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DIREITO EMPRESARIAL

MATERIAL DE APOIO

Direito Societário

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples
pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as
constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo
determinado tipo.

Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou
transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no
Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à
sociedade empresária.
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for
aplicável, às normas que regem a transformação.

Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos
constitutivos (arts. 45 e 1.150).

• Elementos essenciais para o contrato:


• a) Pluralidade de sócios: (exceção é a unipessoalidade temporária art. 1.033 - IV do CC,
206 , I, a 6404/76). Tem-se 180 dias para recompor o quadro societário conforme o CC,
pela lei da SA, tem até a próxima AGO para recompor; exceção é a companhia
subsidiária integral.
• b) Contribuição dos sócios: dinheiro, bens ou cessão. A contribuição com serviço só se
aplica com sociedade simples e cooperativa.
• c) Partilha de resultados: Todavia, nas SA e a LTDA os sócios não participam das
perdas.
• d) Affectio societatis: vinculo afetivo que une os sócios. Se for uma sociedade
anônima, não há affectio societatis, salvo se for companhia de capital fechado familiar.

• Registro das sociedades: art. 1150 do Código Civil1.


• a) empresárias: RPEM (Junta Comercial)
• b) Simples (RCPJ).

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Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele
registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
• Com a inscrição do seu ato constitutivo no órgão competente, a sociedade adquire
personalidade jurídica. Aquisição da personalidade jurídica confere a sociedade nome,
domicílio, patrimônio e nacionalidade.

• Sociedades despersonificadas:

• Sociedade comum (art. 986 ao 990 do CC2): É aquela que não tem ato constitutivo
(contrato social) levado a registro no órgão competente. Sociedade de fato sequer
possui contrato social. Sociedade irregular é aquela registrada em órgão
incompetente ou que deixou de averbar alguma alteração na sociedade. Todas são
regidas conforme a sociedade comum. Nesse tipo, todos os sócios respondem solidaria
e ilimitadamente.
• Aplica-se aos sócios o benefício de ordem se a sociedade tiver patrimônio para pagar
os credores. Assim, apenas depois se busca no patrimônio dos sócios. Fica excluído do
beneficio de ordem aquele que contrata pela sociedade. o credor pode provar a
existência da sociedade por qualquer meio. O sócio, todavia, somente prova a
sociedade com documento escrito. Ainda, os bens e as dívidas da sociedade
constituem o patrimônio especial do qual os sócios são titulares em comum. Efeitos
negativos da ausência de registro: não terá proteção de nome empresarial, não
poderá pedir a falência do seu devedor, não poderá pedir recuperação judicial, não
poderá participar de licitação. Poderá, todavia, ter a sua falência decretada.

• Sociedade em conta de participação: Esse tipo societário é criticado por ser forma de
investimento e não sociedade. Ainda que ela tenha contrato e for levado a registro, ela
não terá personalidade jurídica. Ela independe de qualquer formalidade, pode ser
realizada até verbalmente. Ainda que o seu contrato seja levado a registro, ela não vai
adquirir personalidade jurídica.
• Ela possui duas espécies de sócio: a) ostensivo, quem exerce a atividade constitutiva
do objeto em seu nome individual e sob sua exclusiva responsabilidade. b)
participante ou oculto, é aquele que injeta dinheiro na sociedade. Participa com
investimento, ele responde de forma limitada, de acordo com o investimento que fez.
O sócio participante pode fiscalizar as atividades do ostensivo, mas sem tomar parte
na relação do ostensivo com terceiro, sob pena de com este responder solidariamente
pelas obrigações em que intervir. Salvo clausula em sentido contrario o ostensivo não
pode admitir novos sócios sem o consentimento dos demais. Prova da existência: pode
ocorrer por qualquer meio.
• Patrimônio especial: resulta da contribuição do sócio participante com a do sócio
ostensivo.

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Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto
neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os
terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de
poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto
no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
• Falência: a falência pode ser do sócio ostensivo ou do participante. Não da sociedade.
Falindo o ostensivo teremos a liquidação da sociedade. Falindo o participante o
contrato fica sujeito as normas que regulam a falência nos contratos bilaterais do
falido art. 117 lei 11.101/05.

• Sociedades Personificadas:

• Sociedade limitada. (art. 1.052 a 1.087).


