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Artigo 967 e 968 CC estabelece obrigação sociedades simples (CC, art 997, V e 1055
de registro para o empresário, já o 987 CC §2°).
permite a possibilidade dos terceiros
provarem sua existência por qualquer Art. 1005 CC – o sócio responde pela
meio. A forma escrita será exigida apenas evicção (perde de bem por ordem judicial)
para gozar de certas vantagens tributarias no caso de contribuição com bens
e mercantis. patrimoniais.
sociedade, logo, não há motivo para aplicar desvirtuada, e sim as PF que agiram de
a desconsideração forma ilícita, de responsabilidade pessoal.
A aplicação pressupõe uma sociedade na
qual o esgotamento do patrimônio social
não seja suficiente para levar A fim de desconsiderar a personalidade
responsabilidade aos sócios. (sociedade jurídica, de modo que o patrimônio de
anônima ou limitada) outras pessoas responda pelas obrigações
contraídas em nome da sociedade, é
A exigência da limitação de necessário que se justifique a superação da
responsabilidade é de cunho autonomia patrimonial.
eminentemente prático, pois nada
impediria a desconsideração nos demais 1.
tipos societários. Todavia, a Basta a constatação da falta de pagamento
excepcionalidade da superação da de dívidas por parte da empresa para que a
autonomia patrimonial, por meio da desconsideração da personalidade jurídica
aplicação da desconsideração, torna mais seja aplicada. Isso significa que, mesmo na
fácil a aplicação direta da responsabilidade ausência de fraude, abuso ou
ilimitada dos sócios, quando ela já é irregularidades específicas, os sócios ou
consignada na lei. administradores da empresa podem ser
responsabilizados pelas dívidas da empresa
de forma direta e pessoal.
Arts. 790, II e VII, e 795 do CPC/15.
2.
Art. 790.
O princípio da autonomia patrimonial é
Art. 795. importante, e a desconsideração da
çã ó personalidade jurídica deve ser aplicada
com cautela, apenas em situações
Pode ocorrer em situações que não se excepcionais que atendam a requisitos
enquadram na desconsideração da específicos. Para a "teoria maior" da
personalidade jurídica. desconsideração, não basta o não
cumprimento de uma obrigação pela
Quando eles excedem seus poderes, empresa; é necessário comprovar que a
violam a lei ou o contrato social, são empresa desviou sua finalidade. (art. 50
diretamente responsáveis por seus atos. CC)
Isso não envolve desconsiderar a pessoa
jurídica, mas sim imputar responsabilidade 2.1
pessoal e direta aos sócios ou
administradores. Isso acontece quando Requer a comprovação de má-fé, fraude ou
agem em desobediência às normas legais abuso intencional por parte dos sócios ou
ou estatutárias ou cometem atos ilícitos. administradores da empresa antes de
responsabilizá-los pelas dívidas ou atos da
Não é necessário suspender a autonomia empresa.
patrimonial da empresa nessas situações,
pois a responsabilidade já decorre do : artifício malicioso para prejudicar
preceito legal. terceiros, isto é, “a distorção intencional da
verdade com o intuito de prejudicar
Nos casos dos arts. 117 e 158 da Lei n. terceiros
6.404/76, 135 da Lei n. 5.175/66 (CTN) e
dos arts. 1.009, 1.016 e 1.080 do Código : o ato praticado é
Civil, não tratamos da desconsideração, e permitido pelo ordenamento jurídico,
sim de responsabilidade civil dos sócios, já trata-se de um ato, a princípio, plenamente
que não foi a PJ que teve sua finalidade lícito. Todavia, ele foge a sua finalidade
Direito Empresarial
A aplicação do instituto da çõ çã à
desconsideração da personalidade jurídica çã :
orienta-se pelas disposições do art. 50 do
Lei 9.605/98, art. 4º
Código Civil (regra geral) e de outras
normas fixadas em leis especiais (CDC, p/ Poderá ser desconsiderada a pessoa
ex.), a depender da natureza jurídica da jurídica sempre que sua personalidade for
relação jurídica estabelecida entre as obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
partes, os interessados, os litigantes. causados à qualidade do meio ambiente.
Obs.: É a natureza das obrigações - se çã :
negociais ou não negociais - que define a
Direito Empresarial
í
í çã
á :
( ã ):
consagrado nos arts. 49-A e 1.024 do CC e
O direito de não se associar é garantido no no art. 795 do CPC, determina que a
Artigo 5º, Inciso XX da Constituição personalização da sociedade limitada ou
Federal, portanto, reforça as garantias de EIRELI acarreta em uma verdadeira
liberdade de associação ao fortalecer a separação patrimonial entre os bens da
liberdade do indivíduo de escolher onde e pessoa jurídica e os bens pessoais de seus
quando quer fazer parte de uma integrantes (sócio/instituidor).
associação.
