Direito Empresarial - Rodrigo Broglia

16/04 - Aula 1

+ Conceito de Direito  ordem normativa que busca regular condutas

+ Economia  método de remanejamento de recursos em escassez

- Essa organização dá origem à necessidade de trocas entre grupos que possuem um produto
em excesso por outro que possuem em escassez  surgimento das trocas por necessidade e,
de certa forma, contratos de troca

- Os agentes econômicos na Roma Antiga, quando realizavam alguma transação, os termos de

transação muitas vezes não atendiam aos requisitos do formato de compra e venda
característicos do Direito Romano

+ Direito Mercantil Primitivo - lex mercatorum

- Autoridade dos textos regulatórios surgiam a partir do reconhecimento dos cônsules que
identificavam os padrões dos costumes

- Direito Especial  surge quando o direito civil não é amigável ao comércio

23/04 - Aula 2

+ Distinção entre aqueles que são comerciantes e os que não são  Ato de Comércio

- Documento extremamente artificial, redundante

+ Órgão de Regulação Do Comércio  Real junta do comércio, agricultura, fábricas e

navegação

+ Código Comercial

- Estruturado para que os princípios fossem aplicados aos comerciantes que fossem
registrados à Real Junta do Comércio, comprovando que eles praticavam atos de mercancia

. Art. 19. Considera-se mercancia:

§ 1º A compra e venda ou troca de bens móveis ou semoventes, para os vender por

grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufaturados, ou para alugar o seu uso.
 § 2º As operações de câmbio, banco e corretagem.

§ 3º As empresas de fábricas, de comissões, de depósito, de expedição, consignação e

transporte de mercadorias, de espetáculos públicos.

§ 4º Os seguros, fretamentos, riscos; e quaisquer contratos relativos ao comércio

marítimo.

§ 5º A armação e expedição de navios

Aula 14/05/2021

PESSOAS JURÍDICAS

Artigo 44 e Artigo 6: sociedades empresárias e empresas individuais

Registro competente nascimento: Artigo 45

Artigo 47: obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus
poderes definidos no ato constitutivo (presentação)
Como a empresa pratica atos da vida empresarial: precisa de um representante (administrador
da pessoa jurídica, tem que ser uma pessoa natural). Na verdade, existe uma discussão
diferenciando o representante e o presentante (trazida ao Brasil por Pontes de Miranda).
Como a PJ tem sua capacidade de celebrar contratos, o administrador, ao celebrar contratos
da PJ ele é a incorporação da pessoa jurídica no ato, de modo a ser a pessoa jurídica formando
ato, sendo presentante e não representante.

O representante: por contrato ou legal. A representação convencional é por procuração, faço

em nome do constituinte (mesmo efeito do presentante mas por meios diferentes). A
representação legal se dá quando o direito entende que certas pessoas não têm capacidade ou
possibilidade de realizar certos atos, de modo que essas pessoas possuem em figura tutores e
curadores (delegação legal)

Artigo 49-A (Lei de Liberdade Econômica)

A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou

administradores.

PJ: sujeito de direito, titular patrimônio próprio (alocar e segregar riscos)

CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

Personalidade jurídica, responsabilidade limitada, capital social dividido em ações ou quotas,

autonomia patrimonial e administração delegada.

QUAL A FUNÇÃO DA PJ?

Agrupar pessoas naturais, criar um sujeito de direitos, limitar riscos empresariais, vincular
determinados bens e serviços a finalidades socialmente relevantes.

CARACTERÍSTICAS

personalidade jurídica (aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações), autonomia

patrimonial, limitação da responsabilidade dos sócios, endereço próprio, organização.

Por meio da PJ, as pessoas naturais se organizam, a forma de organização é um atributo que
pode colaborar para o desenvolvimento econômico

A PJ TEM HONRA? LIMITAÇÃO? IMAGEM?

