representan- ARTIGO 327.º
tes do Dono da Obra e, esteja ou não presente o Empreiteiro, (Processo de rescisão pelo Empreiteiro)
logo os primeiros dão posse das obras, incluindo terrenos 1. Nos casos em que, na presente Lei, seja reconhecido
consignados ou ocupados, materiais, edificações próprias ao Empreiteiro o direito de rescisão do contrato, o exercí-
ou arrendadas, estaleiros, ferramentas, máquinas e veí- cio desse direito tem lugar mediante requerimento, dirigido
culos afectos à obra, inventariando-os em auto, que deve ao Dono da Obra, nos 30 dias subsequentes à verificação
ser lavrado pelo funcionário que acompanhar a autoridade do facto justificativo do direito e no qual o pedido, funda-
empossante e assinado por esta, pelo representante do Dono mentado, deve ser instruído com os documentos que possam
da Obra e pelo Empreiteiro, quando presente. comprovar as razões invocadas.
6896 DIÁRIO DA REPÚBLICA
1. Quando a rescisão for resultante do exercício de As questões que se suscitem sobre a interpretação, a
direito do Empreiteiro, o Dono da Obra toma posse desta validade ou a execução do contrato de empreitada de obras
e dos materiais, das ferramentas, dos utensílios e das edi- públicas podem ser dirimidas pelo tribunal competente.
ficações que lhe pertencerem, mediante auto de inventário ARTIGO 333.º
(Prazo de caducidade)
dos bens, no qual devem figurar as medições dos trabalhos
executados. Quando outro não seja o prazo fixado na lei, as acções
2. Nos casos previstos no número anterior, o Dono da devem ser propostas no prazo de 180 dias contados desde a
Obra é obrigado a: data da notificação ao Empreiteiro da decisão ou da delibe-
a) Comprar, pelos preços convencionados ou que ração do órgão competente para praticar actos definitivos,
resultarem de arbitragem ou decisão judicial, as em virtude da qual seja negado algum direito ou pretensão
do Empreiteiro ou o Dono da Obra se arrogue direito que a
máquinas, ferramentas, utensílios, edificações e
outra parte não considere fundado.
estaleiros adquiridos e aprovados para a execu-
ARTIGO 334.º
ção das obras e com os quais o Empreiteiro não (Aceitação do acto)
quiser ficar;
1. O cumprimento ou o acatamento pelo Empreiteiro de
b) Comprar, pelo preço de factura, os materiais
qualquer decisão tomada pelo Dono da Obra ou pelos seus
aprovados existentes na obra, bem como os que,
representantes, não se considera aceitação tácita da decisão
embora se não achem ao pé da obra, se prove acatada.
terem sido para ela adquiridos pelo Empreiteiro, 2. Todavia, se dentro do prazo de 10 dias a contar do
desde que reúnam as qualidades necessárias para conhecimento da decisão, o Empreiteiro não reclamar ou
poderem ser aceites e não excedam as quantida- não formular reserva dos seus direitos, a decisão considera-
des precisas. -se aceite.
ARTIGO 329.º ARTIGO 335.º
(Resolução convencional do contrato) (Matéria discutível)
1. O Dono da Obra e o Empreiteiro podem, por acordo e O indeferimento das reclamações formuladas oportu-
em qualquer momento, resolver o contrato. namente pelo Empreiteiro ao Dono da Obra, não inibe o
2. Os efeitos da resolução convencional do contrato são Empreiteiro de discutir a matéria dessas reclamações, em
fixados no acordo. acção proposta para o efeito.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6897
b) Quando se demonstre que a utilização de um cen- 2. O disposto no número anterior aplica-se quer às
tro de arbitragem institucionalizado teria como subempreitadas que resultem de contrato entre o Empreiteiro
consequência uma resolução mais morosa do adjudicado da obra pública e o seu Subempreiteiro, quer às
litígio; efectuadas entre um Subempreiteiro e um terceiro.
c) Quando se demonstre que a utilização de um cen- 3. O Empreiteiro de Obras Públicas adjudicatário de uma
tro de arbitragem institucionalizado teria como obra pública não pode subempreitar mais de 75% do valor
consequência um custo mais elevado para as da obra que lhe foi adjudicada.
4. O regime previsto no número anterior é, igualmente,
Entidades Públicas Contratantes.
aplicável às subempreitadas subsequentes.
4. Se se optar pela submissão de litígio a tribunal arbitral
5. O Empreiteiro não pode proceder à substituição dos
não integrado em centro de arbitragem institucionalizado,
Subempreiteiros que figurem no contrato sem obter, previa-
a Entidade Contratante deve elaborar uma avaliação de
mente, autorização do Dono da Obra.
impacto dos custos que tal opção importa, designadamente
6. O Dono da Obra não pode opor-se à escolha do
quanto aos honorários de árbitros e advogados, taxas, custas
Subempreiteiro pelo Empreiteiro de Obras Públicas, adju-
e outras despesas.
dicatário da obra, salvo se aquele não dispuser de condições
5. Nos litígios sobre questões de legalidade, os árbi-
legais para a execução da obra que lhe foi subcontratada.
tros decidem estritamente segundo o direito constituído,
ARTIGO 344.º
não podendo pronunciar-se sobre a conveniência ou opor-
(Contrato de subempreitada)
tunidade da actuação administrativa, nem julgar segundo a
1. Para efeitos do disposto na presente Lei, entende-se
equidade.
por Subempreitada o contrato de empreitada emergente,
6. A resolução de conflitos em contratação pública resul-
mediata ou imediatamente, de um contrato administrativo
tantes da execução de contratos previstos na presente Lei
de empreitada de obras públicas.