í
Art. 1028 - A transmissão da herança não ó
implica a transmissão do estado de sócio. çõ :
Art. 1º. A companhia ou sociedade sócio com mais quotas/ações, maior poder
anônima terá o capital dividido em ações, e de decisão.
a responsabilidade dos sócios ou acionistas
será limitada ao preço de emissão das CCB, arts. 999, 1063, 1071 e 1076; LSA,
ações subscritas ou adquiridas (quando arts. 129 e 136.
não integralizadas). çã ó
Regra: responsabilidade limitada. Exceções á :
(resp. ilimitada): - Sócios que assumem
Visa proteger o sócio minoritário limitando
responsabilidade ilimitada (SCP e SNC);
o majoritário, para isso dá direitos ao
Sócios da sociedade em comum.
minoritário de fiscalização e recesso.
í á çõ
Ex.: Direitos à participação nos
: lucros/dividendo obrigatório, à fiscalização,
garante que as deliberações serão de retirada/recesso e de reembolso; cessão
resolvidas pela maioria, sendo aqui de quotas; nas S/A, a escolha em separado
considerada a maioria não a quantidade de de membros do Conselho de
sócios, mas das quotas/ações de cada um: Administração.
limite do preço de emissão das ações que subsidiariamente, pelas disposições das
possuem, se não efetuado o pagamento. Leis 6.404/76 e 9.615/98 (Lei Pelé).
( ) ( ) ã : sucede o clube ou
a PJ quando constituída por transformação
Lei 6.404/76, art. 294-B. Cia de pequeno ou por cisão (art. 2º, I e II, e §1º, I).
porte. Considera-se companhia de menor
porte a que aufira receita bruta anual : Arts. 9º e 10. Quitação das
inferior a R$ 500.000.000,00. (Art. 294-B obrigações dos clubes ou PJ (art. 13):
incluído pela LC n. 182/2021 – “Marco legal Diretamente Concurso de credores
das startups”). Pode ser S/A aberta ou (Regime Centralizado de Execuções – arts.
fechada; Condições facilitadas de acesso ao 14/24 - organizado pelo Poder Judiciário:
MC – mercado de capitais. Cabe a CVM concentra no juízo centralizador as
regulamentar as condições para o acesso execuções, as receitas, os valores
de CiaMP ao mercado de capitais – Res. arrecadados e a distribuição desses valores
88/2022. aos credores em concurso e de forma
ordenada) Recuperação (judicial ou
ô ( ) extrajudicial) de empresa (art. 25). O clube
é admitido como parte legítima para
Lei n. 14.193, 06/08/2021. É a sociedade
requerer a recuperação judicial ou
empresária constituída sob a forma de S/A
extrajudicial, submetendo-se à Lei nº
e cuja atividade principal consiste na
11.101/2005.
prática do futebol, feminino e masculino,
em competição profissional; É regida pelas
regras específicas da Lei 14.193/2021 e,
Mesmo se não existir prova escrita, um A sociedade não aparece para o público,
socio pode ajuizar ações contra o outro ou quem aparece é o sócio ostensivo
contra terceiro, desde que a causa de pedir (sociedade oculta).
não seja a existência da própria sociedade.
Ela não aparece porque sua existência e o
Caso não seja, não será necessário provar a
seu funcionamento independem de
existência da sociedade. (Art. 987 CC)
qualquer formalidade (não há livros, não é
çã necessário o registro e não há um nome
próprio).
É a sociedade oculta, que não aparece
perante terceiros, sendo desprovida de PJ. O acerto entre os sócios pode ser firmado
É caracterizada pela existência de dois verbalmente ou por escrito, não se
tipos de sócio (ostensivo, que aparece e exigindo qualquer formalidade para a
assume toda responsabilidade perante validade do contrato. Os sócios podem
terceiros, e participante ou oculto, que não prová-la por qualquer meio. Caso seja
aparece perante terceiros e só tem firmada por escrito, é indiferente o seu
responsabilidade perante o ostensivo). registro, isto é, mesmo que o contrato seja
registrado não surgirá uma pessoa jurídica
Possui limitação extrema de riscos e não (art. 992).
vincula o sócio participante.
Apesar da ausência de personificação,
) ó reconhece-se a existência de um
patrimônio especial formado pela
ó : pode ser um empresário
contribuição do sócio ostensivo e do sócio
individual ou uma sociedade, é aquele que participante (art. 994). O patrimônio
exercerá a atividade em seu próprio nome, especial pertence aos sócios em
vinculando-se e assumindo toda a condomínio e não à sociedade, que não
responsabilidade perante terceiros. A possui capacidade patrimonial, esse
sociedade em conta de participação não patrimônio especial só produz efeitos entre
firmará contratos. Quem firmará os os sócios (art. 994, § 1º).
contratos necessários para o exercício da
atividade é o sócio ostensivo, usando tão É uma sociedade de pessoas, isto é, a
somente seu próprio crédito1059, seu qualidade pessoal dos sócios é
próprio nome. Quando ele age, não age extremamente importante, há um vínculo
como um administrador de uma sociedade, pessoal entre o sócio participante e o sócio
mas como um empresário, seja ele ostensivo.
individual, seja uma sociedade. É vedado ao sócio ostensivo admitir outros
ó : não aparece perante sócios sem o consentimento expresso dos
terceiros, não assumindo qualquer demais sócios, (não é livre a entrada de
responsabilidade perante o público. Daí a novas pessoas na sociedade em conta de
denominação sócio oculto. A participação). Apesar disso, é certo que a
responsabilidade dele é apenas perante o liberdade atribuída aos sócios na disciplina
sócio ostensivo, nos termos em que da sociedade permite que em
acertado entre os dois1060. Se ele determinados casos específicos ela assuma
participar da atividade-fim, responderá as vestes de uma sociedade de capitais,
solidariamente com o sócio ostensivo (CC – especialmente quando as participações são
art. 993). livremente transferíveis.
