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ATIVIDADE COMPLEMENTAR SOCIEDADES CONTRATUAIS

(EM NOME COLETIVO, COMANDITA SIMPLES E LIMITADA)

Alunas: Sabriny Carvalho Macedo e Tainá Piola Fernandes

QUESTÃO 01. Considere que duas ou mais pessoas pretendam constituir sociedade para

exploração de atividade comercial de produção e venda de componentes eletrônicos. Suponha

que possuam diferentes montantes, em dinheiro e em bens, dispostos a aportarem para o exercício

da atividade empresarial em questão, desejando restringir sua responsabilidade pelas obrigações

contraídas pela empresa a tais aportes. Com base no contexto, responda:

A) Tendo em vista o regime jurídico imposto pela legislação vigente aos diferentes tipos de

empresas, é viável, para atingir os fins colimados pelos interessados, a constituição de que tipo de

sociedade?

R: Limitada, na qual a responsabilidade do sócio é restrita ao valor de suas quotas, embora todos

respondam solidariamente pela integralização do capital social. (ART. 1.052 CC).

B) A partir de que momento a limitação da responsabilidade passará a ter validade? Justifique sua

resposta

R: É a partir do registro que as sociedades passam a exigir legalmente como pessoas jurídica de

direito privado, tendo o registro um caráter declaratório, assim, dotadas de direitos e obrigações e

possuidoras de patrimônio distinto do de seus sócios.

QUESTÃO 02. Ildefonso e Itacir resolveram entabular contrato social para constituir sociedade

visando ao exercício de atividade empresarial no ramo de edificação de casas populares no

município de São João das Cadeiras. No modelo societário escolhido por ambos, Ildefonso é quem,

unicamente, exerce a atividade constitutiva do objeto social, em seu nome e sob sua exclusiva

responsabilidade, sendo que Itacir apenas participa contribuindo com recursos para a formação

do capital social. A partir da contextualização hipotética descrita, que modelo de sociedade foi

constituído entre as partes?

R: A sociedade em comum é um tipo de sociedade não personificada, constituída de fato por

sócios para o exercício de atividade empresarial ou produtiva, com repartição de resultados, mas

cujo ato constitutivo não foi levado para inscrição ou arquivamento perante o registro
competente. As disposições deste capítulo sobre a sociedade em comum servem para regular as

relações entre os sócios e destes com terceiros anteriormente à aquisição de personalidade jurídica

pela sociedade. A norma deste art. 986 excepciona da aplicação do regime da sociedade em

comum.

Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em

organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem

compatíveis, as normas da sociedade simples.

QUESTÃO 03. Mariana, Ana Paula e Joana resolveram constituir uma sociedade empresária, sendo

que nas cláusulas contratuais constou o seguinte: a administração da sociedade será atribuída à

sócia Mariana; o capital social de 80 mil reais restou distribuído em 50% para Mariana, 30% para

Ana Paula e 20% para Joana e que as sócias responderiam de forma subsidiária pelas obrigações

sociais. Com base no contexto societário responda:

A) De que tipo societário trata o problema?

R: Sociedade Limitada

B) Qual o efeito da distribuição das quotas societárias perante terceiros? Justifique sua resposta

R: QUOTAS DESIGUAIS – valorada no montante da participação do sócio no capital social,

acarretando direitos diferentes nos dividendos. Ex. A – 100.000,00; B- 25.000,00; C- 25.000,00 = cap.

Soc. De 150.000,00

C) A sociedade em questão poderia ter estabelecido em contrato a contratação de

administração não sócio? Justifique.

R: O contrato pode permitir que a administração da sociedade, de acordo com a decisão

unânime dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 dos sócios, no mínimo,

se a designação for posterior ao referido fato (Art. 1061);

QUESTÃO 04. Joares Machado, Antônio Bitencourt, pessoas físicas, decidem compor uma

sociedade empresária a ser devidamente registrada perante o Registro Público das Empresas

Mercantis do Estado de Santa Catarina, com MM Comercial de Frutas Ltda., com a finalidade de

explorar o ramo de Mercearia no Bairro Jardim Panorâmico na cidade de Lages. A referida Pessoa

Jurídica vai entrar somente com a quota do capital social e os demais sócios, Joares e Antônio,
além da quota, assumiram o cargo de administradores da referida sociedade. Com base no

contexto societário responda:

A) De que tipo societário trata o problema?