é assegurada por um centro com competência institucio-
2. O contrato referido no número anterior consta de
nalizada para garantir o tratamento, gestão e promoção de
documento particular outorgado pelas partes contratantes.
formas alternativas de solução, cuja organização e funcio-
3. Do contrato devem constar, necessariamente, os
namento é determinada em acto normativo específico do
seguintes elementos:
Presidente da República.
a) A identificação das partes outorgantes, indicando o
ARTIGO 342.º seu nome ou denominação social, número fiscal
(Processo arbitral)
de contribuinte ou pessoa colectiva, estado civil
1. O processo arbitral é simplificado, nos seguintes e domicílio ou, no caso de ser uma sociedade,
termos: a respectiva sede social e, se for caso disso, as
a) Há unicamente dois articulados: a petição e a con- filiais que interessam à execução do contrato,
testação; os nomes dos titulares dos corpos gerentes ou
b) Só podem ser indicadas duas testemunhas por cada de outras pessoas com poderes para obrigar no
facto contido no questionário; acto;
c) A discussão é escrita. b) A identificação dos títulos de que constem as
2. Proferida a decisão e notificada às partes, o pro- autorizações para o exercício da actividade de
cesso é entregue ao Órgão responsável pela Regulação da Empreiteiros de obras públicas;
Construção Civil e Obras Públicas, com conhecimento c) A especificação técnica da obra que for objecto do
do Órgão responsável pela Regulação e Supervisão da contrato;
Contratação Pública, onde fica arquivado, competindo a este d) O valor global do contrato;
serviço decidir tudo quanto respeite aos termos da respec- e) A forma e os prazos de pagamentos, os quais
tiva execução por parte das entidades administrativas, sem devem ser estabelecidos em condições idênticas
prejuízo da competência dos tribunais para a execução das às previstas no contrato entre o Dono da Obra
obrigações do Empreiteiro, devendo ser remetida ao juiz Pública e o Empreiteiro.
competente cópia da decisão do tribunal arbitral, para efei- 4. A não observância integral do disposto nos n.os 2 e 3
tos do processo executivo. determina a nulidade do contrato.
5. O Empreiteiro não pode, porém, opor ao Subempreiteiro
CAPÍTULO VIII a nulidade prevista no número anterior.
Subempreitadas
ARTIGO 345.º
ARTIGO 343.º (Direito de retenção)
(Princípios gerais) 1. Os Subempreiteiros podem reclamar, junto do Dono
1. Não podem executar trabalhos em obras públicas, da Obra, pelos pagamentos em atraso que sejam devidos
como Subempreiteiros, as entidades referidas no artigo 56.º pelo Empreiteiro, podendo o Dono da Obra exercer o direito
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6899
vas competências de autoridade a fim de reprimir ou prevenir 1. A execução das prestações que constituem o objecto
a violação por terceiros de vínculos jurídico-administrativos do contrato pode ser, total ou parcialmente, suspensa com os
de que resulte a impossibilidade ou grave dificuldade de se seguintes fundamentos:
alcançar o fim visado com a celebração do contrato. a) Impossibilidade temporária de cumprimento das
ARTIGO 355.º
obrigações contratuais, designadamente em vir-
(Sigilo e direito à informação) tude de mora da Entidade Pública Contratante
1. A Entidade Pública Contratante e o co-contratante na entrega ou na disponibilização de meios ou
guardam sigilo sobre quaisquer matérias sujeitas a segredo bens necessários à execução das prestações con-
nos termos da lei às quais tenham acesso no âmbito da exe- tratuais;
cução do contrato. b) Excepção de não cumprimento, nos termos do
2. Compete à Entidade Pública Contratante a satisfa- disposto no artigo 378.º
ção do direito à informação por parte de particulares sobre 2. A suspensão da execução das prestações contratuais
o teor do contrato e sobre quaisquer aspectos da respectiva determina a prorrogação do respectivo prazo de execução
execução. por período igual ao da duração da suspensão, acrescido do
prazo estritamente necessário à organização de meios e exe-
ARTIGO 356.º
(Princípios da boa-fé, da prossecução do interesse público cução de trabalhos preparatórios ou acessórios com vista ao
e da proporcionalidade) recomeço da execução.