) í
Direito Empresarial
No caso de pessoas físicas, exige-se que Caso o sócio descumpra tal dever, a
sejam pessoas capazes. No regime do sociedade deve notificá-lo, para constituí--
Código Civil, não há expressamente a lo em mora, assegurando-lhe um prazo de
proibição dos sócios incapazes, mas o art. graça de 30 dias para cumprir seu dever. A
1.691 estabelece que os pais não podem mora nesse caso não decorre do simples
contrair, em nome de seus filhos, vencimento da obrigação, é necessária a
obrigações que ultrapassem os limites da interpelação. Passado tal prazo sem o
simples administração, salvo por cumprimento da obrigação, os demais
necessidade ou evidente interesse da sócios (a sociedade) poderão optar por
prole, mediante prévia autorização do juiz. uma indenização pelos danos causados
pela mora do sócio, ou pela sua exclusão,
restringe a possibilidade do incapaz ou pela redução de sua quota ao valor
assumir a condição de sócio aos casos integralizado (art. 1.004).
em que não haja risco de sua
responsabilização direta, o que lhe Se o sócio não cumpre seu dever
afasta das sociedades simples primordial, quebra a
(discussão doutrinaria)
art. 977 CC - aplicável tanto às Nesse caso, haverá só a resolução do
sociedades simples, como às vinculo do sócio remisso, preservando a
empresárias1086, proíbe a sociedade existência da sociedade por se tratar de um
entre cônjuges casados pelo regime da contrato plurilateral.
comunhão universal e pela separação
obrigatória de bens, protegendo-se o Não se pode falar em enriquecimento
próprio regime de casamento. ilícito, pois o sócio receberá a sua parte no
patrimônio da sociedade,
No regime da comunhão universal, nem proporcionalmente ao montante
sempre haveria uma real e efetiva efetivamente realizado de suas quotas,
conjugação de patrimônios, ou seja, nem conforme balanço especialmente
sempre haveria de fato dois sócios. No levantado (art. 1.031).
regime da separação, haveria a união do
que deveria estar separado. ) ó
) ó : são direitos
eventuais de credito contra a sociedade,
Ao subscreverem o capital social os sócios
consistentes na participação nos lucros e
passam a ser partes do contrato
na participação no acervo social em caso
plurilateral, contraindo inúmeras
Direito Empresarial
çã : obriga os administradores a ) ô
prestar contas justificadas da sua ô
administração anualmente, além de lhes
obrigar a apresentar o inventário e o “os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o
cônjuge do que se separou judicialmente,
balanço patrimonial e de resultado
não podem exigir desde logo a parte que
econômico (art. 1.020).
lhes couber na quota social, mas concorrer
çã çõ à divisão periódica dos lucros, até que se
: direito ao voto, ou seja, liquide a sociedade” (CC, art. 1.027).
participar da formação da vontade social. Evita-se a entrada do cônjuge na
) sociedade, para resguardar a affectio
societatis1103, mas garante-se a ele o
art. 789 do CPC/2015, “O devedor exercício de dois direitos patrimoniais,
responde com todos os seus bens quais sejam, a participação nos lucros e a
presentes e futuros para o cumprimento participação no acervo social, ficando este
de suas obrigações, salvo as restrições diferido apenas para o momento de
estabelecidas em lei”. Assim sendo, a liquidação da sociedade.
quota, como bem integrante do patrimônio
Os demais direitos inerentes à quota, como
do sócio devedor, pode estar sujeita à
o direito de voto, permanecerão na pessoa
constrição judicial, para satisfazer os
do sócio originário, pois o cônjuge não
direitos dos credores.
pode exercer os poderes políticos das
Deve-se tentar em primeiro lugar garantir quotas, na condição de terceiro estranho à
aos demais sócios o direito de preferência, sociedade.
adquirindo as quotas penhoradas por
herdeiros do cônjuge falecido de um sócio.
dívidas particulares do sócio.
Eles também não ingressarão na
Não sendo exercida a preferência pelos sociedade, como os herdeiros do próprio
sócios, a própria sociedade tem a sócio (art. 1.028 do Código Civil), mas terão
Direito Empresarial
sociedade. Isso visa preservar a sociedade desde que o capital social não tenha sido
e manter o sócio na maioria dos casos. prejudicado.
) ó