R: A sociedade empresária em nome coletivo

B) A MM Comercial de Frutas Ltda., na qualidade de sócia, poderia assumir a função de

administradora da referida sociedade? Justifique sua resposta

R: Não, se exige que os sócios sejam somente pessoas físicas com responsabilidade ilimitada e

solidária por todas as obrigações do empreendimento. Apenas os membros do quadro societário

podem atuar como administradores.

C) Caso a MM Comercial de Frutas Ltda. praticasse atos de gestão em relação ao objeto social,

como ficaria a sua responsabilidade em relação aos atos praticados?

R: O CDC – Código de defesa do consumidor, Lei no 8.078 de 11 de setembro de 1990, prevê a

desconsideração da personalidade jurídica, quando a empresa age em desconformidade com

seu estatuto. Vejamos o art. 28:

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em

detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato

ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada

quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica

provocados por má administração.

D) Como ficaria disposta a responsabilidade dos sócios na referida sociedade?

R: Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou

pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público

quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de

obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa

jurídica.

QUESTÃO 05. José, administrador de uma sociedade limitada, após ter sofrido um infarto, resolveu

conferir ao seu irmão Roberto poderes para praticar atos e administrar os interesses da sociedade.

Roberto passou a receber pagamentos e a alienar bens da sociedade, depositando os valores

recebidos na conta de sua esposa, sem repassar nenhum montante ao irmão José ou à sociedade.
Considerando a situação hipotética descrita, especifique, na condição de advogado contratado

pela sociedade, as medidas cabíveis para defender os seus interesses.

R: Transmissão inter vivos: o contrato social pode estabelecer a livre cessão das cotas (sociedade

de capital) ou impor restrições pela exigência da concordância prévia dos demais sócios

(sociedade de pessoas). Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua cota a terceiros, se não

houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social (CC, art. 1.057).

O contrato social, no entanto, pode regulamentar de forma diversa. Por exemplo, pode ser fixada

que terceiros não sócios somente ingressarão com a anuência de 85% do capital social; ou mesmo

pode ser fixada a vedação para que estranhos ingressem na sociedade.

Também pode ser adotada uma postura inversa, permitindo a livre entrada de não sócios,

independentemente da anuência dos sócios, o que aproximaria a sociedade limitada da

sociedade limitada.

Como bem destaca Edilson Enedino Chagas (2020), para que um sócio seja excluído da

sociedade, a justa causa deve incluir a quebra da affectio societatis, sempre visando que os sócios

minoritários não fiquem à mercê da arbitrariedade dos majoritários.

Para reforçar a proteção do sócio minoritário, o enunciado 67 da I Jornada de Direito Civil

estabelece que “a quebra da affectio societatis não é causa para a exclusão do sócio minoritário,

mas apenas para dissolução (parcial) da sociedade”.O procedimento para realização dos

cálculos se chama balanço de determinação e segue os passos previstos no artigo 1.031 do CC e

nos artigos 604 e 606 do CPC.

CC, art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua

quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição

contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução,

verificada em balanço especialmente levantado.

§ 1º. O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor

da quota.

§ 2º. A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação,

salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário.

CPC, art. 604. Para apuração dos haveres, o juiz:


I – fixará a data da resolução da sociedade;

II – definirá o critério de apuração dos haveres à vista do disposto no contrato social; e

III – nomeará o perito.

§ 1º. O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela permanecerem que depositem em

juízo a parte incontroversa dos haveres devidos.

§ 2º O depósito poderá ser, desde logo, levantando pelo ex-sócio, pelo espólio ou pelos sucessores.

§ 3º Se o contrato social estabelecer o pagamento dos haveres, será observado o que nele se

dispôs no depósito judicial da parte incontroversa.

CPC, art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá, como critério de apuração de

haveres, o valor patrimonial apurado em balanço de determinação, tomando-se por referência a

data da resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo, tangíveis e intangíveis, a preço de saída,

além do passivo também a ser apurado de igual forma.

Parágrafo único. Em todos os casos em que seja necessária a realização de perícia, a nomeação

do perito recairá preferencialmente sobre especialista em avaliação de sociedades.

Seja qual for a hipótese de resolução da sociedade em relação a um sócio, é necessário que, para

a averiguação do valor das cotas a serem liquidadas em casos em que não há concordância

quantos aos montantes, se proceda a apuração de haveres com base na situação patrimonial da

sociedade à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado.