1. O contrato constitui, para as partes, direitos e obriga- 3. A prorrogação referida no número anterior não pode
ções que devem ser exercidos e cumpridos de boa-fé e em ser invocada pela parte a quem sejam imputáveis os factos
conformidade com os ditames do interesse público, nos ter- geradores da suspensão.
mos da lei. 4. A execução das prestações que constituem o objecto do
2. A Entidade Pública Contratante não pode assumir contrato recomeça logo que cessem as causas que determi-
direitos ou obrigações manifestamente desproporcionadas naram a suspensão, devendo a Entidade Pública Contratante
ou que não tenham uma conexão material directa com o fim notificar por escrito o co-contratante para o efeito.
do contrato. ARTIGO 360.º
(Prazo de pagamento)
ARTIGO 357.º
(Direito aplicável) 1. Sempre que do contrato não conste data ou prazo de
pagamento, a obrigação pecuniária vence-se, sem necessi-
Em tudo quanto não estiver regulado na presente Lei ou
dade de novo aviso, 30 dias após a data em que a Entidade
em lei especial, são subsidiariamente aplicáveis à execução
Pública Contratante tiver recebido a factura ou documento
dos contratos regulados pelo presente Título, as restantes
equivalente ou, no caso de a factura ser emitida antes do
normas de direito administrativo e, na falta destas, o direito
fornecimento ou da locação dos bens ou da prestação dos
civil.
serviços, 30 dias após a data de recepção efectiva ou do
SECÇÃO II termo da locação dos bens ou do termo da prestação dos
Eficácia e Execução do Contrato
serviços.
ARTIGO 358.º 2. Constando do contrato data ou prazo de pagamento,
(Eficácia do contrato) os pagamentos devidos pela Entidade Pública Contratante
1. A plena eficácia do confrato depende da emissão dos são efectuados no prazo de 30 dias após a entrega das res-
actos de aprovação ou de outros actos integrativos exigidos pectivas facturas, as quais só podem ser emitidas após o
por lei. vencimento da obrigação a que se referem.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6901
3. O contrato pode estabelecer prazo diverso do fixado 4. Salvo disposição em contrário prevista em lei espe-
no número anterior, não podendo este exceder, em qualquer cial, a execução forçada das prestações contratuais em falta
caso, 60 dias. só pode ser obtida através de decisão judicial.
4. São nulas as cláusulas contratuais que, sem motivo 5. Quando, na sequência da decisão judicial a que se
atendível e justificado face às circunstâncias concretas, esta- refere o número anterior, o Tribunal condenar o co-contra-
beleçam prazos superiores a 60 dias para o vencimento das tante à prestação de um facto ou à entrega de coisa certa,
obrigações pecuniárias. pode a Entidade Pública Contratante promover a execução
5. No caso previsto no número anterior, a cláusula tem-se coerciva da sentença através de acto administrativo.
por não escrita e a obrigação considera-se vencida de acordo ARTIGO 364.º
com as regras do presente artigo. (Poderes de direcção e de fiscalização)
resolução pode ser exercido mediante declaração à Entidade 1. A Entidade Pública Contratante pode resolver o
Pública Contratante ou requerimento acompanhado de contrato:
estimativa do valor dos trabalhos em causa, com a exacta a) Por razões de interesse público, devidamente
discriminação dos preços unitários que lhe serviram de base, fundamentadas, e mediante o pagamento ao co-
produzindo efeitos 30 dias após a recepção dessa declaração -contratante de justa indemnização;
ou do requerimento, salvo se a Entidade Pública Contratante b) Por alteração anormal e imprevisível das circuns-
cumprir com as obrigações em atraso nesse prazo, acresci- tâncias, nos termos do disposto na alínea a) do
das dos juros de mora a que houver lugar. n.º 1 do artigo 367.º
ARTIGO 383.º 2. No caso previsto na alínea a) do número anterior, a
(Resolução sancionatória) indemnização a que o co-contratante tem direito corres-
1. Sem prejuízo de outros casos de grave violação das ponde aos danos emergentes e aos lucros cessantes, devendo,
obrigações assumidas pelo co-contratante especialmente quanto a estes, ser deduzido o benefício que resulte da ante-
previstos no contrato, a Entidade Pública Contratante pode cipação dos ganhos previstos.
3. A falta de pagamento da indemnização prevista no
resolver o contrato, a título sancionatório, nos seguintes
número anterior no prazo de noventa dias, contados da data
casos:
em que o montante devido se encontre definitivamente apu-
a) Incumprimento definitivo do contrato por facto
rado, confere ao co-contratante o direito ao pagamento de
imputável ao co-contratante;
juros de mora sobre a respectiva importância.
b) Incumprimento grave ou reiterado, por parte do co- 4. No caso previsto na alínea b) do n.º 1, o co-contratante
-contratante, de ordens, directivas ou instruções tem também direito ao pagamento de justa indemnização,
transmitidas no exercício do poder de direcção fixada nos termos previstos nos n.os 2 e 3, quando a alteração
sobre matéria relativa à execução das prestações anormal e imprevisível das circunstâncias seja imputável à
contratuais; Entidade Pública Contratante, ainda que resulte de decisão
c) Oposição grave ou reiterada do co-contratante ao adoptada fora do exercício dos seus poderes de conformação
exercício dos poderes de fiscalização da Enti- da relação contratual.
