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REPÚBLICA DE ANGOLA

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MINISTÉRIOS DO INTERIOR, DA ADMINISTRAÇÃO DO
TERRITÓRIO E REFORMA DO ESTADO, DA JUSTIÇA E DOS
DIREITOS HUMANOS E DA CULTURA

Decreto Executivo Conjunto n.º 01/2018


De 04 de Outubro

Havendo necessidade de adoptar medidas administrativas para a normalização


da situação relativa ao exercício da liberdade de religião, crença e culto prevista
na Constituição da República;

Em conformidade com os poderes delegados pelo Presidente da República, nos


termos do artigo 137.º da Constituição da República de Angola, de acordo com
as disposições combinadas do n.º 2 do artigo 35.º do Decreto Legislativo
Presidencial n.º 3/17, de 13 de Outubro, que aprova a Organização e
Funcionamento dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República e do n.º 1 do
Despacho Presidencial n.º 289/17, de 13 de Outubro:

Os Ministros do Interior, da Administração do Território e Reforma do Estado,


da Justiça e Direitos Humanos e da Cultura, conjuntamente, determinam.

1. É revogada a circular Nº 228/15, de 25 de Junho, do Ministro da Justiça,


sobre as Plataformas Ecuménicas, ficando os respectivos líderes
notificados por este Decreto Executivo Conjunto da extinção das mesmas.

2. As Confissões Religiosas cujos processos tenham resultado de


desmembramento, cisão e que exerçam actividade religiosa que não
atente contra a lei e os bons costumes, devem, no prazo de 30 dias, praticar
todos os actos relevantes para suprir as inconformidades, ao abrigo da Lei
n.º 2/04, de 31 de Maio, sobre o exercício da liberdade de consciência, de
culto e de religião e do Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de Novembro,
sobre as Normas do Procedimento e da Actividade Administrativa.
3. As confissões religiosas não reconhecidas, que possuam requisitos
mínimos para o seu reconhecimento, devem remeter ao Instituto Nacional
para os Assuntos Religiosos do Ministério da Cultura, elementos
instrutórios e sobre a sua situação organizativa e de funcionamento, e
apresentarem uma Comissão Instaladora, para efeitos que se julgarem
oportunos, num prazo de 30 dias.
4. As confissões religiosas reconhecidas devem actuar nos marcos da lei e
dos bons costumes e abster-se de realizar propaganda enganosa nos cultos
e práticas e actos que atentam contra os direitos económicos, sociais e
culturais dos cidadãos.
5. No exercício dos poderes e competências que a lei lhes confere, os órgãos
e serviços executivos do Ministério do Interior actuarão sobre as
confissões religiosas que não cumpram a lei e os bons costumes, visando,
designadamente:
a) Garantir a ordem e tranquilidade públicas nos recintos destinados ao
culto, rituais e outras práticas religiosas;
b) Garantir o respeito e o cumprimento das leis, regulamentos e
demais actos normativos sobre o exercício da liberdade de culto,
crença e religião;
c) Encerrar os locais destinados ao culto, rituais ou outras práticas
situados, entre outros, em terraços, armazéns, apartamentos,
estabelecimentos comerciais, quintais de residências e similares,
que violem o disposto na legislação em vigor;
d) Investigar, instruir e promover o procedimento criminal sempre
que os cultos, rituais e outras práticas religiosas violem o disposto
na legislação em vigor.

6. Nos termos da lei e dos poderes que lhes são cometidos, os Órgãos da
Administração Local do Estado actuarão sobre as áreas da sua jurisdição
para garantir o cumprimento dos deveres a que estão sujeitas as confissões
religiosas, designadamente:

a) Não concedendo licenças ou autorizações de construção de obra nova,


reabilitação, ampliação de locais destinados ao culto, rituais e outras
práticas pertencentes a igrejas ou seitas religiosas não reconhecidas, não
autorizadas e não registadas;
b) Não autorizando a transferência de qualquer direito fundiário ou de
propriedade às igrejas ou seitas religiosas não reconhecidas, não
autorizadas e não registadas;
c) Não autorizando a cedência de terrenos para construção de templos para
confissões religiosas não reconhecidas, não autorizadas e não registadas.
d) Suspendendo a atribuição de novas licenças para a construção de novos
espaços de culto, ou outros empreendimentos às igrejas não reconhecidas,
não autorizadas e não registadas.

7. No uso dos poderes que a lei lhes confere, os Governos Provinciais, as


Administrações Municipais, Comunais e os Distritos Urbanos velarão
para que as confissões religiosas, cujas práticas constituam transgressões
administrativas, como a poluição sonora, a localização inapropriada dos
locais de culto, bem como o auxílio à imigração ilegal, sejam notificadas
do facto, dando conhecimento aos Órgãos e Serviços competentes.
8. Os Ministros do Interior, da Administração do Território e Reforma do
Estado, da Justiça e dos Direitos Humanos e da Cultura, avaliam o grau
de cumprimento deste Decreto Executivo Conjunto e elaboram relatórios
mensais para submeter ao Titular do Poder Executivo.
9. As dúvidas e omissões suscitadas na interpretação e aplicação do presente
diploma são resolvidas por Decreto Executivo Conjunto dos Ministros do
Interior, da Administração do Território e Reforma do Estado, da Justiça
e dos Direitos Humanos e da Cultura.
10. O presente Decreto Executivo Conjunto entra imediatamente em vigor.

Publique-se.

Luanda, aos 04 de Outubro de 2018.

O Ministro do Interior, O Ministro da Administração O Ministro da Justiça


A Ministra da Cultura,
do Território e Reforma do E dos Direitos Humanos,
Estado,
Ângelo Veiga Tavares
Carolina Cerqueira
Francisco Queiroz
Adão de Almeida

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