O procedimento para realização dos cálculos se chama balanço de determinação e segue os

passos previstos no artigo 1.031 do CC e nos artigos 604 e 606 do CPC.

CC, art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua

quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição

contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução,

verificada em balanço especialmente levantado.

§ 1º. O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor

da quota.

§ 2º. A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação,

salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário.

CPC, art. 604. Para apuração dos haveres, o juiz:


I – fixará a data da resolução da sociedade;

II – definirá o critério de apuração dos haveres à vista do disposto no contrato social; e

III – nomeará o perito.

§ 1º. O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela permanecerem que depositem em

juízo a parte incontroversa dos haveres devidos.

§ 2º O depósito poderá ser, desde logo, levantando pelo ex-sócio, pelo espólio ou pelos sucessores.

§ 3º Se o contrato social estabelecer o pagamento dos haveres, será observado o que nele se

dispôs no depósito judicial da parte incontroversa.

CPC, art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá, como critério de apuração de

haveres, o valor patrimonial apurado em balanço de determinação, tomando-se por referência a

data da resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo, tangíveis e intangíveis, a preço de saída,

além do passivo também a ser apurado de igual forma.

Parágrafo único. Em todos os casos em que seja necessária a realização de perícia, a nomeação

do perito recairá preferencialmente sobre especialista em avaliação de sociedades.

QUESTÃO 06. Uma sociedade limitada, constituída por prazo indeterminado, possui quadro
societário composto por A., com 10% das cotas, B., com 40% das cotas e C., com 50% das quotas.
No ano passado, C. integralizou parte de suas cotas transferindo imóvel, o qual foi aceito pela
sociedade com o valor avaliado em R$ 500.000,00. A decisão foi tomada em reunião de sócios da
qual A., apesar de regularmente convidado e comunicado da pauta deliberativa, decidiu não
participar, por motivos de saúde. Posteriormente, A. descobriu que o imóvel, na verdade, vale,
apenas, R$ 100.000,00. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma
justificada, às seguintes perguntas. A) Na hipótese de a sociedade tornar-se insolvente, a diferença
no valor de estimação do imóvel poderá implicar a responsabilidade de A. perante terceiros que
contrataram com a sociedade, ainda que esse sócio não tenha participado da mencionada
deliberação? B) A. poderá exigir sua saída da sociedade, devendo esta pessoa jurídica
compulsoriamente ressarci-lo pelo valor de suas quotas?

QUESTÃO 07. Na cláusula décima do contrato social de Populina Comércio de Brinquedos Ltda.,
ficou estabelecido que: “ A cessão qualquer título da quota de qualquer dos sócios depende da
oferta prévia aos demais sócios (direito de preferência) nas mesmas condições da oferta a não
sócio. Caso, após o decurso de 30 (trinta) dias, não haja interessado, o cedente poderá livremente
realizar a cessão da quota a não sócio'' Tendo em vista as disposições do Código Civil acerca de
cessão de quotas na sociedade limitada, responda quanto à validade da referida clausula.

QUESTÃO 08. José e João, maiores, brasileiros, casados, pretendem constituir uma sociedade
limitada, para exploração de comércio e fabricação de calçados e bolsas. Adotadas as
providências preliminares para a constituição da sociedade, constatou-se, no entanto, que João
foi interditado em decorrência de sequelas de um acidente automobilístico. Neste caso, qual as
providências que necessitarão ser tomada a fim de permitir que João faça parte da sociedade.
QUESTÃO 09. Na clausula 10ª do contrato social de Palmeira Comercio de Palmitos Ltda
encontra-se redigido o seguinte: A presente sociedade será administrada pelo sócio Antonio
Amarildo, sendo que a sociedade isenta-o de qualquer ressarcimento de prejuízos que possa vir
causar a sociedade no exercício de sua função. Segundo as regras estabelecidas pelo Código Civil
quanto à administração da sociedade limitada, diga e explique quanto a validade da referida
clausula.

QUESTÃO 10. Mário Souza alienou as suas quotas da Sociedade Bom Garfo Restaurantes Ltda. para
Pedro Silva. O contrato social, no entanto, não foi alterado para reproduzir a modificação do
quadro societário, nem houve registro do instrumento de cessão de quotas no órgão competente.
Considerando os fatos expostos, explique quanto à validade da cessão de quotas realizada entre
Mário Souza e Pedro Silva.

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