dade Pública Contratante; 5. Em qualquer dos casos, não há lugar a indemniza-
d) Cessão da posição contratual ou subcontratação ção quando o contrato tenha sido originado, nomeadamente,
realizadas com inobservância dos termos e limi- por actos de improbidade pública, fraude, restrição da con-
tes previstos na presente Lei ou no contrato; corrência, facilitação em negócios e corrupção, nos termos
da legislação aplicável, salvo se o co-contrante estiver de
e) Aplicação de sanções contratuais com natureza
boa-fé.
pecuniária, cujo valor acumulado exceda o
SECÇÃO VIII
limite previsto no n.º 2 do artigo 379.º;
Invalidade do Contrato
f) Incumprimento pelo co-contratante de decisões
ARTIGO 385.º
judiciais ou arbitrais respeitantes ao contrato; (Invalidade consequente de actos procedimentais inválidos)
g) Não renovação do valor da caução pelo co-con-
1. Os contratos são nulos se a nulidade do acto procedi-
tratante, nos termos previstos no n.º 2 do artigo
mental, em que tenha assentado a sua celebração, tenha sido
103.º;
judicialmente declarada ou possa ainda sê-lo.
h) Falência ou insolvência do co-contratante; 2. Os contratos são anuláveis se tiverem sido anulados
i) Pela declaração de invalidade do contrato que ou se forem anuláveis os actos procedimentais em que tenha
resulte de factos imputáveis ao co-contratante. assentado a sua celebração.
2. O disposto no número anterior não prejudica o direito 3. Para o efeito do disposto no número anterior, os con-
de indemnização nos termos gerais, nomeadamente pelos tratos são anuláveis, designadamente quando tenham sido
prejuízos decorrentes da adopção de novo procedimento de celebrados na sequência de um procedimento de formação
formação de contrato e da celebração de novo contrato ou da de contrato sem publicação prévia de anúncio do respectivo
inutilização de prestações executadas ao abrigo do contrato procedimento, quando esta fosse exigida nos termos da pre-
objecto de resolução. sente Lei.
6906 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. Até à entrega dos bens objecto do contrato, a Entidade c) A realização de todas as diligências necessárias ou
Pública Contratante é obrigada a cooperar com o fornecedor convenientes à obtenção de quaisquer licenças
para que sejam criadas as condições de segurança dos bens de exportação e de importação exigidas pelos
que o fornecedor considere necessárias, suportando este os países envolvidos na execução do contrato e a
custos daí resultantes. esta respeitante, bem como o pagamento das
ARTIGO 392.º
taxas ou demais encargos a que houver lugar.
(Conformidade dos bens a entregar) ARTIGO 395.º
(Continuidade de fabrico)
1. O fornecedor está obrigado a entregar todos os bens
objecto do contrato em conformidade com os termos estabe- Na falta de estipulação contratual e salvo quando outra
coisa resultar da natureza do bem a fornecer, o fornecedor
lecidos no mesmo, tendo em conta a respectiva natureza e o
deve assegurar a continuidade do fabrico e do fornecimento
fim a que se destinam. de todas as peças, componentes e equipamentos que inte-
2. Na falta de estipulação contratual, todos os bens grem os bens objecto do contrato pelo prazo estimado da
objecto do contrato, bem como as respectivas peças, compo- respectiva vida útil.
nentes ou equipamentos, devem ser novos e iguais entre si. ARTIGO 396.º
ARTIGO 393.º (Direitos de propriedade intelectual)
(Obrigações do fornecedor em relação aos bens entregues) 1. Na falta de estipulação contratual, correm inte-
1. Aos contratos regulados no presente capítulo é apli- gralmente por conta do fornecedor os encargos ou a
cável, com as necessárias adaptações, o disposto no regime responsabilidade civil decorrente da incorporação em qual-
quer dos bens objecto do contrato ou da utilização nesses
relativo à compra e venda previsto no Código Civil, às
mesmos bens, de elementos de construção, de hardware, de
garantias que respeitam à responsabilidade e obrigações do software ou de outros que respeitem a quaisquer patentes,
fornecedor e do produtor e aos direitos do consumidor. licenças, marcas, desenhos registados e outros direitos de
2. O prazo das obrigações de reposição da conformidade propriedade industrial ou direitos de autor ou conexos.
dos bens fornecidos conta-se a partir de cada entrega indivi- 2. Se a Entidade Pública Contratante vier a ser deman-
dualmente considerada ou da data em que ocorrer a entrega dada por ter infringido, na execução do contrato ou na
dos últimos bens fornecidos, consoante esteja em causa um posterior utilização dos bens objecto do mesmo, qualquer
contrato que estabeleça entregas faseadas de bens com ou dos direitos referidos no número anterior, tem direito de
regresso contra o fornecedor por quaisquer quantias pagas,
sem autonomia funcional entre si, respectivamente.
seja a que título for.
3. As obrigações do fornecedor abrangem todos os encar-
3. Os encargos e a responsabilidade civil perante terceiros
gos com os testes, a realizar pelo fornecedor, que a entidade decorrentes dos factos mencionados nos números anteriores
pública contratante considere, justificadamente, necessá- não correm por conta do fornecedor se este demonstrar que
rios efectuar para verificação funcional dos bens objecto do os mesmos são imputáveis à Entidade Pública Contratante
contrato. ou a terceiros que não sejam seus subcontratados.