• Aplicação subsidiária (art 1.053): Na omissão do capitulo de limitada, se aplica as
normas de sociedade simples. E, supletivamente, dependendo de clausula contratual,
a Lei da S.A naquilo em que for compatível.
• Responsabilidade dos sócios: a responsabilidade será limitada ao valor de suas cotas.
Todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Formas de integralização: dinheiro bens e crédito, não cabe com serviços. Quando se
integraliza o capital com um bem, os demais sócios têm a obrigação de verificar o valor
do bem. Pela exata estimação conferida ao bem para a integralização do capital, os
sócios respondem solidariamente pelo prazo de cinco anos. Com imóvel não incide
ITBI.
• Quem subscreve e não integraliza é sócio remisso. A sociedade terá que notificar o
remisso para constituí-lo em mora dando o prazo de 30 dias para realizar o
pagamento. Ultrapassado o prazo, a sociedade poderá: executar o contrato (ajuizar
ação de execução); excluir o remisso da sociedade (devolvendo o montante já
integralizado); reduzir as cotas do remisso ao montante já integralizado (art. 1004 CC
c/c 1.058 do CC).
• Cessão de cotas: tem de observar se é para quem já compõe a sociedade ou para um
terceiro. Entre os sócios é livre, independe de anuência dos outros sócios, para um
terceiro, nao pode haver a oposição de mais de 1/4 do capital social (art. 1057 do CC).
Aumento e redução do capital social: o aumento do capital não depende da anuência
dos credores, basta que o capital inicial já esteja integralizado. (art. 1.081 do CC). A
redução do capital depende da anuência dos credores e só pode ocorrer nas seguintes
hipóteses: após integralizado o capital se houverem perdas irreparáveis; se excessivo
em relação ao objeto da sociedade. Se um credor não concordar, a sociedade deverá
pagá-lo para efetuar o capital.
• As deliberações podem ocorrer por reunião ou por assembleia. A convocação da
reunião é mais simples, assembleia requer uma formalidade maior. Quando o numero
de sócios for superior a 10, deve ocorrer por assembleia. Se todos os sócios
comparecerem ou declararem ciência, dispensam-se as formalidades de convocação.
Se todos compareceram, igualmente, consideram-se dispensadas tais formalidades.
• Dissolução parcial: hipóteses.
1. Morte do sócio: morrendo o sócio, acarreta na liquidação das cotas, salvo se o
contrato dispuser de forma adversa, salvo se os sócios optarem pela dissolução, salvo
em caso de acordo entre os sócios e os herdeiros;
2. Exercício do direito de retirada: a lei permite que o sócio exerça o direito de
retirada.
a) se a sociedade for por prazo determinado, o sócio só pode exercer o direito de
retirada judicialmente provando a justa causa,
b) se for por prazo indeterminado, é necessária a notificação com 60 dias de
antecedência.;
3. Exclusão judicial: para excluir um sócio judicialmente a lei requer a maioria dos
demais sócios e precisa ter ocorrido falta grave ou incapacidade superveniente;
4. Exclusão de pleno direito - quando for declarado falido ou tiver suas cotas
liquidadas;
5. Exclusão extrajudicial - depende de maioria dos demais sócios, representativa de
mais metade do capital social. É preciso também provar falta grave ou justa causa, e é
necessário que haja uma reunião ou assembleia para deliberar sobre isso, com direito
de resposta.

• Sociedade Anônima: é uma sociedade institucional, seu ato constitutivo não é


contrato mas estatuto (lei 6404/76). É sempre de natureza empresária
independentemente do objeto (art. 982, § único do CC e art. 2º. §1º da Lei da SA.). É
sociedade capitalista, pouco importando a figura do acionista - exceção quando a
companhia for fechada e de cunho familiar, ela será de pessoas e não de capital. Ela
tem o seu capital social divido em ações. A responsabilidade dos acionistas é limitada
ao preço de emissão das suas ações subscritas ou adquiridas.

• Companhia pode ser de capital aberto ou fechado. A CA conforme os seus valores


mobiliários (ações, debêntures, bônus de subscrição, partes beneficiárias, certificado
de depósito de valores mobiliários) de sua emissão estejam ou não admitidos a
negociação no mercado de valores mobiliários (compreende bolsa de valores e
mercado de balcão).

• Valore Mobiliários:
• 1. Ações - são de emissão obrigatória, e podem ser classificadas como ordinárias,
preferenciais, ou de gozo ou fruição.
• a) Ordinárias são as que conferem direitos comum aos acionistas + direito de voto.
• b) Ações preferenciais conferem algu tipo de vantagem aos acionistas podendo
consistir: prioridade na distribuição de dividendos fixo ou mínimo, prioridade no
reembolso do capital).
• c) Ação de gozo ou fruição são as ações integralmente amortizadas (amortização é
distribuição aos acionistas a titulo de antecipação e sem redução do capital social,
quantias que lhe tocariam caso a companhia fosse dissolvida).
• d) Bônus de subscrição confere ao seu titular o direito de preferência para subscrição
de novas ações. Somente pode emitir a companhia que for de capital autorizado. A
deliberação para emissão compete a assembleia se o estatuto atribuir ao conselho de
administração.

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