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Conceitue Empresário e Sociedade empresária.

O artigo 966 do CC de 2002, conceitua quem é empresário: "Art. 966. Considera-se empresário
quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento da empresa". O empresário individual é sempre uma pessoa
física, seu patrimônio pessoal não é separado do da empresa, não há limitação da responsabilidade e para
ser empresário a pessoa precisa estar em gozo de sua capacidade civil.

Sociedades empresárias são as organizações econômicas dotadas de personalidade jurídica e


patrimônio próprio, constituídas, ordinariamente, por mais de uma pessoa, que têm como objetivo a
produção ou a troca de bens ou serviços com fins lucrativos. Ela é disposta no Art. 981 do CC: “Art.
981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”

Questão 2:
Fale sobre os requisitos exigidos pelo Código Civil para constituição de uma
sociedade Simples.

As sociedades simples estão regulamentadas nos artigos 997 a 1038 do CC. Os sócios, no mínimo dois,
podem ser pessoas físicas ou jurídicas, brasileiros ou estrangeiros, residentes no país ou no exterior. No
caso de pessoas físicas, exige-se que sejam capazes. Contudo, a Lei nº 12.399/11 previu genericamente a
possibilidade de sócio incapaz, desde que ele seja representado ou assistido, não tenha poder de
administração e todo o capital social esteja integralizado. O artigo 997 dispõe as cláusulas dos requisitos
exigidos pelo CC para constituição de uma S/S. A sociedade simples deve ser constituída mediante
contrato particular ou escritura pública, que deverá conter as cláusulas essenciais nos incisos I a VIII do
artigo 997 do Código Civil.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas
estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a
denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens,
suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
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VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.


Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no
instrumento do contrato.

Outro dever dos sócios é o dever de lealdade e cooperação recíproca ou dever de colaboração, que não é
previsto em nenhum dispositivo, mas inerente à constituição e sobrevivência da sociedade.

Questão 3
O sócio de uma sociedade simples, pleiteou ante os demais sócios a integralização de suas
quotas de capital com a prestação de serviços para a sociedade. A maioria dos sócios decidiu não
acolher tal procedimento, sob o argumento de que haveria vedação legal. A decisão está correta?
Explique.

Ao subscreverem o capital social, os sócios passam a ser partes do contrato plurilateral,


contraindo inúmeras obrigações para com a sociedade e para com os demais sócios. Tais obrigações se
iniciam no momento da constituição da sociedade, se outro não for fixado pelo contrato social, e só
terminam quando forem extintas as responsabilidades sociais. O dever primordial de um sócio de
qualquer sociedade é realizar a sua contribuição para o capital social; nas sociedades simples, tal
contribuição pode ser em bens ou serviços.
No caso de contribuição em bens, que não em dinheiro, o sócio responde pela evicção e pela
solvência do devedor no caso de transferência de créditos, vale dizer, o sócio não se desonera da sua
obrigação, se ela não for efetivamente cumprida. No caso de contribuição em serviços, não se admite que
o sócio se empregue em atividade estranha à sociedade, sob pena de exclusão e não percepção dos lucros.
Ou seja, a decisão está correta, pois a contribuição para o capital social pode sim ser feita através
de serviços, mas os mesmos não podem ser de atividade estranha a sociedade, no caso, não pode ser
prestação de serviços à comunidade.

Questão 4:
Ao colher o resultado de uma votação em reunião de sócios de sociedade simples,
determinado sócio declarou que o resultado a ser adotado haveria de ser aquele escolhido pela
maioria dos sócios presentes à reunião. O sócio está correto? Justifique?

Não, o sócio está errado na sua declaração. Os votos dos sócios são contados não de acordo com a
quantidade de sócios, mas de acordo com a quota do capital social que cada sócio possui. A artigo 1010
do CC contempla esse assunto:
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da
sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de
cada um.
§1º Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do
capital.
§2º Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir,
decidirá o juiz.
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§3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da
sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.

Ou seja, caso a maioria da quantidade de sócios votem em uma determinada coisa, mas a minoria, que
votou em outra, detém mais de 50% do capital social, o resultado a ser adotado vai ser o escolhido por
essa minoria (em número de sócios) que detém a maior parte do capital social.

Questão 5:
O Sr. Estácio de Andrade e Silva, foi nomeado pelos sócios de uma sociedade simples para
exercer o cargo de administrador da sociedade. Passados seis meses de exercício do cargo a
empresa teve problemas na execução de determinado contrato e o cliente acionou a empresa e o seu
administrador, pleiteando reparação de perdas e danos além de cumprimento do contrato. O
administrador alegou não ter responsabilidade pelo problema da empresa já que não faz parte do
quadro societário, nem atuou em desacordo com o seu mandato. Quem está correto? O cliente ou o
administrador? Explique.

Todo administrador, conforme artigo 1011, deve: “O administrador da sociedade deverá ter, no
exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na
administração de seus próprios negócios.”
O cliente está correto. Conforme o artigo 1012 do CC, o administrador responde pessoal e
solidariamente com a sociedade: “Art. 1012. O administrador, nomeado por instrumento em separado,
deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a
averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade.”
Além disso, mesmo não fazendo mais parte do quadro se sócios da empresa, tanto o sócio que se
retira espontaneamente, quanto o que foi excluído judicialmente será responsável pelas as obrigações até
dois anos, a contar da averbação da resolução da sociedade.

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