4. Para além das obrigações que resultam para o forne- ARTIGO 397.º
cedor, do disposto nos números anteriores, pode o contrato (Resolução pela Entidade Pública Contratante)
estipular obrigações adicionais de garantia dos bens objecto 1. Sem prejuízo dos fundamentos gerais de resolução do
do contrato, sendo aplicável, nesta matéria, o disposto na Lei contrato e de outros neste previstos, bem como do direito de
a que se refere o n.º 1. indemnização nos termos gerais, pode a Entidade Pública
Contratante resolver o contrato no caso de o fornecedor vio-
ARTIGO 394.º
lar de forma grave ou reiterada qualquer das obrigações que
(Encargos gerais)
lhe incumbem, nomeadamente quando a entrega de qualquer
Na falta de estipulação contratual, constituem obriga- bem objecto do fornecimento se atrase por mais de 3 meses
ções do fornecedor: ou o fornecedor declare por escrito que o atraso na entrega
a) O pagamento de quaisquer impostos, taxas, direitos excede esse prazo.
de qualquer natureza ou outros encargos exigi- 2. A resolução do contrato nos termos do presente artigo
dos pelas autoridades competentes e relativos à abrange a repetição das prestações já realizadas pelo for-
necedor se assim for determinado pela Entidade Pública
execução do contrato nos territórios do país ou
Contratante.
países do fornecedor, dos seus subcontratados
ARTIGO 398.º
ou de passagem em transporte; (Resolução pelo fornecedor)
b) A obtenção de quaisquer autorizações e o paga- Na falta de estipulação contratual, a resolução do contrato
mento de quaisquer emolumentos exigidos pelas pelo fornecedor não determina a repetição das prestações já
autoridades competentes relativamente ao cum- realizadas, cessando, porém, todas as obrigações do forne-
primento das obrigações que impendem sobre o cedor previstas no contrato, com excepção das obrigações a
fornecedor no âmbito do contrato; que se refere o artigo 393.º
6908 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. Na falta de estipulação contratual, o prazo a que se 2. O concessionário deve ter por objecto social exclu-
refere o número anterior é de 30 anos, nele se incluindo a sivo, ao longo de todo o período de duração do contrato, as
duração de qualquer prorrogação contratualmente prevista, actividades que se encontram integradas na concessão.
sem prejuízo de lei especial que fixe prazo supletivo dife- ARTIGO 409.º
rente, ou prazo máximo. (Outras actividades)
3. Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o prazo inicial da 1. Mediante autorização do concedente, o concessioná-
concessão pode ser prorrogado com fundamento na neces- rio pode exercer actividades não previstas no contrato desde
sidade de assegurar a amortização e a remuneração, em que complementares ou acessórias das que constituem o
normais condições de rendibilidade da exploração, do capi- objecto principal do mesmo.
tal investido pelo concessionário. 2. A autorização referida no número anterior pressupõe a
ARTIGO 407.º apresentação pelo concessionário de uma projecção econó-
(Valor do contrato de concessão)
mico-financeira da actividade ou actividades a desenvolver e
1. O valor de um contrato de concessão corresponde ao de uma proposta de partilha da correspondente receita entre
total do volume de negócios do concessionário gerado ao as partes.
longo da duração do contrato, conforme estipulado no con- 3. Mediante acordo do concedente, a partilha de receita
trato, em contrapartida das obras e dos serviços que foram entre as partes pode ser substituída, total ou parcialmente,
objecto da concessão, bem como dos fornecimentos relacio-
pela redução do valor das tarifas aplicadas pelo concessioná-
nados com tais obras e serviços.
rio ou por outras contrapartidas, com expressão financeira,
2. O valor do contrato deve ter em conta, nomeadamente,
que beneficiem os utilizadores da obra ou dos serviços con-
o seguinte:
cedidos ou o próprio concedente.
a) O valor de qualquer tipo de opção e eventuais pror-
ARTIGO 410.º
rogações da duração da concessão; (Partilha de riscos)
b) As receitas provenientes do pagamento de taxas
1. O contrato deve implicar uma significativa e efectiva
pelos utilizadores das obras ou dos serviços,
transferência para o concessionário do risco de exploração
distintas das cobradas em nome da Entidade
dessas obras ou serviços, que se traduz no risco ligado à pro-
Pública Contratante;
cura ou à oferta, ou a ambos.
c) Os pagamentos ou qualquer vantagem financeira,
2. Para efeitos do disposto no número anterior, consi-
independentemente da forma, que a Entidade
dera-se que o concessionário assume o risco de exploração
Pública Contratante ou qualquer outra autori-
quando:
dade pública proporcione ao concessionário,
a) Em condições normais de exploração, não há
incluindo a compensação pelo cumprimento de
garantia de que recupere os investimentos efec-
uma obrigação de serviço público e os subsídios
tuados ou as despesas suportadas no âmbito da
ao investimento público;
exploração das obras ou dos serviços que são
d) O valor das subvenções ou de quaisquer outras
objecto da concessão;
vantagens financeiras, independentemente da
b) A parte do risco transferido para o concessionário
forma, provenientes de terceiros pela execução
envolve uma exposição real à imprevisibilidade
da concessão;
do mercado, o que implica que quaisquer perdas
e) A receita da venda de activos que façam parte do
estabelecimento da concessão; potenciais por ele incorridas não sejam mera-
f) O valor de todos os fornecimentos e serviços postos mente nominais ou insignificantes.