Sim. Titula direitos da personalidade. Marca, reputação, imagem. Danos em sua imagem pode
possibilitar indenização por danos morais (afetação/prejuízo à marca que é criada através do
desenvolvimento dessa instituição)

LIMITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE

Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social (art 1052 do CC)

A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos

sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas (art
1° da LSA)

Parágrafo 7°: somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa
individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer
situação, com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude (Art 980-
A do CC)

Capital social: montante (dividido em cotas): momento zero.

Sociedade anônima: o capital social equivale ao patrimônio líquido da sociedade, quando você
aporta os valores, o patrimônio total passa a ser a soma dos valores empregados. Com o
tempo, se a sociedade der certo, o patrimônio dela cresce por geração de receita própria e não
necessariamente os sócios aportaram novos recursos nessa sociedade. O capital social pode
continuar o mesmo. Pode haver descolamento entre limitação de responsabilidade, capital
social e patrimônio. Se colocarem novos recursos, o valor que será aportado vai considerar o
novo patrimônio (170 da Lei das Sociedades Anônimas). Se eu quiser ter mais 30% da
sociedade, ela será avaliada no valor dela, assim, terei que aportar um valor MUITO maior do
que o inicial, afinal, o patrimônio passa a não ser mais equivalente ao capital social como era
de início.

Os titulares da maioria das cotas ou da maioria das ações farão sua vontade prevalecer na
assembleia e essa vontade vai ser observada pela sociedade. Essa divisão do capital social em
ações ou cotas é relevante para limitação de responsabilidade e relevante para o exercício
político dos sócios dentro da empresa.

Perdas: limitadas ao seu aporte (ou seus aportes)

IPO: oferta pública inicial

Abertura do capital da empresa para comprar ações no IPO. Sempre há curiosidade se são
ações novas emitidas ou se são ações dos sócios. IPO primário (emissão nova). Quando os
sócios colocam ações deles à disposição do mercado, quem ganha direito são os sócios e não a
empresa.

Comprar ações da companhia: investe na aquisição de ações da própria companhia.

Ações do sócio: quem recebe é ele, afinal está realizando a venda das suas ações.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Artigo 789: o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.

Artigo 795: os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão
nos casos previstos em lei.

Código Civil: 391: pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.

CASOS EM QUE OS BENS DO SÓCIO RESPONDEM POR DÍVIDAS NA SOCIEDADE

Sociedades não personificadas (não é PJ), é sociedade em comum e em conta de participação

Desconsideração da personalidade jurídica: desconsideração na esfera tributária, ambiental,

trabalhista e concorrencial.

TEORIA MAIOR x TEORIA MENOR

RESPONSABILIDADE PESSOAL x DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Destaque: Segundo a teoria maior, adotada pelo art. 50, do CC, para efeito de
desconsideração, exige-se o requisito específico do abuso caracterizado pelo desvio de
finalidade ou confusão patrimonial. Já a teoria menor, mais fácil de ser aplicada, adotada pelo
CDC e pela legislação ambiental, não exige a demonstração de tal requisito (Confira: REsp.
279273 SP).

Teoria maior: utilizadas mais em casos do direito privado, com ênfase no âmbito empresarial.
A teoria menor, por sua vez, está presente em grande parte da doutrina do CDC, no direito
ambiental.

DESCONSIDERAÇÃO, CÓDIGO CIVIL: em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado

pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte,
ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.

Reação que o direito prevê para corrigir abusos de pessoas que abusam de uma regra que o
próprio direito criou (que é a personalidade jurídica)

Grupo empresarial: tem várias sociedades que compõem aquele grupo, e são controladas por
grupos de pessoas comuns. Por que se criam várias sociedades? organização, atuação em mais
de um setor, limitação de riscos.

Outra pessoa jurídica pode ser sócia de pessoa jurídica. Nisso, pode ocorrer confusão
empresarial de pessoas jurídicas dentro de um mesmo grupo.

Holding: sociedade que tem por função participação em outras sociedades.

Subsidiária integral: 100% do capital social dela é detido por outra sociedade.

Parágrafos do artigo 50 incluídos pela Lei de Liberdade Econômica

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica
com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os

patrimônios, caracterizada por:

I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-

versa;

II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor

proporcionalmente insignificante; e

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.