à disposição do concessionário pelas Entidades ARTIGO 411.º
(Obrigações do concessionário)
Públicas Contratantes, desde que sejam neces-
sários à execução das obras ou à prestação dos Constituem obrigações do concessionário:
serviços; a) Informar o concedente de qualquer circunstância
g) Os prémios ou pagamentos a candidatos ou pro- que possa condicionar o normal desenvolvi-
ponentes. mento das actividades concedidas;
ARTIGO 408.º b) Fornecer ao concedente, ou a quem este designar
(Concessionário) para o efeito, qualquer informação ou elaborar
1. Na falta de estipulação contratual, o concessionário relatórios específicos sobre aspectos relacio-
deve manter a sua sede em Angola e a forma de sociedade nados com a execução do contrato, desde que
anónima. solicitados por escrito;
6910 DIÁRIO DA REPÚBLICA
c) Obter todas as licenças, certificações e autoriza- 2. Para efeitos do disposto no número anterior, conside-
ções necessárias ao exercício das actividades ram-se afectos à concessão todos os bens existentes à data da
integradas ou, de algum modo, relacionadas com celebração do contrato, assim como os bens a criar, construir,
o objecto do contrato, salvo estipulação contra- adquirir ou instalar pelo concessionário em cumprimento do
mesmo, que sejam indispensáveis para o adequado desen-
tual em contrário;
volvimento das actividades concedidas, independentemente
d) Quaisquer outras previstas na lei ou no contrato.
de o direito de propriedade pertencer ao concedente, ao con-
ARTIGO 412.º cessionário ou a terceiros.
(Direitos do concessionário)
3. O concessionário só pode onerar bens do domínio
Constituem direitos do concessionário: público afectos à concessão mediante autorização, que deve
a) Explorar, em regime de exclusividade, a obra acautelar a compatibilidade daquela oneração com o normal
pública ou o serviço público concedido; desenvolvimento das actividades concedidas.
b) Receber a retribuição prevista no contrato; 4. O concessionário só pode alienar ou onerar bens
c) Utilizar, nos termos da lei e do contrato, os bens próprios essenciais ao desenvolvimento das actividades
do domínio público necessários ao desenvolvi- concedidas mediante autorização do concedente, que deve
mento das actividades concedidas; salvaguardar a existência de bens funcionalmente aptos à
d) Quaisquer outros previstos na lei ou no contrato. prossecução daquelas actividades.
ARTIGO 413.º 5. O concessionário pode alienar ou onerar bens próprios
(Viabilidade económico-financeira do projecto) não essenciais ao desenvolvimento das actividades concedi-
O contrato só pode atribuir ao concessionário o direito a das desde que garanta a existência de bens funcionalmente
prestações económico-financeiras desde que as mesmas não aptos à prossecução daquelas actividades.
violem as regras da concorrência, sejam essenciais à viabi- 6. Tratando-se de bens abrangidos, nos termos do con-
lidade económico-financeira da concessão e não eliminem a trato, por cláusula de transferência, à respectiva alienação ou
efectiva e significativa transferência do risco da concessão oneração é aplicável o disposto no n.º 4.
para o concessionário. 7. O concessionário pode tomar de aluguer, por locação
ARTIGO 414.º financeira ou por figuras contratuais afins bens e equipa-
(Cedência de elementos ao concedente) mentos a afectar à concessão desde que seja reservado ao
1. O concessionário deve disponibilizar ao concedente concedente o direito de, mediante contrapartida, aceder ao
todos os projectos, planos, plantas e outros elementos, de uso desses bens e suceder na respectiva posição contratual
qualquer natureza, que se revelem necessários ou úteis ao em caso de sequestro, resgate ou resolução da concessão,
exercício dos direitos ou ao desempenho de funções atribuí- não devendo, em qualquer caso, o prazo de vigência do res-
das pela lei ou pelo contrato ao concedente. pectivo contrato exceder o prazo de vigência do contrato de
2. O disposto no número anterior é aplicável aos ele- concessão a que diga respeito.
mentos adquiridos ou criados no desenvolvimento das ARTIGO 417.º
actividades concedidas, seja directamente pelo concessioná- (Direitos do concedente)
rio seja por terceiros por aquele subcontratado. Constituem direitos do concedente, a exercer nos termos
ARTIGO 415.º e condições do contrato ou da lei e com os efeitos que des-
(Indicadores de acompanhamento e avaliação tes resultem:
do desempenho do concessionário)
a) Estabelecer as tarifas mínimas e máximas pela
1. Salvo quando incompatível ou desnecessário em face utilização das obras públicas ou dos serviços
da natureza da obra pública ou do serviço público concedido, públicos;
o contrato deve estabelecer indicadores de acompanhamento b) Sequestrar a concessão;
e de avaliação do desempenho do concessionário, da pers- c) Resgatar a concessão;
pectiva do utilizador e do interesse público, bem como d) Exigir a partilha equitativa do acréscimo de bene-
procedimentos de cálculo para a sua aferição periódica, fícios financeiros;
designadamente no que respeita ao número de utilizadores e) Quaisquer outros previstos na lei ou no contrato.
e seus níveis de satisfação. ARTIGO 418.º
(Modificações ao contrato)
2. O concedente pode, nos termos do contrato e em fun-
ção dos resultados da aplicação dos indicadores referidos no 1. O concedente apenas pode ampliar a quantidade de
número anterior, atribuir vantagens económicas ou aplicar obras ou serviços abrangidos pelo contrato, com funda-
penalizações económicas ao concessionário. mento em circunstâncias não previstas, se:
ARTIGO 416.º a) As mesmas não puderem ser técnica ou economi-
(Bens afectos à concessão) camente separáveis do objecto do contrato sem
1. À concessão corresponde um estabelecimento, que inconvenientes graves ou que impliquem um
integra os bens móveis e imóveis afectos àquela e os direi- aumento considerável de custos para o concedente;
tos e obrigações destinados à realização do interesse público b) O valor dessas obras ou serviços não exceder 10%
subjacente à celebração do contrato. do valor do contrato.
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6911
2. Sem prejuízo da aplicação subsidiária do disposto na c) A não remessa do contrato assinado electronica-
presente Lei, o regime das concessões de serviços públicos, mente, no prazo fixado pelo órgão competente
designadamente o de concessões portuárias, é definido em para a decisão de contratar;
legislação especial. d) No caso de o adjudicatário ser um agrupamento,
TÍTULO VIII o facto de os seus membros não se associarem,
Regime Sancionatório antes da celebração do contrato, na modalidade
jurídica prevista no programa do procedimento.
ARTIGO 428.º
(Restrição do âmbito de aplicação) ARTIGO 431.º
(Transgressões simples)
As Entidades Públicas Contratantes devem partici-
par ao Órgão responsável pela Regulação e Supervisão da Constitui transgressão punível com multa de 2% a 6%
Contratação Pública, logo que tomem conhecimento da ou 10% a 34% do valor corresponde ao nível 1 da tabela de
ocorrência de quaisquer factos susceptíveis de constituírem limites de valores constante do Anexo I da presente Lei, con-
transgressão previstas na presente na Lei e na demais legis- soante seja aplicada a pessoa singular ou a pessoa colectiva,
lação aplicável à contratação pública. a violação do disposto no n.º 2 do artigo 55.º
ARTIGO 429.º ARTIGO 432.º
(Transgressões muito graves) (Critério subsidiário para aplicação de multas)
Constitui transgressão punível com multa de 6% a 12% Quando o candidato, concorrente ou adjudicatário tiver
ou 24% a 56% do valor corresponde ao nível 1 da tabela de obtido um benefício económico superior à multa aplicável,
limites de valores constante do Anexo I da presente Lei, con- os limites mínimo e máximo previstos nos artigos 429.º a
soante seja aplicada a pessoa singular ou a pessoa colectiva: 431.º passam a ser o valor desse benefício e o seu dobro,
a) A participação de candidato ou de concorrente que respectivamente.
se encontre em alguma das situações previstas ARTIGO 433.º
no artigo 56.º no momento da apresentação da (Tentativa e negligência)
c) A não apresentação de documentos comprovativos 1. Pode ser aplicada ao infractor a sanção de proibição
da titularidade de habilitação profissional espe- de participar, como candidato, como concorrente ou como
cífica pelo adjudicatário; membro de agrupamento candidato ou concorrente, em
d) A apresentação de documentos falsos de habilita- qualquer procedimento adoptado para a formação de contra-
ção, de documentos que constituem a proposta e tos públicos, quando a gravidade da infracção e a culpa do
de documentos destinados à qualificação; agente o justifiquem.
e) A prestação de falsas declarações no decurso da 2. A sanção a que se refere o número anterior deve ser
fase de formação do contrato por qualquer can- fixada segundo a gravidade da infracção e a culpa do agente
didato ou concorrente. e não pode, em caso algum, exceder três anos.
ARTIGO 430.º ARTIGO 435.º
(Transgressões graves) (Competência para o processo de transgressão)
Constitui transgressão punível com multa de 8% a 10% A instauração e arquivamento dos processos, bem como
ou 16% a 50% do valor corresponde ao nível 1 da tabela de a aplicação de multas e sanções acessórias, cabem ao Órgão
limites de valores constante do Anexo I da presente Lei, con- responsável pela Regulação e Supervisão da Contratação
soante seja aplicada a pessoa singular ou a pessoa colectiva: Pública.
a) A não prestação da caução pelo adjudicatário no ARTIGO 436.º
tempo e nos termos previstos na presente Lei; (Responsabilidade criminal)
b) A não comparência do adjudicatário no dia, na hora O desrespeito, pelo infractor, da sanção prevista no
e no local fixados para a outorga do contrato pelo artigo 434.º constitui crime de desobediência nos termos do
órgão competente para a decisão de contratar; Código Penal.
6914 DIÁRIO DA REPÚBLICA
cabe ao Órgão responsável pela Regulação e Supervisão da O Estado deve assegurar a efectiva equivalência entre a
Contratação Pública e é objecto de publicitação no Portal da tramitação electrónica dos procedimentos e a sua tramitação
Contratação Pública. em suporte físico ou papel.
ARTIGO 438.º ARTIGO 444.º
(Procedimento de cobrança e destino das multas) (Notificações e comunicações)
O procedimento para cobrança e destino de todas as 1. Todas as notificações e comunicações entre a Entidade
multas previstas na presente Lei, são definidos em acto nor- Pública Contratante ou a Comissão de Avaliação do
mativo específico do Presidente da República. Procedimento e os interessados, os candidatos, os concor-
rentes e o adjudicatário devem ser escritas e redigidas em
TÍTULO IX português e efectuadas através de correio electrónico ou de
Disposições Finais e Transitórias outro meio de transmissão escrita e electrónica de dados,
ARTIGO 439.º no caso de a Entidade Pública Contratante optar pelo modo
(Fornecimento de obras) de apresentação de candidaturas e propostas em suporte
A presente Lei é aplicável, com as devidas adaptações, electrónico.
aos contratos de fornecimento de obras, entendendo-se como 2. Caso a Entidade Pública Contratante opte pelo modo
tal, os contratos em que uma das partes se obriga em relação de apresentação de propostas em suporte de papel, as notifi-
à outra ao fornecimento de bens móveis que se destinem a cações e comunicações referidas no número anterior podem
ser incorporados ou a complementar uma obra mediante um ser efectuadas por via postal, mediante registo com aviso de
preço e em determinado prazo. recepção, por telecópia ou por qualquer outro meio de, com-
ARTIGO 440.º provadamente, fazer chegar as notificações e comunicações
(Auditoria e fiscalização) às partes interessadas.
1. As actividades da contratação pública estão sujeitas 3. Para efeito do disposto no número anterior, as comu-
aos mecanismos de auditoria e fiscalização estabelecidos na nicações dos candidatos ou concorrentes podem ainda ser
lei. entregues directamente no departamento indicado pela
2. Todas as Entidades Públicas Contratantes e os seus Entidade Pública Contratante, contra recibo.
funcionários e agentes, assim como outros participantes nos ARTIGO 445.º
(Data das notificações e das comunicações)
procedimentos de contratação devem, de acordo com a lei,
promover a cooperação integral com os órgãos de auditoria, As notificações e as comunicações consideram-se feitas:
fiscalização e inspecção do sector público. a) Na data da respectiva expedição, quando efectua-
3. No caso de inobservância das regras e princípios da das através de correio electrónico ou de outro
contratação pública, o Órgão responsável pela Regulação meio de transmissão escrita e electrónica de
e Supervisão da Contratação Pública pode suspender a dados;
I SÉRIE — N.º 208 — DE 23 DE DEZEMBRO DE 2020 6915
b) Na data constante do relatório de transmissão 2. As remissões para a legislação revogada, nos termos
bem-sucedido, quando efectuado através de do número anterior, consideram-se feitas para as correspon-
telecópia; dentes disposições da presente lei.
c) Na data da assinatura do aviso, quando efectuadas ARTIGO 452.º
por carta registada com aviso de recepção; As omissões resultantes da interpretação e da aplicação
d) Na data da entrega, quando entregues nos serviços da presente Lei são resolvidas pela Assembleia Nacional.
da Entidade Pública Contratante, no caso pre- ARTIGO 453.º
visto no n.º 3 do artigo anterior. (Entrada em vigor)
ARTIGO 446.º A presente Lei entra em vigor 30 dias após a data da sua
(Contagem dos prazos) publicação.
1. Os prazos estabelecidos na presente Lei contam-se em Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
dias úteis, suspendendo-se nos sábados, domingos e feria- aos 22 de Julho de 2020.
dos nacionais. O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
2. Os prazos fixados para a apresentação de candidaturas Piedade Dias dos Santos.
e propostas são contínuos, não se suspendendo nos sábados, Promulgada aos 10 de Dezembro de 2020.
domingos e feriados.
Publique-se.
ARTIGO 447.º
(Transgressões administrativas) O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
A previsão de factos ilícitos e a respectiva punibilidade, Lourenço.
a título de transgressão administrativa, por infracção ao dis-
posto no presente Diploma, é regulada pela legislação geral
aplicável. ANEXO I
ARTIGO 448.º Tabela a que se referem a alínea d) do artigo 2.º, os
(Direito subsidiário) n.os 2 e 3 do artigo 24.º, o n.º 1 do artigo 97.º, o n.º 2 do
Em tudo quanto não esteja regulado na presente Lei, artigo 99.º, as alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 107.º,
aplica-se, subsidiariamente, as restantes normas do direito o artigo 143.º, os n.os 1, 2 e 3 do artigo 150.º, o n.º 4 do
artigo 231.º, o artigo 429.º, o artigo 430.º, artigo 431.º e
administrativo e, na falta destas, as do direito civil.
o artigo 449.º da presente Lei.
ARTIGO 449.º
(Actualização dos valores) Nível Valor Limite (Kz)